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Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 1 Sumário AULA 1- CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO (CME): ESTRUTURA FÍSICA, FLUXO DO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE. ............................................................. 3 AULA2 E 3: ETAPAS DO PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS: RECEPÇÃO ,LIMPEZA E DESINFECÇÃO. 8 AULA 4: PREPARO DOS PRODUTOS PARA ESTERILIZAÇÃO, RASTREABILIDADE, ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO. ............................................ 14 AULA 5: ESTERILIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA SAÚDE REUTILIZÁVEIS ................. 19 • Vapor Saturado sob Pressão........... 20 -Autoclavação: ....................................... 20 - Vapor saturado: ................................... 20 Fases do ciclo de uma esterilização em autoclave ................................................. 20 Tipos de Esterilizadoras a Vapor Saturado sob Pressão .......................... 20 Esterilização por Gravidade ................. 20 Esterilização por Alto Vácuo ................ 21 Esterilização por Vácuo Pulsátil .......... 21 Sistema de esterilização para uso imeditado (Esterilização Flash) ........... 21 Vantagens ............................................... 22 Desvantagens ........................................ 22 - Práticas recomendadas SOBECC: .. 22 oESTERILIZAÇÃO FISICO-QUIMICA ... 22 Esterilização por óxido de etileno (eto) .................................................................. 22 Preparo do material para ser submetido ao oxido de etileno ................................ 23 Fases do ciclo de esterilização ........... 23 Vantagens ............................................... 23 Desvantagens ........................................ 23 - Práticas recomendadas SOBECC: .. 24 Esterilização por peróxido de hidrogênio .............................................. 24 Ciclo: ....................................................... 24 Vantagem ............................................... 24 Desvantagem ........................................ 24 - Práticas recomendadas SOBECC: .. 24 Esterilização por vapor de formaldeído ................................................................. 25 Vantagem ............................................... 25 Desvantagem ........................................ 25 Controle dos processos de esterilização ..................................................................... 25 CLASSE 1 .............................................. 25 CLASSE 2 .............................................. 26 CLASSE 3 .............................................. 26 CLASSE 4 .............................................. 26 CLASSE 5 .............................................. 26 CLASSE 6 .............................................. 26 Monitoramento biológico .......................... 27 Primeira Geração (1970) ..................... 27 Segunda Geração ................................. 27 Terceira Geração .................................. 27 AULA 6: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO .......... 27 Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC): conceito ................................................. 27 Dados epidemiológicos .................... 28 Conceito .................................................... 28 ISC incisional superficial (IS): ............. 28 ISC incisional profunda (IP): ............... 28 ISC órgão/cavidade: ............................. 29 Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 2 Fisiopatogenia das Infecções de Sítio Cirúrgico ...................................... 29 Fatores de risco para ISC ...................... 29 Recomendações para prevenção de isc: Medidas De controle pré- operatórias ................................................ 29 Banho pré-operatório ............................ 29 Avaliação da colonização e descolonização ...................................... 29 Tricotomia ............................................... 30 Preparo pré-operatório ou antissepsia cirúrgica das mãos ................................ 30 Antibioticoprofilaxia cirúrgica ............... 30 Outras medidas ...................................... 30 Paramentação e circulação de pessoal .................................................................. 30 Controle metabólico do paciente ......... 31 Preparo da pele ..................................... 31 Drenos ..................................................... 31 Paramentação cirúrgica ........................ 31 Outras medidas OMS ........................... 31 Avaliação de curativos .......................... 32 Recomendações gerais ........................ 32 AULA 7: POSICIONAMENTO CIRURGICO DO PACIENTE ............................................... 32 Conceito: ................................................. 32 Introdução ............................................... 32 Metas do posicionamento cirúrgico .... 33 Passo a passo: ...................................... 33 Fatores de risco ..................................... 34 Dispositivos de posicionamento: ............. 34 Mesa Cirúrgica ....................................... 34 Acessórios ...................................... 34 - Sistematização da assistência de Enfermagem perioperatória (saep) ......... 35 • Diagnóstico NANDA ...................... 35 • Intraoperatório NIC ....................... 35 Posições ..................................................... 35 Posição supina ou decúbito dorsal .... 35 Posição trendelenburg ......................... 36 Posição fowler ou sentada .................. 37 Posição litotômica ................................. 38 Posição prona ou decúbito ventral ..... 38 Posição kraske ou “canivete” .............. 39 Posição lateral ....................................... 40 Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 3 AULA 1- CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO (CME): ESTRUTURA FÍSICA, FLUXO DO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE. CME: tem por missão prover todos os serviços assistenciais e de diagnóstico de produtos para saúde processados, garantindo a quantidade e a qualidade necessárias para uma assistência segura. É uma unidade funcional destinada ao processamento de produtos para os serviços de saúde. Uma breve retrospectiva histórica da CME no Brasil: Por volta de 1950 os primeiros CME eram parcialmente centralizados. No início de 1970 começa a instalação do CME independente dos CC Nos anos 90 ainda existiam unidades vinculadas ao CC, inclusive os Enfermeiros e TE respondendo pelos dois serviços. CME descentralizada: comum até a década de 1940. Todo o processamento dos materiais era responsabilidade de cada unidade hospitalar. CME semidescentralizada: comum a partir da década de 1950. O material era preparado (limpeza, desinfecção) nas unidades e levado à CME para esterilização. CME centralizada: utilizada atualmente, os materiais são processados no mesmo local, ou seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na CME. Vantagens do CME centralizado: Otimização dos recursos materiais e humanos Maior segurança para otrabalhador e paciente, pois favorece o desenvolvimento de técnicas seguras e eficientes. Maior produtividade Facilidade de supervisão e treinamento Padronização de técnicas de limpeza, empacotamento e reprocessamento Manuseio correto Armazenamento em condições ideias Distribuição e coleta dos artigos estéreis Manutenção regular Visa concentrar os artigos instrumental esterilizados ou não, tornando mais fácil o seu controle, conservação e manutenção. Padronizar técnicas de limpeza, preparo, acondicionamento e esterilização, assegurando economia de pessoal , material e tempo. Facilitar o controle do consumo, da qualidade dos artigos e das técnicas de esterilização, aumentando a segurança do uso; Favorecer o ensino e o desenvolvimento de pesquisas; Manter estoque de artigos, a fim de atender prontamente à necessidade de qualquer unidade do hospital. Estrutura física: O CME é uma unidade hospitalar independente e autônoma, que procura Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 4 atender igualmente todas as unidades consumidoras. Resolução RDC N°.50, De 2002- Estrutura Física dos EAS Resolução RDC N°.15, De 2012- Requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde. A área física deve ser planejada e construída levando em consideração: Demanda diária de produtos a serem processados Número e especificidades de leitos Existência de CC Quantidade de salas de operação Média diária de cirurgias Especialidades cirúrgicas