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Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, meus caros! Vamos lá, se queremos dominar a Contabilidade, não percamos tempo! Prosseguiremos hoje no estudo dos investimentos, analisando o nosso querido MEP, que é o método contábil utilizado para tratar as participações societárias em coligadas e controladas. Veremos também alguma coisa sobre a participação em não coligadas e não controladas que, como já sabemos, são avaliadas pelo custo de aquisição. Galera, encontrei alguns erros de digitação nas aulas passadas. Vou corrigi-los, mas, no momento, meu intuito é fazer com que absorvam o conteúdo. Nosso objetivo: garantir todos os pontos em contabilidade, e para isso é que trabalharei com vocês. Meus caros, a persistência terminará por levá-los à excelência. O caminho é pedregoso, mas a recompensa é sublime. Não desistam quando encontrarem um assunto que lhes pareça muito árido. Vamos adiante! Tente uma, duas, três vezes, e se possível tente a quarta, a quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista. Se você quer chegar aonde a maioria não chega, faça o que a maioria não faz. Bill Gates Caso tenham comentários, críticas ou elogios sobre o curso, fiquem à vontade. Anotem meu email: marcelo.seco@pontodosconcursos.com.br Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 2 Estamos na aula 04 e, ao final do curso, eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de contabilidade da Cespe. Nossas aulas Aula Conteúdo Demonstrativa CPC 00 Pronunciamento conceitual Básico CFC 1373/11. Componentes patrimoniais e de resultado. Itens 1.1 e 3 do edital. 01 Lei nº. 6.404/1976, suas alterações e legislação complementar. Princípios de contabilidade. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. Itens 1, 2 e 4 do edital. 02 Contas patrimoniais e de resultado. Apuração de resultados. Plano de contas. Funções e estrutura das contas. Destinação de resultado. (Tributos recuperáveis: será incluído em aula futura). Itens 5, 6, 10 e 18 do edital. 03 Avaliação e contabilização de itens patrimoniais. CPC 12 Ajuste a Valor Presente 12 CFC 1151/09. CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos CFC 1292/10. Item 9 e 1.1 do edital. 04 Avaliação e contabilização de resultado de investimentos societários no país. Item 9 do edital. 05 Elaboração de demonstrações contábeis pela legislação societária, pelos princípios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contábeis do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC 26 Apresentação das Demonstrações CFC 1185/09. Balanço patrimonial. Demonstração do resultado do exercício. Itens 15 e 1.1 do edital. 06 Elaboração de demonstrações contábeis pela legislação societária, pelos princípios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contábeis do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Demonstração dos fluxos de caixa (métodos direto e indireto). Demonstração do valor adicionado. Item 15 do edital 07 Fusão, cisão e incorporação de empresas. Consolidação de demonstrações contábeis. Itens 16 e 17 do edital. 08 Análise econômico-financeira. Indicadores de liquidez. Indicadores de rentabilidade. Indicadores de lucratividade. Análise vertical e horizontal. Efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas. Itens 7 e 8 do edital. 09 Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC 06 Arrendamento Mercantil CFC 1304/10. CPC 07 Subvenção Governamental CFC 1305/10. CPC 08 Custos de Transação e Prêmios CFC 1313/10. Item 1.1 do edital. 10 Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC 04 Intangível CFC 1303/10. CPC 27 Imobilizado CFC 1177/09. CPC 16 Estoques CFC 1273/10. Item 1.1 do edital. 11 Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC 24 Eventos Subseqüentes CFC 1184/09. CPC 30 Receitas CFC 1412/12. CPC 02 Efeitos da Variação Cambial CFC 1295/10. CPC 28 Investimentos CFC 1178/09. Item 1.1 do edital. 12 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 3 Índice Apresentação 1 1 - Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 4 2 - Investimentos Societários no País 7 3 - CPC 18 - Investimento em Coligadas e Controladas 7 4 - O MEP na 6404 13 5 - Aplicando o MEP 18 6 - Lucro não realizado entre investidora e investida 26 7 - Aplicando o Método do Custo 30 Exercícios Resolvidos 32 Lista das Questões Apresentadas 53 Gabarito 62 Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 4 1 - Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC Caros, uma aluna me alertou para o fato de que nem todos sabem o que é o CPC. Obrigado, Cristina! Vamos então conversar um pouco sobre eles, os famigerados CPCs. Ainda que não tenha se dado conta, quem estuda contabilidade ou auditoria já se deparou, mesmo indiretamente, com as regras estabelecidas naqueles documentos. A ideia é desfazer as nuvens cinzentas que se formam quando o aluno se encontra com a necessidade de estudar os conjuntos de regras que, erroneamente, o mundo das Ciências Contábeis decidiu chamar de CPCs. Para tanto, comecemos entendendo o que são. Criado em 2005, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por intermédio da resolução CFC Nº 1.055/05, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), teve seus primeiros Pronunciamentos Técnicos (sim, esse é o nome correto dos documentos, mas continuemos a chamá-los de CPCs) aprovados pelo CFC em 2007 e 2008. Os CPCs passaram a fazer parte da vida dos concurseiros, mais intensamente, a partir de 2009. Nesse ano, FCC e ESAF organizaram grandes certames, cujos editais exigiam conhecimento das novas normas de contabilidade contidas nos CPCs. Justificativas do CFC para a criação do CPC Internacionalização das normas contábeis e necessidade de convergência. Tendência mundial de incluir outros atores na definição das normas, além dos contadores. Maior confiança quando uma entidade centraliza o preparo e a divulgação das regras contábeis. Tendência mundial de adoção dessa entidade única. Pré-existência de grupos de entidades trabalhando nesse processo. Interesse de entidades regulatórias em criar esse Comitê. Confiança que o setor deposita no CFC para criar e manter o Comitê. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 5 O CPC é composto por representantes de seis importantes entidades ligadas ao mundo da contabilidade, e seu objetivo é a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade visando à uniformização e à convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. O CPC pode também emitir Orientações e Interpretações sobre as regras contábeis. Além dos componentes efetivos podem ser convidados a participar do CPC representantesde outras entidades, a critério do próprio Comitê. Até o momento foram convidados: Banco Central, CVM, Susep e Receita Federal. Entidades cujos representantes compõe o CPC ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros CFC – Conselho Federal de Contabilidade IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras Então podemos dizer que o CPC emite normas com validade legal? Não! Os pronunciamentos do CPC, que obrigatoriamente devem ser precedidos de audiências públicas, passam a ter validade legal após sua aprovação pelo CFC, por meio da publicação de resoluções que aprovam os textos. Isso porque o CFC é o órgão que, no Brasil, tem a atribuição de emitir normas de contabilidade. Outros agentes reguladores também podem emitir resoluções aprovando os CPCs. Para promover a convergência das normas brasileiras às normas internacionais de contabilidade o CPC toma como base os International Financial Reporting Standards (IFRS), que são os documentos emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB), entidade cujas normas foram escolhidas como padrão pela comunidade contábil internacional. A diretiva principal do IASB na confecção dos IFRSs é a prevalência da essência sobre a forma e seu objetivo é criar normas que permitam traduzir na contabilidade a realidade dos fenômenos econômicos da maneira mais pura possível. Por serem apoiados em princípios, e não em regras específicas, os IFRSs permitem que sejam adotados tratamentos contábeis diferenciados para Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 6 situações semelhantes. Isso faz com que se torne mais fácil capturar e retratar a essência das transações e esse foi o caminho que a contabilidade internacional, e a brasileira, decidiram seguir. A Convergência Até o momento foram emitidos, pelo CPC, 45 Pronunciamentos Técnicos, totalizando centenas de páginas. O desafio de quem precisa estudá-los com vistas a enfrentar provas de concurso é encontrar e entender os principais pontos. Para tanto é preciso saber como os CPCs impactaram a contabilidade e como as bancas os têm abordado na elaboração de suas questões. Isso, meus caros, será feito durante nossas aulas aqui no Ponto. Agora, vamos à aula! Teremos pela frente o CPC 18, ou Pronunciamento Técnico 18. Como queiram. