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Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV O sistema respiratório é constituído pelos pulmões e pelas vias aéreas. Para cumprir sua função de fornecer oxigênio para o corpo e eliminar CO2 é necessário que ocorra 4 eventos que em conjunto compõem a respiração: • Respiração ou ventilação: movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões • Respiração externa: troca de O2 no ar inspirado por CO2 no sangue • Transporte de gases: transferência de O2 para as células e captação de CO2 das células • Respiração interna: troca do CO2 por O2 nas proximidades das células O transporte de gases é realizado pelo sistema circulatório e a respiração interna ocorre nos tecidos de todo o corpo. O sistema respiratório é subdividido em: • Porção condutora: situada dentro e fora dos pulmões conduz o ar do ambiente para os pulmões • Porção respiratória: situa-se dentro dos pulmões apenas e realiza a troca do oxigênio por dióxido de carbono (respiração externa) CONDUZ O AR PARA E DA PORÇÃO RESPIRATÓRIA DO SISTEMA Composta por (de fora para dentro dos pulmões): cavidade nasal, boca, nasofaringe, faringe, laringe, traqueia, brônquios primários, brônquios secundários (lobares), brônquios terciários (segmentares), bronquíolos e bronquíolos terminais. A patência (ou seja, capacidade de manter uma via desobstruída) das vias aéreas condutoras é mantida pela combinação de tecido ósseo, cartilagem e elementos fibrosos. O ar passa por um sistema ramificado de túbulos, o diâmetro de cada túbulo se estreita sucessivamente. No entanto o diâmetro transversal total aumenta a cada nível (ou seja se cortarmos um corpo ao meio a soma da área transversal é maior a medida que aumentamos as ramificações) → isso resulta em uma diminuição da velocidade do fluxo de ar a medida que se aproxima da porção respiratória (ou seja do pulmão). Cavidade Nasal É dividida pelo septo nasal (cartilagem e tecido ósseo) em metades direita e esquerda; cada metade é limitada lateralmente por uma parede óssea e uma asa cartilaginosa do nariz. A cavidade nasal se comunica com o meio externo pela narina (anteriormente) e com a nasofaringe por meio da coana. As conchas nasais (ou cornetos) ficam nessa parede óssea lateral e são semelhantes a prateleiras, temos a superior, média e uma inferior. PORÇÃO ANTERIOR DA CAVIDADE NASAL: Nas imediações das narinas é dilatada e conhecida como vestíbulo – esta região possui vibrissas (pelinhos rígidos) e é revestida por pele delgada; sua derme se ancora no pericôndrio de cartilagem hialina (que forma o esqueleto de suporte das asas do nariz) através de numerosos feixes de fibras colágenas, e é rica em glândulas sebáceas e sudoríparas. PORÇÃO POSTERIOR DA CAVIDADE NASAL a cavidade nasal é revestida majoritariamente por um epitélio respiratório (pseudoestratificado cilíndrico ciliado) – exceto o vestíbulo e a região olfatória – que nas regiões mais posteriores da cavidade nasal possui muitas células caliciformes. O tecido conjuntivo subepitelial (lâmina própria) é bem vascularizado, especialmente nas conchas nasais e na parte anterior do septo nasal → essa lâmina própria apresenta muitas glândulas seromucosas e componentes linfoides (alguns nódulos linfoides, mastócitos e plasmócitos). Os anticorpos produzidos pelos plasmócitos Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV (imunoglobulinas IgA, IgE e IgG) protegem a mucosa nasal de antígenos inalados. CORRELAÇÃO CLÍNICA: O sangramento nasal geralmente ocorre na área de Kiesselbach, região anteroinferior do septo nasal, que é um local de anastomoses arteriais; pode ser contido pressionando a região ou preenchendo a cavidade nasal com algodão Região olfatória da cavidade nasal – compreende a mucosa olfatória constituída pelo epitélio olfatória e a lâmina própria subjacente (que contém as glândulas de Bowman e um rico plexo vascular). A mucosa olfatória (a que apresenta o epitélio olfatório) recobre o teto da cavidade nasal, a porção superior do septo nasal e a concha nasal superior. A lâmina própria possui: glândulas de Bowman que secretam um fluido seroso, um plexo vascular e axônios das células olfatórias do epitélio olfatório. Esse epitélio contém três tipos celulares: : São neurônios bipolares cuja porção apical, ou seja, a extremidade distal do seu dendrito forma um bulbo, o botão olfatório, que se projeta acima