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OSÉ FAUST1NO DE ALBUQUEQUE F PSICOLOGIA INFANTIL R e f l e t id a n a V id a A d u l t a APRENDA A FORMAR UM CARÁTER SAUDÁVEL NA CRIANÇA PARA QUE ELA SEJA UM ADULTO FELIZ! Psicologia Infantil Refletida na Vida Adulta Professor José Faustino de Albuquerque Filho Psicologia In fantil índice Agradecimentos.........................................................................7 Sum ário....................................................................................8 Dedicatória as crianças..........................................................10 R eflexão...................................................................................12 Introdução............................................................................... 14 O desenvolvimento da consciência da criança.................. 17 Por que é preciso dizer não? Na geração passada tudo era permitido..................................................................................22 Os pais devem orientar e proteger........................................ 30 Testes.......................................................................................33 Entrevista: crescer através do brincar.................................35 É brincando que se aprende.................................................... 37 Brincar evita comportamentos agressivos na adolescência 39 Tarefas mais importantes; como os pais podem ajudar? ... 41 Pais tempo para os filhos é necessário.................................46 Por que as crianças pedem para os adultos que repita sempre a mesma história.....................................................................48 Eu e João por Dr.a Beatriz Botelho...................................... 52 Como surge o ciúme entre irm ãos?....................................55 Agressividade, infantil o que fazer? ...................................57 As doenças da alma................................................................ 58 A sexualidade infantil. A descoberta de novas sensações.. 60 O bebê acostumou dormir com os pais. E agora?.............62 Estimule a independência do seu filho.................................63 José Faustino A lbuquerque Filho 5 A vila das crianças........................................... .........................64 Viagem com o bebê...................................................................66 Além de presentear, os pais devem interagir.........................68 Animais de estimação estimulam a responsabilidade......... 70 Mediação familiar auxilia o casal a entender melhor a separação..................................................................................... 71 A separação dos pais: a sinceridade ajuda a criança............. 72 Pais separados: como falar sobre outro relacionamento com a criança...................................................................................... 73 A mãe solteira deve falar sobre o pai para a criança?......... 75 Mãe solteira: como se preparar para enfrentar este desafio?....................................................................................... 76 Como a criança imagina ser a m orte?................................... 77 Como contar a uma criança que um parente próximo faleceu?...................................................................................... 79 Crianças agressivas................................................................... 80 Picos de agressividade...............................................................82 Lidando com a crise...................................................................84 Solução em família....................................................................86 Sinais de alerta........................................................................... 87 Concepção psicanalítica da crença e do brincar.................. 88 A criança das teorias X a criança real.....................................89 A criança interpretada pelos adultos........................................93 A criança na concepção psicanalítica Freudiana....................97 A criança na concepção psicanalítica Lacaniana....................102 Delinqüência juvenil................................................................ 107 P sicologia In fan til A Família como agência do desenvolvimento infantil...... 132 Função da mãe...................................................................... 134 Função do pai.........................................................................135 A integração conjugal............................................................ 136 A palavra como elemento educativo.................................. 138 A Família como agência sociabilizadora............................. 140 Autoridade dos pais............................................................... 143 Lidando com os limites.............................................................145 Psicologia infantil: conclusão............................................... 151 Bibliografia............................................................................ 154 A utor...................................................................................... 156 Outras obras do autor........................................................... 158 José Faustino A lbuquerque Filho 7 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo dom inefável da existência e nela a oportunidade de organizar esse livro; como uma pequena contribuição à educação e ao desenvolvimento da criança! AAndréia Abbud, que pacientemente digitou meus rascunhos, que às vezes exigiam uma “tradução”. E também pela elaboração da capa que Deus a recompense por sua grande contribuição. A Simone Mendes Cordeiro secretária dedicada, que finalizou a digitação e auxiliou-me na correção dos originais, o que veio a viabilizar a publicação desse texto. A José Faustino Albuquerque Neto, filho querido, que trouxe muitas contribuições práticas acrescentado sentido e vida às minhas pesquisas.As linhas mestras desse livro, que são frutos de uma vida de observações como professor, Pastor, Terapeuta c simplesmente ser humano. A Sandra Domingues Faustino de Albuquerque, minha esposa, que como mãe, tem me ensinando muitas coisas da psicologia infantil, no seu esmero e cuidado em atender às necessidades do José, que depende especialmente dela como mãe! Que Deus a ilumine sempre, como mãe dedicadíssima! 8 Psicologia Infantil Sumário A vida é marcada desde a infância Quando sentires desapontado (a) desamparado (a) e uma sensação im ensurável agonia e dor, busques conforto e a segurança, que precisas, pois essas reações são reflexos da infância , quando contou com o apoio certo e compreensão de que precisava ou mesmo da saudade das pessoas amadas e das coisas bonitas e maravilhosas , que somos hoje a continuação do nosso ontem, mesmo que mudemos o nosso caráter ou conjunto de virtudes ou valores interiores, que forma o nosso ser último, que de forma consciente ou inconsciente influenciam as nossas escolhas, atitudes e sentimentos. Quando criança temos esperança e um desejo forte de nos tomarmos adultos, e às vezes quando adultos temos um desejo ou saudade de ser crianças ou das coisas de crianças.Armazenamos na consciência, subconsciente e no inconsciente todas as mudanças de faixa etária, que determinam o registro vivido , através da química do cérebro , razão e emoção que despertam no nosso hum or e reações na vida adulta. Na form ação e no desenvolvimento da nossa personalidade levamos a infancia para a adolescência, a adolescência para a m aturidade para a maturidade a maturidade para a meia idade e a meia idade para a velhice. Assim acumulamos experiências lindas e balsâmicas ou amargas e traumáticas na vida toda. Assim sendo há momento em que agimos como criança e nos sentimos tão bem e hámomentos em que sofremos como adultos e nos sentimos como crianças e nos sentimos tão bem e há momentos que sofremos como adultos e nos sentimos como crianças agredidas, rejeitadas, abandonadas e recalcadas. Reprimir José Faustino A lbuquerque Filho 9 esses sentimentos é como cometer suicídio emocional, visto que a vida adulta não apaga as experiências da infância e da adolescência. Essa dor, que não passa, esse grito que não sai, e essa noite que não termina. São os traumas e conflitos infantis refletidos na vida adulta!Não anule, não mate a criança, que esta dentro de você, deixe que ela brinque que riam que pule que chore que seja inocente e seja simplesmente criança! “Jesus disse, que quem não receber o Reino de Deus como criança de maneira nenhuma poderá entrar nele”. As realizações, que são sonhos primaveris, que tornar-se-ão realidade na maturidade , quando se descortina o crepúsculo da existência . A beleza de tudo isso; é que da velhice para a maturidade, da maturidade para adolescência são etapas vividas sem interrupção real. As mudanças decorrentes no ser humano vão gerando experiências, registrando traumas e virtudes sem que haja de fato interrupção no curso normal da vida, de forma que é sábio chegarmos a terceira idade e olhar para noite, que se aproxima sem perdemos de vista os dias lindos da aurora prateada, do entardecer colorido pelos raios solares e dourados, que antecedem as sublimes manhãs do amanhecer infantil. 