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Caderno de Segurança do Trabalho (Ergonomia e Saúde Ocupacional) RDDi

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Técnico em Segurança do Trabalho 
Maria Luísa Corrêa Muniz 
 
 
 
 
2015 
Ergonomia e 
Saúde Ocupacional 
 
 
 
 
 
 
 
Presidenta da República 
Dilma Vana Rousseff 
 
Vice-presidente da República 
Michel Temer 
 
Ministro da Educação 
Renato Janine Ribeiro 
 
Secretário de Educação Profissional e 
Tecnológica 
Marcelo Machado Feres 
 
Coordenação Geral de Fortalecimento 
Carlos Artur de Carvalho Arêas 
 
Coordenador Rede e-Tec Brasil 
Cleanto César Gonçalves 
 
 
 
 
Governador do Estado de Pernambuco 
Paulo Henrique Saraiva Câmara 
 
Vice-Governador do Estado de Pernambuco 
Raul Jean Louis Henry Junior 
 
Secretário de Educação e Esportes de 
Pernambuco 
Frederico da Costa Amâncio 
 
Secretário Executivo de Educação Profissional 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
Gerente Geral de Educação Profissional 
Maria do Socorro Rodrigues dos Santos 
 
Gestor de Educação à Distância 
George Bento Catunda 
 
 
 
 
 
Coordenação do Curso 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação de Design Instrucional 
Renata Marques de Otero 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Eliane Azevêdo 
 
Diagramação 
Klébia Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3 
1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER E IDENTIFICAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE 
OCUPACIONAL NECESSÁRIOS À ORGANIZAÇÃO, ASSESSORANDO-A NO CUMPRIMENTO DAS 
POLÍTICAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST) ...................................................... 6 
1.1 Histórico da Saúde Ocupacional ............................................................................. 6 
1.2 Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). ...................................................... 11 
1.3 Norma regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA). ......................................................................................................................... 18 
2. COMPETÊNCIA 02 |ESTABELECER AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PARA A 
PROMOÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO. ................................ 25 
2.1 Ricos Ambientais .................................................................................................. 25 
2.2 Mapa de Risco ...................................................................................................... 32 
2.3 Medidas de Prevenção dos Riscos ....................................................................... 38 
3. COMPETÊNCIA 03 | ESTRUTURAR E DESENVOLVER AVALIAÇÃO ERGONÔMICA NOS 
AMBIENTES DE TRABALHO ..................................................................................................... 50 
3.1 Surgimento da Ergonomia .................................................................................... 50 
3.2 Classificação da Ergonomia .................................................................................. 55 
3.3 Risco Ergonômico ................................................................................................. 56 
3.4 Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia .......................................................... 61 
3.4.1 Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais ....................... 62 
3.4.2 Mobiliário dos Postos de Trabalho .................................................................... 64 
3.4.3 Equipamentos dos Postos de Trabalho ............................................................. 66 
3.4.4 Condições Ambientais de Trabalho ................................................................... 67 
3.4.5 Organização do Trabalho .................................................................................. 68 
3.5 Análise Ergonômica de Trabalho (AET) ................................................................ 69 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 74 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 75 
CURRÍCULO DO PROFESSOR ................................................................................................... 77 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
INTRODUÇÃO 
Caro cursista, 
Seja bem vindo à disciplina Ergonomia e Saúde do Trabalho do curso de 
Técnico de Segurança do Trabalho! 
Vamos seguir juntos nesta jornada e aproveitar este momento de interação 
para aprendermos um pouco sobre Saúde Ocupacional e Ergonomia. 
Entenderemos qual a importância dessa disciplina na prática diária do técnico 
de segurança do trabalho e como os conhecimentos dela irão dar consistência 
e facilitar as ações a serem realizadas por este profissional. 
Podemos destacar vários questionamentos que ao longo da disciplina vamos 
responder, como por exemplo: 
Quando e por que surgiu a preocupação com as condições laborais dentro das 
indústrias? Quais são os serviços que atuam na Saúde Ocupacional dos 
trabalhadores e como eles se estruturam e atuam nas empresas? Quais são os 
fatores de risco ambientais e por que a necessidade de identificá-los? O que é 
um mapa de risco, qual a sua importância e como é feita a sua elaboração? 
Quais os cuidados que se deve tomar ao elaborar medidas de prevenção em 
um local de trabalho? Quando surgiu a ergonomia e como ela se classifica? 
Como é realizada a análise ergonômica do trabalho? 
Pretendemos esclarecer e discutir todas as perguntas acima e acreditamos 
que ao fim da disciplina você, prezado cursista, estará apto a respondê-las. 
Mas não apenas isso, ao final, você, além de obter o conhecimento teórico, 
será capaz de identificar os riscos ambientais existentes em locais de 
trabalhos diversos e saberá elaborar um mapa de risco, além de ter as 
informações necessárias para colocar em prática uma análise ergonômica do 
trabalho. 
 
 
 4 
Técnico em Segurança do Trabalho 
A definição de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a de 
um completo bem estar físico, psíquico, social e espiritual, além disso, ela é 
vista como um processo, uma construção do ser humano. A saúde e o 
trabalho, atualmente, já carregam uma relação de causa e efeito bem 
definida. Sendo assim, o trabalho termina por ser um dos determinantes 
dessa construção, ou seja, um dos determinantes da saúde dos cidadãos. 
Caro cursista, as ideias apresentadas anteriormente, levam-nos a concluir que 
o ambiente do trabalho, os equipamentos utilizados e a organização das 
atividades são fatores decisivos para a saúde dos trabalhadores. Por isso, a 
grande importância de estudar a saúde ocupacional, os fatores de risco para 
doenças e acidentes existentes no ambiente laboral e as medidas de 
prevenção de agravos. Para conseguirmos resultados positivos é necessário 
um esforço conjunto dos empregadores, dos trabalhadores, do Estado e da 
sociedade civil para melhorarmos a segurança, a saúde e o bem-estar no 
trabalho. 
Dessa forma, vamos começar a 1ª competência fazendo um apanhado 
histórico geral da saúde ocupacional e comentando como e quando surgiram 
os primeiros serviços voltados à prevenção de agravos em funcionários. Além 
disso, serão abordados através de Normas Regulamentadoras (NRs) alguns 
serviços que atualmente prestam atendimento de prevenção de doenças e 
acidentes no local de trabalho. 
Na 2ª competência, iremos conhecer os riscos ambientais detalhadamente e, 
posteriormente, aprenderemos o que é o mapa de risco, a suaimportância e 
o passo a passo na sua elaboração. Mas não vamos parar por aqui, após 
aprendermos a identificar os riscos começaremos a pensar em medidas para 
preveni-los e deixar o local de trabalho o mais saudável possível. 
Encerraremos esta disciplina na 3ª competência em que será abordada uma 
ciência denominada Ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a sua 
importância, classificação e campo de aplicação. Por fim, iremos compreender 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
como realizar uma análise ergonômica do trabalho e qual a sua importância e 
utilidade. 
Bons estudos! 
 
