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Capitulo IV - Rocha Sedimentar - 20192

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ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
96 
 
Capítulo 4 
Rochas Sedimentares 
 
1. Introdução 
 
 Cerca de 3/4 da Terra são cobertos por rochas sedimentares que revestem partes dos continentes e dos 
fundos oceânicos. 
 No entanto, estas formam apenas uma película superficial sobre as rochas magmáticas e metamórficas 
que constituem a maioria do volume rochoso crustal. 
 
 
Rocha magmática, metamórfica ou sedimentar 
 Intemperismo 
 
Formação de sedimentos 
 Diagênese 
 
Rocha Sedimentar 
 
Intemperismo - É o conjunto de transformações de origem física (desagregação) ou química (decomposição), 
atuantes nas rochas. 
 
As rochas sedimentares são formadas por: 
 
 Material detrítico ou clástico – É formado do intemperismo atuando sobre as rochas 
 Precipitado químico – Nas bacias de sedimentação, os depósitos químicos, formam-se pela evaporação 
ou precipitação dos sais solúveis provenientes da alteração química das rochas. 
 Detritos orgânicos - Os sedimentos orgânicos derivam direta ou indiretamente das atividades vitais dos 
animais e plantas. 
Uma vez depositado, o material sedimentar passa a responder às condições de um novo ambiente, o da 
diagênese. 
Diagênese - É o nome dado ao conjunto de transformações que o depósito sedimentar sofre após a deposição, 
consistindo em mudanças nas condições de pressão, temperatura, pH e pressão de água, ocorrendo dissoluções 
e precipitações a partir das soluções aquosas existentes nos poros. 
O processo termina na transformação do depósito sedimentar inconsolidado em rocha, conhecido como 
litificação. 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
97 
 
Processos sedimentares 
 
Ambientes sedimentares mais comuns 
 
2. Processos diagenéticos 
Os processos mais conhecidos que levam à litificação de sedimentos são: 
 
 Compactação - A compactação diagenética pode apresentar-se sob dois aspectos: o químico e o 
mecânico. A compactação química engloba a dissolução de minerais sob pressão. Já a compactação 
mecânica não engloba processos químicos, mas sim aspectos físicos, como mudança no empacotamento 
intergranular e a deformação ou quebra de grãos individuais. 
 
 
 
 
Mudanças no empacotamento dos grãos 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
98 
 
 Dissolução - A dissolução diagenética tem como fator principal o efeito ou não de pressão. Se houver 
ausência de pressão, ocorre somente a percolação de fluidos no material depositado, podendo ocorrer 
reações químicas entre a solução e os minerais depositados. Quando ocorre dissolução sob pressão, 
também chamada de compactação química, podem ocorrer vários tipos de feições. 
 
 
Aumento de contatos entre grãos por dissolução sob pressão 
 
 
 Cimentação - Trata-se da cristalização de minerais formados a partir dos íons dissolvidos na solução 
intersticial. Ocorre em conjunto com a dissolução diagenética. 
 
 
Os tipos mais comuns de cimentos em rochas sedimentares são: 
 
 os silicosos (quartzo) 
 carbonáticos (calcita) 
 Os férricos ou ferrosos (pirita, geothita, hematita) 
 Aluminossilicaticos (argilominerais como clorita, caulinita, ilita). 
 
 Recristalizações diagenética - Neste processo, sob condições de soterramento, ocorrem mudanças na 
mineralogia e na textura cristalina do material sedimentar. 
 
Exemplos: 
Aragonita → Transformação → Calcita; (Neomorfismo - Ocorrem mudanças apenas no retículo 
cristalino, sendo mantida a composição original.) 
 
Calcita ou Aragonita → Substituição → Sílica; (Substituição - Ocorre a troca da calcita ou aragonita por 
sílica.) 
 
 
 
 
Representação esquemática de carapaças carbonáticas sofrendo dois tipos possíveis de recristalização 
diagenética: neomorfismo e substituição. 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
99 
 
3. Componentes das Rochas Sedimentares 
 
 Os processos diagenéticos modificam a textura e a mineralogia dos grãos, alteram a porosidade e criam 
novos componentes mineralógicos. 
 Um depósito de rocha sedimentar é composta de componentes que se depositaram e componentes que 
surgiram durante a diagênese. 
 
