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Defeitos de Desenvolvimento da
Região Bucal e Maxilofacial
Alterações de Desenvolvimento
dos
Tecidos Moles
1 | Defeitos do Desenvolvimento da Região Oral e
Maxilofacial
- Fendas Orofaciais
- Fossetas da Comissura Labial
- Fossetas Labiais Paramedianas (Fístulas Congênitas do Lábio Inferior;
***
-- Fossetas Labiais Congênitas) ***
- Lábio Duplo
- Grânulos de Fordyce
- Leucoedema
- Microglossia (Hipoglossia)
- Macroglossia
- Anquiloglossia (Língua Presa)
- Tireoide Lingual ***
- Língua Fissurada (Língua Escrotal)
-Língua Pilosa (Língua Pilosa Negra, Língua Saburrosa)
- Varicosidades (Varizes)
- Artéria de Calibre Persistente
- Fístulas Laterais do Palato Mole
- Hiperplasia Coronoide
- Hiperplasia Condilar
- Hipoplasia Condilar
- Côndilo Bífido
- Exostoses
- Tórus Palatino
- Tórus Mandibular
- Síndrome de Eagle (Síndrome de Estilooide; Síndrome da Artéria
Carótida; Estilalgia)
- Defeito de Stafne (Cisto Ósseo de Stafne; Depressão Lingual da
Glândula Salivar; Cisto Ósseo Latente; Cisto Ósseo Estático; Defeito
Ósseo Estático; Defeito da Cortical Lingual Mandibular)
Cistos do
Desenvolvimento
- Cistos Palatinos do Recém-
nascido (Pérolas de Epstein;
Nódulos de Bohn)
- Cisto Nasolabial (Cisto
Nasoalveolar; Cisto de Klestadt)
- “Cisto Globulomaxilar”
- Cisto do Ducto Nasopalatino
(Cisto do Canal Incisivo)
- Cisto Palatino (Palatal) Mediano
-“Cisto Mandibular Mediano”
-Cistos Foliculares da Pele Cisto
Dermoide (Cisto Disontogênico)
-Cisto do Ducto Tireoglosso (Cisto
do Trato Tireoglosso)
- Cisto da Fenda Branquial (Cisto
Linfoepitelial Cervical)
- Cisto Linfoepitelial Oral
Outras raras anomalias do
desenvolvimento
- Hemi-hiperplasia (Hemi-hipertrofia)
-Atrofia Hemifacial Progressiva (Hemiatrofia Facial Progressiva;
Síndrome de Romberg, Síndrome de ParryRomberg)
- Displasia Odontomaxilar Segmentar (Displasia
Hemimaxilofacial)
- Síndrome de Crouzon (Disostose Craniofacial)
- Síndrome de Apert (Acrocefalosindactilia)
-Disostose Mandibulofacial (Síndrome de Treacher Collins;
- Síndrome de Franceschetti-Zwahlen-Klein)
FENDAS OROFACIAIS
• A formação da face e cavidade oral é de
natureza complexa e depende do
desenvolvimento e fusão de processos teciduais
de forma ordenada.
• Fendas orais – distúrbios no crescimento e fusão
desses processos.
• Desenvolvimento da porção central da face ± na
4ª semana de desenvolvimento humano.
• 6ª/7ªsemanas de desenvolvimento – lábio superior
é formado. União dos processos nasais medianos
com os processos maxilares do primeiro arco
branquial (parte média do lábio é derivada dos
processos nasais medianos e as partes laterais dos
processos maxilares).
• Palato secundário – 90% do palato duro e mole,
formado pelos processos maxilares do primeiro
arco branquial.
• Fenda Labial (FL) – fusão defeituosa do processo nasal
mediano com o processo maxilar.
• Fenda Palatina (FP) – falha na fusão das cristas palatinas.
• FL e FP ocorrem juntas frequentemente, 45% dos casos.
• FP isoladamente, 30% dos casos.
• FL isolada em 25% dos casos.
• Obs.: FL isolada ou FL associada a FP são condições
relacionadas etiologicamente e podem ser consideradas como
um grupo: FL com ou sem FP ( FL±FP).
• A FP isolada parece representar uma entidade separada da
FL±FP.
• Apesar de muitas fendas serem anomalias isoladas, foram
identificadas mais de 400 síndromes do desenvolvimento
que podem estar associadas à FL±FP ou FO.
• Estudos recentes: + de 30% dos pacientes com FL±FP e
50% das FP isolada têm anomalias associadas.
• Obs.: Algumas dessas síndromes podem ser autossômicas
dominantes, autossômicas recessivas ou de padrão ligado
ao cromossomo X.
• .
A causa das fendas não sindrômicas não
segue um padrão mendeliano de herança,
mas parece heterogênea.
• Consumo materno de álcool: > risco para desenvolvimento de fendas
tanto as sindrômicas como as não sindrômicas.
• Tabagismo materno: no mínimo dobra a chance de desenvolvimento de
fendas em comparação com mães não tabagistas.
• Deficiência de ácido fólico: > risco de FL e FP.
• Uso materno de corticosteróides: > risco em 3,4 vezes para o
desenvolvimento de fendas orofaciais.