 
 6 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER E IDENTIFICAR OS SERVIÇOS 
DE SAÚDE OCUPACIONAL NECESSÁRIOS À ORGANIZAÇÃO, 
ASSESSORANDO-A NO CUMPRIMENTO DAS POLÍTICAS DE 
SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST) 
Caro aluno, iniciaremos a 1ª competência desta disciplina fazendo uma 
abordagem geral do histórico da saúde ocupacional. Vamos compreender 
quando surgiu a preocupação com a saúde dos trabalhadores e quais foram as 
medidas tomadas inicialmente na época da Revolução Industrial visando à 
redução dos acidentes e à prevenção dos riscos existentes no ambiente 
laboral. Compreenderemos também como esse contexto levou à criação dos 
primeiros serviços de saúde ocupacional e, também, quais são eles 
atualmente e como funcionam dentro das empresas. 
1.1 Histórico da Saúde Ocupacional 
O homem foi percebendo que algumas substâncias de origem animal, vegetal 
ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas são capazes de produzir 
doenças e até mesmo de causar a morte. 
Há cerca de 400 anos, Paracelso discorreu: 
“Todas as substâncias são tóxicas. Não há uma que não seja veneno. A dose 
correta é que diferencia um veneno de um remédio.” 
Através dessa reflexão e com os conhecimentos mais atuais, podemos 
concluir que qualquer substância presente no ambiente do trabalho pode vir 
a produzir algum efeito adverso quando em contato com o organismo 
humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
 
 
 
 
 Figura 01 – Mineradores (Painel do Museu do Ouro – MG) 
 Fonte: http://guayaberamineira.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html (2012) 
É importante resaltar que diversos fatores em conjunto vão interferir no 
desenvolvimento de alguma doença ocupacional, como por exemplo: o tempo 
de exposição ao agente, a concentração das substâncias, a quantidade do 
agente no ambiente laboral, a intensidade da exposição e a suscetibilidade 
individual do trabalhador. 
Sendo assim, quanto maior for o tempo e a intensidade de exposição ao 
agente, à concentração das substâncias, à quantidade do agente no ambiente 
laboral, mais vulneráveis ao adoecimento estarão os trabalhadores. 
Entretanto, o aparecimento ou agravamento das doenças ocupacionais serão 
determinados pela suscetibilidade individual, ou seja, características 
particulares de cada pessoa. Algumas pessoas são mais altas, outras são 
magras, umas possuem a pele escura, outras, a imunidade mais baixa e 
determinados grupos têm uma facilidade maior a adquirir determinadas 
doenças quando comparados a outros. 
Um grande marco para o surgimento da Saúde Ocupacional foi a Revolução 
Industrial que se iniciou na Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e ocorreu 
entre 1760 e 1850. Nessa época, as condições de trabalho eram precárias, 
não havia limites nas jornadas de serviço, o ambiente era fechado e as 
máquinas sem nenhuma proteção. Consequentemente, as doenças, os 
acidentes com mutilações e óbitos eram numerosos e as doenças 
infectocontagiosas se disseminavam. 
 
 
 8 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
Figura 02 – Ilustração de Fábricas 
Fonte: http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-
ciencia-11-crise-da-fisica-1.html (2012) 
Nesse momento, em que a força de trabalho era explorada de forma 
desumana visando apenas à produtividade das grandes indústrias, tornou-se 
necessária uma intervenção, sob a pena de inviabilidade de sobrevivência dos 
trabalhadores. Foi nesse contexto que surgiu, na Inglaterra, a medicina do 
trabalho. 
O interesse inicial pela medicina do trabalho brotou de um proprietário de 
uma fábrica têxtil chamado Robert Dernham que estava preocupado com a 
saúde dos seus trabalhadores que não dispunham de nenhum cuidado 
médico, além dos prestados por instituições filantrópicas. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 03 - Crianças Trabalhando em Fábrica Têxtil 
 Fonte: http://profvalquiriahistoria.blogspot.com.br/2009/05/as-muitas-faces-da- 
 revolucao-industrial.html (2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
 
Dernham procurou o seu médico particular, Robert Baker, e lhe questionou 
qual seria a melhor maneira para ele resolver esta situação. A resposta de 
Baker foi: 
"Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de 
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a 
fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira 
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar 
que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que 
possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você 
poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha 
autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos 
meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o 
médico unicamente é que deve ser responsabilizado". 
Surgiu, assim, em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para 
trabalhar em sua fábrica, o primeiro serviço de medicina do trabalho. 
Vamos agora reler atentamente a resposta dada por Baker. Se prestarmos 
atenção, poderemos observar que em suas palavras despontam os elementos 
básicos das expectativas do capital quanto às finalidades de um serviço de 
medicina do trabalho: 
 Serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que 
estivessem dispostas a defendê-lo; 
 Serviços que fossem centrados na figura do médico; 
 Seria uma tarefa eminentemente médica a prevenção dos danos à 
saúde resultantes dos riscos do trabalho; 
 Ao médico cabia a responsabilidade pela ocorrência de problemas de 
saúde. 
 
 
 
 10 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
Devido à inexistência ou precariedade dos serviços de saúde e por contemplar 
as expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se difundiu 
rapidamente entre vários países. Os serviços de medicina do trabalho 
passaram a criar e manter a dependência do trabalhador e de seus familiares 
ao mesmo tempo em que controlava diretamente a força de trabalho. 
Algumas indústrias, em especial nos Estados Unidos, mantiveram-se muito 
resistentes em prestar uma atenção especial aos problemas de saúde de seus 
trabalhadores. As primeiras iniciativas em relação a serviços médicos apenas 
surgiram a partir do aparecimento da legislação sobre indenizações em casos 
de acidentes de trabalho. Nestes casos, o interesse principal dos 
empregadores era reduzir o custo das indenizações. 
Como se deu a evolução da Saúde Ocupacional aqui no Brasil? 
A América Latina, incluindo o Brasil, passou pelo processo da Revolução 
Industrial por volta de 1930, bem mais tarde que os países norte-americanos 
e europeus. Apesar da experiência já vivida pelos demais países, passamos 
pelas mesmas fases. Em 1970, o Brasil já era consideradoo campeão de 
acidentes de trabalho. 
Aqui no Brasil os serviços médicos dentro das empresas foram criados por 
iniciativa dos empregadores e são razoavelmente recentes. Inicialmente 
consistia em assistência médica gratuita para os trabalhadores, provenientes, 
de forma geral, do campo. Apesar da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT) recomendar serviços com caráter essencialmente preventivos, os 
brasileiros eram eminentemente curativos e assistenciais. Apenas em 1972 o 
governo brasileiro baixou a portaria nº 3237 e tornou obrigatória a existência 
dos serviços médicos, de higiene e segurança em todas as empresas com mais 
de 100 trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
1.2 Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). 
O SESMT tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do 
trabalhador no seu local de trabalho. É obrigatório que as empresas privadas 
e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos 
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT mantenham os Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Mais 
à frente veremos que, embora todas as empresas estejam obrigadas a 
cumprir o contido nas Normas Regulamentadoras (NR), nem todas estão 
obrigadas a constituir o SESMT. 
 
 
 
 
Figura 04 - Objetivos do SESMT 
Fonte: http://segprevi.blogspot.com.br/2011/03/profissionais-que-compoem-o-
sesmt.html (2013) 
Para realizar o dimensionamento do SESMT, ou seja, definir quantos 
funcionários de cada categoria será necessário na sua composição, é preciso 
duas informações: a gradação do risco da atividade principal da empresa e o 
número total de empregados do estabelecimento. Essas informações podem 
ser obtidas nos quadros I e II da NR-4. 
O quadro I contém, para cada Classificação Nacional de Atividades 
Econômicas – CNAE, o grau de risco correspondente que varia de 1 a 4, em 
escala crescente de risco. Já o quadro II contém a composição mínima 
 
 
 12 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
obrigatória do SESMT, em função do grau de risco estabelecido no quadro I, e 
da quantidade de empregados do estabelecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 05 - Dimensionamento do SESMT 
 Fonte: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr4_5.htm (2013) 
Ao observarmos o quadro II, podemos constatar que quando o número de 
empregados no estabelecimento alcança o patamar entre 2.001 e 3.500, para 
todos os graus de risco, o auxiliar de enfermagem do trabalho começa a ser 
obrigatório e o enfermeiro do trabalho ainda não. Esse trecho da NR – 4 vai 
de encontro ao disposto na lei do exercício profissional da equipe de 
enfermagem, que deixa bastante claro que o auxiliar de enfermagem só pode 
 
