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Aula 09 Jurisprudências STF e STJ: Leis Penais, Direito Penal e Processo Penal p/ Carreiras Policiais Professores: Alexandre Herculano, Vinicius Silva Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 47 Aula 09 ± Crimes contra o patrimônio, Lei 7.716/89 (Crimes de Racismo), Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes Tributários) e Lei nº 8.078/1990 (Crimes Contra o Consumidor). SUMÁRIO PÁGINA 1. Crimes contra o patrimônio 1 2. Lei 7.716/89 (Crimes de Racismo) 14 3. Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes Tributários) e Lei nº 8.078/1990 (Crimes Contra o Consumidor) 15 4. Questões propostas 23 5. Questões comentadas 30 6. Gabarito 47 1. Crimes contra o patrimônio Olá meus amigos e amigas que estão se preparando para provas das carreiras policiais, vamos caminhando em mais uma aula e nesse encontro vamos trabalhar com a matéria de crimes contra o patrimônio e de cara podemos afirmar que aqueles mais importantes para qualquer prova são os crimes de furto e roubo, os dois primeiros previstos no código penal brasileiro como espécies de crimes contra o patrimônio. A primeira coisa que você deve ter em mente é a legislação correlata aos crimes no CP, como forma de se preparar para o entendimento da jurisprudência do STF e STJ acerca do tema. Os demais crimes contra o patrimônio vamos tratar em forma de aula extra a ser publicada em breve, fiquem de olho nos recados na área do aluno. Furto Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 47 Sobre o crime de roubo, vamos tratar inicialmente da legislação (Código Penal ± CP). Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 47 Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) Furto de coisa comum Art. 156 - Subtrair o condômino, co- herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. Vista a parte relativa à lei seca do furto, vamos verificar a primeira jurisprudência acerca do tema, que está relacionada ao momento consumativo do crime de furto, ou seja, a pergunta aqui é saber qual o momento em que se pode considerar o furto como consumado? É necessário que o agente delituoso tenha a coisa em sua posse mansa e pacífica, ou a mera detenção da coisa já é fato suficiente para comprovar a consumação do delito acima. A jurisprudência do STJ já é pacífica em relação a isso e adota a teoria da amotio ou apprehensio, através da qual considera-se consumado o crime de furto com a breve posse de fato da rés furtiva. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 47 Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. REsp 1.524.450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572). O julgado acima, inserido no informativo 572 corrobora a tese da teoria da amotio, adotada pelo STJ para a consumação do crime de furto. Prosseguindo, vamos ver amis um julgado recente e importante acerca do crime de furto. Na verdade, vamos comentar uma súmula do STJ relativa ao crime de furto, trata-se da súmula 511, do STJ. Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/06/2014. Vamos relembrar o §2°, do art. 155, visto acima, que traz uma causa de diminuição de pena, mas que, comumente, é chamada de furto privilegiado. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Por outro lado, o art. 155, §4º menciona as hipóteses de furto qualificado. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 47 § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. A pergunta que se faz é se é possível a coexistência das duas situações peculiares, ou seja, se um crime de furto pode ser ao mesmo tempo considerado qualificado e privilegiado ao mesmo tempo. A resposta é afirmativa, mas devemos ter cuidado com as condições para que isso ocorra. A primeira condição, por óbvio é que estejam presentes os requisitos do § 2º (primariedade e pequeno valor dacoisa); e a outra condição é que a qualificadora seja de natureza objetiva. As qualificadoras de ordem objetiva são aquelas que estão relacionadas com o fato criminoso, ou seja, com o seu modo de execução, tempo e lugar do crime, instrumentos utilizados etc. Para finalizar o entendimento, vamos a dois exemplos: É possível furto qualificado - privilegiado Não é possível o furto qualificado - privilegiado Se o furto for qualificado por concurso de pessoas (qualificadora de índole objetiva), será possível o privilégio Se o furto for qualificado por abuso de confiança (qualificadora subjetiva), não será possível o privilégio (STJ. 6ª Turma. REsp 1370395/DF, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 12/11/2013). (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1392678/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 17/12/2013). Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 47 Vamos continuar falando ainda sobre o furto, mas agora acerca de uma situação em que o furto é qualificado mediante escalada, que é a oportunidade em que o agente delituoso, por exemplo, pula o muro de uma casa para furtar objetos do interior da casa. Nesses casos poder-se-ia cogitar a possibilidade de comprovação da escalada mediante uma perícia, a ser realizada pela equipe de criminalística, no entanto esse é um exemplo do sistema da prova tarifada, em que somente pode-se comprovar a qualificadora por meio de perícia? A resposta é negativa, e isso vai ao encontro de outros entendimentos jurisprudenciais sobre a comprovação de crimes e qualificadoras apenas por meio de exame pericial, o que sabemos ser bastante relativo, pois o STF e o STJ já estão mudando muito o seu entendimento e admitindo a comprovação por outros meios. Vejamos. Para que seja configurado o furto qualificado mediante escalada é dispensável a realização de perícia, desde que existam outras provas que demonstrem a ocorrência da escalada (exs: filmagem, fotos, testemunhos etc.). STJ. 5a Turma. REsp 1.392.386-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 3/9/2013. Portanto, de acordo com o STJ é possível comprovar o crime acima mediante outras provas, quais sejam filmagens, fotos, prova testemunhal, etc. Sendo assim, prescindível a realização de perícia para comprovar a qualificadora do delito. Basta que uma pessoa tenha visto o agente delituoso pulando o muro para que esteja comprovada a qualificadora. Agora vamos comentar um julgado que tem muita relação com o crime de furto e o estatuto do idoso e é cometido com uma relativa frequência na atualidade, dada a quantidade enorme de idosos que recebem benefícios previdenciários da previdência social, a exemplo dos aposentados. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 47 Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a sacar um dinheiro do caixa eletrônico e, ele, aproveitando a oportunidade, transfere quantias para a sua conta pessoal, tal conduta configura o crime previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. STJ. 6ª Turma. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/9/2014 (Info 547). A partir da interpretação do caso acima, podemos afirmar que caso haja transferências de valores da conta do idoso para a do agente delituoso, valendo-se este da confiança que o idoso depositou nele por conta de ser funcionário do banco, podemos afirmar que esse fato será, de acordo com o princípio da especialidade, inserido no crime previsto no art. 102, do Estatuto do Idoso e não no Código Penal. Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena ± reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. Perceba que a conduta descrita no tipo acima é bem mais específica para os crimes que lesam idosos, por essa razão não temos como encaixar tal conduta no Código Penal, que é norma geral. Vamos finalizar agora os julgados relativos ao crime de furto com a causa de aumento de pena do furto cometido durante o repouso noturno. A pergunta que se faz é se é possível a incidência dessa causa de aumento de pena em relação ao furto qualificado, uma vez que para o furto simples não há dúvidas de que a incidência é automática caso o furto seja cometido durante o período da noturno. Vamos verificar essa causa de aumento: § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 47 Lembre-se de que as causas de aumento de pena incidem na terceira fase da dosimetria da pena e as eventuais qualificadoras devem ser utilizadas para balizar a pena base, ou seja, a primeira fase da dosimetria, de onde deve largar a quantidade de pena aplicável. O 1º do art. 155 do CP prevê que a pena do crime de furto será aumentada de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. A causa de aumento de pena prevista no § 1° pode ser aplicada tanto para os casos de furto simples (caput) como para as hipóteses de furto qualificado (§ 4°). Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1.° e as qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. STJ. 6ª Turma. HC 306.450-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2014 (Info 554). Veja que é plenamente possível a aplicação da majorante mesmo que estejamos falando de um furto qualificado, pois são circunstâncias que incidem em fases diferentes da dosimetria da pena. Bom finalizadas as principais jurisprudências relativas ao crime de furto, vamos verificar o que temos de mais atual para o crime de roubo. Roubo O Roubo é o segundo crime na linha dos crimes contra o patrimônio, e você, que estuda para carreiras policiais, é de suma importância o entendimento da lei seca a respeito desse delito, assim como os entendimentos jurisprudenciais mais relevantes para o crime acima. Vamos iniciar vendo o que o Código Penal prevê para esse tipo de delito. Roubo Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 47 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesmapena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 47 sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Entendida a lei seca acerca do tema, vamos partir para cima da jurisprudência aplicada ao tema. O tema mais uma vez é o momento consumativo do roubo, pois assim como no furto temos a questão eu versa sobre a necessidade ou não de posse mansa e pacífica em relação à coisa móvel subtraída, se é ou não necessária essa posse mansa e pacífica. A teoria adotada pelos tribunais superiores e pela doutrina majoritária é a teoria da amotio, segundo a qual não é necessário que haja posse mansa e pacífica, sendo, portanto, prescindível que a coisa seja mantida por um período de tempo considerável na posse do agente delituoso. Para a consumação basta a posse por breve intervalo de tempo para configuração do delito de roubo na sua modalidade consumada. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. REsp 1.499.050-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572). Vamos passar agora para a segunda jurisprudência sobre o tema que é VREUH�R�³URXER�GH�XVR´��9RFr�VDEH�TXH�R�³IXUWR�GH�XVR´�QmR�p�FULPH�� O furto de uso ocorre quando o agente delituoso subtrai a coisa móvel pelo intervalo de tempo suficiente para fazer uso dela e depois a restitui sem qualquer prejuízo. Assim, diz-se que ocorreu furto de uso e por ausência do chamado animus rem sibi hadendi, também chamado de vontade de ser dono, não ocorre crime de furto, sendo atípica a conduta. Por outro lado, ao roubo de uso não podemos dar a mesma interpretação, pois Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 47 Furto de uso: NÃO é crime (fato atípico). Roubo de uso: É crime (configura o art. 157 do CP). STJ. 5a Turma. REsp 1.323.275-GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/4/2014. A grave ameaça ou violência empregada para a realização do ato criminoso não se compatibilizam com a intenção de restituição, como bem explica Guilherme de Souza Nucci. ³2� DJHQWH, para roubar - diferentemente do que ocorre com o furto -, é levado a usar violência ou grave ameaça contra a pessoa, de forma que a vítima tem imediata ciência da conduta e de que seu bem foi levado embora. Logo, ainda que possa não existir, por parte do agente, a intenção de ficar com a coisa definitivamente (ex; quer um carro somente para praticar um assalto, pretendendo devolvê-lo, por exemplo), consumou-VH� D� LQIUDomR� SHQDO�´� �LQ� 0DQXDO� de direito penal: parte gral; parte especial. 4.a ed., São Paulo RT, p. 700). Portanto, feita a distinção, vamos para o próximo julgado. Vamos falar de um assunto muito recorrente em provas, que é o roubo circunstanciado pelo uso da arma de fogo. Muita coisa se discute acerca dessa majorante e as características da arma de fogo. O que vamos verificar no julgado abaixo a busca e posterior apreensão da arma de fogo não é condição necessária para a incidência da majorante. O reconhecimento da causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal dispensa a apreensão e a realização de perícia na arma, desde que provado o seu uso no roubo por outros meios de prova, como por exemplo a prova testemunhal. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 47 Por outro lado, caso o acusado venha a sustentar a ausência de potencial lesivo na arma empregada para intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal prova, nos termos do art. 156 do Código de Processo Penal. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO QUALIFICADO. ARMA NÃO APREENDIDA E NÃO PERICIADA. ORDEM DENEGADA. Vigora no Direito brasileiro e no Direito contemporâneo em geral o princípio da livre convicção motivada. O reconhecimento da causa de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal prescinde da apreensão e da realização de perícia na arma, no caso uma granada -, quando provado o seu uso no roubo por outros meios de convicção. (...) (STF - HC: 108034 MG, Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 07/08/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-164 DIVULG 20-08-2012 PUBLIC 21-08-2012) Agora vamos verificar um julgado muito relevante para o dia a dia da atividade policial, principalmente do Delegado de Polícia, que tem de indiciar o investigado nas condutas previstas nos tipos penais. Trata-se da situação em que um maior, une-se, previamente ajustando a sua conduta com um menor, a fim de que seja praticado um delito de roubo. Sabemos que o roubo praticado em concurso de duas pessoas ou mais incide em uma causa de aumento de pena, vejamos: § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: (...) II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 47 A dúvida que surge é se o maior se une a um menor, eventualmente para a prática de um crime de roubo, podemos inserir a conduta como roubo com causa de aumento de pena? O STF e o STJ responderam a essa pergunta. EMENTA Habeas corpus. Roubo majorado pelo concurso de agentes. Artigo 157, § 2º, inciso II, do Código Penal. Delito cometido em concurso com menor inimputável. Pretendida exclusão de causa de aumento de pena. Irrelevância. Incidência da majorante. Ordem denegada. 1. O fato de o crime ter sido cometido por duas pessoas, sendo uma delas menor inimputável, não tem o condão de descaracterizaro concurso de agentes, de modo a excluir a causa de aumento prevista no inciso IIdo § 2º do art. 157 do Código Penal. 2. Ordem denegada. (STF - HC: 110425 ES, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 01/12/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-155 DIVULG 07-08-2012 PUBLIC 08-08-2012) No mesmo sentido o STJ: HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. CONCURSO DE PESSOAS. COAUTORIACOM INIMPUTÁVEL. MAJORANTE CONFIGURADA. PENAL. ART. 1º DA LEI N.2.252/1954. CORRUPÇÃO DE MENORES. NATUREZA FORMAL DO DELITO. MENORANTERIORMENTE CORROMPIDO. IRRELEVÂNCIA. 1. O fato de o roubo ter sido praticado junto com agente inimputável não afasta a causa de aumento referente ao concurso de pessoas. (...). (STJ - HC: 150849 DF 2009/0203587-9, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 16/08/2011, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/09/2011) Portanto, ainda que o concurso envolva agente delituoso menor inimputável, a incidência da majorante é clara. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 47 Por fim, vamos verificar o que o STF prevê na súmula 610, acerca da consumação do crime de latrocínio, que nada mais é do que o crime de roubo qualificado pelo resultado morte. Quando ocorre roubo e o resultado é a morte da vítima, ainda que não seja subtraído o bem móvel, temos o crime de latrocínio consumado, nos termos da súmula acima. SUBTRAÇÃO MORTE LATROCÍNIO Consumada Consumada Consumado Tentada Tentada Tentado Consumada Tentada Tentado Tentada Consumada Consumado Súmula 620 ± STF. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 2. Lei 7.716/89 (Crimes de Racismo) O Superior Tribunal de Justiça decidiu, neste ano, que a injúria racial deve ser considerada imprescritível, o que tem gerado diversas críticas por parte da doutrina. 2� IXQGDPHQWR� IRL� R� GH� TXH� ³D� TXHVWmR� GD� LPSUHVFULWLELOLGDGH� GR� delito de injúria racial foi reconhecida ao entendimento de que esse crime, por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspira no sentido da segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Lei 7.71������FXMR�URO�QmR�p�WD[DWLYR´� Seguindo, outro ponto importante que o aluno deve saber, é que proferir manifestação de natureza discriminatória em relação aos homossexuais não configura o crime do art. 20 da Lei n.° 7.716/86, sendo conduta atípica. Assim entendeu o STF. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 47 Outro posicionamento importante, do STJ, é que escrever, editar, divulgar e comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituosas e discriminatórias contra a comunidade judaica constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, art. 5º, XLII). Seguindo, o crime se consuma no local onde forem enviadas as manifestações racistas. Assim, é o entendimento do STJ, vejamos: "STJ - Conexão de provas leva à reunião de processos sobre crimes de racismo cometidos em comunidade virtual ± CC 116926 ± Ministro Relator: SEBASTIÃO REIS JÚNIOR - TERCEIRA SEÇÃO ± 22.02.2013 A competência para processar e julgar o crime de racismo praticado na rede mundial de computadores estabelece-se pelo local de onde partiram as manifestações tidas por racistas. No caso, o procedimento criminal (quebra de sigilo telemático) teve início na Seção Judiciária de São Paulo e culminou na identificação de alguns usuários que, embora domiciliados em localidades distintas, trocavam mensagens em comunidades virtuais específicas, supostamente racistas." 3. Lei nº 8.137/90 (Lei de Crimes Tributários) e Lei nº 8.078/1990 (Crimes Contra o Consumidor) Normalmente, imagina-se que os crimes contra a ordem tributária são apenas aqueles previstos nos arts. 1º e 3º da Lei nº 8.137/90. Mas isso é um engano, pois, existem também crimes tributários tipificados no Código Penal. Vejamos os crimes tributários existentes atualmente: Na Lei nº 8.137/90: 9 Sonegação fiscal (art. 1º); Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 47 9 Crimes da mesma natureza de sonegação fiscal (art. 2º); 9 Crimes funcionais tributários (art. 3º). No Código Penal: 9 Descaminho (art. 334); 9 Sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A); 9 Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A); 9 Excesso de exação (art. 316, § 1º); 9 Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318); 9 Falsificação de papeis públicos (art. 293, I e V). A Lei nº 8.137/90, em seus arts. 1º e 3º, define crimes contra a ordem tributária. Os arts. 1º e 2º da Lei trazem os crimes praticados por particulares contra a ordem tributária. O art. 3º, por sua vez, prevê crimes funcionais contra a ordem tributária, exigindo que sejam praticados por funcionários públicos e em razão da função. Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. Nos crimes tributários é muito comum a invocação da teoria do domínio do fato. Isso porque na maioria dos casos quem pratica a conduta de suprimir ou reduzir tributo é o empregado, gerente ou contador da pessoa jurídica. No entanto, a orientação para que fosse feito dessa forma partiu de um sócio- administrador da empresa. Pela teoria tradicional, o autor é aquela pessoa que pratica o verbo nuclear do tipo. Logo, o empregado, gerente ou contador seriam os autores do delito. A teoria do domínio do fato teve a finalidade de ampliar o conceito de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor aquele que, mesmo não realizando o núcleo do tipo, domina finalisticamente todo o seu desenrolar. Dessa forma, pela teoria do domínio do fato o autor seria o sócio-administrador que decidiu e determinou que fossem praticados os atos necessários à supressão ou redução do tributo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 47 Assim, em 2014 tivemos um julgado, mencionando que o simples fato de o acusado ser sócio e administrador da empresa constante da denúncia não pode levar a crer, necessariamente, que ele tivesse participação nos fatos delituosos, a ponto de se ter dispensado ao menos uma sinalização de sua conduta, ainda que breve, sob pena de restar configurada a repudiada responsabilidade criminal objetiva. Seguindo, vamos ver, primeiramente, a literalidade. Na sequência vamos comentar mais jurisprudências sobre esta lei. Dos Crimes Contra a Ordem Tributária Seção I Dos crimes praticados por particulares Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuiçãosocial e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 47 Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Seção II Dos crimes praticados por funcionários públicos Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 47 I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pessoal, antes de qualquer coisa, o princípio da insignificância pode ser aplicado no caso de crimes tributários? Sim, é plenamente possível que incida o princípio da insignificância tanto nos crimes contra a ordem tributária previstos na Lei n.º 8.137/90 como também no caso do descaminho (art. 334 do CP). A jurisprudência criou a tese de que nos crimes tributários, para decidir se incide ou não o princípio da insignificância, será necessário analisar, no caso concreto, o valor dos tributos que deixaram de ser pagos. Tradicionalmente, esse valor era de 10 mil reais. Assim, se o montante do tributo que deixou de ser pago era igual ou inferior a 10 mil reais, não havia crime tributário, aplicando-se o princípio da insignificância. Para o STF, o fato de a Portaria 75/2012 do Ministério da Fazenda ter aumentado o patamar de 10 mil reais para 20 mil reais produz efeitos penais. Logo, o novo valor máximo para fins de aplicação do princípio da insignificância nos crimes tributários passou a ser de 20 mil reais para este tribunal, já o STJ permaneceu com o limite de 10 mil. Outra informação importante, é que o crime tributário material somente se consuma quando houver a constituição definitiva do crédito Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 47 tributário, nos termos da Súmula vinculante 24-STF: "Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no artigo 1°, incisos I a IV, da Lei n" 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo". Outra coisa, é pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal (Súmula 609). Seguindo, o tipo penal do art. 3º, II, da Lei 8.137/1990 descreve crime de mão própria praticado por funcionário público, mas não exige que o servidor tenha a atribuição específica de lançamento tributário. Segundo o STJ, o termo inicial do prazo prescricional da pretensão punitiva do crime previsto no art. 2º, I, da Lei 8.137/1990 ("fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo") é a data em que a fraude é perpetrada, e não a data em que ela é descoberta. Isso porque o referido tipo tem natureza de crime formal, instantâneo, sendo suficiente a conduta instrumental, haja vista não ser necessária a efetiva supressão ou redução do tributo para a sua consumação, bastando o emprego da fraude. Assim, o fato de a fraude ter sido empregada em momento determinado, ainda que irradie efeitos até ser descoberta, não revela conduta permanente, mas sim, crime instantâneo de efeitos permanentes. (...) Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores; II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial; III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 47 vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadoriasde qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo; IV - fraudar preços por meio de: a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço; b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto; c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado; d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços; V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais; VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação; VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária; VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros; IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo; Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 47 modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte. Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação de consumo), é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão em condições impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para a comprovação da materialidade delitiva, auto de infração informando a inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) nas mercadorias expostas à venda (art. 18, § 6º, II, do CDC, c/c decreto estadual que conceitua os requisitos da propriedade ao consumo de alimentos e bebidas para fins de comercialização). O art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 tipifica como crime contra as relações de consumo a conduta de "vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo". Da leitura do dispositivo legal em comento, percebe-se que se trata de delito que deixa vestígios materiais, sendo indispensável, portanto, a realização de perícia para a sua comprovação, nos termos do art. 158 do CPP ("Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado"). Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 47 3. Questões propostas 01. (FUNCAB ± PCPA ± Investigador/Escrivão de Polícia Civil ± 2016) Afim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca barbitúricos em sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher efetiva a subtração e deixa o local, sendo certo que o lesado somente vem a acordar algumas horas depois. Nesse contexto, é correto afirmar que Marinalda praticou crime de: a) furto qualificado. b) apropriação indébita. c) estelionato. d) extorsão. e) roubo. 02. (CESPE ± UNB ± PCPE ± Delegado de Polícia ± 2016) Na análise das classificações e dos momentos de consumação, busca-se, por meio da doutrina e da jurisprudência pátria, enquadrar consumação e tentativa nos diversos tipos penais. A esse respeito, assinale a opção correta. Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível para a consumação do crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa, caso em que se deve aplicar a teoria da ablatio. 03. (FUNIVERSA ± PCGO ± Papiloscopista - 2015) Pedro subtraiu o veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com emprego de arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado em busca efetuada pelos policiais. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 47 Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta. a) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, tranquila e(ou) desvigiada do veículo. b) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou possuidor do veículo, uma vez que foi capturado pouco tempo depois do crime. c) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou roubo consumado. d) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também denominada de amotio, Pedro praticou roubo consumado. e) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo consumado. 04. (VUNESP ± SP ± PCCE ± Escrivão de Polícia ± 2015) No crime de furto, caracteriza-se como causa de aumento de pena, mas não qualificadora do crime a) a prática do crime mediante concurso de duas ou mais pessoas. b) a prática do crime durante o repouso noturno c) a prática do crime com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza. d) a prática do crime com emprego de chave falsa. e) a prática do crime com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. 05. (FGV ± RJ ± MPRJ - Estágio Forense ± 2014) No decorrer de um roubo com emprego de arma de fogo, João, autor da infração, ante o fato de a vítima resistir à entrega do bem almejado, desfere um disparo contra ela, que vem a falecer em decorrência do ferimento provocado. Após cessada a ação violenta, João foge da cena criminosa sem se apossar do produto do delito. A tipificação penal da conduta de João é: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 47 a) roubo tentado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 c/c Art. 14, II e Art. 121 do Código Penal); b) roubo consumado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 e Art. 121 do Código Penal); c) latrocínio consumado (Art. 157 § 3º, in fine do Código Penal); d) latrocínio tentado (Art. 157 §3º, in fine c/c Art. 14, II, do Código Penal); e) roubo tentado em concurso com latrocínio consumado (Art. 157 c/c Art. 14, II e Art. 157 § 3º, in fine, do Código Penal). 06. (CESPE ± UNB ± TJSE ± Analista Direito ± 2014) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Na hipótese de condenação pelaprática de roubo circunstanciado pelo concurso de agentes e pelo emprego de arma, o juiz deve fundamentar concretamente o aumento na terceira fase de aplicação da pena, sendo insuficiente, para a sua exasperação, a mera indicação do número de majorantes. 07. (VUNESP ± SP ± PCSP ± Delegado de Polícia ± 2014) Para VXEWUDLU� XP� DXWRPyYHO�� ³;´�� GH� IRUPD� YLROHQWD�� GDQLILFRX� D� VXD� SRUWD�� 1HVVH�FDVR��³;´�GHYHUi�UHVSRQGHU a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a porta. b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade. c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção. d) pelos crimes de furto e de dano. e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade. 08. (CESPE ± UNB ± PRF ± Policial Rodoviário Federal ± 2013) Considere a seguinte situação hipotética. Pedro e Marcus, penalmente responsáveis, foram flagrados pela polícia enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o emprego de arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 47 que portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir com a importância subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, em conluio, praticaram o crime de roubo tentado. 09. (2016 ± CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) Da sentença penal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for condenatória, emergem-se os efeitos penais e extrapenais. Acerca dos efeitos da condenação penal, assinale a opção correta. A) A licença de localização e de funcionamento de estabelecimento onde se verifique prática de exploração sexual de pessoa vulnerável, em caso de o proprietário ter sido condenado por esse crime, não será cassada, dada a ausência de previsão legal desse efeito da condenação penal. B) A condenação por crime de racismo cometido por proprietário de estabelecimento comercial sujeita o condenado à suspensão do funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, devendo esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal condenatória. C) Segundo o CP, constitui efeito automático da condenação a perda de cargo público, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a administração pública. D) A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público e a interdição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, desde que fundamentada na sentença condenatória, não sendo efeito automático da condenação. 10. (CESPE - 2012 - AGU - Advogado) Com relação aos delitos de preconceito e de lavagem de dinheiro e dos delitos contra o sistema financeiro nacional, julgue os próximos itens. O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de computadores consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações racistas. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 47 11. (CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - Regional) Julgue o item. Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e ela aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a autorizar o casamento da filha, pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, solicitou a Carolina que lhe dissesse que o motivo da sua recusa era o fato de ele ser ateu. Nessa situação, o pai de Carolina cometeu infração penal. 