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História Geral e do Brasil

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Tópicos para Concurso
História
Valença, 2018
HISTÓRIA GERAL
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi o resultado dos atritos permanentes provocados pelo imperialismo das grandes potências europeias.Imperialismo consiste numa política de expansão e o domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras. Nessa perspectiva, estados poderosos procuram ampliar e manter seu controle ou influência sobre povos ou nações mais fracas.
A Grande Guerra, como era denominada antes de acontecer a Segunda Guerra Mundial, foi um conflito em escala global. Começou na Europa e envolveu os território coloniais.
Dois blocos enfrentaram-se: a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Áustria e Itália, e a Tríplice Entente formada pela França, Inglaterra e Rússia.
A contenda envolveu 17 países dos cinco continentes como: Alemanha, Brasil, Áustria-Hungria, Estados Unidos, França, Império Britânico, Império Turco-Otomano, Itália, Japão, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino da Romênia, Reino da Sérvia, Rússia, Austrália e China.
A guerra deixou 10 milhões de soldados mortos e outros 21 milhões ficaram feridos. Também 13 milhões de civis perderam a vida.
Causas da Primeira Guerra Mundial
Vários fatores desencadearam a Primeira Guerra Mundial. Desde o final do século XIX o mundo vivia em tensão. O extraordinário crescimento industrial possibilitou a Corrida Armamentista, ou seja, a produção de armas numa quantidade jamais imaginada.
O expansionismo do Império Alemão e sua transformação na maior potência industrial da Europa fizeram brotar uma enorme desconfiança entre a Alemanha e França, Inglaterra e Rússia. Acrescentamos as antigas rivalidades entre França e Alemanha, Rússia e Alemanha, e Reino Unido e Alemanha. Também os desentendimentos quanto às questões de limite nas colônias gerados pela Conferência de Berlim (1880).
O antigermanismo francês se desenvolveu como consequência da Guerra Franco-Prussiana. A derrotada França foi obrigada a entregar aos alemães as regiões de Alsácia e Lorena, esta rica em minério de ferro.Antigermanismo é o ódio discriminatório, medo ou fobia à Alemanha, ao seu povo e ou à língua alemã
A Conferência de Berlim foi um movimento que surgiu do interesse na partilha das colônias africanas pelas maiores potências coloniais. Como consequência, o território foi dividido entre os países integrantes, donde a Grã-Bretanha liderou no ganho de maior parte do território africano, seguido da França e de Portugal. A Espanha acabou dividindo os territórios do norte e da costa ocidental africana com a França e Portugal. Alemanha e Itália ficaram com partes pequenas do território disputado.
A rivalidade entre a Rússia e a Alemanha foi causada pela pretensão alemã de construir uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá. Além de passar por regiões ricas em petróleo onde os russos pretendiam aumentar sua influência.
O antigermanismo inglês se explica pela concorrência industrial alemã. Às vésperas da guerra os produtos alemães concorriam em mercados que eram dominados pela Inglaterra.
Todas essas questões tornaram o conflito inevitável a medida que acirravam os choques de interesse econômico e político entre as potências industrializadas.
A rede de alianças era uma bomba armada pronta para explodir.
Em 1908, a Áustria anunciou a anexação da Bósnia-Herzegovina, contrariando os interesses sérvios e russos. A fim de mostrar uma boa relação entre os novos súditos, o herdeiro do trono Austríaco, Francisco Ferdinando, fez uma visita à região junto com sua esposa. Um estudante bósnio assassinou o herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando e sua esposa, em Sarajevo, capital da Bósnia. Esse duplo assassinato foi o pretexto para a explosão da Primeira Guerra Mundial que durou até 11 de novembro de 1918.
Fases da Primeira Guerra Mundial
Para fins de estudo, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é dividida em 3 fases:
Guerra de Movimento (1914)
Nos primeiros meses da guerra, a estratégia de movimentação de tropas foi amplamente utilizada para tomada de posições no front.