Adoção ou não de material de uso único Inventario do arsenal cirúrgico e forma de armazenamento e distribuição dos produtos às unidades consumidoras. Localização: A recomendação clássica é que o CME esteja localizado próximo das possíveis unidades usuárias dos PPS. Contudo, atualmente, acredita-se que o CME pode localizar-se em qualquer local, desde que haja sistema de comunicação ágeis com as unidades consumidoras. Tipos de CME: Classe I: processamento de PPS não- críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa (instrumentais com lúmem > 5mm), passíveis de processamento. Classe II: processamento de PPS não- críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa e complexa (instrumentais com lúmem < 5mm), passíveis de processamento. Não-críticos: contato com pele integra – limpeza e desinfecção com álcool a 70% Semicríticos: entram em contato com mucosa integra – limpeza e desinfecção com álcool 70% Críticos: entram com contato com local estéril ou pele e mucosa não integra – limpeza e esterilização A LIMPEZA DEVE SER REALIZADA EM TODOS OS MATERIAIS Dinâmica e fluxo: Não pode haver encontro do fluxo de material Separação da área contaminada para área limpa AREA SUJA TEM QUE SER PRESSÃO NEGATIVA E A AREA LIMPA PRESSÃO POSITIVA A CME de classe I deve possuir, no mínimo, barreira técnica entre o setor sujo e os setores limpos A CME de classe II deve possuir barreira física entre a área de recepção e limpeza para as demais áreas Elementos Constitutivos: Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 5 Elementos construtivos: Sala de recepção e limpeza Insumos para limpeza: Detergentes enzimáticos; Esponjas e escovas para lúmens (limpeza manual); Compressas ou toalhas macias para secagem (limpeza manual); Hampers, lixeiras; Qualidade da água para enxague (Portaria MS nº 2.914/2011). Sala de preparo e esterilização: Preparo: Inspeção dos materiais: sujidades, funcionalidade e a integridade. Campo e aventais são dobrados. Pacotes são montados e acondicionados. Usar lupa- lentes intensificadoras de imagem Dispor de mesas ou carrinhos com rodas para transporte de materiais. recepç ão e limpez a prepar o e esterili zação desinf ecção quimic a , quand o aplicá vel. monito ramen to do proces so de esterili zação armaz enam ento e distrib uição dos materi ais Expurgo: + contaminado do CME • Lavatório com dispenser para sabonete líquido. • Papel toalha • Solução alcoólica em gel a 70%. Área de recepção: • Bancada para conferência dos materiais • Recipiente para descarte de perfurocortante e resíduo biológico Área de limpeza: • Pontos de água quente e fria • metodos automatizados para lavagem dos materias de confromação simples. ( lavadouras ultrassônicas e as de jato de agua são as mais utilizadas). • Secadoras ou pistolas de ar comprimido medicinal. Área contaminada: Recebe materiais sujos, procede com a limpeza e secagem. Barre ira (técn ica ou física ) Área limpa: artigos inspecionados, preparados, acondicionados, esterilizados, guardados e distribuídos. Manter a temperatura ambiente entre 18 e 22°C e exaustão forçada do ar da sala para o exterior daedificação. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 6 Estações de trabalho com cadeiras ergonômicas com altura regulável Seladoras de sistema de barreira estéril (embalagens) Esterilização: Temperatura ambiente 20-24°C Autoclaves, vapor de baixa temperatura, formaldeído e outros. Desinfecção química: A sala deve ser exclusivamente para esse fim. Deve dispor de uma bancada com uma cuba para limpeza e outra para enxague do material desinfetado. Garantir o contato do desinfetante em todas as faces do material. A temperatura ambiente 18- 22°C. Exaustão forçada do ar. Fique pelo menos 30 minutos no desinfetante ( hipoclorito, glutaraldeído e outros) Monitoramento do processo de esterilização: Dispor de um sistema para guarda dos registros dos monitoramentos por 5 anos. Sala de armazenamento e distribuição dos materiais: Local exclusivo e de acesso restrito, não podendo ocorrer em área de circulação. Local seco e limpo e sob proteção da luz solar direita. A temperatura ambiente 18 a 22° Armários, prateleiras e cestos aramados, escadas e equipamentos de transporte com roldanas. Armários e prateleiras: material não poroso, resistente à limpeza úmida e ao uso de produtos saneantes. A distribuição interna e externa dos produtos devem ser feitas e recipientes fechados. Ambientes de apoio ao CME: Vestiário com sanitários e chuveiros para funcionários. Podem ser comuns às áreas suja e limpa desde que sejam uma barreira a área limpa e o acesso à área suja não seja feito através de nenhum ambiente da área limpa. Sanitário para funcionários. Não se constitui necessariamente em barreira à área suja. Depósito de material de limpeza - Pode ser comum para as áreas "suja e limpa", desde que seu acesso seja externo a essas. Área para manutenção de autoclave, exceto quando forem de barreira Sala administrativa, copa, dentre outros. Estrutura física- acabamento Segurança do trabalhador: Área de recepção: Óculos de proteção, máscara, luvas de procedimento, avental e calçado impermeável e antiderrapante; Pisos• áreas limpas- pisos sem juntas • pisos antiderrapan tes e sem porosidades • resistentes a abrasão e que suportem a aplicação de agente químico. Paredes • Em áreas lavaveis e úmidas- revestiment os impermeáve is e sem porosidade, resistentes a abrasão. • Proteção mecânica em áreas de movimentaç ão de carrinhos Tetos e forros • o forro contribui para redução de ruídos • deve permitir algum grau de limpeza • junção perfeita das placas do forro, eliminando frestas. • Portas: laváveis, resistentes e sujeitas a impactos mecânicos Bancadas • Adequadas à natureza do trabalho • Resistentes a limpeza úmicsa • Proporciona r postura ergonômica do trabalhador Cores/ iluminação • Predomina m as cores claras • boa iluminação geral e em alguma bancadas. • Iluminação natural é desejável. Janelas • devem ser amplas, altas e teladas ( se aplicável) Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 7 Área de limpeza: Óculos de proteção, máscara, luvas de cano longo, avental impermeável de manga longa, protetor auricular tipo concha* e calçado impermeável e antiderrapante Área de inspeção, Preparo e acondicionamento: Máscara, luvas de procedimento, protetor auricular, calçado fechado; Área de esterilização: Luvas d proteção térmica Limpeza da CME Áreas críticas: Oferecem risco potencial de transmissão de infecção (procedimentos invasivos, executar limpeza de artigos). Diariamente limpeza concorrente – limpeza de todas as áreas verticais, horizontais e mobiliários; reposição de material de higiene e retirada de lixo. 1x Semana Limpeza terminal – Desinfecção de todas as áreas (incluindo equipamentos) para reduzir a população microbiana e contaminação. Periodicamente Lavar as áreas do CME Atribuições do Enfermeiro: Planejar, coordenar, executar, supervisionar e avaliar todas as etapas relacionadas ao processamento de produtos para saúde; Participar da elaboração de Protocolo Operacional Padrão (POP) para as etapas do processamento de produtos parasaúde; Propor e utilizar indicadores de controle de qualidade do processamento de produtos para saúde; Avaliar a qualidade dos produtos fornecidos por empresa processadora terceirizada; Acompanhar e documentar, sistematicamente, as visitas técnicas de qualificação da operação e do desempenho de equipamentos; Definir critérios de utilização de materiais que não pertençam ao serviço de saúde, tais como prazo de entrada no CME, antes da utilização; Participar das ações de prevenção e controle de eventos adversos no serviço de saúde, incluindo o controle deinfecção; Garantir a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI); Participar do dimensionamento e da definição da qualificação necessária a os profissionais para atuação no CME; Promover capacitação, educação permanente e avaliação de desempenho dos profissionais que atuam no CME; Orientar e supervisionar as unidades usuárias dos produtos para saúde, quanto ao transporte e armazenamento dos mesmos; Emitir parecer técnico relativo à aquisição de produtos para saúde, equipamentos e insumos a serem utilizados no CME; Atualizar-se sobre as inovações tecnológicas relacionadas ao processamento de produtos para saúde. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 8 AULA2 E 3: ETAPAS DO PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS: RECEPÇÃO ,LIMPEZA E DESINFECÇÃO. ETAPAS DO PROCESSAMENTO E LIMPEZA Conceitos: Limpeza é o procedimento de remoção mecânica de sujidades, realizado com água, adicionada ou não de detergentes, desincrostantes ou produtos enzimáticos, num determinado tempo, de forma manual ou produtos enzimáticos. O objetivo da limpeza dos artigos é:remover a sujidade, remoção, redução ou destruição dos microrganismos patogênicos, remoção completa de substâncias pirogênicas. É fundamental que os artigos recebidos sejam selecionados e desinfetados imediatamente após o seu recebimento, evitando o seu acúmulo e, consequentemente, que matérias orgânicas fiquem aderidas, tornando mais difícil a limpeza. A partir da limpeza têm-se a carga microbiana(bioburden) diminuída, além disso a sujidade age como barreira física e atua como fator de proteção para microrganismos. A carga microbiana varia de acordo com o local do corpo, por exemplo: colonoscópios tem bioburden de 10(elevado a 9), já em outros locais esse valor diminui consideravelmente. • LIMPEZA MANUAL: Objetos de matérias delicados e precede a limpeza ultrassônica. A desvantagem da limpeza manual são os riscos ocupacionais, pois facilitam a disseminação de microrganismos, as variações de técnicas que podem ocorrer entre os profissionais, a ocorrência de ferimentos, o contato constante com a umidade, produtos químicos e aerossóis gerados durante a escovação e com contrate térmico, além de maior consumo de tempo. • METODO AUTOMATIZADO: Vantagens: permite a repetitividade, aumenta a produtividade e diminui sensivelmente a exposição dos profissionais a riscos ocupacionais de origem biológica, especialmente a vírus da hepatite e da AIDS. Desvantagens: falhas humanas e falhas na manutenção das máquinas. Desinfecção: Processo físico ou(e/ou) químico de eliminação de microrganismos presentes em objetos inanimados e superfícies, EXCETO os esporos bacterianos. • DESINFECÇÃO FÍSICA: pode ser através da pasteurização ou termodesisnfecção. Na pasteurização é feita a imersão em água quente, onde a temperatura é estável por tempo de exposição. Já a termodesinfecção são jatos de água sob pressão e turbilhamento associados a detergentes não espumantes. Dividido em pré- lavagem, onde são feitos jatos de água fria ou morna com detergente enzimático ou alcalino. Na secagem da termodesinfecção é feita com água quente ou a vapor. • DESINFECÇÃO QUIMICA: A desinfecção química deve ser feita através de desinfetantes químicos no CME, onde neste deverá ter uma sala somente para esse processo. Esse processo pode ser prejudicial aos pacientes, profissionais e meio ambiente. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 9 • Desinfecção de alto nível: Realizada através de aldeídos, peróxido de hidrogênio e ácido paracético. Capaz de eliminar grande parte dos esporos mas não todos quando estes estão em número elevado, bacilo da turbeculose, bactérias vegetativas, fungos e vírus. • Desinfecção de médio nível: Feita através de soluções cloradas e álcool a 70%. Inativa bactérias na sua forma vegetativa, vírus lipídicos e não lipídicos, fungos, bacilo da tuberculose, mas não inativa esporos. • Desinfecção de baixo nível: Utiliza-se quartenário de amônia e Iodóforos. Elimina bactéricas vegetativas, vírus lipídicos e alguns não lipídicos e alguns fungos. Não elimina micobactérias ou esporos. DESINFECÇÃO FÍSICO-QUÍMICA: Esse método associa elementos químicos a parâmetros físicos. Usa elementos naturais da água, do sal e da eletricidade reunindo em uma câmara para originar uma solução. Qualidade da água A água é o elemento essencial ao processamento de limpeza e deve atenderminimamente aos padrões de potabilidade segundo a portarian.1.469 Do Ministério da Saúde. Porém por ser portável não é suficiente para o último enxague de alguns instrumentos críticos que entram em contato com o endotélio vascular e tecido ocular, além de cirurgias e implantes e do SNC. A água fria pode ser eficiente para limpeza de resíduos de sangue, mas a água quente é superior para praticamente todos os outros tipos de sujidade. Mas para a fase de pré-limpeza realizada imediatamente após ao uso do produto com o objetivo de remover a sujidade grosseiras não se recomenda utilizar água com temperatura superior a 45°C pois causa coagulação do sangue e de proteínas. • Qualidade da água e contaminantes: pH: Níveis extremos podem interferir na ação de detergentes e também podem danificar os materiais, em especial os delicados, como os de microcirurgia e os ópticos. Carbono orgânico: Quando a taxa de carbono orgânico está acima do nível permitido, indica que a água contém material proveniente de microrganismos, plantas e animais o que demanda intervenção. Dureza: a dureza da água decorre, especialmente, pela concentração de carbonato de cálcio e de magnésio que se depositam como camadas minerais duras quando a água é aquecida ou evaporada. Podem interferir na ação de detergentes, pois esses componentes se ligam aos agentes sufarctantes e diminuem a dispersão da sujidade. Pode também criar incrustações nos materiais causando maior dificuldade para remoção de sujidade e microrganismos. Endotoxinas: As endotoxinas não são destruídas pelos processos rotineiros de desinfecção e esterilização; portanto, materiais enxaguados em água com alto nível de endotoxina ou contaminada com grande quantidade de bactérias Gram- negativas mesmo que esterilizados, podem causar reação pirogênica ou outros eventos adversos ao paciente. Por isso é importante o controle da água. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 10 Íons de cloro, ferro, cobre, manganês, podem provocar manchas e corrosão aos PPs e nos equipamentos de limpeza e de esterilização. Quando a água apresenta qualidade insatisfatória além de prejuízos ao processamento do instrumental pode também provocar: Oxidação na câmara interna das lavadoras; Mudança de coloração dos componentes de polietileno das lavadoras (branco para bege); Oxidação do material cirúrgico; Manchas nos instrumentais. Qualidade da água e tratamento Filtro de sedimentos: consistem em camadas de fibras com vasta distribuição de poros, que promovem alta retenção de partículas grosseiras, ferro e manganês. O acumulo de partículas grosseiras pode ocasionar a redução do fluxo de água, nesse caso, é necessário realizar a retrolavagem do sistema. Abrandadores: consiste em processo que utiliza resinas que substituem os íons cálcio e mangnésio da água pelos íons de sódio, os quais são mais solúveis, transformando a água dura em água mole. Remove também ferro e magnésio. Não reduz a carga microbiana da água, nem resíduos orgânicos. É considerado um pré tratamento da água. Deionização: tratamento realizado pela passagem da água por resinas específicas que promovem a troca iônica a fim de remover sais da água, tanto os ânions quanto os cátions. Requer monitoramento da água produzida e periodicamente regeneração ou troca das resinas. Não remove bactérias ou endotoxinas. Osmose reversa: sistema formado por membranas semipermeáveis em forma de espiral ou rolo, por onde passa o fluxo de água sob pressão controlada por mecanismo de bomba. A água transpassa a membrana que remove os sais inorgânicos, bactérias e endotoxinas, produzindo água de alto grau de pureza. No entanto, um volume significativo de água não transpassa a membrana e é desprezado pelo sistema, podendo ser reaproveitado para uso em lavanderia, caldeira, descargas ou limpeza de áreas externas. Destilação: requer o aquecimento da água até o ponto de ebulição, transformando-a em vapor que, resfriado, retorna à fase líquida e então é coletada em reservatório. Nesse processo, são removidos os sais inorgânicos, as bactérias, os vírus, os cistos e as endotoxinas. Para materiais críticos, o enxague final deve ser feito pelo menos em água deionizadas, mas o ideal seria utilizar água tratada por destilação ou osmose reversa, em especial para produtos utilizados na corrente sanguínea, tecido ósseo, ocular e neurológico. Para os materiais semicríticos com água potável e mole ou água tratada de acordo com os riscos associados ao procedimento e à complexidade dos materiais. Qualidade da água e etapas do processamento Os estabelecimentos de saúde devem analisar custo-benefício para determinar qual o melhor sistema de tratamento, Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 11 conforme sua realidade. Independente do tipo de tratamento, a água deve ser canalizada para cada ponto de uso no CME. Implementar um programa de monitoramento físico, químico e microbiológico da água fornecida ao CME, com periodicidade determinada Detergentes: Em geral, são compostos por agentes surfactantes que diminuem a tensão superficial da água, favorecendo a remoção da sujidade. Em CME, podem ser usados detergentes com ou sem enzimas, detergentes alcalinos ou ácidos, desde que estejam regularizados junto à ANVISA. Os detergentes precisam ser compatíveis