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DIREITO REAIS DIREITOS DE VIZINHANÇA CONDOMÍNIO Aula 11 Objetivos Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: • Aplicar as normas atinentes à limitação ao direito de construir. • Compreender o conceito, os elementos e as características do condomínio; • Classificar as várias espécies de condomínio; • Identificar os direitos e deveres que surgem nos condomínios voluntário e necessário. ESTRUTURA DE CONTEÚDO Unidade 4 DIREITO DE VIZINHANÇA (continuação) 4.4. Limitações ao direito de construir Unidade 5 CONDOMÍNIO 5.1. Conceito, princípios e natureza jurídica 5.2. Classificação e características 5.3. Direitos e deveres dos condôminos Direitos de vizinhança. Uso anormal da propriedade vizinha. • Uso anormal do direito, que cause dano a alguém (CC, art. 186). • Critério do mau uso é circunstancial. • Considerar circunstâncias de cada caso, averiguando: > grau de tolerabilidade, > usos e costumes locais, > natureza do incômodo, > localização do prédio, zoneamento e pré-ocupação. Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proibem-se as interferências considerando- se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. DIREITOS DE VIZINHANÇA Ofensa à segurança. • Ofensas à segurança pessoal ou aos bens • Todos os atos que compromete estabilidade de um prédio e incolumidade de seus moradores. •Exemplo, funcionamento de indústrias que produzem trepidações danosas provocando fendas em prédios vizinhos. SOSSEGO - SAÚDE - SEGURANÇA Ofensa ao sossego. • Ruídos excessivos que tiram a tranqüilidade dos habitantes dos prédios contíguos. Exemplo: emprego de alto-falante em grande potência para transmitir programas radiofônicos, festas noturnas espalhafatosas. SAÚDE - SOSSEGO - SEGURANÇA Ofensa à saúde. Exemplos: poluição de águas pelo lançamento de resíduos; funcionamento de estábulos; emissão de fumaça. Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. Interferência prejudicial a vizinho para atender a interesse público. • Proprietário lesado não tem direito de fazer cessar ofensa à sua segurança, saúde ou sossego se justificada por interesse público • Lesante (proprietário ou possuidor) deve pagar indenização que cubra prejuízos sofridos. Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. Influência de decisão judicial sobre a tolerância. • Se interferência tiver de se tolerada por decisão judicial, pode, se possível, exigir redução ou eliminação. Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. • Ação para cessar interferencia quanto ao sossego, saúde e segurança • Proprietário pode exigir do vizinho a demolição ou reparação necessária do prédio, quando ameace ruína. Caução de dano iminente. • Dono do prédio ameaçado, enquanto não se efetiva demolição ou reparação de prédio em ruína, pode exigir caução que garanta contra possibilidade de dano iminente. • Caução • Visa assegurar ressarcimento de prejuízos antes da demolição ou reparação de prédio em ruína. Ação de dano infecto Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual. Proteção ao proprietário do imóvel contra dano iminente. • Direito de exigir garantia contra prejuízo eventual, • Proprietário de prédio não pode obstar serviços de conservação, • Pode pleitear garantia do responsável pela obra, • Ocorrido prejuízo, pode mover ação de indenização de perdas e danos. 12 Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Árvore-meia. • Arvore na linha divisória de 2 prédios vizinhos. • Presume-se pertencer em comum aos proprietários dos imóveis. • Cada proprietário confrontante é dono da metade da árvore, surgindo um condomínio necessário. • Presunção juris tantum - suscetível de prova em contrário. 13 Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Corte de raízes e de ramos. • Raízes e ramos que ultrapassam o prédio, podem ser cortados, até o plano vertical divisório • Pode ser cortado mesmo que não acarrete dano • Proprietário do terreno invadido, não precisa avisar dono da árvore. 14 Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Direito aos frutos de árvore plantada em terreno vizinho. • Frutos de árvore do prédio vizinho que caem naturalmente no terreno contíguo, pertencem ao dono do solo onde caíram. • Se caírem em via pública, serão do proprietário da árvore. 15 Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário § 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. 