 
Na tabela abaixo estão os componentes do arcabouço de uma rocha sedimentar. 
 
Grão ou 
partícula 
Corresponde à fração clástica principal, que 
dará o nome à rocha 
Matriz Trata-se do material clástico fino entre os grãos 
de um arenito, como o silte e/ou argila; 
Cimento Corresponde à parte da rocha que une os grãos. 
Trata-se de uma massa de quartzo ou calcita; 
Porosidade 
primária 
É uma feição efêmera, modificável pelo 
soterramento, correspondendo ao volume da 
distribuição dos poros que o agregado 
sedimentar tinha no momento da deposição. 
Porosidade 
Secundária 
Refere-se ao volume, geometria e a 
distribuição dos poros após a interação química 
do arcabouço e da matriz com a água 
intersticial. 
 
 
 
Componentes principais das rochas sedimentares 
 
Cimentação a) de porosidade primária (precose); 
b) de porosidade secundária 
 
 
4. Texturas e estruturas das rochas sedimentares 
 
4.1 Texturas 
 
 A textura numa rocha sedimentar diz respeito aos grãos, nos aspectos relativos ao tamanho, forma, 
arranjo e distribuição. 
 Nas rochas sedimentares são consideradas as texturas clásticas e as não clásticas, sendo a primeira 
caracterizada por sedimentos detríticos e a segunda de depósitos químicos. 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
100 
 
 
Textura clástica 
 
 A análise da distribuição da granulação de uma rocha sedimentar constitui um critério de avaliação da 
capacidade e efetividade de transporte. 
 Nestas rochas a textura torna-se fundamental no aspecto referente ao tamanho do grão, pois a 
granulometria vai definir a classificação da rocha. 
 
 
A seleção dos tamanhos reflete as condições de transporte, bem como certas particularidades ambientais, tais 
como: 
 
 Água corrente, ondas ou ventos – originam depósitos bem selecionados. Um sedimento mal 
selecionado compreende diversos tamanhos de partículas. 
 Corridas de lama – formam, em relação ao tamanho dos grãos, depósitos de maior irregularidade textural 
no que diz respeito à distribuição do tamanho dos grãos. 
 
 
 
 
 
 
Seleção – Grau de similaridade das partículas 
 
 
 
 
 
As rochas mais grosseiras indicariam maior proximidade da área-fonte, enquanto as mãos finas sugerem 
uma maior distância de transporte. 
 
 
Os grãos de pedregulho areia e silte podem ter formas arredondadas ou angulosas que refletem a sua história 
geológica. A subseqüente abrasão durante o seu transporte (pela ação da água, vento ou gelo) reduz as 
irregularidades. As cinco classes de arredondamento das partículas usualmente utilizadas são as seguintes: 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
101 
 
 
 
 
Existem várias classificações de tamanho de grãos entre elas destaca-se a classificação da ABNT (Associação 
Brasileira de Normas técnicas): 
 
Escala Granulométrica (ABNT – NBR6502/95) 
Bloco → > 1 m 
Matação → 200 mm até 1000 mm 
Pedra de mão → 60 mm a 200 mm 
Pedregulho → 2 mm até 60 mm 
Areia grossa → 0,6 mm até 2 mm 
Areia média→ 0,2 mm a te 0,6 mm 
Areia Fina→ 0,06 mm até 0,2 mm 
Silte→ 0,002 mm até 0,06 mm 
Argila→ < 0,002 mm 
 
 
 
 
 
 
Areia quartzosa bem selecionada e bem arredondada 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
102 
 
 
 
Textura não clástica 
 
As texturas não clásticas são características dos sedimentos químicos e diferem daquelas das rochas clásticas. As 
texturas cristalinas são referidas de acordo com o seguinte tamanho: 
 
 Macrocristalina (acima de 0,75 mm) 
 Mesocristalina (de 0,2 a 0,75 mm) Microcristalina (de 0,01 a 0,2 mm) 
 Criptocristalina (abaixo de 0,01 mm) 
 
Uma rocha sedimentar possui textura oolítica quando é constituída, em grande parte, por oólitos. Estes são formas 
esféricas ou subesféricas (0,25 a 2mm). A textura oolítica é comum em alguns calcários da fácies Teresina da 
Formação Estrada Nova da bacia Sedimentar do Paraná. Quando os oólitos possuem tamanho maior do que 2 
mm, são denominados pisólitos e a textura é pisolítica. 
 