com os materiais processados, sem causar danos (oxidação e manchas); agentes biodegradáveis e de baixa produção de espumas; não ter adição de fragrâncias ou corantes; não possuir componentes que ofereçam riscos ao paciente e profissionais (teratogênica, carcinogênica, mutagênica). Detergentes enzimáticos: possuem enzimas que facilitam a quebra da matéria orgânica. São proteínas que agem como catalizadores nas reações bioquímicas. As enzimas têm a capacidade de agir sobre sangue, gordura, muco, saliva, proteínas, produzindo um substrato mais fácil de ser removido pelos agentes de limpeza. São classificados como categoria Risco 2 e devem atender as exigências da RDC n.55 de 2012, onde essa resolução determina que para registro do produto é obrigatória a apresentação de laudos de atividade enzimática, assim como documentos relativos à formulação, toxicidade, embalagem e rotulagem. Indispensável o enxágue adequado após a limpeza; Uso em instrumentos oftalmológicos devido a ocorrência de TASS. Desincrustantes: São detergentes com a capacidade de remover sujidade fixada em superfícies e instrumentos. Nessa categoria, há grande gama de produtos, que variam com relação ao pH(ácido ou alcalino),à apresentação(liquido ou pó), à indicação de uso(instrumental cirúrgico ou apenas para materiais de menor criticidade),à eficiência para a limpeza e potenciais danos aos materiais delicados (corrosão e manchas).Todos esses aspectos devem ser considerados para a utilização na limpeza. Detergentes alcalinos: Com pH em torno de 9a 14, são utilizados para a limpeza devido a sua capacidade de dissolver proteínas e gorduras. Os detergentes alcalinos promovem deslocamento de resíduos por emulsificação, saponificação e peptização. Deve se solicitar ao fabricante os laudos de irritabilidade e corrosão;demandam uma maior temperatura para atingir níveis ótimos de ação entre 60 e 70°C; auxiliam na remoção de depósitos dos instrumentos, renovando seu brilho Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 12 natural, característica que permite dispensar o uso de produtos restauradores. Detergentes neutros: Recomendado para limpeza e pré-desinfecção. Compostos por surfactantes não iônicos, complexos enzimáticos e produtos antimicrobianos. Indicado para limpeza de materiais com pouca quantidade de matéria orgânica. Tipos de agentes e recomendação: *A troca da solução de detergente deve ser feita a cada uso; Nunca deixar o material imerso na solução por tempo excessivo. *As escovas e esponjas descartáveis ou reutilizáveis, de diferentes tamanhos e desenhos, não devem ser abrasivas ou ter pontas que causam danos ao material; a cada uso devem ser limpas e secas. *As pistolas de água sob pressão são utilizadas para produtos com lúmen *Todas as superfícies precisam estar em contato com a solução detergente (abertura, desmontagem e preenchimento de lumens), não dispensam a ação mecânica. O enxágue adequado é indispensável *O fabricante deve orientar quanto à diluição, à temperatura da água e ao tempo de contato para que a eficiência seja plena. Métodos de limpeza A limpeza de qualquer produto para a saúde precisa ser feita de maneira rigorosa e meticulosa, devendo-se desenvolver, para cada tipo de material, a melhor forma de executar a tarefa. É necessário selecionar o método que seja mais adequado ao produto a ser processado, de acordo com a demanda e com os recursos disponíveis no serviço. Uma vez que esse requisito seja atendido, a limpeza pode ser realizada manualmente ou de forma automatizada. Metodos de limpeza manual: Antes do processo de limpeza manual, é necessário separar o instrumental perfurocortantes e os pesados; os materiais leves e delicados devem sempre estar separados ou por cima dos mais pesados. Pré-limpeza imersão de materiai aplicar jatos de água desmontar os materiais Lavar peça por peça, com escovas, friccionando delicadamente por no mínimo 5 vezes submerso na solução detergente enxague abundante. Metodos de limpeza automatizada Termodesinfectadoras: Removem a sujidade pela ação da força do spray de água, com baixa produção de espumas. São programadas para fazer pré- lavagem com água fria, ciclo de lavagem propriamente dito e enxágua. Realizam no final do ciclo de limpeza, a desinfecção térmica. O enxágue final é realizado utilizando água mole deionizada ou água purificada por tratamento com osmose reversa; inclui também secagem com jatos de ar quente.A equipe deve ter acesso ao POP do ciclo indicado para cada situação além de controle dos parâmetros; Maior produtividade; Minimiza os riscos ocupacionais; Cuidados: Carga Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 13 excessiva; Sobreposição de produtos de saúde; Não desmontagem; Escolha errada do ciclo e dos detergentes; Não conexão dos dispositivos de fluxo canulados. Ultrassônicas: agem por ondas sonoras inaudíveis, e se propagam em meio líquido, geram bolhas microscópicas que ao entrarem em contato com a superfície do material, implodem e geram uma área localizada de vácuo que remove a sujidade aderida ao material. Esse fenômeno é chamado cavitação ou vacuolização. Como a cavitação ocorre em meio líquido é fundamental que haja contato da água com todo o instrumental, seja pela parte externa ou principalmente pela parte interna. Trata-se de um método efetivo de limpeza de instrumental cirúrgico, principalmente do que possui conformações complexas e lumens. A lavadora deve ter a cuba preenchida com solução detergente na diluição recomendada pelo fabricante até o nível demarcado devendo os materiais estarem completamente imersos. Atentar para o tempo de exposição de cada material 2 a 10 min. Cuidados: Trocar a solução a cada uso; Não sobrecarregar a cuba com excesso de materiais; Materiais com liga metálica diferente não misturar. RCD nº15, de 15 de março de 2012 : a limpeza de produtos para saúde com CONFORMAÇÕES COMPLEXAS deve ser precedida de limpeza manual e complementada por limpeza automatizada em lavadora ultrassônica ou outro equipamento de eficiência comprovada. Lavadoras de descarga: são um tipo de lavadora termodesinfetadora e se destinam ao processamento de comadres, papagaios e frascos de drenagem. Permitem que esses materiais sejam colocados na máquina sem manuseio prévio, pois, na fase inicial do processamento, os dejetos são removidos e despejados diretamente na rede de esgoto. Lavadora de endoscópio: A limpeza é realizada pela ação de jatos de água, detergente e recirculação contínua desses produtos fora e dentro dos canais do endoscópio. Controle do processo: A inspeção da limpeza se inicia no enxágue, mas continua durante as etapas de secagem e preparo. Se divide em inspeção visual onde deve ser realizada em local limpo, com bancada previamente limpa e desinfetada com álcool a 70% e forrada com tecido de cor clara para facilitar a inspeção. Deve ser usado um objeto para iluminação incidente, além de uma lente de aumento de até 8x.Inspeção química: Soil test –Pó químico misturado a água, simula o sangue e é aplicado no instrumento teste, secar por 30min. Des-cheque-Indicador químico que demonstra com alteração de cor a efetivação do processo de termodesinfecção. Enxague: é uma etapa indissociável do processo de limpeza, tanto manual quanto automatizada, pois, pela ação do fluxo de água, efetivamente são removidos os detritos e as sujidades desprendidos dos materiais e os resíduos detergentes. É fundamental o enxágue abundante, primeiramente com água corrente potável e, para materiais Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 14 críticos, o enxágue deve ser completamente com água tratada purificada. Limpeza manual e por ultrassom: Após o enxague os materiais são inspecionados visualmente e encaminhados para secagem. Termodesinfetadoras: Programar o ciclo para efetuar a etapa de secagem total ou parcial, realizando inspeção após a secagem. Secagem: a secagem completa dos materiais, manual ou automatizada, está sempre indicada, pois a umidades residual favorece o crescimento microbiano nos produtos de saúde, interfere nos processos de esterilização a baixa temperatura dilui os desinfetantes e causa manchas na superfície dos produtos. Pode ser realizada com material absorvente, têxtil ou não tecido, que não libere fibras. Utilizar material de secagem de cor clara favorece a identificação de sujidade residual. Uma alternativa de secagem para, materiais delicados ou com lumens é a aplicação de jatos de ar comprimido. Prova 2: AULA 4: PREPARO DOS PRODUTOS PARA ESTERILIZAÇÃO, RASTREABILIDADE, ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO. O preparo do produto para esterilização inicia-se com a inspeção Matéria orgânica: dos materiais. Matéria