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Aula 09 (2)

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Aula 09
Jurisprudências STF e STJ: Leis Penais, Direito Penal e Processo Penal p/ Carreiras
Policiais
Professores: Alexandre Herculano, Vinicius Silva
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 47 
Aula 09 ± Crimes contra o patrimônio, Lei 7.716/89 
(Crimes de Racismo), Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes 
Tributários) e Lei nº 8.078/1990 (Crimes Contra o 
Consumidor). 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Crimes contra o patrimônio 1 
2. Lei 7.716/89 (Crimes de Racismo) 14 
3. Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes Tributários) e Lei nº 
8.078/1990 (Crimes Contra o Consumidor) 
15 
4. Questões propostas 23 
5. Questões comentadas 30 
6. Gabarito 47 
 
1. Crimes contra o patrimônio 
 
Olá meus amigos e amigas que estão se preparando para provas 
das carreiras policiais, vamos caminhando em mais uma aula e nesse 
encontro vamos trabalhar com a matéria de crimes contra o patrimônio e 
de cara podemos afirmar que aqueles mais importantes para qualquer 
prova são os crimes de furto e roubo, os dois primeiros previstos no 
código penal brasileiro como espécies de crimes contra o patrimônio. 
A primeira coisa que você deve ter em mente é a legislação 
correlata aos crimes no CP, como forma de se preparar para o 
entendimento da jurisprudência do STF e STJ acerca do tema. 
Os demais crimes contra o patrimônio vamos tratar em forma de 
aula extra a ser publicada em breve, fiquem de olho nos recados na área 
do aluno. 
 
Furto 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 47 
Sobre o crime de roubo, vamos tratar inicialmente da legislação 
(Código Penal ± CP). 
Furto 
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para 
outrem, coisa alheia móvel: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e 
multa. 
 § 1º - A pena aumenta-se de um terço, 
se o crime é praticado durante o repouso 
noturno. 
 § 2º - Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. 
 § 3º - Equipara-se à coisa móvel a 
energia elétrica ou qualquer outra que tenha 
valor econômico. 
 Furto qualificado 
 § 4º - A pena é de reclusão de dois a 
oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
 I - com destruição ou rompimento de 
obstáculo à subtração da coisa; 
 II - com abuso de confiança, ou 
mediante fraude, escalada ou destreza; 
 III - com emprego de chave falsa; 
 IV - mediante concurso de duas ou mais 
pessoas. 
 § 5º - A pena é de reclusão de três a oito 
anos, se a subtração for de veículo automotor 
que venha a ser transportado para outro 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
Teoria e Exercícios 
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 
 
 
Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 47 
Estado ou para o exterior. (Incluído 
pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 
5 (cinco) anos se a subtração for de 
semovente domesticável de produção, ainda 
que abatido ou dividido em partes no local da 
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, 
de 2016) 
 
 Furto de coisa comum 
 Art. 156 - Subtrair o condômino, co-
herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a 
quem legitimamente a detém, a coisa 
comum: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois 
anos, ou multa. 
 § 1º - Somente se procede mediante 
representação. 
 § 2º - Não é punível a subtração de coisa 
comum fungível, cujo valor não excede a 
quota a que tem direito o agente. 
 
Vista a parte relativa à lei seca do furto, vamos verificar a primeira 
jurisprudência acerca do tema, que está relacionada ao momento 
consumativo do crime de furto, ou seja, a pergunta aqui é saber qual o 
momento em que se pode considerar o furto como consumado? É 
necessário que o agente delituoso tenha a coisa em sua posse mansa e 
pacífica, ou a mera detenção da coisa já é fato suficiente para comprovar 
a consumação do delito acima. A jurisprudência do STJ já é pacífica em 
relação a isso e adota a teoria da amotio ou apprehensio, através da qual 
considera-se consumado o crime de furto com a breve posse de fato da 
rés furtiva. 
 
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Teoria e Exercícios 
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Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda 
que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, 
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª 
Seção. REsp 1.524.450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 
14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572). 
 
O julgado acima, inserido no informativo 572 corrobora a tese da 
teoria da amotio, adotada pelo STJ para a consumação do crime de furto. 
 
Prosseguindo, vamos ver amis um julgado recente e importante 
acerca do crime de furto. 
Na verdade, vamos comentar uma súmula do STJ relativa ao crime 
de furto, trata-se da súmula 511, do STJ. 
 
Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no 
§ 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se 
estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa 
e a qualificadora for de ordem objetiva. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 
11/06/2014. 
 
Vamos relembrar o §2°, do art. 155, visto acima, que traz uma causa de 
diminuição de pena, mas que, comumente, é chamada de furto 
privilegiado. 
 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. 
Por outro lado, o art. 155, §4º menciona as hipóteses de furto qualificado. 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
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§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito 
anos, e multa, se o crime é cometido: 
 I - com destruição ou rompimento de 
obstáculo à subtração da coisa; 
 II - com abuso de confiança, ou 
mediante fraude, escalada ou destreza; 
 III - com emprego de chave falsa; 
 IV - mediante concurso de duas ou mais 
pessoas. 
A pergunta que se faz é se é possível a coexistência das duas situações 
peculiares, ou seja, se um crime de furto pode ser ao mesmo tempo 
considerado qualificado e privilegiado ao mesmo tempo. 
A resposta é afirmativa, mas devemos ter cuidado com as condições para 
que isso ocorra. 
A primeira condição, por óbvio é que estejam presentes os requisitos do § 
2º (primariedade e pequeno valor dacoisa); e a outra condição é que a 
qualificadora seja de natureza objetiva. As qualificadoras de ordem 
objetiva são aquelas que estão relacionadas com o fato criminoso, ou 
seja, com o seu modo de execução, tempo e lugar do crime, instrumentos 
utilizados etc. 
Para finalizar o entendimento, vamos a dois exemplos: 
 
É possível furto 
qualificado - privilegiado 
Não é possível o furto 
qualificado - privilegiado 
Se o furto for qualificado por 
concurso de pessoas (qualificadora 
de índole objetiva), será possível o 
privilégio 
Se o furto for qualificado por abuso 
de confiança (qualificadora 
subjetiva), não será possível o 
privilégio 
(STJ. 6ª Turma. REsp 1370395/DF, 
Rel. Min. Assusete Magalhães, 
julgado em 12/11/2013). 
(STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 
1392678/MG, Rel. Min. Laurita 
Vaz, julgado em 17/12/2013). 
 