 
Textura pisolítica em calcário do Terciário Inferior (Itaboraí/RJ) 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
103 
 
4.2 Estrutura 
 
 As estruturas sedimentares primárias revelam os aspectos principais da organização interna do 
sedimento, cuja origem pode ser orgânica ou inorgânica. 
 Estas estruturas permitem, de certo modo, a interpretação do ambiente de sedimentação. 
 
4.2.1. Estruturas inorgânicas 
 
 Estas estruturas podem ser primárias e secundárias. 
 As estruturas primárias dependem, principalmente, da velocidade da corrente e da grandeza da 
sedimentação. 
 Esta, por sua vez, é controlada pelo suprimento de sedimentos de do equilíbrio entre erosão e deposição. 
As estruturas secundárias formam-se logo após a sedimentação ou em estágios posteriores. 
 
 
Um dos aspectos mais característicos das rochas sedimentares é a sua deposição em estratos ou 
camadas. A estratificação é salientada pelas diferenças de composição, textura, dureza, coesão, cor, 
dispostas em faixas aproximadamente paralelas. 
 
 
 
Estratos sedimentares do Grand Canyon/USA 
 
 
Subdivisão das estruturas sedimentares primárias 
Forma externa da estratificação 
Organização interna da 
estratificação 
Irregularidades no plano de 
sedimentação 
Mesma espessura 
Espessuras diferentes 
Lateralmente uniformes em 
espessura 
Lateralmente variáveis em 
espessura. 
Estratos contínuos 
Estratos descontínuos 
Estratos irregulares 
Maciça 
Em lâminas paralelas 
Em lâminas cruzadas 
Gradacional 
Imbricada 
Estrutura de corrente ou de fluxo 
Marcas de ondulação 
Gretas de contração 
 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
104 
 
Estratificação Cruzada 
 
 A estratificação é dita cruzada quando os estratos 
apresentam-se com diferentes ângulos em relação 
ao plano horizontal. 
 È uma estrutura muito comum nas rochas 
sedimentares de granulação arenosa formadas em 
ambiente subaquático ou eólico. 
 Estas estruturas permitem determinar com precisão 
a direção de transporte nos mares rios e desertos. 
 
 
 
 
Estrutura de fluxo 
 
 São as estruturas produzidas por erosão e 
escavação das camadas subjacentes durante a 
deposição. Permitem tirar conclusões a respeito 
da direção de transporte. 
 
 
Marcas de fluxo em arenito periglacial da glaciação 
Rio do Salto/Paraná 
 
 
 
Estratificação gradacional 
 
 
 Quando ocorre numa mesma camada, 
uma mudança progressiva da granulação 
do sedimento, de sorte que o tamanho do 
grão diminui de baixo para cima até 
aumentar abruptamente na camada 
seguinte. 
 
 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
105 
 
Marcas ondulares 
 
 As marcas ondulares são produzidas pelos fluidos 
em movimento (água ou ar. 
 As formas destas ondulações estão relacionadas a 
velocidade das correntes, movimentos de ondas, 
suprimento e granulação dos sedimentos e 
profundidade da água. 
 
 
 
 
 
Gretas de contração 
 
 São freqüentes nos depósitos siltico-argilosos e nos 
calcários estando praticamente ausente nos 
sedimentos arenosos. 
 A origem das gretas está ligada à perda de água 
pelo sedimento, o que ocasiona a sua contração, 
limitando polígonos irregulares. 
 
 
 
 
 
4.2.2 Estruturas químicas e orgânicas 
 
De modo geral são consideradas secundárias, ou seja, desenvolvidas após a sedimentação. 
 
Entre este tipo de estrutura destacam-se os seguintes: 
 
 
Nódulos – São irregulares e com tamanho variado, sendo 
de ocorrência mais comum entre as dimensões de 2 a 10 
mm. Geralmente ocorrem paralelos as estratificações. Os 
nódulos da Formação Irati são constituídos de sílica. 
 
