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Apostila Quimica experimental UFLA

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Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
1 
Universidade Federal de Lavras 
Departamento de Química – DQI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de 
Química Experimental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lavras, MG 
2019-2 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
2 
Cronograma para GQI 161 – 2019/2 
 
Aulas Dias Mês Prática/Descrição 
 12-16 08 Semana de formação docente 
1 19-23 08 Apresentação do laboratório e segurança 
2 26-30 08 Tratamento de dados e medidas de volume 
3 02-06 09 Cálculo da densidade de líquidos e sólidos 
4 09-13 09 Quantificação do teor de água no etanol combustível 
5 16-20 09 Processos gerais de separação e forças intermoleculares 
6 23-27 09 Preparo de soluções KOH e HCl 
7 30-04 09-10 Padronização de soluções 
8 05 10 Atividade no campus virtual: Exercícios 
9 07-11 10 Semana para esclarecer dúvidas 
 14-18 10 Recesso Escolar 
10 24 10 Avaliação 1 – (quinta às 18:00 h) 
11 31-01 10 Determinação de acidez em soluções de compostos comerciais 
 31 10 Segunda chamada da Avaliação 1 (quinta às 18:00h) 
12 04-08 11 Estequiometria 
 11-15 11 Semana sem ministração de aulas 
13 18-22 11 Cinética química 
14 25-29 11 Equilíbrio e Preparo da aula de corrosão 
15 02-06 12 Corrosão 
16 07 12 Atividade no campus virtual: Exercícios 
17 11 12 Avaliação 2 – (quarta às 18:00h) 
 16 12 Segunda chamada da Avaliação 2 – segunda-feira 
 19 12 Avaliação adicional 
 
 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
3 
Sumário 
 
 
1. INSTRUÇÕES GERAIS --------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2. PRÁTICA 1 - TRATAMENTO DE DADOS E MEDIDAS DE VOLUME ------------------------------------ 17 
3. PRÁTICA 2 - CÁLCULO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS ----------------------------------- 33 
4. PRÁTICA 3 - QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA NO ETANOL COMBUSTÍVEL ----------------- 40 
5. PRÁTICA 4 - PROCESSOS GERAIS DE SEPARAÇÃO E FORÇAS INTERMOLECULARES ----------- 44 
6. PRÁTICA 5 - PREPARO DE SOLUÇÕES KOH E HCL ------------------------------------------------------- 49 
7. PRÁTICA 6 - PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES-------------------------------------------------------------- 53 
8. PRÁTICA 7 - DETERMINAÇÃO DE ACIDEZ EM SOLUÇÕES DE COMPOSTOS COMERCIAIS ------ 57 
9. PRÁTICA 8 - ESTEQUIOMETRIA ------------------------------------------------------------------------------ 59 
10. PRÁTICA 9 – CINÉTICA QUÍMICA -------------------------------------------------------------------------- 62 
11. PRÁTICA 10 – EQUILÍBRIO QUÍMICO --------------------------------------------------------------------- 64 
12. PRÁTICA 11 – CORROSÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
4 
1. INSTRUÇÕES GERAIS 
 
1.1. INTRODUÇÃO 
As atividades propostas para a parte experimental da disciplina Química Geral Experimental criam uma 
oportunidade para o estudante trabalhar com autonomia e segurança em um laboratório de química. Procurar-se-
á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade de manusear reagentes e vidrarias, mas também criar condições 
para que o estudante faça uma avaliação crítica dos experimentos realizados. 
1.2. OBJETIVO 
O objetivo das práticas desenvolvidas é familiarizar o aluno com o ambiente do laboratório, permitindo-lhe: 
✓ Aplicar os procedimentos de segurança no laboratório; 
✓ Identificar equipamentos e vidrarias comuns em procedimentos experimentais de química; 
✓ Desenvolver procedimentos básicos de análise; 
✓ Desenvolver a prática na redação de um relatório. 
1.3. AULAS PRÁTICAS 
Para o bom andamento e execução das aulas, deve-se respeitar a dinâmica das aulas, as quais incluem: 
✓ Leitura prévia do assunto a ser abordado na aula: a fase pré-laboratório tem como objetivo familiarizar 
o aluno com o experimento a ser realizado. Dessa forma, estude com antecedência o roteiro da aula 
prática a ser realizada, procurando compreender os objetivos, os procedimentos a serem adotados, e 
dê especial atenção às advertências em relação à segurança; 
✓ Apresentação do pré-relatório antes do início da aula (individual); 
✓ Discussão entre professor e alunos sobre os aspectos teóricos e práticos relevantes; 
✓ Execução dos experimentos pelos alunos; 
✓ Interpretação e discussão dos resultados, juntamente com o professor durante a aula; 
✓ Apresentação dos resultados e discussão num relatório. 
1.4. ELABORAÇÃO DE UM RELATÓRIO CIENTÍFICO 
Um relatório é o relato detalhado de um experimento científico geralmente realizado em laboratório. Aprender 
a elaborar um relatório significa, antes de tudo, aprender a organizar dados, informações e resultados obtidos e 
transmiti-los de maneira correta, segundo os critérios científicos aceitos no mundo todo. Assim, o relatório faz parte 
do experimento. 
Um relatório tem como objetivo principal informar com exatidão e clareza como um experimento foi realizado. 
Caso queiram repetir o experimento, que sejam capazes de fazê-lo seguindo a descrição do seu relatório. 
A seguir são descritos alguns aspectos importantes sobre a elaboração de relatórios científicos. 
 
1.4.1. Estilo Impessoal 
Um bom relatório deve ser curto; as ideias devem ser expressas de maneira clara, concisa e em bom estilo de 
linguagem. 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
5 
É praxe redigir relatórios de uma forma impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado, pois se relata 
algo que já foi feito. Assim, para relatar a medida da massa de algumas amostras sólidas, pode-se escrever: "As 
massas das amostras sólidas maciças foram determinadas utilizando-se uma balança...", ou "Determinaram-se as 
massas das amostras sólidas maciças utilizando-se uma balança...” 
Não se deve usar formas como: "Eu determinei a massa..." ou "Pesei as amostras..."; sempre evite a forma 
pessoal. 
 
1.4.2. As Partes de um Relatório 
Um relatório deve conter os seguintes itens: 
 
1. Uma página de capa 
2. Introdução 
3. Objetivos 
4. Parte Experimental 
5. Resultados e discussão 
6. Conclusão 
7. Bibliografia 
8. Questionário 
 
Devido à importância de se saber descrever bem dados científicos, o que também é de extrema importância 
para professores, a seguir são apresentados alguns esclarecimentos para o preparo de cada item de um relatório. 
Entretanto, para essa disciplina, após a realização de cada prática, cada membro da equipe de alunos elaborará um 
relatório científico simplificado. Este, juntamente com os questionários que se encontram ao final de cada prática, 
deverá ser entregue, impreterivelmente, uma semana após a execução do trabalho experimental, mas algumas 
regras devem ser observadas (Veja as instruções para pré-relatórios e relatórios simplificados disponibilizadas 
por seu professor). 
 
1.4.2.1. Capa 
A capa do relatório deverá apresentar o trabalho, mostrando o nome da instituição, nomes dos autores, título 
do experimento e local/data de realização do experimento. A Figura 1 apresenta um modelo de capa em papel A4. 
 
 
Figura 1. Modelo de capa para relatórios científicos em papel A4. 
 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
6 
1.4.2.2. Introdução 
A introdução deve conter uma descrição teórica sobre o fenômeno/assunto em estudo, o qual deve ser extraído 
de livros textos relacionados. Entretanto,não pode ser uma cópia de um texto ou de qualquer outra referência 
pesquisada, mas sim uma redação que oriente o leitor para o problema estudado e sua importância. A introdução 
deve conter também uma breve descrição do assunto central do experimento, apresentando o que será feito e o 
porquê da realização do experimento. 
 
1.4.2.3. Objetivos 
É a parte do relatório em que são apresentados os objetivos gerais e específicos do experimento, ou seja, o que 
realmente se deseja alcançar com a realização do experimento. 
 
1.4.2.4. Parte Experimental 
Este item pode ser dividido nos seguintes subitens: 
✓ Materiais e reagentes: deve conter o nome e quantidade de todas as vidrarias, reagentes e demais 
materiais utilizados no experimento. No caso das vidrarias, informar a capacidade volumétrica, e em 
caso de utilizar soluções, informe a concentração em unidades adequadas. 
 
✓ Procedimentos: deve conter uma descrição precisa e detalhada dos procedimentos utilizados, inclusive 
modificações que tenham sido feitas no roteiro, informando todos os dados importantes como 
quantidades de reagentes, solventes, tempo, temperatura dos processos, métodos de análises, etc. 
 
