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Teoria Geral do Crime e Provas em Espécie

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Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53 
Aula 02 ± Teoria Geral do Crime I, Provas (Teoria Geral 
e Provas em Espécie) e Lei nº 9.296/96 (Lei de 
Interceptações Telefônicas). 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Teoria Geral do Crimes (parte 1) 1 
2. Provas (Teoria Geral e Provas em Espécie) 8 
3. Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptações Telefônicas) 14 
2. Questões propostas 19 
3. Questões comentadas 28 
4. Gabarito 53 
 
1. Teoria Geral do Crime (parte 1) 
 
1.1 Introdução 
O tema em apreço aparece pouco na jurisprudência do STF e do STJ, 
pois se trata de um assunto que está mais baseado na doutrina. 
Trata-se de um tema extremamente teórico, tendo em vista a 
pouquíssima riqueza legal em relação ao assunto no CÓDIGO PENAL 
BRASILEIRO. 
Inicia-se no art. 13 e vai até o art. 31, do CPB, isso se incluirmos 
nessa teoria a parte relativa ao concurso de pessoas. 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 02 
 
 
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Veja então que se trata de uma matéria que constrói praticamente 
toda a sua base puramente na doutrina. 
Mesmo assim, separamos um tema muito bom na jurisprudência do 
STJ e STF, que foi recentemente cobrado em um concurso de Delegado 
de Polícia de Pernambuco para comentar acerca da teoria do crime 
nessa primeira aula sobre o tema. 
 
1.2 Crime impossível 
 
Você já deve ter estudo acerca do crime impossível, previsto no art. 
17, do CPB. 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-
se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Assim, perceba que caso o agente pratique uma conduta que é 
descrita na lei como crime, mas o meio que ele escolheu para praticar o 
crime é ineficaz absolutamente, ou o objeto escolhido para provocar a 
lesão é impróprio, não se pode punir essa conduta. 
Exemplo: Almir, pretendendo matar Carlos, pega uma arma que viu 
na gaveta e efetua disparos contra a vítima; o que Almir não sabia é que 
a arma estava alimentada por munições de festim, motivo pelo qual Almir 
não conseguiu atingir o seu intento em face de Carlos. 
 
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Teoria e Exercícios 
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Na verdade, Almir nunca conseguiria atingir o seu objetivo com o 
meio (disparo efetuado por arma com balas de festim) que ele se valeu 
para praticar a conduta. 
Dizemos nesse caso que estaria configurado o crime impossível, uma 
vez que seria impossível lesionar o bem jurídico protegido pela norma 
com tal meio eleito. 
Na mesma toada, caso o agente delituoso pratique uma conduta que 
é descrita na lei como crime, mas o objeto material (a pessoa ou a coisa 
sobre a qual recai a conduta) é inexistente, da mesma forma ele não deve 
responder pelo crime, que também é chamado de crime impossível. 
Exemplo: Almir pretende matar Maria (sua sogra); ele avista sua 
inimiga deitada no sofá e, pensando que ela estivesse dormindo, dispara 
diversos tiros nela; o que Almir não sabia é que Maria havia morrido 30 
minutos antes por ocasião de envenenamento provocado pelo seu outro 
genro (João); Almir, por sua vez, disparou em face de um cadáver e não 
de uma pessoa que possuía vida, bem jurídico protegido pela lei penal no 
artigo 121, do Código Penal. 
Cuidado apenas com o fato de a ineficácia do meio ou a 
impropriedade do objeto serem relativas e não absolutas como prevê a 
norma penal. 
No caso acima teremos, de acordo com a teoria objetiva temperada, 
crime tentado. 
 
 
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Teoria e Exercícios 
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Ineficácia e impropriedade 
absolutas 
Ineficácia e impropriedade 
relativas 
Crime impossível Crime tentado 
 
Explicando melhor essas teorias, podemos afirmar o seguinte: 
Teoria Objetiva Teoria Subjetiva 
Não se pode analisar apenas o 
elemento subjetivo para saber se 
houve crime. É indispensável 
examinar se está presente o 
elemento objetivo. Diz-se que há 
elemento objetivo quando a 
tentativa tinha possibilidade de 
gerar perigo de lesão para o bem 
jurídico. Se a tentativa não gera 
perigo de lesão, ela é inidônea. 
A inidoneidade pode ser: 
a) absoluta (aquela conduta jamais 
conseguiria fazer com que o crime 
se consumasse); ou 
b) relativa (a conduta poderia ter 
consumado o delito, o que 
somente não ocorreu em razão de 
Não importa se o meio ou o objeto 
são absoluta ou relativamente 
ineficazes ou impróprios. Para que 
haja crime, basta que a pessoa 
tenha agido com vontade de 
praticar a infração penal. Tendo o 
agente agido com vontade, 
configura-se a tentativa de crime 
mesmo que o meio seja ineficaz ou 
o objeto seja impróprio. 
 
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circunstâncias estranhas à vontade 
do agente). 
 
A teoria objetiva ainda se divide em duas vertentes: 
 
Teoria Objetiva Pura Não haverá crime se a 
inidoneidade for absoluta ou se for 
relativa. Enfim, em caso de 
inidoneidade, não interessa saber 
se ela é absoluta ou relativa. Não 
haverá crime. 
Teoria Objetiva Temperada Se os meios ou objetos forem 
relativamente inidôneos, haverá 
crime tentado. Se os meios ou 
objetos forem absolutamente 
inidôneos, haverá crime 
impossível. 
 
1.3 Câmeras em Estabelecimentos Comerciais 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
Almir ingressa em uma loja de eletrônicos do shopping e subtrai para 
si um tablet que estava em uma prateleira qualquer. 
 
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Almir não percebeu, mas a loja era totalmente monitorada por 
câmeras de segurança, que eram supervisionadas por funcionários que 
trabalhavam no centro de monitoramento de CFTV. 
Quando estava na saída da loja com o tablet na mochila, Almir foi 
parado pelo segurança do estabelecimento que lhe deu voz de prisão e 
chamou a Polícia, que o levou até a Delegacia. 
João foi denunciado pela prática de tentativa de furto. 
A defesa, por sua vez, alegou a tese do crime impossível por 
ineficácia absoluta do meio: como existia um circuito interno de TV, não 
haveria nenhuma chance de o réu conseguir furtar o objeto sem ser visto. 
O cometimento do crime seria impossível porque o meio por ele escolhidofoi absolutamente ineficaz. 
A tese da defesa é aceita pela jurisprudência do STJ? O simples fato 
de ter câmera no estabelecimento já é suficiente para caracterizar o crime 
impossível? 
NÃO. A existência de sistema de segurança ou de vigilância 
eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no 
interior de estabelecimento comercial. 
No caso de furto praticado no interior de estabelecimento comercial 
(loja de shopping) equipado com câmeras e segurança, o STJ entende 
que, embora esses mecanismos de vigilância tenham por objetivo evitar a 
ocorrência de furtos, sua eficiência apenas MINIMIZA as perdas dos 
comerciantes, visto que não impedem, de modo absoluto (por completo), 
a ocorrência de furtos nestes locais. 
 