 
Nódulo no folhelho Irati, São Mateus do Sul, Paraná 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
106 
 
 Concreções – Diferem dos nódulos pelo seu tamanho (dimensões maiores) e pela presença de estruturas 
internas. São mais comuns no formato esferoidal e discóides. 
 
 
 
 
 
Fragmento de rocha transportado por “iceberg” a um antigo lago que, após derretimento do gelo caiu ao fundo do 
lago, em Mafra (SC) – Neste caso não se trata de um nódulo ou concreção 
 
 
Estruturas de origem orgânicas 
 
 
Entre as estruturas de origem orgânica citam-se as 
perfurações por animais, as pegadas e os fósseis. 
 
 
Fóssil de um peixe 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
107 
 
 
 
Pegadas de dinossauro em Sousa-PB 
 
 
5. Classificações das rochas sedimentares 
 
Quanto ao modo de origem, as rochas sedimentares classificam-se em: 
 
 clásticas ou mecânicas 
 quimicamente precipitadas 
 orgânicas 
 
Quanto à composição, classificam-se em: 
 arenosas 
 argilosas 
 calcáreas 
 
 
A textura, mineralogia e composição química do depósito permitem caracterizar alguns tipos principais de 
rochas sedimentares representadas na tabela abaixo. 
 
Sedimentos clásticos 
Sedimentos 
químicos 
Sedimentos 
químicos e/ou 
orgânicos 
Sedimentos 
orgânicos 
Rudáceos: 
Cascalho 
Conglomerado 
Brecha 
 
Arenáceos: 
Areia 
Arenito 
Arcósio 
Grauvaca 
Calcarenito 
 
Siltico-
argiloso: 
Silte 
Argila 
Siltito 
Argilito 
folhelho 
evaporitos Rochas calcáreas 
sílex 
turfa 
Carvão 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
108 
 
5.1 Depósitos rudáceos 
 
 Estes depósitos caracterizam-se por sedimentos grosseiros de tamanho maior que 2mm. 
 Os constituintes grosseiros são denominados de fenoclastos. 
 
 
Depósito de cascalho retrabalhado pela ação das ondas no Costão do Santinho/SC. Os clásticos encontram-se 
relativamente bem arredondados e polidos pela ação marinha, entretanto o arredondamento inicial deve-se à 
decompisição esferoidal das rochas cristalinas. 
 
 
De acordo com o grau de arredondamento, os depósitos rudáceos subdividem-se em: 
 
 
 Brechas – predomínio de fragmentos angulosos 
 
 
 
 
Brecha 
 
 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
109 
 
 
 
Amostra de brecha, com cimento misto ferruginoso e silicioso. 
 
 
 Conglomerados – com predomínio de fenoclastos subarredondados a arredondados. 
 
 
 
Conglomerado com matriz de arenito 
 
 
 
Conglomerado 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
110 
 
 
5.2 Depósitos arenáceos 
 
 Os depósitos arenáceos são constituídos por material clástico de tamanho de areia. 
 Sua composição é variável, indo desde arenitos limpos (compostos de areia quartzosa) até impuros 
(wacke), nos quais a areia se encontra misturada com silte e argila. 
 Os arenitos formam-se em numerosos ambientes de sedimentação: marinho, lacustre, praial, fluvial, 
eólico. 
 
Arenitos 
 
 Os arenitos possuem coloração variada: geralmente são amarelados, avermelhados, cinzentos, castanhos 
ou brancos 
 A granulação média constitui textura comum. 
 Via de regra, são bem selecionados e apresentam-se bem estratificados, muitas vezes com estratificação 
cruzada, marcas de ondulação, concreções ou fósseis. 
 São rochas sedimentares constituídas por grãos de quartzo, freqüentemente imersos numa matriz argilosa 
ou siltosa, ora cimentados por sílica amorfa, ora por óxidos de ferro ou ora por carbonatos. 
 Os silicosos e os carbonáticossão muito mais resistentes que os ferruginosos. 
 Os carbonáticos, porém, desagregam-se na presença de águas aciduladas. 
 A maioria apresenta, entretanto, alta porosidade. 
 A resistência mecânica e a durabilidade são variáveis, pois dependem da natureza e do teor do cimento. 
 A resistência mecânica também depende da direção dos esforços em relação à estratificação. Valem aqui 
as mesmas considerações feitas para os gnaisses. 
 
