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T2- Determinação da Área Superficial - G1

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Universidade de São Paulo
Escola de Engenharia de Lorena - EEL
Equipamentos Disponíveis no Mercado para a Determinação da Área Superficial de Sólidos
Professora: Marivone Nunho Sousa
Grupo 1:
Aldo Luis Gama de Lima - 7966000
Allexia Giovanna Passos Souza – 7965076
Isabela Sant Anna Silva – 8060127
Jaqueline Tuono Balidas - 8121368
Jessica Yumi Ferreira Murakami de Jesus – 7657916
Lorena, 23 de agosto de 2016
Introdução:
A adsorção é um processo de separação sólido-líquido ou sólido-gás, onde componentes presentes em baixas concentrações na fase fluida são transferidos para a superfície do adsorvente, mediante interações físicas ou químicas. A eficiência desse fenômeno depende da área superficial do sólido, onde uma grande área superficial fornece uma grande capacidade de adsorção. 
O fenômeno de adsorção é utilizado em nosso dia a dia em atividades muito simples, tal como a purificação de água para uso doméstico, que utiliza carvão ativado para remover suas impurezas. 
Catalisadores heterogêneos também funcionam por processo de adsorção, adsorvendo moléculas em sua superfície, enfraquecendo as ligações químicas existentes nesta molécula e quebrando-a, tornando-a apta para formar os produtos de interesse.
Outro exemplo importante do uso da técnica de adsorção é a caracterização da textura de diversos materiais, como a adsorção de gases para determinar a área superficial e a distribuição do tamanho dos poros de pós e materiais porosos, utilizando equipamentos específicos como por exemplo o ASAP 2020.	
Existem ainda muitas outras aplicações para o processo de adsorção: tratamento de resíduos industriais, remoção de corantes para recuperação de solventes, filtros e catalisadores de automóveis, tratamento de efluentes, na indústria alimentícia para remoção de cores, sabores e odores indesejáveis, etc.
Porosidade:
A porosidade é definida como a razão entre o volume de poros/vazios pelo volume total do sólido.
Figura 1 - Tipos de poros (Rouquerol,1990)
Na figura hipotética acima, o poro denominado C (closed) representa o poro fechado onde sua cavidade não está conectada com a superfície. O poro B (blind) representa o poro cego que faz apenas uma ligação com a superfície. O poro I (interconnected) representa o poro interconectado, ou seja, possui ligação com outros poros (ROUQUEROL,1999).
Apenas os poros interconectados contribuem efetivamente para o transporte de matéria através do sólido. Os poros cegos contribuem muito pouco e os poros fechados não contribuem para o transporte.
Classificação dos poros:
Todos sólidos podem ser classificados em porosos ou não porosos. Sólidos porosos são aqueles que possuem elevada área superficial e elevado volume de poros enquanto os sólidos não porosos são aqueles que possuem baixa área superficial e baixo volume de poros. O tamanho dos poros determina o quanto as moléculas de adsorbato conseguem acessar a superfície interna de adsorção, portanto o poder de adsorção do adsorvente depende dessa propriedade (ROUQUEROL,1999). Assim, os poros podem ser classificados de acordo com seu tamanho (IUPAC):
-Macroporos - amplitude > 50 nm;
-Mesoporos - 2 < amplitude < 50 nm;
-Microporos - amplitude < 2 nm
Equipamentos:
ASAP 2020 Micromeritics:
Sistema Acelerado de Área Superficial e Porosimetria
Figura 2 - ASAP 2020
Realiza análises de área de superfície principalmente por isotermas BET, de volume de poros e distribuição de meso e microporos. 
Uma amostra do material sólido ou pó é resfriada sob vácuo a temperaturas muito baixas (77 K) e exposta a um gás, no caso Nitrogênio, sob uma série de pressões. 
Com o aumento gradual da pressão, o número de moléculas de gás adsorvido sobre a superfície aumenta, a pressão de equilíbrio é medida e a lei universal de gás é aplicada para determinar a quantidade de gás adsorvido. A medida que a adsorção continua a espessura da camada adsorvida aumenta preenchendo os microporos, recobrindo completamente a superfície livre e por último ocupando os poros maiores. O processo deve continuar até o ponto de condensação total do gás de análise. Em seguida o processo de dessorção deve começar no ponto em que a pressão é sistematicamente reduzida resultando na liberação das moléculas adsorvidas.