10 Psicologia Infantil DEDICATÓRIA ÁS CRIANÇAS Em plena Primavera: Crianças, flores, que desabrocham na aurora prateada do amanhecer infantil... Crianças, jardins coloridos, que enfeitam a existência, tornando-a suportável com a pureza do seu sorriso e que nos preenchem de felicidade... Crianças, raios divinos, que tornam dourados os nossos horizontes e iluminam as nossas noites de solidão... Crianças, amigas no verão, no inverno, na plenitude da primavera e companheiras do nosso futuro... Crianças, tão frágeis, tão inocentes, tão pequeninas, mas que tendes forças de comoverdes os “brutos”, amenizardes a tristeza e a dor dos adultos. Crianças, todas crianças quão belas, que olhais a janela do alvorecer; crianças tão lindas, meninos e meninas sois rosas, sois flores, quão lindas sois vós... Crianças, crescidas, crianças maiores, beleza da vida em flor. Sois rosas, sois pétalas, sementes maduras ainda na vida um tanto imatura, sois jovens, sois lindos e belos de afável doçura... Crianças, crianças de todas as raças, de todas as cores, de todas as idades, de todos os países; tendes em comum o traço maior, o traço divino de serdes simplesmente crianças... Crianças, resto de guerras, sobras da fome, resquícios dasepidemias e partes da brutalidade e insensatez dos adultos... Crianças saudáveis! Crianças doentes! Crianças robustas! Crianças raquíticas! C rianças esqueléticas, subnutridas, m altrap ilhas, mal cheirosas, lindas, puras e até perfumadas. José Faustino A lbuquerque Filho 11 Que neste dia, bilhões de olhos amigos inclinem-se para vós, que bilhões de mãos amigas estendam-se para vos socorrer. Que os pais, os educadores, as autoridades e enfim todos os adultos contribuam para que tenhais a liberdade de serdes crianças e, assim vivais livres para a vida na sua plenitude. Parabéns a todas as crianças, que neste dia tenhais a benção e a proteção de Deus, para que continueis ser a alegria que elimina a nossa tristeza, o bálsamo que torna menos aguda a nossa dor e que encham de harmonia e de risos o nosso lar. Um milhão de beijos no vosso coração puro e repleto dc esperança! 12 Psicologia Infantil Reflexão A beleza da alma A beleza da alma acalma a alma, que vive e canta. Nas pétalas aveludadas da alva, que causa uma calma na alma e chora... A alma acalma a brisa, brisa tão suave, que agora cora, mas calmo é bálsamo, que acalma a alma, que grita em silêncio, a dor inexistente, de gente, que não tem calma na alma, que branda não é, e afasta a calma que a alma não tem. Na alma, a calma da brisa suave do prado e no brado silencioso da alva, marcado nas páginas de uma história, que não foi escrita. Na calma, a alma alva, uma lembrança esquecida e um círculo no quadrado ou quadrante, uma reta na curva, um início no fim, como um fim no começo e o ponto no infinito... Tudo, que é relativo é o que não é, e a mais perfeita forma é informe e nula qualquer coisa positiva, que não seja última! Na ida, a volta, na morte a vida? Ou na vida a morte? Mas é e não é ao mesmo tempo, tudo que é mutável! José Faustino A lbuquerque Filho 13 O fim de qualquer coisa está no início dela, pois o começo do fim está no início, visto que, o que não tem início, pode nem mesmo existir, mas nunca terá fim se não começou! Na série de acontecimentos, só um milagre faz a diferença, pois ser e não ser, não é a mesma coisa, que a alma diz calma sobre o ser e o não ser, que milagrosamente quebra a série de acontecimentos, pois são dois seres, não seres, visto que, só um não é o ser, que é o não ser, enquanto um ser é o único ser, que é a quem chamamos de “O SER!”. No jogo de tudo, que não é jogo, só podemos jogar com o tempo, que descortina no túmulo revolto, que envolve e cobre o corpo, que é o corpo de Jesus! Ouvi ainda de manhã cedo, uma brisa suave, que calma, tão terapêutica e pura, que cura e embeleza a alma , que calma e bela agradece dizendo que: A brisa, serena, que passa, mas fica marcada na essência da alma, que calma, já canta a canção verdadeira, na alva prateada de luz, que aclama feliz, na esfera tingida de sangue, o manto marcado de dor. O amor demonstrado na cruz e as lágrimas enxugadas no lenço! A beleza da alma reluz na cruz enfeitada do sangue expiatório que é o sangue de Jesus!!! 14 Psicologia In fan til INTRODUÇÃO Em termos pedagogia e moral a criança nos é dada mais ou menos como uma folha de papel em branco'.Compete a nos avulto escrevermos nela o que formos nela o que formos capazes de escrever. É verdade que independentemente da influencia dos pais, da escola e do meio em que a criança vive. Ela tem faculdades inatas que serão desenvolvidas, mas ao nascer só trás 30% de informações psicológicas herdadas dos pais, os outros 70% vai adquirir no meio em que vive! E é ai que entra toda a complexidade do ato educativo. Falo educativo no sentido pleno da palavra; isto é, de desenvolver as faculdades: racional, emocional, física e espiritual. Quando falamos desenvolver, imagino como a criança é moldada de algum modo de acordo coma cultura, religião, condições sociais e da educação dos pais e do ambiente em que vive! A psicanálise nos m ostra que a m aioria dos traum as emocionais e conflitos de personalidade; tiveram suas origens da infância até a adolescência. Segundo as descobertas mais recentes no campo da psicologia, a criança, após os quatro anos de idade, já é capaz de perceber o comportamento dos pais para nortear o seu próprio comportamento! È importante alertar os pais, principalmente os evangélicos e religiosos que é difícil, verbalizar ou comunicar para a criança conceitos abstratos, como fé, amor, bondade, anjos, demônios, e Deus! E bem assim a noção de bem e mal. A criança vai assimilando o bem como o fato de não está com fome, sede, de xixi, de cocô, ou dodói, pois expressa esses sentimentos através do choro! Isto é o mal é sentir esses desconfortos e o bem é estar livre do problema causado pelo desconforto. No que tange a José Faustino A lbuquerque F ilho 15 valores abstratos, que só podem ser aprendidos pela percepção, ela não tem nenhuma noção, pois além de não ter desenvolvimento mental suficiente, se orienta quase sempre por impulsos, e reflexos visto que, seus reflexos ainda não estão bem desenvolvidos.Então a melhor forma de falar do bem, do mal, do amor de fé e de Deus é viver a tal ponto, que quando ela com três anos ou, um pouco mais se preocupar e perguntar como Deus é e quem é Deus. Se ela quer saber quem é Deus e pergunta: mamãe ou papai como é Deus; a mãe e o pai possam responder filha (o) Deus é como a mamãe e como o papai, que vivem para amar você e querer bem um ao outro. E o céu é como nosso lar. E lógico, que não quero dizer que não tenhamos falhas, mas que devemos ter o melhor tipo de comportamento, convivência, e harmonia no lar. E o mal é o contrário disto; de forma que a melhor educação está não naquilo que falamos c fazemos, mas naquilo que somos e vivemos. Se a criança nos é dada por Deus como uma folha de papel em branco , vam os agir com m uita responsab ilidade principalmente ao falarmos de Deus, pois pelo contrário em vez de formá-la para a igreja, a sociedade, para Deus; faremos dela uma Deformidade! Como uma criança das “FEBNS da vida” ou os jovens dos cadeiões. Alerta! Pais, educadores, pastores, governantes e a quem interessar possa que antes de crianças e adolescentes ser agressores, eles são cruelmente agredidos! Leiam atentamente a dedicatória que faço ás crianças neste livro! Na arte de educar todos somos devedores de exemplos, que estimulem a pratica do bem do desenvolvimento dos valores, divinos, éticos, morais e familiares. Só assim chegaremos ao plano desenvolvimento da cidadania. A família é a primeira estância, educativa, na qual a criança terá oportunidade de aprender conceitos, normas e mecanismos, 16 P sicologia In fantil que a levem ao crescimento como pessoa e a busca da auto identidade para a plena estruturação da sua personalidade! Há, porém uma série de obstáculos para uma correta orientação familiar, visto que os valores estão sendo pervertidos! Os papeis dos pais não estão claros na formação familiar atual! Basta dizer que 30% das famílias brasileiras são chefiadas por um dos pais e como é a mãe, que normalmente fica com a guarda dos filhos, a maioria dos chefes dessas famílias são mulheres, que além de fazerem o papel mãe e de pai, têm dupla jornada de trabalho, visto que trabalham fora e em casa. Além de todos os problemas decorrentes pela ausência de um dos cônjuges, o fato se agrava quando ao fator limites! A figura do pai, que representa segurança, educação e provisão é quase sempre um referencial de grande significado para a criança! È muito notório que os conflitos de crianças de pais separados vão refletirem na vida adulta! Em nível de comportamento; aos quatro anos de idade a criança já é capaz de perceber o comportamento dos pais para trançar a busca e a construção do seu próprio comportamento! Quando os pais não têm uma conduta coerente com os valores preconizados ou são separados e as crianças podem ficar confusas e até perderem os pais, como referenciais. Os milhares de adolescentes nas FÉBENS e jovens nas cadeias não seriam resultados desses fatores? José Faustino A lbuquerque Filho 17 O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA DA CRIANÇA A Psicanálise deu uma grande contribuição, através da associação livre para o descobrimento dos processos mentais, subjacentes ao desenvolvimento da consciência no indivíduo. Em seu trabalho de trazer à luz tendências instintivas inconscientes, Freud reconheceu também a existência daquelas forças, que servem como defesa contra elas. De acordo com as suas constatações, que a prática psicanalítica tem confirmado em cada caso. A consciência da pessoa é um sedimento ou um representante de suas primeiras relações com os pais. De certo modo, ela internalizou seus pais - colocou-os dentro de si mesma. Aí eles se tornam uma parte diferenciada de seu ego seu superego um setor, que apresenta, junto à parte restante do ego, certas