• Uso de anticonvulsivante (fenitoína): 10 vezes mais chances de
formação de fendas.
Causas Ambientais de Fendas Orofaciais
Características Clínicas e Radiográficas
• A formação de fendas é um dos defeitos
congênitos mais frequentes em humanos.
• Em brancos a FL±FP 1:700-1000 nascimentos.
• Em populações asiáticas é 1,5 vez maior que em
brancos.
• Em negros, FL±FP é muito inferior; 0,4:1000
nascimentos.
• Em norte-americanos parece ser maior; 3,6:1000
nascimentos.
• FP isoladas são menos comuns que FL±FP, com
frequência de 0,4:1000 nascimentos em brancos e
negros.
• A FL±FP é mais comum em homens.
• FL+FP 2:1, H:M.
• Quanto mais grave maior a predileção por homens.
• FL isolada 1,5:1 H:M.
• FP isolada mais comuns em mulheres. Quanto mais grave maior a predileção por
mulheres.
• Fendas em palato mole e duro 2:1 M:H; relação quase igual quando acometem só
palato mole (H=̃M).
• =̃ 80% FL unilaterais. 20% bilaterais.
• 70% das FL unilaterais lado E.
• 70% FL unilaterais associadas a FP.
• FL bilaterais aumenta para 85% de FP.
• Fendas completas que envolvem alvéolo
geralmente ocorrem entre incisivo lateral e
canino.
• Não é incomum a ausência do incisivo lateral.
Dentes supranumerários podem estar presentes.
• O defeito ósseo pode ser evidenciado em
radiografias.
• FP - variação considerável quanto à gravidade.
Palatos duro e mole ou apenas o mole. A menor
manifestação é a úvula fendida ou úvula bífida.
• Úvula bífida muito > FP com 1:80 indivíduos
brancos. Em asiáticos e norte-americanos é
muito maior, 1:10.
• Em negros é muito <; 1: 250 pessoas.
Fenda Labial (FL). Recém-nascido com fenda bilateral do lábio superior. (Cortesia do Dr.
William Bruce.)
Fenda Palatina (FP). Defeito palatino resultando na comunicação com a cavidade nasal.
Úvula Bífida
Fenda Palatina Submucosa. Presença de uma fenda na linha média do osso palatino, porém a
mucosa de revestimento está intacta. Uma úvula bífida também está presente.
• OBS.: Fenda Palatina Submucosa: mucosa intacta; defeito na
musculatura subjacente do palato mole; chanfradura no osso ao
longo da região posterior marginal do palato duro. Pode estar
associada à úvula fendida.
Sequência de Pierre Robin
(anomalia de Pierre Robin)
• FP;
• Micrognatia mandibular;
• Glossoptose( obstrução das vias aéreas
superiores causada pelo deslocamento posterior
e inferior da língua).
• A sequência de Pierre Robin pode ocorrer como
um fenômeno isolado ou associado a uma
variedade de síndromes.
• Crescimento reduzido da mandíbula
intrauterino; falha do deslocamento inferior da
língua e impede a fusão das cristas palatinas.
• A mandíbula retraída acarreta:
- Deslocamento posterior da língua;
- Falta de suporte para a musculatura da
língua e
- Obstrução das vias aéreas.
Sequência de Pierre Robin
Consequências da
Sequência de Pierre Robin
• Aparência clínica que pode levar a complicações
psicossociais;
• Dificuldades na fala e na alimentação;
• Principalmente na presença da FP;
• Má oclusão pelo colapso do arco maxilar e
• Possivelmente ausência de dentes,
supranumerários, ou mesmo, ambos.Sequência de Pierre Robin. Micrognatia mandibular em um recém-nascido com fenda palatina
(FP). (Cortesia do Dr. Robert Gorlin.)
Tratamento e Prognóstico
• O tratamento de pacientes com fendas orofaciais é desafiador.
• Abordagem multidisciplinar: pediatra, otorrinolaringologista,
cirurgião bucomaxilofacial, cirurgião plástico, odontopediatra,
ortodontista, protesista, fonoaudiólogo e geneticista.
• Precocemente deve ser feito o fechamento do lábio com consequente
cirurgia do palato.
• Cirurgias reparadoras serão executadas ao longo da vida.
• Aconselhamento genético é imprescindível: possibilidade de
ocorrência em um descendente ou irmão é de 3% a 5% no caso de
nenhum outro parente de primeiro grau ser afetado.
• O risco aumenta para 10% ou 20% se outros parentes de primeiro
grau são afetados.
• Os riscos podem ser maiores ainda, para aqueles com fendas
associadas a síndromes, de acordo com possível padrão hereditário.
Fossetas da Comissura Labial
• Pequenas invaginações no limite do vermelhão dos lábios, nos ângulos
da boca.
• Provavelmente por falta da fusão dos processos embrionários maxilar e
mandibular.
• As Fossetas da Comissura Labial são mais frequentes em adultos 12% a
20% da população.
• Em crianças - muito menor a prevalência, de 0,2% a0,7% das crianças
examinadas.
• Apesar de serem condições em geral congênitas, estas invaginações
desenvolvem-se tardiamente.