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Os argumentos do STJ para acolher a tese da inocorrência do crime 
impossível passam por diversas variáveis, dentre as quais podemos citar 
a eventual falha do equipamento, a desatenção do segurança 
responsável, a possibilidade de o agente não ser pego em flagrante, por 
trer empreendido fuga rapidamente, etc. 
É certo que, na maioria dos casos o agente não conseguirá consumar 
a subtração do produto por causa das câmeras, no entanto, sempre 
haverá o risco de que, mesmo com todos esses cuidados, o crime 
aconteça. 
Assim sendo, não podemos falar em ABSOLUTA ineficácia do meio. 
O que se tem no caso é a impotência RELATIVA do meio. 
O meio escolhido pelo agente é relativamente ineficaz, visto que 
existe sim uma possibilidade (ainda que pequena) de o delito se 
consumar. 
Assim, foi a conclusão acerca do delito impossível dada pelo STJ no 
caso acima. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.385.621-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 27/5/2015 (recurso repetitivo) (Informativo 563). 
Fechando o conteúdo, vale a pena mencionar uma súmula do STJ 
acerca do tema, que retrata bem toda a sistemática discutida aqui nessa 
aula sobre crime impossível e a sua consumação, tendo em vista a 
presença de câmeras de vigilância. 
 
 
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Súmula 567 do STJ 
 
Sistema de vigilância realizado por 
monitoramento eletrônico ou por existência de 
segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a 
configuração do crime de furto. 
 
Veja que estamos diante de um tema que já foi até sumulado pelo 
STJ, tendo uma boa probabilidade de cair em uma prova objetiva para 
cargos da carreira policial. 
 
2. Provas (Teoria Geral e Provas em Espécie) 
 
2.1 Prova emprestada oriunda de processo no qual não 
figuravam as mesmas partes 
 
Pessoal, em regra, a prova que será utilizada pelas partes e pelo 
juiz no processo é produzida dentro do próprio processo. No entanto, é 
possível que uma prova que foi produzida em um processo seja levada 
�³WUDQVSRUWDGD´��SDUD�VHU�XWLOL]DGD�HP�RXWUR�SURFHVVR��$� LVVR�D�GRXWULQD�
FKDPD�GH�³SURYD�HPSUHVWDGD´� 
Segundo a jurisprudência, os fundamentos que justificam a 
aceitação da prova emprestada, são dois: 
 
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9 Princípio da economia processual; 
9 Princípio da busca da verdade possível uma vez que nem 
sempre será possível produzir a prova novamente. 
É importante saber que a prova que veio de outro processo entra no 
SURFHVVR� DWXDO� FRPR� ³SURYD� GRFXPHQWDO´�� independentemente da 
natureza que ela tinha no processo originário. 
Outra coisa que devemos saber: é admissível, assegurado o 
contraditório, a prova emprestada vinda de processo do qual não 
participaram as partes do processo para o qual a prova será 
trasladada. 
Segundo o STJ, a prova emprestada não pode se restringir a 
processos em que figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir 
excessivamente sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. 
 
2.2 Depoimento sem dano 
 
Pessoal, o depoimento sem dano consiste na oitiva judicial de 
crianças e adolescentes que foram supostamente vítimas de 
crimes contra a dignidade sexual por meio de um procedimento 
especial. Mas como funciona? 
A criança ou o adolescente fica em uma sala reservada, sendo o 
depoimento colhido por um psicólogo, que faz as perguntas de forma 
indireta, por meio de uma conversa em tom mais informal e gradual, à 
medida que vai se estabelecendo uma relação de confiança entre ele e a 
 
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vítima. O juiz, o Ministério Público, o réu e o Advogado/Defensor Público 
acompanham, em tempo real, o depoimento em outra sala por meio de 
um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico com a 
vítima. 
Não há nenhum impedimento que a sistemática do "depoimento 
sem dano" seja utilizada também durante o inquérito policial. 
O STJ entende que é válida nos crimes sexuais contra criança 
e adolescente, a inquirição da vítima na modalidade do "depoimento sem 
dano, em respeito à sua condição especial de pessoa em 
desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da persecução penal, 
mediante prova antecipada. 
Dessa forma, não configura nulidade por cerceamento de 
defesa o fato de o defensor e o acusado de crime sexual praticado contra 
criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva da vítima devido 
à utilização do método de inquirição denominado "depoimento sem dano". 
 
2.3 Compartilhamento de provas em razão de acordo 
internacional de cooperacão 
 
Segundo o STJ, não há ilegalidade na utilização, em processo 
penal em curso no Brasil, de informações compartilhadas por força 
de acordo internacional de cooperação em matéria penal e oriundas 
de quebra de sigilo bancário determinada por autoridade estrangeira, com 
respaldo no ordenamento jurídico de seu país, para a apuração de outros 
 
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fatos criminosos lá ocorridos, ainda que não haja prévia decisão da justiça 
brasileira autorizando a quebra do sigilo. 
Dessa forma, o STJ julgou válida a utilização, em um processo penal 
no Brasil, de informações bancárias sigilosas obtidas pela Justiça dos EUA 
e trazidas para o processo aqui por força do Acordo de Assistência 
Judiciária em Matéria Penal. 
 
2.4 Irregularidades no laudo pericial 
 
Segundo o STJ, o reconhecimento da existência de 
irregularidades no laudo pericial que atesta a natureza das lesões 
sofridas pela vítima de tentativa de latrocínio (157, § 3º, parte final,do CP) não resulta na desclassificação da conduta para alguma das 
outras modalidades de roubo prevista no art. 157 do CP. 
Isso porque, para a configuração daquele delito, é irrelevante se a 
vítima sofreu lesões corporais. Efetivamente, a figura típica do latrocínio 
se consubstancia no crime de roubo qualificado pelo resultado, em que o 
dolo inicial é de subtrair coisa alheia móvel, sendo que as lesões corporais 
ou a morte são decorrentes da violência empregada, atribuíveis ao agente 
a título de dolo ou culpa. 
Desse modo, embora haja discussão doutrinária e jurisprudencial 
acerca de qual delito é praticado quando o agente logra subtrair o bem da 
vítima, mas não consegue matá-la, prevalece o entendimento de que há 
tentativa de latrocínio quando há dolo de subtrair e dolo de matar, sendo 
 
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que o resultado morte somente não ocorre por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. Por essa razão, a jurisprudência do STJ pacificou-se 
no sentido de que o crime de latrocínio tentado se caracteriza 
independentemente de eventuais lesões sofridas pela vítima, bastando 
que o agente, no decorrer do roubo, tenha agido com o desígnio de matá-
la. 
 