exigências, reprim endas e admoestações, colocando-se em oposição a seus impulsos instintivos. Freud demonstrou que o funcionamento desse superego não se limita ao psiquismo consciente, não é somente o que se entende por consciência, mas o que também exerce uma influência inconsciente e amiúde muito opressiva, que constitui importante fator tanto na doença mental como no desenvolvimento da personalidade normal. Este novo descobrimento fez com que a investigação psicanalítica se concentrasse cada vez mais no estudo do superego e de suas origens. No decorrer de minha análise de crianças pequenas, à medida que começa obter um conhecimento direto dos fundamentos, sobre os quais seu superego foi estruturado, depararam-se certos fatos, que pareciam permitir uma ampliação, em certas direções, da teoria de Freud sobre esse assunto. Não poderia haver dúvida de que um superego estivera em pleno funcionamento, por algum 18 Psicologia Infantil tempo, em meus pequenos pacientes entre dois anos e nove meses e quatro anos de idade; ao passo que, de acordo com o ponto de vista aceito o superego não começaria a ser ativo, até que houvesse desaparecido o complexo edipiano isto é, aproximadamente, no quinto ano de vida. Além disso, meus dados demonstravam que este superego inicial era desmedidamente mais rigoroso e cruel que o da criança maior ou o do adulto, e que, literalmente, esmagava o ego débil da criança pequena. (1) É verdade que no adulto encontramos em ação um superego mais severo do que o tinham sido na realidade os pais do paciente e que não é absolutamente igual a eles, em outros aspectos. Não obstante, aproxima-se deles mais ou menos. Mas na criança pequena deparasse-nos um superego de tipo o mais incrível e fantástico. E quanto mais nova for a criança, ou mais profundo o nível mental em que penetramos, tanto mais isso acontece. Chegamos a considerar o temor da criança de ser devorada, ou cortada, ou despedaçada, ou seu terror de ser cercada e perseguida por figuras ameaçadoras, como um componente regular de sua vida mental; e sabemos que o lobo comedor de homens, o dragão, que vomita fogo e todos os monstros malignos dos mitos e dos contos de fadas florescem e exercem sua influência inconsciente na fantasia de cada criança, e que ela se sente perseguida e ameaçada por essas figuras maldosas. Mas penso que sabemos mais do que isso. Não me resta dúvida, graças a minhas observações analíticas, de que as identidades que se ocultam detrás dessas figuras imaginárias, aterradoras, sejam as dos pais da própria criança; nem de que, de um ou de outro modo, essas formas aterradoras reflitam as características do pai e da mãe da criança, por mais deformada e fantástica que a semelhança possa parecer. Se aceitarmos esses fatos de observações analíticas; em crianças pequenas e reconhecemos as coisas, que a criança teme, são esses monstros e feras, que intemalizou e que iguala a seus pais, seremos levados às seguintes conclusões: 1) O superego da José Faustino A lbuquerque Filho 19 criança não coincide com o quadro apresentado por seus verdadeiros pais, mas é criado de quadros imaginários, ou imagens deles, que incorporou a si; 2) Seu temor dos objetos reais - sua ansiedade fóbica - baseia-se em seu temor tanto de seu superego não realista de objetos, que são reais, em si mesmos, mas que ela vê sob uma luz fantástica sob a influência de seu superego. Isto nos leva ao problema, que se me afigura o centro em toda questão da formação do superego. Como é que a criança cria uma imagem tão fantástica de seus pais - uma imagem dc tal forma afastada da realidade? A resposta se encontrará nos fatos descobertos nas análises infantis. Ao penetrarmos nas camadas mais profundas da mente da criança e ao descobrirmos essas enorm es cargas de ansiedade - esses tem ores dc objetos imaginários e esses terrores de ser atacadas de todas as fonnas possíveis - tam bém trazem os à luz um a quantidade correspondentede impulsos agressivos reprimidos e podemos observar a conexão causai entre os temores da criança e suas tendências agressivas. Em seu livro, Beyond the Pleasure-Principle (Além do Princípio do Prazer), Freud formulou uma teoria de acordo com a qual, no início da vida do organismo hum ano, o instinto agressivo,ou instinto de morte, enfrenta oposição e é contido pela libído ou instinto de vida - o Eros. Em seguida produz uma fusão dos dois instintos, que dá origem ao sadismo. A fím de evitar ser destruído por seu próprio instinto de morte, o organismo emprega sua libido narcísica, ou de autoconsideração, para expulsar aquele e dirigi-lo contra seus objetos. Freud considera este processo como o fundamento das relações sádicas da pessoa, com seus objetos. E eu acrescentaria ainda que, paralelamente a esse desvio do instinto de morte para fora, contra os objetos, se produz uma reação intrapsíquica de defesa contra a parte desse instinto que não pode ser assim exteriorizada. Porque o perigo de ser destruído por esse instinto agressivo, provoca uma excessiva tensão no ego, 20 P sicologia Infantil que é sentida por este como uma ansiedade, de tal modo, que se defronta, logo no início de seu desenvolvimento, com a tarefa de mobilizar a libido contra seu instinto de morte. Todavia, essa tarefa só pode ser desempenhada de forma imperfeita, visto que, devido à fusão dos dois instintos, não é possível, como sabemos, efetuar uma separação entre eles. Produz-se uma divisão no ID, ou nos planos instintivos da psique, nessa divisão uma parte dos impulsos instintivos é dirigida contra a outra. Esta medida de defesa por parte do ego, aparentemente a mais p rim itiva , constitu i, assim , a pedra fundam ental do desenvolvimento do superego, cuja excessiva violência, nessa primeira etapa, ficaria assim explicada pelo fato de ser um produto de instintos destrutivos muito intensos e de encerrar, juntamente com certa proporção de impulsos libidinosos, quantidades muito grandes de impulsos agressivos. (2) Este ponto de vista faz com que se tome menos difícil entender por que a criança forma imagens monstruosas e fantásticas de seus pais. Pois ela percebe sua ansiedade, proveniente de seus instintos agressivos, como temor de um objeto externo, tanto porque fez do aludido objeto sua meta exterior como porque projetou aqueles instintos sobre essa meta, de tal forma que eles parecem ter origem nesse setor e dele partir contra a própria criança. Dessa maneira, desloca para o exterior a fonte de sua ansiedade e transforma seus objetos em objetos perigosos; porém, na verdade, esse perigo pertence a seus próprios instintos agressivos. Por esse motivo, seu temor e relação aos objetos será sempre proporcional ao grau de seus próprios impulsos sádicos. Contudo, não se trata simplesmente de uma questão de transformar certa dose de sadismo numa dose correspondente de ansiedade. A relação é também uma relação de conteúdo. O temor da criança a seu objeto e a seus ataques imaginários que dele sofrerá se prendem em todos os pormenores, a cada um dos José Faustino A lbuquerque F ilho 21 impulsos e fantasias agressivos que ela abriga contra seu ambiente. Dessa maneira, cada criança cria imagens de seus pais que lhe são peculiares, embora em cada caso essas imagos sejam de caráter irreal e terrífico. (3) Segundo minhas observações, a formação do superego começa ao mesmo tempo em que a criança efetua a primeira introjeção oral de seus objetos. Visto que as primeiras imagens que ela assim forma estão dotadas de todos os atributos do intenso sadismo que pertence a essa fase de seu desenvolvimento, e visto que elas serão projetadas, mais uma vez, e objetos do mundo exterior, a criança pequena se toma dominada pelo temor de sofrer ataques cruéis e imagináveis, tanto de seus objetos reais como de seu superego. Sua ansiedade servirá para aumentar seus próprios impulsos sádicos, instigando-a a destruir aqueles objetos hostis a fim de escapar às suas investidas. 22 Psicologia Infantil PORQUE É PRECISO DIZER NÃO? NA GERAÇÃO PASSADA TUDO ERA PERMITIDO. Você, pai e mãe da virada do milênio, sabem quanto está difícil educar filhos. Na hora do banho, o pequeno chora e esperneia. Só come na frente da televisão. No shopping, quando vê um brinquedo novo na vitrine, faz birra até que mamãe decida comprá-lo. Para os pais de hoje, nascidos ou educados nos anos 60 e 70, lidar com essas situações é mais complicado do que se imagina. Dar uma palmada ou impor um castigo, nem pensar. Afinal, essa geração de pais cresceu ouvindo dizer que nada é mais saudável do que deixar as crianças exercitarem suas próprias emoções, limites e potencialidades. As idéias em voga na época em que esses pais estavam na universidade sustentavam que é assim que se formam adultos criativos, curiosos e críticos, mais habilitados a tomar decisões e mais tolerantes com idéias alheias. E agora? O que fazer com o adolescente que passa a madrugada na frente do computador, dorme até tarde e deixa as roupas espalhadas pelo quarto? E se a filha queridinha do papai aparece em casa de piercing no nariz? Dizer não é um desafio que está além das forças e convicções de muitos pais e mães. Veja o caso da comerciante Gleisy Pires, do Recife. Genuíno produto dos anos 60, Gleisy nasceu em 1963, numa família conservadora. “Eu não tinha liberdade para nada”, conta ela. “Nunca pude discutir meus problemas com minha mãe. Meu pai não me deixava sair de casa, nem para ir s festinhas na casa dos amigos. E, se errasse ou desobedecesse, apanhava”.Hoje, aos 36 anos, Gleisy é mãe de três filhos, uma adolescente, de 13 anos, e um casal de gêmeos, de 8. As crianças brigam, tiram os móveis do lugar, perseguem o cachorro