1.4.2.5. Resultados e Discussão 
Esta seção é uma das mais importantes de um relatório. Primeiramente os resultados obtidos devem ser 
apresentados da forma mais clara e completa possível. Os dados devem estar inseridos dentro de um texto, 
seguindo uma sequência lógica e de fácil entendimento. Em seguida, os resultados apresentados devem ser 
descritos e discutidos. Deve-se discutir os resultados do ponto de vista químico, apontando possíveis fontes de erro, 
correlacionando-as com os dados obtidos. Sempre que possível, comparar os resultados obtidos com os da 
literatura. 
Uma maneira rápida e eficiente de registrar dados em um relatório é sob a forma de tabelas. Em geral, uma 
tabela é mostrada como no exemplo a seguir: 
 
Tabela X – Valores da densidade de algumas substâncias simples (a 20°C, a menos que outro valor seja indicado).* 
Substância ρ/(g.cm-3) Substância ρ/(g.cm-3) 
Alumínio 2,699 Gálio (a 29,6ºC) 5,878 
Bário 3,5 Manganês 7,20 a 7,40 
Carbono (diamante) 3,14 a 3,52 Níquel (a 25ºC) 8,876 
Carbono (grafite) 1,9 a 2,3 Paládio 12,00 
Estrôncio 2,54 Tungstênio 19,3 
Ferro 7,860 Zircônio 6,494 
*FONTE: WEAST, Robert cm. (Ed.) Handbook of Chemistry and Physics. 5º.ed.Cleveland (OH), CRC.Pres., 
1976.p.B-5 a B-6 e F-5. 
 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
7 
Deve estar claro que a tabela não pode ser simplesmente colocada no relatório sem que antes ela seja 
apresentada. Assim, por exemplo, a tabela anterior pode de ser mencionado previamente no texto do relatório. 
Isso pode ser feito da seguinte forma: “A tabela X apresenta os valores de densidade de diferentes substâncias 
simples encontradas na natureza”. 
Outra forma de apresentação de dados na qual se detecta visualmente como varia uma propriedade à medida 
que uma segunda propriedade varia é através de um gráfico. Para montar um gráfico utiliza-se papel milimetrado 
ou softwares adequados. Para que um gráfico possa ser o mais útil possível, é importante que os seguintes pontos 
sejam observados ao montá-lo: 
 
✓ Deve-se utilizar, na ordenada e na abscissa, escalas suficientemente expandidas de modo a ocupar a 
maior porção possível do papel milimetrado. A origem da escala de cada eixo não precisa 
necessariamente aparecer no gráfico, sendo que a escala deve ser iniciada e finalizada tomando-se 
valores ligeiramente próximos do valor mínimo e máximo medido, respectivamente. Por exemplo, 
suponha que se tenha feito medidas de temperatura cujos valores encontram-se num intervalo que vai 
de 80°C a 125°C. Assim, a escala para representar tais valores deveria começar em 70 ou 75°C e 
terminar em 130 ou 135°C. 
 
✓ Deve-se indicar junto aos eixos os símbolos das grandezas correspondentes divididos por suas 
respectivas unidades; isto porque os valores representados nos eixos devem ser números puros, 
(adimensionais). Toda grandeza é igual ao produto entre um valor numérico e uma unidade de medida 
(grandeza = valor numérico x unidade). Portanto, o valor numérico representando o eixo deve ser igual 
ao quociente grandeza/unidade. 
 
✓ Deve-se indicar o que será representado no gráfico através de um título ou de uma legenda. 
 
✓ Deve-se marcar os valores da escala em cada eixo de forma clara; não se deve colocar setas para indicar 
o sentido de crescimento das quantidades representadas em cada eixo. 
 
✓ Deve-se indicar cada ponto de cada curva lançada no gráfico por meio de pequenos círculos, quadrados, 
triângulos, etc., usando, para cada curva, um único tipo de representação que as diferencie. Cada curva, 
deve ser traçada com distintas convenções (linhas contínuas, tracejadas, pontilhadas, etc.). 
 
✓ Ao se traçar uma curva, deve-se traçá-la de modo a representar a tendência média dos pontos 
(procedimento conhecido como interpolação); não se deve, a menos que assim solicitado, unir os 
pontos através de segmentos de retas (isto resulta num histograma). 
 
A Figura 2 mostra um gráfico obedecendo às convenções acima. 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
8 
 
Figura 2. Massas de duas amostras em função de seus volumes. 
 
1.4.2.6. Conclusão 
 
Constitui numa análise crítica e resumida do trabalho desenvolvido, tendo relação estreita com os objetivos 
propostos. Neste item deve ser verificado se os objetivos específicos foram atingidos, podendo-se fazer 
proposições que levem a melhores resultados. 
 
1.4.2.6. Bibliografia 
 
É a lista de livros, obras de referência e artigos de revistas utilizados na elaboração do relatório. No texto, deve 
haver citação da referência usando-se números entre colchetes para as referências (Exemplo: [1]). As referências 
bibliográficas devem ser apresentadas segundo as normas da ABNT, como exemplificado abaixo. 
 
✓ para citar livros: 
1 - KOTZ, J. C., TREICHEL Jr., P. Química e Reações Químicas, 4ª ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e 
Científicos, 2002. p. 250-71. v. I. 
 
✓ para citar páginas da internet: 
1 - http://www.ufsj.edu.br. Acesso em: 07 de outubro de 2013. 
 
 
OBS: NÃO ENCADERNE O RELATÓRIO. SIGA A SEQUÊNCIA DOS ITENS CITADOS ACIMA, SEM DEIXAR FOLHAS 
OU ESPAÇOS EM BRANCO! 
 
1.5. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO: 
Todo o laboratório deve ser considerado um local contendo riscos para as pessoas que trabalham ou se 
encontram nele. Em virtude disso, é necessário ter normas adequadas de conduta para que não ocorra nenhum 
dano à saúde de pessoas, bem como às instalações e equipamentos do mesmo. A única maneira de evitar os perigos 
associados ao trabalho no laboratório é conhecer e respeitar as normas de segurança. 
 
6 7 8 9 10 11
30
40
50
60
 Amostra 1
 Amostra 2
M
 / 
g 
(e
ix
o 
y)
V / cm
3 
(eixo x)
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
9 
Em um laboratório é importante atenção, prevenção de acidentes e consciência da importância de trabalhar 
em segurança. Isso pode ser alcançado observando-se algumas regras importantes (as normas e critérios de 
segurança aqui colocados visam a atender as necessidades dos procedimentos desta apostila, e não devem ser 
considerados únicos ou suficientes se pretendemos ir além das práticas aqui apresentadas. Outros cuidados 
adicionais serão destacados durante a descrição da prática conforme a necessidade em particular): 
 
1. Evitar trabalhar sozinho no laboratório. A presença de outras pessoas será sempre uma valiosa ajuda em caso 
de acidentes. 
2. Usar obrigatoriamente avental,sapato fechado (usar sempre algum tipo de calçado que cubra todo o pé) e 
cabelo sempre preso durante as aulas. Não usar saias ou bermudas no laboratório; 
3. Não fumar, comer ou beber no laboratório. Da mesma forma, não se deve provar qualquer substância do 
laboratório, mesmo que inofensiva. 
4. Evitar o uso de lentes de contato devido ao perigo de num acidente ocorrer à retenção de líquido corrosivo 
entre a lente e a córnea. 
5. Não deixar livros, blusas, mochilas, etc., jogadas nas bancadas. Ao contrário, colocá-los longe de onde se 
executam as operações de prática; 
6. Preparar-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros experimentais e 
consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto com o professor antes de tentar fazer 
o experimento; 
7. Procurar conhecer a toxicidade dos vários reagentes usados e tratá-los com a devida seriedade; 
8. Não tentar nenhuma reação não especificada pelo professor. Reações desconhecidas podem causar resultados 
desagradáveis; 
9. Conservar sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evitar derramar líquidos e 
sólidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente. Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais 
estranhos ao trabalho; 
10. Não cheirar um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em direção ao nariz, enquanto se segura 
o frasco com a outra mão. 
11. Não levar as mãos à boca ou aos olhos quando estiver trabalhando com produtos químicos. 
12. Nunca acender um bico de gás quando alguém no laboratório estiver usando algum solvente orgânico. Os 
vapores de solventes voláteis, como éter etílico, podem se deslocar através de longas distâncias e se inflamar 
facilmente. 
13. Fechar cuidadosamente as torneiras dos bicos de gás depois de seu uso. 
14. Nunca despejar água num ácido, mas sim o ácido sobre a água. Além disso, o ácido deve ser adicionado 
lentamente, com agitação constante. 
15. Não pipetar nenhum tipo de produto com a boca. 
16. Não deixar vidros, metais ou qualquer outro material, em temperatura elevada, em lugares em que possam eles 
ser tocados inadvertidamente. 
17. Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para o seu lado, nem para o lado de outra pessoa. 
18. Não aquecer reagentes em sistemas fechados. 
19. Não deixar recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos inadvertidamente. Lembre-se de que o 
vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio; 
20. Ler com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco errado. Certifique-se 
de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro experimental; 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
10 
21. Nunca tornar a colocar no frasco o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos frascos de reagentes, 
exceto o conta-gotas de que alguns são providos ou pinças para sólidos; 
22. Evitar contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear substâncias corrosivas 
como ácidos e bases; 
23. Nunca deixar frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama.; 
24. Não deixar nenhuma substância sendo aquecida sem supervisão; 
25. Não jogar nenhum material sólido dentro das pias ou ralos; 
26. O material inútil (rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada. Pergunte ao professor; 
27. Quando for testar um produto químico pelo odor, não colocar o frasco sobre o nariz. Desloque os vapores que 
se desprendem do frasco com a mão para a sua direção; 
28. Usar a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases tóxicos ou corrosivos; Não aqueça 
tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para alguém próximo. Sempre que 
possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA; 
29. Fechar todas as gavetas e portas que abrir. 
30. Ao término do experimento, lavar o material utilizado, limpe sua bancada de trabalho, seu banco, a pia e outras 
áreas de uso em comum. Verifique se os equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes 
fechados; 
31. Aprender a localização e a utilização do extintor de incêndio; 
32. Verificar as condições da aparelhagem. Não trabalhar com material imperfeito ou defeituoso, principalmente 
com vidro que tenha pontas ou arestas cortantes. Qualquer material de vidro trincado deve ser rejeitado e 
comunicado ao professor; 
33. Usar sempre um pedaço de pano protegendo a mão quando estiver cortando vidro ou introduzindo-o em 
orifícios. Antes de inserir tubos de vidro em tubos de borracha ou rolhas lubrifique-os. 
34. Ter cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão. Dessecadores sob vácuo devem ser 
protegidos com fita adesiva e colocados em grades de proteção própria; 
35. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que possa ser afetado quando 
exposto a determinados reagentes químicos, comunicar o professor logo no primeiro dia de aula; 
36. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se necessário, com o auxílio 
do extintor de incêndio apropriado; 
37. Jogar papéis usados e materiais descartáveis no lixo somente quando não apresentarem riscos; 
38. Verificar a tensão dos aparelhos elétricos antes de ligar; 
39. Todas as vezes que ocorrer um acidente com algum aparelho elétrico (centrífuga, por exemplo), puxar 
imediatamente o pino da tomada; 
40. Ao cortar um tubo de vidro ou tentar inseri-lo numa rolha de borracha, enrolar ambos num pedaço de pano a 
fim de evitar cortes; 
41. Em caso de queimaduras por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis, lavar a área atingida repetidas vezes 
com bastante água de torneira; 
42. Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros quebrados, por exemplo). O mercúrio, além de corrosivo, 
é muito tóxico. Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre ou zinco em pó; 
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11 
43. Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ocorrido. 
44. Em caso de derramamento de produtos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos, tomarem as seguintes precauções: 
A. Parar o trabalho, isolando na medida do possível a área; 
B. Advertir pessoas próximas sobre o ocorrido; 
C. Só efetuar a limpeza após consultar a ficha de emergência do produto; 
D. Alertar o professor; 
E. Verificar e corrigir a causa do problema; 
45. O último usuário, ao sair do laboratório, deve desligar tudo e desconectar os aparelhos da rede elétrica. 
 
Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos acidentes. É muito 
importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está fazendo. 
 
1.6. REFERENTE AO LABORATÓRIO: 
Para realização dos experimentos esteja sempre atento e: 
 
✓ Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho; 
✓ Faça limpeza prévia, com material apropriado antes de colocá-los para lavagem; 
✓ Rotule os reagentes ou soluções preparadas e as amostras coletadas; 
 
1.7. DESCARTE DE RESÍDUOS 
Nunca descarte resíduos gerados na aula dentro da pia. As instruções para descarte dos mesmos serão 
fornecidas pelo professor durante as aulas. Muitos destes resíduos devem ser tratados e devem ser devidamente 
recolhidos e identificados. 
 
1.8. MATERIAIS BÁSICOS DE LABORATÓRIO 
A execução de experimentos em um laboratório de química envolve geralmente a utilização de uma variedade 
de equipamentos e materiais de laboratório, a maioria muito simples, porém com finalidades específicas. O 
emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a experiência será 
executada. Abaixo são descritos o nome e a funçãode alguns desses materiais. 
 
1.8.1. Materiais de vidro 
 
1. Tubo de ensaio: utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena escala. 
2. Béquer: recipiente com ou sem graduação, utilizado para a dissolução de sólidos durante o preparo de 
soluções, aquecimento de líquidos, recristalizações e manipulação de soluções. 
3. Erlenmeyer: frasco utilizado para aquecer líquidos ou para efetuar titulações. 
4. Kitasato: frasco de paredes espessas munido de saída lateral usado em filtrações sob vácuo. 
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12 
5. Balão volumétrico: recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado volume de líquido, 
a uma dada temperatura. É utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. 
6. Proveta: frasco com graduações destinado a medidas aproximadas de volume de líquidos. 
7. Bureta: equipamento calibrado para medidas precisas de volume de líquidos. Permite o escoamento do 
líquido e é muito utilizada em procedimentos de titulação. 
8 e 9. Pipeta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois tipos de pipetas: 
pipeta graduada (8) e pipeta volumétrica (9). A primeira é utilizada para escoar volumes variáveis e a segunda para 
escoar volumes fixos de líquidos. Antes de serem usadas devem ser lavadas. Para se encher uma pipeta, coloca-se 
a ponta no líquido e faz-se sucção com a pera. Deve-se ter o cuidado de manter a ponta da mesma sempre abaixo 
do nível da solução ou líquido, caso contrário, ao se fazer a sucção, o líquido alcança a pera de borracha. A sucção 
deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço de referência. Feito isso, deixar escoar o líquido lentamente até o 
traço da referência (zero). Para escoar o líquido, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a ponta encostada 
na parede do recipiente que vai receber o líquido. 
 
10. Funil: utilizado na transferência de líquidos de um frasco para outro ou para efetuar filtrações simples. 
11. Vidro de relógio: usado geralmente para cobrir béqueres contendo soluções e finalidades diversas. 
12. Dessecador: utilizado no armazenamento de substâncias quando se necessita de uma atmosfera com baixo 
teor de umidade. Também pode ser utilizado para manter as substâncias sob pressão reduzida. Existem vários tipos. 
13. Pesa-filtro: recipiente destinado à pesagem de sólidos. 
14. Bastão de vidro: usado na agitação e transferência de líquidos. 
15. Funil de separação: equipamento para separar líquidos não miscíveis. Existem vários modelos. 
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13 
 
16, 17 e 18. Condensador: Equipamento destinado à condensação de vapores, em destilações ou aquecimento 
sob refluxo. Existem três tipos básicos, condensador reto ou liso (16), de bola (17) e espiral (18). O condensador de 
bolas é usado para refluxo, enquanto os outros modelos são mais utilizados em destilações. 
19. Termômetro: Usado para medidas de temperatura. 
 
1.8.2. Materiais de porcelana 
 
20. Funil de Büchner: utilizado em filtrações por sucção, devendo ser acoplado a um kitasato. 
21. Cápsula de porcelana: usada para efetuar evaporação de líquidos. 
22. Cadinho: usado para calcinação de substâncias. 
23. Almofariz (gral) e pistilo: destinados à pulverização de sólidos. Além de porcelana, podem ser feitos de ágata, 
vidro ou metal. 
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14 
 
 
1.8.3. Materiais metálicos 
 
Suporte (24), mufa (25) e garra (26): peças metálicas usadas para 
montar aparelhagens em geral. 
Grampos: peças de vários tipos, como Mohr (27) e Hoffmann 
(28), cuja finalidade é impedir ou reduzir o fluxo de líquidos ou gases 
através de tubos flexíveis. 
 
 
29. Pinça Casteloy: usada para segurar objetos aquecidos. 
30. Tela de amianto: tela metálica, contendo amianto, utilizada para distribuir uniformemente o calor, 
durante o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um bico de gás. 
31. Triângulo de ferro com porcelana usado principalmente como suporte em aquecimento de cadinhos. 
32. Tripé: usado como suporte, principalmente de telas e triângulos. 
33. Bico de gás (Bunsen): fonte de calor destinado ao aquecimento de materiais não inflamáveis. 
34. Banho de água ou banho-maria: utilizado para aquecimento até cerca de 100oC. Existem vários modelos. 
 
 
35. Argola: usada como suporte para funil de vidro ou tela metálica. 
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15 
36. Espátula: usada para transferir substâncias sólidas. Existem vários modelos. 
37. Furador de rolhas: utilizado na perfuração de rolhas de cortiça ou borracha. 
 
1.8.4. Materiais diversos 
38. Suporte para tubos de ensaio. Existem vários modelos de diversos tamanhos e materiais. 
39. Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de ensaio. 
40. Pisseta: frasco geralmente contendo água destilada, álcool ou outros solventes, usado para efetuar a 
lavagem de recipientes ou materiais com jatos do líquido nele contido. 
41. Trompa de água: dispositivo para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior de um frasco; muito utilizado 
em filtrações por sucção. 
42. Estufa: equipamento empregado na secagem de materiais, por aquecimento, em geral até 200°C. 
 
 
43. Mufla ou forno: utilizada na calcinação de substâncias, por aquecimento em altas temperaturas (até 
1000 ou 1500C). 
44. Manta elétrica: utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis, contidos em balão de fundo redondo. 
45. Centrífuga: instrumento que serve para acelerar a sedimentação de sólidos em suspensão em líquidos. 
46. Balança: instrumento para determinação de massa. Existem vários modelos com diversos tipos de 
precisão. 
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16 
 
1.9. REAGENTES E FRASCOS DE REAGENTES 
Os reagentes químicos são guardados em frascos de vidro ou de plástico, de acordo com a natureza do reagente, 
tampados e rotulados. O rótulo deve conter o nome do reagente, sua concentração, data do preparo e nome do 
responsável, como no exemplo a seguir: 
 
 
 
Quando qualquer frasco de reagente for aberto, deve-se colocar a sua tampa na mesa sobre um papel toalha, 
virada para cima. Após o reagente ser usado, deve-se tampar imediatamente o frasco. 
Para reagentes líquidos, uma porção qualquer de reagente retirada do frasco jamais deve retornar a ele. Assim, 
deve-se retirar dos frascos de reagente somente o necessário, evitando desperdícios. Para fazê-lo, deve-se verter 
o reagente líquido a ser usado em um pequeno béquer limpo e seco, a partir do qual será transferido ou pipetado. 
Nunca se devem introduzir pipetas, conta-gotas, etc., diretamente nos frascos de reagentes. 
Para o processo de transferência de um líquido para um recipiente qualquer se deve segurar o frasco de maneira 
que a mão tampe o rótulo, inclinando o frasco para o lado oposto ao do rótulo. Deste modo, se algum líquido 
escorrer pelas paredes externas do frasco, não estragará o rótulo. Caso ocorra, ocorrer deve-se limpar o frasco 
imediatamente. 
No caso de reagentes sólidos, uma espátula limpa e seca deve ser usada para retirar um reagente do frasco. 
Essa espátula só poderá ser usada para manipulação de outro reagente após ser devidamente limpa e seca 
novamente. 
 