orgânica: Impede o contato do agente esterilizante, interfere na eficiência da esterilização e causa iatrogenias nos pacientes (SRIS eTASS). Falhas mecânicas no instrumental: Podem causar danos aos pacientes, ampliar o tempo do procedimento e gerar insatisfação da equipe. Inspeção da limpeza e funcionalidade dos materiais. Inspeção: Realizar a inspeção em local próprio, sobre uma mesa de superfície passível de desinfecção com álcool 70%. Manter o material limpo, sem o risco de sujar o que foi limpo. Forrar a mesa, com campos de tecido de cor clara. Trocar os campos quando molhados e/ou sujos e a cada troca de plantão. Absorver a água e facilitar a visualização da sujeira. Providenciar a iluminação satisfatória, usar lente intensificadora de imagem (mínimo 8X). Avaliar a qualidade da limpeza e retornar para o expurgo na presença de sujidade. E quais seriam os EPI mais adequados? A etapa seguinte consiste no condicionamento e distribuição dos produtos a serem esterilizados. Escolha do sistema de barreira estéril (embalagens) Garantir a integridade do conteúdo esterilizado até abertura Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 15 Roupas privativas, gorro, luvas e máscaras. Protetor auricular quando acionar pistola de ar. As peças desmontadas para limpeza podem requerer lubrificação com produtos próprios. Complementar a inspeção visual de materiais de conformação complexa com testes químicos (Clean Trace Surface ATP) e microscópio/boroscópio. Os instrumentais devem ser minuciosamente observados - cremalheira, reentrâncias e as peças articuladas. Avaliar as lâminas de tesouras quanto a efetividade do corte. O encaixe perfeito de subpeças deve ser observado. Risco de se soltarem ou quebrarem. Aplicar produtos restauradores de instrumental. Avaliar os motivos para o aparecimento de manchas. Falhas na limpeza e/ou esterilização. Aplicação da borracha na mancha- aço inox. Os produtos devem ser secos logo após a lavagem com panos macios e limpos, absorventes e de cor clara. Na presença de sujidade retornar para o expurgo. O desempenho das lavadoras termodesinfetadoras deve ser sistematicamente avaliado - Secagem dos materiais e o risco da limpeza ineficaz. Se houver manchas no material, investigar a causa: Coloração iridescente: presença de íons e metais pesados na água de lavagem. Resíduos amarelados ou marrom escuro: detergente impróprio ou depósito de matéria inorgânica. Manchas claras ou escuras: Instrumentos secados ao ar livre. Películas escuras: Esterilização de materiais cromados junto com materiais de aço inox. Manchas cinza-azulados: uso incorreto de substâncias degermantes. Instrumental cirúrgico com rachaduras, componentes quebrados, não apresentam o encaixe perfeito, corroídos, desgastados ou com o funcionamento comprometido deve ser enviado para manutenção ou descarte. Os produtos têxteis devem ser empacotados no CME e não na lavandeira. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 16 Dispor os instrumentos desmontados nas caixas cirúrgicas; Na presença de várias unidades do mesmo instrumental, agrupá-los por similaridade; O calor latente garante a esterilização de pinças em posição fechada. Não corre o risco de trincas no material, porque em um ambiente pressurizado não há dilatação dos corpos. Material limpo, inspecionado, acondicionado ? Realizar a embalagem para manter o material estéril até o uso. Padronização (internacional) para o empacotamento do material. As funções primárias do sistema de barreira estéril (embalagens): Permitir a esterilização do conteúdo. Manter a esterilização até que sejam utilizados. Permitir a retirada asséptica do material. Características de uma embalagem ideal. Deve fornecer uma barreira eficiente para os microorganismos e para outros particulados/fluidos. Permitir a saída do ar, penetração do agente esterilizante o contato com todas as superfícies e a posterior remoção do esterilizante. Ser livre de ingredientes tóxicos e corantes não fixos. A memória da embalagem deve ser mínima e as tampas dos contêineres devem ser removíveis. Permitir acomodação segura dos itens, Proteger as embalagens de danos fisícos, como amassamento, dobras e empilhamentos. Resistir, ao máximo, a danos que possam provocar rasgos, cortes, delaminações. Possibilitar vedação hermética adequada Ser inviolável e capaz de selar uma única vez. Permitir a remoção completa do ar do interior da embalagem. Quando possível ter indicador químico de processo impregnado na embalagem. Ser de fácil e prática utilização. Permitir a transferência sob técnica asséptica da embalagem. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 17 Relação custo-benefício favorável. Ter disponível no mercado sem descontinuidade. Ter disponível a data de validade da embalagem e as instruções para o seu uso. Empacotamento: Funções da Enfermagem: • Regulamentado pela ANVISA • Enfermeiro é responsável pela escolha do sistema de barreira e o tipo de esterilização; • Controlar as evoluções dos sistemas de barreira e avaliar custo benefício para troca de uma mais atual; Fechamento das embalagens A termosselagem dos envelopes Tyvek e papel grau cirúrgico A termosselagem do papel deve promover hermeticamente o fechamento do pacote, sem rugas, fissuras e sinais de queima do papel. A temperatura pode variar A selagem térmica deve obedecer a largura total de 6 mm, podendo ser linha simples, dupla ou tripla, distante 3 cm da borda e do material. Utilizar fita adesiva de qualidade para o fechamento de pacotes de algodão tecido, SMS e papel crepado. Adicionar fita adesiva impregnada com tinta termocrômica (zebrada), como indicador químico classe I, de exposição. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 18 Cover-bag (embalagem de proteção do material esterilizado) Recomendado para materiais pesados, como caixas cirúrgicas, durante a vida de prateleira do material. Constituem coberturas plásticas protetoras (em forma de filmeplástico aderente utilizado para alimentos ou saco plástico), sendo um sistema de barreira secundário. Escolher um tamanho de invólucro que proteja todo o conteúdo. • A embalagem e o material devem estar secos depois da esterilização. Material e Embalagens Úmidos drenagem do vapor; departamento de engenharia clínica; carga do esterilizador; vagarosamente; sobre superfícies frias. Identificação e Registro: Identificar o sistema de barreira estéril com rótulos ou etiquetas. O rótulo deve se manter legível e afixado na embalagem após o processamento. Identificação do rótulo: nome do produto, número do lote, data da esterilização, data limite de uso, método de esterilização. Armazenamento e distribuição: Local limpo e seco; Proteção da luz solar direta; Manipulação mínima; Acesso restrito e centralizado; Armazenamento em prateleiras ou cestosaramados, sem empilhamento, fácil identificação, com o mínimo de manuseio e um responsável pela guarda e distribuição do material. Prateleiras ou armários não poroso; A perda da esterilidade de um item embalado associa-se ao evento relacionado e não ao tempo de vida da prateleira; Adotar métodos para que os materiais esterilizados não fiquem sujeitos a eventos relacionados no Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 19 transporte, armazenamento e distribuição. Eventos relacionados: • Ruptura da termosselagem ou de outro sistema de fechamento do pacote/caixa; • Perda da integridade da embalagem por compressão; • Empilhamento, dobras, penetração de umidade; • Exposição direta aos raios solares ou outros agressores ambientais; • Uso de elástico durante o armazenamento e apalpação dos materiais; Pacotes e caixas esterilizadas devem ser consideradas adequadas para uso até que um evento ocorra e comprometa a integridade da embalagem. O usuário final deve inspecionar visualmente a integridade da embalagem. O responsável pelo CME deve estabelecer regras para o controle dos eventos. Cada EAS deve estabelecer o prazo máximo de vida de prateleira para os produtos esterilizados. Mudança de paradigma : Prazo de validade relacionado ao tempo X Esterilidade relacionado aos eventos TRANSPORTE • Recipientes fechados e em condições que mantenha a identificação e a integridade da embalagem. • Encaminhamento para empresas processadoras ou CME centralizada: recipiente rígido, liso, com sistema de fechamento e a lista dos materiais à serem processados e o nome do serviço. • Empresa processadora- hospital: recipiente fechado e resistente Os recipientes devem estar identificados com o nome da empresa processadora, o nome do serviço a que se destina e a lista de produtos processados. Veículo de uso exclusivo e higienizado Contrato entre o serviço e a empresa processadora