da superfície das células de sustentação. Seu núcleo é esférico e fica mais próximo da lâmina basal do que do botão olfatório; a maioria das suas organelas está próxima ao núcleo. Eletromicrografias de varredura mostram de 6 a 8 cílios olfatórios que se estendem do botão olfatório até a borda livre do epitélio → NÃO SEI SE É IMPORTANTE POIS AINDA NÃO TIVEMOS A AULA Eletromicrografias de transmissão dos cílios mostram um padrão incomum no seu axonema (é a estrutura contrátil dos cílios) pois não possuem os característicos braços de dineínas (possuem um anel periférico com nove duplas de microtúbulos que circundam dois microtúbulos centrais simples – configuração 9+2 de BMC que ngm lembra mais); próximo a extremidade do cílio apenas os dois microtúbulos centrais estão presentes. A região basal da célula olfatória é seu axônio que penetra na lamina basal para se unir aos outros axônios; embora sejam amielínicos possuem uma bainha composta por células embainhantes (gliais) olfatórias, semelhantes às de Schwann – as fibras nervosas passam pela placa cribriforme do osso etmoide, no teto da cavidade nasal, para fazer sinapse com neurônios secundários do bulbo olfatório. Tempo de vida 3 meses : são células colunares que em possuem uma borda estriada composta de microvilos na porção apical. Seus núcleos situam-se na porção apical e um pouco acima dos núcleos das células olfatórias. O citoplasma dessa região (apical) possui grânulos de secreção contendo pigmento amarelado o que confere a cor característica da mucosa olfatória. Eletromicrografias: mostra que elas formam complexos juncionais com os botões olfatórios das células olfatórias e com outras células de sustentação adjacentes. Possui papel no suporte físico, nutrição e isolamento elétrico para as cel. olfatórias. Tempo de vida 1 ano. : são de dois tipos horizontais e globosas. As HORIZONTAIS são achatadas e ficam bem próximas à membrana basal e as GLOBOSAS são pequenas e basófilas com formato piramidal. Seus núcleos situam-se centralmente, mas por serem curtas ocupam o pólo basal do epitélio. As células globosas têm capacidade proliferativa e podem substituir células de sustentação e olfatórias. As células basais HORIZONTAIS se replicam e substituem as células basais globosas é composta por um tecido conjuntivo que varia de frouxo ao denso não modelado, ricamente vascularizado e que fica aderido ao periósteo subjacente. Contém numerosos elementos linfoides e agrupamentos de axônios de células olfatórias – que formam feixes de fibras nervosas amielinicas. As glândulas de Bowmann (olfatórias) também estão presentes e são características dessa mucosa – liberam IgA, lactoferrina, lisozima e proteína de ligação a odorantes (aumenta a habilidade de detectar odores). Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV a mucosa nasal filtra, aquece e umidifica o ar inalado (pelo seu rico suprimento vascular), além de detectar odores. Partículas, como a poeira, ficam presas no muco produzido pelas células caliciformes do epitélio e pelas glândulas seromucosas da lâmina própria - o fluido seroso produzido porelas fica entre o muco e a membrana plasmática apical das células epiteliais do epitélio respiratório. Os cílios não alcançam o muco, mas sim a camada de fluido seroso (meio aquoso) que desloca o muco que está sobre ele. O fluxo de sangue na rede vascular originada dos vasos arqueados (os vasos que promovem aquecimento do ar - ficam imediatamente abaixo do epitélio) é direcionado no sentido póstero-anterior, oposto ao fluxo de ar, em contracorrente. Mecanismo da rinite/resfriado: A IgE produzida por plasmócitos liga-se ao seu receptor na membrana de mastócitos e basófilos → a ligação de um antígeno específico a IgE (já ligada a seu receptor) libera mediadores da inflamação pelos mastócitos e basófilos, que atuam na mucosa nasal gerando os sintomas. a mucosa é protegida da desidratação pelo sistema de alternação de fluxo sanguíneo para os seios venosos da lamina própria situadas sobre as conchas nasais, sendo uma região similar a um tecido erétil – um lado se expande quando fica cheio de sangue diminuindo o fluxo de ar; e são reidratadas pelo plasma e secreções seromucosas. Seios paranasais os ossos etmoide, esfenoide, frontal e maxilar do crânio que possuem grandes espaços revestidos por mucoperiósteo (ou seja, mucosa aderida firmemente ao periósteo), que são os seios