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 7 2 - Investimentos Societários no País Antes de vermos como se aplica na prática o Método da Equivalência Patrimonial – MEP, temos que nos ater à parte teórica, pois também é alvo de muitas questões. Vamos, então, aproveitar para derrubar mais um CPC, e depois veremos os ditames mais relevantes da 6404. 3 - CPC 18 - Investimento em Coligadas e Controladas Objetivo Estabelecer a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do MEP. Deve ser aplicado por todas as investidoras (as que compram a participação, controladora ou coligada) com o controle individual ou conjunto de investida (as que vendem a participação, controlada ou coligada) ou com influência significativa sobre ela. CPC 18 MEP deve ser aplicado por todas as investidoras controladoras e coligadas. Coligada É a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. Demonstrações consolidadas São as demonstrações contábeis de um grupo econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem de uma única entidade econômica. Não está explícito como item do edital, mas precisamos ao menos saber do que se trata. Método da equivalência patrimonial – MEP É o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir as alterações Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 8 sobre nos ativos líquidos da investida. Os lucros ou prejuízos da investida refletirão no resultado da investidora, como receita ou despesa. Os resultados abrangentes da investida refletirão nos resultados abrangentes da investidora. A utilização do MEP traz em sua essência a necessidade de obrigar a investidora a reconhecer de forma ampla o retorno do investimento feito. O MEP afasta a possibilidade de, por exemplo, avaliar-se o investimento tomando por base apenas a distribuição de lucros. Outros resultados abrangentes Veremos isso em aula futura, mas, por hora, saibam que são valores que não passam pelo resultado na sua definição clássica (receitas e despesas na DRE). São valores que são contabilizados diretamente no PL (lembram do AAP?) e não fazem parte dos aportes de capital e nem das distribuições de lucro. Os exemplos clássicos são os ajustes de avaliação patrimonial e as variações cambiais. Controle conjunto (joint venture) É o compartilhamento contratual do controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle. Influência significativa É o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas. Quando falamos em influência significativa, estamos no terreno das coligadas. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), 20% ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa. Se o investidor detém menos de vinte por cento do poder de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência significativa. Como estamos falando em presunção, o contrário sempre poderá ser provado, fiquem atentos a isso. Independentemente da participação no capital votante, a influência significativa do investidor pode ser evidenciada por uma ou mais das seguintes Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 9 formas, que indicam o poder de participar das decisões financeiras e operacionais: � representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; � participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições; � operações materiais (volume representativo) entre o investidor e a investida; � intercâmbio de diretores ou gerentes; � fornecimento de informação técnica essencial. Influência Significativa Participar das políticas financeiras e operacionais Com 20% de participação, a influência é presumida. Poder de voto potencial Pode acontecer uma situação em que a investidora, hoje, não tem percentual de participação que lhe dê poder de voto. Mas ela pode ter opções de compra de ações ou outros tipos de instrumentos. Se essas opções forem de livre exercício (sem restriçõesde tempo, por exemplo), e se, uma vez exercidas, puderem dar à investidora percentual necessário para que se presuma a influência significativa, esse fator deve ser também levado em conta na avaliação da existência ou não de influência. Resumindo: a investidora não tem participação relevante, mas tem opção de comprar essa participação. Essa opção é livre. Logo, existe influência significativa presumida. E daí, professor? Ora, influência significativa = coligadas = MEP! Perda da influência significativa Ocorre quando a investidora perde o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida. Pode ocorrer com ou sem mudança na participação acionária. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 10 Controlada CPC não falou muito sobre a definição de controlada, mas vamos encontrá-la na 6404, que diz que são controladas aquelas entidades em que a investidora detém, direta ou indiretamente, e de forma permanente, a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Essa preponderância ocorre quando alguém detém a maioria do capital votante. Controlada Preponderância permanente nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores, o que se dá pela obtenção da maioria do capital votante. Teoricamente, o controle ocorre quando a investidora detém mais de 50% do capital com direito a voto. Pode também ocorrer com menos de 50%, desde que o capital esteja pulverizado entre vários acionistas e um deles tenha um percentual muito maior em relação aos outros. Exceções ao MEP Não precisam aplicar o MEP, mesmo sendo caracterizadas como controladoras ou coligadas, as investidoras que estiverem legalmente dispensadas de apresentar demonstrações consolidadas, ou se, mesmo não estando legalmente dispensadas, satisfizerem todas as condições a seguir: � a investidora é controlada de outra entidade, na qual os acionistas, incluindo os sem direito a voto, foram informados a respeito e não fizeram objeção quanto à não aplicação do MEP; � os instrumentos de dívida ou patrimoniais da entidade não são negociados publicamente; � a entidade não arquivou e não está em processo de arquivamento de suas demonstrações contábeis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou outro órgão regulador, visando à emissão e/ou distribuição pública de qualquer tipo de instrumentos no mercado de capitais; � a controladora final ou qualquer controladora intermediária da entidade disponibiliza ao público suas demonstrações contábeis consolidadas. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 11 Fundos de capital de risco Se a investidora for uma organização de capital de risco, ela pode adotar a mensuração ao valor justo por meio do resultado. Mas isso não nos interessa em detalhes. Participação classificada como mantida para venda Se uma parte do investimento vier a ser classificada como mantida para venda, deve ser avaliada da forma que estudamos na aula passada, ou seja, a valor justo. Se sair da condição de mantida para venda e voltar para investimento permanente, deve-se aplicar o MEP de maneira retroativa. As DCs dos períodos abrangidos devem ser ajustadas. Descontinuidade do uso do MEP Se deixar de existir a condição de coligada ou controlada, a investidora deve deixar de aplicar o MEP. Se remanescer parte do investimento, a entidade deve mensurá-lo ao valor justo, e deve reconhecer na demonstração do resultado do período, como receita ou despesa, qualquer diferença entre: � o valor justo e qualquer contraprestação advinda da alienação de parte do interesse no investimento; � o valor contábil líquido do investimento na data em que houve a descontinuidade do uso do MEP. Os valores eventualmente reconhecidos no PL como resultados abrangentes devem ser tratados como se a entidade houvesse se desfeito da participação, indo para receita ou despesa. Transações entre investidora e investida Os resultados de transações descendentes (downstream, controladora vende para controlada) não devem ser reconhecidos na controladora enquanto o lucro não for realizado na controlada. Os resultados de transações ascendentes (upstream, controlada vende para controladora) devem ser reconhecidos na vendedora, mas não devem ser reconhecidos na controladora enquanto o lucro não for realizado. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 12 Reconhecimento inicial O MEP deve ser aplicado a partir do momento eu que se constatar a condição de coligada ou controlada. Quaisquer diferenças entre o custo do investimento e a participação do investidor no valor justo do PL da investida devem ser contabilizadas como segue: � o pagamento a maior por ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) deve ser incluído no valor contábil do investimento e sua amortização não é permitida; � o pagamento a menor (ganho por compra vantajosa) deve ser incluído como receita na determinação da participação do investidor nos resultados da investida no período em que o investimento for adquirido. Quais demonstrações utilizar? Para aplicar o MEP a investidora deve utilizar as DCs mais recentes da investida. Quando o término do exercício social da investidora for diferente daquele da investida, esta deve elaborar DCs específicas na mesma data das DCs da investidora. Se isso for impraticável, devem ser feitos ajustes. Mesmo nesta situação, a defasagem máxima permitida entre as DCs da investida e da investidora é de dois meses (atenção, a 6404 fala em 60 dias). As DCs devem ser elaboradas utilizando práticas contábeis uniformes para eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias semelhantes. Se a investida utilizar práticas contábeis diferentes daquelas adotadas pelo investidor, devem ser efetuados ajustes. Prejuízos No caso das coligadas e dos empreendimentos de controle conjunto, quando a participação do investidor nos prejuízos se igualar ou exceder o saldo contábil de sua participação na investida, o investidor deve descontinuar o reconhecimento de sua participação em perdas futuras. Após reduzir, até zero, o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais devem ser consideradas, e um passivo deve ser reconhecido, somente na extensão em que o investidor tiver incorrido em obrigações legais Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 13 ou construtivas (não formalizadas) ou tiver feito pagamentos em nome da investida. A regra acima não vale no caso de apresentação dos balanços individuais das controladoras, caso em que, havendo ou não a obrigação de assunção de pagamentos em nome da investida, deverá ser feita, pela controladora, provisão para perdas futuras em virtude dos prejuízos da controlada. Se a investida subsequentemente apurar lucros, o investidor deve retomar o reconhecimento de sua participação nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua participação nas perdas não reconhecidas. Perdas por reduçãoao valor recuperável Após a aplicação do MEP, incluindo o reconhecimento dos prejuízos da investida, o investidor deve determinar a necessidade de reconhecer alguma perda adicional por redução ao valor recuperável do investimento (impairment). O ágio por rentabilidade futura (goodwill) integra o valor contábil do investimento. dessa forma, não deve ter sua recuperabilidade testada individualmente, como um único ativo, mas sim junto com o total do investimento. O valor recuperável deve ser determinado para cada investimento, a menos que a investida não gerem entradas de caixa de forma independente. 4 - O MEP na 6404 CPC e 6404 estão afinados no que diz respeito ao MEP, mas vamos ver alguns dispositivos importantes da lei: Art. 243 O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. Coligada A sociedade na qual a investidora tenha influência significativa. Controlada Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 14 A sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Influência significativa Existe quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo MEP, de acordo com as seguintes normas: I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 dias (atenção, o cpc fala em dois meses), no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas; II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente, somente será registrada como resultado do exercício: � se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; � se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; � no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela CVM. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 15 O artigo 247, em seu parágrafo único, ainda traz a definição de investimento relevante, porém sem nenhuma utilidade pois, qualquer coligada ou controlada deve agora aplicar o MEP. Mas vamos dar uma olhada: Considera-se relevante o investimento: � em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% do valor do PL da companhia; � no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% do valor do PL da companhia. Repetindo, para aplicação do MEP, isso não precisa jamais ser considerado. Muito bem! Vamos ver algumas diferenças entre CPC e 6404. Já vimos que no que diz respeito à utilização de DCs com datas diferentes, o CPC fala em tolerância de 2 meses, e a 6404 fala em 60 dias. Quanto à obrigatoriedade, na 6404, além de coligadas e controladas, ela é estendida para empresas do mesmo grupo e empresas sob controle comum. Vamos entender isso. Empresas do mesmo grupo Vamos supor que o grupo Chico Lopes é formado pelas empresas A, B e C. Independentemente do percentual de participação, qualquer investimento de uma sociedade na outra, dentro do grupo, deverá ser contabilizado pelo MEP. Todas as participações acima são contabilizadas pelo MEP. A B C Chico Lopes 3% 10% 25% 5% Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 16 Empresas sob controle comum Vamos supor agora que a empresa Tico Tico é controladora das empresas A, B e C. Independentemente do percentual de participação, qualquer investimento entre A, B e C, deverá ser contabilizado pelo MEP. Os 5% de participação de A em B serão contabilizados pelo MEP. Não devemos confundir as situações acima com controle conjunto, que é um arranjo em que sociedades se unem para controlar uma outra. Seria como se Tico Tico e Chico Lopes se unissem para controlar A, B e C. O que é controle na 6404? Estamos falando muito em controle, mas o que é isso? O controle acionário pode ser entendido no artigo 15 da 6404. Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas. A B C Tico Tico 60% 5% 55% 95% Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 17 Daí tiramos que as ações que dão direito a voto são as ordinárias, e elas devem ser, no mínimo, 50% do total de ações. Por exemplo: Capital Social 1000, dividido em 1000 ações de 1 cada Ordinárias 500 Preferenciais 500 Para obter com certeza o controle é preciso deter 501 ações. A outra possibilidade de controle que citamos, de ocorrer controle com menos de 50%, quando capital está pulverizado entre vários acionistas e um deles tem um percentual muito maior em relação aos outros, não está na 6404. É um posicionamento doutrinário. Quando o MEP é Obrigatório? Pela 6404 Pelo CPC 18 Controladas Possuem direitos que dão preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores Deve ser aplicado por todas as investidoras com o controle individual ou conjunto de investida ou com influência significativa sobre ela. Coligadas Possuem influência significativa, ou seja, o poder de participar nas políticas financeira ou operacional. A influência é presumida com 20% ou mais do capital. Mesmo Grupo Entidades que pertencem ao mesmo grupo, independente do % de participação. Controle Comum Entidades que estão sob controle da mesma entidade. Lembrando que, se falamos em MEP, falamos em investimentos societários com ânimo de permanência.Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 18 5 - Aplicando o MEP Pelo que vimos, teremos que aplicar o MEP, obrigatoriamente, em 4 situações: � coligadas � controladas � controle comum � mesmo grupo A 6404, quando fala em participações avaliadas pelo custo, refere-se à participação no capital social. Já, quando trata do MEP, refere-se à participação no PL. De fato, todos os cálculos para o MEP, são feitos com base no valor do PL, mas, se numa questão em que a participação vá ser avaliada pelo custo, o examinador se referir a PL, não se importe, e resolva aplicando as regras do método do custo. Vamos lá, ver como isso funciona na prática. 5.1 - A sociedade investidora comprou 60% das ações ordinárias (aquelas com direito a voto) da empresa investida, adquirindo, portanto, o seu controle. O investimento deverá ser contabilizado pelo MEP. O PL da investida correspondia a 1000. Aquisição D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) C Disponibilidades (Caixa/Bancos) 600 Ao final do exercício, a investida apresentou lucro, e seu PL (da investida) passou a valer 1800. Ora, se eu tenho 60% da empresa e seu PL agora vale 1800, então eu tenho direito a participar dos 800 que foram acrescidos. E, como meu investimento é avaliado pelo MEP, eu já vou reconhecer esse aumento de valor. Vamos ver como. Reconhecimento do Lucro Lucro total da investida: 800 Participação da investidora: 60% � 480 Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 19 D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) C Receita MEP 480 Meu investimento agora vale 1080, ou seja, 60% do valor do PL da investida, que é de 1800. Os 480 que eu, investidora, ganhei em virtude do lucro da investida, foram direto para o meu resultado, como receita. 5.2 - Suponhamos agora que a investida, ao invés de lucro, apresentou prejuízo, de 400. Temos que reconhecê-lo, da mesma forma. Reconhecimento do prejuízo Prejuízo total da investida: 400 Participação da investidora: 60% � 240 D Despesas MEP C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 240 Meu investimento agora vale 360, ou seja, 60% do valor do PL da investida, que é de 600. Os 240 que eu, investidora, perdi em virtude do prejuízo da investida, foram direto para o meu resultado, como despesas. As despesas e receitas envolvidas na apuração do resultado com MEP são Operacionais. Quando estudamos a parte teórica, com o CPC 18, vimos que o resultado obtido pela investida deve ser segregado em lucro ou prejuízo (DRE) e outros resultados abrangentes (DRA). Na aula de DRE veremos bem esse assunto. Os outros resultados abrangentes é aquele que não passa pelo resultado (estranho, mas é assim mesmo que dizemos, pois resultado, de maneira genérica, diz respeito à apuração de receitas e despesas). Enfim, vamos lá! 5.3 - A sociedade investidora comprou 60% das ações ordinárias da investida. O investimento deverá ser contabilizado pelo MEP. O PL da investida na data da aquisição correspondia a 1000. No final do exercício a investida apresentou lucro de 500, ajustes de avaliação patrimonial positivos de 400 e variações cambiais positivas de 200, sendo que seu PL agora vale 2100. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 20 Ora, se eu tenho 60% da empresa e seu PL agora vale 2100, então eu tenho direito a participar dos 1100 que foram acrescidos. E, como meu investimento é avaliado pelo MEP, eu já vou reconhecer esse aumento de valor. Se fosse avaliado pelo custo eu não faria nada. Vamos ver como será. Reconhecimento do Lucro Lucro total da investida: 500 Outros resultados abrangentes da investida: 600 Participação da investidora: 60% � 300 no lucro � 240 em AAP positivo (resultado abrangente PL) � 120 em Variações cambiais positivas (resultado abrangente PL) O aumento do PL da investida deve ser reconhecido proporcionalmente em cada parcela. Lançamento: D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 660 C Receita MEP 300 C AAP (PL) 240 C Variação Cambial positiva (PL) 120 O lançamento também pode aparecer como: D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 660 C Receita MEP 300 C Resultado Abrangente (PL) 360 Meu investimento agora vale 1260, ou seja, 60% do valor do PL da investida, que é de 2100. Os 660 que eu, investidora, ganhei em virtude do aumento do valor do PL da investida, foram segregados em lucro, que foi direto para o meu resultado, como receita, e resultado abrangente positivo, que foi direto para o meu PL, também como resultado abrangente. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 21 5.4 - No final do exercício a investida apresentou prejuízo de 200, ajustes de avaliação patrimonial negativos de 300 e variações cambiais negativas de 100, sendo que seu PL, que era 1000, agora vale 400. Temos que reconhecer a perda pelo MEP. Reconhecimento das perdas Prejuízo total da investida: 200 Outros resultados abrangentes negativos da investida: 400 Participação da investidora: 60% � 120 no prejuízo � 180 em AAP negativo (resultado abrangente PL) � 60 em Variações cambiais positivas (resultado abrangente PL) A diminuição do PL da investida deve ser reconhecida proporcionalmente em cada parcela. Lançamento: D Despesa MEP 120 D AAP (PL) 180 D Variação Cambial negativa (PL) 60 C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 360 O lançamento também pode aparecer como: D Despesa MEP 120 D Resultado Abrangente (PL) 240 C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 360 Meu investimento agora vale 240, ou seja, 60% do valor do PL da investida, que é de 400. Os 360 que eu, investidora, perdi em virtude da diminuição do valor do PL da investida, foram segregados em prejuízo, que foi direto para o meu resultado, como despesa, e resultado abrangente negativo, que foi direto para o meu PL, também como resultado abrangente. Ótimo. Tudo o que vimos até aqui dizia respeito a uma controlada. Mas e as coligadas? Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 22 O tratamento é o mesmo. Exceto, no caso em que a perda de valor da investida exceda o valor contábil do investimento registrado na investidora. O que fazer quando as perdas excedem o valor contábil do investimento? Nesses casos temos o seguinte, conforme visto no CPC: Investimento em Coligada Quando o saldo contábil do investimento for zerado não se reconhece mais nenhuma perda, exceto (exceção da exceção, adoramos, não é mesmo?) nos casos em que a investidora assumiu obrigação legal ou construtiva (não formal) de fazer pagamentos pela coligada investida. Havendo essa obrigação, constitui-se provisão, no passivo, para suportá-la. Investimento em Controlada Quando o saldo contábil do investimento for zerado, a regra é que se constitua a provisão, no passivo, para suportar essas perdas. Em caso de perdas acima do valorcontábil: � Coligadas: só há reconhecimento da provisão se houver obrigação. � Controladas: sempre há reconhecimento da provisão. Já vimos o que acontece na divulgação do lucro da investida, e sabemos que é reconhecida nesse momento uma receita. Agora vamos ver o que acontece quando a investida resolve anunciar o pagamento ou pagar os dividendos. 5.5 - A sociedade investida divulga que vai pagar dividendos de 300. A participação da controladora é de 60%, vamos ver como deve ser feito o reconhecimento na controladora. Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 23 C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 180 Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) 180 Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 180 Atenção: Percebam que não existe conta de receita de dividendos envolvida nesses lançamentos. Por quê? Ora, a receita já foi reconhecida anteriormente, na divulgação do lucro, em contrapartida do investimento. Agora, o que fazemos é apenas tirar do investimento o valor relativo aos dividendos e mandá-lo para o caixa. Repetindo, não existe conta de receita de dividendos no MEP. Logo, o pagamento de dividendos pela investida, não afeta o PL da investidora, correto? Ocorre apenas um fato qualitativo (ou permutativo) entre contas do ativo. Não existe conta de receita de dividendos no reconhecimento do MEP. No momento inicial o investimento aumenta no mesmo valor do lucro que cabe à investidora, e a contrapartida é a receita MEP. Depois, com os dividendos, o valor do investimento diminui no mesmo valor dos dividendos que cabem à investidora, e a contrapartida é em caixa ou bancos. Essa sequência de lançamentos deve fica muito clara, e tem que ir com vocês, debaixo do braço, para a prova, pois é muito explorado pelas bancas. Existe um tipo de questão que eles adoram, em que a resposta é uma alternativa que descreve dois créditos, e a tendência é o candidato errar, por achar que deve sempre haver um crédito e um débito. Nesse caso os créditos Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 24 são em receita de dividendos e em investimentos, o primeiro no momento do anúncio dos lucros e o segundo no momento do pagamento dos dividendos. Ágio Vamos agora nos adiantar um pouco, e avançar sobre um assunto referente ao CPC 15, que fala de combinação de negócios. O ágio. Isso se faz necessário para fecharmos o conjunto de lançamentos referentes às participações societárias. Ágio pode ser definido como valor pago acima do valor patrimonial da ação, numa operação de aquisição de participação societária. Na escrituração do investimento, o ágio deve ser segregado. Na verdade, os ágios, porque, temos três tipos deles. O ágio por expectativa de rentabilidade futura (ou good will) e o ágio por mais valia. Temos também o deságio, ou compra vantajosa. Vou falar rapidamente sobre o que são, pois ainda serão assunto de outra aula. Trataremos com 3 valores: � O valor pago pela investidora � O valor justo (valor de mercado) � O valor contábil (valor da ação) O cálculo é o seguinte: � Valor pago menos valor justo � se positivo = good will (paguei mais que o justo) � se negativo = compra vantajosa (deságio, paguei menos que o justo) � Valor justo menos valor contábil = mais valia Situações de ágio VL Contábil VL Justo VL Pago Não há ágio 1 1 1 Há deságio 1 2 1 Só há Mais valia 1 2 2 Só há Good Will 1 1 2 Há Mais Valia e Good Will 1 2 3 Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 25 Não pode haver deságio em relação ao valor contábil, pois ele nunca será maior do que o justo (lembrem das regras de avaliação de ativos). Existindo deságio, caso permaneça como realidade no investimento, deve ser reconhecido no resultado, no exercício em que ocorreu a aquisição. Na investidora, todos eles ficam em contas separadas, no ANC/Investimentos, representando a participação societária. Na divulgação do balanço da investidora, o valor do investimento pode aparecer pelo total. Atenção, o ágio fica no investimento, e não no intangível. O good will só vai para o intangível na consolidação dos balanços, mas isso é uma outra história. Outra característica do good will, é que ele não é amortizado, e fica sujeito ao teste de recuperabilidade, no mínimo, anual. O ágio por mais valia pode ser baixado proporcionalmente à sua realização. Ágios Mais Valia Good Will Compra Vantajosa Fórmula VL Justo – VL Contábil VL Pago – VL Justo (positivo) VL Pago – VL Justo (negativo) Onde contabilizar ANC/Investimentos ANC/Investimentos Na consolidação vai para Intangível ANC/Investimentos Vamos analisar alguns eventos dessa natureza. 5.6 - A sociedade investidora realizou uma aquisição de participação societária nas seguintes condições: Valor pago: 200 Valor justo: 150 Valor contábil: 120 Identificamos então: VL pago – VL justo = 200 – 150 = 50 good will Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 26 VL justo – VL contábil = 150 – 120 = 30 mais valia Lançamento: D Investimento valor contábil 120 D Investimento mais valia 30 D Investimento good will 50 C Disponibilidades (Caixa ou Bancos) 200 5.7 - A sociedade investidora realizou uma aquisição de participação societária nas seguintes condições: Valor pago: 300 Valor justo: 400 Valor contábil: 250 Identificamos então: VL pago – VL justo = 300 – 400 = -100 deságio, compra vantajosa VL justo – VL contábil = 400 – 250 = 150 mais valia Lançamento: D Investimento valor contábil 250 D Investimento mais valia 150 C Investimento deságio 100 C Disponibilidades (Caixa ou Bancos) 300 6 - Lucro não realizado nas transações entre investidora e investida Vamos pensar no seguinte: A sociedade investidora vendeu para a investida, e a mercadoria objeto dessa venda ainda está na investida. Houve lucro real? Na essência, ainda não. Na verdade a mercadoria só mudou de lugar, mas continua sob o domínio do mesmo dono, digamos. O lucro só vai ser realizado e só vai realmente melhorar a situação patrimonial do grupo a que pertencem investida e investidora, quando essa mercadoria passar para as mãos de terceiros. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 27 Chamamos essa situação de lucro não realizado (LNR), e ela é bastante explorada em concursos. O LNR pode ocorrer em quatro situações, então, meus caros, vamos a elas! 6.1 - Controlada vendendo para controladora - upstream Se você tiver que escolher uma situação para estudar, que seja essa. É de longe a mais pedida. Independentemente do percentual de participação da controladora, 100% do valor do LNR vaiser eliminado, diminuindo o valor do investimento. A regra a ser utilizada é a seguinte: encontra-se o valor da participação, aplicando o percentual de participação sobre o PL da controlada. Desse valor, subtrai-se o total do LNR existente na controlada, chegando-se ao valor da participação. Exemplo: Controlada efetua vendas para controladora. Parte desse estoque ainda se encontra na controladora, e apura-se um LNR de 500. O PL da controlada é 1000. A participação da controladora é 70%, ou seja, 700. Na controlada temos o seguinte lançamento D Despesa com LNR C Lucros a apropriar (PNC) 500 Na controladora não há lançamento. Porém, na hora de calcular o resultado pelo MEP, o valor do LNR será totalmente debitado da parte da controladora. O valor da participação será reconhecido por: 700 – 500 = 200. Nesse caso, o lançamento não interessa muito. A maioria dos exercícios pede para indicar o valor da participação. É isso que precisamos saber. Apenas para conhecimento de vocês, devo observar que essa forma de cálculo que indiquei é recomendada pela CVM, e é a pedida nas provas de concurso. A 6404 estabelece outra forma, que não deve ser usada. Pela 6404, o cálculo do exemplo anterior seria o seguinte: PL da controlada 1000 Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 28 LNR 500 PL a ser utilizado: 1000 – 500 = 500 Participação da controladora 500 X 70% = 350. Percebam que haveria diferença favorável à controladora. Mas, dessa forma, não estaríamos eliminando todo o reflexo do LNR, que é o recomendado pelo CPC. 6.2 - Controladora vendendo para controlada - downstream A regra é a mesma. Independentemente do percentual de participação da controladora, 100% do valor do LNR vai ser eliminado, diminuindo o valor do investimento. Encontra-se o valor da participação, aplicando o percentual de participação sobre o PL da controlada. Desse valor, subtrai-se o total do LNR existente na controladora, chegando-se ao valor da participação. Exemplo: Controladora efetua vendas para controlada. Parte desse estoque ainda se encontra na controlada, e apura-se um LNR de 500. O PL da controlada é 1000. A participação da controladora é 70%, ou seja, 700. Na controladora temos o seguinte lançamento D Despesa com LNR C Lucros a apropriar (Retificadora do Investimento) 500 Note que esse lançamento diminui o investimento (por causa da retificadora) e diminui o resultado (por causa da despesa). Então, se a Cespe afirmar que a existência de LNR na venda de controladora para controlada diminui o resultado e o valor do investimento, a resposta é: Certo! Pau neles! Na controlada não há lançamento. Na hora de calcular o resultado pelo MEP, o valor será 700, mas haverá o lançamento na retificadora, no valor do LNR, que será totalmente debitado da parte da controladora, assim como no exemplo anterior. Na prática, o resultado é o mesmo nas duas situações. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 29 O valor da participação será reconhecido por: 700 – 500 = 200. Também nesse caso, a maioria dos exercícios pede para indicar o valor da participação. É isso que precisamos saber. Temos que gravar a forma de fazer o cálculo do MEP em caso de haver LNR: � Aplicar o % de participação da controladora sobre o PL da controlada � Subtrair o total do LNR Pronto, esse é o valor do MEP. 6.3 – Coligada investida vendendo para investidora - upstream O procedimento é o mesmo. A diferença aqui, é que não vamos retirar 100% do LNR, mas apenas o percentual relativo à participação da investidora. Exemplo: Investida efetua vendas para investidora. Parte desse estoque ainda se encontra na investidora, e apura-se um LNR de 200. O PL da controlada é 1000. A participação da controladora é 30%, ou seja, 300. Na investida temos o seguinte lançamento D Despesa com LNR C Lucros a apropriar (PNC) 60 Na investidora não há lançamento. Na hora de calcular o resultado pelo MEP, o valor do LNR será debitado da parte da investidora na proporção de sua participação. Dessa forma, a participação vai ser diminuída em 60 (200 x 30%). O valor da participação será reconhecido por: 300 – 60 = 240. 6.4 - Coligada investidora vendendo para investida - downstream O procedimento é o mesmo. A diferença aqui, é que não vamos retirar 100% do LNR, mas apenas o percentual relativo à participação da investidora. Exemplo: Investidora efetua vendas para investida. Parte desse estoque ainda se encontra na controlada, e apura-se um LNR de 200. O PL da controlada é 1000. A participação da controladora é 30%, ou seja, 300. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 30 Na investidora temos o seguinte lançamento D Despesa com LNR C Lucros a apropriar (Retificadora do Investimento) 60 Na investida não há lançamento. Na hora de calcular o resultado pelo MEP, o valor aparentemente será 300, mas haverá o lançamento na retificadora, no valor proporcional da participação sobre o LNR, debitando-o da parte da investidora, como no exemplo anterior. Na prática, o resultado é o mesmo nas duas situações. O valor da participação será reconhecido por: 300 – 60 = 240. As questões pedem sempre o valor da participação. Às vezes temos que calcular também o LNR. 7 - Aplicando o Método do Custo Já vimos na última aula quando ele deve ser utilizado, mas vamos dar uma relembrada para deixar o assunto completo. Se tivermos um investimento em outra empresa, representado por participações societárias, e que não esteja obrigado ao MEP, ele será registrado pelo custo de aquisição. Sua avaliação será feita mantendo o valor de aquisição deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e não vier a ser modificada em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas. Temos aqui dois requisitos para reconhecer a perda: ela deve ser permanente e não reversível por meios que estejam à disposição da investidora. Vamos ver alguns eventos relacionados a esse caso. A sociedade investidora faz um investimento de 4% em uma empresa cujo capital social é de 1000, pagando 40 por essas ações. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 31 Lançamento: D Investimentos Societários avaliados pelo custo (ANC) C Disponibilidades (Caixa/Bancos) 40 Após 6 meses, a investida obteve êxito com um novo produto, e seu valor de mercado passa a ser de 1500. Não há nada a fazer. Não se mexe no valor do investimento avaliado pelo custo quando há valorização. Esse aumento no valor da empresa investida, só será reconhecido no momento em que o lucro for realizado, ou seja, quando eu vender a participação e embolsar o dinheiro. Um ano depois o novo produto da investida apresentou graves falhas, e seu valor de mercado despencou para 800, sem expectativas de recuperação. A investidora tem que rever o valor de seu investimento, pois ele agora só vale 32. Lançamento: D Despesa com perdas em investimento C Provisãopara perdas em investimentos 8 A sociedade investida anuncia o pagamento de dividendos no valor de 100, fazendo o pagamento algum tempo depois. A parte da investidora é 4%. Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) C Receita Dividendos 4 Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) 4 Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Receita de dividendos 4 É como se o anúncio e o pagamento fossem concomitantes. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 32 Bem diferente do MEP, não é mesmo? Existe aqui a conta de receitas, e, portanto, há alteração do PL. Fato quantitativo aumentativo. E o que acontece com ágio no método do custo? Nada. Não se reconhece ágio nesse método. Só que, se você paga acima do valor justo, na hora de fazer a primeira avaliação de recuperabilidade vai ficar com uma despesa por ajuste ao valor recuperável. Se pagar menos, não vai ganhar nada enquanto não vender. Ufa! Terminamos o blá blá blá. Vamos exercitar os conhecimentos. Caros, para escolher nossos exercícios estou pesquisando todas provas de contabilidade da Cespe de 2013 até 2010. Não são muitas as questões referentes a esse assunto. Hoje complementaremos com algumas da FCC e da Esaf. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 33 Exercícios Resolvidos 1 – CESPE 2013 CNJ - Quando o investimento em coligada, previamente classificado como mantido para venda, não se enquadrar mais nas condições requeridas para essa classificação, deve ser aplicado o método da equivalência patrimonial retrospectivamente, a partir da data de sua classificação como mantido para venda. Logo, as demonstrações contábeis para os períodos abrangidos desde a classificação do investimento como mantido para venda devem ser ajustadas de modo a refletir essa informação adequadamente. Perfeito! É o que diz o CPC 18. Participação classificada como mantida para venda Se uma parte do investimento vier a ser classificada como mantida para venda, deve ser avaliada da forma que estudamos na aula passada. Se sair da condição de mantida para venda e voltar para investimento permanente, deve- se aplicar o MEP de maneira retroativa. As DCs dos períodos abrangidos devem ser ajustadas. Gaba: Certo 2 - CESPE 2012 TJ - Uma companhia adquiriu 80% das ações ordinárias de certa empresa, desembolsando, nesse investimento, uma quantia equivalente ao patrimônio líquido registrado na contabilidade da investida, composto apenas pela conta capital social. Após o referido investimento e por ocasião da elaboração das demonstrações contábeis, a empresa investida apurou lucro líquido de R$ 2.000,00 e sua diretoria propôs a distribuição de dividendos no valor total de R$ 1.000,00, ainda pendente de deliberação pela assembleia geral. Considerando que o capital social da investida é de R$ 3.000,00, assinale a opção correspondente ao lançamento contábil correto do reconhecimento da equivalência patrimonial na investidora. a) Receita de dividendos a investimento em coligadas e controladas .... R$ 800,00 b) Investimentos em coligadas e controladas a receita de equivalência patrimonial ........R$ 1.600,00 c) Banco conta movimento a investimento em coligadas e controladas . . . R$ 