Os alemães se movimentaram rapidamente e em poucas semanas estão a menos de 50 km de Paris. Por sua parte, o general francês Joffre, consegue rechaçar o avanço na sangrenta batalha do Marne, em 1914.
A estratégia da guerra seguia os moldes do século XIX: um ataque da carga de cavalaria, acompanhada pela infantaria. No entanto, os tempos haviam mudado e não se mostrou eficiente diante das posições defendidas por metralhadoras pela cobertura da artilharia.
Aos poucos, os exércitos adotaram o mecanismo de trincheiras cavadas ao longo de toda a frente de combate.
Guerra de Posição ou de Trincheiras (1915-1917)
A segunda fase da guerra foi marcada pela Guerra de Trincheiras ou de Posição. Sem conseguir romper as linhas de defesa inimigas, os beligerantes (quem faz guerra ou está em guerra) desejam conservar a qualquer preço as posições conquistadas. 
As trincheiras são, portanto, uma estratégia defensiva, inicialmente adotada pelos exércitos alemães, foi utilizada também pelos aliados. As trincheiras eram verdadeiros complexos defensivos compostos por túneis e valas. Ali, durante meses, milhares de soldados lutavam, comiam e dormiam, abrigados dos tiros.
Contudo, estavam expostos aos projéteis de artilharia, armas químicas e ataques aéreos, além das intempéries (qualquer extremo das condições climáticas: vento forte, temporal, seca, calor tórrido, nevasca etc.) e doenças causadas pelo ambiente insalubre. A cada duas semanas os soldados que ficavam nas trincheiras eram trocados pelos da retaguarda.
À frente das trincheiras, o terreno era coberto com estacas e uma proteção de arame farpado. Poucas centenas de metros separavam as linhas inimigas formando entre elas um terreno acidentado.
Deste modo, muitos soldados sucumbiram presos às cercas de arame, alvejados por metralhadoras ou tiros de canhões. Os feridos só podiam ser resgatados à noite e, mesmo assim, era uma operação muito perigosa.
Foi o período mais sangrento da guerra, onde as batalhas duravam semanas ou até meses, com a perda e retomada de posições e um saldo grande de baixas para ambas as partes. Igualmente, não se verificou conquistas de posições significativos para os beligerantes.
Essa estratégia manteve-se eficaz até a utilização de tanques de guerra, pelos ingleses, em 1916, quando conseguiram romper as defesas das trincheiras.
O ano de 1917 é um marco na guerra. Ocorre a Revolução Russa onde o Imperador Nicolau II e sua família são presos. O novo governo, de orientação socialista, decide-se retirar-se do campo de batalha assinando o Tratado de Brest-Litovski com os alemães. Igualmente é o ano que os Estados Unidos entra na guerra ao lado das Potências Aliadas.
Segunda Guerra de Movimento/Fase Final (1918).
Com a ajuda dos Estados Unidos, os Aliados voltam a ter a iniciativa da guerra. Mesmo assim, os exércitos ainda enfrentam batalhas duríssimas onde as baixas de ambos lados são enormes.
A mais célebre delas, talvez seja a segunda batalha do Marne, onde os alemães foram expulsos do território francês.
Embora a Alemanha continuasse sofrendo sucessivas derrotas, seus aliados tivessem se rendido, o governo alemão continuava na guerra. Esfomeado e cansado, o povo alemão se revoltou e os soldados e operários forçaram imperador da Alemanha a abdicar. Formou-se um governo provisório e foi proclamada a República. No dia 11 de novembro de 1918, o novo governo assinou a rendição alemã. A Primeira Guerra chegava ao fim, mas a paz geral só foi firmada em 1919, com a assinatura do Tratado de Versalhes.
O Brasil na Primeira Guerra Mundial
A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi estabelecida em abril de 1917, após os alemães terem afundado navios brasileiros.