16 Passagem forçada como restrição legal à propriedade. • Passagem forçada x servidão • Limitação Legal imposta ao proprietário vizinho. • Fundamento no princípio da solidariedade social que reside nas relações de vizinhança • Extingue-se quando cessar o encravamento. • Direito do dono de prédio naturalmente encravado em outro, sem saída para via pública, nascente ou porto • Pode reclamar do vizinho do imóvel que mais natural e facilmente se prestar à passagem, que deixe usá-la. • Fixado judicialmente quando necessário. Passagem forçada 17 TJ/RS, Ac 2ª Cam Civ, ApCiv – 30Abr 98 “Onerosidade excessiva. Entre duas alternativas, uma com trajeto mais longo, em terreno acidentado (morros) e com obstáculos naturais, exigindo obras de terraplanagem, e outra com trajeto mais curto e em terreno sem acidentes e obstáculos naturais, prefere-se esta, visto que, aquela impunha onerosidade excessiva ao imóvel dominante, tornando, nas circunstâncias, economicamente desinteressante a atividade nele desenvolvida. Uma vez definido o trajeto no imóvel serviente, a passagem dar-se-á de modo a causar- lhe o menor ônus e embaraço possíveis, com direito à indenização prévia...” É o direito que tem o dono de prédio ... que se encontra naturalmente encravado em outro, sem saídapara via pública,... Passagem forçada 18 Conselho da Justiça Federal – Enunciado 88 (Jornada de Direito Civil - 2002) “O direito de passagem forçada, previsto no art. 1285 do CC, também é garantido nos casos em que o acesso à via pública for insuficiente ou inadequado, consideradas inclusive as necessidades de exploração econômica” 19 Decisão judicial do direito à passagem forçada. • Decisão judicial à falta de acordo quanto à forma de sua fixação (rumo, largura, pontos de passagem). • Juiz decide baseado nas necessidades e interesses dos litigantes, de modo menos oneroso para quem vai conceder a passagem. Onerosidade da passagem forçada. • Direito à passagem forçada não é gratuito. • Proprietário do prédio onde se estabelece a travessia tem direito à indenização, para composição dos prejuízos decorrentes da passagem. 20 • Proprietário deve tolerar, se necessário, passagem de tubulações, cabos ou outros dutos subterrâneos de serviços de utilidade pública em benefício da vizinhança. • Direito a indenização que abranja inclusive desvalorização da área remanescente. Instalação menos gravosa ao prédio onerado. • Proprietário que suportar passagem de cabos e tubulações, pode exigir que instalação seja feita de modo menos gravoso ao imóvel. Remoção da instalação. • Se possível, proprietário prejudicado pode requerer que passagem de tubulações seja removida, à sua custa, para outro local de seu prédio, de forma a diminuir o gravame suportado. Passagem de cabos e tubulações 21 Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. 22 Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. Obras de segurança. Se instalações da passagem de cabos e tubulações oferecerem sérios e graves riscos à segurança, o proprietário onerado tem direito de exigir que se realizem obras que os evitem. 23 Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior. • Obrigado a receber as águas pluviais ou nascentes que correm naturalmente do superior, ante a conformação do solo à lei da gravidade. • Não é obrigado a receber as águas extraídas de reservatórios, poços, piscinas ou oriundas de fábricas ou usinas, as elevadas artificialmente e as que caem dos tetos das casas Direito do proprietário do prédio superior de executar obras para escoamento de águas. • Dono do prédio superior pode efetivar obras para facilitar escoamento das águas. Ex: abertura de sulcos, desde que não piore situação do prédio inferior. Dever do dono do prédio inferior 24 Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer. Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido. Obrigação do prédio inferior de receber águas de nascente artificial. • Dono do prédio inferior, deve suportar águas das nascentes artificiais que correrem do prédio superior, mediante indenização. • Na indenização serão considerados o valor de qualquer vantagem que prédios possam retirar dessas águas. 25 25 Tapume / Tapagem • Qualquer coisa destinada a separar, vedar, proteger e impedir o devassamento do imóvel • Proprietário possui direito de tapagem • Faculdade de cercar, murar ou tapar prédio conforme normas administrativas. • Não interessa a razão do proprietário, basta desejo de tapar. Limites entre prédios e direito de tapagem. 26 26 • Fixação de limites entre prédios -> fim de individuar imóvel. • Proprietário pode constranger confinante a proceder com ele demarcação entre 2 prédios, fixando linhas divisórias e renovar marcos destruidos. • Presunção (relativa) de compropriedade de intervalos, muros, cercas e tapumes divisórios. • Condomínio necessário em paredes comuns, muros e valas. • Despesas de construção e conservação do muro repartidas proporcionalmente. Condomínio de muros divisórios 27 27 Arvores ou plantas que servem como limites de propriedades. Confrontantes impedidos de cortar arvores ou plantas que sirvam como marcos divisórios, aliviando eventuais litígios. Criação de animais de pequeno porte. Despesas a cargo de uma das partes, quando necessários em razão da presença de animais de pequeno porte. Se apenas um dos vizinhos cria animais de pequeno porte, os gastos correrão por conta deste. 