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Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53 Aula 02 ± Teoria Geral do Crime I, Provas (Teoria Geral e Provas em Espécie) e Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptações Telefônicas). SUMÁRIO PÁGINA 1. Teoria Geral do Crimes (parte 1) 1 2. Provas (Teoria Geral e Provas em Espécie) 8 3. Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptações Telefônicas) 14 2. Questões propostas 19 3. Questões comentadas 28 4. Gabarito 53 1. Teoria Geral do Crime (parte 1) 1.1 Introdução O tema em apreço aparece pouco na jurisprudência do STF e do STJ, pois se trata de um assunto que está mais baseado na doutrina. Trata-se de um tema extremamente teórico, tendo em vista a pouquíssima riqueza legal em relação ao assunto no CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. Inicia-se no art. 13 e vai até o art. 31, do CPB, isso se incluirmos nessa teoria a parte relativa ao concurso de pessoas. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 53 Veja então que se trata de uma matéria que constrói praticamente toda a sua base puramente na doutrina. Mesmo assim, separamos um tema muito bom na jurisprudência do STJ e STF, que foi recentemente cobrado em um concurso de Delegado de Polícia de Pernambuco para comentar acerca da teoria do crime nessa primeira aula sobre o tema. 1.2 Crime impossível Você já deve ter estudo acerca do crime impossível, previsto no art. 17, do CPB. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar- se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, perceba que caso o agente pratique uma conduta que é descrita na lei como crime, mas o meio que ele escolheu para praticar o crime é ineficaz absolutamente, ou o objeto escolhido para provocar a lesão é impróprio, não se pode punir essa conduta. Exemplo: Almir, pretendendo matar Carlos, pega uma arma que viu na gaveta e efetua disparos contra a vítima; o que Almir não sabia é que a arma estava alimentada por munições de festim, motivo pelo qual Almir não conseguiu atingir o seu intento em face de Carlos. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 53 Na verdade, Almir nunca conseguiria atingir o seu objetivo com o meio (disparo efetuado por arma com balas de festim) que ele se valeu para praticar a conduta. Dizemos nesse caso que estaria configurado o crime impossível, uma vez que seria impossível lesionar o bem jurídico protegido pela norma com tal meio eleito. Na mesma toada, caso o agente delituoso pratique uma conduta que é descrita na lei como crime, mas o objeto material (a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta) é inexistente, da mesma forma ele não deve responder pelo crime, que também é chamado de crime impossível. Exemplo: Almir pretende matar Maria (sua sogra); ele avista sua inimiga deitada no sofá e, pensando que ela estivesse dormindo, dispara diversos tiros nela; o que Almir não sabia é que Maria havia morrido 30 minutos antes por ocasião de envenenamento provocado pelo seu outro genro (João); Almir, por sua vez, disparou em face de um cadáver e não de uma pessoa que possuía vida, bem jurídico protegido pela lei penal no artigo 121, do Código Penal. Cuidado apenas com o fato de a ineficácia do meio ou a impropriedade do objeto serem relativas e não absolutas como prevê a norma penal. No caso acima teremos, de acordo com a teoria objetiva temperada, crime tentado. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 53 Ineficácia e impropriedade absolutas Ineficácia e impropriedade relativas Crime impossível Crime tentado Explicando melhor essas teorias, podemos afirmar o seguinte: Teoria Objetiva Teoria Subjetiva Não se pode analisar apenas o elemento subjetivo para saber se houve crime. É indispensável examinar se está presente o elemento objetivo. Diz-se que há elemento objetivo quando a tentativa tinha possibilidade de gerar perigo de lesão para o bem jurídico. Se a tentativa não gera perigo de lesão, ela é inidônea. A inidoneidade pode ser: a) absoluta (aquela conduta jamais conseguiria fazer com que o crime se consumasse); ou b) relativa (a conduta poderia ter consumado o delito, o que somente não ocorreu em razão de Não importa se o meio ou o objeto são absoluta ou relativamente ineficazes ou impróprios. Para que haja crime, basta que a pessoa tenha agido com vontade de praticar a infração penal. Tendo o agente agido com vontade, configura-se a tentativa de crime mesmo que o meio seja ineficaz ou o objeto seja impróprio. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 53 circunstâncias estranhas à vontade do agente). A teoria objetiva ainda se divide em duas vertentes: Teoria Objetiva Pura Não haverá crime se a inidoneidade for absoluta ou se for relativa. Enfim, em caso de inidoneidade, não interessa saber se ela é absoluta ou relativa. Não haverá crime. Teoria Objetiva Temperada Se os meios ou objetos forem relativamente inidôneos, haverá crime tentado. Se os meios ou objetos forem absolutamente inidôneos, haverá crime impossível. 1.3 Câmeras em Estabelecimentos Comerciais Imagine a seguinte situação hipotética: Almir ingressa em uma loja de eletrônicos do shopping e subtrai para si um tablet que estava em uma prateleira qualquer. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 53 Almir não percebeu, mas a loja era totalmente monitorada por câmeras de segurança, que eram supervisionadas por funcionários que trabalhavam no centro de monitoramento de CFTV. Quando estava na saída da loja com o tablet na mochila, Almir foi parado pelo segurança do estabelecimento que lhe deu voz de prisão e chamou a Polícia, que o levou até a Delegacia. João foi denunciado pela prática de tentativa de furto. A defesa, por sua vez, alegou a tese do crime impossível por ineficácia absoluta do meio: como existia um circuito interno de TV, não haveria nenhuma chance de o réu conseguir furtar o objeto sem ser visto. O cometimento do crime seria impossível porque o meio por ele escolhidofoi absolutamente ineficaz. A tese da defesa é aceita pela jurisprudência do STJ? O simples fato de ter câmera no estabelecimento já é suficiente para caracterizar o crime impossível? NÃO. A existência de sistema de segurança ou de vigilância eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no interior de estabelecimento comercial. No caso de furto praticado no interior de estabelecimento comercial (loja de shopping) equipado com câmeras e segurança, o STJ entende que, embora esses mecanismos de vigilância tenham por objetivo evitar a ocorrência de furtos, sua eficiência apenas MINIMIZA as perdas dos comerciantes, visto que não impedem, de modo absoluto (por completo), a ocorrência de furtos nestes locais. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 53 Os argumentos do STJ para acolher a tese da inocorrência do crime impossível passam por diversas variáveis, dentre as quais podemos citar a eventual falha do equipamento, a desatenção do segurança responsável, a possibilidade de o agente não ser pego em flagrante, por trer empreendido fuga rapidamente, etc. É certo que, na maioria dos casos o agente não conseguirá consumar a subtração do produto por causa das câmeras, no entanto, sempre haverá o risco de que, mesmo com todos esses cuidados, o crime aconteça. Assim sendo, não podemos falar em ABSOLUTA ineficácia do meio. O que se tem no caso é a impotência RELATIVA do meio. O meio escolhido pelo agente é relativamente ineficaz, visto que existe sim uma possibilidade (ainda que pequena) de o delito se consumar. Assim, foi a conclusão acerca do delito impossível dada pelo STJ no caso acima. STJ. 3ª Seção. REsp 1.385.621-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/5/2015 (recurso repetitivo) (Informativo 563). Fechando o conteúdo, vale a pena mencionar uma súmula do STJ acerca do tema, que retrata bem toda a sistemática discutida aqui nessa aula sobre crime impossível e a sua consumação, tendo em vista a presença de câmeras de vigilância. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 53 Súmula 567 do STJ Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. Veja que estamos diante de um tema que já foi até sumulado pelo STJ, tendo uma boa probabilidade de cair em uma prova objetiva para cargos da carreira policial. 2. Provas (Teoria Geral e Provas em Espécie) 2.1 Prova emprestada oriunda de processo no qual não figuravam as mesmas partes Pessoal, em regra, a prova que será utilizada pelas partes e pelo juiz no processo é produzida dentro do próprio processo. No entanto, é possível que uma prova que foi produzida em um processo seja levada �³WUDQVSRUWDGD´��SDUD�VHU�XWLOL]DGD�HP�RXWUR�SURFHVVR��$� LVVR�D�GRXWULQD� FKDPD�GH�³SURYD�HPSUHVWDGD´� Segundo a jurisprudência, os fundamentos que justificam a aceitação da prova emprestada, são dois: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 53 9 Princípio da economia processual; 9 Princípio da busca da verdade possível uma vez que nem sempre será possível produzir a prova novamente. É importante saber que a prova que veio de outro processo entra no SURFHVVR� DWXDO� FRPR� ³SURYD� GRFXPHQWDO´�� independentemente da natureza que ela tinha no processo originário. Outra coisa que devemos saber: é admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda de processo do qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. Segundo o STJ, a prova emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. 2.2 Depoimento sem dano Pessoal, o depoimento sem dano consiste na oitiva judicial de crianças e adolescentes que foram supostamente vítimas de crimes contra a dignidade sexual por meio de um procedimento especial. Mas como funciona? A criança ou o adolescente fica em uma sala reservada, sendo o depoimento colhido por um psicólogo, que faz as perguntas de forma indireta, por meio de uma conversa em tom mais informal e gradual, à medida que vai se estabelecendo uma relação de confiança entre ele e a Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 53 vítima. O juiz, o Ministério Público, o réu e o Advogado/Defensor Público acompanham, em tempo real, o depoimento em outra sala por meio de um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico com a vítima. Não há nenhum impedimento que a sistemática do "depoimento sem dano" seja utilizada também durante o inquérito policial. O STJ entende que é válida nos crimes sexuais contra criança e adolescente, a inquirição da vítima na modalidade do "depoimento sem dano, em respeito à sua condição especial de pessoa em desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da persecução penal, mediante prova antecipada. Dessa forma, não configura nulidade por cerceamento de defesa o fato de o defensor e o acusado de crime sexual praticado contra criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva da vítima devido à utilização do método de inquirição denominado "depoimento sem dano". 2.3 Compartilhamento de provas em razão de acordo internacional de cooperacão Segundo o STJ, não há ilegalidade na utilização, em processo penal em curso no Brasil, de informações compartilhadas por força de acordo internacional de cooperação em matéria penal e oriundas de quebra de sigilo bancário determinada por autoridade estrangeira, com respaldo no ordenamento jurídico de seu país, para a apuração de outros Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 53 fatos criminosos lá ocorridos, ainda que não haja prévia decisão da justiça brasileira autorizando a quebra do sigilo. Dessa forma, o STJ julgou válida a utilização, em um processo penal no Brasil, de informações bancárias sigilosas obtidas pela Justiça dos EUA e trazidas para o processo aqui por força do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal. 2.4 Irregularidades no laudo pericial Segundo o STJ, o reconhecimento da existência de irregularidades no laudo pericial que atesta a natureza das lesões sofridas pela vítima de tentativa de latrocínio (157, § 3º, parte final,do CP) não resulta na desclassificação da conduta para alguma das outras modalidades de roubo prevista no art. 157 do CP. Isso porque, para a configuração daquele delito, é irrelevante se a vítima sofreu lesões corporais. Efetivamente, a figura típica do latrocínio se consubstancia no crime de roubo qualificado pelo resultado, em que o dolo inicial é de subtrair coisa alheia móvel, sendo que as lesões corporais ou a morte são decorrentes da violência empregada, atribuíveis ao agente a título de dolo ou culpa. Desse modo, embora haja discussão doutrinária e jurisprudencial acerca de qual delito é praticado quando o agente logra subtrair o bem da vítima, mas não consegue matá-la, prevalece o entendimento de que há tentativa de latrocínio quando há dolo de subtrair e dolo de matar, sendo Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 53 que o resultado morte somente não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente. Por essa razão, a jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que o crime de latrocínio tentado se caracteriza independentemente de eventuais lesões sofridas pela vítima, bastando que o agente, no decorrer do roubo, tenha agido com o desígnio de matá- la. 2.5 Reconhecimento fotográfico realizado na fase policial Para embasar a denúncia oferecida, é possível a utilização do reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, desde que este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os demais elementos probatórios constantes dos autos. 