Seis meses depois, o Brasil declarava guerra ao Império Alemão e mandou enfermeiras, médicos e aviadores que fizeram missões de observação no Mar Mediterrâneo.
Consequências daPrimeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial deixou milhares de mortos, modificou o mapa europeu e modo de fazer a diplomacia.
Perdas Humanas e Materiais
A guerra provocou a morte de quase 13 milhões de mortos e deixou vinte milhões de feridos e mutilados.
Nesse conflito foram empregadas armas poderosas: gases asfixiantes, canhões de longo alcance, metralhadoras, lança chamas, tanques, aviões e submarinos. Muitos foram usados pela primeira vez numa guerra.
Mesmo os países vitoriosos haviam perdido grande parte de sua população masculina jovem e quem voltou da guerra estava mutilado ou com sérios problemas mentais. As perdas materiais também eram enormes e havia que reconstruir estradas, pontes, cidades inteiras.
Começou um período de declínio da Europa, com os problemas sociais de desemprego, fome e miséria. A instabilidade política e social favoreceu o surgimento de regimes totalitários.
Diante deste quadro, as sociedades viviam apreensivas com a possibilidade de um novo conflito mundial de maiores proporções e consequências do que o primeiro, o que de fato aconteceu com a Segunda Guerra Mundial.
Novos Países
Quatro impérios que eram considerados sólidos antes de 1914 simplesmente desmoronaram: Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Otomano.
Com o Tratado de Versalhes, dos escombros desses impérios surgiram novos países como Polônia, Checoslováquia, Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia.
Já o Império Otomano viu suas fronteiras diminuírem. Surgiu o moderno estado da Turquia, que teve que reconhecer a independência da Armênia. Coube à França e à Inglaterra administrarem sob mandato os territórios da Síria, Líbano e Iraque.
Liga das Nações
A criação da Liga das Nações, em janeiro de 1919, com sede em Genebra, Suíça, foi inspirada nas propostas de paz do presidente americano Woodrow Wilsoon.
O objetivo era fazer com que as nações discutissem diplomaticamente seus problemas antes de entrar em guerra.
Estados Unidos
Os Estados Unidos foram os grandes vencedores do conflito.
Comercializaram por mais de três anos com os Aliados, não viram seu território ser invadido pelos inimigos e ainda se tornavam credores das nações europeias.
Suas indústrias não sofreriam a concorrência da Europa e suas perdas foram poucas se comparadas às dos sócios europeus.
Por isso tudo, o país seguiria sua ascensão como potência mundial.
Segunda Guerra Mundial
O Nazifacismo
O nazi-fascismo foi uma doutrina política que surgiu e desenvolveu, principalmente, na Itália e Alemanha entre o começo da década de 1920 até o final da Segunda Guerra Mundial. Esta doutrina ganhou o nome de nazismo na Alemanha e teve como principal representante Adolf Hitler. Na Itália, ganhou o nome de fascismo e teve Benito Mussolini como líder.
Principais características do nazi-fascismo:
Nacionalismo: valorização exacerbada da cultura, símbolos (bandeiras, hinos, heróis nacionais) e valores da nação.
Totalitarismo: concentração de poderes nas mãos do líder da nação. Falta total de democracia e liberdade. No sistema totalitário as pessoas devem seguir tudo que é determinado pelo governo. Os opositores são presos e, em muitos casos, executados.
Militarismo: investimentos pesados no desenvolvimento e produção de armas. Além de proteção, os nazifascistas defendiam o uso deste poderio militar para fins de expansão territorial.
Anticomunismo: os comunistas foram culpados pelos nazifascistas como sendo os grandes responsáveis pelos problemas sociais e econômicos existentes. Muitos comunistas foram perseguidos, presos e executados pelos nazifascistas da Alemanha e Itália.
Anti-liberalismo: ao invés da liberdade econômica, defendiam o controle econômico por parte do governo. O governo deveria controlar a economia, visando o desenvolvimento da nação.