 
HCl 0,10 mol/L 
 
12/07/09 José da Silva 
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17 
 
2. PRÁTICA 1 - TRATAMENTO DE DADOS E MEDIDAS DE VOLUME 
 
2.1. OBJETIVOS 
✓ Discutir a utilização de algarismos significativos 
✓ Discutir a medição experimental e suas incertezas 
✓ Efetuar registrosadequados de medidas experimentais 
 
2.2. INTRODUÇÃO 
A investigação científica é iniciada com observações, que são normalmente realizadas sob condições 
rigorosamente controladas no laboratório. As observações podem ser qualitativas (pode-se observar, por exemplo, 
que a cor da oxidação do ferro é simplesmente marrom avermelhada) ou quantitativas (pode-se observar qual a 
massa obtida de óxido de ferro numa reação). 
Nenhuma ciência pode progredir muito sem se valer de observações quantitativas, e isto significa que devemos 
fazer medidas. Um processo de medida envolve, geralmente, a leitura de números em algum instrumento, em 
consequência, tem-se sempre alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor 
experimentalmente. Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro 
experimental. Existem erros sistemáticos e aleatórios. É sabido que erros aleatórios ou indeterminados, existentes 
em todas as medidas, são provocados por variáveis incontroláveis. 
 
2.3. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS 
Cada medida que realizamos envolve um certo grau de incerteza. A dimensão desse erro dependerá do tipo de 
instrumento de medida. Esta informação é vital para quem queira repetir um experimento ou julgar sua precisão. 
O método pelo qual é indicado a precisão de uma medida, é descrito em termos de algarismos significativos. 
Quando se realiza uma medida verifica-se que em cada medida tem-se um número completo de unidades (no 
caso 5 cm) acrescido de uma fração avaliada dessa unidade. Medindo-se com uma régua graduada em centímetros, 
tem sentido avaliar décimos (isto é, milímetros), mas é discutível avaliar frações menores. Geralmente, em 
medições, é possível fazer estimativas com aproximação até décimos da menor divisão da escala do instrumento. 
Assim, na medida do comprimento da barra, o dígito 5 é isento de dúvida, ou seja, a dúvida ou incerteza da medida 
reside na avaliação do dígito correspondente à fração avaliada da menor divisão da escala. Denominam-se 
algarismos significativos de uma medida os algarismos exatos acrescidos de um único algarismo duvidoso. 
 
𝐴𝑙𝑔𝑎𝑟𝑖𝑠𝑚𝑜𝑠 𝑠𝑖𝑔𝑛𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 = 𝐴𝑙𝑔𝑎𝑟𝑖𝑠𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑎𝑡𝑜𝑠 + 𝑢𝑚 ú𝑛𝑖𝑐𝑜 𝑎𝑙𝑔𝑎𝑟𝑖𝑠𝑚𝑜 𝑑𝑢𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜 
 
Portanto, nas dez medidas efetuadas na determinação do comprimento de uma barra, tem-se dois algarismos 
significativos: o 5, que é o algarismo exato, e o 7, que é o algarismo duvidoso. 
Apresentando-se o resultado de uma medida através do valor médio, é preciso escrevê-lo com um número 
correto de algarismos significativos. De maneira geral, para se considerar o número de algarismos significativos do 
valor médio, é conveniente, em primeiro lugar, considerar o desvio médio com apenas um algarismo significativo; 
este irá então precisar com quantos algarismos significativos deverá ser escrito o valor médio da grandeza. 
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18 
Necessitamos conhecer quantos algarismos foram utilizados em uma determinada medida, para isto são 
considerados os seguintes itens: 
 
✓ Zeros entre dígitos diferentes de zero são significativos; 
✓ Zeros além do ponto decimal no final de um número são significativos; 
✓ Zeros que precedem o 1° dígito diferente de zero não são significativos. 
 
A tabela 1 mostra algumas medidas e o correspondente número de algarismos significativos. 
 
Tabela 1 – Números de algarismos significativos de algumas medidas. 
Valor medido Algarismos significativos 
8,80 3 
8,08 3 
8,008 4 
800,80 5 
0,008 1 
0,00808 3 
0,00800 3 
8 x 10-3 1 
8,12 x 10-2 3 
8,00008 x 105 6 
 
2.3.1. Operações envolvendo algarismos significativos 
Consideramos a seguir a maneira correta de expressar resultados de operações matemáticas envolvendo 
algarismos significativos. Em operações matemáticas é importante que cada resultado seja expresso com o número 
correto de algarismos significativos. Isto significa que um valor calculado não deve expressar uma precisão maio 
nem menor do que aquelas dos números usados para o cálculo. Para isso, existem duas regras. A primeira delas, a 
regra de adição-subtração, enfatiza o número de dígitos à direita da vírgula do número decimal. 
 
Regra da adição subtração: 
Nestas duas operações aritméticas, o resultado deve ter o número de dígitos à direita da vírgula igual ao da 
parcela com menores dígitos após a vírgula. Exemplo: 
 
Massa substância: 3,68 g 
Massa recipiente: 29,3 g 
Massa total: 33,0 g 
 
Como 29,3 contém somente um algarismo após a vírgula, arredonda-se o resultado (32,98) para 33,0 g. 
Empregamos a mesma regra na subtração: 
 
Massa recipiente com substância: 29,3456 g 
Massa recipiente vazio: 19,11 g 
Massa da substância: 10,24 g 
 
Regra da multiplicação-divisão: 
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19 
Nestas duas operações aritméticas, o resultado deve ter o número de algarismos significativos igual ao termo 
com menor número de algarismos significativos. 
 
Exemplos, omitidas as unidades de medida: 1,473 / 2,6 = 0,57. Nesse caso, o quociente é expresso com dois 
algarismos significativos, porque o divisor apresenta somente dois algarismos significativos (2 e 6). 
Abaixo seguem outros exemplos: 
 
3,94 x 2,1222345 = 8,36 
9 x 0,00043 = 0,004 
6,734 x 103 / 7,41 x 108 = 9,09 x 10-6 
3,6 (7,431 x 108) / 1,49 (6,67 x 104) = 2,7 x 104 
 
Regra para uso de logaritmos: 
Em Química, por exemplo, faz-se necessário o cálculo do pH em muitos experimentos. Essa quantidade 
corresponde a – 𝑙𝑜𝑔[𝐻3𝑂
+]. Dessa forma, é importante fazer uso da regra de algarismos significativos para 
logaritmos. 
Ao se trabalhar com logaritmos comuns (de base 10), deve-se observar que o número de algarismos após a 
vírgula (mantissa) é igual ao número de algarismos significativos no número original. 
𝑙𝑜𝑔 (2,0𝑥103) = 3,30 (2 significativos no argumento→ 2 casas decimais no resultado do logaritmo) 
𝑙𝑜𝑔 (45,0) = 1,653 (3 significativos no argumento→ 3 casas decimais no logaritmo) 
 
2.4. MEDIDAS EXPERIMENTAIS 
Uma grandeza ou dado experimental (𝐺) é satisfatoriamente representada quando a esta medida (𝑋), 
respeitados os algarismos significativos, são atribuídos uma incerteza ou desvio (𝛥𝑋) e uma unidade (𝑢): 
 
𝐺 = (𝑋 ± 𝛥𝑋) 𝑢 
 
Exemplos: A massa m de um corpo é 𝑚 = (25,3 ± 0,1) 𝑔; o volume de um balão volumétrico é 
𝑉 = (50,00 ± 0,05) 𝑚𝐿. 
Para os casos onde é realizada uma única medida, a quantidade 𝑋 é a própria medida e, para várias medidas, é 
a média dos valores medidos nas mesmas condições (�̅�). 
Em química, as principais unidades de medida no SI são: 
 
Tabela 2 – Unidades de medida no SI de algumas grandezas. 
Grandeza básica Unidade (SI) 
Comprimento m 
Massa kg 
Volume m3 
Quantidade de substância mol 
 
Quanto à forma como são obtidas, as medidas podem ser classificadas em dois tipos: 
 
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20 
✓ Medidas diretas: são aquelas obtidas diretamente a partir do instrumento de medida. Como exemplos 
podem ser citados: comprimento e tempo, sendo realizadas diretamente por meio de paquímetros e 
cronômetros, por exemplo. 
✓ Medidas indiretas: são aquelas obtidas a partir das medidas diretas, com o auxílio de equações. Por 
exemplo: a área de uma superfície, o volume de um corpo ou a vazão de um rio. 
 
Geralmente, em medições com aparelhos analógicos, é possível fazer estimativas dos décimos da menor 
divisão da escala do instrumento, para registrar o algarismoduvidoso. Nos aparelhos não analógicos, como os 
aparelhos digitais, o algarismo duvidoso não é avaliado pelo experimentador e sim indicado diretamente no display 
do aparelho (ou especificado pelo fabricante). Em medições com aparelhos não analógicos (por exemplo, digitais), 
usualmente, o algarismo duvidoso corresponde ao menor valor que o aparelho pode medir. 
 
2.4.1 Medições com aparelhos analógicos 
Régua, termômetro e bureta são exemplos de aparelhos que podem ser classificados com analógicos. A seguir 
algumas observações sobre o emprego de tais aparelhos. 
 