 
Confira a NR-4 
na íntegra com 
todos os seus 
quadros no link 
abaixo: 
http://portal. 
mte.gov.br/data
/files/8A7C812D
308E21660130D
26E7A5C0B97/ 
nr_04.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
exercer suas funções quando supervisionado por um enfermeiro. Sendo 
assim, para que os auxiliares de enfermagem não estejam praticando o 
exercício ilegal da sua profissão, torna-se obrigatória a contratação de 
enfermeiros já no patamar entre 2.001 e 3.500 empregados. 
Os canteiros de obras e as frentes de trabalho que tenham menos de mil 
empregados e que estejam situados no mesmo Estado, Território ou Distrito 
Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como 
integrantes da empresa de engenharia principal responsável. Sendo assim, 
fica a cargo desta os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho. 
Em situações como a referida anteriormente, os engenheiros de segurança do 
trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho (funcionários 
de nível superior) poderão ficar centralizados. Já para os técnicos de 
segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho (funcionários 
de nível técnico), o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou 
frente de trabalho. 
Ainda segundo a NR 4, no caso das empresas que possuam mais de 50% de 
seus empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação 
de risco seja de grau superior ao da atividade principal o dimensionamento 
SESMT deverá ser realizado em função do maior grau de risco. 
Caro aluno, imagine uma empresa que execute várias atividades em um 
mesmo estabelecimento. Podemos exemplificar fazendo referência a uma 
empresa que seja revendedora de veículos e tenha setores de venda e uma 
oficina mecânica. Esta empresa pode até ter como atividade principal a venda 
de veículos, entretanto, se o maior número de funcionários se encontrar em 
atividade na oficina mecânica, o grau de risco considerado será o da oficina. 
 
 
 
O dimensiona -
mento do 
SESMT é 
previsto em 
função da 
quantidade de 
empregados do 
estabelecimento
, e não de toda a 
empresa. 
 
 
 
 14 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
Quando uma empresa poderá centralizar o seu SESMT? 
Sempre que a empresa desejar atender a um conjunto de estabelecimentos 
pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele 
estabelecimento que se encontra o serviço e cada um dos demais não 
ultrapasse a 5000 mil metros. 
Outra situação são empresas onde seus estabelecimentos isoladamente não 
se enquadrem no quadro II. Entretanto, elas ainda ficam obrigadas a cumprir 
a NR 4 quando o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos do 
estado ou território alcance os limites previstos no quadro II. 
Nos casos em que alguns estabelecimentos se enquadrem no quadro II e 
outros não, a assistência aos não enquadrados será feita pelo serviço 
especializado dos que se enquadram. 
Quando a empresa contratante tiver obrigatoriedade de constituir um SESMT, 
por se enquadrar no quadro II, e a empresa contratada não, mesmo 
considerando o total de empregados nos seus estabelecimentos, a empresa 
contratante deverá estender os seus Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho aos funcionários da empresa 
contratada, sejam estes centralizados ou por estabelecimento. Ou seja, caso a 
empresa contratada não seja obrigada a constituir um SESMT, a empresa 
contratante fará esse atendimento utilizando o seu SESMT próprio. 
Outro caso é: nas situações em que a empresa contratante e as outras por ela 
contratadas, sozinhas, não se enquadrem no quadro II, mas após o somatório 
dos seus empregados, no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no 
referido quadro. 
Para as empresas que operem em regime sazonal, ou seja, apenas em 
algumas épocas do ano, o SESMT deverá ser dimensionado através da média 
aritmética do número de trabalhadores do ano anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
Aos funcionários que trabalham no SESMT, fica proibida a realização de outras 
atividades na empresa durante o seu período de atuação no SESMT. Para os 
trabalhadores de nível médio (técnicos de enfermagem e de segurança do 
trabalho), este período é de 8 horas diárias, já para os de nível superior 
(Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Médico do 
Trabalho), este período é de no mínimo 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas 
(tempo integral) diárias. 
As atividadesdos profissionais integrantes dos SESMT devem ser executadas 
visando principalmente à prevenção, o reconhecimento do risco ocupacional, 
e as medidas necessárias de proteção ao trabalhador. Sendo assim, compete 
aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho: 
 Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do 
trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, 
inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os 
riscos ali existentes à saúde do trabalhador; 
 Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a 
eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo 
trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo 
com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade 
ou característica do agente assim o exija; 
 Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas 
instalações físicas e tecnológicas da empresa; 
 Manter permanente relacionamento com a Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), valendo-se ao máximo de suas 
observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la; 
 Promover a realização de atividades de conscientização, educação e 
orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do 
trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto 
de programas de duração permanente, como pode ser conferido na 
imagem abaixo; 
 
 
Todos os 
custos 
decorrentes da 
instalação e 
manutenção 
do SESMT 
ficarão 
exclusivamente 
a cargo do 
empregador. 
 
 
 
 16 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 Figura 06 - Educação Continuada 
 Fonte: http://www.retsus.fiocruz.br/index.php?Area=Destaque&Num=2737 (2013) 
 Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho 
e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; 
 Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes 
ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos 
os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as 
características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores 
ambientais, as características do agente e as condições do(s) 
indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); 
 Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, 
doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no 
mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos 
Quadros III, IV, V e VI (ver os quadros no link acima que indica a NR-4 e 
seus anexos na íntegra), devendo a empresa encaminhar um mapa 
contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança 
e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão 
regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 
As empresas, cujos estabelecimentos não se enquadrem no quadro II 
poderão, com a ajuda do sindicato ou associação da categoria econômica 
correspondente ou por iniciativa própria, juntar-se e organizar um SESMT 
comum. Esses serviços serão mantidos pelas empresas usuárias e as despesas 
serão estipuladas de acordo com a proporção do número de empregados de 
 
 
O SESMT deve 
manter uma 
estreita relação 
com a CIPA, 
estudando suas 
observações e 
solicitações, 
propondo 
soluções 
corretivas e 
preventivas, ou 
seja, precisa 
utilizá-la como 
um agente 
multiplicador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
cada uma. Nesses casos, o dimensionamento será em função do somatório 
dos empregados das empresas participantes. 
Quem também pode constituir um SESMT comum são as empresas de mesma 
atividade econômica, localizadas em um mesmo município, ou em municípios 
limítrofes, mesmo que seus estabelecimentos se enquadrem no quadro II. O 
serviço será organizado pelo sindicato patronal correspondente ou pelas 
próprias empresas, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho. O dimensionamento considerará o somatório dos trabalhadores 
assistidos 
As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo polo industrial 
ou comercial se enquadram em mais um caso com possibilidade de criação de 
um SESMT comum. Este serviço será organizado pelas próprias empresas 
interessadas, desde que previsto nas convenções ou acordos coletivos de 
trabalho das categorias envolvidas. O dimensionamento considerará o 
somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica que 
empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos. 
 
 
 
 
 
Figura 07 - Polo comercial de Caruaru 
Fonte: http://www.virtuosissima.com/2011/10/guia-de-compras-caruaru-pe.html 
(2013) 
Os SESMT deverão ser registrados no órgão regional do MTE. 
 
 
 
 18 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
1.3 Norma regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA). 
O objetivo da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do 
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a 
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08 - CIPA- Segurança 
Fonte: http://www.blognasajon.com.br/index.php/2013/01/10/o-que-e-cipa-e-como-atender-
ao-disposto-na-nr-5/logo-cipa/ (2013) 
Caro cursista, quando nos referimos à segurança do trabalho a primeira 
palavra que deve vir a nossa cabeça é prevenção, e o principal objetivo da 
CIPA é justamente o de apoiar as empresas na adoção de medidas que 
eliminem, neutralizem, ou, pelo menos, reduzam os riscos ocupacionais nos 
ambientes de trabalho. 
A CIPA deve ser constituída por estabelecimento e deve ser mantida em 
regular funcionamento pelas empresas privadas, públicas, sociedades de 
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições 
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras 
instituições que admitam trabalhadores como empregados. Essas obrigações 
se aplicam aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhe tomem serviço. 
 