paranasais se comunicam com a cavidade nasal. Possui um epitélio respiratório e uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo bem vascularizado, e características semelhantes às da cavidade nasal. Nasofaringe: a faringe começa nas coanas e vai até a abertura da laringe (a nasofaringe é a porção mais superior). É revestida por uma mucosa com epitélio respiratório, enquanto a orofaringe e a laringofaringe apresentam epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Lâmina própria: tecido conjuntivo vascularizado que varia do frouxo ao denso, é fundida com o epimísio dos músculos esqueléticos da faringe. Na lâmina própria da porção posterior da nasofaringe temos a tonsila faríngea. É responsável pela fonação e para prevenir a entrada de alimentos e fluidos no sistema respiratório. Situa-se entre a faringe e a traqueia, é um tubo cilíndrico e rígido de aproximadamente 4cm de diâmetro e comprimento. Sua parede é reforçada por várias cartilagens do tipo hialina (tireoide, cricóide e a parte inferior do par de cartilagem aritenoides) e do tipo elástica (epiglote, o par de corniculadas e cuneiforme, além da porção superior das aritenoides) → essas articulações são conectadas por ligamentos e seus movimentos controlados por m. esqueléticos intrínsecos e extrínsecos. A epiglote durante a respiração fica em posição vertical permitindo a entrada de ar, mas durante a deglutição ela fica horizontal fechando a laringe. No seu lúmen possui dois pares de pregas de mucosa: Pregas vestibulares – situadas anteriormente e são imóveis, sua lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo possui glândulas seromucosas, células adiposas e elementos linfoides. Pregas vocais possuem em sua borda livre o ligamento vocal, um reforço de tecido conjuntivo denso elástico, onde se fixam os músculos vocais, que regulam o espaço entre as cordas vocais (rima da glote) - durante a respiração silenciosa as pregas são parcialmente abduzidas (afastadas), e durante a fonação elas são fortemente aduzidas (unidas), quando mais afastadas mais grave é a intensidade do som. Sua mucosa é revestida por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (com exceção da superfície superior da epiglote e das pregas vocais – epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado. Os cílios da laringe se movimentam em direção a faringe → Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV partícula chega até a boca, sendo expectorada ou deglutida. Possui três camadas a mucosa, submucosa e adventícia (onde se localizam os anéis cartilaginosos em forma de C com a extremidade aberta para trás). É um tubo com 12cm de comprimento e 2cm de diâmetro que termina com a sua bifurcação para formar os brônquios primários. A contração do musculo traqueal diminui o diâmetro da luz aumentando a velocidade do fluxo de ar o que auxilia na retirada de partículas e muco da laringe através da tosse. composta por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (epitélio respiratório), lâmina própria, e um feixe espesso de fibras elásticas separando a mucosa da submucosa. Epitélio respiratório é um epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado composto por seis tipos celulares, sendo 90% delas caliciformes, cilíndricas ciliadas e basais. Fica separado da lâmina própria por uma espessa membrana basal. Todas as células estão em contato com a membrana basal, mas nem todas chegam ao lúmen. • : quase 30% do total das células do epitélio respiratório, produzem mucinogênio (que ao se hidratar vira mucina). Possuem um pedículo estreito na região basal, e uma teca (porção apical), alargada, contendo grânulos de secreção. O núcleo e a maioria das organelas ficam no pedículo; esta região é rica em REG, complexo de Golgi bem desenvolvido, muitas mitocôndrias e ribossomos. A membrana apical tem poucos e curtos microvilos. • : aproximadamente 30% do total de células, são delgadas e altas com núcleos basais, possuem cílios e microvilos na membrana apical → logo abaixo deles há muitas mitocôndrias e um complexo de Golgi. O resto do citoplasma tem algum REG e poucos ribossomos. Estas células movimentam o muco e o material aderido a ele para a nasofaringe – eliminação • são curtas e constituem quase 30% da população de células. Ficam próximas a membrana basal e suas superfícies apicais não alcançam o lúmen. São relativamente indiferenciadas e consideradas células