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O cientista político norte-americano Kenneth Neal Waltz, trata, no primeiro e quarto capítulos de sua obra Teoria das Relações Internacionais, respectivamente, de leis e teorias e o que ele denomina de teorias reducionistas e sistêmicas. O primeiro capítulo, Leis e Teorias, é dividido por ele em três partes. Nele, ele descreve que leis devem ser entendidas como relações de causalidade, que, ao longo do tempo, devem ser verificadas sistematicamente para que possam continuar existindo. Além disso, ele aponta que a mera coleta/acúmulo infinito de dados e a estatística não são suficientes para que se possa construir conhecimento. Para tal, é necessário que se organize e selecione, de alguma forma, essas informações, para assim obter dados concretos. Essa organização é desempenhada pela teoria. Os dados podem descrever o mundo, mas não explicá-lo. Apenas à teoria cabe esse papel. Mais do que apenas conjuntos de leis, são enunciações que permitem explicá-las e compreendê-las. Leis surgem da observação e experimentação, enquanto as teorias são inventadas a partir de conceitos e noções que procuram explicar o funcionamento de tais leis. Enquanto as leis são permanentes, as teorias são falhas e substituíveis, podendo ser trocadas por outras que sejam mais adequadas no papel de explicação das leis. Como aponta Waltz, "as leis são fatos de observação; as teorias são os processos especulativos introduzidos para explicá-los." As teorias, por mais corretas que possam ser, não servem para representar completamente a realidade. Seu objetivo, na verdade, é de, ao explicar, também tornar possível o controle sobre um fenômeno, fazendo uso do conhecimento e das noções que se construiu a respeito deste. Não há nenhuma teoria que seja verdadeira: a verdade inevitável se faz presente nas leis, e não nas teorias que podem explicá-las. Para Waltz, existem três princípios que devem ser seguidos a fim de elaborar uma teoria que não seja inútil ou vazia: 1 - deve ser possível aplicar o método analítico da física clássica ao objeto investigado; 2 - devem ser aplicadas estatísticas nos casos em que houver um grande número de variáveis; 3 - caso nenhuma das duas abordagens anteriores possa ser aplicada, deve-se utilizar então um enfoque sistêmico que seja ao mesmo tempo complexo e organizado. Já em seu quarto capítulo, Teorias Sistêmicas e Reducionistas, Waltz descreve que as Teorias das Relações Internacionais podem ser divididas entre sistêmicas e reducionistas. As primeiras explicam o internacional, o sistema, um todo. Conseguem explicar as regularidades do comportamento do Estado, fazendo uma análise da ordem internacional e analisando separadamente sua ligação com cada par - isto sem prever os movimentos políticos de cada Estado, o que não é possível, já que cada unidade política toma sua própria decisão. Assim, as teorias sistêmicas também analisam a interação do Estado em contexto nacional e internacional e como esses dois níveis interagem entre si. As segundas, por sua vez, explicam apenas o nacional e o individual. São aquelas que explicam o comportamento e a interação entre as partes, concentrando as causas ao nível individual ou nacional. Para essas teorias, as decisões internas de cada Estado refletem em sua posição política dentro do cenário Internacional, e, portanto visam estudar as unidades.
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