em cima dos sofás, espalham roupas e brinquedos pela casa. José Faustino A lbuquerque Filho 23 “Eu vivo num etemo dilema”, conta Gleisy. “Sei que é preciso colocar limites, mas não quero repetir com meus filhos o que os meus pais fizeram comigo. Tenho medo de que, no futuro, eles me vejam como uma pessoa que vivia gritando e cerceava tudo o que tentavam fazer”. Esse tipo de insegurança é mais do que natural. Milhões de pais e mães no mundo se sentem assim. Muitos chegam a ter medo de entrar em confronto com os filhos. Não sabem o que pode resultar de um empate. No passado, os pais acreditavam que os filhos lhes deviam obediência cega. Justificavam-se perante si próprios com a crença de que estavam impondo uma linha de comportamento rígida para o bem das crianças. Os jovens pais da geração que agora está vendo os filhos crescer não acreditam mais nisso. Aprenderam que, pelo velho modelo, os adultos corriam o risco de ser tiranos com as crianças, ser injustos e até mesmo usar os filhos como saco de pancada apenas para dar vazão às próprias frustrações. Acontece que muitos pais modernos se tomaram modernos em excesso. Não sabem dizer não para nada. Com isso, prejudicam os filhos. A liberdade excessiva ensina agora um número crescente de psicólogos e pedagogos, produz adultos sem noção de limites e responsabilidades. Esse é o assunto do momento entre especialistas em educação no mundo inteiro. No catálogo daAmazon.com, a maior livraria da internet, existem nada menos que dezesseis títulos dc livros sobre dizer não aos filhos. Eles tratam de tudo, do sono dos recém- nascidos à prevenção ao uso das drogas. Na Inglaterra, um dos maiores sucessos editoriais nos últimos meses é um livro chamado Saying No - Why It’s Important for You and Your Child (Dizer Não - Por que Isso É Importante para Você e Seu Filho). A autora, a psicoterapeuta Asha Phillips, afirma que desde os primeiros meses de vida dos bebês os pais devem estabelecer claramente certos limites. “Pais que se recusam a dizer não nos momentos apropriadosestão roubando de seus filhqs a capacidade 24 Psicologia Infantil de exercitar suas emoções”, escreve a terapeuta. Asha Phillips também diz que cabe aos pais escolher a hora e a forma adequada de dizer não. Espancar ou impor castigos físicos é, evidentemente, um comportamento absurdo e inaceitável nos dias de hoje. “Mas um tapinha simbólico, bem de leve, num momento de birra pode ser uma atitude saudável dos pais”, afirma a terapeuta. Segundo ela, é errado permitir que uma criança faça escândalo nos supermercado ou no meio da rua porque se cansou de acom panhar os pais nas compras. Da mesma forma, os adolescentes precisam ter horários para chegar em casa e saber respeitar os demais membros da família. “Quem diz sim o tempo todo, para não passar a imagem de autoritário, está criando uma situação fantasiosa e perigosamente distante da vida real”, explica Asha Phillips. “Frustração, raiva, ódio, disputa e privações fazem parte do aprendizado de uma criança tanto quanto o amor, o carinho e o afeto que ela deve receber dos pais”. E curioso observar como as idéias a respeito da educação dos filhos vão mudando. Até a metade deste século, a criança era encarada como um selvagem a ser civilizado. Essa noção serve de roteiro ao filme Karakter, atualmente nas locadoras. É uma produção holandesa, ganhadora do Oscar de m elhor filme estrangeiro no ano passado, na qual um pai tenta m oldar a personalidade do filho e transformá-lo num adulto bem-sucedido usando uma receita que mistura desafios, castigos e a mais completa ausência de afeto. Essa idéia, pôr incrível que pareça, prevaleceu até bem poucas décadas atrás. O pai era o senhor absoluto da casa, ao quais os filhos deviam prestar respeito e obediência. Dele não se esperava nenhuma demonstração de carinho ou emoção, especialmente em relação aos filhos homens. De repente, tudo mudou. Nos revolucionários anos 60 e 70, ficou-se sabendo que amor, e só amor, era a fórmula infalível para que uma criança crescesse feliz e emocionalmente estável. José Faustino A lbuquerque Filho 25 Ali you need is love (tudo o que você precisa é amor), anunciava uma célebre canção dos Beatles. Em casa e na escola, as surras de palm atória, cintos e vara imediatam ente deram lugar à liberdade quase absoluta. Alguns pais chegaram a ponto de não incutir seus princípios religiosos nos filhos, sob o argumento de que a escolha de uma religião ou nenhuma deveria ser tomada pelo próprio filho quando ele tivesse a idade adequada para isso. Nas chamadas escolas alternativas, surgidas nessa época, os alunos não precisavam fazer provas nem tinham notas ou regras de conduta. Com isso, a geração que cresceu sob o domínio dos pais autoritários fazia um esforço sincero de dar mais liberdade aos filhos, para que a espontaneidade das crianças florescesse sem ser abafada pela opressão dos mais velhos. Em muitos casos, o resultado foi desastroso. Está aí uma geração de adolescentes e jovens entre os quais muitos se sentem despreparados para enfrentar um mundo que cobra eficiência, respeito e disciplina. Os pais dos anos 90 estão empenhados em buscar um ponto de equilíbrio entre aquela autoridade opressiva do pai-patrão e a noção de liberdade sem fronteiras que a sucedeu. O psicoterapeuta José Ernesto Bologna, consultor dos colégios Bandeirantes e Santa Cruz, em São Paulo, costumam contar a história de ícaro, um mito grego de mais de 3000 anos, nas suas palestras sobre a importância dos limites na educação dos filhos. Nessa história, ícaro é um garoto que, na adolescência recebe do pai, Dédalo, um par de asas feitas de penas de aves coladas com cera. Com elas, ícaro poderia voar desde que observasse determinadas regras, como não se aproximar demais do sol. Pois foi exatamente isso que aconteceu. ícaro voou tão alto que o calor solar derreteu a cera de suas asas e ele caiu e morreu. “No mito há uma lição simples: os pais devem estimular seus filhos a fazer coisas novas, como voar no caso de ícaro, mas antes é necessário ter certeza de que o filho é capaz de respeitar limites”, observa Bologna. “E preciso ser sempre muito elaro e até 26 Psicologia In fantil intransigente quanto às regras e condutas a ser seguidas”. Filha de uma geração mais repressora, a fotógrafa Loris Machado, de 48 anos, tornou-se hippie na adolescência. Era m ilitan te da onda f lo w e r power, ala fundam entalista do movimento. “Cheguei a morar com índios embaixo de uma jatobá à beira do Rio Araguaia”, conta. Sua forma de vestir-se e comporta-se em público renderam-lhe muitas críticas dos filhos, que agiam como se fossem seus pais. “Eu me lembro que vivia pedindo para ela se comportar”, diz a atriz Maria Valentim, de 21 anos, filha de Loris que mora no Rio de Janeiro. “Dava bronca mesmo: suas roupas pareciam uma fantasia. Eu sou mais certinha”. Maria é hoje mãe de Luana, de 1 ano e meio, e quer encontrar um meio- termo entre educação liberal que teve dos pais e a autoritária que sua mãe recebeu dos avós. “Quero mostrar tudo o que pode, mas também o que não pode”. Como tudo na vida, impor limites é também uma questão de bom senso. Castigos e reprimendas não têm utilidade alguma se na relação entre pais e filhos também não houver diálogo, compreensão, amor e carinho, Quando se diz não, é preciso explicar claramente pôr quê. “Não adianta nada os pais castigarem uma criança proibindo-a de fa2er algo que não tem nada a ver com o erro cometido”, afirma o professor Nilson José Machado, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, USP. Nesse caso, o não pode ser entendido como arbitrariedade ou vingança. E isso não tem utilidale pedagógica alguma. “As vezes um choro, ou uma bagunça exigerada, é apenas um pedido de ajuda do filho”, explica a psicóloga infantil Anair Mello, do Recife. “Nessas situações, as criaiças pedem limites. Se os pais cedem, elas ficam sem parâmefos para a vida”. Aos 32 anos, mãe de uma menina de 1 ano e 9 meses e grávida José Faustino A lbuquerque F ilho 27 de sete meses, a psicóloga paulista Christiana Cunha Freire imaginou que seria mais fácil educar sua filha. “Estabelecer limites é difícil”, reconhece. “Nem sempre consigo manter o não até o fim, mas agora estou tentando ser mais firme. Isso é importante para o futuro da minha filha”. Outro exemplo é o da professora de inglês para as crianças Ana Luisa Carneiro de Mendonça. Mãe de Leo, de 1 ano e 10 meses, ela prefere ser parcimoniosa nas repreensões e negociar de maneira mais cuidadosa os limites com o filho. “Proibir tudo sem motivo pode frustrar a criança”, raciocina ela. “Só uso o não quando realmente necessário.” São raros os pais que conseguem dosar direito essa fórmula. Geralmente, começam a ceder quando o filho ainda é recém- nascido. Basta que chore no berço antes de dormir - e eles prontamente acendem a luz, pegam-no colo e o levam para dormir na cama do casal. Mais tarde cedem novamente quando ele, mais crescidinho, se recusa a comer o que os pais lhe oferecem e transforma a hora de desligar a televisão num pesadelo doméstico. Aos poucos, perdem o pé da situação, criando em casa um pequeno déspota. Muitas vezes o resultado dessa ausência de limites dentro de casa só vai aparecer na escola, ocasião em que a criança ou o adolescente começam a dar sinais de problemas emocionais. Hoje, é enorme a quantidade de instituições que dispõem de serviços especiais para atendimento de alunos com problemas de disciplina e falta de parâmetros de comportamento. E a procura costuma ser grande. “Em muitas famílias, liberdade é confundida com abandono”, adverte a psicóloga Andréa Capelato, do Instituto Paulista de