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Colo uterino - Anatomicamente divido em: • Ectocervice: região exposta no canal vaginal. Ep. escamoso estr. ñ querat. Função: Revestimento e proteção. - Células basais e parabasais: região profunda do epitélio. Arredondadas, citoplasma arredondado e ovalado, núcleo grande, ocupa mais que 50% da área celular total. Predominam em amostras de mulheres com baixa atividade ovariana (pré-menarca, pós- menopausa, puerpério, lactação). - Células intermediárias: região intermediária do epitélio. Forma poligonal, citoplasma abundante e cianófilo, núcleo arredondado e cromatina finamente granular. Predominam em amostras sob elevado efeito da progesterona (gestação, fase lútea, terapia hormonal). - Células superficiais: região superficial do epitélio. Citoplasma abundante, são cianófilas ou eosinófilas, núcleo pequeno, central. Predominam em amostras de mulheres sob elevado efeito estrogênico. • Endocervice: canal de comunicação entre a vagina e o corpo do útero. Ep. colunar simples. Função: Produção de muco. - Células colunares, pequenas com núcleo grande, se comparado ao tamanho total da célula, podem ser do tipo mucípara (produtora de muco) ou ciliada. Quando aparecem agrupadas: paliçada ou favo-de-mel. • JEC (Junção escamo – colunar): Ponto histológico onde os dois epitélios se encontram. Região de maior incidência de colo uterino, o HPV atinge a JEC principalmente quando há inflamação e/ou metaplasia. - Eversão do epitélio colunar: Elevada atividade ovariana; Gestação; Contraceptivos; Efeito progestacional. - Internalização do epitélio escamoso: Baixa atividade ovariana; Pós-menopausa. • Céls. Endometriais: Podem aparecer até o 10º dia do ciclo menstrual, descamam em blocos tridimensionais (geralmente em bolas), núcleos pequenos. - Significado: Mulheres jovens, em fase proliferativa do ciclo, não precisam ser relatadas; Mulheres +40 anos, podem estar associadas a carcinoma de endométrio, mesmo quando são típicas; Mulheres menopausadas oferece risco maior de associação com carcinoma do endométrio (mesmo quando típicas). Coleta de amostras para Citologia Cervicovaginal Critérios: Não estar menstruada; Abstenção sexual 48 horas ;Não realizar ultrassom transvaginal/cremes vaginais/ duchas vaginais (48 horas). Materiais: Escova endocervical; Espátula de Ayre; Frasco de fixador; Coletor; Lápis; Laminas de vidro; Especulo. Alterações benignas Inflamação: Resposta dos tecidos às lesões ocasionadas por vários agentes como bactérias, vírus, fungos, parasitas, trauma, reações químicas, calor, frio ou radiação. Atrofia com inflamação: Fundo do esfregaço com material amorfo e basófilo, resultante da degeneração celular. Células parabasais com características inflamatórias. Reparo: Processo ativado logo após lesão de maior ou menor grau dos tecidos epiteliais e conjuntivo. Critérios citológicos: Difícil diferenciação do epitélio de origem (colunar ou escamoso); Grupamentos celulares com citoplasma denso (fumaça); Anisonucleose; Cromatina granular; Núcleo claro; Nucléolos evidentes; Contorno nuclear regular; Mitose. Processos de proteção: • Hiperdiferenciação: mecanismo de proteção utilizado pelo epitélio escamoso estratificando quando sob estimulação crônica mais grave. - Acantose: O epitélio aumenta seu poder de proteção pelo aumento do número de camadas de células intermediárias. Não é observável na citologia. - Hiperqueratose: Queratinização da camada superficial do epitélio escamoso. - Paraqueratose: Processo de queratinização anormal do epitélio escamoso estratificado (ectocervical e da vagina). Climatério é o período da vida biológica da mulher que marca a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. É nesta fase que ocorre a menopausa, ou seja, a última menstruação. Declínio na produção de hormônios; Modificação da microbiota; Aumento do pH; Achatamento das camadas celulares do epitélio escamoso; Redução na produção de muco pelo epitélio glandular. Alterações associadas ao uso de DIU: Vacúolo citoplasmático deslocando o núcleo, aumento de volume nuclear com aumento da relação núcleo citoplasma. Alterações pós – radioterapia: Células em formatos bizarros. Metaplasia Fenômeno adaptativo que resulta em um novo tipo celular bem mais preparado para enfrentar um ambiente adverso. • Microbiologia Cervico Vaginal - Lactobacillus sp / Citolise: Causam citólise em células intermediárias do epitélio escamoso (ricas em glicogênio) são observadas no esfregaço núcleos livres, restos citoplasmáticos e numerosos lactobacilos; Promove a acidificação do meio (pH 3,8 a 4,5). - Cocos/Bacilos: é observada como uma mistura de cocos e bacilos; - Gardnerella vaginalis / Mobiluncus ssp: Ausência ou escassez de