Leitura de comprimentos - régua 
 
Leitura da imagem: 64,5 mm. Algarismos exatos: 6 e 4. Algarismo duvidoso (estimado): 5. Outra leitura 
adequada poderia ser 64,6 mm (dependendo da estimativa do operador). Para registrar o dado experimental, é 
adequado considerar algarismos significativos e incerteza. Se for efetuada apenas uma leitura, pode-se considerar 
como incerteza, a especificação do fabricante ou metade da menor medida possível (metade da precisão). 
A resolução de um aparelho de medida corresponde à quantidade mínima da grandeza física que ele é capaz de 
diferenciar. Numa régua milimetrada, a resolução é de 1 mm. A metade de um milímetro pode ser considerada a 
incerteza. Dessa forma, deve ser registrado: 
 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑙á𝑝𝑖𝑠: (64,5 ± 0,5)𝑚𝑚 
 
Ou, dependendo do operador: 
 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑙á𝑝𝑖𝑠: (64,6 ± 0,5)𝑚𝑚 
 
Leitura de temperatura - termômetro 
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21 
 
Leitura da imagem: 37,16. Algarismos exatos: 3,7 e 1. Algarismo duvidoso (estimado): 6. Outro operador poderia 
ter considerado 37,150C. Incerteza (metade da menor medida): 0,05. Registro do dado experimental: 
 
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎: (37,16 ± 0,05) 0C 
 
Ou dependendo do operador 
 
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎: (37,15 ± 0,05) 0C 
 
Leitura de volume - bureta 
 
Volume determinado pela figura: 7,59 mL. Algarismos exatos 7 e 5. Algarismo duvidoso (estimado): 9. Operador 
diferente poderia ler, de acordo com sua perspectiva, volume igual a 7,58 mL. Os algarismos exatos não devem ser 
diferentes para operadores distintos. Caso seja efetuada apenas uma medida, pode-se registrar: 
 
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒: (7,59 ± 0,05) mL 
 
Ou dependendo do operador 
 
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒: (7,58 ± 0,05) mL 
 
No entanto, como é usual em análises químicas, a incerteza de uma medida será determinada pela repetição 
da medição. Volumes obtidos com buretas normalmente estão associados a uma titulação. Espera-se que essa seja 
efetuada pelo menos em triplicata (sejam obtidas pelo menos três medidas de volume). Dessa forma, o resultado 
experimental a ser registrado corresponde ao valor médio acrescido do desvio padrão. Para uso de bureta, em 
titulações, espera-se que: 
 
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒: (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎çõ𝑒𝑠 ± 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜) mL 
 
 
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22 
2.4.2. Medições com aparelhos não analógicos 
Conforme mencionado, nos aparelhos não analógicos, como os aparelhos digitais, o algarismo duvidoso não é 
avaliado pelo experimentador e sim indicado diretamente no display do aparelho ou por escala auxiliar. 
Cronômetro, paquímetro e balança digital são exemplos de aparelhos que podem ser classificados com não 
analógicos. A seguir algumas observações sobre o emprego de tais aparelhos. 
 
Leitura de tempo – cronômetro digital 
 
Cronômetros digitais são aparelhos que medem intervalos de tempo e cuja precisão depende do fabricante. 
Nesses aparelhos, as medidas são apresentadas em um display digital. A incerteza de escala desse aparelho 
corresponde à menor medida que ele pode fazer (0,01 s nesse exemplo). Dessa forma, com base na imagem, é 
adequado registrar, considerando segundos: 
 
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜: (66,18 ± 0,01) s 
 
Leitura de comprimento – paquímetro 
Para muitas medidas com escalas graduadas é desejável estimar uma fração da menor divisão delas. Existe uma 
escala auxiliar, denominada Nônio ou Vernier, que determina a fração da menor divisão. Esta escala especial foi 
criada por Pierre Vernier (1580 - 1637), para obter medidas lineares (ou angulares) menores que a menor divisão 
de uma escala graduada. O paquímetro é um exemplo de aparelho não analógico, dotado com essa escala especial. 
As partes de um paquímetro encontram-se ilustradas abaixo: 
 
O Nônio (ou Vernier) é constituído de uma pequena escala com N divisões igualmente espaçadas, que se move 
ao longo da escala principal. As divisões do Nônio possuem dimensões diferentes daquelas da escala principal 
porém relacionam-se entre si de uma maneira simples. A leitura do diâmetro de uma moeda é apresentada abaixo: 
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23 
 
 
Observa-se que o "zero" do Vernier se deslocou 22 mm do "zero" da escala principal. Os centésimos da medida 
são obtidos definindo qual a marca do Vernier que melhor coincide com uma marca da escala principal. No caso da 
medida mostrada na figura, observa-se que a melhor coincidência ocorre para 0, 85 mm. Esse paquímetro possui 
uma precisão igual a 0,05 mm. Dessa forma, com base na imagem, é adequado registrar, 
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜: (22,85 ± 0,05)𝑚𝑚 
 
2.5. ERRO EXPERIMENTAL 
Conceitualmente, o erro experimental é a diferença entre o valor real de uma grandeza física (peso, área, 
velocidade...) e o respectivo valor dessa grandeza obtido através de medições experimentais. Mesmo que o 
experimento seja realizado com o máximo de cuidado, há sempre fontes de erro que podem afetá-lo. Os erros 
experimentais podem ser de dois tipos: erros sistemáticos e erros aleatórios. 
Erros sistemáticos 
Este tipo de erro deve-se a falhas nos métodos empregados ou dos instrumentos de medida, como um 
instrumento mal calibrado ou usado a uma temperatura diferente daquela em que foi feita a sua calibração. Por 
sua natureza estes erros têm amplitudes constantes, e afetam os resultados num mesmo sentido, ou para mais, ou 
para menos. 
Erros aleatórios 
Como vimos, por mais perfeito que seja o operador ou o processo de medição de uma grandeza, nunca 
deixaremos de contar com os fatores acidentais que afetam uma ou mais medidas. Alguns exemplos são: 
 
1. Variação da capacidade de avaliação com o número de medidas efetuadas (cansaço); 
2. Variação da capacidade de avaliação ou da perícia, no caso da observação de uma mesma grandeza por 
vários observadores; 
3. Condições próprias dos aparelhos de medidas (menor divisão da escala); 
4. Reflexos variáveis do operador (por exemplo no caso de apertar um cronômetro); 
 
Aos erros aleatórios são aplicados a teoria dos erros. 
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24 
Assim, os números podem ser exatos ou aproximados. Números exatos são aqueles com nenhuma incerteza 
(são as constantes físicas ou químicas). Os números aproximados, mais comuns, resultam de medidas diretas ou 
indiretas e apresentam uma incerteza. Dois são os termos que descrevem a confiança de uma medida numérica: a 
exatidão e a precisão. 
 
✓ Precisão: se a mesma for repetida várias vezes, representa a variação da mesma em relação ao valor 
médio medido. 
✓ Exatidão: está associada a ausência de erros sistemáticos, mantendo as medidas em torno do valor real. 
 
Portanto, quando o conjunto de medidas realizadas se afasta muito da média, a medida é pouco precisa e o 
conjunto de valores medidos tem alta dispersão, como é esquematicamente mostrado nas Figura 1a e 1b. Quando 
as mesmas estão mais concentradas em torno da média diz-se que a precisão da medidaé alta (Figuras 1c e 1d), e 
os valores medidos tem uma distribuição de baixa dispersão. 
 
 
a) Baixa precisão e baixa 
exatidão 
b) Baixa precisão e alta 
exatidão 
c) Alta precisão e baixa 
exatidão 
d) Alta precisão e alta 
exatidão 
Figura 1. Representação da precisão e exatidão em medidas experimentais 
 
2.6. TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS COM ERROS ALEATÓRIOS 
2.6.1. Valor médio 
Quando se efetua uma série de medidas de uma grandeza, utilizando um mesmo instrumento, como no caso 
de uma titulação, as medidas obtidas terão valores que poderão não coincidir na maioria das vezes, isso devido aos 
erros experimentais inerentes a qualquer processo de medida. A teoria demonstra que o valor que mais se 
aproxima do valor real da grandeza é a média aritmética dos valores, denominado valor médio. Suponha que um 
experimentador tenha realizado 5 titulações de um ácido, com uma base. Esse experimentador deseja registrar 
adequadamente o volume de base necessário para neutralizar o ácido. Considerando que uma solução de KOH, 
com concentração conhecida, foi colocada em uma bureta para que a concentração de uma amostra de HCl fosse 
determinada, os dados da Tabela 3 foram obtidos. 
 
 
Tabela 3 – Volumes gastos de KOH (0,100 mol/L) na titulação de amostras de 50,0 mL de HCl.. 
n Volume / mL 
1 21,92 
2 21,84 
3 21,79 
4 21,82 
5 21,71 
 
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25 
Nesse experimento, é preciso determinar o valor médio e o desvio padrão. Conforme mencionado, espera-se 
que após a realização de algumas titulações, que seja reportado o volume médio e o desvio padrão. Calculando-se 
a média aritmética das medidas efetuadas tem-se: 
 
�̅� =
∑ 𝑉𝑛
𝑁
=
(21,92 + 21,84 + 21,79 + 21,82 + 21,71) 𝑐𝑚
5
= 21,82 𝑐𝑚 
 
O volume determinado pela média é o valor mais provável para o volume de KOH (0,100 mol/L) que neutraliza 
50 mL de HCl. Para se determinar a incerteza, determina-se o desvio padrão. 
 
2.6.2. Desvio padrão 
A dispersão dos valores de medições é através do desvio padrão amostral (𝑠) definido da forma abaixo: 
 
𝑠 = √
∑ (𝑥𝑖 − �̅�)2
𝑁
𝑖=1
𝑁 − 1
 
 
em que 𝑥𝑖 é um valor medido dentro de um número 𝑁 de repetições e �̅� é o valor médio. O desvio padrão é a 
maneira mais comumente empregada em química durante um conjunto de análises para estimar a dispersão dos 
valores de medições. 
Para o exemplo da Tabela 3, recomenda-se a inclusão na tabela de uma coluna para registrar as diferenças em 
módulo de cada valor em relação ao valor médio, conforme ilustrado na Tabela 4. 
 