Assim como ocorre no processo de adsorção a quantidade de gás na superfície do sólido é quantificada. Estes dois conjuntos de dados descrevem as isotermas de adsorção e dessorção e produzem informações sobre as características da superfície e dos poros do material.
Esse equipamento possui a capacidade de utilização de gases diversos, realiza as análises de forma rápida e precisa mantendo a integridade do produto, além de precisar de manutenção mínima e de baixo custo.
ASAP 2020C: 
Figura 3 - ASAP 2020C
O Analisador ASAP 2020C é um equipamento volumétrico que utiliza técnica de adsorção física para as determinações de área superficial e volume de poros e adsorção química para as determinações de área metálica e dispersão.
Aplicações:
Carvão Ativado:
Ao falar em adsorção, é importante destacar o carvão ativado, o qual nos dá exemplos de fenômenos de adsorção em nosso dia a dia, sendo utilizada em filtros para a purificação de água, desodorização, desintoxicação, filtração, descoloração, desclorificação, remoção de substâncias orgânicas e inorgânicas etc. Essas aplicações fazem do carvão ativado um produto de grande interesse para muitos setores econômicos nas mais diversas áreas, como alimentícia, farmacêutica, química, petrolífera, nuclear, automobilística, mineração, tratamento de água potável, água industrial e do ar atmosférico.
O carvão ativado é um material carbonáceo de estrutura porosa, apresentando uma pequena presença de heteroátomos, principalmente oxigênio, ligados aos átomos de carbono. É caracterizado por possuir uma elevada área superficial específica e porosidade altamente desenvolvida, o que lhe confere a capacidade de adsorver moléculas presentes tanto em fase líquida quanto gasosa (MACEDO, 2005).
A primeira aplicação do carvão ativado no setor comercial ocorreu na Inglaterra, em 1974, como agente de descoloração na indústria de produção do açúcar. A primeira aplicação em grande escala ocorreu em 1854, quando o prefeito de Londres ordenou a instalação de filtros de carvão vegetal em todos os sistemas de ventilação de esgotos para eliminar os odores desagradáveis. Em 1872, máscaras gasosas com filtros de carvão foram usadas em indústrias químicas para impedir a inalação de vapores de mercúrio (BRANDÃO, 2006). Já o termo adsorção foi utilizado pela primeira vez em 1881 por Kayser para descrever a captação de gases por carvões. Na mesma época, R. von Ostrejko descobriu os carvões ativados como são conhecidos atualmente e, em 1901, patenteou dois diferentes métodos de produção, que hoje são a base dos processos de ativação química e ativação física utilizados industrialmente. A primeira guerra mundial estimulou o desenvolvimento da produção e aplicação do carvão ativado, que foi utilizado em máscaras de proteção contra gases venenosos.
Devido a sua alta porosidade, o carvão ativado é largamente utilizado na separação de gases, tratamento de efluentes, recuperação de solventes, entre outras funções. Com o aumento da preocupação em torno da poluição ambiental e conservação do ar e dos recursos hídricos, ao longo dos anos, vem crescendo a utilização do carvão ativado como método de adsorção em sistemas de tratamento de efluentes.
Nas industrias pode-se utilizar o carvão na forma de pó (CAP) ou em forma de grânulos (CAG), na tabela abaixo pode-se observar as utilidades, as vantagens e desvantagens de cada um.
Tabela 1: Principais usos, vantagens e desvantagens do CAP e do CAG
Fonte: CRITTENDEN et al. (2005)
Zeólito:
As zeólitas englobam um grande número de minerais naturais e sintéticos que apresentam características comuns. Constituem um grupo numeroso de minerais que possuem uma estrutura porosa. São conhecidas mais de 80 espéciesde zeólitos naturais e mais de 150 artificiais. São aluminosilicatos hidratados de metais alcalinos ou alcalinos terrosos (principalmente sódio, potássio, magnésio e cálcio), estruturados em redes cristalinas tridimensionais, compostas de tetraedros do tipo TO4 (T = Si, Al, B, Ge, Fe, P, Co) unidos nos vértices através de átomo de oxigênio. 
A estrutura das zeólitas apresenta canais e cavidades interconectadas de dimensões moleculares, nas quais se encontram os íons de compensação, moléculas de água ou outros adsorbatos e sais. Esse tipo de estrutura micro porosa confere às zeólitas uma superfície interna muito grande, quando comparada à sua superfície externa. A estrutura da zeólita permite a transferência de matéria entre os espaços intracristalinos, no entanto, essa transferência é limitada pelo diâmetro dos poros das zeólitas. Dessa forma, só podem ingressar ou sair do espaço intracristalino aquelas moléculas cujas dimensões são inferiores a um certo valor crítico, que varia de uma zeólita a outra.