28 28 Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. § 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. § 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários. § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. “Direito Civil. Direito de Tapagem. .... Obrigação propter rem. Cerca divisória entre imóveis rurais. Meação de tapumes divisórios comuns. Cobrança de despesas efetuadas pelo proprietário lindeiro. Diversidade de atividades rurais dos vizinhos confinantes. Reflorestamento e criação de gado. Substituição de cerca antiga, que imprescindia de recuperação, para impedir passagem do gado. Legalidade. São comuns os tapumes que impedem a passagem de animais de grande porte ..., sendo obrigados a concorrer para a sua construção e conservação os proprietários de imóveis confinantes, ainda que algum deles não se destine a atividade pecuária, mas a reflorestamento. Apenas na obrigação de cercar imóveis, com a construção de tapumes especiais – estes considerados como próprios para deter aves domésticas e animais como cabrito, porcos, carneiros, em seus limites – é que seria indevida a meação do valor gasto com os reparos neles realizados (STJ, Ac unân. 3ª T., Resp 238559/MS...j. 20.04.01) 30 30 Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicaráa um deles, mediante indenização ao outro. Regras aplicáveis aos conflitos de limites. • Demarcação realizada com base nos títulos apresentados. • Se títulos são insuficientes para dirimir dúvida, prevalece aquele que tem a justa posse. • Divisão realizada de forma equitativa, se persistir dúvida. • Adjudicação da área a um dos vizinhos mediante indenização ao outro, se divisão não atender aos litigantes. 31 31 Usucapião da área limítrofe. Se área em litígio estiver sendo exercitada com exclusividade há muito tempo por um dos vizinhos, com pacificidade e animus domini, poderá alegar usucapião em defesa, obstaculizando a pretensão demarcatória (Súmula 237 STF) Súmula 237 STF O usucapião pode ser arguido em defesa. 32 Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. • Faculdade inerente ao direito de propriedade, • Tal direito não pode ser exercitado de modo irrestrito. Limites ao direito de construir a) Limitações oriundas de cláusulas contratuais; b) Observância dos regulamentos administrativos; c) Direitos de vizinhança; d) Função social da propriedade. Direito de Construir 33 a) Limitações oriundas de cláusulas contratuais; • Cláusulas restritivas ao direito de construir em contratos de compra e venda de imóveis • Comum em loteamentos de condomínios horizontais visando manter padrão das futuras construções Ex: construção de imóveis somente residenciais, proibição de construção de imóveis multifamiliares etc b) Observância dos regulamentos administrativos; • Regulamentações do Poder Público visando tutela da segurança, higiene e estética das habitações. • Direito de construir subordinado a preceitos urbanísticos, delimitados pela municipalidade 34 c) Direitos de vizinhança; • Restrições consignadas em normas civis ou convenções particulares. • Obrigação de ressarcir dano que construção causar ao vizinho. • Responsabilidade objetiva pelo dano em virtude de construção, independentemente de culpa. d) Função social da propriedade. • Imóvel deixa de atender sua função social. • Impõe ao proprietário edificação compulsória em imóvel subutilizado ou não utilizado • Decisão política, objetivada no plano diretor. “Constitucional. Administrativo. Civil. Direito de construir. Limitação administrativa. I – O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade: CF; art 5º, XXII e XXIII. Inocorrência de direito adquirido: no caso, quando foi requerido o alvará de construção, já existia a lei que impedia o tipo de imóvel no local. II – Inocorrência de ofensa aos §§ 1º e 2º do art. 182, CF. III – inocorrência de ofensa ao princípio isonômico, .... Ademais, o fato de ter sido construído no local um prédio em desacordo com a lei municipal não confere ao recorrente o direito de, também ele, infringir a citada lei. ... (STF, Ac 2ª T., RE 178836/SP, j. 08.06.99) 36 Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. Águas e Beirais • Prédio não pode despejar água diretamente sobre prédio vizinho. • Distancia entre beiral e prédio vizinho de 10 cm, para escoamento das águas. (Código de Águas, art. 105) • Águas pluviais provenientes do beiral e do telhado devem ser despejadas no solo do próprio prédio e não no do vizinho 37 Devassamento da propriedade vizinha. • Proprietário lesado pelo gotejamento do prédio vizinho direto em sua propriedade ou pela abertura de janelas, terraço ou varanda a menos de metro e meio dos limites de seu imóvel pode embargar a obra. • Visa preservar intimidade das famílias, resguardando da indiscrição dos vizinhos. • Excluída da proibição aberturas para luz ou ventilação, não maiores de 10cm/20cm construídas a mais de 2 metros de altura. 