que envolve transporte intermunicipal e interestadual Vigilância sanitária AULA 5: ESTERILIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA SAÚDE REUTILIZÁVEIS Esterilização é o processo que promove a completa eliminação ou destruição de todas as formas de microrganismos presentes em um artigo/equipamento/material: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um nível aceitável de segurança. O processo de esterilização pode ser físico e físico-quimico. - Qual método utilizar: • Todo material termorresistente obrigatoriamente por vapor saturado sob pressão. • Escolher o método que reúna o maior número de pre- requisitos para a eficiência da esterilização a baixa temperatura, checando as seguintes características: difusibilidade, Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 20 compatibilidade com a matéria prima, toxidade, monitoramento, adaptável e custo-benefício. • Independente do esterilizador, as qualificações são imprescindíveis (qualificação de instalação, operação e desempenho) e o monitoramento a cada ciclo também. ESTERILIZAÇÃO FISICA – Calor úmido (autoclave): ideal para artigos termorresistentes. RDC nº 15 de 2012 Art.92 Não é permitido o uso de estufas para a esterilização de produtos para saúde. • Vapor Saturado sob Pressão -Autoclavação: é o método de escolha nos hospitais. É usada em PPS críticos e, sempre que possível, em produtos para saúde semicríticos. -Destruição dos microrganismos pela coagulação da proteína celular -Indicado para artigos termorresistentes: instrumental cirúrgico, teflon, tecidos, silicone, vidro, motores blindados, etc. - É o método preferencial para a esterilização de produtos para saúde críticos - Vapor saturado: é a camada mais próxima da superfície líquida, encontra- se no limiar do estado líquido e gasoso; - A pressão pré-estabelecida na autoclave permite o vapor saturado atingir temperaturas acima da ebulição da água, 121 a 135ºC, em um tempo mais curto; - Variáveis de avaliação do processo: temperatura, tempo e pressão. - Autoclave: câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança, manômetros de pressão e um indicador de temperatura (termostato). - Na autoclave, o vapor fica retido sob pressão, atingindo a temperatura mais elevada do que seu ponto de ebulição, sem entrar em ebulição. Fases do ciclo de uma esterilização em autoclave - Remoção ou drenagem do ar: por gravidade ou vácuo; - Admissão do vapor ou período de exposição: penetração do vapor, pelo tempo de esterilização determinado; - Exaustão do vapor: por válvula ou condensador; - Secagem dos artigos: é obtida pelo calor das paredes da câmara em atmosfera rarefeita; Tipos de Esterilizadoras a Vapor Saturado sob Pressão - Esterilização por Gravidade; - Esterilização por Alto-vácuo; - Esterilização por Vácuo Pulsátil; - Esterilização Flash. Esterilização por Gravidade - A gravidade é usada para deslocar o ar da câmara da esterilizadora e de dispositivos embalados - Tº 121/123 - tempo de exposição: 15 a 30min; Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 21 - Tº 132/135 - tempo de exposição: 10 a 25 min; - Tempo do ciclo de esterilização: depende do fabricante. - Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo, sendo a esterilização comprometida, principalmente, para materiais densos ou porosos; - Umidade ao final do processo; - O tempo de esterilização é maior, pois o aquecimento é gradual, de fora para dentro; - ANVISA desaconselha. Esterilização por Alto Vácuo - Antes da entrada do vapor o ar é removido pela formação de vácuo, através de uma bomba. Assim, quando o vapor é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes. - O ar é removido de uma única vez em pequeno espaço de tempo; - Tº 132/135 - tempo de exposição: 3 a 4 min; - Tempo do ciclo de esterilização: depende do fabricante. - É mais segura que o gravitacional, mas pode haver formação de bolsas de ar (remoção apenas uma vez). - Após a esterilização a bomba de vácuo remove todo vapor e umidade interna, tornando a secagem mais rápida. Esterilização por Vácuo Pulsátil - Antes da entrada do vapor o ar é removido pela formação de vácuo fracionado. A remoção do ar é mantida por períodos intermitentes, com injeção simultânea de vapor. - A formação de bolsas de ar é menos provável; - Após a esterilização a bomba de vácuo remove todo vapor e umidade nterna; - Todo o ciclo é mais rápido e seguro que os métodos anteriores. - O tempo de esterilização só começa a ser contado após retirada completa do ar dos pacotes; - Tº 121/123 - tempo de exposição: 20min - Tº 132/135 - tempo de exposição: 3 a 4 min; - Tempo do ciclo de esterilização: depende do fabricante. Sistema de esterilização para uso imeditado (Esterilização Flash) - Esterilização ultrarrápida, utilizada em situações emergenciais de PPS não poroso e/ou canulado; - De forma geral o ciclo é dividido em duas fases: remoção do ar e esterilização (não há exaustão e secagem); - Materiais são utilizados imediatamente após o processamento, sem ser armazenados. - RDC n°15/2012: O ciclo deesterilização a vapor para uso imediato deve ser documento contendo data, hora, motivo do uso, nome do instrumental cirúrgico ou produto para saúde, nome e assinatura do profissional responsável pelo CME e identificação do paciente. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 22 - Este ciclo não deve ser utilizado como primeira opção nos estabelecimentos de saúde; - Indicadores químicos, físicos e biológicos (B. stearothermophillus), garantem a segurança desse processo. Vantagens • Penetração em têxteis; • Destruição de esporos em curto período de tempo; • Econômico e de fácil controle de qualidade; • Isento de substâncias tóxicos; • Compativél com várias embalagens Desvantagens • Danos à fibras opticas • Efeito deletério sobre os termosseníveis; • Oléos e pós – impermeáveis ao vapor - Práticas recomendadas SOBECC: • Para autoclave com capacidade superior a 100 litros, a existência do sistema de remoção do ar é obrigatória; • Esterilizar líquidos em ciclos próprio, não os submetendo à fase de pré-vácuo e nem a secagem; • A câmara do equipamento deve ser preenchida no máximo em 80% da sua capacidade total, sem os materiais encostarem na parede. • Os materiais não devem encostar nas paredes; • A remoção de ar é dificultada para cargas com tamanhos e pesos excessivos (máximo: 11kg e tamanhos: 55x33x22cm); • Artigos côncavos-convexos (bacia, cuba rim) posicionados na vertical e artigos como jarras, cálices e frascos emborcados com a abertura para baixo; • A água utilização para formação do vapor deve ser pura (NBR ISO 17.665-1). • Seguir os tempos mínimo de exposição e temperatura oficialmente recomendados e validados no momento de qualificação da carga e desempenho. (121ºc por 15 minutos; 134ºc por 3,5 minutos ou 134ºc por 18 minutos – suspeita de príons). • Abrir a porta da autoclave só após o processo final de secagem; • Os artigos, após a esterilização, não devem ser tocados, movidos ou colocados em outra superfície até 30 a 60 minutos (pode levar à condensação). Esterilização físico-químico gasoso (baixa temperatura) oESTERILIZAÇÃO FISICO-QUIMICA Esterilização por óxido de etileno (eto) Características: - Gás incolor - Volatil e com odor adocicado - Inflamável e explosivo no Ar e O2 - Mais pesado que o ar - Extremamente toxico - Grande poder de penetração - Solúvel em água, acetona, éter, solventes orgânicos, pH ácido. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 23 - O gás pode ser usado puro (100%) ou misturado com gases inertes, como o hidroclorofluorcarbonos (HCFC) e dióxido de carbono (CO2). - A sua letalidade vai depender: temperatura, umidade relativa, tempo de exposição e da concentração. - As faixas operacionais desses 4 parâmetros críticos variam dentro dos seguintes limites: Concentração de 450 a 1200 mg/l Temperatura: 37 a 63°C Umidade relativa: 40 a 80% Tempo de exposição: 1 a 6 horas Ação: inativa e inibe as enzimas celulares e replicação do DNA Preparo do material para ser submetido ao oxido de etileno Acesso restrito/sem cruzamento de artigos 1. Área de comando 2. Sala de esterilização 3. Sala e aeração ambiental 4. Área de armazenamento dos cilindros 5. Área de tratamento do gás Fases do ciclo de esterilização • Pré-umidificação • Equilíbrio da temperatura (aquecimento da câmara) • Pré-vácuo • Equilíbrio da umidificação • Introdução de gás • Tempo de exposição (depende da densidade do material e carga) • Vácuo final (utilização do nitrogênio- gás inerte) – remoção do oxido de etileno • Aeração (ambiente aquecido) Autoclave – ar comprimido filtrado; 2h30min aproximadamente Ambiente apropriado (sala de aeração) – Aeração por 8 a 12h sob temperatura de 50 a 60°C; 25 trocas de ar/hora. Equipamento de proteção individual: - Mascara de ar positivo - Vestimenta de PVC - Lucas de PVC - Calçados de PVC Vantagens • Esterilização a baixa temperatura; • Materiais termossensíveis não danificam; • Custo reduzido quando encaminhado grande volume de PPS; • Ampliação do tempo de esterilidade (controle de evento relacionado). Desvantagens • Alta toxidade (efeito residual); • Alto custo quando esterilizado pouco PPS • Subprodutos: etilenoglicol e etilenocroridrina Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 24 - Práticas recomendadas SOBECC: • Materiais termossensíveis com conformação complexa, com lumens longos, estreitos e de fundo cego devem ser esterilizados em ETO; • Auditar sempre as empresas terceirizadas por ETO, especialmente quanto à segurança da aeração dos PPS; • O transporte dos materiais deve seguir as recomendações previstas pela legislação. Esterilização por peróxido de hidrogênio •Solução líquida conhecida, comercialmente, como água oxigenada. • Catalase: H2O2 = O2 + H2O • São radicais livres que atacam a membrana lipídica e DNA. • A solução de peróxido de hidrogênio na concentração de 59% (variável de acordo com fabricante) é distribuída no interior da câmara do equipamento e vaporizada. A aplicação de um campo eletromagnético produz o gás plasma. • O gás plasma constitui-se de gases altamente ionizados, compostos de íons, elétrons e partículas neutras. Ciclo: - Vacuo: retirada do ar - Injeção: ampola de H2O2 de 1,8ml à 58% é liberada na câmara (6mg/l) - Difusão: U2O2 por toda a câmara - Plasma: formado por aplicação de energia - Ventilação: interrompe-se a emissão de energia e é injetado ar tratado na câmara. Vantagem • Esterilização a baixa temperatura ( 45 a 55ºc); • Rapidez na esterilização (28 a 72 min); • Baixa toxidade; • Compatibilidade com inúmeros materiais (incluindo componentes elétricos e eletrônicos). • Equipamento alocado no CME Desvantagem • Alta custo; • Incompatível com as embalagens de algodão, grau cirúrgico e papel crepado; • Incompatível com líquidos e materiais de fundo cego; • Difusibilidade inferior ao óxido de etileno. - Práticas recomendadas SOBECC: • Em função das incompatibilidades, deve-se seguir restritamente as orientações do fabricante; • Utilizar como sistema de barreira o Tyvek, SMS ou conteiners; • Solicitar ao fabricante do equipamento e do produto a validação da esterilização a cada novo produto termossensível a ser esterilizado pelo método. • Secar os produtos antes de serem esterilizados Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 25 Esterilização por vapor de formaldeído • Gás incolor utilizado como agente esterilizando gerado por pastilhas de formaldeído ; • A duração total do ciclo é de 5 horas; • Controle dos resíduos do agente esterilizando fundamental devido ao seu efeito carcinogênico. - Recomendações SOBECC: validação com fabricantes de produto e do equipamento a compatibilidade com o material. Vantagem • Compatibilidade com diversas matérias primas; • Mais rápida que o ETO; • Aeração na própria máquina; • Equipamento pode ser alocado no CME. Desvantagem • Altamente tóxico; • Menor difusibilidade que o ETO.Controle dos processos de esterilização - Independente do método de esterilização, todo equipamento deve ser aprovado pela Anvisa. - Monitorado antes de ser utilizado diariamente - Manutenção preventiva - Reparos - No processo de esterilização é possível utilizar indicadores que controlam e evidenciam os resultados do desempenho de cada ciclo. É diferente da desinfecção - Indicadores que controlam o processo • Controle da concentração do princípio ativo e do pH da solução (reuso) • Tempo de imersão • Contato da solução, inclusive canulados • Enxágue abundante com água potável ou pura Toda CME deve implantar um programa de controle do processo de esterilização – monitorar os parâmetros critico do ciclo. - Controle da concentração do agente esterilizante; - Monitoramento dos parâmetros físicos- impressora acoplada ao esterilizador; - Monitoramento químico por meio de indicadores químicos (classe 1 a 6); - Monitoramento biológico. Monitoramento químico (apresentam 6 classes) CLASSE 1 Indicador de processo – indicador externo de exposição Tintas termocrômicas impregnadas - Fitas adesivas (zebradas) - Sistema de barreira estéril - Objetivo: identificar e diferenciar os produtos para saúde que foram processados dos que ainda não foram. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 26 - Fixado externamente ao material junto com a identificação do pacote. - Não garante que as condições para esterilização foram alcançadas. - Usado em todos os pacotes ou caixas de instrumental esterilizados. - R$ 4 – 13,00 CLASSE 2 Teste específicos - Bowie-Dick - Verifica a remoção do ar nas autoclaves com o sistema pré-vácuo - Quando realizar o teste: • Diariamente, após manutenção corretiva ou preventiva. • Antes da primeira carga a ser processada • Autoclave vazia • Pré-aquecer a câmara - Disponíveis em pacotes prontos do teste e folha teste. - Coloca-la no centro geométrico do campo de algodão recém lavado e empilhado até atingir altura de 25-28cm. - Como realizar o teste: • Colocar o pacote próximo a porta, de 10 a 20 cm acima do dreno e com a câmara vazia. • O ciclo próprio para esse teste é de 3,5 a 4 minutos a 134ºC, sem a fase de secagem. • A folha-teste deve ser examinada, a fim de verificar se existe homogeneidade no escurecimento do indicador. • Formação de “bolsões” de ar- autoclave não deve ser utilizada. - R$ Teste Bowie & Dick (folha) Caixa com 50 unds- r$ 500,00 Pacotes pronto TESTE DESAFIO (6 unidades) - R$ 250,00 CLASSE 3 Indicador de parâmetro único – reage com um parâmetro específico Não é um indicador comumente usado. CLASSE 4 Indicadores multiparamétricos (tempo, temperatura e vapor) - Reage com dois ou mais parâmetros críticos do ciclo de esterilização - É indicado para todos os pacotes contendo materiais não críticos. CLASSE 5 Indicadores integradores - Reage com todos os parâmetros críticos de um ciclo de esterilização (temperatura, tempo, vapor). - Colocar os indicadores nos locais de maior desafio - Finalidade para liberação da carga: colocar no centro geométrico de um pacote-teste, confeccionado com pilha de tecido com 15cm de altura. CLASSE 6 Indicadores emuladores (simuladores) - Reagem com todos os parâmetros críticos de um ciclo específico de esterilização, ou seja, só devem ser utilizados no tempo e na temperatura descritos do indicador. - Monitoram ciclos específicos e não possuem a flexibilidade de atender a Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 27 vários ciclos ou reagir com a morte microbiana como os integradores classe Monitoramento biológico • Os indicadores biológicos (IB) controlam ciclos de esterilização por meio de preparações padronizadas de esporos bacterianos. •Os esporos são utilizados como IB - Geobacillus stearotermophilus. •O monitoramento biológico deverá ser realizado diariamente para controle das cargas. •Aos implantáveis deve ser adicionado um indicador biológico, a cada carga. - Classificação dos IB Primeira Geração (1970) Tiras de papel inoculadas com esporos – acondicionado em envelopes de papel. Leitura em 7 dias. Segunda Geração Tiras de papel inoculadas com esporos Autocontidas com meio de cultura Indicador colorimétrico para mudança de pH do meio Cor violeta transparente para amarelo turvo Leitura em 48 horas Terceira Geração Tiras de papel inoculadas com esporos Auto-contidas com meio de cultura Baseada em identificação de enzimas Interação da enzima alfa-D-glicosidase (associada a germinação do esporo bacteriano sobrevivente), com o substrato presente no meio de cultura Leitura> Incubadora específica: 1 a 3 horas, à temperatura de 37 a 56ºC. A leitura é feita por meio da incidência de luz ultravioleta. Ausência de fluorescência esporos destruídos - Suporte impregnado com os esporos no fundo de um frasco, separado do meio de cultura contido em uma ampola de vidro. Pacote teste desafio É um método sugerido pela Associação de instrumentação cirúrgica – Desafia a autoclave em situações de maior dificuldade de penetração do vapor (simula 16 campos de algodão). Possui um indicador Químico Integrador e um Indicador Biológico. AULA 6: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC): conceito • Avanço das técnicas cirúrgicas. • Concomitantemente a esses avanços estão as complicações destes procedimentos cirúrgicos, que apesar do avanço das técnicas cirúrgicas e de esterilização permanece uma inquietação para a saúde pública. Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 28 Dados epidemiológicos • OMS - Problema de saúde pública acometendo 1/3 de todos os pacientes submetidos a cirurgia; • Nos EUA a ISC acomete 31% dos pacientes internados; No Brasil: • Taxa de ISC é de 11% do total de procedimentos cirúrgicos analisados; • A ANVISA diagnostica ISC em 14 a 16% dos pacientes hospitalizados; Impacto Para o sistema de saúde • Aumento do custo – 5x reinternação • Maior tempo de internação – 5,6 dias • Maior consumo de antimicrobianos • Redução da produtividade hospitalar • Procedimentos adicionais (UTI – 60%) Para o paciente • Acomete o bem estar • Deiscências • Aumento da dor • Maior número de procedimentos invasivos • Internações em isolamento Conceito ISC incisional superficial (IS): ocorre nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (sendo o 1° dia a data do procedimento), envolve apenas pele e tecido subcutâneo e apresenta pelo menos um dos critérios: Drenagem purulenta da incisão superficial; Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial, obtido assepticamente; A incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião na vigência de pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: dor, aumento da sensibilidade; edema local; hiperemia ou calor, EXCETP se a cultura for negativa. Diagnostico da infecção superficial pelo cirurgião ou outro médico assistente. -Não será considerado os resultados de culturas positivasquando coletadas através de swabs; - Não são definidos como ISC superficial o abscesso do ponto (inflamação mínima ou drenagem) ISC incisional profunda (IP): ocorre nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (sendo o 1° dia a data do procedimento) ou até 90 dias, se houver colocação de implantes, envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e/ou músculos) e apresenta pelo menos um dos seguintes critérios: Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não originada de órgão/cavidade Deiscência espontânea profunda ou incisão aberta pelo cirurgião e cultura positiva ou não realizada, quando o paciente apresentar pelo menos 1 dos seguintes sinais e sintomas: febre (>38°C), dor ou tumefação localizada. Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo tecidos profundos detectados durante exame clínico. anatomopatológico ou de imagem Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 29 Diagnóstico de infecção incisional profunda feito pelo cirurgião ou outro médico assistente. ISC órgão/cavidade: Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou até 90 dias, se houver colocação de implantes, envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia e apresenta pelo menos um do seguintes critérios: Cultura positiva de secreção ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente Presença de abscesso ou outra evidencia que a infecção envolve planos profundos da ferida identificada em reoperação, exame clinico, anatomopatológico ou de imagem. Diagnostico de infecção de órgão/cavidade pelo médico assistente Fisiopatogenia das Infecções de Sítio Cirúrgico Risco de ISC= Dose de contaminação bacteriana X Virulência/Resistencia do paciente - Procedimento cirúrgico - Fonte exógena: pessoal, instrumentos e equipamentos - Características do paciente; fonte endógena: pele, mucosa e vísceras Fatores de risco para ISC - Paciente: • Extremos de idade; • Desnutrição; • Obesidade; • Diabetes; • Hipotermia; • Infecção remota; • Corticoterapia; • Operação recente; • Inflamação prévia • Colonização - Pré-operatórios: • Hospitalização prolongada; • Ausência de banho pré- operatório; • Tricotomia precoce; • Terapia antibiótica prévia; • Tabagismo • Controle inadequada da glicemia . - Intra-operatório • Contaminação intra-operatória; • Operação prolongada; • Uso excessivo de eletrocautério; • Corpo estranho; • Presença de drenos; • Hipotermia intra-operatória • Tipo de cirurgia • Tempo de cirurgia - Pós-operatório • Curativo Recomendações para prevenção de isc: Medidas De controle pré- operatórias Banho pré-operatório Anvisa: tomar banho com água e sabão antes da realização do procedimento cirúrgico, noite anterior ou manhã da cirurgia OMS: Banhar os pacientes antes da cirurgia é uma boa pratica clinica. Os especialistas sugerem que, para isto, seja utilizado sabão comum ou antimicrobiano (força condicional e evidencia moderada). Avaliação da colonização e descolonização Anvisa: Realizar descontaminação nasal com mupirocina intranasal associada à descolonização extra-nasal Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 30 com clorexidina degermante em paciente diagnosticado como portador nasal de Staphylococcus aureus resistente a metcilina (MRSA). OMS: Recomenda que pacientes submetidos a cirurgias cardiotorácicas e ortopédicas e que sabidamente são portadores nasais de S. aureus recebam aplicações intranasais perioperatórias de pomada de mupirocina a 2%, combinadas ou não à lavagem corporal com CHG (recomendação forte e evidencia moderada) Considerar estre tratamento também a pacientes que sabidamente são portadores nasais de S aureus e que sejam submetidos a outros tipos de cirurgia (recomendação condicional e evidencia moderada). Tricotomia Anvisa: não deve ser feita de rotina. Se os pelos tiverem que ser removidos, deve-se fazê-lo imediatamente antes da cirurgia, utilizando tricotomizadores elétricos, e fora da sala de cirurgia. O uso de laminas está contraindicado. OMS: recomenda que, em pacientes submetidos a qualquer procedimento cirúrgico, os pelos não sejam removidos ou, se absolutamente necessário, que sejam apenas aparados. A remoção com lamina é fortemente desencorajada em todos os momentos – seja no pré operatório ou no CC (recomendação forte e evidencia moderada). Preparo pré-operatório ou antissepsia cirúrgica das mãos Anvisa: o procedimento pode ser feito com o uso de esponjas para a realização da fricção da pele com antisséptico degermante (clorexidina 2% ou polivinilpirrolidona-iodo – PVPI) ou por meio do uso de produto à base de álcool (PBA). OMS: recomenda o uso de soluções antissépticas à base de álcool com CHG para a preparação da pele do sitio cirúrgico (recomendação forte e evidencia de baixa a moderada). Antibioticoprofilaxia cirúrgica Anvisa: Administrar dose efetiva de 0 a 60 minutos antes da incisão cirúrgica; Recomendações: avaliar a microbiota para escolha do ATB, verificar resistência, verificar tempo de meia vida, APC não deve ser estendida por mais de 24hrs. OMS: recomenda a administração da PAC até 120 minutos antes da incisão, considerando também a meia vida do ATB. E não prolongar após o termino da cirurgia com o objetivo de prevenir ISC (recomendação forte e evidencia moderada). Outras medidas Anvisa: Tempo de internação pré- operatória; obesidade; diabetes (níveis glicêmicos < 180mg/dl); tabagismo; uso de esteroides ou imunossupressores; presença de infecções OMS: Sugere que ATB cirúrgicos pré- operatórios, combinados à mecânica do cólon, sejam utilizados para reduzir o risco de ISS em pacientes adultos submetidos a cirurgia colorretal eletiva (recomendação condicional e evidencia moderada); Interrupção de imunossupressores (recomendação condicional e evidencia muito baixa); formulas orais para desnutridos (recomendação condicional e evidencia muito baixa). Paramentação e circulação de pessoal Anvisa: Manter as portas das salas cirúrgicas fechadas durante o ato operatório; limitar o numero de pessoas na sala operatória (manter o numero de Laylla Meireles RESUMO – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM SITUAÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 31 pessoas necessário para atender o paciente e realizar o procedimento); evitar abrir e fechar a porta da sala operatória desnecessariamente; não levar celular para dentro da sala cirúrgica. Controle metabólico do paciente Anvisa: Realizar controle glicêmico (níveis glicêmicos <180mg/dl), controle da temperatura corpórea (>35,5°C) e suplementação da oxigenação tecidual, bem como a manutenção adequada do volume intravascular. OMS: Recomenda que pacientes adultos com intubação endotraqueal recebam uma fração de oxigênio de 80% no ar inspirado no período intra-operatório e, se viável, no período pós-operatório imediatamente durante 2 a 6 horas para reduzir o risco de ISS (recomendação forte, evidencia moderada); controle da temperatura (recomendação condicional, evidencia moderada); controle glicêmico; controle do volume. Preparo da pele Anvisa: O procedimento pode ser feito com o uso de esponjas para a realização da fricção da pele com antisséptico degermante (clorexidina 2% ou polivinilpirrolidona-iodo – PVPI) ou por meio do uso de produto à base de álcool (PBA). OMS: Recomenda o uso de soluções antissépticas
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