Tabela 4 – Volumes gastos de KOH (0,100 mol/L) na titulação de amostra de 50,0 mL de HCl e diferenças entre 
valores médios, em módulo elevadas ao quadrado. 
n V (mL) Diferenças 
(𝑉𝑖 − 𝑉) 
Diferenças ao quadrado 
(𝑉𝑖 − 𝑉)
2 
1 21,92 +0,104 0,01082 
2 21,84 +0,024 0,00058 
3 21,79 -0,026 0,00068 
4 21,82 +0,004 0,00002 
5 21,71 -0,106 0,01124 
 
Considerando os dados obtidos e os devidos arredondamentos, de forma adequada, tem-se o registro 
𝑉 = (21,82 ± 0,08)𝑚𝑙. 
Um aspecto importante relativo ao uso de buretas se refere ao cuidado no seu manuseio. Um conta-gotas 
medicinal oficial, segundo a Farmacopeia Americana, apresenta o diâmetro externo de 3 mm e dispensa 20 gotas 
de água destilada por mL em uma temperatura de 25ºC, quando o conta-gotas é posicionado de forma 
perpendicular ao recipiente que receberá a gota. 
Pode-se considerar como aproximação que 20 gotas equivalem a 1 mL para uma solução diluída, em 
temperatura ambiente. Volumes gastos em titulações não devem ser tão distintos em relação ao número de gotas 
(ou de mL). O descuido na titulação (realizada em triplicata, por exemplo) promove um enorme desvio padrão. 
Observe os dados na Tabela 5. As titulações foram efetuadas sem muito cuidado. Observe que existem volumes 
indicados próximos a 21 mL e próximos a 23 mL. Uma diferença de 2 mL ou, aproximadamente 40 gotas!. Nas 
titulações são empregados indicadores. Gotas a mais podem tornar a coloração bastante acentuada. 
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26 
Observe os dados e o desvio. O valor registrado no final contém desvio padrão elevado. Foi feito uso de um 
aparelho que possibilita registro de duas casas após a vírgula (bureta comum). No entanto, os valores estão muito 
dispersos. O registro final tem uma incerta nos mL, como observado no exemplo da Tabela 5. 
 
Tabela 5 – Volumes gastos de KOH (0,100 mol/L) na titulação de amostra de 50,0 mL de HCl e diferenças entre 
valores médios, em módulo elevadas ao quadrado para uma titulação efetuada sem muito cuidado. 
n V (mL) Diferenças 
(𝑉𝑖 − 𝑉) 
Diferenças ao quadrado 
(𝑉𝑖 − 𝑉)
2 
1 22,67 +0,854 0.72932 
2 21,45 -0,366 0.13396 
3 21,03 -0,786 0.61780 
4 23,38 +1,564 2.44610 
5 20,59 -1,226 1.50308 
 
Nessa situação, em função das diferenças significativas de medidas de volumes, tem-se uma incerteza elevada, 
de 1 mL. Apesar do valor médio corresponder a 21,8 em ambos os experimentos, tendo por base os dados da 
Tabela 5, deve ser registrado: (22 ± 1)𝑚𝐿 
Recomenda-se máximo cuidado em titulações para que o resultado apresente um desvio compatível com o 
aparelho empregado na determinação. 
 
2.6.3. Propagação de erros 
Quando uma medida indireta é obtida, é preciso realizar uma operação para determinar a incerteza desta 
medida. Essa operação dependerá da operação envolvida na obtenção da grandeza. 
Se uma grandeza 𝑦 é obtida por uma adição ou subtração de duas grandezas 𝑎 e 𝑏 (𝑦 = 𝑎 ± 𝑏), o desvio 
padrão do resultado (𝑆𝑦) é a raiz quadrada da soma dos quadrados dos desvios padrões de cada medida (𝑆𝑎 𝑒 𝑆𝑏). 
 
𝑆𝑦 = √𝑆𝑎
2 ± 𝑆𝑏
2 
 
Exemplo: para preparar uma solução de NaCl, a massa do béquer vazio foi de 20,2115 g e a massa do béquer 
mais NaCl foi de 20,8695 g. Assumindo um desvio-padrão para pesagem de 0,0002 g em cada medida, calcule a 
massa de NaCl obtida. Resultado: 0,6580 ± 0,0003 g de NaCl 
 
Para o caso em que o resultado 𝑦 seja obtido por uma multiplicação ou divisão de duas medições (𝑦 = 𝑎 ∙ 𝑏 
ou (𝑦 = 𝑎/𝑏), o desvio padrão do resultado (𝑆𝑦) é tal que: 
 
𝑆𝑦
𝑦
 = √(
𝑆𝑎
𝑎
)
2
 ± (
𝑆𝑏
𝑏
)
2
 
 
Exemplo: A massa de NaCl pesada (0,6580 ± 0,0003) g foi dissolvida em água e transferida para um balão 
volumétrico de 100,00 mL, que teve seu volume completado com água. Adotando o desvio padrão da aferição do 
balão de 0,08 mL, calcule a concentração de NaCl (g/mL). Resultado: (0,006580 ± 0,000006) g/mL de NaCl 
 
2.6.5. Arredondamentos 
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27 
A redução do número de dígitos de um número, por arredondamento, obedece às seguintes regras: 
 
✓ 1) Se o dígito a ser eliminado é maior do que 5, o dígito precedente é aumentado de uma unidade 
(27,76 é arredondado para 27,8); 
✓ 2) Se o dígito a ser eliminado é menos do que 5, o dígito precedente é mantido (27,74 é arredondado 
para 27,7); 
✓ 3) Se o dígito a ser eliminado é igual a 5, o arredondamento será feito para se obter um número par 
(27,75 será arredondo para 27,8 e 27,65 será arredondado para 27,6). 
 
2.7. METODOLOGIAS DE MEDIDAS DE ALGUMAS GRANDEZAS 
2.4.1. Medidas de massa 
Quando da pesagem do mesmo objeto por várias vezes, a balança deve registrar um mesmo valor (precisa), o 
qual deve representar exatamente a massa do objeto em questão (exata). Variações de temperatura, umidade e 
eletricidade estática são algumas das causas da não constância do ponto zero de uma balança. Desta forma, o 
ponto zero deveser aferido constantemente durante o período de uso da balança. 
 
Erro na pesagem 
Os erros na pesagem podem ter origem instrumental ou serem devidos à estática elétrica (produzidos sobre o 
vidro quando atritado com papel ou pano), aos efeitos atmosféricos (absorção ou perda de água, gás carbônico, ou 
outros gases, até variação de temperatura entre a peça e a atmosfera, que provocará correntes de convecção 
dentro da câmara de pesagem) ou ainda ao efeito de empuxo do ar. Entre as precauções a serem tomadas está o 
armazenamento de peças quentes em dessecador antes da pesagem, até que estas atinjam a temperatura 
ambiente. 
 
Cuidados com a Balança: 
Ao realizar um procedimento de medida de massa, os seguintes cuidados devem ser observados com a balança: 
 
✓ Ela deve ficar protegida de qualquer tipo de choque mecânico; 
✓ Ela deve ficar protegida de poeira e corrosão; 
✓ Ela deve ser colocada onde não haja correntes de ar; 
✓ Preferencialmente ela não deve ficar exposta à luz solar direta; 
✓ Obrigatoriamente ela deve estar nivelada; 
✓ Ela deve estar sustentada em uma estrutura rígida, preferencialmente de alvenaria, com baixa 
susceptibilidade às vibrações. 
✓ Podem-se por borrachas ou carpetes nos pés da balança para diminuir as vibrações. 
 
Cuidados com a Pesagem: 
Ao realizar um procedimento de medida de massa, os seguintes cuidados devem ser observados durante a 
medida da massa: 
 
✓ Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Estes objetos devem ser manipulados com uma 
pinça ou com um pedaço de papel limpo; 
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28 
✓ Todo objeto deve ser pesado à temperatura ambiente para se evitar erros devido à formação de 
correntes de convecção; 
✓ Nunca colocar reagentes diretamente sobre os pratos da balança. Deve-se pesá-los, preferencialmente, 
em papel para pesagem ou, na ausência deste, em recipientes de vidro de baixo peso. Sempre que 
alguma substância cair acidentalmente sobre o prato da balança, este deve ser imediatamente limpo 
com um pincel macio; 
✓ Manter sempre as laterais da câmara de pesagem fechadas quando se faz a tara da balança ou quando 
se realiza e a leitura do peso, pois qualquer corrente de ar externa pode causar erro na leitura; 
✓ Nunca colocar ou retirar objetos do prato de uma balança sem que esta esteja travada; 
✓ Nunca deixar pesos na balança após a pesagem. Voltar o marcador para a posição zero sempre que 
terminar esta operação; 
 
2.4.2. Medidas de volumes 
Os instrumentos comuns de medida de volume de líquido são de dois tipos: os que medem volume variáveis(e 
para tanto possuem uma escala graduada) e os que medem volumes definidos (e para tanto possuem apenas um 
risco ou marca). 
A medida de volumes de líquidos, em qualquer um dos instrumentos mencionados, implica numa comparação 
da altura do líquido com uma divisão da escala graduada ou com a marca. A altura do líquido é definida por um 
menisco, que geralmente é côncavo, a parte inferior do menisco deve ser usada como referência nas medidas de 
volume. O regime de escoamento para qualquer dos instrumentos mencionados para volume não é total, sobrando 
sempre líquido na ponta ou em suas laterais. Para obter medições mais precisas, o que fica do volume nos 
instrumentos, não deve ser transferido, pois essa quantidade já é levada em conta pelo fabricante. No caso de 
pipetas, existem dois tipos disponíveis no mercado: pipetas de um traço, para as quais é necessário soprar o volume 
residual, e pipetas de dois traços, em que não é necessário soprar o volume residual. 
 
Considerações sobre a leitura na proveta 
Vamos considerar a leitura analógica realizada em uma proveta, cuja resolução de escala é de 1 mL. Leituras 
realizadas em instrumentos com esta resolução devem ser expressos com 1 casa decimal, acrescentando-se o erro 
da leitura (±0,5). Desta forma, a leitura realizada na proveta da Figura 2 deve ser expressa como 3,8 ± 0,5 mL. O 
último algarismo apresentado (dígito 8 na primeira casa decimal) é chamado algarismo duvidoso. Na mesma Figura, 
os valores 3,9; 3,8 ou 3,7 podem ser aceitos como valores corretos para a leitura. É exatamente por causa desta 
dúvida, que o erro da leitura (±0,5) é apresentado. No resultado, podemos afirmar com 100% de certeza que o 
valor correto se encontra entre 3,3 mL e 4,3 mL. Mas afirmar que o valor lido é 3,8 mL, sem o erro de leitura, é 
incompleto. A seta indica a correta posição dos olhos do observador para realizar a leitura. 
 