38 Devassamento da propriedade vizinha. • Ocorrendo invasão de pouca monta, que não prejudique utilização econômica do imóvel invadido, o infrator não será condenado a demolir, mas indenizar lesado, pelo valor da área que invadiu. • Jurisprudência admite abertura de janelas a menos de metro e meio quando existir muro alto entre prédios. • Admitida abertura de portas a menos de metro e meio. 39 Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. § 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros. § 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso. 40 Impugnação das obras • Prazo decadencial de ano e dia após conclusão da obra para impugnação de janelas. • Findo prazo, não poderá edificar sem atender ao disposto, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho • Nas aberturas para luz, vizinho pode, a todo tempo, levantar edificação ou contramuro, vedando a claridade. 41 Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade. 42 Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho. Construção em zona rural. • Não pode edificar a menos de 3 metros do terreno vizinho. • Jurisprudência tem admitido janelas colocadas a uma altura que torne impossível observar propriedade vizinha. 43 Parede-meia •Proprietário que primeiro edificar pode assentar parede somente no seu terreno ou até meia espessura no terreno vizinho. • Na primeiro caso, a parede pertencerá ao primeiro proprietário exclusivamente. • Na segunda, a parede será de ambos os proprietários. • Dono do terreno invadido tem direito de travejar, pagando metade do valor da parede para quem construiu. 44 Parede-divisória • Integram estrutura do edifício, na linha divisa. • Parede é elemento de sustentação e vedação • Diferente do muro divisório, que é obra de vedação, regida pelas disposições dos tapumes. 45 Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade do alicerce. Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção anterior. 46 Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesmanatureza, já feitas do lado oposto. Finalidade de garantir estrutura e solidez do prédio (parede- meia) 47 Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes. Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais. 48 Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acautelatórias. Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias. • Visa proteger solidez de um prédio • Somente permite início da obra quando demonstrado que obras acautelatórias evitarão lesão ao imóvel vizinho • § ú – Adota o teoria do risco da atividade perigosa “Civil. Obrigação de fazer. Construção de muro destinado a separar os imóveis lindeiros. Divisão das despesas. Aterro feito pelo imóvel de nível superior. Desabamento da construção. Dano moral caracterizado. Dever de indenizar...1) É direito do proprietário do imóvel cercar, murar, valar ou tapar seu prédio e obrigação do vizinho confinante proceder com ele a demarcação dividindo proporcionalmente as despesas. 2) O proprietário do imóvel confinante, posicionado em nível superior, que não contribui com a construção de muro feito pelo vizinho lindeiro apenas para separar imóveis; que se nega a drenar e canalizar as águas que produz e que corre para prédio de nível inferior; e que faz aterro para nivelar seu imóvel permitindo que as águas que recebe fiquem retidas junto do muro, que vem a desabar atirando entulhos e águas pluviais por sobre o imóvel do vizinho, assume a obrigação de reparar o dano... (TJ/DF, Ac 2a Turma Recursal, Ap Civ. 20040610018964) 50 Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos. • Construção concluída > Ação demolitória (prazo de ano e dia). • Construção em curso > Embargo de obra nova • Pode cumular com indenizatória (em qualquer caso) Ação Demolitória x Ação de Dano Infecto • Demolitória – decorre de obra nova (concluída) com prejuízo a vizinhos • Dano Infecto – Cessar interferência quanto ao sossego, saúde e segurança – tbem para construção velha que ameaça ruir. GJFFGJFF 51 Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para: I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório; II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente. § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca viva. § 