• > Homens - histórico familiar sugere transmissão autossômica
dominante.
Características Clínicas
• Encontradas em exame físico de rotina e o
paciente relata desconhecimento de sua
existência.
• Uni ou bilaterais e podem ser fístulas cegas com 1
a 4 mm de profundidades.
• Com líquido ao pressionadas - existência de
glândulas salivares acessórias no fundo.
• Não estão associadas as FL e FP.
Fosseta da Comissura Labial. Depressão na comissura labial.
Características Histopatológicas
• Biópsia raramente é realizada.
• Invaginação estreita revestida por epitélio escamoso
estratificado.
• Ductos de glândulas salivares menores podem drenar
destas invaginações.
Tratamento e Prognóstico
• Assintomáticas e inócuas não requerem tratamento.
• Exceto quando drenam saliva excessivamente e
possibilitam infecção secundária, quando a remoção
cirúrgica se faz necessária.
Lábio Duplo
• Anomalia oral rara.
• Crescimento exuberante de tecido na mucosa labial, pode
ser adquirido tardiamente durante a vida.
• Mais frequentemente congênito.
• Os casos congênitos desenvolvem-se durante o 2º ou 3º mês
de gestação.
• O lábio duplo adquirido pode ser componente da Síndrome
de Ascher, traumatismo ou hábitos orais ( sugar o lábio). ***
Características Clínicas
• O lábio superior >>> lábio inferior.
• Ocasionalmente os lábios sup e inf podem ser
afetados.
• Mais evidentes quando o paciente sorri ou os
lábios são tensionados.
Lábio duplo. Quando o paciente sorri, uma dobra exuberante de tecido cobre parcialmente os
dentes anteriores superiores do lado direito. (Cortesia do Dr. Logan Barnes.
Síndrome de Ascher
- Lábio duplo;
- Blefarocalásia ( edema recorrente da pálpebra
superior que leva à flacidez da pálpebra no canto
externo do olho – pode interferir na visão) e
- Aumento atóxico da tireóide ( em 50% dos casos).
Causa incerta - possivelmente autossômica
dominante alguns casos.
Síndrome de Ascher. Edema das pálpebras superiores (blefarocalásia).
Características Histopatológicas
• Microscopicamente, estruturas normais com
gls. salivares menores visíveis.
• Blefarocalásia – hiperplasia de das gls.
lacrimais e prolapso de tecido adiposo
palpebral.
Tratamento e Prognóstico
• Excisão cirúrgica simples do tecido excedente
pode ser realizada com finalidade estética, nos
casos mais acentuados.
Grânulos de Fordyce
• Glândulas sebáceas que ocorrem na mucosa.
• Considerados ectópicas (quando na mucosa
oral).
• 80% da população, portanto é uma variação
anatômica normal.
Características Clínicas
• Múltiplas pápulas amarelas ou branco-amareladas.
• Mucosa jugal e porção lateral do vermelhão do lábio
superior.
• Adulto > Crianças.
• Fatores hormonais e a puberdade estimulam seu
desenvolvimento.
• Assintomáticas - pacientes podem relatar uma leve
rugosidade na mucosa.
• Variações nas quantidades, de pequenas a
centenas desses “grânulos”.
Grânulos de Fordyce. Pápulas amarelas
no vermelhão do lábio superior.
Grânulos de Fordyce. Lesões na mucosa
jugal.
Características Histopatológicas
• Exceto pela ausência de folículos pilosos, os
grânulos de Fordyce são semelhantes às gls.
sebáceas normais encontradas na pele.
Grânulos de Fordyce. Múltiplas glândulas sebáceas abaixo da superfície epitelial.
Tratamento e Prognóstico
• Grânulos de Fordyce são uma variação anatômica
normal e são assintomáticos. - Nenhum tratamento é
indicado.
• O aspecto clínico é característico e a biópsia não é
recomendada para o diagnóstico.
• Os tumores que se desenvolvem dessas estruturas são
raros.
Leucoedema
• Lesão branco-acinzentada opalescente na mucosa jugal
que desaparece após o estiramento.
• Etiologia desconhecida.
• Condição comum da mucosa oral.
• Mais frequente em negros - probabilidade de
predisposição genética para o seu desenvolvimento.
• 70% a 90% dos adultos negros e em 50% das crianças
negras.
• A prevalência em indivíduos brancos é consideravelmente inferior,
embora algumas publicações tenham mostrado prevalência que
varia de menos de 1O% a mais de 90%.
• Tal variação pode refletir diferenças nos grupos populacionais,
condições de exame e rigor do critério utilizado para a obtenção do
diagnóstico.
• Forma muito mais sutil em brancos e de difícil percepção.
• A diferença da predileção pela raça (?) pode ser explicada pela
presença de uma pigmentação na mucosa em indivíduos negros que
torna mais visível a alteração edematosa.
Observação pessoal
• O leucoedema representa mais uma variação da
normalidade do que uma doença.
• No leucoedema é mais comum e mais acentuado em
pacientes tabagistas.
• Diminui quando o paciente abandona o hábito do
tabagismo.
Características Clínicas
• Aparência difusa, opalescente e branco-
acinzentada cremosa da mucosa (jugal) .