 
Uso: Como pedra de revestimento, apresentam durabilidade aceitável (principalmente os silicosos), mas podem 
se manchar pela acumulação de pó ou outros detritos. Os arenitos desagregam-se, às vezes, quando submetidos 
a ensaios de congelamento e degelo e de sanidade com sulfatos devido à sua maior porosidade. Como pedra 
britada, só os silicosos apresentam características mais favoráveis; há, entretanto, a possibilidade de reação do 
cimento silicoso com os álcalis do cimento Portland e de má adesividade a Iigantes betuminosos; os fragmentos 
são, em geral, angulosos, e isso diminui a trabalhabilidade dos concretos. 
 
 
 
 
 
 
Arenito formado por grãos de quartzo 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
111 
 
 
Arenito silicificado. O Arenito Botucatu foi coberto pelos derrames de lava da Formação Serra Geral, de 
idade jurássico-Cretácea. A ação das lavas fundidas, fluindo sobre as areias do deserto (dunas), 
produziu uma silificação do arenito nas proximidades do contato com o basalto. O arenito silicificado é 
referido como arenito “cozido”. 
 
 
 
 
Pedreira de arenito Botucatu com explotação de lajes para pisos 
 
 
 
 
Extração de blocos em jazida do arenito Botucatu 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
112 
 
 
Casas coloniais construidas com blocos de arenito da Formação Botucatu/RS 
 
 
O arenito Botucatu (silicoso) é muito usado como calçamento pela facilidade de obtenção de 
placas (devido à sua estratificação) e pela aspereza que apresenta. É usado, também, como 
revestimento decorativo de paredes. 
 
 
 
Paisagem da borda oriental da Chapada Diamantina. 
As escarpas foram esculpidas pelos agentes 
erosivos em arenitos quartzítico depositados no Pré-
Cambriano Superior. No sopé encontram-se 
depósitos de talus. 
 
 
Depósito sedimentar localizado entre Rio do Sul e Itajaí (SC) na altura d Km 10 6,5 da rodovia SC-470 com 
espessa sucessão rítimica de arenitos e lutitos marinhos (a) aspecto geral (b) detalhe do afloramento. Foto: P. C. 
F. Giannini 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
113 
 
 
 
 
 
Arenito de coloração marrom exposto, por ação das ondas, na praia do Campeche (Florianópolis/SC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
114 
 
 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
115 
 
 
Aqüífero Guarani 
 
 
• O Aqüífero Guarani é constituído de rochas sedimentares pertencentes à Bacia Sedimentar do Paraná. 
• Destas rochas que compõem o aqüífero, a mais importante é o Arenito Botucatu, depositado 
gradualmente há cerca de 190 milhões de anos atrás. Portanto, é um aqüífero de porosidade 
intergranular. 
 
 
• O aqüífero tem 1,2 milhão de km
2
 sendo a maior reserva 
de água doce do mundo. Sua maior parte está localizada 
em território brasileiro (839.800 km
2
). Uma porção 
considerável localiza-se na Argentina (225.500 km
2
), 
havendo ainda partes no Uruguai (58.500 km
2
) e no 
Paraguai (71.700 km
2
). 
• A área de reposição (captação), pela qual a água entra 
no aqüífero, é de apenas 150 mil km
2
. Nos demais 
países, as áreas de recarga chegam a 50.000 km
2
. 
• A recarga natural do aqüífero ao longo de um ano é de 
160 km
3
 de água e, desse total, calcula-se que 40 km
3
 
(40 bilhões de litros) podem ser usados a cada ano, sem 
comprometer o aqüífero. 
• O Aqüífero Guarani é do tipo regional confinado, uma vez 
que 90% de sua área está recoberta por espessos 
derrames de lavas basálticas. Suas áreas de recarga 
localizam-se nas bordas da bacia em faixas alongadas de 
rochas sedimentares que afloram à superfície, 
associadas a seus produtos de alteração 
• A alimentação do Aqüífero se dá por dois mecanismos: a) 
infiltração direta das águas de chuva nas áreas de 
recarga; e b) infiltração vertical ao longo de 
descontinuidades nas áreas de confinamento, num 
processo mais lento. 
 