A estrutura das zeólitas confere às mesmas propriedades de grande importância para os processos industriais, tais como: 
a) alto grau de hidratação; 
b) baixa densidade e grande volume de vazios quando desidratada;
c) estabilidade da estrutura cristalina, quando desidratada; 
d) propriedades de troca catiônica; 
e) canais uniformes nos cristais desidratados; 
f) condutividade elétrica;
g) adsorção de gases e vapores e 
h) propriedades catalíticas.
A alta eficiência de adsorção das zeólitas está relacionada com a grande superfície interna, devido à sua estrutura cristalina ser caracterizada por cavidades espaçosas. A grande capacidade de troca catiônica das zeólitas deve-se ao desequilíbrio de cargas que atrairão o cátion mais próximo, de maneira a manter a neutralidade.
Usos em Função das Propriedades de Adsorção:
a) Dessecação/aquecimento solar/refrigeração Controle de umidade a níveis onde outros dessecantes, tais como os géis de silica e alumina, são menos eficientes. A clinoptilolita e chabazita são usadas como armazenadores e fornecedores de calor proveniente da energia solar. A desidratação durante o dia e sua hidratação durante a noite podem resultar numa troca de calor suficiente para resfriar ou aquecer ambientes.
b) Purificação e separação industrial de gases, a chabazita tem sido usada para purificar gás metano através da remoção de contaminantes, tais como água, SO2, CO2. Desde 1968 que os Estados Unidos vêm utilizando industrialmente a mordenita na adsorção de CO2 de gás natural.
 c) Controle de odor, as zeólitas têm sido utilizadas para controlar o odor resultante da exalação de amônia e gás sulfídrico, em áreas onde se pratica a criação de animais confinados. 
d) Catálise Igualmente à adsorção, as reações catalíticas ocorrem no interior das cavidades dos minerais de zeólita. As mais eficazes na catálise são aquelas que têm poros de tamanho grande; entretanto, zeólitas com essa característica, tal como a faujasita, não ocorrem na natureza em quantidade que justifique uma exploração comercial. Dessa forma, predomina nos processos industriais de catálise o uso da zeólita sintética, exceção feita à Hungria, onde se usa a mordenita e a clinoptilolita modificada, para catalizar a isomerização do xileno.
e) Nutrição animal, a utilização de 5 a 10% de clinoptilolita e mordenita na dieta alimentar de animais (galinha, porco, bezerro) mostrou-se eficaz no ganho de peso e controle de doenças intestinais. Trabalhos realizados quanto à função bioquímica das zeólitas na nutrição parecem indicar que a propriedade adsorvente da zeólita faz com que as moléculas do nutriente sejam retidas no sistema de digestão animal por um período mais prolongado permitindo assim, um uso mais eficiente da alimentação.
Catalisador heterogêneo – VK/Al:
A alumina é um material estrutural importante, com ampla aplicação técnica. É muito usada como suporte de catalisadores devido a suas propriedades texturais favoráveis e características intrínsecas ácido-base. Particularmente, -alumina que apresenta grande área, estrutura porosa e acidez superficial, é um importante suporte catalítico nas indústrias automobilísticas e petrolíferas (Misra,1986; Ma e Zhu, 2009; Wang et al., 2009). A boehmita, ou óxido-hidróxido de alumínio (AlOOH), por exemplo, é um dos mais importantes precursores de suportes de catalisadores industriais, a -alumina. O uso da -alumina como suporte catalítico têm sido extensivamente investigado em diversos processos industriais, principalmente nas indústrias automobilísticas e petrolíferas. A importância da-alumina como um suporte catalítico está relacionada ao fato dela ser um material poroso, uma vez que a estrutura interna de materiais porosos apresenta grande importância no desenvolvimento de catalisadores eficientes e seletivos. Isto porque muitas reações industriais catalíticas heterogêneas procedem na área superficial interna dos sólidos e a difusão dos reagentes para o espaço confinado de poros irregulares pode ser, muitas vezes, o passo determinante do processo de transferência de massa em comparação com a taxa de reação química (Satterfield, 1970; Thomas e Thomas, 1996).