2.6 Produção antecipada de prova testemunhal Pode ser deferida produção antecipada de prova testemunhal ± nos termos do art. 366 do CPP ± sob o fundamento de que a medida revelar- se-ia necessária pelo fato de a testemunha exercer função de segurança pública. Segundo o STJ, atuar constante no combate à criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 53 ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sendo inviável a exigência de qualquer esforço intelectivo que ultrapasse a normalidade para que estes profissionais colaborem com a Justiça apenas quando o acusado se submeta ao contraditório deflagrado na ação penal. Esse é o tipo de situação que justifica a produção antecipada da prova testemunhal, pois, para o tribunal, além da proximidade temporal com a ocorrência dos fatos proporcionar uma maior fidelidade das declarações, possibilita o registro oficial da versão dos fatos vivenciados pelo agente da segurança pública, o qual terá grande relevância para a garantia da ampla defesa do acusado, caso a defesa técnica repute necessária a repetição do seu depoimento por ocasião da retomada do curso da ação penal. 2.7 Admissibilidade da perícia Na verificação da materialidade delitiva do crime de violação de direito autoral (art. 184, § 2º, do CP), admite-se perícia realizada com base nas características externas do material apreendido, não sendo necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada. A Lei 10.695/2003 ± que incluiu os arts. 530-A a 530-G no CPP ± previu novas regras para a apuração nos crimes contra a propriedade imaterial. Em face disso, a realização do laudo pericial agora prescinde de maiores formalidades. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 53 Ademais, não é necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada, porquanto a persecução do delito se procede mediante ação penal pública incondicionada. 3. Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptações Telefônicas) A interceptação telefônica deverá sempre ser precedida de autorização judicial, sem exceção. Se realizada a interceptação sem autorização e, posteriormente, decisão judicial a permitir, não haverá o que se falar em convalidação. A prova é ilícita, de forma imutável. Mas, e se a interceptação for feita pelo dono da linha telefônica? É necessária a autorização judicial? A resposta é sim, afinal, o que se tutela na Lei 9.296/96 não é a propriedade da linha, mas o sigilo das comunicações e a intimidade dos interlocutores. Na hipótese de autoridade com prerrogativa de foro, o pedido de interceptação deve ser deslocado para a autoridade competente. Num julgado�� R� 67)� WURX[H� R� VHJXLQWH� FDVR�� ³1D� HVSpFLH�� QR� FXUVR� GH� investigação da polícia federal destinada a apurar delitos contra a Administração Pública Federal, praticados por grupo de empresários, as interceptações telefônicas, devidamente autorizadas por juízo de 1º grau, revelaram que delitos de outra natureza estariam sendo praticados por grupo diverso, voltado à obtenção ilícita de lucros por meio de contratação e execução de obras públicas em vários Estados-membros Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 53 com fraude em licitações. Diante do envolvimento de autoridades com prerrogativa de foro, determinara-se o deslocamento do feito para o STJ, cuja relatora autorizara a interceptação telefônica e sua prorrogação, o que culminara na indicação do paciente como envolvido em grupo criminoso. A Turma destacou que decisão proferida no STJ, ao autorizar a interceptação telefônica, estaria fundamentada ante a complexidade do esquema a envolver agentes públicos e políticos, aliada à dificuldade em VH�FROKHU�SURYDV�WUDGLFLRQDLV�´� Segundo o art. 3º da legislação em estudo, é possível a interceptação telefônica decretada de ofício pelo juiz no curso das investigações ou da instrução processual. Entretanto, levando-se em consideração a adoção do sistema acusatório em nossa Constituição, não há como permitir que o juiz o faça na fase investigatória, devendo ser provocado para a decretação da medida nesta fase. Por outro lado, estando em curso a ação penal, pode o juiz determinar a interceptação de ofício. 3.1 Requisitos para Interceptação Telefônica A Regra Geral de Jurisprudência do STF e do STJ entendem que somente a interceptação telefônica e escuta telefônica entram no regime da Lei 9.296/96, porque somente nessas duas primeiras hipóteses nós teremos uma comunicação/interceptação telefônica e a figura do terceiro interceptador. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Viníciuswww.estrategiaconcursos.com.br 16 de 53 Assim, a lei 9296/96 só se aplica á interceptação e escuta telefônica, pois somente em ambas existe a figura da comunicação telefônica e a do 3º interceptador. Já a gravação telefônica, a interceptação ambiental, a escuta ambiental, e a gravação ambiental não entram no regime da Lei 9.296/96, porque na gravação telefônica não há o terceiro interceptador, ou seja, a captação da conversa é feita pelo próprio interlocutor. Ademais, a interceptação ambiental, a escuta ambiental e a gravação ambiental não entram no entendimento do STF e do STJ porque não há comunicação telefônica. 3.2 Acesso ao Whatsapp em celular apreendido, só com a autorização judicial O acesso ao conteúdo de conversas pelo Whatsapp em celular apreendido durante flagrante pela polícia precisa de autorização judicial para ser considerado como prova em processo judicial. A decisão inédita foi da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar um habeas corpus de um suspeito detido pela Polícia Militar em Rondônia. Na decisão favorável à defesa, o ministro considerou que o acesso jV� FRQYHUVDV� YLD� :KDWVDSS�� ³IRUPD� GH� FRPXQLFDomR� HVFULWD�� LPHGLDWD�� HQWUH� LQWHUORFXWRUHV´�� UHSUHVHQWD� ³HIHWLYD� LQWHUFHSWDomR� LQDXWRUL]DGD´� GH� comunicação. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 53 3.3 Possibilidade de compartilhamento das provas obtidas em outro processo criminal O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática delituosa não impede a sua utilização em persecução criminal diversa por meio do compartilhamento da prova. 3.4 Transcrição do conteúdo A degravação consiste na transcrição do conteúdo das conversas feitas por telefone. Muitos sustentam ser direito da defesa a sua LQWHJUDOLGDGH��6HJXQGR�R�67-�� ³Qão se mostra razoável exigir, sempre e de modo irrestrito, a degravação integral das escutas telefônicas, haja vista o prazo de duração da interceptação e o tempo razoável para dar-se início à instrução criminal, porquanto há diversos casos em que, ante a complexidade dos fatos investigados, existem mais de mil horas de JUDYDo}HV�´�(QWUHWDQWR��HPERUD�D�GHJUDYDoão não precise ser integral, o teor das gravações deve ser disponibilizado às partes. 