 
Figura 2. Proveta de 50 mL. À esquerda, ampliação da escala. 
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29 
 
O volume de uma amostra, ao contrário da sua massa, varia com a temperatura. A maioria das medidas 
volumétricas é feita à temperatura ambiente; assim, a maioria dos equipamentos volumétricos é calibrada para a 
temperatura de 20oC. Portanto, sempre que se utiliza um equipamento volumétrico deve-se observar o valor da 
temperatura de calibração, que em escrito no equipamento. Isto é necessário, pois, se a temperatura ambiente for 
diferente da temperatura na qual o equipamento foi calibrado, forçosamente haverá um erro adicional no volume 
medido. 
 
Considerações sobre leitura de volumes em buretas 
 
Na leitura do volume de uma solução ou água, em um aparato como a bureta, nota-se que a superfície do líquido 
não se mantém plana, forma-se um menisco. Recomenda-se a leitura do ponto mais abaixo do menisco (curvatura). 
Além disso, para correto registro de medida, deve-se considerar o algarismo duvidoso. Dessa forma, leituras de 
volumes adequadas, em buretas, são registradas com duas casas após a vírgula, conforme ilustrado abaixo: 
 
 
 (Esquerda): Como evitar o erro de paralaxe. (Direita): Informações sobre leitura de volume em buretas com a 
observação relativa ao registro do algarismo duvidoso. 
 
 
Avaliação do erro instrumental 
Para se determinar o erro de um material graduado é necessário: 
a) Separar duas marcas de graduação que indiquem um volume determinado. 
b) Contar o número de divisões entre essas marcas de graduação. 
c) Dividir o volume dado entre essas duas marcas de graduação pelo número de divisões correspondentes. 
d) Dividir o valor encontrado por 2. 
 
Exemplo: Tomando-se, por exemplo, uma proveta de 10 mL, para a qual a separação entre duas marcas com 
volume determinado corresponde a um volume de 1mL. Após contar as divisões encontramos 10 divisões. Para 
essa proveta o erro instrumental será dado por: 
 
𝐸𝑟𝑟𝑜 = (1 𝑚𝐿 ∶ 10) ∶ 2 = 0,05 𝑚𝐿 
 
2.8. PARTE EXPERIMENTAL 
2.8.1. Materiais, equipamentos e reagentes 
• Proveta de 50 mL; 
• Béquer de 25, 50 e 100 mL (1 unid. de cada) 
• Pisseta com água destilada 
• Pipeta de Pasteur 
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30 
• Pipeta de 10 mL com pipetador 
• Bureta 
• Suporte universal com garra e mufa 
• 3 tubos de ensaio pequenos 
• Água destilada 
• Mesa suporte para tubo de ensaio 
 
2.8.2 Procedimentos 
A) Sensibilidade de vidrarias 
1. Preencher uma proveta de 50 mL com 25 mL água. Com o auxílio de uma pipeta Pasteur adicione 40 
gotas de água. Observe e registre a variação de volume. 
2. Preencher um béquer de 50 mL com 25 mL de água. Com o auxílio de uma pipeta Pasteur adicione 40 
gotas de água. Observe e registre a variação de volume. 
 
 
 
B) Precisão e exatidão de vidrarias 
1. Preencher uma proveta com 50 mL com água. Adicione a água da proveta em um béquer de 100 mL e 
anote o volume observado no béquer e sua incerteza. 
2. Utilizando uma pipeta volumétrica, transfira 10 mL de água para um béquer de 50 mL.Anote o volume 
observado no béquer com a respectiva incerteza. 
 
C) Utilização de uma bureta 
1. Encha uma bureta com água; 
2. Zere a bureta (ajuste o nível do líquido na marca 0 mL); 
3. Em seguida, encha um tubo de ensaio utilizando a bureta e faça a leitura do volume utilizado; 
4. Repita as etapas anteriores para mais dois tubos de ensaio de mesmo volume; 
5. Registre os valores adequadamente. 
 
2.9. PRÉ-RELATÓRIO E RELATÓRIO SIMPLIFICADO 
O pré-relatório e o relatório simplificado encontram-se anexados no final da apostila. Lembrando que o pré-
relatório deve ser mostrado ao professor no início de cada aula. Antes de cada aula, analise o relatório para estar 
atento aos dados que você precisará registrar. 
2.10. QUESTIONÁRIO: 
1) Um processo de medida envolve, geralmente, a leitura de números em algum instrumento, em 
consequência, tem-se sempre alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor 
experimentalmente. Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro 
experimental. Neste caso, qual a leitura correta que se faz em cada caso abaixo? 
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31 
a) 
 
 
b) 
 
 
 
2) A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e utilização 
de substâncias ou materiais. A densidade é uma grandeza que expressa quanto há de massa por unidade de 
volume. Desta forma é uma propriedade intensiva da matéria, isto é, seu valor independe da quantidade de 
matéria. Hoje, o teor de água no álcool hidratado utilizado como combustível é controlado nos postos de 
serviço através da densidade da mistura. A densidade é obtida através de uma equação (medidas indiretas), 
com base em medições realizadas diretamente de equipamentos (medidas diretas). Portanto, junto aos 
resultados temos erros oriundos das medidas originais, tornando necessário o conhecimento de como o erro 
da medida original pode afetar a grandeza final. Se uma massa de água a 25°C é determinada pela balança 
pela proveta na figura a seguir, responda: 
a) com quantos algarismos significativos devemos escrever o valor da massa? 
b) com quantos algarismos significativos devemos escrever o valor d o volume? 
c) com quantos algarismos significativos devemos escrever o valor da densidade? 
 
 
 
3) Complete o quadro a seguir: 
Número (m) Número de significativos Notação científica Arredondamento (2 significativos) 
26,31 
20,000 
0,206 
0,00206 
0,00000007320 
1,34 mil 
606 
393,68 
0,0000000007 
 
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32 
4) Faça as operações aritméticas indicadas considerando que cada número é resultado de uma medida 
experimental: 
a) 351+2,982= 
b) 25,128-0,0042= 
c) 13,51+1,00754+0,214= 
d) 4,6254-10,1= 
e) 14,021+14= 
f) 126 x 2,51= 
g) 3,658 x 9,2= 
h) 68,1/38= 
i) (3,8 x 108) x (2,65 x 105)= 
j) (8,1 x 10-4)/(2,4587 x 10-5)= 
 
5) Converter as seguintes massas para gramas: 
a) 3,89 x 10-6 kg 
b) 1,8 x 104 mg 
c) 6 g 
d) 12 ng 
e) 8 pg 
f) 3,24 t 
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33 
3. PRÁTICA 2 - CÁLCULO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS 
 
3.1. OBJETIVOS 
✓ Construir e utilizar um densímetro de baixo custo 
✓ Determinar a densidade de líquidos puros 
✓ Determinar a densidade de materiais sólidos 
3.2. INTRODUÇÃO 
As propriedades físicas da matéria agrupam-se em duas categorias principais: intensivas e extensivas. Existem 
propriedades que independem de quanto se tem de matéria. Por exemplo, a temperatura de uma amostra de 
matéria não depende do seu tamanho e sim, do meio onde ela se encontra; já a massa depende. Assim, a 
temperatura é uma propriedade intensiva (outro exemplo: densidade) e a massa é uma propriedade extensiva 
(outros exemplos: volume e quantidade de matéria). É interessante ressaltar que a razão entre duas propriedades 
extensivas é uma intensiva. Exemplos disso são a densidade e a concentração. 
Mas o que é densidade? Para entender o que é densidade, inicialmente cabe lembrar que toda amostra de 
matéria tem massa e volume. O volume de uma amostra de matéria é o seu tamanho ou extensão tridimensional, 
isto é, o volume de uma amostra de matéria nada mais é do que quanto de espaço a amostra ocupa. Isto significa 
que, numa dada condição, se porções de matéria de um mesmo tipo têm volumes diferentes, necessariamente 
elas têm massas diferentes. Além disso, estas massas são diretamente proporcionais ao volume e vice-versa. Logo, 
quanto maior o volume (V) de uma dada porção de matéria, maior será sua massa (m), pois são diretamente 
proporcionais, ou seja: 
 
𝑚 𝛼 𝑉 
(lê-se: a massa é proporcional ao volume) 
 
Agora, cabe perguntar: é possível saber a massa de uma dada porção de matéria medindo apenas seu volume? 
A resposta é sim, mas desde que se conheça a constante de proporcionalidade entre estas duas grandezas (massa 
e volume). Esta constante de proporcionalidade, por convenção, é denominada densidade e tem como símbolo a 
letra grega  (lê-se: rô). Densidade, portanto, nada mais é que uma grandeza que expressa quanto há de massa (m) 
por unidade de volume (V) de uma dada porção de matéria. Portanto: 
 
 = 𝑚/ 𝑉 Equação 1 
 
A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e utilização de 
substâncias ou materiais. Muitos processos químicos, tais como fermentação de amidos, fabricação de ácidos e 
oxidação de amônia, são controlados através da medida da densidade. O teor de água no álcool hidratado utilizado 
como combustível também é controlado nos postos de serviço através da densidade da mistura entre água e 
etanol. Polímeros comerciais, como, por exemplo, o polietileno, são caracterizados comercialmente através de suas 
densidades. As substâncias simples de muitos elementos químicos podem ser identificadas através dos seus valores 
de densidade. 
A densidade de um material pode ser obtida indireta (medida direta da massa e do volume de uma dada 
amostra) ou diretamente (utilizando um densímetro). A seguir são discutidas algumas formas de se obter valores 
de densidade para sólidos e líquidos. 
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34 
3.2.1. Métodos que podem ser utilizados para determinar a densidade de sólidos 
 
A densidade de uma amostra sólido é geralmente obtida indiretamente pela medida de sua massa e de seu 
volume com posterior utilização da equação 1. A massa pode ser facilmente medida em uma balança, mas a 
determinação do volume de uma amostra de matéria nem sempre é simples. A seguir são apresentados dois 
métodos para a determinara o volume de amostras sólidas. 
 