Óxidos metálicos do grupo V suportados em -alumina têm uma grande variedade de aplicações catalíticas no refino do petróleo. Muito se tem discutido sobre a natureza dos sítios ativos dos catalisadores de vanádio, sua interação com o suporte e com as espécies químicas a serem catalisadas. Diversos estudos físico-químicos têm sido realizados para a caracterização do sistema VOx-suportado com o objetivo de esclarecer estas questões e ao mesmo tempo direcionar as pesquisas que levem à maximização de suas propriedades catalíticas. 
Tradicionalmente, os catalisadores suportados são vistos como um material inerte que não só proporciona uma superfície para a dispersão das espécies ativas sobre o suporte (metal/metal), como também apresentam propriedades físicas e químicas que são consideradas os principais contribuintes para a atividade catalítica resultante. A textura porosa do suporte (volume de poros, distribuição do tamanho de poros e área específica) tem influência tanto nas etapas de preparação dos catalisadores como durante seu uso em reação por estar intimamente vinculada com as características de difusividade nos poros pelo reagente. As propriedades físicas dos suportes estão relacionadas com a dispersão do metal, e as químicas, não só com a dispersão, mas também com os efeitos eletrônicos (Reddy e Varma, 2004). Em geral, a influência de parâmetros como: método de preparação, natureza do suporte, componentes ativos e tratamento térmico (calcinação e posterior impregnação) podem modificar grandemente as propriedades superficiais e as propriedades catalíticas dos sistemas de vanádio suportado (Komanduret al., 2003). 
A geração de catalisadores de óxidos de metais altamente dispersos em suportes bem definidos é uma abordagem promissora para modelos de sistemas para a investigação de princípios fundamentais em oxidação catalítica heterogênea. A vantagem dos óxidos metálicos suportados se deve a uma melhor estabilidade térmica de certas estruturas do óxido do metal, o qual não é disponível sob condições catalíticas e também a uma área superficial maior. Esta última permite a separação e a grande dispersão dos sítios cataliticamente ativos. Entretanto o comportamento catalítico dos óxidos de metais suportados depende tanto da natureza do óxido suportado, quanto também da quantidade de catalisador utilizado. Vários estudos relatados na literatura têm sido dedicados para investigar os óxidos de vanádio suportados para compreender melhor a influência do material suportado (Scholzet al., 2013)
A textura do sólido catalisador é extremamente importante para a atividade e seletividade catalíticas. A área superficial determina a acessibilidade dos reagentes aos sítios ativos, bem como a quantidade destes. O formato dos poros e sua dimensão controlam os fenômenos difusionais de adsorção dos reagentes, dessorção dosprodutos formados e governam a seletividade numa reação catalítica (Bond, 1962).
Basicamente, as técnicas de adsorção envolvem a determinação da quantidade de gás necessária à formação de uma camada monomolecular na superfície analisada. A quantidade de moléculas necessárias para formação desta única camada pode ser calculada através do volume de gás (Vm) requerido para recobrir inteiramente a superfície do sólido (Lowel, 1982).
A fisissorção de moléculas de gás baseia-se na atração de moléculas para a superfície por forças de dispersão, forças de repulsão de curto alcance e forças devido a dipolos permanentes dentro da molécula adsorvida. Ao contrário da quimissorção, não ocorre transferência de elétrons entre a molécula adsorvida e o sólido (Gregg, Sing, 1967; Singet al., 1985). Assim, a fisisorção é capaz de detectar todos os sítios superficiais acessíveis para as moléculas de gás e não apenas aqueles sítios que possuem alguma propriedade especial, por exemplo, sítios "ácidos" (Gregg, Sing, 1967). Gases adequados para a fisissorção de N2 incluem benzeno, tolueno, óxido nitroso, vapor de água e gases inertes como argônio, criptônio e xenônio (Felleret al., 1992; Gregg, Sing, 1967). Supõe-se que uma molécula de gás ocupa uma área definida da superfície. Se a quantidade de gás que é necessária para cobrir a superfície total da amostra em camadas amonomoleculares, assim chamadas de monocamadas, é conhecida, a área superficial específica da amostra pode ser calculada. (Singet al., 1985).
Se a quantidade de um gás de adsorção sobre uma superfície é medida ao longo de uma vasta gama de pressões relativas, a uma temperatura constante, uma isoterma de adsorção é obtida. Da mesma forma, uma isoterma de dessorção pode ser obtida através da medição das quantidades de gás removida da superfície, quando a pressão é relativamente reduzida (Brunaueret al.,1940).