• Superfície pregueada, resultando em estrias
esbranquiçadas ou rugosidades.
• Não são destacáveis.
• Acomete a mucosa jugal bilateralmente até a
mucosa labial.
• Facilmente diagnosticado clinicamente - aspecto
esbranquiçado diminui ou mesmo desaparece
quando a mucosa é evertida e distendida .
Leucoedema. Aspecto de estrias brancas na mucosa jugal.
Leucoedema.
A, Aspecto esbranquiçado difuso da
mucosa jugal.
B, Desaparecimento do aspecto
esbranquiçado quando a mucosa é
esticada.
Características Histológicas
• Aumento da espessura epitelial, com edema
intracelular proeminente na camada espinhosa.
• Células vacuolizadas aparecem aumentadas e
possuem núcleo picnótico.
• Superfície epitelial é frequentemente
paraceratinizada e as cristas epiteliais são
amplas e alongadas.
Leucodema. Paraqueratose e edema intracelular da camada espinhosa.
Tratamento e Prognóstico
• Condição benigna e nenhum tratamento é
necessário.
• Lesão branco-acinzentada opalescente na
mucosa jugal que desaparece após o
estiramento, auxilia a distingui-lo de outras
lesões brancascomuns, como a leucoplasia, a
candidíase e o líquen plano. (DD)
Microglossia
(Hipoglossia)
• Alteração de desenvolvimento incomum.
• Etiologia desconhecida, caracterizada por uma
língua anormalmente pequena.
• Em casos raros, a língua pode estar ausente
(aglossia).
Características Clínicas
• A microglossia isolada pode ocorrer e um grau pequeno de microglossia
pode ser difícil de diagnosticar, podendo não ser notado.
• A maioria dos casos relatados tem sido associada a um grupo de
condições sobrepostas conhecidas como síndromes de hipogênese oro-
mandibular-membros.
• São síndromes associadas a anomalias dos membros, como hipodactilia
(ausência de dedos) e hipomelia (hipoplasia de parte ou de todo o
membro).
• Anormalidades simultâneas - fenda palatina, bandas intraorais e
transposição das vísceras.
• A microglossia está frequentemente associada a hipoplasia da
mandíbula e os incisivos inferiores podem estar ausentes.
Microglossia.
A, Língua anormalmente pequena
associada ao estreitamento da arcada
inferior.
B, O mesmo paciente exibindo
estreitamento da arcada superior.
Tratamento e Prognóstico
• Varia de acordo com a natureza e gravidade da
condição.
• Procedimentos cirúrgicos e ortodônticos
podem melhorar a função oral.
• Surpreendentemente, muitas vezes o
desenvolvimento da fala é bom, porém varia de
acordo com o tamanho da língua.
Macroglossia
• Condição incomum caracterizada pelo aumento
da língua.
• Diversas condições, incluindo malformações
congênitas e doenças adquiridas.
• Causas mais frequentes : malformações
vasculares e a hipertrofia muscular.
Quadro de Causas de Macroglossia
*** ***
***
***
***
Características Clínicas
• Mais em crianças e pode variar de leve a grave .
• Recém-nascidos: respiração ruidosa, incontinência salivar
('baba") e dificuldade na alimentação.
• Pode causar dislalia (gagueira).
• Pressão da língua contra a mandíbula e os dentes -
endentações na margem lateral da língua , mordida
aberta e prognatismo mandibular.
• Se a língua se projeta constantemente para fora da boca,
ela pode apresentar ulcerações, infectar-se
secundariamente, ou até sofrer necrose.
• Nos casos de macroglossia acentuada pode ocorrer
obstrução das vias aéreas.
Macroglossia. Língua aumentada em
um paciente com síndrome de Down.
(Cortesia do Dr. Sanford Fenton.)
Macroglossia. O aumento da língua
resultou na borda crenada que
corresponde às endentações.
• A macroglossia é um achado característico da
Síndrome de Beckwith- Wiedemann, uma
condição rara que inclui outros possíveis defeitos,
tais como:
- Onfalocele (protrusão de parte do intestino
através de um defeito na parede abdominal na
altura do umbigo)
- Visceromegalia
- Gigantismo
- Hipoglicemia neonatal
• Síndrome de Beckwith-Wiedemann - risco aumentado para o
desenvolvimento de vários tumores viscerais na infância
(tumor de Wilms, carcinoma adrenal, hepatoblastoma,
rabdomiossarcoma e neuroblastoma).
• A maioria dos casos de síndrome de Beckwiith-Wiedemann é
esporádica. 10% a 15% dos casos mostram herança
autossômica dominante, com transmissão
preferencialmente materna.
• Base genética é complexa, variedade alterações dentro de
dois domínios de genes reguladores do crescimento do
cromossomo 11 p 15.
• Macroglossia com aumento difuso, liso e generalizado: no
hipotireoidismo ou síndrome de Beckwith-Wiedemann, ou
mesmo com distúrbios neuromusculares..
• Macroglossia com aspecto multinodular: amiloidose e
condições neoplásicas , como neurofibromatose e a
neoplasia endócrina múltipla, tipo 2B.