Adolescência. “Infelizmente, muitos pais nunca se preocupam com seus filhos, nem para ajudá-los nos problemas nem para corrigi-los nos erros” .Nessecaso, como o Dédalo do mito grego, acabam superestimando o poder de avaliação dos próprios filhos. “Só definir os limites não basta”, afirma Andréa. “E preciso observar como os filhos administram a própria 28 Psicologia In fantil autonomia”. “É muito comum os pais não terem a menor idéia do que se passa com os filhos”, diz a pedagoga Angela de Azevedo Antunes, coordenadora do departamento de orientação educacional do Colégio Bandeirantes, escola tradicional de São Paulo. “Muitas vezes das crianças e os jovens têm sérios problemas para encarar as mais básicas regras do convívio social”, constata. Desde fevereiro, o serviço que ela coordena já realizou aproximadamente 700 atendimentos, de cerca de 2800 alunos matriculados na escola. Os casos incluem desde dificuldades de concentração e atenção na sala de aula até o uso de drogas e indisciplina. “A maioria dos pais trabalha dez, doze horas por dia e mal consegue ver o filho, que passa a maior pare do tempo na escola”, explica Angela. “Tivemos de assumir, pelo menos parcialm ente, o papel da fam ília , sob pena vemos nosso trabalho educacional comprometido”. A ausência dos pais na educação dos filhos é também responsável pelo aumento da c lien te la nos consu ltó rios psico lóg icos. É cadi vez m aior o núm ero de crianças e adolescentes que precisam desse tipo de ajuda. O psicoterapeuta Eugênio Chipkevitch fez uma pesquisa informal sobre o assunto em escolas particulares de São Paulo. Constatou que, em algimas turmas, um terço dos alunos já tinha passado pôr algum tpo de terapia. “Estamos vivendo uma excessiva medicalização e psicologização das dificuldades das crianças”, afirma ele. ‘Os pais preferem pagar para que seus filhos resolvam essas questces em consultórios psicológicos, em vez de assumir eles próprios a tarefa de ajudar”. Chipkevitch acredita que o problem a de lutoridade e imposição de lim ites está particularm ente ligado à figura paterna. Tradicionalm ente investido da última pilavra quando o assunto diz respeito aos filhos, o pai moderno (Stá muito mais preocupado com o trabalho, com as formas de amjliar os rendimentos e com a realização José Faustino A lbuquerque Filho 29 pessoal do que com a educação dos filhos. “Os adolescentes que flerta com o perigo e com a violência está em busca da figura do pai, investida de au toridade” , diz ele. “As vezes, acaba encontrando-a num delegado de polícia”. Pôr essa razão, segundo ele, pais e filhos precisa ter um relacionamento de respeito e amor mútuos. Outro aspecto crucial é a integridade. O filho deve identificar coerência nos conselhos e orientações que recebe. “Os pais não podem ensinar uma coisa e fazer outra muito diferente”, ensina Nilson Machado, professor da Universidade São Paulo. É preciso também haver alguma afinidade entre as orientações dadas pelo pai e pela mãe. Mesmo casais separados devem fazer um esforço para estar de acordo nesse aspecto. “É muito ruim para os filhos quando recebem dos pais orientações muito diferentes e contraditórias”, afirma Machado. Educar sempre envolveu erros e acertos. Nenhum pai ou mãe tem a receita infalível para transformar os filhos em pessoas felizes e bem-sucedidas. Essa é uma experiência que vem sendo testada e aperfeiçoada desde a humanidade existe. Tão errado quanto abandonar os filhos é achar que eles devem seguir à risca as fórmulas idealizadas pelos pais. “Os pais não se devem julgar onipotentes”, diz Machado. “Nem tudo depende deles. Pôr melhor que sejam as intenções, não pode obrigar os filhos a ser exatamente o que eles querem”. A única receita segura, que jamais deu errado, é fazer tudo com amor e carinho. A pior coisa que pode acontecer com uma criança é ser deixada à própria sorte. Nenhuma pessoa, pôr mais inteligente e genial que seja, tem a capacidade de educar a si mesma e preparar-se sozinha para desafios da vida adulta. Essa é uma tarefa dos pais - com o natural apoio da escola, dos parentes, dos amigos e de quem mais puder ajudar nesse fascinante desafio que e preparar uma nova geração. 30 Psicologia In fantil PAIS DEVEM ORIENTAR E PROTEGER Há quatro anos, a psicoterapeuta Asha Phillips, de 45 anos, começou a estudar a falta de limites na educação de crianças e adolescentes. Professora na Clínica Tavistock, de Londres, ela constatou que um número alarmante de pais não consegue dizer não aos filhos. Decidiu então escrever Dizer Não - Pôr que Isso E Importante para Você e Seu Filho, um livro em que ela diz ser possível conciliar disciplina e liberdade. Alguns trechos de sua entrevista ao repórter Eduardo Salgado, para VEJA, em Londres: Veja - Por que muitos pais não conseguem impor limites aos filhos? Asha - Somos de uma geração que cresceu defendendo a liberdade. Tudo que era disciplinador passou a ter um ar militar, autoritário. Não queríamos isso para nós nem para nossos filhos. -Só que na educação esse ponto de vista foi nefasto. Já ouvi professores dizerem que não é preciso ensinar os alunos, pois eles aprenderiam naturalmente. Isso é um absurdo. Passamos de um extremo de rigidez para outro, completamente sem limites. Veja - E ruim permitir que os filhos tomem decisões? Asha - Depende da idade da criança e da situação. Em alguns casos, ela pode tomar certas decisões e aprender com os acertos e os erros. O que não está certo é passar-lhe a responsabilidade de todas as decisões. Cabe aos pais protegê-la e orientá-la. Veja - Por que pais têm tanto medo de dizer não? Asha - Porque os filhos reagem como se os pais fossem terrivelmente cruéis. Gritam e choram tanto que muitos pais ficam desesperados, acham que realmente estão fazendo algo errado. Veja - A ausência de pais que trabalham muito prejudica o desenvolvimento dos filhos? Asha - Mais importante do que a quantidade é a qualidade do José Faustino A lbuquerque Filho 31 tempo que a família passa junta. Pais cansados e sem paciência não ajudam em nada. Pais com sentim ento de culpa não conseguem impor limites nem dizer não. Veja - Um pai vê a filha chegar em casa com o cabelo pintado de azul e um brinco no nariz. Isso quer dizer que ela precisa de ajuda? Asha - Caso ela esteja descontrolada, em situação de perigo ou em crise, sim. Mas se for só uma loucura de adolescente, não. E muito pior ter uma filha que nunca sai de casa e está sempre deprimida. Veja - Quando os pais devem dizer não a si mesmos? Asha - Eles não podem dominar a vida de seus filhos. Há pais que querem estar junto em todas as atividades, conhecer todos os amigos. Nessas horas, é necessário se controlar. TESTE QUE TIPO DE PAI OU MÃE É VOCÊ 32 Psicologia In fan til De 0 a 5 anos 1) É hora de dormir e o bebê, apesar de saudável, não aceita ficar no berço sem chorar. a) Você atende ao choro prontamente b) Espera e só levanta-se se o choro for muito insistente c) Deixa-o chorar até que se acalme 2) Seu filho não aceita ficar na cadeira para bebês no banco traseiro do carro e começa chorar. a) Você desiste do passeio b) Tenta acalmá-lo c) Dá uma bronca e ignora seu choro 3) No restaurante, a criança insiste em correr entre as mesas incomodando os outros clientes. a) Você acha natural e não toma providência alguma b) Procura distraí-la com outra coisa c) Obriga a criança a ficar quieta De 5 a 10 anos 4) A criança se recusa a comer nos horários regulares e quer atacar doce e salgadinhos. a) Você acha que o importante é que ela se alimente, seja com o que for; b) Explica a importância da alimentação e permite doce e José Faustino A lbuquerque F ilho 33 salgadinhos só complemento c) Proíbem terminantemente que ela coma doce e salgadinhos 5) A professora comunica que seu filho tem tido atritos freqüentes como colegas na escola. a) Você acha que a professora está exagerandoe que seu filho está correto b) Ouve os dois lados da história e repreende a criança c) Deixa seu filho de castigo sem permitir que ele explique o ocorrido 6) A criança assiste à televisão por horas a fio e se recusa a sair da frente do aparelho. a) Você não interfere b)Tenta convencê-la a fazer outras atividades e limita o tempo da TV c) Determina o horário em que seu filho pode assistir à TV De 10 a 15 anos 7) Seu filho não tem o menor senso de organização e não colabora com as tarefas da casa. a) Você acha natural que um adolescente seja assim b) Conversa com ele, fazendo-o guardar seus pertences. c) Você o faz manter o quarto em ordem, não aceitando a bagunça em hipótese alguma. 8) Você flagra uma mentira de seu filho, a) Acha natural, afinal todo mundo mente. 