Adsorção para a remoção de corante de efluente da indústria têxtil:
Este estudo contemplou a análise de tratamentos não biológicos de uma solução sintética de corante usual na indústria têxtil, Remazol Brilliant Blue R, mediante o processo físico de adsorção com carvão ativado. A adsorção foi conduzida em batelada, com agitação de 150 rpm e temperatura de 30ºC. Os estudos cinéticos indicaram uma redução da concentração inicial rápida e posterior estabilização ao longo do tempo, conduzindo as remoções médias entre 98,45% para a adsorção após uma hora de tratamento. Os resultados obtidos apresentaram potencial para o tratamento de efluentes que contenham este corante.
Diversos efluentes provenientes de indústrias, como as de alimentos, papel, polímeros e têxtil, possuem como contaminantes pigmentos e corantes. A presença de cor em águas residuais interfere na capacidade de permeação da luz, comprometendo o processo fotossintético e o desenvolvimento da vida aquática. Além disso, alguns corantes podem ter efeitos carcinogênicos e mutagênico na biota aquática e para os seres humanos, mediante consumo destas águas (Salgado et al., 2009). 
Portanto faz-se necessário a sua máxima remoção para a melhoria sensorial do efluente (tornando aceitável visualmente o efluente ao corpo receptor), e atender o padrão mínimo de qualidade desejável ao efluente (O’neill et al.,1999).
A adsorção é um processo de separação sólido-líquido ou sólido-gás aplicável a tratamento de efluentes, onde componentes presentes em baixas concentrações na fase fluida são transferidos para a superfície do adsorvente, mediante interações físicas ou químicas, removendo-os desta fase (Mccabe et al., 1993). 
O objetivo deste estudo foi averiguar a capacidade de remoção de um corante a partir de efluente sintético a partir do processo de adsorção. Esta solução foi elaborada com a dissolução em águas do corante têxtil Remazol Brilliant Blue R, estudos cinéticos foram efetuados a fim de auxiliar na descrição do comportamento do processo.
O processo proposto de tratamento da solução contendo 100 mg/L de Remazol Brilliant Blue R mostrou-se efetivo. A Tabela 2 apresenta a concentração residual e o grau de remoção do corante após 1 hora de processo.
A remoção do corante, utilizando os diferentes tratamentos, ao longo do tempo segue ilustrada na Figura 1. No processo proposto observa-se uma elevada remoção inicial, seguida de uma estabilização do processo devido a mecanismos resistivos que ocorrem em cada processo.
O processo de adsorção mostrou-se eficiente na remoção do corante. O valor médio de remoção foi de 98,45% para 300 mg de solução com concentração inicial de 100 mg/L. ou seja, após 1 hora de processo, removeu-se 2,96 mg de Remazol do montante total de 3 mg presentes no volume trabalhado de 30 ml de solução por 300 mg de carvão. A razão entre massa de Remazol Brilliant blue R e a massa de carvão foi, portanto, de 9850 mgcorante/gadsorvente.
O processo apresentou um decaimento pronunciado nos instantes iniciais, devido à disposição de sítios livres para a deposição do corante. À medida que o adsorvente foi saturando, reduziu-se a quantidade de sítios livres para a adsorção, portanto decaiu a capacidade de adsorção do carvão ativado. Isto acarreta em uma estabilização da concentração residual de Remazol Brilliant Blue R, com uma taxa de adsorção muito reduzida. Efeitos de transferência de massa entre superfície e poro com a solução aliado ao menor gradiente de concentração (solução – superfície e poros do adsorvente) na fase final, implicam em uma maior restrição na taxa de adsorção (Mccabe et al., 1993).
O modelo sugere um comportamento crescente da massa adsorvida ao longo do tempo, e a tendência de estabilização devido à redução do gradiente de adsorção com o tempo.
O processo de adsorção permitiu uma remoção de 98,45% do corante, com uma relação de 9.850 mgcorante/gadsorvente. A cinética da adsorção indica uma grande variação na massa adsorvida no início do processo, com posterior estabilização.
Consequências do descarte de efluentes sem tratamento adequado
A eutrofização é um processo normalmente de origem antrópica (provocado pelo homem), ou raramente de ordem natural, tendo como princípio básico a gradativa concentração de matéria orgânica acumulada nos ambientes aquáticos. 
Entre os fatores impactantes, contribuindo com a crescente taxa de poluição neste ecossistema, estão: os dejetos domésticos (esgoto), fertilizantes agrícolas e efluentes industriais, diretamente despejados ou percolados em direção aos cursos hídricos.