3.5 Ausência de autos apartados configura mera irregularidade Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 53 Segundo a Lei nº 9.296/96, o procedimento de interceptação telefônica (requerimento, decisão, transcrição dos diálogos etc.) deverá ser instrumentalizado em autos apartados: Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. Não haverá nulidade caso a interceptação não seja formalizada em autos apartados! Assim, preenchidas as exigências previstas na Lei n° 9.296/96 (ex.: autorização judicial, prazo etc.), não deve ser considerada ilícita a interceptação telefônica pela simples ausência de autuação. A ausência de autos apartados configura mera irregularidade que não viola os elementos essenciais à validade da interceptação. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 53 Questões propostas 01. (CESPE ± TJSE ± ANALISTA ± DIREITO - 2014) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do agente por agentes de segurança privada. 02. (CESPE ± TJDFT ± CARTÓRIO ± 2014) Em relação a tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento posterior e crime impossível, julgues o item abaixo: No que diz respeito à punibilidade do crime impossível, o autor de uma tentativa inidônea não merece, segundo a teoria subjetiva, sofrer sanção penal, dada a inexistência de qualquer perigo de lesão ao bem jurídico protegido pela norma. 03. (CESPE ± TJES ± CARTÓRIO ± 2013) Acerca dos institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz, do arrependimento posterior e do crime impossível, julgue o item a seguir. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 53 Nos termos da teoria subjetiva, para a configuração do crime impossível, é necessário que o meio ou o objeto sejam ineficazes ou impróprios para a configuração da tentativa. 04. (CESPE ± PROCURADOR DO BACEN ± 2013) Em relação ao crime impossível e ao arrependimento posterior, julgue os itens a seguir. Teorias sobre o crime impossível: 4.1. O Brasil adota, em relação ao crime impossível, a teoria objetiva temperada, segundo a qual os meios empregados e o objeto do crime devem ser absolutamente inidôneos a produzir o resultado idealizado pelo agente. 4.2. No crime impossível, o erro do agente recai sobre a idoneidade do meio ou do objeto material, o que exclui a tipicidade; no putativo, o agente acredita realizar um indiferente penal, o que exclui a culpabilidade, já que se trata do inverso da falta de consciência do ilícito. 4.3. A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial exclui a possibilidade de consumação de crime patrimonial, dada a caracterização de crime impossível ante a ineficácia absoluta do meio empregado. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 53 05. Se o agente, para a prática de estelionato, utiliza-se de documento falsificado de forma grosseira, inidôneo para iludir a vítima, caracteriza-se a) crime impossível. b) crime provocado. c) erro sobre elementos do tipo. d) crime putativo. e) tentativa de crime. 06. (CESPE ± TJCE ± OFICIAL DE JUSTIÇA ± 2008) A associação beneficente presidida por Aldo obteve da Receita Federal, por doação, várias caixas de cosméticos apreendidas em operação da Polícia Federal, que havia desmantelado quadrilha especializada em contrabando e descaminho. Posteriormente, potes de creme de beleza, ainda lacrados, foram vendidos pela associação em leilão beneficente. Dois dias depois, vários arrematantes reclamaram o dinheiro de volta, alegando que os produtos estavam deteriorados. Descobriu-se,então, que os potes continham, de fato, a substância entorpecente conhecida como merla, e não o creme embelezante descrito no rótulo. Com base nessa situação hipotética, julgue o item abaixo. A hipótese configura crime impossível por impropriedade do objeto material. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 53 07. (CESPE ± DELEGADO DE POLÍCIA ± PCPE ± 2016) Nos últimos tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus posicionamentos acerca de diversos institutos penais, criando, inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir segundo o entendimento do STJ. É possível a consumação do furto em estabelecimento comercial, ainda que dotado de vigilância realizada por seguranças ou mediante câmara de vídeo em circuito interno. 08. (2013 - FCC - DPE-SP - Defensor Público) Com base no Direito Processual Penal, julgue os itens. Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para embasar a denúncia oferecida é possível a utilização do reconhecimento fotográfico realizado na fase inquisitiva, desde que este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os demais elementos informativos constantes dos autos. 09. (2015 ± CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário ± Judiciária) Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação telefônica e à citação por hora certa. Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 53 decorrentes, devendo, entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita. 10. (2015 ± CESPE - TJ-DF ± Oficial de Justiça) A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue o item que se segue. A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual. 11. (2014 ± CESPE - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) No que se refere ao exame de corpo de delito, julgue o item seguinte. A confissão do acusado suprirá o exame de corpo de delito, quando a infração deixar vestígios, mas não for possível fazê-lo de modo direto. 12. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) No tocante à prova, e de acordo com o Código de Processo Penal, julgue os itens. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 53 sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 13. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) Julgue os itens subsecutivos. A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada interceptação telefônica. 14. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) Julgue os próximos itens. Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. 15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) Com base nos delitos em espécie, julgue os próximos itens. Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 53 segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 16. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens com base na legislação sobre interceptação telefônica. A interceptação das comunicações telefônicas pode ser determinada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal ou na instrução processual penal. 17. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens com base na legislação sobre interceptação telefônica. O pedido de interceptação das comunicações telefônicas deve ser feito necessariamente por escrito. 18. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. Segundo o STJ, é legal a autorização judicial para quebra do sigilo das comunicações telefônicas e telemáticas para o efeito de investigação de crime de sonegação de tributo, se deferida antes do lançamento definitivo do tributo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 53 19. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. Devem ser desentranhadas dos autos, por serem nulas, as provas decorrentes da quebra de sigilo telefônico determinada por juízo incompetente. 20. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. O prazo máximo para a interceptação das comunicações telefônicas é de quinze dias, prorrogável uma única vez, pelo mesmo período. 21. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. As informações e provas coletadas em interceptação telefônica relativa a crime punido com pena de reclusão não podem subsidiar denúncia com base em crimes diversos, puníveis com pena de detenção. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 53 22. (CESPE - 2009 - AGU - Advogado) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue os itens a seguir, combase no entendimento do STF. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 53 Questões comentadas 01. (CESPE ± TJSE ± ANALISTA ± DIREITO - 2014) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do agente por agentes de segurança privada. Comentários: Acabamos de verificar na teoria que não se trata de configuração de crime impossível e isso já foi discutido na jurisprudência do STF e do STJ acerca do tema. O fato de câmeras de segurança monitorarem o estabelecimento não configura hipótese de crime impossível por ineficácia do meio, uma vez que, ainda que remota, há chances de o crime se consumar. Gabarito: E. 02. (CESPE ± TJDFT ± CARTÓRIO ± 2014) Em relação a tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento posterior e crime impossível, julgues o item abaixo: No que diz respeito à punibilidade do crime impossível, o autor de uma tentativa inidônea não merece, segundo a teoria subjetiva, sofrer sanção Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 53 penal, dada a inexistência de qualquer perigo de lesão ao bem jurídico protegido pela norma. Comentários: O erro está em mencionar "teoria subjetiva", já que o correto seria dizer "teoria objetiva temperada", pois é esta, a adotada pelo nosso CP. Segundo a teoria objetiva temperada haverá sempre crime impossível, na hipótese de ineficácia absoluta do meio ou também por absoluta impropriedade do objeto. Art. 17, CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Gabarito: E. 03. (CESPE ± TJES ± CARTÓRIO ± 2013) Acerca dos institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz, do arrependimento posterior e do crime impossível, julgue o item a seguir. Nos termos da teoria subjetiva, para a configuração do crime impossível, é necessário que o meio ou o objeto sejam ineficazes ou impróprios para a configuração da tentativa. Comentários: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 53 Para a teoria subjetiva o agente é punido pela sua intenção delituosa, não importando se o meio ou objeto são absolutamente ou relativamente ineficazes ou impróprios. Gabarito: E. 04. (CESPE ± PROCURADOR DO BACEN ± 2013) Em relação ao crime impossível e ao arrependimento posterior, julgue os itens a seguir. Teorias sobre o crime impossível: 4.1. O Brasil adota, em relação ao crime impossível, a teoria objetiva temperada, segundo a qual os meios empregados e o objeto do crime devem ser absolutamente inidôneos a produzir o resultado idealizado pelo agente. Comentários: Vamos colacionar o que o professor e autor Cleber Masson traz em sua obra acerca da classificação das teorias objetivas do crime impossível: ³��7HRULD� REMHWLYD�� $SUHJRD� TXH� D� UHVSRQVDELOL]DomR� GH� DOJXpP� SHOD� prática de determinada conduta depende de elementos objetivos e subjetivos (dolo e culpa). Elemento objetivo é, no mínimo, o perigo de lesão para bens jurídicos penalmente tutelados. E quando a conduta não tem potencialidade para lesar o bem jurídico, seja em razão do meio empregado pelo agente, seja pelas condições do objeto material, não se Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 53 configura a tentativa. É o que se chama de inidoneidade, que, conforme o seu grau, pode ser de natureza absoluta ou relativa. Inidoneidade absoluta é aquela em que o crime jamais poderia chegar à consumação; relativa, por seu turno, aquela em que a conduta poderia ter consumado o delito, o que somente não ocorreu em razão de circunstâncias estranhas à vontade do agente. Essa teoria se subdivide em outras duas: objetiva pura e objetiva temperada. 1.1)Teoria objetiva pura: Para essa vertente, o Direito Penal somente pode proibir condutas lesivas a bens jurídicos, devendo apenas se preocupar com os resultados produzidos no mundo fenomênico. Portanto, quando a conduta é incapaz, por qualquer razão, de provocar a lesão, o fato há de permanecer impune. Essa impunidade ocorrerá independentemente do grau da inidoneidade da ação, pois nenhum bem jurídico foi lesado ou exposto a perigo de lesão. Assim, seja a inidoneidade do meio ou do objeto absoluta ou relativa, em nenhum caso estará caracterizada a tentativa. 1.2)Teoria objetiva temperada ou intermediária: Para a configuração do crime impossível, e, por corolário, para o afastamento da tentativa, os meios empregados e o objeto do crime devem ser absolutamente inidôneos a produzir o resultado idealizado pelo agente. Se a inidoneidade IRU�UHODWLYD��KDYHUi�WHQWDWLYD��)RL�D�WHRULD�FRQVDJUDGD�SHOR�DUW�����GR�&3�´ Gabarito: C. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 53 4.2. No crime impossível, o erro do agente recai sobre a idoneidade do meio ou do objeto material, o que exclui a tipicidade; no putativo, o agente acredita realizar um indiferente penal, o que exclui a culpabilidade, já que se trata do inverso da falta de consciência do ilícito. Comentários: Você deve estar se perguntando qual a diferença entre crime impossível e delito putativo? A diferença é que no crime impossível o agente pretende cometer um crime, mas não consegue pois utiliza instrumento absolutamente ineficaz ou objeto absolutamente impróprio. Já no delito putativo; a conduta eleita não constitui fato típico. Gabarito: E. 4.3. A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial exclui a possibilidade de consumação de crime patrimonial, dada a caracterização de crime impossível ante a ineficácia absoluta do meio empregado. Comentários: Na teoria da aula de hoje falamos sobre o entendimento do STJ acerca do crime impossível e os sistemas de vigilância eletrônica por meio decâmeras de monitoramento. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 53 Vamos ver nesse comentário como entendo o STF acerca do tema. EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. TENTATIVA DE FURTO. ABSOLVIÇAO FUNDADA EM VÁRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO ESPECIAL DA ACUSAÇAO INTERPOSTO SOB FUNDAMENTO ÚNICO. INOCORRÊNCIA. RESTABELECIMENTO DA CONDENAÇAO. AUSÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELATUM. CRIME IMPOSSÍVEL, FACE AO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL. INOCORRÊNCIA. 1. (...) 2. O pleito de absolvição fundado em que o sistema de vigilância do estabelecimento comercial tornou impossível a subtração da coisa não pode vingar. A paciente e seu comparsa deixaram o local do crime, somente sendo presos após perseguição, restando, assim, caracterizada a tentativa de furto. Poderiam, em tese, lograr êxito no intento delituoso. Daí que o meio para a consecução do crime não era absolutamente ineficaz. Ordem indeferida. (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Matéria Penal. Habeas Corpus 95.613-1-RS, 2ª T. Relator: Ministro-Min. Eros Grau. Brasília, DF, j. 11.11.2008, DJe n. 152, 14.08.2009). Destacamos em vermelho o argumento trazido pela suprema corte para a justificativa da eventual possibilidade da consumação do crime de furto. Gabarito: E. 05. Se o agente, para a prática de estelionato, utiliza-se de documento falsificado de forma grosseira, inidôneo para iludir a vítima, caracteriza-se Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 53 a) crime impossível. b) crime provocado. c) erro sobre elementos do tipo. d) crime putativo. e) tentativa de crime. Comentários: Veja nesse caso que se trata de um meio absolutamente ineficaz, por se tratar de falsificação grosseira, ou seja, estamos diante de um crime impossível. Gabarito: A. 06. (CESPE ± TJCE ± OFICIAL DE JUSTIÇA ± 2008) A associação beneficente presidida por Aldo obteve da Receita Federal, por doação, várias caixas de cosméticos apreendidas em operação da Polícia Federal, que havia desmantelado quadrilha especializada em contrabando e descaminho. Posteriormente, potes de creme de beleza, ainda lacrados, foram vendidos pela associação em leilão beneficente. Dois dias depois, vários arrematantes reclamaram o dinheiro de volta, alegando que os produtos estavam deteriorados. Descobriu-se, então, que os potes continham, de fato, a substância entorpecente conhecida como merla, e não o creme embelezante descrito no rótulo. Com base nessa situação hipotética, julgue o item abaixo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 53 A hipótese configura crime impossível por impropriedade do objeto material. Comentários: O caso em tela configura, na verdade, uma hipótese de erro de tipo (art. 20, CP), pois a associação beneficente não sabia que estava vendendo droga ao invés de creme embelezante, nem tinha com um esforço de homem médio prever tal situação. Neste caso, nos termos do Código Penal Brasileiro, serão excluídos o dolo e a culpa do agente responsável pela venda, pois se trata de erro escusável, indesculpável ou inevitável. Gabarito: E. 07. (CESPE ± DELEGADO DE POLÍCIA ± PCPE ± 2016) Nos últimos tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus posicionamentos acerca de diversos institutos penais, criando, inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir segundo o entendimento do STJ. É possível a consumação do furto em estabelecimento comercial, ainda que dotado de vigilância realizada por seguranças ou mediante câmara de vídeo em circuito interno. Comentários: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 53 De acordo com a súmula do STJ mostrada na parte teórica da aula de hoje você viu que o furto é possível de ser consumado nas condições mencionadas no item acima. Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. Gabarito: C. 08. (2013 - FCC - DPE-SP - Defensor Público) Com base no Direito Processual Penal, julgue os itens. Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para embasar a denúncia oferecida é possível a utilização do reconhecimento fotográfico realizado na fase inquisitiva, desde que este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os demais elementos informativos constantes dos autos. Comentários: Para embasar a denúncia oferecida, é possível a utilização do reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, desde que este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os demais elementos probatórios constantes dos autos. Precedentes citados: HC Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 53 186.916-SP, DJe 11/5/2011, e HC 105.683-SP, DJe 3/5/2011. HC 238.577-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 6/12/2012 (Informativo nº 0514). Gabarito: C. 09. (2015 ± CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário ± Judiciária) Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação telefônica e à citação por hora certa. Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita. Comentários: Isso mesmo! O art. 157 do CPP deixa claro que são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Seguindo, no seu primeiro parágrafo, são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Gabarito: C. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br38 de 53 10. (2015 ± CESPE - TJ-DF ± Oficial de Justiça) A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue o item que se segue. A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual. Comentários: O art. 9° da Lei 9.296/96 menciona que a gravação a qual não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Gabarito: E. 11. (2014 ± CESPE - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) No que se refere ao exame de corpo de delito, julgue o item seguinte. A confissão do acusado suprirá o exame de corpo de delito, quando a infração deixar vestígios, mas não for possível fazê-lo de modo direto. Comentários: O art. 158 do CPP deixa evidente que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 53 podendo supri-lo a confissão do acusado. Vejamos um julgado sobre o assunto! O crime de dano (art. 163, CP), é delito material, ou seja, exige resultado naturalístico para a sua consumação, consistente na destruição, inutilização ou deterioração de um bem que venha acarretar a diminuição do patrimônio da vítima. Aplica-se ao crime de dano a regra do art. 158 do CPP, sendo indispensável a realização de exame de corpo de delito para a comprovação da materialidade delitiva, não podendo sua ausência ser suprida pela confissão do acusado. Demonstrado nos autos que o objeto material do delito foi encaminhado ao Instituto de Criminalística na data do fato criminoso, porém a perícia não foi realizada, não há que se falar em desaparecimento justificado dos vestígios, tampouco na aplicação do art. 167 do CPP. Recurso conhecido e não provido. (TJ-DF - APR: 20130710218448 , Relator: SOUZA E AVILA, Data de Julgamento: 16/07/2015, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 22/07/2015 . Pág.: 64) Gabarito: E. 12. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) No tocante à prova, e de acordo com o Código de Processo Penal, julgue os itens. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão, Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 53 exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Comentários: O art. 155, caput, parte final, do CPP, ressalva da obrigatoriedade de judicialização as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Exemplo de prova com natureza cautelar e não passível de repetição encontra-se nas interceptações telefônicas realizadas no curso do inquérito policial, as quais, se realizadas de acordo com a Lei 9.296/1996, poderão ser utilizadas na formação do convencimento do juiz, inclusive como fonte principal dessa convicção. Gabarito: C. 13. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) Julgue os itens subsecutivos. A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada interceptação telefônica. Comentários: A interceptação telefônica ocorre quando dois interlocutores estão se comunicando e um terceiro está ouvindo e gravando tudo, mas não há o conhecimento dos interlocutores. A interceptação só pode ocorrer através de ordem judicial. Vejamos julgados do STF sobre o tema: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 53 "EMENTA: PROVA. Criminal. Conversa telefônica. Gravação clandestina, feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro. Juntada da transcrição em inquérito policial, onde o interlocutor requerente era investigado ou tido por suspeito. Admissibilidade. Fonte lícita de prova. Inexistência de interceptação, objeto de vedação constitucional. Ausência de causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. Meio, ademais, de prova da alegada inocência de quem a gravou. Improvimento ao recurso. Inexistência de ofensa ao art. 5º, incs. X, XII e LVI, da CF. Precedentes. Como gravação meramente clandestina, que se não confunde com interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no teor de gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou. (RE 402717, CEZAR PELUSO, STF) EMENTA: "Habeas corpus". Utilização de gravação de conversa telefônica feita por terceiro com a autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade. - Afastada a ilicitude de tal conduta - a de, por legítima defesa, fazer gravar e divulgar conversa telefônica ainda que não haja o Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 53 conhecimento do terceiro que está praticando crime -, é ela, por via de conseqüência, lícita e, também conseqüentemente, essa gravação não pode ser tida como prova ilícita, para invocar-se o artigo 5º, LVI, da Constituição com fundamento em que houve violação da intimidade (art. 5º, X, da Carta Magna). 'Habeas corpus'" Gabarito: C. 14. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) Julgue os próximos itens. Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. Comentários: Vejamos a jurisprudência: PROVA EMPRESTADA. NECESSIDADE. AUTORIZAÇÃO. JUIZ CRIMINAL. A interceptação telefônica como meio de prova necessita de expressa autorização do juízo criminal. Sua remessa e Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 53 utilização em processo disciplinar devem ser autorizadas pelo juízo responsável pela preservaçãodo sigilo de tal prova. Ademais, necessário que se respeitem, ainda, os princípios do contraditório e da ampla defesa. Caso não observados esses requisitos serão nulos a sindicância e o processo administrativo disciplinar lastreado exclusivamente nas fitas degravadas das interceptações telefônicas. Precedentes citados do STF: RMS 24.956-DF, DJ 10/11/2005; do STJ: MS 9.212-DF, DJ 1º/6/2005, e MS 12.468-DF, DJ 14/11/2007. RMS 16.429-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/6/2008. Gabarito: C. 15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) Com base nos delitos em espécie, julgue os próximos itens. Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Comentários: Vejamos a literalidade: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 53 ³$UW� 10 Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa." Gabarito: C. 16. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens com base na legislação sobre interceptação telefônica. A interceptação das comunicações telefônicas pode ser determinada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal ou na instrução processual penal. Comentários: Instrução processual só para o MP, vejamos: "Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal." Gabarito: E. 17. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens com base na legislação sobre interceptação telefônica. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 53 O pedido de interceptação das comunicações telefônicas deve ser feito necessariamente por escrito. Comentários: Há exceção! Vejamos: "Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido." Gabarito: E. 18. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. Segundo o STJ, é legal a autorização judicial para quebra do sigilo das comunicações telefônicas e telemáticas para o efeito de investigação de crime de sonegação de tributo, se deferida antes do lançamento definitivo do tributo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 53 Comentários: O crime de sonegação de tributo é material depende para sua consumação da apuração do valor devido em procedimento administrativo fiscal, assim, não pode falar em crime. Por isso, não pode a autoridade judicial determinar a quebra o sigilo das comunicações telefônicas, já que é antes do lançamento definitivo do tributo. Gabarito: E. 19. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. Devem ser desentranhadas dos autos, por serem nulas, as provas decorrentes da quebra de sigilo telefônico determinada por juízo incompetente. Comentários: Vejamos o julgado: "PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. ARTS. 299, PARÁGRAFO ÚNICO, E 319 DO CÓDIGO PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA AUTORIZADA PRO JUÍZO INCOMPETENTE. NULIDADE CONFIGURADA. I - O juiz competente para a ação principal é quem deve autorizar ou não a interceptação das comunicações telefônicas. (Precedente) II - In casu, Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 53 declarada a competência do e. Tribunal a quo para processar e julgar o feito, devem ser desentranhadas dos autos as provas decorrentes da quebra de sigilo telefônico determinada por Juízo incompetente. Ordem concedida, para anular a decisão que determinou a interceptação telefônica do ora paciente, determinando o desentranhamento da prova nula, sem prejuízo das demais provas constantes do inquérito." Gabarito: C. 20. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. O prazo máximo para a interceptação das comunicações telefônicas é de quinze dias, prorrogável uma única vez, pelo mesmo período. Comentários: A legislação não limita as prorrogações. O STJ entende assim também! "Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova." "Justificadas, escutas telefônicas prorrogadas por mais de um ano são legais Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 53 A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus a um delegado da Polícia Civil de São Paulo que pretendia trancar ação penal em que é réu, sustentando que as provas foram originadas de interceptações telefônicas prorrogadas sem fundamentação. Para a ministra relatora, Laurita Vaz, a própria continuação das investigações já justifica a prorrogação. O delegado foi acusado de formação de quadrilha, descaminho e corrupção ativa, crimes investigados na Operação 14 Bis, que identificou quadrilha que atuava na alfândega do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), na liberação ilegal de mercadorias importadas. No decorrer da investigação, o juiz autorizou, inicialmente, a quebra do sigilo telefônico de funcionários da Receita Federal e, à medida que surgiam novos indícios da prática delituosa por novas pessoas, inclusive o delegado, outras interceptações foram autorizadas.A defesa sustentou que as interceptações telefônicas que originaram as GHQ~QFLDV� VHULDP� SURYDV� LOtFLWDV�� Mi� TXH� IRUDP� GHWHUPLQDGDV� ³VHP� D� GHYLGD�IXQGDPHQWDomR´� Tempo necessário 1R�HQWDQWR��SDUD�D�PLQLVWUD�/DXULWD�9D]��D� LQWHUFHSWDomR�³SHUGXURX�SHOR� tempo necessário para a elucidação da trama criminosa, a fim de que fossem amealhados indícios imprescindíveis da participação de cada um dos envolvidos nos crimes apurados, sendo as sucessivas prorrogações do monitoramento motivadas na complexidade da atuação da quadrilha, sem TXDOTXHU�FRQVWUDQJLPHQWR�LOHJDO´� Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 53 De acordo com a relatora, a decisão de primeiro grau apresentou justificativas válidas para a autorização de escuta telefônica. Isso porque, de acordo com a polícia e o Ministério Público, havia necessidade de buscar informações sobre o envolvimento com as pessoas até então investigadas, diante da existência de "conversas suspeitas com outros LQWHUORFXWRUHV´� Ao negar o habeas corpus, a relatora destacou que a jurisprudência do 67-� H� GR� 6XSUHPR� 7ULEXQDO� )HGHUDO� �67)�� DILUPD� TXH�� ³SHUVLVWLQGR� RV� pressupostos que conduziram à decretação da interceptação telefônica, não há obstáculos para sucessivas prorrogações, desde que devidamente fundamentadas, nem ficam maculadas como ilícitas as SURYDV�GHULYDGDV�GD�LQWHUFHSWDomR´��5+&��������67)�� $OpP�GLVVR��D�PLQLVWUD�DILUPRX�TXH� ³não é necessário apresentar outros motivos para prorrogar a interceptação telefônica, além da necessidade de continuar o monitoramento telefônico para a solução das investigações, bastando fazer referência à fundamentação exposta no primeiro deferimento da diliJrQFLD´� Gabarito: E. 21. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 53 As informações e provas coletadas em interceptação telefônica relativa a crime punido com pena de reclusão não podem subsidiar denúncia com base em crimes diversos, puníveis com pena de detenção. Comentários: Há decisões do STF dizendo que a prova de interceptação telefônica pode ser emprestada para subsidiar processo que apura crime punido com detenção conexo com aquele donde proveio a prova. Vejamos: "EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO. 1. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente quando o fato é complexo a exigir investigação diferenciada e contínua. Não configuração de desrespeito ao art. 5º, caput, da L. 9.296/96. 2. A interceptação telefônica foi decretada após longa e minuciosa apuração dos fatos por CPI estadual, na qual houve coleta de documentos, oitiva de testemunhas e audiências, além do procedimento investigatório normal da polícia. Ademais, a interceptação telefônica é perfeitamente viável sempre que somente por meio dela se puder investigar determinados fatos ou circunstâncias que envolverem os denunciados. 3. Para Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 53 fundamentar o pedido de interceptação, a lei apenas exige relatório circunstanciado da polícia com a explicação das conversas e da necessidade da continuação das investigações. Não é exigida a transcrição total dessas conversas o que, em alguns casos, poderia prejudicar a celeridade da investigação e a obtenção das provas necessárias (art. 6º, § 2º, da L. 9.296/96). 4. Na linha do art. 6º, caput, da L. 9.296/96, a obrigação de cientificar o Ministério Público das diligências efetuadas é prioritariamente da polícia. O argumento da falta de ciência do MP é superado pelo fato de que a denúncia não sugere surpresa, novidade ou desconhecimento do procurador, mas sim envolvimento próximo com as investigações e conhecimento pleno das providências tomadas. 5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção. Habeas corpus indeferido." Gabarito: E. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 53 22. (CESPE - 2009 - AGU - Advogado) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue os itens a seguir, com base no entendimento do STF. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Comentários: Vejamos a decisão: "Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção". STF, HC 83.515/RS, rel. Min. Nelson Jobim, Tribunal Pleno, DJ 4-3-2005." Gabarito: C. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 53 01.E 02.E 03.E 04.CEE 05.A 06.E 07.C 08.C 09.C 10.E 11.E 12.C 13.C 14.C 15.C 16.E 17.E 18.E 19.C 20.E 21.E 22.C
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