 
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Vamos continuar falando ainda sobre o furto, mas agora acerca de uma 
situação em que o furto é qualificado mediante escalada, que é a 
oportunidade em que o agente delituoso, por exemplo, pula o muro de 
uma casa para furtar objetos do interior da casa. 
Nesses casos poder-se-ia cogitar a possibilidade de comprovação da 
escalada mediante uma perícia, a ser realizada pela equipe de 
criminalística, no entanto esse é um exemplo do sistema da prova 
tarifada, em que somente pode-se comprovar a qualificadora por meio de 
perícia? 
A resposta é negativa, e isso vai ao encontro de outros entendimentos 
jurisprudenciais sobre a comprovação de crimes e qualificadoras apenas 
por meio de exame pericial, o que sabemos ser bastante relativo, pois o 
STF e o STJ já estão mudando muito o seu entendimento e admitindo a 
comprovação por outros meios. Vejamos. 
 
Para que seja configurado o furto qualificado mediante escalada é 
dispensável a realização de perícia, desde que existam outras provas que 
demonstrem a ocorrência da escalada (exs: filmagem, fotos, testemunhos 
etc.). STJ. 5a Turma. REsp 1.392.386-RS, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 3/9/2013. 
 
Portanto, de acordo com o STJ é possível comprovar o crime acima 
mediante outras provas, quais sejam filmagens, fotos, prova 
testemunhal, etc. Sendo assim, prescindível a realização de perícia para 
comprovar a qualificadora do delito. 
Basta que uma pessoa tenha visto o agente delituoso pulando o 
muro para que esteja comprovada a qualificadora. 
Agora vamos comentar um julgado que tem muita relação com o 
crime de furto e o estatuto do idoso e é cometido com uma relativa 
frequência na atualidade, dada a quantidade enorme de idosos que 
recebem benefícios previdenciários da previdência social, a exemplo dos 
aposentados. 
 
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Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para 
auxiliá-la a sacar um dinheiro do caixa eletrônico e, ele, aproveitando a 
oportunidade, transfere quantias para a sua conta pessoal, tal conduta 
configura o crime previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. STJ. 6ª 
Turma. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 4/9/2014 (Info 547). 
 
A partir da interpretação do caso acima, podemos afirmar que caso 
haja transferências de valores da conta do idoso para a do agente 
delituoso, valendo-se este da confiança que o idoso depositou nele por 
conta de ser funcionário do banco, podemos afirmar que esse fato será, 
de acordo com o princípio da especialidade, inserido no crime previsto no 
art. 102, do Estatuto do Idoso e não no Código Penal. 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, 
proventos, pensão ou qualquer outro 
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação 
diversa da de sua finalidade: 
Pena ± reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos 
e multa. 
Perceba que a conduta descrita no tipo acima é bem mais específica 
para os crimes que lesam idosos, por essa razão não temos como 
encaixar tal conduta no Código Penal, que é norma geral. 
Vamos finalizar agora os julgados relativos ao crime de furto com a 
causa de aumento de pena do furto cometido durante o repouso noturno. 
A pergunta que se faz é se é possível a incidência dessa causa de 
aumento de pena em relação ao furto qualificado, uma vez que para o 
furto simples não há dúvidas de que a incidência é automática caso o 
furto seja cometido durante o período da noturno. 
Vamos verificar essa causa de aumento: 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o 
crime é praticado durante o repouso noturno. 
 
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Lembre-se de que as causas de aumento de pena incidem na 
terceira fase da dosimetria da pena e as eventuais qualificadoras devem 
ser utilizadas para balizar a pena base, ou seja, a primeira fase da 
dosimetria, de onde deve largar a quantidade de pena aplicável. 
O 1º do art. 155 do CP prevê que a pena do crime de furto será 
aumentada de um terço, se o crime é praticado durante o repouso 
noturno. A causa de aumento de pena prevista no § 1° pode ser aplicada 
tanto para os casos de furto simples (caput) como para as 
hipóteses de furto qualificado (§ 4°). Não existe nenhuma 
incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1.° e as qualificadoras 
do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos 
diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja 
condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o 
juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso 
noturno. STJ. 6ª Turma. HC 306.450-SP, Rel. Min. Maria Thereza de 
Assis Moura, julgado em 4/12/2014 (Info 554). 
 
Veja que é plenamente possível a aplicação da majorante mesmo 
que estejamos falando de um furto qualificado, pois são circunstâncias 
que incidem em fases diferentes da dosimetria da pena. 
Bom finalizadas as principais jurisprudências relativas ao crime de 
furto, vamos verificar o que temos de mais atual para o crime de roubo. 
 
Roubo 
O Roubo é o segundo crime na linha dos crimes contra o 
patrimônio, e você, que estuda para carreiras policiais, é de suma 
importância o entendimento da lei seca a respeito desse delito, assim 
como os entendimentos jurisprudenciais mais relevantes para o crime 
acima. 
Vamos iniciar vendo o que o Código Penal prevê para esse tipo de 
delito. 
 Roubo 
 
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 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, 
para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa. 
 § 1º - Na mesmapena incorre quem, 
logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a 
fim de assegurar a impunidade do crime ou a 
detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 § 2º - A pena aumenta-se de um terço 
até metade: 
 I - se a violência ou ameaça é exercida 
com emprego de arma; 
 II - se há o concurso de duas ou mais 
pessoas; 
 III - se a vítima está em serviço de 
transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
 IV - se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado para 
outro Estado ou para o exterior; (Incluído 
pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 V - se o agente mantém a vítima em seu 
poder, restringindo sua liberdade. (Incluído 
pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 § 3º Se da violência resulta lesão 
corporal grave, a pena é de reclusão, de sete 
a quinze anos, além da multa; se resulta 
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, 
 
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sem prejuízo da multa. (Redação dada pela 
Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 
25.7.90 
Entendida a lei seca acerca do tema, vamos partir para cima da 
jurisprudência aplicada ao tema. 
O tema mais uma vez é o momento consumativo do roubo, pois 
assim como no furto temos a questão eu versa sobre a necessidade ou 
não de posse mansa e pacífica em relação à coisa móvel subtraída, se é 
ou não necessária essa posse mansa e pacífica. 
A teoria adotada pelos tribunais superiores e pela doutrina 
majoritária é a teoria da amotio, segundo a qual não é necessário que 
haja posse mansa e pacífica, sendo, portanto, prescindível que a coisa 
seja mantida por um período de tempo considerável na posse do agente 
delituoso. 
Para a consumação basta a posse por breve intervalo de tempo 
para configuração do delito de roubo na sua modalidade consumada. 
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante 
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em 
seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa 
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 
3ª Seção. REsp 1.499.050-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572). 
 