Durante esse processo, a quantidade excessiva de minerais (fosfato e nitrato) induz a multiplicação de micro-organismos (as algas) que habitam a superfície da água, formando uma camada densa, impedindo a penetração da luminosidade. Esse fato implica na redução da taxa fotossintética nas camadas inferiores, ocasionando o déficit de oxigênio suficiente para atender a demanda respiratória dos organismos aeróbios (os peixes e mamíferos aquáticos), que em virtude das condições de baixo suprimento, não conseguem sobreviver, aumentando ainda mais o teor de matéria orgânica no meio.
Em consequência, o número de agentes decompositores também se eleva (bactérias anaeróbias facultativas), atuando na degradação da matéria morta, liberando toxinas que agravam ainda mais a situação dos ambientes afetados, comprometendo toda a cadeia alimentar, além de alterar a qualidade da água, também imprópria ao consumo humano.
Outras aplicações:
Outros estudos foram feitos a partir da aplicação dos fenômenos de adsorção. Estes outros estudos serão apenas citados. Assim, dentre eles pode-se citar:
Estudo do fenômeno de adsorção de água e seleção de modelos matemáticos para representar a higroscopicidade do café solúvel.
RESUMO: Considerando a importância das diversas aplicações do conhecimento do comportamento higroscópico do café solúvel na manutenção de sua qualidade, armazenagem e outros, esseestudo teve como objetivo a obtenção das curvas de adsorção e seleção de uma equação apropriada para representar a variação do teor de umidade de equilíbrio do cafésolúvel, em função da temperatura e atividade de água do produto. Entre as inúmeras equações matemáticas empregadas para expressar as isotermas de umidade de equilíbrio do produto, as equações de Sigma-Copace e Henderson-Modificada, com seus parâmetros estimados, foram as que melhor representaram os dados experimentais obtidos.
Separação de fenol por adsorção numa resina comercial do tipo duolite.
RESUMO: Os compostos fenólicos são poluentes orgânicos que aparecem nos efluentes de muitas indústrias químicas. Os processos de adsorção usando adsorventes sintéticos constituem uma alternativa interessante para o tratamento destes efluentes.Com este caso de estudo pretende-se estudar a cinética de adsorção de fenol em adsorvedores contínuos (“CSTR”) e descontínuos (“batch”), bem como a dinâmica da operação em leito fixo utilizando como adsorvente sintético a resina comercial do tipo “Duolite ES-861”.Admite-se que os mecanismos difusionais dentro das partículas podem ser descritos com o modelo de difusão nos poros (MDP) e que a resistência à transferência de massa no filme é desprezável nos casos da adsorção em CSTR e “batch”. A operação em leito fixo deve incluir os mecanismos de transporte do soluto na fase intersticial, segundo um modelo do tipo “pistão difusional”, e na fase intraparticular. Considera-se como válida a isotérmica de Langmuir para descrever o equilíbrio instantâneo entre a concentração adsorvida q e a concentração do soluto nos macroporos da resina Cp.
Adsorção de corantes da indústria coureira por resíduos de couro.
RESUMO: Na indústria do couro são realizadas várias operações mecânicas que geram resíduos sólidos, como na operação de rebaixamento, em que devem ser enviados para aterros de resíduos industriais perigosos, devido à sua toxicidade. A fim de diminuir o volume de sólidos enviados para estes aterros, encontrar alternativas para a reutilização destes assume um papel importante nas indústrias. O uso do resíduo como material adsorvente no lugar de adsorventes mais comuns aparece como uma oportunidade para reaproveitá-lo antes de dar um destino final e diminuir custos no tratamento de efluentes. O processo de adsorção é uma operação de tratamento avançada de águas residuais para aumentar a sua qualidade final ou para viabilizar a reutilização dessa água. As maiores vantagens deste processo de tratamento de efluentes estão em seu baixo investimento inicial, simplicidade de projeto e operação, não toxicidade e eficiência superior aos processos convencionais. No caso das águas residuais geradas a partir de etapas de acabamento molhado, a presença de corantes aumenta a dificuldade de tratamento e impossibilita o reuso da água na fabricação do couro. Neste contexto, este estudo visa tratar água de tingimento através da adsorção, utilizando os resíduos da indústria do couro como adsorvente na tentativa de possibilitar o reuso dessa água no próprio processo produtivo. Para isso, couro curtido ao cromo proveniente da etapa de rebaixamento em curtume foi utilizado. Efluentes, com características similares ao que é gerado na indústria na etapa de acabamento molhado do couro, foram preparados em laboratório. 
Referências:
BOND, G., Catalysis by Metal, Academic Press Inc., New York, 1962.
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