Romantismo: para os nazifascistas a razão não seria capaz de gerar o desenvolvimento de uma nação, mas sim o auto-sacrifício, as atitudes heroicas, o amor à pátria e a fé e dedicação incondicional ao líder político.
Antissemitismo: atitudes de preconceito e violência contra judeus. De acordo com os seguidores do nazi-fascismo, os judeus eram, junto com os comunistas, os grandes responsáveis pelos problemas econômicos do mundo. Dentro deste pensamento, Hitler tentou eliminar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, matando-os em campos de concentração. Este evento ficou conhecido como Holocausto.
Idealismo: transformação das coisas baseada nos anseios e instintos.
Expansionismo: busca de expansão territorial através de invasões, ocupação e domínios de territórios de outros países. Para isso era necessário investir no setor bélico e promover guerras. Baseado neste ideal, a Alemanha Nazista invadiu a Polônia em 1939, dando início a Segunda Guerra Mundial.
Superioridade racial: linha de pensamento que defende a ideia de que algumas raças são mais desenvolvidas do que outras. Os nazistas, por exemplo, defendiam que os arianos (no caso homens brancos alemães) eram superiores às outras raças e, portanto, deveriam exercer a supremacia mundial.
Causas da Segunda Guerra Mundial
Entre os fatores que culminaram com a Segunda Guerra Mundial está o descontentamento da Alemanha com o desfecho da Primeira Guerra Mundial.
A Alemanha perdeu parte do território e foi obrigada a retificar o Tratado de Versalhes e a pagar os dados civis resultantes da Primeira Guerra Mundial.
A realidade alemã era marcada pela fragilidade econômica, alta inflação e acúmulo de problemas sociais.
A ascensão do Nazismo, partido fundado por Hitler, contribuiu para a retomada do aparelhamento militar e difusão do nacionalismo.
Essa está entre as justificativas para o chamado Holocausto, que foi o assassinato em escala industrial de judeus.
Igualmente foram assassinados descapacitados mentais e físicos, comunistas, homossexuais, religiosos e ciganos.
Grande Depressão
A Grande Depressão, cujo estopim foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, marcou a falência de quatro mil bancos somente nos Estados Unidos.
O país registrou 14 milhões de desempregados e a renda nacional caiu 50%. Os salários dos norte-americanos sofreram queda de 40%.
Os problemas financeiros dos Estados Unidos, núcleo duro da economia mundial, refletiram no restante do mundo.
Na Grã-Bretanha, que sofreu 70% de redução nas exportações, três milhões de trabalhadores ficaram desempregados. Na Itália, foram 1,3 milhão e, na França, 3 milhões.
Duramente atingida, a Alemanha sofreu quebra de 39% na produção industrial e 7 milhões de alemães ficaram desempregados. Igualmente, se registrou uma das inflações mais altas da história do capitalismo.
Tratado de Versalhes
Paralela à crise, o governo alemão sentia os efeitos do reordenamento territorial imposto pela Primeira Guerra e as diretrizes humilhantes do Tratado de Versalhes.
Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a supremacia do poder mundial estava dividido entre Grã-Bretanha, França e Estados Unidos.
Cabia à Inglaterra e à França o domínio de centenas de colônias africanas e asiáticas; e aos Estados Unidos 50% da produção capitalista mundial.
Em contrapartida, Itália e o Japão estavam insatisfeitos com a divisão territorial.
Invasões Japonesas e Italianas
Soldados japoneses invadem uma cidade chinesa
O Japão, com 70 milhões de pessoas confinadas em um exíguo território, buscava solucionar a oferta de minérios e petróleo. Segundo os japoneses, a solução estaria na invasão da Manchúria e vários territórios chineses em 1931.
Já a Itália, sob o comando de Benito Mussolini entre os anos de 1922 e 1943, houve invasão da Abissínia, hoje Etiópia, na África.