12. (2016 ± CONSULPLAN - TJ-MG) De acordo com a Lei nº 7.716/1989, constitui crime A) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica. B) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica. C) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do nazismo. D) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do cristianismo. 13. (CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador) Considerando a interpretação do STJ e do STF a respeito da legislação penal extravagante, julgue os itens. Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto na Lei n.º 8.137/1990, apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o lançamento definitivo do tributo como condição objetiva de punibilidade, o plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula vinculante tendente a consolidar tal entendimento. 14. (CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justiça) Acerca dos crimes contra a ordem tributária e econômica, o consumidor e as relações de consumo e o meio ambiente, julgue os itens. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 47 Nos crimes previstos na Lei n.º 8.137/1990, materiais ou formais, a decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição objetiva de punibilidade. 15. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Julgue os itens. Os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são punidos, apenas, na modalidade dolosa. 16. (2016 - FCC - Prefeitura de Campinas ± Procurador) A conduta de deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ao comprador de mercadoria constitui crime contra A) a Administração pública direta. B) as relações de consumo. C) a ordem econômica. D) o consumidor. E) a ordem tributária. 17. (CESPE - 2012 - SEAD-SE ± Procurador) Por ausência de previsão expressa no Código de Defesa do Consumidor, não é possível a punição na modalidade culposa pela prática de crimes contra as relações de consumo. 18. (DPE-AC ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) A respeito das infrações penais, julgue os itens. O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a forma culposa. 19. (DPE-AC ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) A respeito das infrações penais, julgue os itens. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 47 As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo imprescindível para a caracterização do delito a comprovação do efetivo dano ao consumidor. 20. (TJ-CE ± 2012 ± Cespe ± Juiz) A propósito das normas de direito penal e processual penal previstas no CDC, julgue os itens. O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que, no âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá criminalmente se agir dolosamente. 21. (DPE-SE ± 2012 ± Cespe ± Defensor Público) Constitui conduta tipificada no CDC como crime contra as relações de consumo empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática,antisséptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária. 22. (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Mostrar texto associado à questão O anúncio veiculado por uma associação de empresas de transporte coletivo que recomendava o uso de ônibus, contemplando o cartaz afixado na traseira dos veículos o desenho de um cemitério, com slogan alusivo ao destino final dos usuários de vans, claramente amedrontando os passageiros para desencorajar o transporte clandestino, é exemplo real de publicidade abusiva, na modalidade de exploração do medo, enquadrando-se como ilícito penal previsto no Código de Defesa do Consumidor. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 47 4. Questões comentadas 01. (FUNCAB ± PCPA ± Investigador/Escrivão de Polícia Civil ± 2016) Afim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca barbitúricos em sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher efetiva a subtração e deixa o local, sendo certo que o lesado somente vem a acordar algumas horas depois. Nesse contexto, é correto afirmar que Marinalda praticou crime de: a) furto qualificado. b) apropriação indébita. c) estelionato. d) extorsão. e) roubo. Resposta: item E. Comentário: O ato de Marinalda colocar barbitúricos na bebida pode ser entendido como ao "reduzido à impossibilidade de resistência" previsto como forma de violência, é a chamada violência imprópria. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 47 02. (CESPE ± UNB ± PCPE ± Delegado de Polícia ± 2016) Na análise das classificações e dos momentos de consumação, busca-se, por meio da doutrina e da jurisprudência pátria, enquadrar consumação e tentativa nos diversos tipos penais. A esse respeito, assinale a opção correta. Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível para a consumação do crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa, caso em que se deve aplicar a teoria da ablatio. Resposta: incorreto. Comentário: Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. Esse foi o entendimento que foi passado para vocês na parte teórica da nossa aula, inclusive é o entendimento do STF e do STJ quanto ao momento consumativo do crime de roubo e furto. A teoria adotada é a chama teoria do amotio e não a do ablatio. 03. (FUNIVERSA ± PCGO ± Papiloscopista - 2015) Pedro subtraiu o veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com emprego de arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado em busca efetuada pelos policiais. Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta. a) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, tranquila e(ou) desvigiada do veículo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 47 b) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou possuidor do veículo, uma vez que foi capturado pouco tempo depois do crime. c) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou roubo consumado. d) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também denominada de amotio, Pedro praticou roubo consumado. e) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo consumado. Resposta: item D. Comentário: Momento consumativo do furto Já sabemos que a teoria para a consumação do furto e também do roubo é a teoria do amotio ou apprehensio, segundo a qual o crime se consuma independentemente da posse mansa e pacífica. No entanto, vale a pena conhecer as demais teorias, que foram abordadas nos itens da questão acima. x A teoria da "contrectatio", para a qual a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa alheia; x A teoria da "apprehensio" ou "amotio", segundo a qual se consuma esse crime quando a coisa passa para o poder do agente; x A teoria da "ablatio", que tem a consumação ocorrida quando a coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para outro; e x A teoria da "illatio", que exige, para ocorrer a consumação, que a coisa seja levada ao local desejado pelo agente delituoso para tê-la a salvo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 47 04. (VUNESP ± SP ± PCCE ± Escrivão de Polícia ± 2015) No crime de furto, caracteriza-se como causa de aumento de pena, mas não qualificadora do crime a) a prática do crime mediante concurso de duas ou mais pessoas. b) a prática do crime durante o repouso noturno c) a prática do crime com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza. d) a prática do crime com emprego de chave falsa. e) a prática do crime com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Resposta: item B. Comentário: Basta lembrar dos dispositivos legais do CP que versam sobre o crime de furto, e verificar quais são as hipóteses de causa de aumento de pena e de qualificadoras. Causas de aumento e diminuição de pena: § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Hipóteses de furto qualificado: Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 47 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.05. (FGV ± RJ ± MPRJ - Estágio Forense ± 2014) No decorrer de um roubo com emprego de arma de fogo, João, autor da infração, ante o fato de a vítima resistir à entrega do bem almejado, desfere um disparo contra ela, que vem a falecer em decorrência do ferimento provocado. Após cessada a ação violenta, João foge da cena criminosa sem se apossar do produto do delito. A tipificação penal da conduta de João é: a) roubo tentado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 c/c Art. 14, II e Art. 121 do Código Penal); b) roubo consumado em concurso com homicídio consumado (Art. 157 e Art. 121 do Código Penal); c) latrocínio consumado (Art. 157 § 3º, in fine do Código Penal); d) latrocínio tentado (Art. 157 §3º, in fine c/c Art. 14, II, do Código Penal); e) roubo tentado em concurso com latrocínio consumado (Art. 157 c/c Art. 14, II e Art. 157 § 3º, in fine, do Código Penal). Resposta: item C. Comentário: Basta lembrar do teor da Súmula 610 STF: "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente subtração de bens da vítima." Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 47 Para ajudar na fixação, vamos relembrar o quadro resumo colocado na parte teórica para o melhor entendimento da súmula: SUBTRAÇÃO MORTE LATROCÍNIO Consumada Consumada Consumado Tentada Tentada Tentado Consumada Tentada Tentado Tentada Consumada Consumado 06. (CESPE ± UNB ± TJSE ± Analista Direito ± 2014) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Na hipótese de condenação pela prática de roubo circunstanciado pelo concurso de agentes e pelo emprego de arma, o juiz deve fundamentar concretamente o aumento na terceira fase de aplicação da pena, sendo insuficiente, para a sua exasperação, a mera indicação do número de majorantes. Gabarito: item correto. Comentário: Vamos verificar o que diz a súmula 443, do STJ. A questão foi criada com base nessa súmula. Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes." Fique ligado nessa súmula, pois ela costuma ser cobrada de forma literal em provas de concursos. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 47 07. (VUNESP ± SP ± PCSP ± Delegado de Polícia ± 2014) Para VXEWUDLU� XP� DXWRPyYHO�� ³;´�� GH� IRUPD� YLROHQWD�� GDQLILFRX� D� VXD� SRUWD�� 1HVVH�FDVR��³;´�GHYHUi�UHVSRQGHU a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a porta. b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade. c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção. d) pelos crimes de furto e de dano. e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade. Resposta: item C. Comentário: "X" responderá apenas por furto, uma vez que o crime de dano (crime meio) restou absorvido pelo crime de furto (crime fim). Percebe-se que a intenção de "X" era desde o princípio cometer o furto, no entanto, danificar a porta do veículo, causando o dano, era o meio necessário para o sucesso da subtração do automóvel. Assim, responderá somente pelo crime fim, no caso, o furto. 08. (CESPE ± UNB ± PRF ± Policial Rodoviário Federal ± 2013) Considere a seguinte situação hipotética. Pedro e Marcus, penalmente responsáveis, foram flagrados pela polícia enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o emprego de arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, que portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir com a importância subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, em conluio, praticaram o crime de roubo tentado. Resposta: incorreto. Comentário: Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 47 Roubo consumado. Teoria do Amotio (aceita pelo STF e STJ): Segundo essa teoria, a consumação ocorre quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto espaço de tempo, independentemente de deslocamento ou posse mansa ou pacífica da coisa subtraída. 09. (2016 ± CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) Da sentença penal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for condenatória, emergem-se os efeitos penais e extrapenais. Acerca dos efeitos da condenação penal, assinale a opção correta. A) A licença de localização e de funcionamento de estabelecimento onde se verifique prática de exploração sexual de pessoa vulnerável, em caso de o proprietário ter sido condenado por esse crime, não será cassada, dada a ausência de previsão legal desse efeito da condenação penal. B) A condenação por crime de racismo cometido por proprietário de estabelecimento comercial sujeita o condenado à suspensão do funcionamento de seu estabelecimento, pelo prazo de até três meses, devendo esse efeito ser motivadamente declarado na sentença penal condenatória. C) Segundo o CP, constitui efeito automático da condenação a perda de cargo público, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a administração pública. D) A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público e a interdição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, desde que fundamentada na sentença condenatória, não sendo efeito automático da condenação. Comentários: 1D�OHWUD�³$´��VHUi�FDVVDGD��SRLV�FRQVWLWXL�HIHLWR�RErigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 47 estabelecimento. 