 
• Esse Aqüífero possui água de excelente qualidade, extraída através de poços artesianos e semi-
artesianos, utilizada no abastecimento de centenas de cidades de médio e grande porte. Os poços podem 
apresentar uma vazão de até 700 mil litros de água por hora. 
 
• Sua importância é estratégica, uma vez que o volume aproveitável de água é de 40 km
3
/ano, superando 
em 30 vezes a demanda de cerca de 15 milhões de pessoas que vivem em sua área de ocorrência. O 
Aqüífero Guarani tem uma reserva potencial para abastecer toda a população brasileira por cerca de 
2.500 anos. 
 
• O topo do Aqüífero Guarani em Santa Catarina ocorre em profundidades que variam de 360 metros, em 
poços localizados em Itá e Tangará, a 1267 metros, em um poço localizado em São João do Oeste. 
 
 
 
Representação de uma secção do Aqüífero Guarani com direção E-W. 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
116 
 
Aquífero Serra Geral 
 
• O Aqüífero Serra Geral é formado pela água que se acumula nas fraturas, de origem tectônicas e por 
resfriamento, e das zonas vesiculares interconectadas presentes nos derrames de basalto da Bacia do 
Paraná. 
 
• È o aqüífero mais utilizado de Santa Catarina com características que permitem a captação de água 
subterrânea a um custo muito menor que o Aqüífero Guarani. 
 
• A recarga do aqüífero ocorre através da pluviometria, principalmente em áreas com topografia pouco 
acidentada. Nos locais onde ocorrem estruturas favoráveis pode ocorrer recarga ascendente a partir do 
Aqüífero Guarani. 
 
 
 
 
 
 
Distribuição de 2839 pontos de captação de água em Santa Catarina (CPRM,2001) 
 
 
 
ECV5149- Geologia de Engenharia 
 
117 
 
 
5.3 Depósitos síltico-argilosos 
 
 Entre as rochas sedimentares, os depósitos siltico-argilosos são os mais abundantes. 
 Do ponto de vista granulométrico, constituem as rochas clásticas mais finas, compostas de partículas de 
tamanho silte e argila. 
 Os sedimentos síltico-argilosos são constituídos por minerais derivados do intemperismo. 
 Entre os resíduos inalterados do intemperismo aparecem grãos de quartzo, feldspato e mica. Alguns 
depósitos são relativamente ricos em remanescentes orgânicos, os quais podem apresentar-se na forma 
de lama carbonosa, conchas calcíticas entre outros. 
 
 
Siltitos 
 
 São rochas clásticas finas, com pelo menos 50% de partículas de silte. Apresenta-se, em geral, finamente 
estratificados. 
 Sua coloração pode ser cinza, negra, castanha ou amarela. 
 Devido à sua granulação fina, os minerais são dificilmente percebidos. 
 È comum, nos siltitos, a presença de nódulos, concreções ou fósseis. 
 
 
 
 
Afloramento de siltito, exibindo laminação plano-
paralela 
 
 
 
Argilitos 
 
 São rochas sedimentares, de granulação finíssima, poucos mícrons e por isso untuosa ao tato. 
 É uma das rochas sedimentares mais abundantes, o que lhe dá grande importância geológica. 
 Possuem de cor de cinza até preta, amarela, verde ou avermelhada. 
 Os principais constituintes destas rochas são os minerais argilosos, que são silicatos hidratados de 
alumínio. 
 Os argilitos são rochas argilosas muito firmemente endurecidas, desprovidas de clivagem ardosiana, e sua 
formação implica em alguma recristalização do material original. 
 Estas rochas argilosas, quando apresentama propriedade denominada fissilidade, de modo que podem 
se partir (esfoliar) segundo camadas finas e paralelas levam o nome de folhelhos. 
 
 
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Argilito (Trombudo Central/SC) 
 
 
 
Características dos FOLHELHOS 
Os folhelhos normalmente derivam de dois tipos de ambientes: marinho (ricos em clorita e argilas do grupo da 
illita) ou de água doce (enriquecidos em montmorilonita 
Os folhelhos negros são muito ricos em matéria orgânica de (3 a 15%), e desagregam-se em lascas finas, 
semiflexíveis e altamente físseis 
São importantes economicamente, por exemplo, o folhelho oleígeno que é uma fonte potencial de 
hidrocarbonetos 
É um importante isolador (rocha selante), que retém o petróleo na rocha reservatória impedindo o fenômeno da 
exudação (escape do petróleo para a superfície). 
 