Vamos passar agora para a segunda jurisprudência sobre o tema que é 
VREUH�R�³URXER�GH�XVR´��9RFr�VDEH�TXH�R�³IXUWR�GH�XVR´�QmR�p�FULPH�� 
O furto de uso ocorre quando o agente delituoso subtrai a coisa móvel 
pelo intervalo de tempo suficiente para fazer uso dela e depois a restitui 
sem qualquer prejuízo. Assim, diz-se que ocorreu furto de uso e por 
ausência do chamado animus rem sibi hadendi, também chamado de 
vontade de ser dono, não ocorre crime de furto, sendo atípica a conduta. 
Por outro lado, ao roubo de uso não podemos dar a mesma interpretação, 
pois 
 
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Furto de uso: NÃO é crime (fato atípico). 
Roubo de uso: É crime (configura o art. 157 do CP). 
STJ. 5a Turma. REsp 1.323.275-GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado 
em 24/4/2014. 
 
A grave ameaça ou violência empregada para a realização do ato 
criminoso não se compatibilizam com a intenção de restituição, como bem 
explica Guilherme de Souza Nucci. 
³2� DJHQWH, para roubar - diferentemente do 
que ocorre com o furto -, é levado a usar 
violência ou grave ameaça contra a pessoa, 
de forma que a vítima tem imediata ciência 
da conduta e de que seu bem foi levado 
embora. Logo, ainda que possa não existir, 
por parte do agente, a intenção de ficar com 
a coisa definitivamente (ex; quer um carro 
somente para praticar um assalto, 
pretendendo devolvê-lo, por exemplo), 
consumou-VH� D� LQIUDomR� SHQDO�´� �LQ� 0DQXDO�
de direito penal: parte gral; parte especial. 
4.a ed., São Paulo RT, p. 700). 
 
Portanto, feita a distinção, vamos para o próximo julgado. 
Vamos falar de um assunto muito recorrente em provas, que é o 
roubo circunstanciado pelo uso da arma de fogo. Muita coisa se discute 
acerca dessa majorante e as características da arma de fogo. O que 
vamos verificar no julgado abaixo a busca e posterior apreensão da arma 
de fogo não é condição necessária para a incidência da majorante. 
O reconhecimento da causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, 
I, do Código Penal dispensa a apreensão e a realização de perícia na 
arma, desde que provado o seu uso no roubo por outros meios de prova, 
como por exemplo a prova testemunhal. 
 
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Por outro lado, caso o acusado venha a sustentar a ausência de 
potencial lesivo na arma empregada para intimidar a vítima, será dele o 
ônus de produzir tal prova, nos termos do art. 156 do Código de Processo 
Penal. 
 
HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO QUALIFICADO. ARMA NÃO 
APREENDIDA E NÃO PERICIADA. ORDEM DENEGADA. Vigora no Direito 
brasileiro e no Direito contemporâneo em geral o princípio da livre 
convicção motivada. O reconhecimento da causa de aumento de pena 
prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal prescinde da apreensão e 
da realização de perícia na arma, no caso uma granada -, quando 
provado o seu uso no roubo por outros meios de convicção. (...) (STF - 
HC: 108034 MG, Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 
07/08/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-164 
DIVULG 20-08-2012 PUBLIC 21-08-2012) 
 
 
Agora vamos verificar um julgado muito relevante para o dia a dia da 
atividade policial, principalmente do Delegado de Polícia, que tem de 
indiciar o investigado nas condutas previstas nos tipos penais. Trata-se da 
situação em que um maior, une-se, previamente ajustando a sua conduta 
com um menor, a fim de que seja praticado um delito de roubo. 
Sabemos que o roubo praticado em concurso de duas pessoas ou mais 
incide em uma causa de aumento de pena, vejamos: 
 § 2º - A pena aumenta-se de um terço 
até metade: 
(...) 
 II - se há o concurso de duas ou mais 
pessoas; 
 
 
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A dúvida que surge é se o maior se une a um menor, eventualmente para 
a prática de um crime de roubo, podemos inserir a conduta como roubo 
com causa de aumento de pena? 
O STF e o STJ responderam a essa pergunta. 
 
EMENTA Habeas corpus. Roubo majorado pelo concurso de agentes. 
Artigo 157, § 2º, inciso II, do Código Penal. Delito cometido em concurso 
com menor inimputável. Pretendida exclusão de causa de aumento de 
pena. Irrelevância. Incidência da majorante. Ordem denegada. 1. O fato 
de o crime ter sido cometido por duas pessoas, sendo uma delas menor 
inimputável, não tem o condão de descaracterizaro concurso de agentes, 
de modo a excluir a causa de aumento prevista no inciso IIdo § 2º do art. 
157 do Código Penal. 2. Ordem denegada. (STF - HC: 110425 ES, 
Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 01/12/2010, 
Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-155 DIVULG 07-08-2012 
PUBLIC 08-08-2012) 
 
No mesmo sentido o STJ: 
HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. CONCURSO DE PESSOAS. 
COAUTORIACOM INIMPUTÁVEL. MAJORANTE CONFIGURADA. PENAL. ART. 
1º DA LEI N.2.252/1954. CORRUPÇÃO DE MENORES. NATUREZA FORMAL 
DO DELITO. MENORANTERIORMENTE CORROMPIDO. IRRELEVÂNCIA. 1. O 
fato de o roubo ter sido praticado junto com agente inimputável não 
afasta a causa de aumento referente ao concurso de pessoas. (...). (STJ - 
HC: 150849 DF 2009/0203587-9, Relator: Ministro SEBASTIÃO 
REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 16/08/2011, T6 - SEXTA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 05/09/2011) 
 
Portanto, ainda que o concurso envolva agente delituoso menor 
inimputável, a incidência da majorante é clara. 
 
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Por fim, vamos verificar o que o STF prevê na súmula 610, acerca da 
consumação do crime de latrocínio, que nada mais é do que o crime de 
roubo qualificado pelo resultado morte. 
Quando ocorre roubo e o resultado é a morte da vítima, ainda que não 
seja subtraído o bem móvel, temos o crime de latrocínio consumado, nos 
termos da súmula acima. 
SUBTRAÇÃO MORTE LATROCÍNIO 
Consumada Consumada Consumado 
Tentada Tentada Tentado 
Consumada Tentada Tentado 
Tentada Consumada Consumado 
 
Súmula 620 ± STF. Há crime de latrocínio, 
quando o homicídio se consuma, ainda que não 
realize o agente a subtração de bens da vítima. 
 