tronco que substituem as células caliciformes, cilíndricas ciliadas e em escova. • (mucosas de pequenos grânulos) aproximadamente 3% da população; são estreitas cilíndricas e com altos microvilos, sua função é desconhecida (mas associada a terminações nervosas) • Cerca de 3% também, são células colunares com microvilos na superfície apical e grânulos no citoplasma apical, contendo uma secreção serosa elétron-densa. • SNED (células de pequenos grânulos) aproximadamente de 3 a 4% do total; muitas possuem prolongamentos que se estendem até o lúmen (pode estar relacionada a monitorar níveis de O2 e CO2). São associadas com terminações nervosas sensoriais livres (formando os corpúsculos neuroepiteliais pulmonares). Possui numerosos grânulos em seu citoplasma basal, contendo agentes como Ach, ATP, aminas etc. → podendo liberar em situações de hipóxia aliviando as condições. Lâmina Própria É composta por tecido conjuntivo fibroelástico frouxo e uma densa camada de fibras elásticas, que forma uma lâmina elástica que separa a lâmina própria da submucosa. Submucosa composta por um tecido conjuntivo denso fibroelástico, os ductos das glândulas mucosas e submucosas passam pela lâmina elástica e lâmina própria Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV para se abrir na superfície epitelial. Possui rico suprimento sanguíneo e linfático. Adventícia composta por tecido conjuntivo frouxo fibroelástico, e a característica mais importante é a presença dos anéis cartilaginosos com tecido conjuntivo fibroso interposto. É responsável por ancorar a traqueia à o esôfago e aos tecidos conjuntivos do pescoço o epitélio respiratório de pessoas expostas cronicamente a irritantes, como fumaça epó de carvão, sofre alterações reversíveis chamadas de metaplasia com um aumento de células caliciformes em relação a células ciliadas → isso gera uma camada de muco mais espessa para remover as partículas, no entanto, como há diminuição dos cílios ocorre retardo da eliminação = congestão; Árvore bronquial inicia na bifurcação da traqueia. É formada por vias aéreas localizadas fora dos pulmões (brônquios primários, brônquios extrapulmonares) e dentro (bronquial intrapulmonares – secundários e terciários, bronquíolos propriamente ditos, terminais e respiratórios). À medida que as vias diminuem progressivamente de tamanho há uma diminuição na quantidade de cartilagem, no número de glândulas e de células caliciformes, na altura das células epiteliais e um aumento na quantidade de musculo liso e de componentes do sistema elástico. Brônquios primários (extrapulmonares): Tem estrutura idêntica à da traqueia só que com um diâmetro menor e paredes mais delgadas. Cada um penetra na raiz do pulmão com as artérias pulmonares, veias e vasos linfáticos. O brônquio direito é mais verticalizado que o esquerdo; o direito origina 3 ramificações para os 3 lobos, o esquerdo se bifurca enviando ramificações para os 2 lobos. Brônquios secundários e terciários (intrapulmonares): Cada brônquio secundário supre um lobo e os terciários suprem os segmentos broncopulmonares. Os brônquios intrapulmonares são semelhantes aos primários, com algumas diferenças – os anéis cartilaginosos são substituídos por placas irregulares de cartilagem hialina que envolvem completamente seu lúmen, sendo totalmente arredondadas. Cada brônquio secundário se arboriza e supre um segmento broncopulmonar – cada pulmão tem 10 segmentos separados um do outro por tecido conjuntivo → vão diminuindo de diâmetro até originar bronquíolos. Bronquíolos: não possuem cartilagem em suas paredes, tem menos de 1mm de diâmetro e apresentam células de Clara no seu epitélio. Cada bronquíolo supre um LÓBULO pulmonar. O revestimento epitelial varia do epitélio simples cilíndrico ciliado, com ocasionais células caliciformes nos bronquíolos maiores, ao epitélio simples cúbico (com muitas células ciliadas), com ocasionais células de Clara sem células caliciformes nos bronquíolos menores. As células de Clara são cilíndricas e possuem o ápice em forma de cúpula, com curtos microvilos abaulados; no seu citoplasma apical possui muitos grânulos de secreção contendo glicoproteínas produzidas pelo seu REG abundante; funções: proteção do epitélio bronquiolar com sua secreção, degradar toxinas inaladas através de enzimas da família citocromo P-450 no REL, e alguns pesquisadores ainda sugerem que