2.5 Reconhecimento fotográfico realizado na fase policial 
 
Para embasar a denúncia oferecida, é possível a utilização do 
reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, desde que 
este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os 
demais elementos probatórios constantes dos autos. 
 
2.6 Produção antecipada de prova testemunhal 
 
Pode ser deferida produção antecipada de prova testemunhal ± nos 
termos do art. 366 do CPP ± sob o fundamento de que a medida revelar-
se-ia necessária pelo fato de a testemunha exercer função de segurança 
pública. 
Segundo o STJ, atuar constante no combate à criminalidade expõe 
o agente da segurança pública a inúmeras situações conflituosas com o 
ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de cada uma 
acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que 
 
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ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sendo inviável a exigência 
de qualquer esforço intelectivo que ultrapasse a normalidade para que 
estes profissionais colaborem com a Justiça apenas quando o acusado se 
submeta ao contraditório deflagrado na ação penal. 
Esse é o tipo de situação que justifica a produção antecipada da 
prova testemunhal, pois, para o tribunal, além da proximidade temporal 
com a ocorrência dos fatos proporcionar uma maior fidelidade das 
declarações, possibilita o registro oficial da versão dos fatos vivenciados 
pelo agente da segurança pública, o qual terá grande relevância para a 
garantia da ampla defesa do acusado, caso a defesa técnica repute 
necessária a repetição do seu depoimento por ocasião da retomada do 
curso da ação penal. 
 
2.7 Admissibilidade da perícia 
 
Na verificação da materialidade delitiva do crime de violação de 
direito autoral (art. 184, § 2º, do CP), admite-se perícia realizada com 
base nas características externas do material apreendido, não 
sendo necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a 
indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada. 
A Lei 10.695/2003 ± que incluiu os arts. 530-A a 530-G no CPP ± 
previu novas regras para a apuração nos crimes contra a propriedade 
imaterial. Em face disso, a realização do laudo pericial agora prescinde de 
maiores formalidades. 
 
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Ademais, não é necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem 
como a indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada, 
porquanto a persecução do delito se procede mediante ação penal pública 
incondicionada. 
 
3. Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptações Telefônicas) 
 
A interceptação telefônica deverá sempre ser precedida de 
autorização judicial, sem exceção. Se realizada a interceptação sem 
autorização e, posteriormente, decisão judicial a permitir, não haverá o 
que se falar em convalidação. A prova é ilícita, de forma imutável. Mas, e 
se a interceptação for feita pelo dono da linha telefônica? É necessária a 
autorização judicial? A resposta é sim, afinal, o que se tutela na Lei 
9.296/96 não é a propriedade da linha, mas o sigilo das comunicações e a 
intimidade dos interlocutores. 
Na hipótese de autoridade com prerrogativa de foro, o pedido de 
interceptação deve ser deslocado para a autoridade competente. Num 
julgado�� R� 67)� WURX[H� R� VHJXLQWH� FDVR�� ³1D� HVSpFLH�� QR� FXUVR� GH�
investigação da polícia federal destinada a apurar delitos contra a 
Administração Pública Federal, praticados por grupo de empresários, as 
interceptações telefônicas, devidamente autorizadas por juízo de 1º grau, 
revelaram que delitos de outra natureza estariam sendo praticados por 
grupo diverso, voltado à obtenção ilícita de lucros por meio de 
contratação e execução de obras públicas em vários Estados-membros 
 
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com fraude em licitações. Diante do envolvimento de autoridades com 
prerrogativa de foro, determinara-se o deslocamento do feito para o STJ, 
cuja relatora autorizara a interceptação telefônica e sua prorrogação, o 
que culminara na indicação do paciente como envolvido em grupo 
criminoso. A Turma destacou que decisão proferida no STJ, ao autorizar a 
interceptação telefônica, estaria fundamentada ante a complexidade do 
esquema a envolver agentes públicos e políticos, aliada à dificuldade em 
VH�FROKHU�SURYDV�WUDGLFLRQDLV�´� 
Segundo o art. 3º da legislação em estudo, é possível a 
interceptação telefônica decretada de ofício pelo juiz no curso das 
investigações ou da instrução processual. Entretanto, levando-se em 
consideração a adoção do sistema acusatório em nossa Constituição, não 
há como permitir que o juiz o faça na fase investigatória, devendo ser 
provocado para a decretação da medida nesta fase. Por outro lado, 
estando em curso a ação penal, pode o juiz determinar a interceptação de 
ofício. 
 
3.1 Requisitos para Interceptação Telefônica 
 
A Regra Geral de Jurisprudência do STF e do STJ entendem que 
somente a interceptação telefônica e escuta telefônica entram no regime 
da Lei 9.296/96, porque somente nessas duas primeiras hipóteses nós 
teremos uma comunicação/interceptação telefônica e a figura do terceiro 
interceptador. 
 
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Assim, a lei 9296/96 só se aplica á interceptação e escuta 
telefônica, pois somente em ambas existe a figura da comunicação 
telefônica e a do 3º interceptador. 
Já a gravação telefônica, a interceptação ambiental, a escuta 
ambiental, e a gravação ambiental não entram no regime da Lei 
9.296/96, porque na gravação telefônica não há o terceiro interceptador, 
ou seja, a captação da conversa é feita pelo próprio interlocutor. Ademais, 
a interceptação ambiental, a escuta ambiental e a gravação ambiental 
não entram no entendimento do STF e do STJ porque não há 
comunicação telefônica. 
 
3.2 Acesso ao Whatsapp em celular apreendido, só com a 
autorização judicial 
 
O acesso ao conteúdo de conversas pelo Whatsapp em celular 
apreendido durante flagrante pela polícia precisa de autorização judicial 
para ser considerado como prova em processo judicial. A decisão inédita 
foi da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar um 
habeas corpus de um suspeito detido pela Polícia Militar em Rondônia. 
Na decisão favorável à defesa, o ministro considerou que o acesso 
jV� FRQYHUVDV� YLD� :KDWVDSS�� ³IRUPD� GH� FRPXQLFDomR� HVFULWD�� LPHGLDWD��
HQWUH� LQWHUORFXWRUHV´�� UHSUHVHQWD� ³HIHWLYD� LQWHUFHSWDomR� LQDXWRUL]DGD´� GH�
comunicação. 
 
 
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3.3 Possibilidade de compartilhamento das provas obtidas 
em outro processo criminal 
 
O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática 
delituosa não impede a sua utilização em persecução criminal diversa 
por meio do compartilhamento da prova. 
 