1.600,00 Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 34 d) Investimento em coligadas e controladas a diversos a receita de equivalência patrimonial ........R$ 1.600,00 a dividendos recebidos.................... R$ 800,00 e) Investimento em coligadas e controladas a banco conta movimento.................R$ 1.600,00 Vamos aos dados: Participação: 80% - Controladora – MEP Lucro : 2000 Dividendos: 1000 Capital Social: 3000 A questão nos pede o lançamento do reconhecimento da equivalência, ou seja, o registro da parte do lucro que cabe à investidora. Para isso precisamos apenas de duas coisas: a participação e o valor do lucro. Reconhecimento do Lucro Lucro total da investida: 2000 Participação da investidora: 80% � 1600 D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) C Receita MEP 480 Não se importem com as pequenas diferenças de nomenclatura nas contas. Cada examinador faz pequenas alterações. O importante é que o conceito esteja correto. Gaba: B 3 - CESPE 2012 TRE - Os investimentos em coligadas sobre cuja administração determinada empresa tenha influência significativa somente devem ser obrigatoriamente avaliados pelo método da equivalência patrimonial quando a empresa controladora participar com pelo menos 20% do capital votante da controlada. Errado! Vejam que existe ali um “somente” que estraga tudo. Quando o MEP é Obrigatório? Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 35 Pela 6404 Pelo CPC 18 Controladas Possuem direitos que dão preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores Deve ser aplicado por todas as investidoras com o controle individual ou conjunto de investida ou com influência significativa sobre ela. Coligadas Possuem influência significativa, ou seja, o poder de participar nas políticas financeira ou operacional. A influência é presumida com 20% ou mais do capital. Mesmo Grupo Entidades que pertencem ao mesmo grupo, independente do % de participação. Controle Comum Entidades que estão sob controle da mesma entidade. De acordo com o CPC 18, a influência significativa presume-se com 20%, mas isso não quer dizer que ela não possa ocorrer com 1%. Também não se pode dizer que 49% de participação são certeza absoluta de influência significativa. Gaba: Errado 4 - CESPE 2012 TJ - Com a aplicação de critérios contábeis homogêneos advindos das normas internacionais de contabilidade e dos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as empresas e os contadores procuraram adequar-se ao novo arcabouço de padrões contábeis em relação ao registro e à mensuração dos eventos contábeis. A respeito desse assunto, julgue os itens. As circunstâncias previstas em que o empreendedor pode deixar de compartilhar o controle de uma joint venture, é a alienação de sua participação no investimento ou ainda quando houver a imposição de restrições externas que impliquem na perda do controle conjunto. Considerando que houve a perda do controle conjunto em razão de uma alienação parcial, e que o investimento remanescente não tenha se tornado nem em uma controlada ou coligada; contabilmente o investimento deverá ser classificado como uma participação permanente em outras sociedades avaliadas pelo custo. Errado. Deve ser avaliado pelo valor justo. Vamos ver: Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 36 Descontinuidade do uso do MEPSe deixar de existir a condição de coligada ou controlada, a investidora deve deixar de aplicar o MEP. Se remanescer parte do investimento, a entidade deve mensurá-lo ao valor justo, e deve reconhecer na demonstração do resultado do período, como receita ou despesa, qualquer diferença entre: � o valor justo e qualquer contraprestação advinda da alienação de parte do interesse no investimento; � o valor contábil líquido do investimento na data em que houve a descontinuidade do uso do MEP. Os valores eventualmente reconhecidos no PL como resultados abrangentes devem ser tratados como se a entidade houvesse se desfeito da participação, indo para receita ou despesa. Gaba: Errado 5 - CESPE 2011 TJ - O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, constituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e por entidades privadas, é responsável pela emissão de pronunciamentos técnicos, orientações e interpretações, tendo, entre outras funções, a de promover a centralização das normas contábeis brasileiras e a sua convergência com as normas internacionais. Seus pronunciamentos vinculam obrigatoriamente as orientações do CFC e de demais órgãos e entidades reguladores e fiscalizadores oficiais. Opa. Olha o CPC aí. Tudo certinho, menos o último parágrafo. O CPC não tem poder de editar normas legais (vinculantes). Para ganhar força legal, os pronunciamentos devem ser reproduzidos e publicados por CFC, CVM e outros reguladores. Gaba: Errado 6 - CESPE 2010 TRT - Quando adquire participação no capital social de outra empresa na forma de ações negociáveis em bolsa de valores, com a intenção de vendê-las no curso do exercício financeiro seguinte, a empresa adquirente deve registrar o direito pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 37 atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior. Errado. A situação descrita diz respeito a investimentos disponíveis para venda futura. Portanto, a avaliação deve ser por valor justo. O método do custo ou o MEP aplicam-se a participações permanentes. Gaba: Errado 7 - CESPE 2010 INMETRO - Considerando que as participações em outras empresas são contabilizadas e avaliadas de formas diversas, assinale a opção correta. a) As bonificações recebidas sem custo para a companhia devem ser escrituradas como receita não operacional. b) Classificam-se como investimentos as participações permanentes em ações que se destinem à manutenção das atividades precípuas da companhia. c) O valor justo dos investimentos é o valor despendido na sua aquisição, acrescido de atualização monetária. d) Para efeito de relevância do investimento, deduzem-se do custo de aquisição os saldos dos débitos da companhia contra as coligadas. e) A coligação é caracterizada por influência significativa, que se presume existir quando a investidora detiver pelo menos 20% do capital votante da investida, sem controlá-la. Vamos lá! A – Receita operacional B – O que se destina à manutenção das atividades da empresa é classificado como imobilizado C – A definição de valor justo não é essa, já sabemos, não é mesmo? D – relevância não tem mais nada a ver com a forma de contabilização Gaba: E 8 - CESPE 2010 MPU - Uma empresa cujo processo produtivo dependa de matéria prima controlada por produtor monopolista é considerada empresa coligada da fornecedora de matéria prima, ainda que a participação de uma na outra seja ínfima. Perfeito! Nesses casos, a participação não é fator essencial. Vamos ver: Independentemente da participação no capital votante, a influência significativa do investidor pode ser evidenciada por uma ou mais das seguintes Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 38 formas, que indicam o poder de participar das decisões financeiras e operacionais: � representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; � participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições; � operações materiais (volume representativo) entre o investidor e a investida; � intercâmbio de diretores ou gerentes; � fornecimento de informação técnica essencial. Gaba: Certo 9 - CESPE 2010 Bco Amazônia - Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável. Exato. Isso consta no CPC 18 e na 6404. Se for impraticável, devem ser feitos ajustes, mas o prazo máximo de diferença entre as DCs não pode passar de 60 dias (6404) ou 2 meses (CPC). Gaba: Certo 10 – FCC 2009 TCE - A Cia. Piraju possui 40% das ações da Cia. Andradina, registradas em sua contabilidade por R$ 800.000,00, o investimento é avaliado pelo método de equivalência patrimonial. No final do exercício, o valor do patrimônio líquido da investida, apurado no seu Balanço Patrimonial, é