 
O trabalhador 
avulso é 
aquele, 
sindicalizado 
ou não, que 
presta serviço 
de natureza 
rural ou 
urbana, sem 
vínculo 
empregatício, a 
diversas 
empresas, com 
intermediação 
do sindicato da 
categoria ou do 
órgão gestor 
de mão de 
obra. Como 
exemplo, 
podemos citar 
trabalhadores 
rurais que 
lidam na 
plantação e 
colheita e 
empregados do 
porto que 
movimentam 
as mercadorias 
fazendo carga 
e descarga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
Com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho, a 
empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais 
estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados. Já 
as empresas que estejam situadas em um mesmo centro comercial ou 
industrial, deverão estabelecer, através dos membros da CIPA ou designados, 
mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de 
ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e 
instalações de uso coletivo. 
A composição da CIPA se dará com representantes, titulares e suplentes, dos 
empregados eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, 
independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados 
interessados e com representantes, titulares e suplentes, dos empregadores 
que serão por eles selecionados. Ou seja, escolhidos pelo empregador, não 
participando do processo eleitoral. O dimensionamento será de acordo como 
previsto no quadro I da NR 5. 
Existem dois quadros na NR 5. O quadro II divide as atividades desenvolvidas 
pelas empresas em grupos de CNAE, e o quadro I estabelece para cada grupo 
definido no quadro II, e no número de empregados no estabelecimento, o 
dimensionamento da CIPA. 
Nos casos em que o estabelecimento não se enquadrar no quadro I, a 
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR 5 
(funcionário este denominado de designado), podendo ser adotados 
mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva. 
Os membros eleitos da CIPA terão um mandato com a duração de um ano, 
sendo permitida uma reeleição. A dispensa arbitrária ou sem justa causa de 
um trabalhador eleito para cargo de direção da CIPA fica proibida, desde o 
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Aos 
mesmos fica vetada a possibilidade de transferência para outro 
estabelecimento sem a sua concordância. 
 
 
Confira a NR-5 
na íntegra com 
todos os seus 
quadros no link 
abaixo. 
http://www.cp
ac.embrapa.br/
publico/usuari
os/uploads/ 
cipa/nr_05.pdf 
 
 
 
 20 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
 
 
 
 
Figura 09 - Trabalho Conjunto 
Fonte: http://mensagens.culturamix.com/frases/mensagens-de-trabalho-em-
equipe (2013) 
O empregador irá escolher entre os seus representantes o presidente da CIPA. 
Já o vice-presidente será escolhido, entre os titulares, pelos representantes 
dos empregados. Os membros da CIPA deverão entrar em acordo e eleger um 
secretário e o seu substituto. Estes podem fazer parte ou não da comissão, 
sendo neste último caso necessária a concordância do empregador. 
A CIPA, após ser obrigatoriamente protocolizada no Ministério do Trabalho, 
não poderá ter seu número de representantes diminuído, nem poderá ser 
desativada antes do término do mandato de seus membros, mesmo que haja 
redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de 
encerramento das atividades do estabelecimento. 
Vamos conhecer um pouco mais do papel da CIPA enumerando e comentando 
as suas atribuições: 
 Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com 
assessoria do SESMT, onde houver. Mais adiante, veremos como 
elaborar um mapa de risco. Inicialmente, é importante termos em 
mente que o reconhecimento dos riscos ocupacionais é a primeira 
medida a ser adotada para que seja possível fazer o seu controle; 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução 
de problemas de segurança e saúde no trabalho; 
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas 
de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de 
ação nos locais de trabalho. É importante que a empresa eleja 
prioridades e elabore um cronograma de implementação das medidas a 
adotar, visto que nem todas poderão ser adotadas ao mesmo tempo; 
 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de 
trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer 
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. O ambiente de 
trabalho deve ser verificado periodicamente, visto que ele é dinâmico e 
é alterado constantemente; 
 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas 
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram 
identificadas. É importante checar se as medidas adotadas estão 
surtindo o efeito desejado ou se precisam ser ajustadas; 
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde 
no trabalho. Os trabalhadores devem ser informados sobre segurança e 
saúde no ambiente de trabalho de forma clara e precisa para se 
conscientizarem da importância das medidas de prevenção; 
 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e 
processo de trabalho, relacionados à segurança e saúde dos 
trabalhadores; 
 Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação 
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à 
segurança e saúde dos trabalhadores; 
 Colaborar com o desenvolvimento e implementação do Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de outros programas 
relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
 
 
 
 22 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
 Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, 
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, 
relativas à segurança e saúde no trabalho; 
 Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o 
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho 
e propor medidas de solução dos problemas identificados; 
 Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que 
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; 
 Requisitar à empresa as cópias da Comunicação de Acidente do 
Trabalho (CAT) emitidas; 
 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT); 
 Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de 
Prevenção da AIDS. 
 
 
 
 
Figura 10 - Trabalho em Equipe 
Fonte: http://inmind.com.br/blog/?tag=trabalho-em-equipe (2013) 
Os membros da CIPA devem ter garantidos, pelo empregador, os meios 
necessários e tempo suficiente para a realização de suas atribuições 
constantes do plano de trabalho. 
A CIPA contará com reuniões mensais realizadas no horário do expediente 
normal da empresa. Poderão ser solicitadas reuniões extraordinárias quando 
houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 01 
aplicação de medidas corretivas de emergência, ocorrer acidente do trabalho 
grave ou fatal ou houver solicitação expressa de uma das representações. 
As decisões da CIPA serão tomadas, prioritariamente, por consenso. No caso 
de ele não ser possível será realizada uma votação. Esta deverá ser registrada 
na ata de reunião. 
Um membro titular da CIPA poderá perder o mandato caso falte a mais de 
quatro reuniões sem justificativa. Este membro será substituído por um 
suplente de acordo com a sua ordem de colocação na eleição. No caso de 
afastamento do presidente o empregador é quem indicará um substituto e no 
caso de afastamento do vice-presidente os membros titulares da 
representação dos empregados vão escolher um substituto entre os titulares. 
O empregador deverá promover treinamento aos membros da CIPA com uma 
carga horária de 20 horas, sendo estas ministradas em no máximo 8 horas por 
dia. As empresas que não tenham a obrigatoriedade de manter a CIPA 
deverão realizar treinamento anual com o designado responsável pelo 
cumprimento dos objetivos da NR 5. 
No prazo de 60 dias antes do término do mandato em curso o empregador 
deve convocar as eleições para escolha dos representantes dos empregados. 
Os membros atuais constituirão a comissão eleitoral, que ficará responsável 
pela organização e acompanhamento do processo eleitoral. Onde a CIPA 
ainda não existir a comissão eleitora será constituída pela empresa. 
A realização da eleição e a apuração de votos serão realizadas em horário 
normal de trabalho, possibilitando a participação da maioria dos 
trabalhadores e o voto será secreto através de meios eletrônicos.Em 
situações onde a participação na votação seja os casos de empate, o 
funcionário que tiver mais anos de serviço no estabelecimento assumirá. 
 
 
 
 24 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 01 
Quando mais de uma empresa atua no mesmo estabelecimento a CIPA ou o 
designado da contratante e da contratada deverão definir mecanismos de 
integração e adotar de forma integrada ações de prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho. Desta forma, garante o mesmo nível de proteção em 
matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento. É 
de responsabilidade da empresa contratante, prestar informações sobre os 
riscos presentes no ambiente de trabalho e medidas de proteção adequadas a 
empresa contatada. 
Encerramos os conteúdos desta primeira competência. Por isso, gostaria que 
você, agora, assistisse à videoaula e mantivesse bastante atenção à atividade 
semanal e à aula-atividade. 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após assistir à 
videoaula, 
sugiro o link 
abaixo para 
que você tenha 
acesso ao 
Programa de 
Controle 
Médico de 
Saúde 
Ocupacional - 
NR 7, na 
íntegra. 
http://www01
0.dataprev.gov.
br/sislex/pagin
as/05/mtb/7. 
htm 
 
 
 