3.4 Transcrição do conteúdo 
 
A degravação consiste na transcrição do conteúdo das conversas 
feitas por telefone. Muitos sustentam ser direito da defesa a sua 
LQWHJUDOLGDGH��6HJXQGR�R�67-�� ³Qão se mostra razoável exigir, sempre e 
de modo irrestrito, a degravação integral das escutas telefônicas, haja 
vista o prazo de duração da interceptação e o tempo razoável para dar-se 
início à instrução criminal, porquanto há diversos casos em que, ante a 
complexidade dos fatos investigados, existem mais de mil horas de 
JUDYDo}HV�´�(QWUHWDQWR��HPERUD�D�GHJUDYDoão não precise ser integral, o 
teor das gravações deve ser disponibilizado às partes. 
 
3.5 Ausência de autos apartados configura mera 
irregularidade 
 
 
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Segundo a Lei nº 9.296/96, o procedimento de interceptação 
telefônica (requerimento, decisão, transcrição dos diálogos etc.) deverá 
ser instrumentalizado em autos apartados: 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de 
qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados 
aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, 
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e 
transcrições respectivas. 
 
Não haverá nulidade caso a interceptação não seja formalizada em 
autos apartados! Assim, preenchidas as exigências previstas na Lei n° 
9.296/96 (ex.: autorização judicial, prazo etc.), não deve ser considerada 
ilícita a interceptação telefônica pela simples ausência de autuação. A 
ausência de autos apartados configura mera irregularidade que não viola 
os elementos essenciais à validade da interceptação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões propostas 
 
01. (CESPE ± TJSE ± ANALISTA ± DIREITO - 2014) Julgue os itens 
subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. 
Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de 
estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento 
eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da 
movimentação do agente por agentes de segurança privada. 
 
02. (CESPE ± TJDFT ± CARTÓRIO ± 2014) Em relação a tentativa, 
desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento 
posterior e crime impossível, julgues o item abaixo: 
No que diz respeito à punibilidade do crime impossível, o autor de 
uma tentativa inidônea não merece, segundo a teoria subjetiva, 
sofrer sanção penal, dada a inexistência de qualquer perigo de 
lesão ao bem jurídico protegido pela norma. 
 
03. (CESPE ± TJES ± CARTÓRIO ± 2013) Acerca dos institutos da 
desistência voluntária, do arrependimento eficaz, do 
arrependimento posterior e do crime impossível, julgue o item a 
seguir. 
 
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Nos termos da teoria subjetiva, para a configuração do crime 
impossível, é necessário que o meio ou o objeto sejam ineficazes 
ou impróprios para a configuração da tentativa. 
 
04. (CESPE ± PROCURADOR DO BACEN ± 2013) Em relação ao 
crime impossível e ao arrependimento posterior, julgue os itens a 
seguir. 
Teorias sobre o crime impossível: 
4.1. O Brasil adota, em relação ao crime impossível, a teoria 
objetiva temperada, segundo a qual os meios empregados e o 
objeto do crime devem ser absolutamente inidôneos a produzir o 
resultado idealizado pelo agente. 
 
4.2. No crime impossível, o erro do agente recai sobre a 
idoneidade do meio ou do objeto material, o que exclui a 
tipicidade; no putativo, o agente acredita realizar um indiferente 
penal, o que exclui a culpabilidade, já que se trata do inverso da 
falta de consciência do ilícito. 
 
4.3. A existência de sistema de vigilância em estabelecimento 
comercial exclui a possibilidade de consumação de crime 
patrimonial, dada a caracterização de crime impossível ante a 
ineficácia absoluta do meio empregado. 
 
 
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05. Se o agente, para a prática de estelionato, utiliza-se de 
documento falsificado de forma grosseira, inidôneo para iludir a 
vítima, caracteriza-se 
a) crime impossível. 
b) crime provocado. 
c) erro sobre elementos do tipo. 
d) crime putativo. 
e) tentativa de crime. 
 
06. (CESPE ± TJCE ± OFICIAL DE JUSTIÇA ± 2008) A associação 
beneficente presidida por Aldo obteve da Receita Federal, por 
doação, várias caixas de cosméticos apreendidas em operação da 
Polícia Federal, que havia desmantelado quadrilha especializada 
em contrabando e descaminho. Posteriormente, potes de creme 
de beleza, ainda lacrados, foram vendidos pela associação em 
leilão beneficente. Dois dias depois, vários arrematantes 
reclamaram o dinheiro de volta, alegando que os produtos 
estavam deteriorados. Descobriu-se,então, que os potes 
continham, de fato, a substância entorpecente conhecida como 
merla, e não o creme embelezante descrito no rótulo. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item abaixo. 
A hipótese configura crime impossível por impropriedade do 
objeto material. 
 
 
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07. (CESPE ± DELEGADO DE POLÍCIA ± PCPE ± 2016) Nos últimos 
tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus 
posicionamentos acerca de diversos institutos penais, criando, 
inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse assunto, julgue o 
item a seguir segundo o entendimento do STJ. 
É possível a consumação do furto em estabelecimento comercial, 
ainda que dotado de vigilância realizada por seguranças ou 
mediante câmara de vídeo em circuito interno. 
 
08. (2013 - FCC - DPE-SP - Defensor Público) Com base no Direito 
Processual Penal, julgue os itens. 
Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para 
embasar a denúncia oferecida é possível a utilização do 
reconhecimento fotográfico realizado na fase inquisitiva, desde 
que este não seja utilizado de forma isolada e esteja em 
consonância com os demais elementos informativos constantes 
dos autos. 
 
09. (2015 ± CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário ± Judiciária) 
Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da 
interceptação telefônica e à citação por hora certa. 
Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo 
Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo 
criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela 
 
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decorrentes, devendo, entretanto, ficar evidenciado o nexo de 
causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as 
provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente 
da prova ilícita. 
 
10. (2015 ± CESPE - TJ-DF ± Oficial de Justiça) A respeito de prova 
criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue o 
item que se segue. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não 
interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial 
posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual. 
 
11. (2014 ± CESPE - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) 
No que se refere ao exame de corpo de delito, julgue o item 
seguinte. 
A confissão do acusado suprirá o exame de corpo de delito, 
quando a infração deixar vestígios, mas não for possível fazê-lo de 
modo direto. 
 
12. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área 
Judiciária) No tocante à prova, e de acordo com o Código de 
Processo Penal, julgue os itens. 
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar 
 
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sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos colhidos 
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis 
e antecipadas. 
 
13. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
subsecutivos. 
A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é 
considerada interceptação telefônica. 
 
14. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) Julgue os próximos 
itens. 
Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em 
escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de 
prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, 
podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, 
contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram 
colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos 
teriam despontado à colheita dessa prova. 
 
15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - 
ÁREA DE DIREITO) Com base nos delitos em espécie, julgue os 
próximos itens. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam 
elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar 
 
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segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não 
autorizados em lei. 
 
16. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
com base na legislação sobre interceptação telefônica. 
A interceptação das comunicações telefônicas pode ser 
determinada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na 
investigação criminal ou na instrução processual penal. 
 
17. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
com base na legislação sobre interceptação telefônica. 
O pedido de interceptação das comunicações telefônicas deve ser 
feito necessariamente por escrito. 
 
18. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
Segundo o STJ, é legal a autorização judicial para quebra do sigilo 
das comunicações telefônicas e telemáticas para o efeito de 
investigação de crime de sonegação de tributo, se deferida antes 
do lançamento definitivo do tributo. 
 
 
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19. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
Devem ser desentranhadas dos autos, por serem nulas, as provas 
decorrentes da quebra de sigilo telefônico determinada por juízo 
incompetente. 
 
20. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
O prazo máximo para a interceptação das comunicações 
telefônicas é de quinze dias, prorrogável uma única vez, pelo 
mesmo período. 
 
21. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
As informações e provas coletadas em interceptação telefônica 
relativa a crime punido com pena de reclusão não podem subsidiar 
denúncia com base em crimes diversos, puníveis com pena de 
detenção. 
 
 
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22. (CESPE - 2009 - AGU - Advogado) A respeito da interceptação 
das comunicações telefônicas, julgue os itens a seguir, combase 
no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma 
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas 
dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes 
puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos 
aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões comentadas 
 
01. (CESPE ± TJSE ± ANALISTA ± DIREITO - 2014) Julgue os itens 
subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. 
Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de 
estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletrônico 
por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do 
agente por agentes de segurança privada. 
 
 
Comentários: 
Acabamos de verificar na teoria que não se trata de configuração de 
crime impossível e isso já foi discutido na jurisprudência do STF e do STJ 
acerca do tema. 
O fato de câmeras de segurança monitorarem o estabelecimento não 
configura hipótese de crime impossível por ineficácia do meio, uma vez 
que, ainda que remota, há chances de o crime se consumar. 
Gabarito: E. 
 
02. (CESPE ± TJDFT ± CARTÓRIO ± 2014) Em relação a tentativa, 
desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento 
posterior e crime impossível, julgues o item abaixo: 
No que diz respeito à punibilidade do crime impossível, o autor de uma 
tentativa inidônea não merece, segundo a teoria subjetiva, sofrer sanção 
 
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penal, dada a inexistência de qualquer perigo de lesão ao bem jurídico 
protegido pela norma. 
 
Comentários: 
O erro está em mencionar "teoria subjetiva", já que o correto seria dizer 
"teoria objetiva temperada", pois é esta, a adotada pelo nosso CP. 
Segundo a teoria objetiva temperada haverá sempre crime impossível, na 
hipótese de ineficácia absoluta do meio ou também por absoluta 
impropriedade do objeto. Art. 17, CP - Não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, 
é impossível consumar-se o crime. 
Gabarito: E. 
 
03. (CESPE ± TJES ± CARTÓRIO ± 2013) Acerca dos institutos da 
desistência voluntária, do arrependimento eficaz, do 
arrependimento posterior e do crime impossível, julgue o item a 
seguir. 
Nos termos da teoria subjetiva, para a configuração do crime impossível, 
é necessário que o meio ou o objeto sejam ineficazes ou impróprios para 
a configuração da tentativa. 
 
Comentários: 
 
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Para a teoria subjetiva o agente é punido pela sua intenção delituosa, não 
importando se o meio ou objeto são absolutamente ou relativamente 
ineficazes ou impróprios. 
Gabarito: E. 
 
04. (CESPE ± PROCURADOR DO BACEN ± 2013) Em relação ao 
crime impossível e ao arrependimento posterior, julgue os itens a 
seguir. 
Teorias sobre o crime impossível: 
 
4.1. O Brasil adota, em relação ao crime impossível, a teoria 
objetiva temperada, segundo a qual os meios empregados e o 
objeto do crime devem ser absolutamente inidôneos a produzir o 
resultado idealizado pelo agente. 
 
Comentários: 
Vamos colacionar o que o professor e autor Cleber Masson traz em sua 
obra acerca da classificação das teorias objetivas do crime impossível: 
³��7HRULD� REMHWLYD�� $SUHJRD� TXH� D� UHVSRQVDELOL]DomR� GH� DOJXpP� SHOD�
prática de determinada conduta depende de elementos objetivos e 
subjetivos (dolo e culpa). Elemento objetivo é, no mínimo, o perigo de 
lesão para bens jurídicos penalmente tutelados. E quando a conduta não 
tem potencialidade para lesar o bem jurídico, seja em razão do meio 
empregado pelo agente, seja pelas condições do objeto material, não se 
 
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configura a tentativa. É o que se chama de inidoneidade, que, conforme o 
seu grau, pode ser de natureza absoluta ou relativa. Inidoneidade 
absoluta é aquela em que o crime jamais poderia chegar à consumação; 
relativa, por seu turno, aquela em que a conduta poderia ter consumado 
o delito, o que somente não ocorreu em razão de circunstâncias estranhas 
à vontade do agente. Essa teoria se subdivide em outras duas: objetiva 
pura e objetiva temperada. 
1.1)Teoria objetiva pura: Para essa vertente, o Direito Penal somente 
pode proibir condutas lesivas a bens jurídicos, devendo apenas se 
preocupar com os resultados produzidos no mundo fenomênico. Portanto, 
quando a conduta é incapaz, por qualquer razão, de provocar a lesão, o 
fato há de permanecer impune. Essa impunidade ocorrerá 
independentemente do grau da inidoneidade da ação, pois nenhum bem 
jurídico foi lesado ou exposto a perigo de lesão. Assim, seja a 
inidoneidade do meio ou do objeto absoluta ou relativa, em nenhum caso 
estará caracterizada a tentativa. 
1.2)Teoria objetiva temperada ou intermediária: Para a configuração do 
crime impossível, e, por corolário, para o afastamento da tentativa, os 
meios empregados e o objeto do crime devem ser absolutamente 
inidôneos a produzir o resultado idealizado pelo agente. Se a inidoneidade 
IRU�UHODWLYD��KDYHUi�WHQWDWLYD��)RL�D�WHRULD�FRQVDJUDGD�SHOR�DUW�����GR�&3�´ 
Gabarito: C. 
 
 
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4.2. No crime impossível, o erro do agente recai sobre a 
idoneidade do meio ou do objeto material, o que exclui a 
tipicidade; no putativo, o agente acredita realizar um indiferente 
penal, o que exclui a culpabilidade, já que se trata do inverso da 
falta de consciência do ilícito. 
 
Comentários: 
Você deve estar se perguntando qual a diferença entre crime impossível e 
delito putativo? 
A diferença é que no crime impossível o agente pretende cometer um 
crime, mas não consegue pois utiliza instrumento absolutamente ineficaz 
ou objeto absolutamente impróprio. 
Já no delito putativo; a conduta eleita não constitui fato típico. 
Gabarito: E. 
 
4.3. A existência de sistema de vigilância em estabelecimento 
comercial exclui a possibilidade de consumação de crime 
patrimonial, dada a caracterização de crime impossível ante a 
ineficácia absoluta do meio empregado. 
 