elas Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV produzem um material semelhante ao surfactante; além disso regeneram o epitélio bronquiolar. A LÂMINA PRÓPRIA dos bronquíolos NÃO tem glândulas; é circundada por uma trama helicoidal frouxa de musculo liso. Suas paredes e ramificações NÃO tem cartilagem. Fibras elásticas saem do tecido conjuntivo fibroelástico que circunda a musculatura lisa bronquial, e se conectam a fibras elásticas de outros ramos da árvore bronquial. : o sistema nervoso parassimpático controla o musculo liso dos bronquíolos. Normalmente o musculo liso se contrai no FINAL da expiração e relaxa durante a inspiração, em pacientes com ASMA o musculo pode prolongar a contração durante a expiração, dificultando a saída de ar dos seus pulmões – esteroides e B2-agonistas relaxam o musculo liso bronquiolar e aliviam as crises. Bronquíolos Terminais: representam a menor e a mais distal região da porção condutora do sistema respiratório. Possui diâmetro menor que 0,5 mm e são o término da porção condutora. Conduzem ar para os ácinos pulmonares, subdivisões do lóbulo pulmonar. O EPITÉLIO é composto por células de Clara e células cuboides, algumas com cílios. LÂMINA PRÓPRIA delgada camada de tecido conjuntivo fibroelástico circundada por duas camadas de células musculares lisas. Se ramificam e originam os bronquíolos respiratórios. É composta por bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS Correspondem a primeira região do sistema respiratório onde a troca gasosa pode ocorrer, e tem uma estrutura parecida com os bronquíolos terminais, mas suas paredes são interrompidas pelos ALVÉOLOS, bolsas de parede delgada, onde as trocas podem ocorrer. À medida que ocorre a ramificação desses bronquíolos respiratórios o lúmen diminui e o número de alvéolos aumenta. Cada um deles termina em um ducto alveolar. DUCTOS ALVEOLARES, ÁTRIOS E SACOS São supridos por uma rica rede capilar. Os DUCTOS ALVEOLARES não têm parede própria, são arranjos lineares de alvéolos → os ductos se ramificam e terminam em uma evaginação em fundo cego composta por dois ou mais grupos de alvéolos, em que cada um desses pequenos grupos é conhecido como SACO ALVEOLAR → e esses se abrem no ÁTRIO. Os SEPTOS INTERALVEOLARES são delicadas estruturas de tecido conjuntivo entre os alvéolos que reforçam o ducto alveolar estabilizando-o. A abertura de cada alvéolo para o ducto alveolar é controlada por uma célula de musculo liso (“botão”) envolta por fibras de colágeno tipo III (fibras reticulares) formando um esfíncter. A expiração não forçada depende das redes de fibras elásticas formadas entre os ductos e sacos alveolares 1 BRONQUÍOLO SM m. liso A alvéolo E epitélio L lúmen Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV com as fibras de outras estruturas intrapulmonares (também relacionadas com a manutenção da patência). ALVÉOLOS São pequenas evaginações em forma de sacos aéreos compostos por delgados pneumócitos Tipo 1 e grandes pneumócitos Tipo 2; estão localizados nos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e sacos alveolares. Representam a unidade funcional e estrutural primaria do sist. Respiratório pois permitem a troca de CO2 por O2 entre o ar contido nos seus espaços e o sangue nos capilares. Conferem ao pulmão sua consistência esponjosa (aprox. 300 milhões). As vezes ficam tão próximos um dos outros que eliminam o tecido conjuntivo intersticial entre si – podendo haver comunicação entre os dois através de um Poro Alveolar (poro de Kohn) equilibrando a pressão de ar dentro dos segmentos. A região entre os alvéolos adjacentes é o SEPTO INTERALVEOLAR, que é ocupado por um leito capilar extenso composto por capilares contínuos, supridos pela artéria pulmonar e drenado pelas veias pulmonares – o tec. conjuntivo desse septo é rico em fibras elásticas e de colágeno tipo III (reticulares). Como os alvéolos e capilares são formados por células epiteliais eles repousam sobre uma proeminente lâmina basal; a abertura dos alvéolos nos sacos alveolares (ao contrário do que ocorre nos bronquíolos respiratórios e ductos alveolares) são desprovidas de músculo liso → seus orifícios são circundados por fibras elásticas e reticulares. As paredes são compostas por pneumócitos do tipo I e do tipo II. Pneumócitos Tipo 1 aproximadamente 95% da superfície alveolar é revestida por um epitélio SIMPLES PAVIMENTOSO cujas células são os pneumócitos tipo I (células alveolares tipo 1 ou células alveolares pavimentosas). Seu citoplasma é extremamente delgado, a região do núcleo é maislarga e contém grande parte das organelas (poucas mitocôndrias, pouco REG e um Golgi pouco desenvolvido). Eles formam junções oclusivas uns com os outros prevenindo o escape do fluido extracelular para dentro do lúmen. A face adluminal destas células é coberta por uma lâmina basal bem desenvolvida que se estende até próximo da borda dos poros alveolares → a borda de cada poro alveolar é formada pela junção das membranas plasmáticas de dois pneumócitos tipo 1 de alvéolos distintos. A superfície luminal dos pneumócitos do Tipo 1 é coberta por surfactante. Pneumócitos Tipo 2 embora sejam mais numerosos que os do tipo 1 ocupam apenas 5% da superfície alveolar. Essas células cuboides ficam dispersas entre as do tipo 1 e formam junções oclusivas com elas. Sua superfície apical em forma de cúpula se projeta pra dentro do lúmen alveolar → geralmente estão localizados onde os alvéolos são separados uns dos outros por septos (por isso também são chamados de células septais) e sua superfície adluminal (basal) é coberta por uma lâmina basal. Possuem curtos microvilos, núcleo centralizado, abundante REG, golgi bem desenvolvido e mitocôndrias AS CARACTERÍSTICAS + MARCANTES presença de corpos lamelares, que são revestidos por surfactante que é o seu produto de secreção – composto por dois fosfolipídios a dipalmitoil fosfatidilcolina e o fofatidilglicerol, lipídios neutros e 4 proteínas exclusivas (apoproteinas surfactantes SP-A SP-B SP-C SP-D) – sai do Golgi e é transportado por vesículas chamados corpos compostos, precursores dos corpos lamelares. crianças prematuras que ainda não produziram surfactante, ou foi insuficiente, podem sofrer da síndrome da angústia respiratória do recém-nascido – pois seus alvéolos não conseguem permanecer abertos; o surfactante sintético é utilizado pois age reduzindo a tensão superficial alveolar, Gabriella Estrela MED UFBA 255 HISTOLOGIA IV e os glicocorticoides estimulam a produção de surfactante pelos pneumócitos do tipo II O surfactante é liberado por exocitose e forma uma rede conhecida como mielina tubular que se separa nas porções lipídica e protéica. – Prevenindo a atelectasia que é o colapso dos alvéolos – é produzido constantemente e é fagocitado e reciclado pelos pneumócitos tipo II e as vezes por macrófagos alveolares. Os PT2 além disso tudo sofrem mitose e regeneram a si mesmos e aos pneumócitos tipo 1. Macrófagos alveolares (células de poeira) fagocitam partículas suspensas no lúmen dos alvéolos e nos septos. Monócitos que ganham acesso ao interstício pulmonar tornam-se células de poeira e ficam no lúmen alveolar, mantendo um ambiente estéril nos pulmões. macrófagos alveolares de pacientes com congestão pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva contém hemácias fagocitadas – sendo chamados de CÉLULAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. O enfisema é uma doença normalmente associada às sequelas de exposição prolongada à fumaça do cigarro (maconhismo tbm – Prof. George rs) e outros inibidores da proteína alfa1-antitripsina → essa proteína protege o pulmão contra a destruição das fibras elásticas pela elastase sintetizada pelas células de poeira – em alguns pacientes a elasticidade reduz e grandes sacos alveolares dilatados e preenchidos com fluido diminuem a capacidade de troca gasosa. Septo interalveolar é revestido pelo epitélio alveolar em seus dois lados. Pode ser muito estreito contendo apenas um capilar contínuo e sua lâmina basal; ou ser mais espesso contendo elementos do tecido conjuntivo (fibras reticulares e elásticas), macrófagos, fibroblastos, mastócitos e elementos linfoides. BARREIRA HEMATO-AÉREA É a região mais delgada do septo que é atravessada por o2 e co2 do lúmen do alvéolo para o lúmen do vaso sanguíneo, quanto mais estreita é a barreira mais eficiente ela é para as trocas. É formada por: surfactante e pneumócitos tipo 1; lâminas basais dos pneumócitos tipo 1 e das células endoteliais dos capilares fundidos; células endoteliais dos capilares contínuos (NÃO TEM PNEUMOCITO TIPO 2) TROCAS GASOSAS Nos pulmões o O2 é trocado por Co2 trazido pelo sangue; nos tecidos o Co2 é trocado pelo O2 do sangue. Vou esperar a aula de Alexandre para saber se precisamos dessa parte
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