34 Psicologia In fantil b) Mostra que ele errou e destaca o valor da confiança c) Você o pune com rigor 9) Seu filho tem uma festa e avisa que vai voltar de madrugada, mesmo tendo aula no dia seguinte. a) Você não vê problemas b) Conversa com ele sobre a im portância de respeitar compromissos e pede para que volte mais cedo c) Você o proíbe de ir à festa GABARITO Se a maioria das respostas for a, você é um pai permissivo. Seu filho perde com isso. Se a maioria das respostas for b, você é um pai poderoso e flexível. A negociação é mesmo um bom caminho na educação dos filhos. Se a maioria das respostas for c, você é um pai muito rigoroso. Alerta o excesso de rigor nem sempre é a melhor forma de colocar limites. José Faustino A lbuquerque Filho 35 ENTREVISTA O CRESCER ATRAVÉS DO BRINCAR A chegada do dia das crianças, 12 de outubro, traz á tona um assunto extremamente importante para o desenvolvimento infantil - o brincar, ação esta de caráter essencialmente lúdico. Para contar um pouco, mas sobre a importância do brincar para as crianças de todas as idades, a equipe de jornalistas do site Bebê 2000 entrevistou com exclusividade a professora titular da Faculdade de Educação da Puc, SP, Maria Ângela Barbato Carneiro, também coordenadora do Departamento de Fundamentação da Educação da Pontifícia Universidade Católica (Puc). REVISTA BEBÊ 2000-Q UAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS ENTRE 0 E 2 ANOS DE IDADE? Professora Maria Ângela Barbato Carneiro - as crianças entre 0 e 2 anos de idade caracterizam-se pela sua ação. Pode-se até mesmo dizer que elas são ações. Conhecem o mundo através da boca, chupando ou mordendo, começam a movimentar-se até ficarem em pé, entendem gestos e palavras, chcgando a repeti- las. REVISTA BEBÊ 2000 - QUAIS OS BRINQUEDOS MAIS INDICADOS PARA ESTA FASE? Professora Maria Ângela Barbato Carneiro - Nesta idade são aconselháveis brinquedos que favorecem o exercício. Inicialmente são indicados os mobiles, brinquedos sonoros, caixinhas de música, mordedores. Enfim, tudo aquilo que possa favorecer a estimulação sensorial, visual, olfativa e tátil da criança. REVISTA BEBÊ 2000 - QUANDO A CRIANÇA COMEÇA A ENGATINHAR, EXISTE ALGUM TIPO ESPECIFICO DE BRINQUEDO RECOMENDADO PARA ESTE PROCESSO DE TRANSAÇÃO? 36 P sicologia In fantil Professora Maria Ângela Barbato Carneiro - Quando ela começa a engatinhar até ficam de pé são mais adequados dos brinquedos de arrastar, empurrar, puxarem, rolar, objetos para encher e esvaziar, bolas de 8 a 10 cm, objetos de borracha, bonecas e animais de pelúcia não muito grandes. São importantes também brinquedos para areia e água. REVISTA BEBÊ 2000 - QUAIS OS TIPOS DE JOGOS PREFERIDOS PELAS CRIANÇAS ENTRE 2 E 4 ANOS ? Professora Maria Ângela Barbato Carneiro - As crianças desta fase são mais conversadoras e imaginativas, além de terem adquirido uma maior coordenação e equilíbrio nas atividades. Gostam de jogos de representação. São indicados para elas tric ic lo s , bonecas e acessórios objetos que perm item a representação de papeis, brinquedos de empilhar, lápis de cor, massas, jogos de encaixe, carrinhos (sem pilha), brinquedos para água e areia, fantoches e jogos de construção. REVISTA BEBÊ 2000 - AS CRIANÇAS ENTRE 4 E 5 ANOS COSTUM AM NATURALM ENTE AM PLIAR O CIRCULO DE RELAÇÕES, ALÉM DE DESENVOLVER AINDA M AIS A IM AG INAÇÃO . QUE TIPO DE BRINQUEDOS OS PAIS DEVEM COMPRAR PARA AS CRIANÇAS DESTA FAIXA ETÁRIA? Professora Maria Ângela Barbato Carneiro - Os mais adequados são os que favorecem a representação de papéis, além daqueles que permitem atividades grupais, como bolinhas, dominós, quebram cabeças (com o número de peças variado), materiais de modelagem, triciclo e jogos de percurso. José Faustino A lbuquerque Filho 37 È BRINCANDO QUE SE APRENDE - IVANI SOARES A infância é o momento, por excelência, destinado ao brincar. E é brincando que a criança resolve os problemas, busca soluções, realiza seus desejos, representa papeis e conhece o mundo que a cerca. Daí a importância dos pais que incentivarem e mais participarem deste momento lúdico da criança, visando construir para o seu desenvolvimento da sua identidade. Muitos pais se questionam se é recomendável presentear crianças com brinquedos na ocasião do dia das crianças, por exem plo, ou se seria mais coerente investir em produtos considerados mais ‘úteis’ como roupas, livros, etc. No entanto, ao contrário do que muitos pais pensam, o brinquedo e o ato de brincar têm um papel extrem am ente importante na vida da criança. Segundo professora titular da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (Puc/ SP) e Coordenadora do Departamento de Fundamentação da Educação da Puc, Maria Ângela Barbato Carneiro, a criança impedida de brincar pode vir a ter mais dificuldades para enfrentar a realidade futura e toma-se uma pessoa agressiva e mal resolvida. “Do ponto de vista social, em geral, será egoísta porque não teve oportunidades de observar regras e limites impostos pelas brincadeiras, além de experiências de ganhar ou perder. Não será capaz de repartir ou colaborar. Do ponto de vista físico poderá ter dificuldades de coordenação, será um eterno desastrado”, afirmou a professora, que também é presidente da Associação Brasileira de brinquedotecas (ABB). Segundo a professora, é importante que os pais estejam atento ás fases de desenvolvimento da criança, pois em cada uma delas o brincar assume características diferentes, passando do exercício para o faz - de - conta para a regra e a construção “Deve - se lembrar que cada criança é única e diferente, portanto, o que pode 38 Psicologia In fantil ser interessante para uma nem sempre é para as outras” destaca. A ludicidade auxilia da mesma forma as crianças com necessidade especiais, uma vez que co labora no seu desenvolvimento e integração, auxiliando - as a se relacionar com o mundo, especialm ente, se tiverem pais, professores ou responsáveis que brinquem com elas. “Dependendo da dificuldade que a crianças tenham, brinquedos que favoreçam a estimulação sensorial são os mais indicados. Não são apropriados brinquedos que exigem movimentação violenta, especialmente para aqueles que apresentam dificuldades mentais ou motoras, informa. Se a opção de presente no Dia das crianças recaírem para brinquedos, as especialistas recomendam que os pais procurem lojas que trabalhem com brinquedos educativos e artesanais”. José Faustino A lbuquerque Filho 39 BRINCA R EVITA COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS NAADOLESCÊNCIA “O brincar pode ser um instrumento de prazer para qualquer criança”. Este simples ato possui efeitos terapêuticos e até mesmo, pedagógicos, afirma a psicóloga Carla Maia, idealizadora de um curso que ensina a adultos a importância do brincar. Segundo a especialista, a primeira infância é a fase preparatória para a adolescência. “Por isso, Carla defende a importância dos pais darem suporte em ocional á criança nesteperíodo” Quando os pais têm consciência do quando isso é vital, estão na verdade prevenindo futuros adolescentes agressivos ou deprimidos, “enfatiza” O efeito positivo do brincar também é verificado em crianças portadoras de deficiências físicas e m entais. B rinquedos especialmente desenvolvidos para estas crianças transformam o brincar numa oportunidade preciosa de ensinar. A DESCOBERTA DO BRINCAR A riqueza do mundo infantil enche o universo adulto dc perplexidade diante de cada nova descoberta da criança. O brincar é um desses portais, no qual os pais podem e devem romper as barreiras da fala para participar ativamente das descobertas infantis. O que parece simples - o brincar - é, na verdade, uma oportunidade única de ensinar e compartilhar como o bebê à exploração de um novo e maravilhoso mundo. Sem dúvida alguma, de todas as tarefas humanas, introduzir um pequeno ser ao mundo, é o mais desafiante e gratifícante trabalho. A American Academy of Chil na Adolescent Psychiatry, concentuada instituição norte americana com experiência de cinco anos de trabalhos e estudos do desenvolvimento infantil, realizou 40 Psicologia In fantil uma pesquisa na área educacional e codificou quatro tópicos básicos do desenvolvimento infantil (de 0 a 18 meses), através da brincadeira: movendo e explorando, interagindo e sentindo, pensando e aprendendo, e comunicando e conversando. O estudo tem a finalidade de auxiliar os pais, tios e avós a transformar a brincadeira num exercício lúdico de aprendizado constante. POR QUE BRINCAR É TÃO IMPORTANTE? A criança passa a entender o mundo que o cerca através das brincadeiras. Para o bebê, a exploração dos objetos com a boca, os olhos e as mãos são fonte inesgotável de prazer. A cada idade, as aptidões motoras da criança vão se desenvolvendo e tomam possível a comunicação do adulto com este pequeno universo. As informações que os pais podem transmitir como segurança, amor e alegria são mais compreensíveis aos pequenos quando passadas durante ou por uma brincadeira. Portanto, brincar é também educar, mimar, proteger... MOVENDO E EXPLORANDO Incentivar o bebê a realizar pequenas atividades é vital para que ele chegue aos dos anos dotados de pequenas aptidões musculares, alcançarem, segurar, mover objetos de uma mão para outra, pegar objetos utilizando as duas mãos juntas, pegar coisas isoladas e junta lãs... Enfim, desenvolver a capacidade motora. Dicas de brincadeiras e brinquedos: é importante que os pais motivem a criança a formas e cores diferentes são indicadas. José Faustino A lbuquerque Filho 41 TAREFAS MAIS IMPORTANTES COMO OS PAIS PODEM AJUDAR 0 a 3 meses Desenvolvimento continuo da cabeça e do pescoço.Segue objetos com os olhos.Vira para verificar fonte de som. - Prover suporte confortável para o desenvolvimento do bebê. 3 a 6 meses: Suporta o peso do antebraço quando está de bruços.Alcançar e segura objetos. -Incentive o bebê a brincar nesta posição para que ele desenvolva os músculos do pescoço e fortaleça os ombros. -Incentive - o a alcançar os brinquedos. 6 a 9 meses. Senta sem suporte. Move o tronco em volta da barriga e alcança os joelhos. Pega a manipula objetos. Coloca coisas na boca. -Sorria e gargalhe com o bebê. -Curta cada descobrimento da criança e demonstre claramente isso. -Converse com o bebê enquanto aponta a imagem dele no espelho ou fotografias. 9 a 12 meses. Engatinha, levanta sozinho e caminha segurando nos moveis. Devolve objetos, mostrando precisão nas mãos. -Incentive o bebê a andar pela casa, segurado nos moveis. -Procure cobrir moveis e objetos pontiagudos para que o bebê não se machuque. -Dê brinquedos coloridos para a criança explorar. 