1D�OHWUD�³%´� constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. 1D�OHWUD�³&´��QmR constitui efeito automático da condenação. 1D� OHWUD� ³'´�� D� FRQGHQDomR� DFDUUHWDUi� D� SHUGD� GR� FDUJR�� IXQomR� RX� emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. E, segundo o STF, a perda do cargo, função ou emprego público ± que configura efeito extrapenal secundário ± constitui consequência necessária que resulta, automaticamente, de pleno direito, da condenação penal imposta ao agente público pela prática do crime de tortura. Gabarito: B. 10. (CESPE - 2012 - AGU - Advogado) Com relação aos delitos de preconceito e de lavagem de dinheiro e dos delitos contra o sistema financeiro nacional, julgueos próximos itens. O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de computadores consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações racistas. Comentários: Aqui temos uma questão mais elaborada, o crime se consuma no local onde forem enviadas as manifestações racistas. Assim, é o entendimento do STJ, vejamos: "STJ - Conexão de provas leva à reunião de processos sobre crimes de racismo cometidos em comunidade virtual ± CC 116926 ± Ministro Relator: SEBASTIÃO REIS JÚNIOR - TERCEIRA SEÇÃO ± 22.02.2013 A competência para processar e julgar o crime de racismo praticado na rede mundial de computadores estabelece-se pelo local de onde partiram as manifestações tidas por racistas. No caso, o procedimento criminal (quebra de sigilo telemático) teve início na Seção Judiciária de São Paulo e culminou na identificação de alguns Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 47 usuários que, embora domiciliados em localidades distintas, trocavam mensagens em comunidades virtuais específicas, supostamente racistas." Gabarito: E. 11. (CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - Regional) Julgue o item. Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e ela aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a autorizar o casamento da filha, pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, solicitou a Carolina que lhe dissesse que o motivo da sua recusa era o fato de ele ser ateu. Nessa situação, o pai de Carolina cometeu infração penal. Comentários: Pessoal, a conduta do pai de Carolina vai ao encontro do crime previsto QR�DUW�����GD�/HL�Q����������³Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional�´��� Quanto ao dolo de não ofender o noivo é irrelevante, pois não se trata de crime de injúria racial, tipificado no art. 140 do CP. Sendo um crime de ação múltipla, só responderá por um crime, ok? Gabarito: E. 12. (2016 ± CONSULPLAN - TJ-MG) De acordo com a Lei nº 7.716/1989, constitui crime A) fabricar ornamentos que utilizem a cruz suástica. B) distribuir distintivos que utilizem a cruz suástica. C) comercializar emblemas que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do nazismo. D) fabricar símbolos que utilizem a cruz gamada, para fins de divulgação do cristianismo. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 47 Comentários: O § 1º do art. 20º da Lei, menciona que fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo, é crime punido com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. Gabarito: C. 13. (CESPE - 2010 - TCE-BA - Procurador) Considerando a interpretação do STJ e do STF a respeito da legislação penal extravagante, julgue os itens. Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto na Lei n.º 8.137/1990, apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o lançamento definitivo do tributo como condição objetiva de punibilidade, o plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula vinculante tendente a consolidar tal entendimento. Comentários: Não tipifica antes do lançamento definitivo. Vejamos: ³67)�6~PXOD�9Lnculante nº 24 - PSV 29 - DJe nº 30/2010 - Tribunal Pleno de 02/12/2009 - DJe nº 232, p. 1, em 11/12/2009 - DOU de 11/12/2009, p. 1 Tipificação - Crime Material Contra a Ordem Tributária - Lançamento do Tributo Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do WULEXWR�´ Gabarito: E. 14. (CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justiça) Acerca dos crimes contra a ordem tributária e econômica, o consumidor e as relações de consumo e o meio ambiente, julgue os itens. Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 47 Nos crimes previstos na Lei n.º 8.137/1990, materiais ou formais, a decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição objetiva de punibilidade. Comentários: O erro está na afirmação dos crimes previsto na Lei n. 8.137/90 são materiais ou formais. Note que o crime disciplinado no art. 1º da citada lei, por exemplo, é crime material ou de resultado. Contudo, consoante o entendimento no HC 81.611/DF do STF, a decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição objetiva de punibilidade. Gabarito: E. 15. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Julgue os itens. Os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são punidos, apenas, na modalidade dolosa. Comentários: Boa questão! O parágrafo único do art. 7º da Lei, deixa evidente as forma culposas. Vejamos: ³Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: (...) II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial; III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo; Jurisprudências (STF e STJ) ʹ L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais. Teoria e Exercícios Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva ʹ Aula 09 Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 47 IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo; Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte´� Gabarito: E. 16. (2016 - FCC - Prefeitura de Campinas ± Procurador) A conduta de deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ao comprador de mercadoria constitui crime contra A) a Administração pública direta. B) as relações de consumo. C) a ordem econômica. D) o consumidor. E) a ordem tributária. Comentários: A Lei 8.137/90 menciona no seu art. 1°, inciso V, que constitui crime contra a ordem tributária quando o agente nega ou deixa de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Gabarito: E. 17. (CESPE - 2012 - SEAD-SE ± Procurador) Por ausência de previsão expressa no Código de Defesa do Consumidor, não é possível a punição na modalidade culposa pela prática de crimes contra as relações de
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