 
 
 
Amostra de folhelho, grãos do tamanho argila e lâminas 
finas e paralelas esfoliáveis. 
Folhelho preto da Formação Irati, proximidades da cidade 
de Criciúma, SC. 
 
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Folhelho pirobrtuminoso/São Mateus do Sul (Paraná) explorado pela Petrobrás para a produção de óleo 
 
5.4 Depósitos de origem química e orgânica 
 
• Os sedimentos de origem química representam os produtos solúveis do intemperismo, que foram 
transportados em solução e depositados diretamente nas bacias de sedimentação, por processos físico-
químicos tais como evaporação e precipitação. 
• A precipitação de soluções origina rochas de granulação muito fina. 
• A evaporação e a precipitação, ocorrem em condições desfavoráveis ao bom desenvolvimento de cristais. 
 
• Os sedimentos bioquímicos originam-se direta ou indiretamente das atividades dos organismos animais ou 
vegetais. Eles acumulam-se principalmente nos ambientes marinhos, podendo, contudo, ocorrer 
igualmente em bacias terrestres de água doce (ex.: conchas e corais). 
 
 
As rochas que se originam precipitados químicos classificam-se em: 
 
• depósitos silicosos; 
• depósitos carbonatados; 
• depósitos ferruginosos; 
• depósitos salinos (cloretos, sulfatos, carbonatos, boratos e nitratos). 
• 
U ma rocha de origem bioquímica pode formar-se: 
 
• Desde o inicio, como um material sólido (por exemplo, recife de coral); 
• Como depósitos biomecânicos resultantes da acumulação de detritos orgânicos (por exemplo, restos de 
crinóides, moluscos e de vegetais). São de granulação variável, de acordo com o tamanho dos fragmentos 
componentes 
 
Calcários 
 
• Calcário é uma rocha sedimentar, constituída predominantemente por calcita (50%<CaCO3). As 
impurezas incluem quartzo, argila, óxido de ferro e fragmentos de rochas, entre outros materiais. 
• Os calcários são rochas de cor cinza, amarela e até preta, geralmente compactos e de granulação 
microscópica na maioria dos casos. 
• Efervesce com facilidade com HCl a frio. 
 
 
É uma rocha poligenética, visto que pode ter uma origem de sedimentos bioquímicos e químicos. 
Comumente, os calcários clásticos são bioclásticos, com grande contribuição de sedimentos bioquímicos, pelo 
fato de serem originados pelo embate das ondas sobre recifes de corais, algas calcárias e diversos outros 
organismos de carapaça calcária. 
 
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Rocha formada pelo acúmulo de sedimentos orgânicos 
 
 
 
Calcário originado de um precipitado químico 
 
 
 
 
 
 
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Uso: Os calcários onde a sua estrutura original foi modificada (calcários metamórficos) podem ser utilizados como 
agregados e para revestimentos. Apresentam bom comportamento como agregado em concreto hidráulico, mas 
sua relativa baixa dureza não os credencia para uso em revestimento betuminoso de rodovias, por ser polível no 
transcurso das solicitações do tráfego. Algumas variedades são utilizadas também como revestimento. Tal como 
os mármores, são atacáveis por ácidos. 
 
 
Dolomito 
 
 
 
 Os dolomitos possuem coloração branca, creme ou cinzenta. 
 Apresentam-se normalmente compactos, maciços ou estratificados, sendo de textura fina, média ou 
grossa. 
 O dolomito é uma rocha sedimentar com mais de 50 % de seu peso constituído por dolomita (carbonato 
duplo de cálcio e magnésio [CaMg(CO3)2], 
 A maioria dos dolomitos é considerada de origem secundária, isto é, a calcita do calcário original foi 
substituída in situ por dolomita, provavelmente pela percolação de soluções aquosas. 
 