• Linfangiomas: aspecto papular ou granular com múltiplas
elevações semelhantes a vesículas ( vasos linfáticos
superficiais dilatados).
• Síndrome de Down: aumento da língua com superfície
fissurada e papilar.
PRINCIPAIS CAUSAS
LINFANGIOMA
Aparência pedregosa e semelhante a vesículas
na margem lateral direita da língua.
Menino com higroma cístico envolvendo
primariamente o lado direito da face Neville,et al. 2016
OUTRAS CONDIÇÕES
• Nos pacientes com Hiperplasia Hemifacial, o
aumento da língua é unilateral.
• Alguns pacientes com neurofibromatose também
podem apresentar aumento unilateral da língua.
• Nos pacientes edêntulos, a língua apresenta-se
muitas vezes elevada e tende a se espalhar
lateralmente devido à perda dos dentes, podendo
trazer dificuldades no uso de próteses.
Características Histopatológicas
• Varia de acordo com a causa específica - na síndrome de Down e nos
pacientes edêntulos, o aumento da língua não exibe anormalidades
histológicas.
• Quando a macroglossia é devido a um tumor, uma proliferação
neoplásica de um tecido em particular pode ser observada (vasos
linfáticos, vasos sanguíneos, tecido nervoso).
• Aumento muscular – na hemi-hiperplasia e na síndrome de Beckwith-
Wiedemann.
• Nos pacientes com amiloidose, um material proteináceo anormal
deposita-se na língua.
Tratamento e Prognóstico
• Dependem da causa e da gravidade da condição.
• Nos casos brandos, o tratamento cirúrgico pode
não ser necessário, embora a fonoaudiologia
possa ser útil quando a fala é afetada.
• Nos pacientes sintomáticos, pode haver
necessidade de redução da língua através da
glossectomia.
Anquiloglossia
(Língua Presa)
• Anomalia de desenvolvimento da língua. Freio lingual, curto,
resultando na limitação dos movimentos da língua.
• 1,7% a 10,7% dos recém-nascidos e é quatro vezes mais comum
em meninos.
• Em adultos não é raro observar casos leves de anquiloglossia.
• Anquiloglossia grave é muito rara, 2 a 3 casos em 10.000
indivíduos.
• Em alguns casos a influência genética pode ser a causa.
Características Clínicas
• Manifestações clínicas variadas, desde casos
leves e com pouco significado clínico, até casos
raros de anquiloglossia completa, onde a língua
é totalmente fusionada ao soalho bucal.
• Ocasionalmente o freio estende-se
anteriormente e insere-se no ápice lingual,
podendo ser observada uma discreta fenda
nesta região.
Anquiloglossia. Inserção anormal do freio lingual, limitando o movimento da língua.
• Alguns autores relatam que a anquiloglossia
possa contribuir para o desenvolvimento da
mordida aberta anterior (incapacidade da
língua de elevar-se até o palato impede a
deglutição normal).
• A inserção mucogengival alta do freio lingual
pode desencadear problemas periodontais.
• Pode resultar em problemas de fonação (dificuldades menores,
porque a maioria das pessoas pode compensar as limitações dos
movimentos da língua).
• Raros casos de pacientes que experimentaram uma melhora
notável na fala imediatamente após a correção cirúrgica da
anquiloglossia.
• Como aumento da popularidade do aleitamento materno ao longo
das últimas décadas, alguns clínicos relacionaram a anquiloglossia
com problemas na amamentação, tais como dor no mamilo ou
dificuldade do bebê de se acoplar ao seio.
Tratamento e Prognóstico
• Como a maioria dos casos causa pouco ou nenhum problema clínico, não há
necessidade de tratamento.
• Para recém-nascidos com problemas específicos de amamentação, uma frenectomia
(um "corte" ou apenas a liberação do freio) pode ser realizada.
• Em crianças ou adultos com dificuldades funcionais ou periodontais, a frenectomia
(liberação do freio com reparo plástico) pode permitir maior facilidade aos
movimentosda língua.
• Frequentemente, em crianças pequenas, recomenda-se que a cirurgia seja adiada até
os quatro ou cinco anos de idade.
• Como a língua é sempre curta no nascimento, é diflcil avaliar o grau de limitação da
língua causada pela anquiloglossia. Conforme a criança cresce, a língua torna-se mais
alongada e fina no ápice , muitas vezes diminuindo a extensão da anquiloglossia.
• Provavelmente, a condição é corrigida espontaneamente em muitos casos, por isso, é
menos comum nos adultos.
Língua Fissurada
(Língua Escrotal)
• Presença de várias fissuras ou sulcos na superfície dorsal da
língua.
• Relativamente comum.
• Causa incerta (hereditariedade parece ter um papel
significante).
• Múltiplas causas e AD com penetrância incompleta.
• Fatores ambientais e idade também podem contribuir para
o seu desenvolvimento.
Características Clínicas
• Múltiplos sulcos ou fissuras, na superfície da língua, variando de
2 a 6 mm de profundidade.
• Variações consideráveis.
• Casos mais graves - fissuras numerosas cobrem completamente
a superfície dorsal e dividem as papilas linguais em múltiplas
"ilhas".
• Alguns pacientes - fissuras localizadas preferencialmente na
porção dorsolateral da língua.