2o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel. § 3o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento. Condomínio Art 1314 a 1358 CC Condomínio - conceito • Situação fática que ocorre quando a coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes. • Cada consorte é proprietário da coisa toda, delimitado pelos iguais direitos dos demais condôminos, na medida de suas quotas. Condomínio – Natureza Jurídica Teoria da propriedade integral ou teoria individualista: • Cada condômino é proprietário de toda a coisa e o exercício do direito de propriedade é limitado pelos direitos dos outros condôminos. • Sistema adotado pelo direito brasileiro. Princípio da Exclusividade da Propriedade • Princípio referente ao domínio > não pode haver mais de um domínio sobre o mesmo bem • Cada um dos proprietários detém fração ideal do todo. • Cada condômino possui uma cota (abstrata) • Condômino exerce domínio na integralidade e não apenas na proporção de sua fração ideal. • Condômino pode isoladamente reivindicar coisa de terceiro que injustamente a possua, sem necessitar da autorização dos outros consortes Classificação Qto à Origem Convencional • Se resultar do acordo de vontades dos consortes Incidente ou Eventual • Quando ocorrer em razão de causas alheias à vontade dos condôminos • Formação do condomínio ocorre por vontade de terceiros, ex: o doador ou testador Ex: Testador deixa legado à vários legatários Forçado ou Legal ou Necessário ou Involuntário • Quando derivar de imposição legal, como consequência do estado de indivisão da coisa. Ex: paredes, cercas, muros e valas (art. 1327 CC) etc Classificação Qto à Forma Pro diviso • Comunhão existe juridicamente, mas não de fato, • Cada comproprietário tem parte certa e determinada do bem. Ex: condomínio de edifícios de apartamentos. • Consorte age como dono exclusivo da porção ocupada Pro indiviso • Comunhão perdura de fato e de direito; • Não há localização de partes certas determinadas, é tudo de todos. • Não se localizam individualmente no bem, que se mantém indiviso. Classificação Qto à Necessidade Condomínio transitório • Condomínio convencional ou eventual pode ser extinto a qualquer tempo com a vontade das partes Ex: Enquanto estiver em curso a ação de inventário, até a partilha. Condomínio permanente • Comunhão perdura no tempo, tendendo a perpetuidade. • É o legal. vai perdurar enquanto persistir situação que os determinou. • Ex: paredes, cercas, muros e valas, etc. Classificação Qto ao objeto Condomínio universal • Comunhão sobre todo o bem • Abrange todos os bens (frutos e rendimentos) Condomínio parcial • Comunhão sobre parte do bem. • Incide sobre coisa determinada Ex: cercas. Do condomínio voluntário Dos direitos e deveres dos condôminos Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. Condomínio e comunhão. Comunhão • Qdo determinado direito pertencer a várias pessoa ao mesmo tempo Condomínio ou compropriedade • Qdo determinado direito recair sobre direito de propriedade. Direito de usar da coisa comum conforme sua destinação. • Cada consorte pode usar a coisa conforme seu destino ou utilização prática. • Não pode impedir que demais condôminos possam também exercer seus direitos sobre ela Defesa da posse da coisa comum. • Cada condômino (compossuidor) pode defender a posse contra outrem (outro condômino ou terceiro) recorrendo às ações possessórias. • Ação intentada pelo consorte versa sobre todo imóvel indiviso e não somente sobre a fração ideal. • Sentença aproveita a todos os comunheiros e não apenas ao autor. Reivindicação da coisa comum contra terceiro. • Condômino pode reivindicar todo bem indiviso e não apenas fração ideal. • Independe dos demais consortes, mesmo contra vontadedeles. Alienação da parte indivisa na coisa comum • Cada consorte pode alhear respectiva parte indivisa • Deve respeitar direito de preferëncia dos demais condôminos. Gravame da parte indivisa. • Condômino tem direito de gravar parte indivisa, se divisível for a coisa. • Não pode hipotecar, p. ex., a propriedade sob condomínio, em sua totalidade, sem consenso dos demais comproprietários. Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Proibição de alteração da coisa comum. • Condômino não pode alterar coisa comum ou desvirtuar sua destinação, sem consentimento dos demais, ainda que seja para valorização. Ex: Vedada transformação de casa residencial em loja sem anuência dos demais condôminos. Concessão a estranho da posse da coisa comum. • Condômino não pode, sem consentimento dos demais, dar posse, uso e gozo da coisa comum a estranho. • Consortes têm iguais direitos sobre totalidade da coisa, o uso e gozo não pode ser desmembrado em prol de terceiro sem anuência dos demais. • Condômino pode reivindicar sem autorização dos outros, retomando imóvel comum locado indevidamente, configuradas circunstâncias legais. Art. 1.315. 