 
2. Lei 7.716/89 (Crimes de Racismo) 
 
O Superior Tribunal de Justiça decidiu, neste ano, que a injúria 
racial deve ser considerada imprescritível, o que tem gerado diversas 
críticas por parte da doutrina. 
2� IXQGDPHQWR� IRL� R� GH� TXH� ³D� TXHVWmR� GD� LPSUHVFULWLELOLGDGH� GR�
delito de injúria racial foi reconhecida ao entendimento de que esse 
crime, por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspira no 
sentido da segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Lei 
7.71������FXMR�URO�QmR�p�WD[DWLYR´� 
Seguindo, outro ponto importante que o aluno deve saber, é que 
proferir manifestação de natureza discriminatória em relação aos 
homossexuais não configura o crime do art. 20 da Lei n.° 7.716/86, 
sendo conduta atípica. Assim entendeu o STF. 
 
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Outro posicionamento importante, do STJ, é que escrever, editar, 
divulgar e comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituosas e 
discriminatórias contra a comunidade judaica constitui crime de racismo 
sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, art. 5º, 
XLII). 
Seguindo, o crime se consuma no local onde forem enviadas as 
manifestações racistas. Assim, é o entendimento do STJ, vejamos: 
"STJ - Conexão de provas leva à reunião de processos sobre crimes 
de racismo cometidos em comunidade virtual ± CC 116926 ± 
Ministro Relator: SEBASTIÃO REIS JÚNIOR - TERCEIRA SEÇÃO ± 
22.02.2013 
A competência para processar e julgar o crime de racismo praticado 
na rede mundial de computadores estabelece-se pelo local de 
onde partiram as manifestações tidas por racistas. No caso, o 
procedimento criminal (quebra de sigilo telemático) teve início na 
Seção Judiciária de São Paulo e culminou na identificação de alguns 
usuários que, embora domiciliados em localidades distintas, 
trocavam mensagens em comunidades virtuais específicas, 
supostamente racistas." 
 
 
3. Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes Tributários) e Lei nº 
8.078/1990 (Crimes Contra o Consumidor) 
 
 
Normalmente, imagina-se que os crimes contra a ordem tributária 
são apenas aqueles previstos nos arts. 1º e 3º da Lei nº 8.137/90. Mas 
isso é um engano, pois, existem também crimes tributários tipificados no 
Código Penal. Vejamos os crimes tributários existentes atualmente: 
 
Na Lei nº 8.137/90: 
9 Sonegação fiscal (art. 1º); 
 
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9 Crimes da mesma natureza de sonegação fiscal (art. 2º); 
9 Crimes funcionais tributários (art. 3º). 
No Código Penal: 
9 Descaminho (art. 334); 
9 Sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A); 
9 Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A); 
9 Excesso de exação (art. 316, § 1º); 
9 Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318); 
9 Falsificação de papeis públicos (art. 293, I e V). 
 
A Lei nº 8.137/90, em seus arts. 1º e 3º, define crimes contra a 
ordem tributária. Os arts. 1º e 2º da Lei trazem os crimes praticados 
por particulares contra a ordem tributária. O art. 3º, por sua vez, 
prevê crimes funcionais contra a ordem tributária, exigindo que sejam 
praticados por funcionários públicos e em razão da função. 
Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, ou seja, pode 
ser praticado por qualquer pessoa. Nos crimes tributários é muito comum 
a invocação da teoria do domínio do fato. Isso porque na maioria dos 
casos quem pratica a conduta de suprimir ou reduzir tributo é o 
empregado, gerente ou contador da pessoa jurídica. No entanto, a 
orientação para que fosse feito dessa forma partiu de um sócio-
administrador da empresa. 
Pela teoria tradicional, o autor é aquela pessoa que pratica o verbo 
nuclear do tipo. Logo, o empregado, gerente ou contador seriam os 
autores do delito. 
A teoria do domínio do fato teve a finalidade de ampliar o conceito 
de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor 
aquele que, mesmo não realizando o núcleo do tipo, domina 
finalisticamente todo o seu desenrolar. Dessa forma, pela teoria do 
domínio do fato o autor seria o sócio-administrador que decidiu e 
determinou que fossem praticados os atos necessários à supressão ou 
redução do tributo. 
 
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Assim, em 2014 tivemos um julgado, mencionando que o simples 
fato de o acusado ser sócio e administrador da empresa constante da 
denúncia não pode levar a crer, necessariamente, que ele tivesse 
participação nos fatos delituosos, a ponto de se ter dispensado ao menos 
uma sinalização de sua conduta, ainda que breve, sob pena de restar 
configurada a repudiada responsabilidade criminal objetiva. 
Seguindo, vamos ver, primeiramente, a literalidade. Na sequência 
vamos comentar mais jurisprudências sobre esta lei. 
 
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária 
Seção I 
Dos crimes praticados por particulares 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou 
reduzir tributo, ou contribuiçãosocial e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 
10.4.2000) 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, 
ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou 
livro exigido pela lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de 
venda, ou qualquer outro documento relativo à operação 
tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que 
saiba ou deva saber falso ou inexato; 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou 
prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em 
desacordo com a legislação. 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
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Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da 
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido 
em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria 
ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza 
a infração prevista no inciso V. 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº 9.964, 
de 10.4.2000) 
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens 
ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou 
parcialmente, de pagamento de tributo; 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de 
contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito 
passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte 
beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou 
deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, 
incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou 
entidade de desenvolvimento; 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que 
permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir 
informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à 
Fazenda Pública. 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Seção II 
Dos crimes praticados por funcionários públicos 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
 
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I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de 
que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, 
total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato 
de tributo ou contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo 
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, 
de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante 
a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário 
público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Pessoal, antes de qualquer coisa, o princípio da insignificância pode 
ser aplicado no caso de crimes tributários? Sim, é plenamente possível 
que incida o princípio da insignificância tanto nos crimes contra a ordem 
tributária previstos na Lei n.º 8.137/90 como também no caso do 
descaminho (art. 334 do CP). 
A jurisprudência criou a tese de que nos crimes tributários, para 
decidir se incide ou não o princípio da insignificância, será necessário 
analisar, no caso concreto, o valor dos tributos que deixaram de ser 
pagos. Tradicionalmente, esse valor era de 10 mil reais. Assim, se o 
montante do tributo que deixou de ser pago era igual ou inferior a 10 mil 
reais, não havia crime tributário, aplicando-se o princípio da 
insignificância. Para o STF, o fato de a Portaria 75/2012 do Ministério da 
Fazenda ter aumentado o patamar de 10 mil reais para 20 mil reais 
produz efeitos penais. Logo, o novo valor máximo para fins de aplicação 
do princípio da insignificância nos crimes tributários passou a ser de 20 
mil reais para este tribunal, já o STJ permaneceu com o limite de 10 mil. 
Outra informação importante, é que o crime tributário material 
somente se consuma quando houver a constituição definitiva do crédito 
 