Comentários: 
Na teoria da aula de hoje falamos sobre o entendimento do STJ acerca do 
crime impossível e os sistemas de vigilância eletrônica por meio decâmeras de monitoramento. 
 
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Vamos ver nesse comentário como entendo o STF acerca do tema. 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. TENTATIVA DE 
FURTO. ABSOLVIÇAO FUNDADA EM VÁRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO 
ESPECIAL DA ACUSAÇAO INTERPOSTO SOB FUNDAMENTO ÚNICO. 
INOCORRÊNCIA. RESTABELECIMENTO DA CONDENAÇAO. AUSÊNCIA DE 
OFENSA AO PRINCÍPIO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELATUM. 
CRIME IMPOSSÍVEL, FACE AO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DO 
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. INOCORRÊNCIA. 1. (...) 2. O pleito de 
absolvição fundado em que o sistema de vigilância do estabelecimento 
comercial tornou impossível a subtração da coisa não pode vingar. A 
paciente e seu comparsa deixaram o local do crime, somente sendo 
presos após perseguição, restando, assim, caracterizada a tentativa de 
furto. Poderiam, em tese, lograr êxito no intento delituoso. Daí que o 
meio para a consecução do crime não era absolutamente ineficaz. Ordem 
indeferida. (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Matéria Penal. Habeas 
Corpus 95.613-1-RS, 2ª T. Relator: Ministro-Min. Eros Grau. Brasília, DF, 
j. 11.11.2008, DJe n. 152, 14.08.2009). 
Destacamos em vermelho o argumento trazido pela suprema corte para a 
justificativa da eventual possibilidade da consumação do crime de furto. 
Gabarito: E. 
 
05. Se o agente, para a prática de estelionato, utiliza-se de 
documento falsificado de forma grosseira, inidôneo para iludir a 
vítima, caracteriza-se 
 
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a) crime impossível. 
b) crime provocado. 
c) erro sobre elementos do tipo. 
d) crime putativo. 
e) tentativa de crime. 
 
Comentários: 
Veja nesse caso que se trata de um meio absolutamente ineficaz, por se 
tratar de falsificação grosseira, ou seja, estamos diante de um crime 
impossível. 
Gabarito: A. 
 
06. (CESPE ± TJCE ± OFICIAL DE JUSTIÇA ± 2008) A associação 
beneficente presidida por Aldo obteve da Receita Federal, por 
doação, várias caixas de cosméticos apreendidas em operação da 
Polícia Federal, que havia desmantelado quadrilha especializada 
em contrabando e descaminho. Posteriormente, potes de creme 
de beleza, ainda lacrados, foram vendidos pela associação em 
leilão beneficente. Dois dias depois, vários arrematantes 
reclamaram o dinheiro de volta, alegando que os produtos 
estavam deteriorados. Descobriu-se, então, que os potes 
continham, de fato, a substância entorpecente conhecida como 
merla, e não o creme embelezante descrito no rótulo. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item abaixo. 
 
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A hipótese configura crime impossível por impropriedade do 
objeto material. 
 
Comentários: 
O caso em tela configura, na verdade, uma hipótese de erro de tipo (art. 
20, CP), pois a associação beneficente não sabia que estava vendendo 
droga ao invés de creme embelezante, nem tinha com um esforço de 
homem médio prever tal situação. 
Neste caso, nos termos do Código Penal Brasileiro, serão excluídos o dolo 
e a culpa do agente responsável pela venda, pois se trata de erro 
escusável, indesculpável ou inevitável. 
Gabarito: E. 
 
07. (CESPE ± DELEGADO DE POLÍCIA ± PCPE ± 2016) Nos últimos 
tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus 
posicionamentos acerca de diversos institutos penais, criando, 
inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse assunto, julgue o 
item a seguir segundo o entendimento do STJ. 
É possível a consumação do furto em estabelecimento comercial, 
ainda que dotado de vigilância realizada por seguranças ou 
mediante câmara de vídeo em circuito interno. 
 
Comentários: 
 
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De acordo com a súmula do STJ mostrada na parte teórica da aula de 
hoje você viu que o furto é possível de ser consumado nas condições 
mencionadas no item acima. 
 
Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado 
por monitoramento eletrônico ou por existência 
de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a 
configuração do crime de furto. 
Gabarito: C. 
 
08. (2013 - FCC - DPE-SP - Defensor Público) Com base no Direito 
Processual Penal, julgue os itens. 
Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para embasar 
a denúncia oferecida é possível a utilização do reconhecimento fotográfico 
realizado na fase inquisitiva, desde que este não seja utilizado de forma 
isolada e esteja em consonância com os demais elementos informativos 
constantes dos autos. 
 
Comentários: 
Para embasar a denúncia oferecida, é possível a utilização do 
reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, desde que este não 
seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os demais 
elementos probatórios constantes dos autos. Precedentes citados: HC 
 
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186.916-SP, DJe 11/5/2011, e HC 105.683-SP, DJe 3/5/2011. HC 
238.577-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 6/12/2012 
(Informativo nº 0514). 
Gabarito: C. 
 
09. (2015 ± CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário ± Judiciária) 
Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da 
interceptação telefônica e à citação por hora certa. 
Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código 
de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o 
condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, 
entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, 
considerando-se válidas, ademais, as provas derivadas que possam ser 
obtidas por fonte independente da prova ilícita. 
 
Comentários: 
Isso mesmo! O art. 157 do CPP deixa claro que são inadmissíveis, 
devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
Seguindo, no seu primeiro parágrafo, são também inadmissíveis as 
provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
Gabarito: C. 
 
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10. (2015 ± CESPE - TJ-DF ± Oficial de Justiça) A respeito de prova 
criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue o 
item que se segue. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao 
processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, 
necessariamente, à conclusão da instrução processual. 
 
Comentários: 
O art. 9° da Lei 9.296/96 menciona que a gravação a qual não interessar 
à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a 
instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do 
Ministério Público ou da parte interessada. 
Gabarito: E. 
 
11. (2014 ± CESPE - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) 
No que se refere ao exame de corpo de delito, julgue o item 
seguinte. 
A confissão do acusado suprirá o exame de corpo de delito, quando a 
infração deixar vestígios, mas não for possível fazê-lo de modo direto. 
 