Recomendo 
também o 
filme “Tempos 
Modernos” 
com Charlie 
Chaplin que de 
uma forma 
bastante 
divertida 
retrada um 
pouco da 
realidade dos 
trabalhadores 
na época da 
Revolução 
Industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
2. COMPETÊNCIA 02 |ESTABELECER AÇÕES PREVENTIVAS E 
CORRETIVAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL NO 
AMBIENTE DE TRABALHO. 
As doenças ocupacionais são adquiridas pelo trabalhador através da 
exposição a agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos 
(ou de acidentes). Algumas vezes, elas só ocorrem após vários anos de 
exposição ou depois que o trabalhador se afasta do agente causador. 
Nesta competência, vamos conversar um pouco sobre os tipos de risco 
ambientais, as doenças ocupacionais causadas por eles e as medidas de 
prevenção e correção para evitar tais agravos. 
2.1 Ricos Ambientais 
Consideram-se riscos ocupacionais, os agentes existentes nos ambientes de 
trabalho, capazes de causar danos à saúde do empregado. Os ambientes de 
trabalho pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas características 
de organização podem comprometer a saúde do trabalhador em curto, médio 
e longo prazo, gerando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de 
prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa. 
No intuito de minimizar esses danos, torna-se necessária a investigação dos 
riscos no local de trabalho para conhecer a que fatores os funcionários estão 
expostos e que possíveis medidas de proteção são passíveis de serem 
aplicadas. Ressalte-se que não apenas a presença de um agente nocivo no 
ambiente laboral é suficiente para causar transtornos. O que será prejudicial é 
a presença do fator de risco somada a sua alta concentração, forma de 
apresentação (líquido, sólido, gasoso), ao seu nível de toxidade e ao tempo de 
exposição do trabalhador. Veja como um ambiente está ilustrado na figura 
abaixo: 
 
 
 
O Ministério da 
Saúde elaborou 
um manual de 
procedimentos 
para os serviços 
de saúde onde 
consta lista das 
doenças 
relacionadas ao 
trabalho. Confira 
no link abaixo 
este material na 
íntegra. 
http://www. 
medtrab.ufpr.br/ 
arquivos%20para
%20dowload%20
2011/Disciplina%
20Doencas%20d
o%20Trabalho/ 
Manual%20DO%
20Min%20Saude
. pdf 
 
 
 
 26 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 Figura 11 – Ambiente de Trabalho 
 Fonte: http://www.sgap.al.gov.br/saladeimprensa/noticias/servidores-da-sgap- 
 participam-de-capacitacao-em-servicos-de-alimentacao (2012) 
A portaria nº 3214, de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTe), foi responsável pela criação das Normas Regulamentadoras (NR) que 
se referem à Segurança e Medicina do Trabalho. Estas normas foram criadas 
com o objetivo de obrigar as empresas a observarem os aspectos 
relacionados à saúde de seus trabalhadores. 
Uma dessas normas traz o entendimento de que o desencadeamento das 
doenças ocupacionais também está diretamente relacionado ao Limite de 
Tolerância (LT) dos agentes ambientais a que o trabalhador fica exposto. A 
NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) define limite de tolerância como “a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza 
e o tempo de exposição ao agente que não causará dano à saúde do 
trabalhador durante sua vida laboral.”. 
Podemos avaliar os riscos ambientais existentes em um ambiente de trabalho 
de duas formas: 
 Avaliação Qualitativa - é a forma mais simples e também conhecida 
como forma preliminar. É utilizada apenas a sensibilidade do 
trabalhador que identifica a presença do risco. 
Ex: percepção do cheiro de vazamento de gás. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 Avaliação Quantitativa - é utilizada para medir, comparar e 
estabelecer. É necessário o uso de um método científico e a utilização 
de instrumentos e equipamentos destinados à quantificação do risco. 
Ex: Medir através de aparelho específico (dosímetro) o nível de ruído do 
ambiente. 
Já a NR-9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) considera 
como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes 
nos ambientes de trabalho. 
Os riscos físicos são as diversas formas de energia, às quais os trabalhadores 
podem estar expostos. Os agentes geradores deste risco possuem a 
capacidade de alterar as características físicas do meio ambiente, exigem um 
meio de transmissão para propagar sua nocividade e agem até mesmo sobre 
indivíduos que não têm contato direto com a fonte de risco. São 
representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que 
podem afetar a saúde dos trabalhadores, como: ruídos, vibrações, radiações, 
frio, calor, pressões anormais e umidade. 
 
 
 
 
 
 Figura 12 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Umidade 
 Fonte: http://supershe.zip.net/arch2009-05-24_2009-05-30.html (2012) 
Os riscos químicos são identificados pelo grande número de substâncias que 
podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade 
física e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, névoas, 
 
 
Ficou curioso 
para saber as 
outras 
informações da 
NR-9? Acesse o 
link abaixo: 
http://www81. 
dataprev.gov.br/
sislex/paginas/ 
05/mtb/9.ht 
 
 
 
 28 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
neblinas, gases, vapores, substâncias, compostos ou outros produtos 
químicos. São substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no 
organismo pela via respiratória, pela via cutânea (através do contato com a 
pele) ou através do trato gastrointestinal (digestão). Podem ter ação 
localizada, quando atua somente na região de contato, e ação sistêmica, 
quando são absorvidos e distribuídos dentro do organismo, afetando 
diferentes órgãos e tecidos. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 13 - Trabalhador Exposto ao Risco Químico 
 Fonte: http://www.nrfacil.com.br/blog/?p=3543 (2012) 
Os riscos biológicos são microrganismos, como as bactérias, os vírus e os 
fungos, incluindo os geneticamente modificados ou não, as culturas de 
células, os parasitas, as toxinas e os príons, capazes de provocarem infecções, 
alergias ou toxidades em seres humanos. Ainda podemos incluir mordidas e 
ataques por animais peçonhentos,domésticos e selvagens. 
 
 
 
 
 
 Figura 14 - Trabalhador Exposto ao Risco BiológicoFonte: 
 Fonte: http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2010/08/niveis-de-
biosseguranca.html 
 (2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que são passíveis de 
causar danos aos colaboradores são os riscos ergonômicos e de acidente ou 
mecânicos. Estes dois outros riscos são trazidos pela Norma Regulamentadora 
9, que serviu para ampliar o conceito de risco ambiental. 
Os riscos ergonômicos estão ligados à execução de tarefas, à organização e às 
relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e transporte 
manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido 
de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em 
turno diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e 
repetição. Engloba também os fatores psicossociais e entre eles podemos 
citar as situações causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal 
entre o trabalhador e seus colegas de trabalho ou a chefia. 
 
 
 
 
 Figura 15 – Trabalhador Exposto ao Risco Ergonômico 
 Fonte: http://luizsms.blogspot.com.br/2011/08/simples-questao-de- 
 ergonomia.html (2012) 
Os riscos de acidente ou mecânicos são muito diversificados e estão presentes 
no arranjo físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material 
ou matéria-prima fora de especificação, máquinas e equipamentos sem 
proteção, ferramentas impróprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou 
insuficiente, instalações elétricas defeituosas, probabilidade de incêndio ou 
explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras 
situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. 
 
 
 30 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 Figura 16 - Trabalhadores Expostos ao Risco de Acidente 
 Fonte:http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=acidentes-de- 
 trabalho-causam-3-mil-mortes-por-ano-no-brasil (2012) 
Abaixo, poderemos visualizar uma tabela que define o mapa de riscos 
ambientais, estabelecido pela norma regulamentadora 5. Esta NR trata da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), composta por 
trabalhadores, e que deve participar ativamente de todos os programas de 
prevenção de riscos ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 - Classificação dos Fatores de Risco 
Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/03/o-mapa-de-risco-foi-criado-
atraves-da.html (2012) 
Cada fator de risco é identificado por uma cor diferente! Sendo assim, quando 
formos representar um risco ambiental, podemos simplesmente colocar a sua 
cor correspondente. 
 