12 a 18 meses. Levanta, senta e rasteja escada acima. Empurra brinquedo sozinho. Empilha brinquedos. -Incentive o bebê a tentar andar. -Ofereça brinquedos de vários tamanhos para que ele empurre. -Brinque no chão com o bebê, oferecendo brinquedos coloridos com anéis e blocos de plástico coloridos. Quebra- 42 Psicologia In fan til cabeças plásticos também são bem vindos. INTERAGINDO OS SENTIDOS As primeiras relações sociais da criança-sejam com os pais com familiares mais próximos, são vitais para desenvolver o sentido de confiança, segurança e conforto. A partir daí, o bebê passa a explorar emocionalmente o mundo que o cerca. Essa interação ocorre devagar e alcançar seu ápide quando o pequeno chega ao décimo oitavo mês. Nesta fase ele está compreendendo plenamente o sentido social e é capaz de expressar e se comunicar através das emoções, choros, sorriso, irritação. TAREFAS MAIS IMPORTANTES COMO OS PAIS PODEM AJUDAR 0 a 3 meses. Responde a sorrisos espontaneamente. Mostra suas necessidades pelo choro. -Mime e segure o bebê. -Responda ao choro da criança. 3 a 6 meses. Sorrisos sociais espontâneos. Chora para atrair atenção. Responde a palavras e sons em geral. -Mostre ao bebê que você sente alegria em trocar suas fraldas/ roupas. -Deixe-o tocar o rosto da mãe/pai e olhe nos olhos. -Converse, conte histórias e coloque música para o bebê. 6 a 9 meses.Interessa-se por objetos e pessoas.Toca no espelho quando vê a própria imagem refletida.Demonstra medo quando vê estranho. -Sorria e gargalhe com o bebê. -Curto cada descobrimento da criança e demonstre claramente isso. -Converse com o bebê enquanto aponta a imagem dele no José Faustino A lbuquerque Filho 43 espelho ou fotografia. 9 a 12 meses. Curte a interação social, mostra ansiedade frente a estranhos. -Brinque e se divirta com o bebê. -Tente não se afastar por longos períodos. -Deixe-o abraçar o cobertor ou travesseiro. 12 a 18 meses. Mostra afeição a pessoas e coisas. Chora quando não está na brincadeira. Sente quando separado dos pais por longo período. -Abrace e beije o bebê, dizendo que o ama. Antes de sair avise aonde vai e quanto tempo levará. -Deixe o bebê em companhia de familiares. COMUNICANDO E CONVERSANDO O choro, gestos e sorrisos são, na verdade, primeiras tentativas de comunicação do bebê com os pais. Desde o primeiro momento de vida ele usa essa linguagem para comunicar e pedir o que lhe falta. Essas tentativas os levam ás primeiras frases completas por volta dos dois anos. Dicas de brinquedos e brincadeiras: use brinquedos simples que perm itam á criança mastigar. Telefones de brinquedo, pequenos bonecos, objetos que emitem sons, bolas, urso de pelúcia e objetos que mostrem repetições de ritmo e sons são alguns dos brinquedos indicados pelos especialistas. TAREFAS MAIS IMPORTANTES COMO OS PAIS PODEM AJUDAR 0 A 3 MESES. Comunica necessidades através do choro. Ouve, sente e vê.Associa vozes de parentes ao conforto e segurança. -Responda ao choro da criança 44 Psicologia In fantil -Emita sons e converse com o bebê, mostrando objetos. -Cante para o bebê. 3 a 6 meses.Responde ao próprio nome.Emite sons e imita gestos dos adultos.Ouve seletivamente. -Chame o bebê pelo nome. -Converse e repita sons. -Cante rimas e declare poesias infantis. 9 a 12 meses. Copia sons. Reconhece e começa apontar objetos que deseja. Repete sons de animais e fala papai e mamãe. -Brinque com jogos gestuais. -Aponte e dê nomes a objetos e pessoas. Identifique animais e papai/mamãe. 12 a 18 meses. Segue direções e obedece a ordens. Aponta objetos e pessoas da família. Fala palavras simples. -Converse com o bebê, usando frases curtas. -Jogue bola no sentido do bebê e peça que ele devolva. -Peça para que ele chame as pessoas pelo nome. PENSANDO E APRENDENDO O olhar do bebê é desbravador. Quando ele fixa os olhos nas bocas dos adultos busca compreender melhor este novo mundo que se descortina diante do seu pequeno ser. Ao olhar a criança também interage com os pais e essa comunicação silenciosa é carregadade simbologias e sentido. Na medida em que cresce, o bebê passa a elaborar pensamentos e correlações com o que vê. Aos dois anos ela já é capaz de compreender os elementos básicos do mundo e sabe de certa forma como as coisas funcionam. Dicas de brinquedos e brincadeiras: os bebês com dois meses sentem-se atraídos por cores, desenhos e modelos diferentes. Providencie brinquedos com texturas, tam anhos e formas diferentes. José Faustino A lbuquerque Filho 45 TAREFA MAIS IMPORTANTE COMO PAIS PODEM AJUDAR 0 a 3 meses.Reflexos sensoriais e motores: suga, vê e ouve.Move com regularidade durante a alimentação, o sonho e quando faz xixi ou coco. -Estimule os sentidos do bebê com texturas variadas, sons suaves e objetos coloridos. -Adapte o bebê a comidas e ao sonho em horários prefixados. 3 a 6 meses. Morde e toca tudo, colocando objetos na boca. Demonstra interesse. Olha para o lugar onde objetos são movidos. -Introduza brinquedos coloridos e de diferentes texturas. -Brinque com jogos. -Brinque de esconder brinquedos e incentive o bebê a procurá- los. 6 a 9 meses.Transfere os brinquedos de uma mão para outra.Puxa, bate e mexe enquanto brinca. Explora e investiga. -Brinque no chão. -Incentive o bebê a imitar gestos que você faz com brinquedos. -Elogie o bebê pelos feitos. 9 a 12 meses. Começa a demonstrar interesse Manipula objetos para obter diferentes efeitos. Incentive-o a faze imitações. Brinque de apontar e dar nomes aos brinquedos. 12 a 18 meses. Procura novas experiências de sons com os brinquedos. D em onstra novos com portam entos durante á brincadeira. Tenta relações de causa e efeito. Usa cajados/bengalas como instrumento. Amontoa brinquedos. Incentive o bebê á exploração do espaço físico. Mostre as causas e efeitos dos brinquedos (ao apertar um botão o brinquedo emite um determinado som). Brinque de amontoar brinquedos ( j o g o s de4 plástico). 46 P sicologia Infantil PAIS: TEMPO PARA OS FILHOS É NECESSÁRIO Desde o nascimento e, até antes, dentro da barriga da mãe, o bebê já é capaz de captar sentimentos e sensações externas. Desta forma, o carinho da mãe toma-se um fator positivo para a criança, desde a fase uterina. Nos primeiros dias de vida, o bebê sente-se tranqüilo e feliz nos braços da mãe e o ato de amamentar toma essa ligação ainda mais forte. No entanto, ao termino da licença- matemidade normalmente a mãe tem que voltar ao trabalho e em muitos casos, o ritmo frenético de trabalho dos pais, impede que estes permaneçam mais tempo com os filhos. Nesse caso, é aconselhável deixa-lo com alguém que tenha algum vínculo de afetividade com ele. Se na maior parte do dia os pais não têm tempo para ficar com a criança, deve-se ter um ambiente de pessoas substitutas tais como avós, tios e pajens. Hoje essa é uma grande dificuldade da família moderna que não tem aquela dimensão de antigamente? Declara o Psicanalista, Dr. Roberto Azevedo, membro do Comitê de Psicanálise de Campinas. O Dr. Azevedo ressalta que, anteriormente, se a mãe não estava presente, freqüentemente a avó estava e o número de filhos do casal era bem maior que hoje, o que contribuía para que a criança tivesse sempre uma companhia. ”Se não podem estar presentes a semana toda com a criança, á avó, no caso de for afetiva e carinhosa, vai suprir em parte esta ausência. Quanto mais pessoas a criança tiver por perto, mais crianças para brincar será melhor” , detalha o Psicanalista. Felipe corre, pede para a perua esperar. -Bianca vamos logo, pega chupeta, vamos nos atrasar? Repete Márcia Camargo Costa, 57 anos, para seus netos de cinco e dois anos, respectivamente, ao desce as escadas do prédio onde mora. A rotina se repete todos os dias e entre uma correria e outra comenta: ”Espero viver o bastante para vê-los crescer!” Márcia viúva, mãe de duas filhas e José Faustino A lbuquerque Filho 47 avó de quatro netos. Dois deles manda para a escolinha logo cedo e os outros dois, Thiago, um ano e nove meses e Eduardo, 6 meses, ficam em casa. Uma de suas filhas, Ana Eliza, 18 anos, mãe de Thiago e Bianca está em tratamento por dependência química. A outra, Ana Cláudia, 35 anos, separada do marido há pouca tempo, deixou por conta da avó a educação dos pequenos, alegando falta de condições para tal tarefa. Apesar da rotina estressante, Márcia não reclama do seu dia- a-dia. Ela sabe que é uma das inúmeras avós que chamaram para si a responsabilidade de educar os filhos de seus filhos, e para isso, é como se tivesse a chance de me dedicar mais, dar mais carinho e atenção, com vantagem de ter muito mais experiência no assunta”, destaca. Segundo ela os pais ela, os pais estão cada vez mais atarefados, a tal ponto de esquecerem , ou simplesmente, imporem a educação dos filhos aos avós. “No meu caso, por exemplo, com uma filha dependente de droga e outra que está saindo de uma casamento extremamente conturbado, acho que é o mínimo que eu posso fazer “, justifica, acrescentando que sua maior recompensa é o sorriso dos netos.Para Márcia ser avó é muito mais do que bajular os netos espontaneam ente com presentinhos e beijos carinhosos.Ser avó é vivenciar a maternidade plenamente,cada detalhas, enfim é ser a segunda mãe. 48 Psicologia Infantil POR QUE AS CRIANÇAS PEDEM QUE ADULTO REPITA SEMPRE A MESMA HISTÓRIA? Você já contou milhares de vezes a história do Chapeuzinho Vermelho para seu filho ou filha? O que parece incompreensível para os pais é para a criança uma fonte de compreensão renovada. Por trás deste repetido pedido da criança está à necessidade de compreender melhor as emoções passadas por determinadas histórias. “Os adultos perceberão que a criança geralmente pede lhe seja contada a mesmas histórias muitas vezes seguidas, e que, se mudamos alguma coisa no texto, logo é percebido pela