Comentários: 
O art. 158 do CPP deixa evidente que, quando a infração deixar vestígios, 
será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
 
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podendo supri-lo a confissão do acusado. Vejamos um julgado sobre o 
assunto! 
O crime de dano (art. 163, CP), é delito material, ou seja, exige resultado 
naturalístico para a sua consumação, consistente na destruição, 
inutilização ou deterioração de um bem que venha acarretar a diminuição 
do patrimônio da vítima. Aplica-se ao crime de dano a regra do art. 158 
do CPP, sendo indispensável a realização de exame de corpo de delito 
para a comprovação da materialidade delitiva, não podendo sua ausência 
ser suprida pela confissão do acusado. Demonstrado nos autos que o 
objeto material do delito foi encaminhado ao Instituto de Criminalística na 
data do fato criminoso, porém a perícia não foi realizada, não há que se 
falar em desaparecimento justificado dos vestígios, tampouco na 
aplicação do art. 167 do CPP. Recurso conhecido e não provido. 
(TJ-DF - APR: 20130710218448 , Relator: SOUZA E AVILA, Data de 
Julgamento: 16/07/2015, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação: 
Publicado no DJE : 22/07/2015 . Pág.: 64) 
Gabarito: E. 
 
12. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área 
Judiciária) No tocante à prova, e de acordo com o Código de 
Processo Penal, julgue os itens. 
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão, 
 
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exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
Comentários: 
O art. 155, caput, parte final, do CPP, ressalva da obrigatoriedade de 
judicialização as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Exemplo 
de prova com natureza cautelar e não passível de repetição encontra-se 
nas interceptações telefônicas realizadas no curso do inquérito policial, as 
quais, se realizadas de acordo com a Lei 9.296/1996, poderão ser 
utilizadas na formação do convencimento do juiz, inclusive como fonte 
principal dessa convicção. 
Gabarito: C. 
 
 
13. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
subsecutivos. 
A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é 
considerada interceptação telefônica. 
 
Comentários: 
A interceptação telefônica ocorre quando dois interlocutores estão se 
comunicando e um terceiro está ouvindo e gravando tudo, mas não há o 
conhecimento dos interlocutores. A interceptação só pode ocorrer através 
de ordem judicial. Vejamos julgados do STF sobre o tema: 
 
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"EMENTA: PROVA. Criminal. Conversa telefônica. Gravação 
clandestina, feita por um dos interlocutores, sem 
conhecimento do outro. Juntada da transcrição em inquérito 
policial, onde o interlocutor requerente era investigado ou tido 
por suspeito. Admissibilidade. Fonte lícita de prova. 
Inexistência de interceptação, objeto de vedação 
constitucional. Ausência de causa legal de sigilo ou de reserva 
da conversação. Meio, ademais, de prova da alegada 
inocência de quem a gravou. Improvimento ao recurso. 
Inexistência de ofensa ao art. 5º, incs. X, XII e LVI, da CF. 
Precedentes. Como gravação meramente clandestina, que se 
não confunde com interceptação, objeto de vedação 
constitucional, é lícita a prova consistente no teor de gravação 
de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, 
sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica 
de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo quando 
se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de 
quem a gravou. (RE 402717, CEZAR PELUSO, STF) 
EMENTA: "Habeas corpus". Utilização de gravação de 
conversa telefônica feita por terceiro com a autorização de um 
dos interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, 
para essa utilização, excludente da antijuridicidade. - Afastada 
a ilicitude de tal conduta - a de, por legítima defesa, fazer 
gravar e divulgar conversa telefônica ainda que não haja o 
 
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conhecimento do terceiro que está praticando crime -, é ela, 
por via de conseqüência, lícita e, também conseqüentemente, 
essa gravação não pode ser tida como prova ilícita, para 
invocar-se o artigo 5º, LVI, da Constituição com fundamento 
em que houve violação da intimidade (art. 5º, X, da Carta 
Magna). 'Habeas corpus'" 
Gabarito: C. 
 
14. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público) Julgue os próximos 
itens. 
Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em 
escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em 
investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser 
usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as 
mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros 
servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa 
prova. 
 
Comentários: 
Vejamos a jurisprudência: 
PROVA EMPRESTADA. NECESSIDADE. AUTORIZAÇÃO. JUIZ 
CRIMINAL. 
A interceptação telefônica como meio de prova necessita de 
expressa autorização do juízo criminal. Sua remessa e 
 
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utilização em processo disciplinar devem ser autorizadas pelo 
juízo responsável pela preservaçãodo sigilo de tal prova. 
Ademais, necessário que se respeitem, ainda, os princípios do 
contraditório e da ampla defesa. Caso não observados esses 
requisitos serão nulos a sindicância e o processo 
administrativo disciplinar lastreado exclusivamente nas fitas 
degravadas das interceptações telefônicas. Precedentes 
citados do STF: RMS 24.956-DF, DJ 10/11/2005; do STJ: MS 
9.212-DF, DJ 1º/6/2005, e MS 12.468-DF, DJ 14/11/2007. 
RMS 16.429-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 3/6/2008. 
 Gabarito: C. 
 
15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - 
ÁREA DE DIREITO) Com base nos delitos em espécie, julgue os 
próximos itens. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas 
telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da 
justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
 
Comentários: 
Vejamos a literalidade: 
 
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³$UW� 10 Constitui crime realizar interceptação de comunicações 
telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, 
sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa." 
Gabarito: C. 
 
16. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
com base na legislação sobre interceptação telefônica. 
A interceptação das comunicações telefônicas pode ser determinada pelo 
juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal ou na 
instrução processual penal. 
 
Comentários: 
Instrução processual só para o MP, vejamos: 
"Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser 
determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal." 
Gabarito: E. 
 
17. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Julgue os itens 
com base na legislação sobre interceptação telefônica. 
 
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O pedido de interceptação das comunicações telefônicas deve ser feito 
necessariamente por escrito. 
 
Comentários: 
Há exceção! Vejamos: 
"Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a 
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de 
infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que 
autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à 
sua redução a termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o 
pedido." 
Gabarito: E. 
 
18. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
Segundo o STJ, é legal a autorização judicial para quebra do sigilo das 
comunicações telefônicas e telemáticas para o efeito de investigação de 
crime de sonegação de tributo, se deferida antes do lançamento definitivo 
do tributo. 
 
 
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Comentários: 
O crime de sonegação de tributo é material depende para sua 
consumação da apuração do valor devido em procedimento administrativo 
fiscal, assim, não pode falar em crime. Por isso, não pode a autoridade 
judicial determinar a quebra o sigilo das comunicações telefônicas, já que 
é antes do lançamento definitivo do tributo. 
Gabarito: E. 
 
 
19. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
Devem ser desentranhadas dos autos, por serem nulas, as provas 
decorrentes da quebra de sigilo telefônico determinada por juízo 
incompetente. 
 
Comentários: 
Vejamos o julgado: 
"PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO 
ORDINÁRIO. ARTS. 299, PARÁGRAFO ÚNICO, E 319 DO CÓDIGO PENAL. 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA AUTORIZADA PRO JUÍZO INCOMPETENTE. 
NULIDADE CONFIGURADA. 
I - O juiz competente para a ação principal é quem deve autorizar ou não 
a interceptação das comunicações telefônicas. (Precedente) II - In casu, 
 
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declarada a competência do e. Tribunal a quo para processar e julgar o 
feito, devem ser desentranhadas dos autos as provas decorrentes da 
quebra de sigilo telefônico determinada por Juízo incompetente. Ordem 
concedida, para anular a decisão que determinou a interceptação 
telefônica do ora paciente, determinando o desentranhamento da prova 
nula, sem prejuízo das demais provas constantes do inquérito." 
Gabarito: C. 
 