 
 
Figura 18 - Cores dos Fatores de Risco 
Fonte: http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html (2012) 
 
 
 
Caro cursista, 
caso você tenha 
interesse em 
conhecer a NR-5 
por inteiro, 
acesse o link 
abaixo: 
http://www81.d
ataprev.gov.br/si
slex/paginas/05/
mtb/9.htm 
 
 
 32 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
2.2 Mapa de Risco 
O mapa de risco é a representação gráfica (em uma planta baixa) dos fatores 
de risco existentes em um setor de trabalho ou em toda a empresa. Esta 
representação é feita através de círculos de diferentes cores e tamanhos, 
permitindo fácil visualização de todos os riscos de uma empresa. 
Como visto em alguns parágrafos acima, cada risco tem uma cor que o 
representa, e o tamanho dos círculos vai ser de acordo com a graduação do 
risco que pode ser classificado em pequeno (leve), médio e grande (elevado). 
Essa graduação vai ser mensurada em conformidade com as sensibilidades 
dos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
Figura 19 - Simbologia das Cores 
Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no 
trabalho. (2005) 
O mapa é considerado um instrumento participativo que vai ser elaborado 
com a colaboração dos trabalhadores que serão organizados e acompanhados 
pela CIPA e terão a supervisão e colaboração do SESMT. Este momento de 
elaboração possibilita a troca e divulgação de informações entre os 
trabalhadores, bem como estimula a sua participação nas atividades de 
prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
Podemos atribuir ao mapa de risco a capacidade de fazer um levantamento 
preliminar de riscos no ambiente da empresa e de informar o quantitativo de 
funcionários expostos a esses riscos. Dessa forma, torna-se possível gerar 
informação para todos os empregados da empresa e visitantes, e criar um 
planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa. 
Benefícios da Adoção do Mapa de Risco: 
1. Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos 
quais os trabalhadores poderão estar expostos; 
2. Conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos 
equipamentos de proteção coletiva e individual; 
3. Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, 
substituição de trabalhadores e danos patrimoniais; 
4. Facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento 
da segurança interna e externa; 
5. Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, 
competitividade e lucratividade. 
Elaboração do Mapa de Risco 
1. Conhecer o processo de trabalho do local analisado: 
 Os trabalhadores: número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada e 
treinamentos recebidos; 
 Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho; 
 As atividades exercidas; 
 O ambiente. 
2. Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a 
classificação específica dos riscos ambientais. 
3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente à: 
 
 
 34 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 Proteção coletiva; 
 Organização do trabalho 
 Proteção individual; 
 Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, 
bebedouro, refeitório, área de lazer. 
4. Identificar os indicadores de saúde: 
 Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos 
aos mesmos riscos; 
 Acidentes de trabalho ocorridos; 
 Doenças profissionais diagnosticadas; 
 Causas mais frequentes de ausência ao trabalho. 
5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando 
através de círculos: 
 O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada; 
 O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser 
anotado dentro ou abaixo do círculo; 
 A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos 
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos 
proporcionalmente diferentes de círculos. 
Observe atentamente o ambiente de trabalho... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 20 - Elaboração do Mapa de Risco – parte 
 Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e Segurança no Trabalho. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças 
 no Trabalho. (2005) 
 
Imagine que está vendo tudo de cima... 
 
 
 
 36 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 21 - Elaboração do Mapade Risco – parte 2 
 Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no 
 trabalho. (2005) 
Agora, represente tudo com círculos e cores referentes aos riscos 
identificados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 - Elaboração do Mapa de Risco – parte 3 
Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças 
no trabalho. (2005) 
Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou 
setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente 
visível e de fácil acesso para os trabalhadores. O ideal é que logo na entrada 
da empresa tenha um mapa de riscos de todos os setores da mesma 
informando, assim, a todos os trabalhadores e funcionários dos riscos que 
podem ser encontrados em cada ambiente. 
 
 
 
 38 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
2.3 Medidas de Prevenção dos Riscos 
Agentes Físicos 
São as diversas formas de energia às quais os trabalhadores podem estar 
expostos. Os agentes geradores desse risco possuem a capacidade de alterar 
as características físicas do meio ambiente, exigem um meio de transmissão 
para propagar sua nocividade e agem até mesmo sobre indivíduos que não 
têm contato direto com a fonte de risco. 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico calor: 
 Insuflação de ar fresco no ambiente (ventiladores e ar condicionado); 
 Arejar o ambiente através da abertura de portas e janelas; 
 Exaustão de vapores de água (ventiladores ou encanação); 
 Uso de barreiras refletoras (alumínio polido, aço inoxidável), colocadas 
entre o trabalhador e a fonte geradora de calor; 
 Automatização do processo (uso de máquinas no lugar de homens); 
 Aclimatação, ou seja, inicialmente expor o trabalhador de forma 
gradual ao risco para que o organismo através da sua capacidade 
fisiológica se adapte ao ambiente; 
 Exames periódicos; 
 Reposição hídrica e salina (instalar bebedores em locais estratégicos no 
local de trabalho); 
 Limitar o tempo de exposição do trabalhador; 
 Equipamentos de proteção individual, vestimentas de tecido leve, cor 
clara, que absorva o calor do organismo do funcionário e com sistema 
de ventilação acoplado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
Figura 23 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Calor 
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2311200901.htm 
(2013) 
 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do frio, outro agente físico: 
 Exames médicos periódicos; 
 Aclimatação do trabalhador; 
 Alimentação balanceada devido à perda grande de energia; 
 Hidratação adequada; 
 Evitar trabalhos solitários; 
 Evitar trabalhos exaustivos que levem ao suor e consequente 
umedecimento das roupas; 
 Troca das vestimentas úmidas por secas sempre que necessário; 
 Períodos de descanso em locais aquecidos; 
 Educação continuada através de treinamentos; 
 Reduzir o tempo de exposição; 
 Não conter assentos metálicos nem sistema de ventilação; 
 Sistema que permita a abertura das portas internamente; 
 As roupas devem estar sempre limpas e secas e serem compostas de 
camadas múltiplas (calça, capote e luvas) e as botas de couro com 
forro. 
 
 
 
 40 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
Figura 24 - Trabalhador Exposto ao Frio (Risco Físico) 
Fonte:http://roqueisquem.blogspot.com.br/2009/08/10072007camarafrigorificamunicip
al.html (2012) 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radiação 
ionizante: 
 Áreas controladas delimitadas com sinalização e barreiras físicas com 
blindagem feita de concreto, aço ou chumbo; 
 Utilização de avental plumbífero, protetor de gônadas e tireoide e 
óculos de vidro plumbífero com proteção lateral; 
 Guarda adequada dos EPIs para evitar fissuras ou rompimentos no 
lençol de chumbo; 
 Monitoração individual do agente; 
 Monitoramento biológico através de exames de sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 25 – Trabalhador Exposto ao Risco Físico Radiação Ionizante 
 Fonte: http://maringa.odiario.com/empregos/noticia/305952/raio-x-auxilia-no- 
 diagnostico-de-doencas/ (2013) 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radiação não 
ionizante: 
 Diminuir o tempo de exposição; 
 Proporcionar descanso em ambiente coberto; 
 Realizar exames periódicos; 
 Utilizar blusas de manga, calças compridas, chapéu árabe, óculos de sol 
e protetor solar. 
 
 
 
 
 
Figura 26 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico radiação Não Ionizante 
Fonte: http://laerciojsilva.blogspot.com.br/2010/08/sol-escaldante-prejudica-
cortador-de.html (2013) 
 
 
 
 42 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico pressões 
anormais: 
 Capacitar o trabalhador quanto aos riscos e os cuidados que ele deve 
ter para evitar traumas e doenças descompressivas; 
 Os exames de rotina devem estar rigorosamente em dia e a saúde do 
trabalhador perfeita. 
 