lactobacilos e de leucócitos. Responsável pela Vaginose bacteriana, caract. por corrimento vaginal cinzento, homogêneo e de odor forte. Numerosos bacilos diminutos que recobrem parcial ou totalmente as céls. escamosas e aderem a sua superfície. O núcleo, frequentemente é picnotico, esse padrão celular é chamado Clue Cell. - Actinomyces sp: Associados ao uso do DIU, abundante neutrófilos e macrófagos. - Chlamydia trachomatis: Infecção assintomática em 70% dos casos, sexualmente transmissível. Responsavel por colpites, cervicites e salpingites. Na citologia serão observadas céls. colunares ou metaplasicas c/ inclusões intracitoplasmática do tipo vacúolo bem delimitado e em seu interior inclusões eosinofilicas, numerosos leucócitos. - Leptothichia spp: Associada a infecção por Trichomonas vaginalis, quando isolada não a resp. inflamatória, apresentam – se como longos bacilos que se assemelham a fios de cabelos. - Candida sp: É uma levedura. A gravidez, obesidade, diabetes e tratamento com antibióticos imunossupressores favorecem seu desenvolvimento. Pode ser assintomática ou provocar leucorreias cremosas e espessas, brancas e com aspecto de leite talhado, sensação de queimadura e prurido. Exibem duas formas: Os esporos e os filamentos. Esfregaço tem padrão inflamatório com numerosos neutrófilos, muitas vezes degenerados, pseudoeosinofilia, halo perinuclear, aumento do volume nuclear, discreto aumento da afinidade tintorial da cromatina - Trichomonas vaginalis: Transmissivel por via sexual. Pode ser assintomático. Quando manisfesta veirifica –se: Leucorreia abundante, bolhosa, mal cheirosa e esverdeada. Flagelos são raramente observados. Presença do protozoário promove: alterações nas céls. ep., tais com pseudofilia , halo perinuclear, discreto aumento do volume nuclear, metacromasia, cariomegalia, binucleação, alteração de cromatina. - Herpes: Sexualmente transmissível. Paciente pode ser assitomatica ou haver episódios de dor e febre antes do aparecimento das lesões. Aspecto clinico: lesões que mostram vesículas múltiplas que se unem p/ formar ulceras que cicatrizam em cerca de 10d. O vírus infecta céls. escamosas, colunares e metaplasicas. Multinucleação, com aumento do volume nuclear e aumento do tamanho total da célula - HPV: Existem 200 tipos de HPV que infectam pele e mucosa. No genoma estão distribuídas 8 ORF, as ORFs são classificadas em duas categorias: As de “expressão tardia” pela letra L e as de “expressão precoce” identificadas pela letra E. Paciente pode ser assintomática ou haver episódios de dor e febre antes do aparecimento das lesões. Infectam cels. Escamosas, metaplasicas e colunares. Multinucleação; Aumento do vol. nuclear; Cromatina com aspecto de vidro fosco; Amoldamento nuclear; Espessamento do envoltório nuclear; Alterações inflamatórias e númerosleucócitos. Classificação em citopatologia cervico vaginal - Papanicolaou 1943: Distingue 5 classes de esfregaços. Teve papel histórico, mas deve ser abandonada. - Reagan 1953: Introdução do termo displasia p/ descrever as lesões epiteliais menos marcadas que as do carcinoma. Distingue 3 graus de displasias: Leve, moderada e acentuada. - Richart 1967: Reuniu as lesões intra - epiteliais em um único grupo, as neoplasias intraepiteiais cervicais (NIC), que diferenciou e 3 categorias: NIC I, II E III. - Bethesda 1988: Propõe um modelo de laudo padronizado internacionalmente. O diagnóstico pode ser: - Dentro dos limites da normalidade; - ASC: Significado indeterminado, ñ deve ultrapassar 5% de diagnósticos da rotina laboratorial. . ASC – US: Provável não neoplásico. . ASC – H: Não pode ser afastada lesão intra-epitelial de alto grau. - LSIL (lesão intra-epitelial de baixo grau): Está relacionada a HPV; Céls. superficiais ou intermediarias; Núcleo até 3X maior; Bi ou multibucleação; Hipercromatismo; Contorno nuclear pode ser liso ou irregular; coilocitose e orangeofilia. Conduta clínica: repetir em 6 meses, se persistir, colposcopia. - HSIL (lesão intra-epitelial de alto grau): Céls. parabasais e pequenas; Hipercromasia nuclear é acompanhada por variações no tamanho do núcleo e na sua forma; Aumento da relação núcleo citoplasma; Cromatina fina ou grosseiramente granulosa e regular; Contorno nuclear é irregular e frequentemente apresenta entalhes. Conduta clínica: colposcopia e se lesão bem visível e limitada “ver e tratar” por CAF. - Carcinoma escamoso: Pleomorfismo celular e nuclear; Queratinização; Hipercromatismo; Céls. em formatos aberrantes; Diátese tumoral. - Adenocarcinoma: Céls. isoladas, em camadas bidimensionais ou agrupamentos tridimensionais. Nucleos aumentados, alongados, pleomorficos. Pode haver diátese, macronúcleos.
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