0 condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. Pagamento das despesas de conservação ou de divisão da coisa comum. • Consorte concorre, proporcionalmente, para despesas de conservação (demarcação, reparação, remuneração de vigilante, impostos e taxas) ou de divisão do bem (custas judiciais, honorários advocatícios etc.) • Deve repartir os frutos e suportar os ônus a que estiver sujeito. Presunção “iuris tantum” da igualdade de quotas ideais. • Quota ideal > Elemento que possibilita calcular montante das vantagens e ônus conferidos a cada um dos consortes. • Quota ideal condominial fixada no título do condomínio; • Presunção de quinhões iguais para efeito de partilha dos frutos, caso fração ideal não esteja fixada no título (art. 1.326 CC). • Presunção relativa (iuris tantum) por admitir prova em contrário. • Condômino pode provar a quantidade de quotas condominiais e direito a distribuição das vantagens e ônus de acordo com seu valor e não em partes iguais. Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum. Débito contraído por todos os condôminos. •Dívida contraída pelos condôminos, sem discriminação da responsabilidade de cada um deles e sem estipulação da solidariedade => Cada condômino responde pela sua quota-parte. Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais. Dívida contraída por um condômino em proveito da comunhão. • Condômino que contrair dívida em proveito da comunhão, responde, pessoalmente, com direito de regresso contra demais condôminos. • Credor pode exigir cumprimento do negócio somente do consorte que contraiu débito. • Acionado pode reembolsar-se pelos outros consortes, se todos foram beneficiados • Se nenhum deles anuir em reembolsar, divide-se a coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão (CC, art. 1.316, § 2º). Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou. Utilização dos frutos da coisa comum. • Condôminos podem usar a coisa comum, retirando seus frutos. • Condômino responde aos outros pelos frutos percebidos, sem autorização e pelos prejuízos que causar. • Se condômino habitar casa comum, deve pagar, a título de aluguel, a parte correspondente ao quinhão de cada um. • Se consorte danificar imóvel, deve pagar prejuízo proporcionalmente à quota-parte de cada comunheiro. • Condomínio pode ser extinto, exceto nos casos de condomínio forçado e de coisa indivisível. Extingue-se o condomínio ordinário a) Em 5 anos, no condomínio consensual, podendo ser prorrogado. b) Em 5 anos, no condomínio eventual estabelecido pelo doador ou testador. c) Antes do prazo, pelo juiz, por razões graves. d) Pela venda da coisa. • Extinto o condomínio, procede-se divisão da área condominial • Pode ser amigável (escritura pública) ou judicialmente • Regras de divisão do condomínio seguem, no que couber, regras de partilha da herança. Extinção do Condomínio § 1º Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. § 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. § 3º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. Extinção do Condomínio Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022). Venda da coisa comum. • Possível vender coisa comum, amigável ou judicialmente, se consortes não quiserem adjudicar a um só, indenizando demais ou se divisão for imprópria à destinação do bem, (art. 730 Novo CPC), • Preço repartido entre condôminos proporcionalmente. • Observar as preferências > Condômino prefere ao estranho; > Consorte que tiver benfeitorias de maior valor > Consorte que tiver maior quinhão. Licitação em caso de ausência de benfeitorias e quinhões iguais. • Qdo nenhum dos condôminos tiver feito benfeitorias, e de quinhões iguais • Procede-se licitação entre estranhos. • Antes da adjudicação, deve-se efetuar licitação entre condôminos, para adjudicar ao de melhor oferta. • Prefere-se o consorte a um estranho em condições iguais. Extinção de condomínio de coisa indivisível Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior. Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho. Extinção de condomínio de coisa indivisível Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é. Administração do Condomínio Administração da coisa comum. • Comunheiros devem escolher administrador, estranho ou não, que será o procurador comum; • Tudo que administrador fizer obriga a todos. • Administrador representa ativa e passivamentecondomínio (NCPC, art. 75, XI). • Condôminos deliberam sobre regime da administração, delimitação de poderes, remuneração, funções do administrador e prestação de contas. Locação da coisa comum. • Comunheiros decidem sobre valor do aluguel. • Condômino tem preferência ao estranho. • Se mais de um consorte, com ofertas idênticas ao estranho, tem preferência o que tiver benfeitorias mais valiosas, depois o que possuir maior quinhão. Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se representante comum. Mandatário comum. • Presume-se mandatário comum aquele que, por iniciativa própria, assumir gestão da coisa sem oposição dos demais. • Não é administrador, mas mandatário. • Por mandato tácito representa os demais, devendo prestar contas de seus atos, com direito de reembolso das despesas feitas em prol do condomínio. Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. § 1º As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta. § 2º Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros. § 3º Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente. Cálculo da maioria. • Pelo valor dos quinhões e não pelo número dos comunheiros. Maioria absoluta. • Deliberações tomadas por maioria absoluta (mais da metade do total). Impossibilidade de se alcançar maioria absoluta ou empate na deliberação. • Condômino pode remeter decisão ao juiz, ouvidos os condôminos. Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipulação ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões. Partilha dos frutos da coisa comum. • Frutos distribuídos na proporção dos quinhões, salvo disposição em contrário, contrato ou testamento. Caso Concreto Selma, proprietária de uma unidade localizado no Condomínio do Edifício Vivendas do Sol, localizado no Recreio dos Bandeirantes, resolveu ocupar parte da área térrea contínua a sua área de serviço; a utilização já perdura por mais de 5 (cinco) anos. A área, que é utilizada por Selma, pertence a área comum do condomínio edilício. Na qualidade de proprietária do imóvel, ela recentemente construiu um muro no local, impedindo que os demais condôminos e os respectivos funcionários do condomínio tenham acesso à área em questão. O síndico do condomínio, a pedido dos demais condôminos, (decisão em Assembleia) ingressa com uma Ação Judicial objetivando a demolição do muro construído. Ao tomar conhecimento do fato Selma, imediatamente, ingressa com uma Ação Judicial para ver reconhecida a usucapião da respectiva área. INDAGA-SE: A - Diante do caso narrado, a legislação brasileira e/ou a jurisprudência prevê á possibilidade jurídica de Selma ter a sua pretensão judicial julgada procedente? Explique a sua resposta com a devida fundamentação jurídica B - A legislação brasileira permite que o condômino pode utilizar-se de área comum do Condomínio com exclusividade impedindo o uso dos demais? Há exceções previstas na legislação vigente? Explique as indagações com as respectivas respostas fundamentadas. Questão objetiva 1 (PC GO 2008) Na tutela dos direitos reais, distingue-se a proteção à posse daquela conferida especificamente ao domínio. Entretanto, admite o ordenamento jurídico brasileiro a tutela daquela com fundamento neste. Assim, considerando-se a disputa da posse com base no domínio, é CORRETO no direito brasileiro: a. Não se deve julgar a posse em favor daquele a quem evidentemente não pertencer o domínio, em razão de dispositivo expresso de lei. b. Não provado o domínio por qualquer das partes, não há que se aplicar, em caráter absoluto, o favor do domínio evidente. c. A ação em que o autor pleiteia a posse fundada no domínio tem natureza possessória em razão do pedido. d. O pleito de posse fundado no domínio tem natureza petitória em razão da causa de pedir, além do pedido. Questão objetiva 2 (TJAL 2008) Silvana, Teresa e Sandra adquiriram uma casa em região praiana com o objetivo de lá se hospedarem em finais de semana, férias e feriados, exceto no período de março a agosto, em que nenhuma das três utilizará a casa. Diante dessa situação, assinale a opção correta. a. Se ficar acordado que Silvana passará as férias de janeiro na casa, não é preciso autorização das demais condôminas para que ela empreste a casa a uma amiga naquele período. b. Considerando que nenhuma das três utilize a casa no período de março a agosto, se Teresa resolver alugá-la temporariamente a uma clínica de estética, cujo imóvel esteja em reforma, nada obstará esse comportamento, desde que o lucro obtido seja repartido entre as três condôminas. c. A situação descrita na situação hipotética é exemplo de elisão do princípio da exclusividade que se dirige ao domínio, dado o estado de indivisão do bem entre as três condôminas. d. Se Silvana possuir o maior quinhão, terá preferência legal na administração do imóvel. e. Caso Sandra contraia dívida em proveito do condomínio durante sua estada no imóvel, só ela ficará obrigada ao pagamento diante do terceiro.
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