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tributário, nos termos da Súmula vinculante 24-STF: "Não se tipifica 
crime material contra a ordem tributária, previsto no artigo 1°, incisos I a 
IV, da Lei n" 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo". 
Outra coisa, é pública incondicionada a ação penal por crime de 
sonegação fiscal (Súmula 609). 
Seguindo, o tipo penal do art. 3º, II, da Lei 8.137/1990 descreve 
crime de mão própria praticado por funcionário público, mas não exige 
que o servidor tenha a atribuição específica de lançamento tributário. 
Segundo o STJ, o termo inicial do prazo prescricional da pretensão 
punitiva do crime previsto no art. 2º, I, da Lei 8.137/1990 ("fazer 
declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou 
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de 
pagamento de tributo") é a data em que a fraude é perpetrada, e não 
a data em que ela é descoberta. Isso porque o referido tipo tem 
natureza de crime formal, instantâneo, sendo suficiente a conduta 
instrumental, haja vista não ser necessária a efetiva supressão ou 
redução do tributo para a sua consumação, bastando o emprego da 
fraude. Assim, o fato de a fraude ter sido empregada em momento 
determinado, ainda que irradie efeitos até ser descoberta, não revela 
conduta permanente, mas sim, crime instantâneo de efeitos 
permanentes. 
 
(...) Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, 
ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de 
distribuidores ou revendedores; 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, 
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as 
prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva 
classificação oficial; 
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para 
 
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vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e 
mercadoriasde qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à 
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo; 
IV - fraudar preços por meio de: 
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de 
elementos tais como denominação, sinal externo, marca, 
embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura 
ou acabamento de bem ou serviço; 
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à 
venda em conjunto; 
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em 
separado; 
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do 
bem ou na prestação dos serviços; 
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, 
mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais; 
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem 
pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou 
retê-los para o fim de especulação; 
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação 
ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do 
bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a 
veiculação ou divulgação publicitária; 
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, 
com o fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de 
terceiros; 
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de 
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em 
condições impróprias ao consumo; 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a 
 
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modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um 
terço) ou a de multa à quinta parte. 
 
Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 
(crime contra relação de consumo), é imprescindível a realização de 
perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão em 
condições impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para a 
comprovação da materialidade delitiva, auto de infração informando a 
inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) nas 
mercadorias expostas à venda (art. 18, § 6º, II, do CDC, c/c decreto 
estadual que conceitua os requisitos da propriedade ao consumo de 
alimentos e bebidas para fins de comercialização). 
O art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 tipifica como crime contra as 
relações de consumo a conduta de "vender, ter em depósito para vender 
ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou 
mercadoria, em condições impróprias ao consumo". 
Da leitura do dispositivo legal em comento, percebe-se que se trata 
de delito que deixa vestígios materiais, sendo indispensável, portanto, a 
realização de perícia para a sua comprovação, nos termos do art. 158 do 
CPP ("Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado"). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Questões propostas 
 
01. (FUNCAB ± PCPA ± Investigador/Escrivão de Polícia Civil ± 
2016) Afim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca 
barbitúricos em sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher 
efetiva a subtração e deixa o local, sendo certo que o lesado somente 
vem a acordar algumas horas depois. Nesse contexto, é correto afirmar 
que Marinalda praticou crime de: 
a) furto qualificado. 
b) apropriação indébita. 
c) estelionato. 
d) extorsão. 
e) roubo. 
 
02. (CESPE ± UNB ± PCPE ± Delegado de Polícia ± 2016) Na análise 
das classificações e dos momentos de consumação, busca-se, por meio da 
doutrina e da jurisprudência pátria, enquadrar consumação e tentativa 
nos diversos tipos penais. A esse respeito, assinale a opção correta. 
 
Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível para a consumação do 
crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve 
espaço de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa, caso em 
que se deve aplicar a teoria da ablatio. 
 
03. (FUNIVERSA ± PCGO ± Papiloscopista - 2015) Pedro subtraiu o 
veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com emprego de 
arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado em 
busca efetuada pelos policiais. 
 
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Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta. 
a) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, 
tranquila e(ou) desvigiada do veículo. 
b) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou 
possuidor do veículo, uma vez que foi capturado pouco tempo depois do 
crime. 
c) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou 
roubo consumado. 
d) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também 
denominada de amotio, Pedro praticou roubo consumado. 
e) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo 
consumado. 
 
04. (VUNESP ± SP ± PCCE ± Escrivão de Polícia ± 2015) No crime de 
furto, caracteriza-se como causa de aumento de pena, mas não 
qualificadora do crime 
a) a prática do crime mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
b) a prática do crime durante o repouso noturno 
c) a prática do crime com abuso de confiança, ou mediante fraude, 
escalada ou destreza. 
d) a prática do crime com emprego de chave falsa. 
e) a prática do crime com destruição ou rompimento de obstáculo à 
subtração da coisa. 
 
05. (FGV ± RJ ± MPRJ - Estágio Forense ± 2014) No decorrer de um 
roubo com emprego de arma de fogo, João, autor da infração, ante o fato 
de a vítima resistir à entrega do bem almejado, desfere um disparo 
contra ela, que vem a falecer em decorrência do ferimento provocado. 
Após cessada a ação violenta, João foge da cena criminosa sem se 
apossar do produto do delito. A tipificação penal da conduta de João é: 
 
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a) roubo tentado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 c/c 
Art. 14, II e Art. 121 do Código Penal); 
b) roubo consumado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 e 
Art. 121 do Código Penal); 
c) latrocínio consumado (Art. 157 § 3º, in fine do Código Penal); 
d) latrocínio tentado (Art. 157 §3º, in fine c/c Art. 14, II, do Código 
Penal); 
e) roubo tentado em concurso com latrocínio consumado (Art. 157 c/c 
Art. 14, II e Art. 157 § 3º, in fine, do Código Penal). 
 
06. (CESPE ± UNB ± TJSE ± Analista Direito ± 2014) Julgue os itens 
subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Na hipótese de 
condenação pelaprática de roubo circunstanciado pelo concurso de 
agentes e pelo emprego de arma, o juiz deve fundamentar concretamente 
o aumento na terceira fase de aplicação da pena, sendo insuficiente, para 
a sua exasperação, a mera indicação do número de majorantes. 
 
07. (VUNESP ± SP ± PCSP ± Delegado de Polícia ± 2014) Para 
VXEWUDLU� XP� DXWRPyYHO�� ³;´�� GH� IRUPD� YLROHQWD�� GDQLILFRX� D� VXD� SRUWD��
1HVVH�FDVR��³;´�GHYHUi�UHVSRQGHU 
a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a 
porta. 
b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade. 
c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção. 
d) pelos crimes de furto e de dano. 
e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade. 
 