• Outros - fissura central ampla, com fissuras menores
ramificando-se perpendicularmente.
Língua Fissurada. Fissuras extensas envolvendo toda a superfície dorsal da língua. (Cortesia de
Chris Neville
• Assintomática, embora alguns pacientes queixem-se de
uma ardência discreta ou dor.
• Prevalência da língua fissurada varia de 2% a 5% da
população.
• Crianças e adultos, porém a prevalência e a gravidade
parecem aumentar com a idade (30% dos adultos mais
velhos).
• Em algumas pesquisas, observou-se uma predileção
pelo gênero masculino.
.
• Associação de língua fissurada com língua
geográfica foi encontrada, com vários pacientes
apresentando ambas as condições.
• A língua fissurada pode ser um componente da
síndrome de Melkersson-Rosenthal.
Síndrome de
Melkersson-Rosenthal
• Granulomatose orofacial (queilite granulomatosa);
• Paralisia facial (paralisia de Bell) e
• Língua fissurada.
• O envolvimento dos lábios isoladamente é chamado
de queilite granulomatosa (de Miescher).
Granulomatose Orofacial ( Síndrome de
Melkersson-Rosenthal). Aumento
persistente do lábio inferior. ( Cortesia do
Dr. Richard Ziegle.)
Granulomatose Orofacial (Síndrome de
Melkersson-Rosenthal). Mesmo paciente.
Observe os vários sulcos na superfície dorsal da
língua. (Cortesia do Dr. Richard Ziegler.)
Características Histopatológicas
• Leucócitos polimorfonucleares podem ser
observados migrando para o epitélio, formando
muitas vezes microabscessos nas camadas
epiteliais superiores.
• Infiltrado inflamatório misto está presente na
lâmina própria.
Tratamento e Prognóstico
• A língua fissurada é uma condição benigna, e
nenhum tratamento especifico é indicado.
• O paciente deve ser orientado a escovar a
língua, pois restos alimentares retidos podem
atuar como fonte de irritação.
Língua Pilosa
(Língua Pilosa Negra; Língua Saburrosa)
• Acúmulo acentuado de ceratina nas papilas
filiformes do dorso lingual assemelhando-se a
pelos.
• 0,5% dos adultos.
• Causa incerta, mas muitos pacientes são
tabagistas crônicos.
• Outros possíveis fatores : debilitação geral,
higiene oral deficiente e um histórico de
radioterapia na região de cabeça e pescoço.
Características Clínicas
• Mais comum na linha média anterior às
papilas circunvaladas, espalhando-se para as
margens lateral e anterior.
• Papilas alongadas geralmente acastanhadas,
amareladas ou enegrecidas (bactérias
cromogênicas, pigmentos do tabaco e
alimentos.
Língua Pilosa. Papilas filiformes alongadas e amarelo-esbranquiçadas
no dorso da língua
Características Clínicas
• Algumas vezes, a maior parte do dorso da língua
pode estar envolvida, resultando em uma
aparência espessada.
• As múltiplas papilas filiformes podem ser
elevadas utilizando-se uma gaze ou um
instrumental.
• Assintomática, mas alguns pacientes queixam-se
de uma sensação de náusea ou de um gosto
desagradável na boca.
• A biópsia é desnecessária na maioria dos casos,
pois o diagnóstico é devido ao aspecto clínico.
Língua Pilosa. Papilas filiformes acastanhadas muito alongadas, resultando na aparência
semelhante a pelos.
• Evitar a confusão entre a língua pilosa e a leucoplasia pilosa
(classicamente na margem lateral da língua).
• A leucoplasia Pilosa é causada pelo vírus Epstein- Barr e geralmente
está associada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV) ou outras condições imunossupressoras.
• Língua Saburrosa - bactérias acumulam·se no dorso da língua,
porém sem as projeções filiformes semelhantes a pelos , também
podem ser a fonte de halitose.
Língua Saburrosa. Dorso lingual com aparência branca e espessada devido ao acúmulo de
queratina e bactérias na superfície.
Características Histopatológicas
• Alongamento pronunciado e hiperparaceratose
das papilas filiformes.
• Frequentemente, observa-se o crescimento de
várias bactérias na supefície epitelial.
Língua Pilosa. Alongamento e hiperqueratose acentuada das papilas filiformes,
com acúmulo de bactérias na superfície.
Tratamento e Prognóstico
• A língua pilosa e a língua saburrosa são condições benignas que não
trazem sequelas relevantes.
• A preocupação principal é a aparência estética da língua,
possivelmente associada à halitose.
• Quaisquer fatores predisponentes, como tabaco, antibióticos, ou
antissépticos bucais, devem ser eliminados, e uma excelente higiene
oral deve ser efetuada.
• A descamação das papilas hiperceratóticas pode ser realizada com a
raspagem periódica ou limpeza com escova de dentes ou raspador de
língua.
• Agentes ceratolíticos, como a podofilina, também têm sido utilizados,
porém por medidas de segurança a sua utilização não deve ser
recomendada.
Varicosidades
(Varizes)
• Varicosidades ou Varizes - veias anormalmente dilatadas e tortuosas.