 
20. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
O prazo máximo para a interceptação das comunicações telefônicas é de 
quinze dias, prorrogável uma única vez, pelo mesmo período. 
 
Comentários: 
A legislação não limita as prorrogações. O STJ entende assim também! 
"Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando 
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o 
prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a 
indispensabilidade do meio de prova." 
"Justificadas, escutas telefônicas prorrogadas por mais de um ano 
são legais 
 
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A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas 
corpus a um delegado da Polícia Civil de São Paulo que pretendia trancar 
ação penal em que é réu, sustentando que as provas foram originadas de 
interceptações telefônicas prorrogadas sem fundamentação. Para a 
ministra relatora, Laurita Vaz, a própria continuação das investigações já 
justifica a prorrogação. 
O delegado foi acusado de formação de quadrilha, descaminho e 
corrupção ativa, crimes investigados na Operação 14 Bis, que identificou 
quadrilha que atuava na alfândega do aeroporto de Viracopos, em 
Campinas (SP), na liberação ilegal de mercadorias importadas. 
No decorrer da investigação, o juiz autorizou, inicialmente, a quebra do 
sigilo telefônico de funcionários da Receita Federal e, à medida que 
surgiam novos indícios da prática delituosa por novas pessoas, inclusive o 
delegado, outras interceptações foram autorizadas.A defesa sustentou que as interceptações telefônicas que originaram as 
GHQ~QFLDV� VHULDP� SURYDV� LOtFLWDV�� Mi� TXH� IRUDP� GHWHUPLQDGDV� ³VHP� D�
GHYLGD�IXQGDPHQWDomR´� 
Tempo necessário 
1R�HQWDQWR��SDUD�D�PLQLVWUD�/DXULWD�9D]��D� LQWHUFHSWDomR�³SHUGXURX�SHOR�
tempo necessário para a elucidação da trama criminosa, a fim de que 
fossem amealhados indícios imprescindíveis da participação de cada um 
dos envolvidos nos crimes apurados, sendo as sucessivas prorrogações do 
monitoramento motivadas na complexidade da atuação da quadrilha, sem 
TXDOTXHU�FRQVWUDQJLPHQWR�LOHJDO´� 
 
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De acordo com a relatora, a decisão de primeiro grau apresentou 
justificativas válidas para a autorização de escuta telefônica. Isso porque, 
de acordo com a polícia e o Ministério Público, havia necessidade de 
buscar informações sobre o envolvimento com as pessoas até então 
investigadas, diante da existência de "conversas suspeitas com outros 
LQWHUORFXWRUHV´� 
Ao negar o habeas corpus, a relatora destacou que a jurisprudência do 
67-� H� GR� 6XSUHPR� 7ULEXQDO� )HGHUDO� �67)�� DILUPD� TXH�� ³SHUVLVWLQGR� RV�
pressupostos que conduziram à decretação da interceptação telefônica, 
não há obstáculos para sucessivas prorrogações, desde que 
devidamente fundamentadas, nem ficam maculadas como ilícitas as 
SURYDV�GHULYDGDV�GD�LQWHUFHSWDomR´��5+&��������67)�� 
$OpP�GLVVR��D�PLQLVWUD�DILUPRX�TXH� ³não é necessário apresentar outros 
motivos para prorrogar a interceptação telefônica, além da necessidade 
de continuar o monitoramento telefônico para a solução das 
investigações, bastando fazer referência à fundamentação exposta no 
primeiro deferimento da diliJrQFLD´� 
Gabarito: E. 
 
21. (CESPE - 2008 - PGE-CE - Procurador de Estado) Com relação à 
interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção 
correta. 
 
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As informações e provas coletadas em interceptação telefônica relativa a 
crime punido com pena de reclusão não podem subsidiar denúncia com 
base em crimes diversos, puníveis com pena de detenção. 
 
Comentários: 
Há decisões do STF dizendo que a prova de interceptação telefônica pode 
ser emprestada para subsidiar processo que apura crime punido com 
detenção conexo com aquele donde proveio a prova. Vejamos: 
"EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE 
VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE 
INVESTIGAÇÃO. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS 
INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA 
DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS PEDIDOS DE 
PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE 
DETENÇÃO. 1. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a 
interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente quando o 
fato é complexo a exigir investigação diferenciada e contínua. Não 
configuração de desrespeito ao art. 5º, caput, da L. 9.296/96. 2. A 
interceptação telefônica foi decretada após longa e minuciosa apuração 
dos fatos por CPI estadual, na qual houve coleta de documentos, oitiva de 
testemunhas e audiências, além do procedimento investigatório normal 
da polícia. Ademais, a interceptação telefônica é perfeitamente viável 
sempre que somente por meio dela se puder investigar determinados 
fatos ou circunstâncias que envolverem os denunciados. 3. Para 
 
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fundamentar o pedido de interceptação, a lei apenas exige relatório 
circunstanciado da polícia com a explicação das conversas e da 
necessidade da continuação das investigações. Não é exigida a 
transcrição total dessas conversas o que, em alguns casos, poderia 
prejudicar a celeridade da investigação e a obtenção das provas 
necessárias (art. 6º, § 2º, da L. 9.296/96). 4. Na linha do art. 6º, caput, 
da L. 9.296/96, a obrigação de cientificar o Ministério Público das 
diligências efetuadas é prioritariamente da polícia. O argumento da falta 
de ciência do MP é superado pelo fato de que a denúncia não sugere 
surpresa, novidade ou desconhecimento do procurador, mas sim 
envolvimento próximo com as investigações e conhecimento pleno das 
providências tomadas. 5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de 
forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas 
dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes 
puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros 
tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a 
interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir 
pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados 
com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com 
detenção. Habeas corpus indeferido." 
Gabarito: E. 
 
 
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22. (CESPE - 2009 - AGU - Advogado) A respeito da interceptação 
das comunicações telefônicas, julgue os itens a seguir, com base 
no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, 
legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência 
podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de 
detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que 
justificaram a interceptação. 
 
Comentários: 
Vejamos a decisão: 
"Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma 
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas 
coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base 
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que 
conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a 
interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da 
L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela 
impossibilidade de interceptação para investigar crimes 
apenados com reclusão quando forem estes conexos com 
crimes punidos com detenção". STF, HC 83.515/RS, rel. Min. 
Nelson Jobim, Tribunal Pleno, DJ 4-3-2005." 
Gabarito: C. 
 
 
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