08. (CESPE ± UNB ± PRF ± Policial Rodoviário Federal ± 2013) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Pedro e Marcus, penalmente responsáveis, foram flagrados pela polícia 
enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o emprego de 
arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, 
 
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que portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir 
com a importância subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, 
em conluio, praticaram o crime de roubo tentado. 
 
09. (2016 ± CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) Da sentença 
penal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for 
condenatória, emergem-se os efeitos penais e extrapenais. Acerca 
dos efeitos da condenação penal, assinale a opção correta. 
A) A licença de localização e de funcionamento de estabelecimento onde 
se verifique prática de exploração sexual de pessoa vulnerável, em caso 
de o proprietário ter sido condenado por esse crime, não será cassada, 
dada a ausência de previsão legal desse efeito da condenação penal. 
B) A condenação por crime de racismo cometido por proprietário de 
estabelecimento comercial sujeita o condenado à suspensão do 
funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, 
devendo esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal 
condenatória. 
C) Segundo o CP, constitui efeito automático da condenação a perda de 
cargo público, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a administração pública. 
D) A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público 
e a interdição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da 
pena aplicada, desde que fundamentada na sentença condenatória, não 
sendo efeito automático da condenação. 
 
10. (CESPE - 2012 - AGU - Advogado) Com relação aos delitos de 
preconceito e de lavagem de dinheiro e dos delitos contra o 
sistema financeiro nacional, julgue os próximos itens. 
O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de computadores 
consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações racistas. 
 
 
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11. (CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - 
Regional) Julgue o item. 
Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e ela 
aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a autorizar o casamento da 
filha, pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, 
solicitou a Carolina que lhe dissesse que o motivo da sua recusa era o 
fato de ele ser ateu. Nessa situação, o pai de Carolina cometeu infração 
penal. 
 
12. (2016 ± CONSULPLAN - TJ-MG) De acordo com a Lei nº 
7.716/1989, constitui crime 
A) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica. 
B) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica. 
C) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de 
divulgação do nazismo. 
D) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação 
do cristianismo. 
 
13. (CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador) Considerando a 
interpretação do STJ e do STF a respeito da legislação penal 
extravagante, julgue os itens. 
Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto 
na Lei n.º 8.137/1990, apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o 
lançamento definitivo do tributo como condição objetiva de punibilidade, o 
plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula vinculante 
tendente a consolidar tal entendimento. 
 
14. (CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justiça) Acerca dos 
crimes contra a ordem tributária e econômica, o consumidor e as 
relações de consumo e o meio ambiente, julgue os itens. 
 
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Nos crimes previstos na Lei n.º 8.137/1990, materiais ou formais, a 
decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição 
objetiva de punibilidade. 
 
15. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Julgue os 
itens. 
Os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são 
punidos, apenas, na modalidade dolosa. 
 
16. (2016 - FCC - Prefeitura de Campinas ± Procurador) A conduta 
de deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ao 
comprador de mercadoria constitui crime contra 
A) a Administração pública direta. 
B) as relações de consumo. 
C) a ordem econômica. 
D) o consumidor. 
E) a ordem tributária. 
 
17. (CESPE - 2012 - SEAD-SE ± Procurador) Por ausência de previsão 
expressa no Código de Defesa do Consumidor, não é possível a punição 
na modalidade culposa pela prática de crimes contra as relações de 
consumo. 
 
18. (DPE-AC ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) A respeito das 
infrações penais, julgue os itens. 
O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir 
informação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a 
forma culposa. 
 
19. (DPE-AC ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) A respeito das 
infrações penais, julgue os itens. 
 
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As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo 
imprescindível para a caracterização do delito a comprovação do efetivo 
dano ao consumidor. 
 
20. (TJ-CE ± 2012 ± Cespe ± Juiz) A propósito das normas de 
direito penal e processual penal previstas no CDC, julgue os itens. 
O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que, no 
âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá 
criminalmente se agir dolosamente. 
 
21. (DPE-SE ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) Constitui conduta 
tipificada no CDC como crime contra as relações de consumo empregar, 
no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação 
artificial, matéria corante, substância aromática,antisséptica, 
conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela 
legislação sanitária. 
 
22. (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Mostrar texto 
associado à questão 
O anúncio veiculado por uma associação de empresas de transporte 
coletivo que recomendava o uso de ônibus, contemplando o cartaz 
afixado na traseira dos veículos o desenho de um cemitério, com slogan 
alusivo ao destino final dos usuários de vans, claramente amedrontando 
os passageiros para desencorajar o transporte clandestino, é exemplo real 
de publicidade abusiva, na modalidade de exploração do medo, 
enquadrando-se como ilícito penal previsto no Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
 
 
 
 
 
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4. Questões comentadas 
 
01. (FUNCAB ± PCPA ± Investigador/Escrivão de Polícia Civil ± 
2016) Afim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca 
barbitúricos em sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher 
efetiva a subtração e deixa o local, sendo certo que o lesado somente 
vem a acordar algumas horas depois. Nesse contexto, é correto afirmar 
que Marinalda praticou crime de: 
 
a) furto qualificado. 
b) apropriação indébita. 
c) estelionato. 
d) extorsão. 
e) roubo. 
 
Resposta: item E. 
Comentário: 
 
O ato de Marinalda colocar barbitúricos na bebida pode ser entendido 
como ao "reduzido à impossibilidade de resistência" previsto como 
forma de violência, é a chamada violência imprópria. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si 
ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa. 
 
 
 
 
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02. (CESPE ± UNB ± PCPE ± Delegado de Polícia ± 2016) Na análise 
das classificações e dos momentos de consumação, busca-se, por meio da 
doutrina e da jurisprudência pátria, enquadrar consumação e tentativa 
nos diversos tipos penais. A esse respeito, assinale a opção correta. 
 
Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível para a consumação do 
crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve 
espaço de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa, caso em 
que se deve aplicar a teoria da ablatio. 
 
Resposta: incorreto. 
Comentário: 
 
Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda 
que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, 
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 
 
Esse foi o entendimento que foi passado para vocês na parte teórica da 
nossa aula, inclusive é o entendimento do STF e do STJ quanto ao 
momento consumativo do crime de roubo e furto. 
 
A teoria adotada é a chama teoria do amotio e não a do ablatio. 
 
03. (FUNIVERSA ± PCGO ± Papiloscopista - 2015) Pedro subtraiu o 
veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com emprego de 
arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado em 
busca efetuada pelos policiais. 
 
Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta. 
a) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, 
tranquila e(ou) desvigiada do veículo. 
 