Tratativas diplomáticas da França e Grã-Bretanha eram usadas para tentar evitar uma nova guerra. As duas nações, porém, estavam satisfeitas com a redefinição territorial e, além disso, ditavam as regras na Liga das Nações, órgão precursor da ONU (Organização das Nações Unidas).
Sem confronto armado, o órgão se limitava a repressões insignificantes e, no caso da invasão à China, somente a apoio moral.
Adolf Hitlere o Nazismo
Já a Alemanha, com Adolf Hiltler atuando entre 1889 e 1945 no poder, o país passa por um processo de reforço do exército, que chegou a 800 mil homens. Este número estava com 700 mil soldados acima do limite definido no Tratado de Versalhes.
A primeira grande anexação pelos alemães ocorreu em 1936, quando a Áustria foi tomada sob a justificativa de unir a raça ariana. Em seguida, ocorreria a anexação da região dos Sudetos, pertencente à Tchecoslováquia, em 1938.
Hitler comunica a Emil Hácha, presidente da Tchecoslováquia que a Alemanha invadiria o seu país e era melhor não resistir
Na Alemanha, este motivos estiveram combinados com o Nazismo, que responsabilizava os judeus pelas mazelas sofridas pelo povo alemão.
Sob o patrocínio de Hitler, a guerra começou com a surpreendente invasão à Polônia em 1939. Na Europa, só terminaria em 8 de maio de 1945 e na Ásia, com a rendição do Japão em setembro de 1945.
A Segunda Grande Mundial terminaria com a morte de 45 milhões de pessoas.
Por que a invasão da Polônia?
Porque a Alemanha discordava de muitos pontos do Tratado de Versalhes. As relações diplomáticas entre os dois países estavam abaladas.
O império alemão foi contrário à nova demarcação da fronteira leste. Na região foi estabelecido um corredor polonês, que era neutro.
Esse corredor era usado para separar a Alemanha do Prússia Oriental e foi imposto no Tratado de Versalhes.
Caso ficasse com o território, a Alemanha teria acesso às matérias-primas da Ucrânia, Sibéria, Cáucaso e Romênia.
Por este motivo, Hitler começou a invadir as regiões em uma clara política expansionista. O avanço do nazista não foi contido de início porque as grandes potências viram em suas ações uma forma de barrar o comunismo da União Soviética.
Hitler, por sua vez, assinou com Stalin um acordo de não agressão. Esse acordo duraria cinco anos. A União Soviética, assim, contribuiu para a invasão da Polônia. O objetivo era dividir o território com a Alemanha.
A Alemanha também retomou em 1935, a produção de armas e estabeleceu o serviço militar obrigatório. As duas ações contrariavam o Tratado de Versalhes.
Adolf Hitler passou a costurar um leque de alianças com Benito Mussolini, ditador italiano e Francisco Franco. Em 1938, anexou a Áustria. Um ano depois, anexou parte da Tchecoslováquia, onde estavam minorias alemãs.
Com a invasão da Polônia, a medida de Inglaterra e França foi declarar a guerra.
O Início da Guerra
A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade no século XX, ocorrido entre 1939 e 1945.
As operações militares envolveram 72 nações, resultaram em 45 milhões de mortes, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos.
Calcula-se que o custo total da Segunda Guerra Mundial chegou a 1 trilhão e 385 milhões de dólares.
O conflito foi dividido em três fases:
As vitórias do Eixo (1939-1941);
O equilíbrio das forças (1941-1943);
A vitória dos Aliados (1943-1945).
A 2ª Guerra Mundial, se iniciou com a invasão da Polônia pela Alemanha no dia 1º de setembro de 1939. Ela terminou com a rendição da Alemanha em 8 de maio de 1945.
No Pacífico, as batalhas continuariam até a capitulação do Japão em 2 de setembro de 1945.
As principais frentes de batalha eram formadas pelas:
As nações do Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão);
As nações Aliadas (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos).