 
 
 
Figura 27 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Pressões Extremas 
Fonte: http://blue2lip.blogspot.com.br/2012/01/o-mergulho-e-os-
dentes.html#!/2012/01/o-mergulho-e-os-dentes.html (2013) 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico ruído: 
 Substituição de equipamento por um mais silencioso; 
 Manutenção das máquinas (balanceamento e equilíbrio das partes 
móveis, lubrificação dos rolamentos e regulação dos motores); 
 Programação das operações de forma que fique o menor número de 
máquinas funcionando simultaneamente; 
 Substituição de engrenagens metálicas por outras de plástico; 
 Isolar a fonte através de barreira isolante e adsorvente de som; 
 Monitoramento periódico no agente no ambiente de trabalho; 
 Realização dos exames de rotina; 
 EPIs – protetor auricular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
 
 
 
 
Figura 28 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Ruído 
Fonte: http://irc_hsst.blogs.sapo.pt/ (2013) 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico vibração: 
 Substituição de equipamentos que produzam vibração; 
 Instalar amortecedores de vibração em assentos; 
 Calibrar o pneu de veículos; 
 Utilizar ferramentas com características antivibratórias; 
 Colocar pedais de borracha nas máquinas; 
 Realizar manutenção periódica dos equipamentos; 
 Limitar o tempo de exposição do funcionário; 
 Implantar rodízios e pausas na jornada de trabalho; 
 Capacitação sobre a forma de utilização correta das ferramentas e 
equipamentos para minimizar a vibração; 
 Realizar controle médico dos trabalhadores; 
 EPIs – luvas antivibração e botas de borracha. 
 
 
 
 
 44 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 Figura 29 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Vibração 
 Fonte: http://porto100riscos.blogspot.com.br/2013/04/riscos-fisicos.html (2013) 
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico umidade: 
 Construção de caneletas para permitir o escoamento da água utilizada; 
 Rodízio de funcionários; 
 Horários destinados ao descanso em ambientes secos; 
 Exames periódicos; 
Utilização de EPIs impermeáveis (luvas, macacões e botas). 
 
 
 
 
Figura 30 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Umidade 
Fonte:http://mulheresmil.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=articl
e&id=1584&catid=1584&Itemid=228&lang=br (2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
Agentes Biológicos 
São microrganismos, incluindo os geneticamente modificados ou não, as 
culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons, capazes de provocar 
infecções, alergias ou toxidades em seres humanos. Ainda podemos incluir as 
bactérias, os vírus, os fungos e mordidas e ataques por animais peçonhentos, 
domésticos e selvagens. 
 
 
 
 
Figura 31 Trabalhador Exposto ao Risco Biológico 
Fonte: http://www.respectautravail.be/pt/sector/healthcare/index_html (2013) 
 Vamos agora enumerar as medidas de controle dos agentes biológicos: 
 Selecionar os equipamentos de trabalho; 
 Substituir micro-organismos; 
 Modificar o processo de trabalho, ou seja, o passo a passo, de como o 
trabalho é realizado; 
 Minimizar a proliferação de contaminantes no ambiente através de 
limpeza, desinfecção, ventilação e controle de vetores; 
 Utilizar sinalização para indicar a presença do risco; 
 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico 
deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água 
corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de 
sistema de abertura sem contato manual; 
 Informar sobre os riscos de exposição ao agente biológico; 
 Capacitar o trabalhador quanto às normas e procedimentos 
padronizados; 
 
 
 46 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 Diminuir o número de trabalhadores expostos; 
 Fazer uso das precauções padrão ou precauções universais. Inclui 
realizar os procedimentos com segurança, utilizar adequadamente os 
EPIs, evitar manipulação desnecessária de material biológico, manipular 
cuidadosamente instrumentos perfuro cortantes potencialmente 
contaminados, utilizar coletor resistente para descarte destes materiais 
e evitar o reencape de agulha ou a desconexão da agulha da seringa; 
 Uso de equipamentos de proteção individual adequados a cada tipo de 
exposição (avental jaleco, gorro, máscara, luva, avental cirúrgico, 
protetor ocular, protetor facial, sapatos fechados, botas, pró-pé...); 
 Fazer uso de dispositivos de segurança como conectores e sistemas de 
infusão sem agulhas, agulhas e seringas com travas de segurança e 
seringas com sistema retrátil da agulha; 
 Lavar as mãos antes e depois de cada procedimento; 
 Higienizar vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, 
serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com doenças 
infectocontagiosas e, quando houver contato direto da vestimenta com 
material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador; 
 Acompanhamento médico dos funcionários; 
 Programa de imunização; 
 Protocolos de atendimentos pós-exposição a material orgânico; 
 Não deve ser permitida a utilização de pias de trabalho para fins 
diversos dos previstos, o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio 
de lentes de contato nos postos de trabalho, o consumo de alimentos e 
bebidas nos postos de trabalho, a guarda de alimentos em locais não 
destinados para este fim, o uso de calçados abertos e deixar o local de 
trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas 
utilizadas em suas atividades laborais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
Agentes Químicos 
São substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no organismo 
pela via respiratória, pela via cutânea (através do contato com a pele) ou 
através do trato gastrointestinal (digestão). Pode ter ação localizada, quando 
atua somente na região de contato, e ação sistêmica, quando são absorvidos 
e distribuídos dentro do organismo, afetando diferentes órgãos e tecidos. 
 
 
 
 
Figura 32 - Trabalhador Exposto ao Risco Químico 
Fonte: http://higieneemnoticias.blogspot.com.br/p/provas.html 
(2013) 
Vamos, agora, enumerar as medidas de controle dos agentes químicos: 
 Substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de 
trabalho por outro mais seguro, menos tóxico ou lesivo; 
 Mudanças ou alteração do processo produtivo por automatização. Ou 
seja, a máquina fazendo o papel do homem e consequentemente o 
afastando do risco; 
 Enclausuramento da operação. Impede a dispersão do contaminante 
para o ambiente de trabalho; 
 Isolamento ou segregação da operação. Pode ser feito o isolamento no 
tempo, que consiste em realizar as operações fora do horário normal, 
reduzindo assim o quantitativo de trabalhadores expostos, e o 
isolamento do espaço, que consiste em realizar o processo à distância 
da maioria dos funcionários; 
 
 
 48 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 02 
 Umidificação do processo para controlar as poeiras; 
 Implantação e manutenção de sistema de ventilação local exaustora 
adequada e eficiente. Consiste em esgotar os poluentes (poeiras, 
gases, vapores, fumos) na fonte antes de sua dispersão para o ambiente 
de trabalho; 
 Medidas de higiene. O ambiente deve ser sempre limpo com água ou 
aspirador, ou umedecer a poeira a ser removida; 
 Manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos. 
Evitando a poluição dos gases e vapores pela eliminação de folgas e 
frestas e pela lubrificação eficiente; 
 Monitoramento sistemático dos agentes agressores; 
 Classificação e rotulagem das substâncias químicas; 
 Equipamentos de proteção ambiental (respiradores, cremes protetores, 
luvas, botas...); 
 Treinamento. Educação continuada dos funcionários sobre segurança, 
saúde, uso adequado dos EPIs e desenvolvimento de suas atividades; 
 Monitoramento individual, por meio de exames médicos; 
 Medidas de higiene pessoal. Cuidados como lavar as mãos, o rosto e os 
cabelos no fim da jornada de trabalho e nas pausas para refeições. 
Agentes Ergonômicos 
São condições de trabalho que interferem nas características psicofisiológicas 
dos trabalhadores. Ou seja, aspectos relacionados ao levantamento, 
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às 
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do 
trabalho. As medidas de controle deste agente já foram detalhadas na 
primeira competência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 02 
Riscos de Acidente 
Os acidentes em um ambiente de trabalho são muito variados e vão depender 
da atividade que está sendo realizada. Sendo assim vamos enumerar algumas 
medidas gerais de controle dos riscos de acidente: 
 Promover um ambiente de trabalho confortável; 
 Manter o local de trabalho organizado com todos os objetos nos seus 
lugares e bem arrumados; 
 Informar quanto aos riscos existentes na empresa e as formas de 
preveni-los 
 Orientar a importância de seguir todas as normas de segurança; 
 Utilizar de forma correta os dispositivos de prevenção de acidentes. 
 