Utilizando a geometria da amostra sólida 
Se a amostra for sólida e possuir uma geometria bem definida, basta conhecer os parâmetros necessários para 
o cálculo do volume; por exemplo, no caso de uma amostra cúbica o valor de seu volume pode ser obtido 
determinando-se o comprimento “a” de um de seus lados, pois o volume é igual a este comprimento elevado ao 
cubo, isto é, 𝑉 = 𝑎3. A seguir são apresentadas diferentes formas geométricas e as respectivas fórmulas para 
cálculo de volume. 
 
 
Figura 1. Equações para determinação de diferentes sólidos geométricos. 
No entanto, raros são os casos em que a amostra sólida apresenta uma geometria perfeitamente definida. 
Neste caso é necessário utilizar outro método para determinar o volume da amostra. 
 
Utilizando o deslocamento de volume 
Quando um objeto é submerso em um líquido o volumede água deslocado é igual ao volume daquele objeto. 
Arquimedes utilizou este conceito para provar que uma coroa de ouro puro havia sido fraudada durante sua 
construção com teores de prata. 
Um pouco de história 
Hierão, assim que se tornou rei de Siracura, mandou fazer uma coroa de ouro, para ofertar aos deuses imortais. 
Para isso, contratou um homem e ofereceu-lhe uma grande quantidade de ouro. Na data prevista, o homem 
trouxe-lhe a coroa executada na perfeição, que tinha o mesmo peso do ouro fornecido. Porém, correram rumores 
de que parte do ouro havia sido subtraído, e substituído por prata. Hierão ficou indignado com a fraude, e sem 
saber como o roubo poderia ser descoberto, passou o problema para Arquimedes. 
Um dia, enquanto tomava banho na banheira, Arquimedes observou que, à medida que seu corpo mergulhava na 
banheira, a água transbordava, descobrindo o método para a solução do problema. 
Assim, pegou duas massas de ouro e prata, com o mesmo peso da coroa, e um vasilhame de água, cheio até a 
borda. Mergulhou e retirou a massa de prata, completando em seguida o volume, medindo a quantidade de água 
necessária para encher o vasilhame. Em seguida, fez o mesmo com o ouro, observando que precisava de menos 
água para encher desta vez. Por fim, inseriu a coroa na água. Esta derramou mais água do que o ouro e menos do 
que a prata. Arquimedes pode então calcular quanta prata havia sido misturada, na coroa, ao ouro, e pode 
desvendar o mistério da coroa e desmascarar o vilão. 
R
A
C
B
A
A
AR
L
V =  R
2
 L V =  R
34
3
V = A
3
V = A
 
B C
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35 
Para determinar o volume de um objeto de forma irregular pode-se mergulhar o objeto em uma vidraria 
graduada com um pouco de água e observar o novo volume de líquido registrado na vidraria. A variação de volume 
devido a adição do objeto será igual ao volume do objeto. 
 
3.2.2. Métodos que podem ser utilizados para determinar a densidade de líquidos 
 
Para determinarmos o valor da densidade das substâncias líquidas, basta obtermos diretamente o valor da sua 
massa e volume. Chegamos a esses resultados por meio de uma balança e uma proveta graduada. Outra forma de 
medir a densidade de certas substâncias líquidas pode ser feita utilizando o densímetro e empregando o princípio 
de Arquimedes. Os dois métodos são descritos a seguir. 
 
Método picnométrico 
Picnômetros são vidrarias utilizadas para determinar a massa de um 
volume conhecido de um líquido. O picnômetro se parece com balões 
volumétricos e possui volume definido com alta precisão e um pequeno orifício 
em sua tampa. Esse orifício dispensa o acerto do menisco, pois o líquido deve 
transbordar por ele, ficando o picnômetro totalmente cheio. Utilizando uma 
balança, obtém-se a massa de um determinado volume do líquido. 
Conhecendo estes valores, a densidade do líquido é calculada pela fórmula da 
densidade. Veremos esse método em mais detalhe na prática 3. 
 
Figura 2. Picnômetro. 
Utilização de densímetro 
Densímetros são aparelhos que permitem a determinação da densidade de líquidos nos quais são mergulhados, 
com leitura direta numa escala, sem necessidade de cálculos ou balanças. 
Os densímetros servem para determinar a densidade ou as concentrações de líquidos miscíveis. O alcoômetro 
de Gay Lussac é um densímetro especialmente concebido para determinar a concentração de álcool etílico numa 
solução com água. 
Ao introduzirmos este instrumento em um recipiente contendo um desses líquidos (Figura 3), observamos que 
uma parte do densímetro fica imersa, em uma situação de equilíbrio vertical. 
 
 
Figura 3. Densímetro inserido em recipiente com água. 
 
A extensão da parte submersa varia de acordo com o líquido e com o tipo de densímetro construído. Para se 
obter a medida da densidade do líquido nessa situação, é necessário que, na condição de equilíbrio de forças, se 
iguale o módulo da força peso (𝑃) ao módulo da força de empuxo (𝐸). O empuxo se obtém através do princípio de 
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36 
Arquimedes, que diz que que o módulo da força de empuxo é igual ao módulo da força peso do volume do líquido 
deslocado pelo corpo, isto é, do volume da parte submersa. 
Uma vez submerso, o densímetro desloca um volume de líquido 𝑉𝐿𝐷 de massa 𝑚𝐿𝐷, produzindo uma força de 
empuxo dada por: 
 
𝐸 = 𝑚𝐿𝐷 ∙ 𝑔 = 𝜌 ∙ 𝑉𝐿𝐷 ∙ 𝑔 Equação 2 
 
em que g é a aceleração da gravidade e 𝜌 a densidade do líquido. Na condição de equilíbrio de força temos: 
 
𝐸 = 𝑃𝑑 Equação 3 
 
Assim, sendo 𝑃𝑑 = 𝑚𝑑𝑔 o peso do densímetro, com 𝑚𝑑 sendo a massa do densímetro, temos: 
 
𝜌 ∙ 𝑉𝐿𝐷 ∙ 𝑔 = 𝑚𝑑𝑔 Equação 4 
 
Simplificando a equação 4 teremos: 
 
𝜌 ∙ 𝑉𝐿𝐷 = 𝑚𝑑 Equação 5 
 
Sabendo que em um densímetro cilíndrico o volume submerso, que é igual ao volume de líquido deslocado, é 
dado por 𝑉𝐿𝐷 = 𝐴 ∙ ℎ, em que 𝐴 é área da base e ℎ é altura submersa do densímetro, temos: 
 
𝜌 = 𝑚𝑑/𝐴ℎ Equação 6 
 
Na equação 6, 𝑚𝑑 e 𝐴 são constantes para um mesmo densímetro. Assim, pode considerar que 𝑚𝑑/𝐴 é uma 
constante 𝑘. Sendo assim a densidade do líquido é dada por: 
 
𝜌 = 𝑘/ℎ Equação 6 
 
3.3. PARTE EXPERIMENTAL 
3.3.1. Materiais, equipamentos e reagentes 
• Balança analítica 
• Proveta de 100 mL 
• Béquer de 50 mL 
• Régua 
• Canudinho 
• Prego 
• Veda rosca 
• Densímetro comercial 
• Bolinha de gude 
• Água destilada 
• Óleo de cozinha 
• Álcool comercial 
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37 
• Gasolina 
• Paquímetro 
 
3.3.2. Procedimentos 
A) Construção do densímetro 
1. Introduza o prego em uma das extremidades do canudo; 
2. Prenda o prego no canudo utilizando-se fita veda rosca; 
 
 
 
B) Calibração do densímetro utilizando água destilada 
1. Utilizando um densímetro comercial determine a densidade da água destilada. 
2. Coloque cerca de 100 mL de água na proveta de 100 mL; 
3. Coloque o densímetro construído dentro da proveta com água; 
4. Registre o valor de h e determine a constante do densímetro, em g/cm2. 
 
OBS: k é uma constante característica do densímetro, depende da massa e área da base – m/A. Portanto, 
não depende do líquido que fizemos a calibração e será a mesma utilizada na determinação da 
densidade, com este densímetro, de outros líquidos. 
 
C) Determinando a densidade de diferentes substâncias 
1. Adicione cerca de 100 mL de álcool comercial em uma proveta de 100 mL devidamente limpa (Todos os 
grupos farão a medida na mesma proveta, que estará disponibilizada em uma das capelas, segundo 
orientação do professor). 
2. Coloque o densímetro construído dentro da proveta contendo a substância a ser analisada; 
3. Utilizando uma régua, meça a altura (em centímetros) do densímetro que está submerso na substância; 
4. Calcule a densidade da substância; 
5. Repita as etapas de 1 a 4 para as diferentes amostras, fazendo primeiro a medida em gasolina e depois 
no óleo. 
6. Registre os valores encontrados. As tabelas para registro dos resultados encontram-se construídas no 
pré-relatório. 
 
D) Densidade absoluta de sólidos 
Neste parte do experimento você irá determinar a densidade da bolinha de gude de duas formas distintas: (i) 
pela forma geométrica, utilizando o volume obtido pelo raio da bolinha de gude e (ii) a partir do volume obtido pelo 
princípio de Arquimedes. 
Obtenção pela forma geométrica 
Química Geral Experimental UFLA/DQI 2019/02 
 
 
 
 
 
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1. Pese a massa da bolinha de gude. 
2. Utilizando

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