Vitórias do Eixo
A primeira fase da 2ª Guerra Mundial ocorreu com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
Essa fase foi classificada como Sitzkrieg, que significa guerra de mentira.
Na tentativa de barrar as incursões de Adolf Hitler (1889-1945), os governos de França e Grã-Bretanha impuseram bloqueios econômicos à Alemanha. No entanto, não chegaram ao conflito direto.
Eficaz no campo de batalha, a Alemanha realizou em 1940, uma operação em que combinou ataques terrestres, aéreos e navais para ocupar a Dinamarca. Assim, a Sitzkrieg passou a ser chamada de Blitzkrieg, que significa guerra relâmpago.
O exército alemão também tomou a Noruega como forma de salvaguardar a proteção do comércio de aço com a Suécia e marcar posição contra a Grã-Bretanha. Para tanto, foi ocupado o porto norueguês de Narvik.
Ainda em 1940, Hitler ordenou a invasão da Holanda, o que ocorreu em maio daquele ano. A Alemanha invadiu, ainda, a Bélgica e as tropas francesas e inglesas foram cercadas em Dunquenque, uma cidade portuária francesa.
Invasão da França
Hitler passeia em Paris acompanhado de seus colaboradores.
A reação das forças francesas e inglesas não impediram que o exército alemão rompesse a linha Maginot e invadisse a França. A linha Maginot era constituída por um sistema de trincheiras na divisa com a Alemanha.
Como resposta ao ataque, a França assinou o armistício com a Alemanha e em 14 de junho, Paris foi declarada cidade aberta.
Dividida em duas áreas, a França viveria até 1944, o chamado governo de Vichy, sob influência nazista. Dias antes, a Itália, aliada da Alemanha, declarava guerra à França.
Batalha da Inglaterra
Ainda em 1940, no dia 8 de agosto, a Alemanha bombardeou as cidades britânicas e o parque industrial inglês com a Luftwaffe, a força aérea alemã. Assim começou a batalha contra a Grã-Bretanha, que durou até 27 de setembro.
O exército inglês conseguiu neutralizar as forças alemãs, principalmente pelas ações da força aérea.
Além do êxito em seu próprio território, o governo da Grã-Bretanha ordenou incursões em solo alemão. Isto levou Adolf Hitler adiar os planos de invasão na chamada Operação Leão do Mar.
A despeito do fracasso, a Alemanha ainda prosseguiu com a missão de isolar a Grã-Bretanha. Em 1941, o exército de Hitler chegou à Líbia, com objetivo de conquistar o canal de Suez.
Esse período foi marcado pelo fracasso da Itália na África Central e a adesão ao Eixo pelos governos da Romênia, Hungria e Bulgária.
Em maio de 1941, foram ocupadas a Iugoslávia e a Grécia, resultando no esperado isolamento da Grã-Bretanha.
Equilíbrio de Forças
O chamado equilíbrio das forças caracteriza a fase intermediária da Segunda Guerra Mundial, 1941.
Esta etapa se inicia com a invasão da União Soviética, liderada por Stalin, pelos alemães, e termina em 1943, com a capitulação da Itália.
A invasão da União Soviética é denominada "Operação Barborosa" e tinha como finalidade a conquista de Leningrado (hoje São Petersburgo), Moscou, Ucrânia e Cáucaso.
A entrada do exército alemão ocorreu pela Ucrânia e, posteriormente, pela chegada à Leningrado.
Quando as forças de Hitler chegaram a Moscou, em dezembro de 1941, foram contidas pela contraofensiva do Exército Vermelho.
Batalhas no Pacífico
Paralelo ao conflito na Europa, as forças do Japão e dos Estados Unidos tinham as relações estremecidas.
Em 1941, o Japão invadiu a Indochina francesa. Como consequência, em novembro daquele ano, os EUA decretaram o embargo comercial ao Japão, exigindo a desocupação da China e Indochina.