 
 
 
 
 Figura 33 - Trabalhador Exposto ao Risco de Acidente 
 Fonte: http://www.cut.org.br/destaques/21412/para-evitar-acidentes-trabalho-de- 
 manutencao-na-rede-eletrica-deve-ser-feito-a-dois-exigem-sindicatos-do-setor (2013) 
Finalizamos a segunda competência. Neste momento, é importante que você 
assista à videoaula para aprofundar parte do conteúdo visto e, 
posteriormente, realize a aula-atividade e atividade semanal com muita 
atenção.Além disso, após 
assistir à 
videoaula, sugiro 
a leitura do artigo 
científico no link 
abaixo para que 
você aprofunde 
ainda mais os 
conhecimentos 
acerca da 
temática “risco 
biológico”. 
http://www.scielo
.br/scielo.php?pid
=S0102-
311X2005000300
007&script=sci_ar
ttext 
 
 
 
 50 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 03 
3. COMPETÊNCIA 03 | ESTRUTURAR E DESENVOLVER AVALIAÇÃO 
ERGONÔMICA NOS AMBIENTES DE TRABALHO 
Nesta competência, vamos entender os detalhes do risco ergonômico, 
imergindo mais um pouco nesta ciência que é denominada Ergonomia. Para 
isso, vamos saber como ela surgiu, qual o seu campo de atuação e a sua 
importância para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e 
minimização de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. 
3.1 Surgimento da Ergonomia 
Na época da Revolução Industrial, o avanço da tecnologia e a necessidade de 
mão de obra foram muito acelerados e como consequência os trabalhadores 
se encontravam em péssimas condições para exercerem seus ofícios. Os 
empresários eram alheios aos problemas dos homens, estavam apenas 
preocupados com o aumento da produção e dos lucros. 
Entretanto, chegou uma fase em que os índices de acidentes, adoecimentos e 
morte dos trabalhadores eram alarmantes. Muitos funcionários haviam ficado 
inválidos ou até morrido. Por causa disso, a escassez de mão de obra começou 
a ser sentida e a se tornar preocupante. 
Somaram-se a essa realidade os conhecimentos científicos e tecnológicos que 
foram aplicados na Segunda Guerra Mundial como o desenvolvimento de 
aviões, submarinos, tanques, radares e armas. Os soldados precisavam de 
muita habilidade para operá-los e as condições ambientais eram bastante 
desfavoráveis o que gerou na época diversos erros e acidentes fatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 03 
 
Figura 34 – 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 34 - Segunda Guerra Mundial 
 Fonte: http://vladimirexplica.blogspot.com.br/ (2014) 
Logo após a guerra, já havia muitos profissionais envolvidos em projetos que 
visavam adaptar os instrumentos às características e capacidade dos soldados 
que operavam as máquinas. Em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, essas 
pessoas se reuniram e foi lá onde oficialmente nasceu a ergonomia. Na 
mesma época, nos Estados Unidos, a marinha e a força aérea, juntas, 
montaram um laboratório de pesquisa ergonômica com o objetivo de 
aperfeiçoar aeronaves e submarinos. Por fim, a ergonomia ganhou 
impressionante avanço e enorme desenvolvimento tecnológico, 
disseminando-se rapidamente pela América e Europa, após a Corrida Espacial 
e a Guerra Fria. 
Caro cursista, você saberia dizer o significado da palavra ergonomia? 
Ela vem do grego, ergon, e significa “trabalho”; normos significa normas, 
regras, leis. Sendo assim, a Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às 
características dos indivíduos, de modo a proporcionar-lhes um máximo de 
conforto, segurança e bom desempenho de suas atividades no trabalho. 
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), esta ciência seria o 
estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o 
ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma 
integrada e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia 
das atividades humanas. 
 
 
Alguns estudiosos 
creditam o 
surgimento da 
ergonomia ao 
homem primitivo 
que, diante da 
necessidade de se 
proteger e 
sobreviver, sem 
querer, começou 
a aplicar os 
princípios da 
ergonomia, 
buscando meios 
de tornar seus 
trabalhos mais 
fáceis e menos 
penosos. 
 
 
 
 52 
Técnico em Segurança do Trabalho 
 Competência 03 
A Ergonomia surge como uma nova ciência, mediante a contribuição de 
diversas disciplinas científicas como antropométrica, biomecânica 
ocupacional, anatomia, fisiologia do trabalho, psicologia do trabalho, desenho 
industrial, toxicologia e informática, que visam humanizar o trabalho e tornar 
mais produtivos os seus resultados. 
Vários aspectos são estudados na ergonomia como, por exemplo, postura e 
movimentos corporais (trabalho sentado, trabalho em pé, movimentação de 
cargas e levantamento de peso), informações captadas pela visão e audição, 
controle (relação de mostradores e controles) e cargos e tarefas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 35 - Jornada de Trabalho em Pé 
 Fonte: : http://americaservis.com.br/portal/portfolio-item/conservacao-e- 
 limpeza/ (2014) 
O homem se torna o centro das atenções e cuidados, ele agora é a peça 
fundamental do sistema de produção. Os conceitos foram invertidos: se antes 
o homem tinha que se adaptar ao meio laboral, agora, o trabalho, os 
equipamentos e o meio é que têm de se moldar ao homem. A constituição, o 
potencial e as limitações humanas são analisados e não será exigido além da 
capacidade individual de cada pessoa. 
Mas o que significa adequar os equipamentos à natureza do trabalho? 
Significa que os equipamentos devem facilitar a execução da atividade. Por 
exemplo, uma cadeira pode ser confortável para assistir televisão, mas ser 
inconveniente a uma secretária que precisa ter acessos alternativos ao 
 
 
Antropometria 
É o espaço onde o 
trabalho é 
desenvolvido 
(equipamentos, 
máquinas), 
devendo 
considerar os 
movimentos e 
dimensões do 
corpo humano. 
São feitos estudos 
das medidas das 
várias 
características do 
corpo como 
dimensões 
lineares, 
diâmetros e pesos 
e também 
pesquisas para o 
homem parado e 
em movimento 
(antropometria 
estática e 
dinâmica). 
 
Biomecânica 
Refere-se a 
aspectos 
mecânicos do 
movimento 
humano, 
incluindo 
considerações de 
alcance, força e 
velocidade dos 
movimentos do 
corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
Ergonomia e Saúde Ocupacional 
 Competência 03 
arquivo, ao microcomputador e ao telefone para realizar as suas tarefas. A 
cadeira que pode atender à natureza da atividade da secretária deve ter: 
rodízios, encosto, estofamento, regulagem de altura e dos braços, etc. 
Concluímos então que não há uma cadeira ergonômica de uso geral a todo 
tipo de atividade! 
Além disso, o trabalho deve ser motivador e permitir a satisfação física e 
mental do funcionário e não ser encarado apenas como um meio de 
sobrevivência. Existe uma preocupação com as consequências sanitárias e 
psicológicas do ambiente, procurando torná-lo agradável e são. 
Acredito que já tenha ficado claro que os principais objetivos da ergonomia 
são o conforto, a segurança e o bem-estar dos trabalhadores! 
Vamos imaginar um ambiente de trabalho onde o trabalhador passe o dia em 
pé, tenha uma equipe que não colabore, o clima de trabalho seja estressante, 
o ambiente sujo e ele não seja valorizado pelos seus superiores. A tendência é 
esse funcionário não gostar do seu emprego e não se sentir bem nesse 
ambiente. As consequências serão doenças, faltas, atrasos, insatisfação e 
diminuição da produtividade. 
O aumento da produtividade não é um objetivo da ergonomia, mas em geral 
acaba sendo uma consequência. Temos que entender que trabalhadores 
saudáveis e satisfeitos acabam produzindo mais. 
Você sabia que a Ergonomia se divide em três fases distintas? 
São elas: 
 Primeira Fase ou Ergonomia Tradicional - Nesta fase, os cientistas 
tinham como objetivo redimensionar os postos de trabalho e, dessa 
forma, possibilitar um melhor alcance motor e visual dos funcionários. 
 
 
A ergonomia está 
em todos os 
lugares: 
*No lazer; 
*Na escola; 
*No lar; 
*No transporte;

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