de R$ 2.300.000,00. A investidora, em decorrência, deverá registrar em sua contabilidade: A)ganho de capital de R$ 300.000,00 B)perda na equivalência patrimonial de R$ 30.000,00 C)resultado positivo na equivalência patrimonial de R$ 120.000,00 D)dividendos a receber no valor de R$ 120.000,00 E)resultado não-operacional de R$ 300.000,00 Vamos aos dados: Participação da Investidora � 40% Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 39 Valor da participação � 800 000 PL da Investida no fim do exercício: 2 300 000 Primeiro precisamos achar o valor do PL inicial da investida, para saber se houve lucro ou prejuízo: 40 % � 800 000 100 % � X X = 2 000 000 Logo, se era 2 000 000 e passou para 2 300 000, houve lucro de 300 000 Participação da investidora no lucro: 300 000 x 40% = 120 000 Resultado do MEP = 120 000 positivo Gaba: C 11 – FCC 2007 ISS SP - O recebimento de dividendos de participações societárias avaliados pelo custo deve ser registrado, na escrituração da empresa investidora, a crédito de conta representativa: a)de receita operacional. b)de receita não-operacional. c)de resultado da equivalência patrimonial. d)da própria participação societária. e)de deságio na aquisição de investimentos. Reparem que estamos falando em avaliação pelo Custo, e não pelo MEP. Dividendos no Método do Custo Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) C Receita Dividendos Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) ou Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Receita de dividendos Receita de dividendos é uma conta de receita operacional. Sempre. Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 40 Gaba: A 12 – ESAF 2012 AFRFB- A Empresa Controladora S.A., companhia de capital aberto,apura um resultado negativo de equivalência patrimonial que ultrapassa o valor total de seu investimento na Empresa Adquirida S.A. em R$ 400.000,00. A Empresa Controladora S.A. não pode deixar de aplicar recursos na investida, uma vez que ela é a única fornecedora de matéria-prima estratégica para seu negócio. Dessa forma, deve a investidora registrar o valor da equivalência a) a crédito do investimento, ainda que o valor ultrapasse o total do investimento efetuado. b) a crédito de uma provisão no passivo, para reconhecer a perda no investimento. c) a crédito de uma provisão no ativo, redutora do investimento. d) a débito do investimento, ainda que o valor ultrapasse o total do investimento efetuado. e) a débito de uma reserva de capital, gerando uma cobertura para as perdas. Prejuízos No caso das coligadas e dos empreendimentos de controle conjunto, quando a participação do investidor nos prejuízos se igualar ou exceder o saldo contábil de sua participação na investida, o investidor deve descontinuar o reconhecimento de sua participação em perdas futuras. Após reduzir, até zero, o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais devem ser consideradas, e um passivo deve ser reconhecido, somente na extensão em que o investidor tiver incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) ou tiver feito pagamentos em nome da investida. Vejam que o caso exposto no enunciado da questão é uma situação de obrigação construtiva. A controladora não pode deixar reconhecer as perdas, pois depende da investida para manter as suas operações. Nesse caso, deve fazer a provisão no passivo. D Despesa Perdas MEP C Provisão perdas Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 41 Gaba: B 13 – FCC APOFP 2010 - Ao contabilizar os dividendos distribuídos por investidas avaliadas pelo método do custo, a investidora debita a conta Disponível e credita a conta: A) Investimentos. B) Receita Eventual. C) Receita de Investimentos. D) Receita de Dividendos. E) Receita de Equivalência Patrimonial. Reparem que estamos falando em avaliação pelo Custo, e não pelo MEP. Dividendos no Método do Custo Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) C Receita Dividendos Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) ou Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Receita de dividendos Receita de dividendos é uma conta de receita operacional. Sempre. Gaba: D 14 – FCC 2010 BA GAS - Recebimentos de dividendos de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial devem ser contabilizados como: A) Crédito da Conta Investimentos. B) Receitas Eventuais. C) Débito da Conta Investimentos. D) Recuperação de Custos. E) Receitas não operacionais. Dividendos no MEP Lançamento no anúncio: Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 42 D Dividendos a receber (ativo) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Percebam que não existe conta de receita de dividendos envolvida nesses lançamentos. Gaba: A 15 – FCC 2010 ICMS RO - Ao contabilizar os dividendos distribuídos por controladas, a controladora debita Caixa/Contas a Receber e credita: A) Receita Eventual. B) Receita de Dividendos. C) Investimentos. D) Outras Receitas. E) Receita de Equivalência Patrimonial. Fixando!!! Dividendos no MEP Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Percebam que não existe conta de receita de dividendos envolvida nesses lançamentos. Gaba: C Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 43 16 – FCC 2009 TRT - O Patrimônio Líquido da Cia. B é composto apenas pelo Capital Social, cujo valor é de R$ 300.000,00. Sabe-se que a Cia. B possui apenas ações ordinárias, que a Cia. A adquiriu 70% das ações da Cia. B por R$ 210.000,00 em 31/12/X7 e que, durante X8, a Cia. B obteve um lucro de R$ 100.000,00 e distribuiu R$ 30.000,00 em dividendos. Com base nestas informações a Cia. A, durante X8: A) creditou receita de equivalência patrimonial no valor de R$ 70.000,00 e creditou a conta investimento no valor de R$ 21.000,00. B) creditou receita de equivalência patrimonial no valor de R$ 49.000,00 e creditou receita de dividendos no valor de R$ 21.000,00. C) debitou a conta investimento no valor de R$ 70.000,00 e creditou a conta caixa no valor de R$ 21.000,00. D) creditou receita de dividendos no valor de R$ 21.000,00 e debitou a conta investimento no valor de R$ 49.000,00. E) creditou a conta investimento no valor de R$ 100.000,00 e debitou a conta caixa no valor de R$ 30.000,00. Vamos aos dados: Participação da Investidora � 70% PL Inicial da Investida � 300 000 Valor da participação � 210 000 Lucro da investida � 100 000 Dividendos distribuídos � 30 000 Calculamos: Parte da Investidora no lucro � 100 000 X 70% = 70 000 Dividendos distribuídos � 30 000 X 70% = 21 000 Lançamentos: Reconhecimento do Lucro D Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) C Receita MEP 70 000 Reconhecimento dos dividendos D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) 21 000 Dois créditos na alternativa correta, lembram? Gaba: A Contabilidade para Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Teoria e Exercícios Professor Marcelo Seco Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 44 17 – FCC 2009 INFRAERO - A Cia. Garopaba recebeu dividendos no valor de R$ 20.000,00 de sua controlada, a Cia. Baiacu, no exercício de 2008. O registro correto desse fato contábil na investidora: A) terá como consequência um aumento no total do Ativo de R$ 20.000,00. B) terá como consequência um aumento no Patrimônio Líquido de R$20.000,00. C) terá como consequência uma diminuição no total do Ativo de R$ 20.000,00. D) terá como consequência um aumento no Patrimônio Líquido menor que R$20.000,00. E) não apresentará aumento no total do Ativo e no Patrimônio Líquido. Fixando!!! Controlada, usamos MEP. Dividendos no MEP Lançamento no anúncio: D Dividendos a receber (ativo) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Lançamento no pagamento: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Dividendos a Receber (ativo) Em alguns casos você vai ver um lançamento único, mas também correto: D Disponibilidades (Caixa ou Banco) C Investimentos Avaliados pelo MEP (ANC) Percebam que não existe conta de receita de dividendos envolvida nesses