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b) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou 
possuidor do veículo, uma vez que foi capturado pouco tempo depois do 
crime. 
c) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou 
roubo consumado. 
d) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também 
denominada de amotio, Pedro praticou roubo consumado. 
e) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo 
consumado. 
 
Resposta: item D. 
Comentário: 
Momento consumativo do furto 
 
Já sabemos que a teoria para a consumação do furto e também do roubo 
é a teoria do amotio ou apprehensio, segundo a qual o crime se consuma 
independentemente da posse mansa e pacífica. 
 
No entanto, vale a pena conhecer as demais teorias, que foram 
abordadas nos itens da questão acima. 
x A teoria da "contrectatio", para a qual a consumação se dá pelo 
simples contato entre o agente e a coisa alheia; 
x A teoria da "apprehensio" ou "amotio", segundo a qual se consuma 
esse crime quando a coisa passa para o poder do agente; 
x A teoria da "ablatio", que tem a consumação ocorrida quando a 
coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para outro; 
e 
x A teoria da "illatio", que exige, para ocorrer a consumação, que a 
coisa seja levada ao local desejado pelo agente delituoso para tê-la 
a salvo. 
 
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04. (VUNESP ± SP ± PCCE ± Escrivão de Polícia ± 2015) No crime de 
furto, caracteriza-se como causa de aumento de pena, mas não 
qualificadora do crime 
 
a) a prática do crime mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
b) a prática do crime durante o repouso noturno 
c) a prática do crime com abuso de confiança, ou mediante fraude, 
escalada ou destreza. 
d) a prática do crime com emprego de chave falsa. 
e) a prática do crime com destruição ou rompimento de obstáculo à 
subtração da coisa. 
 
Resposta: item B. 
Comentário: 
 
Basta lembrar dos dispositivos legais do CP que versam sobre o crime de 
furto, e verificar quais são as hipóteses de causa de aumento de pena e 
de qualificadoras. 
Causas de aumento e diminuição de pena: 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime 
é praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno 
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a 
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
Hipóteses de furto qualificado: 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e 
multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à 
subtração da coisa; 
 
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II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, 
escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) 
anos, se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior.05. (FGV ± RJ ± MPRJ - Estágio Forense ± 2014) No decorrer de um 
roubo com emprego de arma de fogo, João, autor da infração, ante o fato 
de a vítima resistir à entrega do bem almejado, desfere um disparo 
contra ela, que vem a falecer em decorrência do ferimento provocado. 
Após cessada a ação violenta, João foge da cena criminosa sem se 
apossar do produto do delito. A tipificação penal da conduta de João é: 
a) roubo tentado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 c/c 
Art. 14, II e Art. 121 do Código Penal); 
b) roubo consumado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 e 
Art. 121 do Código Penal); 
c) latrocínio consumado (Art. 157 § 3º, in fine do Código Penal); 
d) latrocínio tentado (Art. 157 §3º, in fine c/c Art. 14, II, do Código 
Penal); 
e) roubo tentado em concurso com latrocínio consumado (Art. 157 c/c 
Art. 14, II e Art. 157 § 3º, in fine, do Código Penal). 
 
Resposta: item C. 
Comentário: 
 
Basta lembrar do teor da Súmula 610 STF: "Há crime de latrocínio, 
quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente 
subtração de bens da vítima." 
 
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Para ajudar na fixação, vamos relembrar o quadro resumo colocado 
na parte teórica para o melhor entendimento da súmula: 
 
 
 
SUBTRAÇÃO MORTE LATROCÍNIO 
Consumada Consumada Consumado 
Tentada Tentada Tentado 
Consumada Tentada Tentado 
Tentada Consumada Consumado 
 
 
06. (CESPE ± UNB ± TJSE ± Analista Direito ± 2014) Julgue os itens 
subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Na hipótese de 
condenação pela prática de roubo circunstanciado pelo concurso de 
agentes e pelo emprego de arma, o juiz deve fundamentar concretamente 
o aumento na terceira fase de aplicação da pena, sendo insuficiente, para 
a sua exasperação, a mera indicação do número de majorantes. 
 
Gabarito: item correto. 
Comentário: 
Vamos verificar o que diz a súmula 443, do STJ. A questão foi criada com 
base nessa súmula. 
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase 
de aplicação da pena no crime de roubo 
circunstanciado exige fundamentação concreta, 
não sendo suficiente para a sua exasperação a 
mera indicação do número de majorantes." 
 
Fique ligado nessa súmula, pois ela costuma ser cobrada de forma literal 
em provas de concursos. 
 
 
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07. (VUNESP ± SP ± PCSP ± Delegado de Polícia ± 2014) Para 
VXEWUDLU� XP� DXWRPyYHO�� ³;´�� GH� IRUPD� YLROHQWD�� GDQLILFRX� D� VXD� SRUWD��
1HVVH�FDVR��³;´�GHYHUi�UHVSRQGHU 
a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a 
porta. 
b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade. 
c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção. 
d) pelos crimes de furto e de dano. 
e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade. 
 
Resposta: item C. 
Comentário: 
 
"X" responderá apenas por furto, uma vez que o crime de dano (crime 
meio) restou absorvido pelo crime de furto (crime fim). Percebe-se que a 
intenção de "X" era desde o princípio cometer o furto, no entanto, 
danificar a porta do veículo, causando o dano, era o meio necessário para 
o sucesso da subtração do automóvel. Assim, responderá somente pelo 
crime fim, no caso, o furto. 
 
 
08. (CESPE ± UNB ± PRF ± Policial Rodoviário Federal ± 2013) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Pedro e Marcus, penalmente responsáveis, foram flagrados pela polícia 
enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o emprego de 
arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, 
que portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir 
com a importância subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, 
em conluio, praticaram o crime de roubo tentado. 
 
Resposta: incorreto. 
Comentário: 
 
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Roubo consumado. 
Teoria do Amotio (aceita pelo STF e STJ): Segundo essa teoria, a 
consumação ocorre quando a coisa subtraída passa para o poder do 
agente, mesmo que num curto espaço de tempo, independentemente de 
deslocamento ou posse mansa ou pacífica da coisa subtraída. 
 
09. (2016 ± CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) Da sentença 
penal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for 
condenatória, emergem-se os efeitos penais e extrapenais. Acerca 
dos efeitos da condenação penal, assinale a opção correta. 
A) A licença de localização e de funcionamento de estabelecimento onde 
se verifique prática de exploração sexual de pessoa vulnerável, em caso 
de o proprietário ter sido condenado por esse crime, não será cassada, 
dada a ausência de previsão legal desse efeito da condenação penal. 
B) A condenação por crime de racismo cometido por proprietário de 
estabelecimento comercial sujeita o condenado à suspensão do 
funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, 
devendo esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal 
condenatória. 
C) Segundo o CP, constitui efeito automático da condenação a perda de 
cargo público, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a administração pública. 
D) A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público 
e a interdição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da 
pena aplicada, desde que fundamentada na sentença condenatória, não 
sendo efeito automático da condenação. 
 