Em meio a negociações diplomáticas entre EUA e Japão, o segundo bombardeou a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, e prosseguiu em ofensiva contra a Ásia meridional e no Pacífico.
Os japoneses invadiram a Malásia Britânica, o porto de Cingapura, a Birmânia, a Indonésia e as Filipinas. Além disso, a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos.
No meio da tensão, o Japão ocupou o porto de Hong Kong e ilhas no Oceano Pacífico que pertenciam à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos.
Até janeiro de 1942, a ofensiva japonesa resultou na conquista de 4 milhões de quilômetros quadrados e o comando de uma população de 125 milhões de habitantes.
A cenário geral da Segunda Guerra Mundial começa a mudar ao final de 1942, quando os Aliados passam a ter êxito contra os ataques do Eixo. A Batalha de Stalingrado marca essa fase, alterando o curso do conflito.
O Japão sofre importantes derrotas no Pacífico, sendo impedido de conquistar a Austrália e o Havaí.
As forças britânicas e americanas também tem êxito na Líbia e Tunísia. A partir do Norte da África, os Aliados desembarcam naSicília e invadem a Itália, em 1943.
Fim da Guerra: Vitória dos Aliados
A partir da capitulação da Itália, a Segunda Guerra Mundial entra na terceira fase, que termina com a rendição do Japão em 1945.
Na Itália, o governo de Benito Mussolini (1883-1945) é destituído pelo rei Vítor Emanuel III em julho de 1943.
No mês de setembro do mesmo ano, após firmar o armistício com os Aliados, a Itália é retirada do conflito.
Após esse ponto, a Itália declara guerra à Alemanha em outubro de 1943. Em abril de 1945, após a captura das forças nazistas na Itália, Mussolini tenta uma fuga para a Suíça, mas termina por ser fuzilado pela resistência.
O cerco à Alemanha foi fechado, justamente, com a queda da Itália. Em paralelo, em 1944, os soviéticos libertaram a Romênia, a Hungria, a Bulgária e a Tcheco-Eslováquia.
Em 6 de junho daquele ano ocorreu o Dia D. Nesse momento, o exército dos Aliados desembarca na Normandia, norte da França, resultando no recuo dos alemães e a libertação da França.
Ainda na Europa, o Exército Vermelho liberta a Polônia em janeiro de 1945, conquista a Alemanha e derrota o III Reich. Em maio, o conflito termina na Europa.
Do outro lado do mundo, no Pacífico, os Estados Unidos fecham o cerco contra o Japão e no fim de 1944, conquistam as ilhas Marshall, Carolinas, Marianas e Filipinas. A Birmânia é conquistada em 1945 e os EUA ocupam a ilha de Okinawa.
Sob intenso bombardeio, o Japão sofre a pior ofensiva bélica da Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos jogam uma bomba atômica sobre Hiroshima.
Em 9 de agosto fazem o mesmo em Nagasaki. A rendição do Japão é assinada em 2 de setembro de 1945, pondo fim ao conflito.
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
O Brasil só entrou no conflito ao fim, em 1944, permanecendo em combate durante sete meses.
A participação ficou a cargo da FEB (Força Expedicionária Brasileira), formada em 9 de agosto de 1943 e integrada por um contingente de 25.445 soldados. Três mil soldados ficaram feridos no conflito e 450 morreram.
Consequências da Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, resultou na morte de 45 milhões de pessoas e 35 milhões de feridos. A maior quantidade de vítimas foi registrada na União Soviética, com 20 milhões de mortos.
Na Polônia, 6 milhões foram mortos e na Alemanha 5,5 milhões. Em decorrência do conflito, morreram, ainda, 1,5 milhão de japoneses.
Entre as vítimas na Europa, 6 milhões em judeus, que foram perseguidos no projeto de Adolf Hitler (1889 - 1945), que ficou conhecido como Solução Final.
A morte durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu em escala industrial. Os nazistas alemães elaboraram complexos sistemas de eliminação física em campos de concentração e de morte.