 
 
5.5 Depósitos de origem orgância 
 
Carvão Mineral 
 
 O carvão mineral é uma rocha sedimentar 
combustível, formada a partir de determinados 
vegetais que se acumulam em ambientes 
anaeróbicos, que sofreram soterramento e 
compactação. A decomposição desta matéria 
por ação de bactérias, a atuação da pressão, 
temperatura e forças tectônicas ao longo do 
tempo fazem com que ocorra um processo de 
cabonificação, que consiste na perda de O2 e 
H20 e é enriquecida em carbono aumentando a 
sua capacidade calorífica. 
 
 
 
No processo da formação do carvão a matéria orgânica passa por uma série de transformações recebendo 
diferentes nomes: 
 
Turfa: Sedimento de origem vegetal que se encontra nas formações sedimentares de idade recente e continua em 
formação nos dias atuais, tem poder calorífico baixo (3000 a 5000 calorias/grama), com teor de carbono variando 
entre 55% a 65%. Pode apresentar grande teor de umidade, chegando a 95% em alguns casos. 
 
Linhito: É um carvão acastanhado que se distingue da turfa pelo teor menor de celulose, com poder calorífico 
entre 4000 e 6000 calorias/grama com teor de carbono entre 65% e 75% e o de água entre 10% e 30 %. 
 
Ulha ou Carvão Betuminoso: É o carvão negro que apresenta poder calorífico entre 5000 a 6800 calorias/grama, 
com teor de carbono entre 75% e 90% e de água variando entre 2% e 7%. 
 
Antracito: Forma, juntamente com o carvão betuminoso, o denominado carvão mineral. Possui aspecto vítreo e 
fratura brilhante, com teor de carbono entre 90% e 93% e poder calorífico superior a 8000 calorias/grama. São 
raras as ocorrências de antracito no Brasil. 
 
A figura abaixo ilustra os processos de transformação pelos quais passa a matéria orgânica até se transformar em 
carvão. 
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Camadas de Carvão do Brasil 
 
 
• Os depósitos de carvão fóssil do Brasil estão situados nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio 
Grande do Sul. Distribuem-se em oito grandes jazidas, sete das quais no Rio Grande do Sul e uma em 
Santa Catarina, além de várias outras de menor porte. 
• Cerca de 88% dos recursos localizam-se no Rio Grande do Sul. Os jazimentos mais importantes 
denominam-se, de Sudoeste para Nordeste, Candiota, Capané, Irui, Leão, Charqueadas, 
Morungava/Chico Lomã, Santa Terezinha e jazida Sul-Catarinense. 
 
 
Localização das principais jazidas de carvão – RS e SC 
 
Jazida Sul-Catarinense 
 
 
• Em planta a jazida possui a forma de um arco 
com convexidade apontando para leste. A 
porção norte do arco é aquela que tem sido 
intensamente pesquisada e explotada. Seu 
comprimento ultrapassa 85 km, com largura 
variável entre 5 e 20 km. 
• Dez camadas de carvão ocorrem neste 
depósito, mas apenas duas têm importância 
econômica. 
• Os recursos totais da jazida atingem 4.288 x 
10
6
 t, dos quais mais de 70% nas camadas 
Barro Branco (1.323 x 10
6
 t) e Bonito (1.843 x 
10
6
 t). As coberturas vão de camadas 
aflorantes até mais de 800 m. 
• Os setores lavráveis a céu aberto estão quase 
esgotados para a camada Barro Branco por 
questões econômicas e ambientais.• Atualmente dez unidades mineiras encontram-
se em operações, das quais três a céu aberto e 
as demais em subsuperfície. 
 
 
 
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A camada Barro Branco jaz à profundidade média próxima de 300 m; a Bonito Superior está sotoposta à 
anterior, separada por um intervalo predominantemente arenítico com espessura média estimada em 43 
m. A camada Pré-Bonito Superior está sotoposta à anterior, separada por cerca de 3 m de siltitos. 
 
 
Espessuras de Carvão na Camada (CC) na Unidade Mineira Morro dos Conventos. 
 
 
 
Entrada da Mina Cantão/Siderópolis/ Fotos: Rodrigo André Hummes) 
 
 
 
 
Pilha de rejeitos da Mina Barro Branco/Lauro Muller/SC (Fotos: Rodrigo André Hummes)

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