• A idade parece ser um fator etiológico importante. Raras em crianças,
mas comuns em adultos.
• Tal fato sugere que o seu desenvolvimento possa ser uma degeneração
relacionada à idade.
• As varizes orais não têm sido associadas à hipertensão sistêmica ou outras
doenças cardiopulmonares (estudo relaciona pacientes com varizes
nas pernas mais propensos a varizes na língua).
• Mais prevalentes em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares
e tabagismo.
Características Clínicas
• O tipo mais comum é variz sublingual, ocorre em dois terços das
pessoas com mais de 60 anos de idade.
• Varicosidades sublinguais - classicamente como vesículas papulares
ou elevadas múltiplas, azul-purpúreas, na margem lateral e no
ventre da língua.
• Aassintomáticas, exceto em circunstâncias raras quando ocorre
trombose secundária.
• Com menos frequência, varizes solitárias ocorrem em outras regiões
da boca, especialmente nos lábios e na mucosa jugal.
• Variz trombosada - aumento de volume azul-purpúreo, firme,
indolor, que pode ser semelhante a um fragmento de projétil de
chumbo abaixo da superfície mucosa.
Varicosidades. Múltiplas veias purpúreas dilatadas na superfície lateral e ventral da língua.
Varicosidade. Variz trombosada firme no lábio inferior.
Características Histopatológicas
• O exame microscópico de uma variz revela uma veia dilatada, cuja paredeexibe pouco músculo liso e tecido elástico pouco desenvolvido.
• Se a trombose secundária tiver ocorrido, a luz do vaso pode conter
camadas concêntricas de plaquetas e hemácias (linhas de Zahn).
• O coágulo pode sofrer organização com tecido de granulação, e
subsequente recanalização.
• Trombos mais antigos podem apresentar calcificação distrófica,
resultando na formação de flebólitos (phebo =veia; litho = pedra).
Tratamento e Prognóstico
• Assintomáticas e não há indicação de
tratamento.
• Nas varicosidades solitárias dos lábios e da
mucosa jugal pode haver necessidade de
remoção cirúrgica para confirmação do
diagnóstico, por causa da formação de trombo
secundário ou por razões estéticas.
EXOSTOSES
Exostoses são protuberâncias ósseas localizadas
que surgem da cortical óssea.
Crescimentos benignos frequentemente afetam a
maxila e a mandíbula.
As exostoses orais mais conhecidas são o tórus
palatino e o tórus mandibular.
Características Clínicas e Radiográficas
• Mais frequência em adultos.
• Exostoses Vestibulares - aumentos de volume ósseos bilaterais ao
longo da face vestibular dos rebordos alveolares da maxila e/ou
mandíbula.
• Exostoses vestibulares são assintomáticas (exceto por ulceração
traumática secundária).
• Um estudo mostrou que as exostoses vestibulares foram
encontradas em quase um a cada 1.000 adultos (0,09%); entretanto
um estudo mais recente encontrou uma prevalência muito maior,
de quase 19%.
• Essa variação pode ser devido a populações estudadas distintas ou
devido ao critério clínico utilizado para o diagnóstico.
Exostoses. Exostoses vestibulares múltiplas do rebordo alveolar da mandíbula e maxila.
• Exostoses palatinas (tubérculos palatinos) -
protuberâncias ósseas semelhantes que se
desenvolvem no lado lingual das tuberosidades
palatinas.
• Geralmente bilaterais, mas podem acometer
apenas um lado.
• Mais comuns nos homens, e sua prevalência
varia de 8% a 69%.
Exostoses.
A, Exostose palatina
secundariamente ulcerada.
B, Radigrafia mostrando uma
radiopacidade oval, distal ao
molar
Características Histopatológicas
• O histopatológico revela massa densa de osso
cortical lamelar com uma pequena quantidade de
medula óssea fibroadiposa.
Tratamento e Prognóstico
• O aspecto clínico é suficiente para o diagnóstico, tornando a
biopsia desnecessária.
• Em dúvidas no diagnóstico, a biópsia deve ser realizada para
excluir outras lesões ósseas.
• Exostoses estão expostas a traumatismo constante ou
quando existe ulceração e dor, há indicação de remoção.
• A remoção cirúrgica pode ser necessária para acomodar
uma prótese dentária ou permitir a adaptação apropriada
de um retalho durante uma cirurgia periodontal.
TÓRUS PALATINO
• Tórus Palatino - exostose comum que ocorre na
linha média do palato duro.
• Patogênese incerta - origem genética ou
influência de fatores ambientais (estresse
mastigatório).
• Alguns autores - tórus palatino é herdado como
AD.
• Outros – desenvolvimento multifatorial
(incluindo tanto influências genéticas como
ambientais).
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Características Clínicas e Radiográficas
Massa dura de osso que surge na linha média do palato duro .
Tórus Palatinos podem ser classificados de acordo com a sua
aparência morfológica:
- Tórus plano - base ampla e uma superfície lisa, ligeiramente
convexa. Ele se estende de forma simétrica para os dois lados da
rafe palatina.
- Tórus alongado - crista na linha média ao longo da rafe palatina.
Algumas vezes há um sulco central.