Comentários: 
1D�OHWUD�³$´��VHUi�FDVVDGD��SRLV�FRQVWLWXL�HIHLWR�RErigatório da condenação 
a cassação da licença de localização e de funcionamento do 
 
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estabelecimento. 1D�OHWUD�³%´� constitui efeito da condenação a perda do 
cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do 
funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a 
três meses. 1D�OHWUD�³&´��QmR constitui efeito automático da condenação. 
1D� OHWUD� ³'´�� D� FRQGHQDomR� DFDUUHWDUi� D� SHUGD� GR� FDUJR�� IXQomR� RX�
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da 
pena aplicada. E, segundo o STF, a perda do cargo, função ou emprego 
público ± que configura efeito extrapenal secundário ± constitui 
consequência necessária que resulta, automaticamente, de pleno direito, 
da condenação penal imposta ao agente público pela prática do crime de 
tortura. 
Gabarito: B. 
 
10. (CESPE - 2012 - AGU - Advogado) Com relação aos delitos de 
preconceito e de lavagem de dinheiro e dos delitos contra o 
sistema financeiro nacional, julgueos próximos itens. 
O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de computadores 
consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações racistas. 
 
Comentários: 
Aqui temos uma questão mais elaborada, o crime se consuma no local 
onde forem enviadas as manifestações racistas. Assim, é o entendimento 
do STJ, vejamos: 
"STJ - Conexão de provas leva à reunião de processos sobre crimes 
de racismo cometidos em comunidade virtual ± CC 116926 ± 
Ministro Relator: SEBASTIÃO REIS JÚNIOR - TERCEIRA SEÇÃO ± 
22.02.2013 
A competência para processar e julgar o crime de racismo praticado 
na rede mundial de computadores estabelece-se pelo local de 
onde partiram as manifestações tidas por racistas. No caso, o 
procedimento criminal (quebra de sigilo telemático) teve início na 
Seção Judiciária de São Paulo e culminou na identificação de alguns 
 
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usuários que, embora domiciliados em localidades distintas, 
trocavam mensagens em comunidades virtuais específicas, 
supostamente racistas." 
 
Gabarito: E. 
 
11. (CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - 
Regional) Julgue o item. 
Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e ela 
aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a autorizar o casamento da 
filha, pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, 
solicitou a Carolina que lhe dissesse que o motivo da sua recusa era o 
fato de ele ser ateu. Nessa situação, o pai de Carolina cometeu infração 
penal. 
 
Comentários: 
Pessoal, a conduta do pai de Carolina vai ao encontro do crime previsto 
QR�DUW�����GD�/HL�Qž����������³Praticar, induzir ou incitar a discriminação 
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional�´���
Quanto ao dolo de não ofender o noivo é irrelevante, pois não se trata de 
crime de injúria racial, tipificado no art. 140 do CP. Sendo um crime de 
ação múltipla, só responderá por um crime, ok? 
Gabarito: E. 
 
12. (2016 ± CONSULPLAN - TJ-MG) De acordo com a Lei nº 
7.716/1989, constitui crime 
A) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica. 
B) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica. 
C) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de 
divulgação do nazismo. 
D) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação 
do cristianismo. 
 
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Comentários: 
O § 1º do art. 20º da Lei, menciona que fabricar, comercializar, 
distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou 
propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de 
divulgação do nazismo, é crime punido com pena de reclusão de dois a 
cinco anos e multa. 
Gabarito: C. 
 
13. (CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador) Considerando a 
interpretação do STJ e do STF a respeito da legislação penal 
extravagante, julgue os itens. 
Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto 
na Lei n.º 8.137/1990, apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o 
lançamento definitivo do tributo como condição objetiva de punibilidade, o 
plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula vinculante 
tendente a consolidar tal entendimento. 
 
Comentários: 
Não tipifica antes do lançamento definitivo. Vejamos: 
³67)�6~PXOD�9Lnculante nº 24 - PSV 29 - DJe nº 30/2010 - Tribunal Pleno 
de 02/12/2009 - DJe nº 232, p. 1, em 11/12/2009 - DOU de 11/12/2009, 
p. 1 Tipificação - Crime Material Contra a Ordem Tributária - Lançamento 
do Tributo 
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 
1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do 
WULEXWR�´ 
Gabarito: E. 
 
14. (CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justiça) Acerca dos 
crimes contra a ordem tributária e econômica, o consumidor e as 
relações de consumo e o meio ambiente, julgue os itens. 
 
Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. 
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Nos crimes previstos na Lei n.º 8.137/1990, materiais ou formais, a 
decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição 
objetiva de punibilidade. 
 
Comentários: 
O erro está na afirmação dos crimes previsto na Lei n. 8.137/90 são 
materiais ou formais. Note que o crime disciplinado no art. 1º da citada 
lei, por exemplo, é crime material ou de resultado. Contudo, consoante o 
entendimento no HC 81.611/DF do STF, a decisão definitiva do processo 
administrativo consubstancia uma condição objetiva de punibilidade. 
Gabarito: E. 
 
15. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Julgue os 
itens. 
Os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são 
punidos, apenas, na modalidade dolosa. 
 
Comentários: 
Boa questão! O parágrafo único do art. 7º da Lei, deixa evidente as forma 
culposas. Vejamos: 
³Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
(...) 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, 
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as 
prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva 
classificação oficial; 
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para 
vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e 
mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à 
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo; 
 
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IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de 
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em 
condições impróprias ao consumo; 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a 
modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um 
terço) ou a de multa à quinta parte´� 
Gabarito: E. 
 
16. (2016 - FCC - Prefeitura de Campinas ± Procurador) A 
conduta de deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ao 
comprador de mercadoria constitui crime contra 
A) a Administração pública direta. 
B) as relações de consumo. 
C) a ordem econômica. 
D) o consumidor. 
E) a ordem tributária. 
 
Comentários: 
A Lei 8.137/90 menciona no seu art. 1°, inciso V, que constitui crime 
contra a ordem tributária quando o agente nega ou deixa de fornecer, 
quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a 
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou 
fornecê-la em desacordo com a legislação. 
Gabarito: E. 
 
17. (CESPE - 2012 - SEAD-SE ± Procurador) Por ausência de previsão 
expressa no Código de Defesa do Consumidor, não é possível a punição 
na modalidade culposa pela prática de crimes contra as relações de

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