criança, que corrige ou se irrita”, afirma a psicóloga carioca Fernanda Roche. De acordo com Fernanda, este fato ocorre porque as crianças adoram a repetição, já que a ajuda de compreender melhor os sentimentos que aquela história despertou nela. Por exemplo, em João e Maria, a criança é levada a lembrar do medo de ser abandonada pelos pais todas as crianças sentem este medo, e que lhes causa grande ansiedade. Através da repetição do conta, aquelas em oções vão sendo experim entadas,m elhor compreendidas e elaboradas através do final feliz?, Salienta. COMO E QUAIS HISTÓRIAS CONTAR PARA AS CRIANÇAS? Magia dos contos, lendas e fábulas infantis, povoam não apenas a imaginação de crianças, mas também de adultas. Na verdade, ao abrir um livro para contar história aos pequenos o adulto também desfruta de momentos de pura diversão. Mas, até que ponto este prazer conjunto - criança e adulto-, influencia na construção da in telectualidade da criança e da p rópria personalidade? Quais as histórias, mais indicadas e como contá- las? José Faustino A lbuquerque Filho 49 Segundo a psicóloga carioca Fernanda Roche, não existe uma técnica certa para ler livros para s crianças. O adulto apenas precisa ter disposição para dar mais esta atenção a elas. Cada um descobre sua própria maneira de explorar melhor à hora da leitura. È muito importante o adulto escolha livros que encantem a criança, salienta. As fábulas. A cigana e a formiga. A tartaruga e a lebre. A cegonha e a raposa, por exemplo, são importantes para a formação do caráter da criança. È fundamental que o leitor comente com a criança, ao final, ajudando a firmar as lições que as histórias trazem. Detalha a psicóloga. C ontos c lássicos como O soldadinho dc Chum bo, Chapeuzinho Vermelho, Os três porquinhos, ser comentados, procurando sempre observar qual a compreensão que a criança tem da história. Ao fazer este exercício, o adulto está, na verdade, estimulando o raciocínio e capacidade de observaçãoda criança. Finaliza. CUIDADO: O LIVRO OFERECIDO AO BEBÊ PODE CAUSAR RISCO Á SAÚDE. Na ânsia de estim ular o hábito da leitura, rmiitos pais presenteiam o bebê com livros que, muitas vezes, oferecem riscos á criança. È preciso ter cuidado com o tipo de material do livro que será dado á criança pequena. Existem livros apropriados para cada faixa de idade, que não oferecem risco de machucar o bebê ou de ser estragado? Alerta a psicóloga Fernanda Roche. Segundo especialista, as crianças até aproximadamente três anos-, não devem m anusear livros de papel sozinha, pois não têm coordenação motora fina necessária? Dependendo do material do livro, pode ferir os olhos, além de rasgar com facilidade, afirma. Os livros mais indicados para os pequenos são os de tecido, os de plástico para o banho e, ainda livros de folhas durarem e 50 Psicologia In fantil grossas, mais resistentes. As crianças maiores podem receber materiais mais elaborados, livros-brinquedos que exercitam sua criatividade. PERGUNTAS “COMPLICADAS” PODEM SER RESPONDIDAS COM LIVROS Os livros podem ser aliados importantes para os pais. Eles podem ajudar na hora em que a criança faz perguntas “complicadas” sobre assuntos como o nascimento dos irmãos, a perda de dentes, a entrada na escola, educação sexual e, até mesmo, sobre situações difíceis como hospitalização e morte. O que acontece é que as crianças costumam se identificar com os personagens principais e sentem-se aliviadas com os finais felizes e percebem que não são únicas a enfrentar situações mais complicadas. Livros que tragam história com assuntos similares ao assunto que os pais querem abordar ajudam e muito neste processo. Segundo a psicóloga Fernanda Roche, é importante estimular a criança a criar suas próprias histórias, usando a imaginação. A criança só conseguirá inventar sua própria história após ter aprendido o bom hábito de ouvir as histórias contadas por um adulto? Salienta. Segundo a psicóloga, a criança aprende ao ouvir as histórias, e então passa a conseguir dar seu próprio conteúdo. Desta forma, falará de seus sentimentos e das coisas que são importantes para ela naquele momento, dando pistas do que lhe vai à mente? Detalha a psicóloga. José Faustino A lbuquerque Filho 51 AFETO DO PAI É FUNDAMENTAL A dificuldade que alguns pais têm em demonstrar afeto aos filhos, pode prejudicar a criança e constantemente tais atitudes deixa a mãe bastante preocupada, podendo gerar até sentimentos de raiva e vingança com relação ao marido. Neste caso, a mãe deve controlar tais sentimentos e se concentrar em auxiliar o marido a superar esta dificuldade, estimulando-o a demonstrar a efetividade. Ajuda muito lembrar ao marido que ele não é o único homem a ter esse tipo de problema e que a questão tem solução. A mãe deve dizer que a criança vai gostar muito de receber um agrado, de brincar com ele c que cia irá sofrer se isso não ocorrer?Afírma o psicanalista Dr. Roberto Azevedo, membro do Comitê de psicanálise de Campinas. Normalmente alguns homens agem desta forma porque foram criados num ambiente desprovido de afeto. ”Eles tentem a repetir isso.É a transgeracionalidade passa de geração em geração uma herança, uma herança social” , detalha Dr. Azevedo. E necessário que a mãe saiba trabalhar esta característica do pai e estimule-o a procurar um profissional que o ajude a lidar com esta situação, uma vez que a criança corre o risco de se identificar com os pais, pois que não deu carinho e crescer com esta carência. 52 P sicologia In fantil Eu e João Por Dra. Beatriz Botelho No carnaval estive na casa de um amigo muito especial. Ele mora num lugar gostoso na Serra da Cantareira e, durante aqueles dias, o programa foi conversar muito e, por exemplo, ouvi-lo de manhã na cozinha pegar o violão: Seis da manhã Toda manhã Levo João para escola Descendo a serra O cêu amarelo ...E o dia do chão. O meu menino E um rapazola Se preparando pra vida logo decola Por isso é que eu gosto De levar João pra escola? Nesta manhã, depois de cantar enquanto tomava café com bolo de broa nos falou sobre uma conversa sua com alguém entendido em adolescentes e que, pasmem, referia-se a eles como, monstros, horríveis, como ele é um artista, ficaram especialmente indignadas com esta visão do especialista, e pensou que nós adultos é que precisamos entender cada fase na vida de nossos filhos, aqueles seres humanos que, dependendo do nosso referencial, podem a cada instante nos parecer... Gente ou monstro. Ainda mais sério Falando grosso gosta de estar nessa história Brincar comigo, Meu grande amigo As vezes nem me dá bola... Fala o idiota José Faustino A lbuquerque F ilho 53 Dos intemautas Tá encarano o futuro Tem sentimentos puros E toca baixo na banda da escola Estes versos fazem parte da linda canção que foi motivada por duas coisas: as conversas sobre o tema e sua atenção para com o filho, vendo as transformações pelas quais ele vem passando, o mundo que ele vai ganhando desde que nasceu. Olha pra ele Adolescente Como é bonito ser gente Às vezes me irrita As vezes me enrola ...As vezes me consola. Uma obra (uma crônica?) como esta fala de sentimentos com uns e co rriqueiros que quase sem pre nos passam despercebidos, embora neste caso, a grandeza e sensibilidade de seu autor fiquem claras e singelamente declaradas.ele captou tudo, as mudanças de seu filho a beleza desta fase de sua vida, e também, o quanto os adultos (principalmente os pais) podem a aprender se forem sábios e humildes para também se deixarem cuidar por eles. Ele me ensina A olhar por cima Da minha própria história Durmo mais cedo E acordo mais cedo Pra levar João pra escola E a Responsabilidade? Os filhos podem remeter os pais a uma nova condição, que muitas vezes, era vista como incômoda enquanto não tinham filhos. Mas quando eles existem, estas mesmas condições de vida 54 P sicologia In fantil passara a ter uma nova dimensão. Acordar todo dia ás seis da manhã não é fácil, mas, de repente, na troca que vai existindo entre pais e filhos no caminho para a escola, o passeio passa a ser prazeroso. Você deve estar se perguntando: por que esta psicanálise vem nos falar de adolescentes num site de bebê? Acho que você mesmo já tem a resposta: tudo que se fala aqui vale também para os bebês. Quantas vezes não ouvimos isto?Ele (ou ela) anda terrível, um monstrinho...? Então encare assim o seu bebê, esta “novidade” que todo dia pode mudar sua vida. Afinal, já foi dito que ser mãe, ou pai, é padecer no paraíso. Este meu amigo especial, o Renato Teixeira um grande compositor e músico, á parte da conversa com a entendida em adolescentes, refletiu e. Compôs a canção que monstro aqui em primeira mão para seu filho João, um menino-grande e carinhoso. Um novo ser que, aos poucos, vai surgindo diante de seus olhos. Ele, e nós ganhamos um grande presente: saber que seis da manhã também pode ser uma hora linda, como esta de ganhar um bebê, se estivermos abertos para ver nossos filhos nascendo como um novo dia que todo “dia que sai do chão” ... Aparece para nosiluminar. Seis da manhã Toda manhã Levo João para escola Descendo a serra O céu amarelo ...e o dia sai do chão? Dra. Beatriz Helena Falcão Botelho, mestre em Saúde mental pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora de psicologia no Departamento de Pediatria da UNIFESP. José Faustino A lbuquerque Filho 55 COMO SURGE O CIÚME ENTRE IRMÃO? A rivalidade entre irmãos está ligada A duas emoções extremamente importantes, existentes desde a infância até a vida adulta, a inveja e o ciúme. A inveja surge como antecedência aos ciúmes, que por sua vez pode tomar-se patológico quando ganha intensidade.
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