- Tórus nodular - protuberâncias múltiplas, cada uma com sua base.
Essas protuberâncias podem coalescer, formando sulcos entre si.
- Tórus lobular - massa lobulada, porém origina-se de uma base
única. O tórus lobular pode ser séssil ou pediculado.
Tórus Palatino. Nódulo ósseo na linha
média do palato duro
Tórus Palatino. Grande massa palatina
lobulada
• A maioria é pequena- menos de 2 cm de diâmetro;
podem aumentar lentamente de tamanho ao longo
da vida, às vezes ocupando toda a extensão da
abóbada palatina.
• A maioria é assintomática (alguns casos, a mucosa
de recobrimento fina pode se apresentar ulcerada
devido a um trauma).
• Em geral não aparece em radiografias dentárias de
rotina.
• Pode ser observado como uma radiopacidade em
radiografias periapicais quando o filme é colocado
por detrás do tórus durante a tomada radiográfica.
• A prevalência de tórus palatino varia muito oscilando de 9% a 60%
(critério utilizado).
• Diferenças significativas na distribuição racial, com prevalência
maior entre os asiáticos e esquimós.
• Nos Estados Unidos - prevalência de 20% a 35%, embora
provavelmente tenha sido incluído um número significativo de
lesões relativamente pequenas.
• Relação mulher-homem de 2:1.
• Os picos de prevalência ocorrem durante o início da vida adulta,
diminuindo ao longo dos últimos anos.
• Tal achado reforça a teoria de que os tórus são lesões dinâmicas, em
parte relacionadas a fatores ambientais; no decorrer da vida, alguns
podem sofrer reabsorção remodeladora em resposta ao decréscimo
do estresse funcional.
Características Histopatológicas
• O exame microscópico do tórus mostra uma
massa de osso cortical lamelar denso.
Tratamento e Prognóstico
• Diagnóstico clínico com base no seu aspecto clínico
característico (biopsia é necessária em casos raros).
• Em pacientes edêntulos, a remoção cirúrgica pode
ser necessária para acomodar a prótese.
• A cirurgia também pode ser indicada para o tórus
palatino que apresente ulceração recorrente ou que
interfira na função oral.
• Observação: tórus palatino apresenta tendência ao
desenvolvimento de osteonecrose induzida por
medicamentos.
TÓRUS MANDIBULAR
• Exostose comum ao longo da superfície lingual
da mandíbula.
• Assim como no tórus palatino, a causa do tórus
mandibular é provavelmente multifatorial,
incluindo influências ambientais e genéticas.
Características Clínicas e Radiográficas
• Protuberância óssea ao longo da superfície lingual da
mandíbula acima da linha miloióidea, na região de pré-
molares.
• Bilateral em mais de 90% dos casos.
• Nódulos únicos ou múltiplos.
• Geralmente, os pacientes não sabem que apresentam tórus
mandibular, a menos que a mucosa de recobrimento se
torne secundariamente ulcerada por trauma.
Tórus Mandibular. Protuberâncias ósseas lobuladas bilaterais no rebordo alveolar lingual da
mandíbula.
Características Clínicas e Radiográficas
• Raros casos bilaterais podem se tornar tão
grandes que quase se encontram na linha
média.
• Pode aparecer em radiografias periapicais como
uma radiopacidade superposta às raízes
dentárias, especialmente em radiografias da
região anterior (região de pré-molares
inferiores).
• São facilmente visualizados nas radiografias
oclusais.
Tórus Mandibular. Tórus acentuados “se
beijando” na linha média.
Tórus Mandibular. O tórus está causando
uma radiopacidade superposta às raízes
dos dentes inferiores.
Tórus Mandibular. Radiografia oclusal
mostrando tórus mandibular bilateral.
• Tórus mandibular < tórus palatino (prevalência variando de 5% a
40%).
• Assim como o tórus palatino, o tórus mandibular parece ser mais
comum nos asiáticos e esquimós.
• Prevalência nos EUA - 7% a 10%, com pequena diferença entre
brancos e negros.
• H>M ( pouco mais)
• O pico de prevalência do tórus mandibular ocorre no início da
vida adulta, diminuindo ligeiramente nos últimos anos.
• Prevalência temsido correlacionada tanto com o bruxismo, como
com o número de dentes presentes.
• Tais achados reforçam a teoria de que o tórus mandibular é de
origem multifatorial e responde ao estresse funcional.
Características Histopatológicas
• O aspecto histopatológico do tórus mandibular
é semelhante ao das outras exostoses,
consistindo principalmente em uma densa
massa lamelar de osso cortical.
Tórus Mandibular. Massa nodular de osso cortical denso. Alguma medula gordurosa é visível
na base do espécime.
Tratamento e Prognóstico
• A maioria dos tórus mandibulares é bem diagnosticada
clinicamente, e não há necessidade de tratamento.
• A remoção cirúrgica pode ser necessária para acomodar
uma prótese total ou parcial.
• Em alguns casos, o tórus mandibular pode recorrer se
os dentes permanecerem no local. (???)
Bibliografia
• Neville BW, Damm DD, Allen CM et al.
Patologia bucal e maxilofacial. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier; 2016.