Além do custo de vidas, o conflito gerou 1 trilhão e 385 milhões de dólares em perdas monetárias. Do montante, 21% coube aos Estados Unidos, 13% à União Soviética e 4% ao Japão.
Todos os 72 países envolvidos acumularam perdas em diferentes proporções. Houve intensa queda na produção industrial e os investimentos dos governos foram direcionados para a guerra, em detrimento de outras áreas, gerando intensos problemas sociais.
Se para a maioria dos países houve perda, para os Estados Unidos, a guerra resultou em fortalecimento de sua posição imperialista.
Durante o conflito, os EUA investiram US$ 300 bilhões na guerra, que foram recuperados com o empenho na indústria armamentista, que cresceu 75%.
Os Estados Unidos também passaram à posição de credores dos países destruídos e em 1948 elaboraram um plano de auxílio financeiro, que direcionou somente para a Europa US$ 38 bilhões.
O Japão, que teve as cidades de Hiroshima e Nagazaki destruídas por duas bombas atômicas lançadas pelos EUA, receberam 2,5 bilhões para a reconstrução.
O auxílio norte-americano, que foi denominado Plano Marshall, foi recusado pela União Soviética, dando início ao processo que ficou conhecido como Guerra Fria.
Uma série de decisões diplomáticas já no decorrer da Segunda Guerra Mundial redesenharam o mapa da Europa e redefiniram as questões políticas mundiais.
Ainda em guerra contra o Japão, em 1943, os Aliados (liderados por Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética) realizaram uma conferência no Cairo com a participação do presidente norte-americano Franklin Roosevelt, o primeiro ministro inglês Winton Churchill e o líder da China Chiang Kai-shek.
No encontro ficou definido que após a derrota do Japão, a China receberia os territórios ocupados no decorrer da guerra e a independência da Coreia seria restabelecida.
Ainda em 1943, em dezembro, outro encontro, desta vez com Churchill, Roosevelt e o líder russo Stalin, os Estados Unidos reconheceram a anexação da Estônia, Letônia e Lituânia, além do leste da Polônia, pela União Soviética.
O encontro ficou conhecido como Conferência de Teerã, capital do Irã, e a reunião dos líderes passou a ser chamada de "os três grandes".
Ao fim da guerra, em 1945, Churchill, Roosevelt e Stálin reuniram-se novamente em Yalta, na União Soviética.
A Conferência de Yalta definiu:
Fixou a Linha Curzon como fronteira entre a União Soviética e a Polônia, com a cedência dos territórios poloneses aos soviéticos em partilha já firmada em 1939;
Anexação pela Polônia dos territórios alemães da parte leste até as margens do rio Oder,
Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética passaram a controlar os países libertados do leste europeu,
A Alemanha seria dividida em duas zonas (muro de Berlim) e permaneceria sob a direção de um conselho aliado;
A União Soviética passou a controlar os países do leste europeu
Um novo encontro, a Conferência de Potsdam, desta vez em julho de 1945, estabeleceu a partilha dos pagamentos que a Alemanha deveria efetuar por conta da guerra.
Ficou estabelecido na conferência que os alemães deveriam repassar US$ 20 bilhões, sendo 50% do valor destinado à União Soviética, 14% à Grã-Bretanha, 12,5% aos Estados Unidos e 10% para a França.
A Alemanha ainda foi dividida em quatro zonas de ocupação.
Como punição, a Alemanha foi obrigada a reduzir a produção de aço e a maior parte da indústria siderúrgica foi transferida para os países aliados.
Também ficou definido que os nazistas que comandaram as ações de extermínio seriam julgados em um tribunal especial.
O Tribunal de Nuremberg, como ficou conhecido, resultou na condenação de 12 líderes nazistas à morte.
Guerra Fria
A Guerra Fria foi uma luta ideológica entre o comunismo versus capitalismo. A fim de disputar a liderança mundial, ela foi representada pela União Soviética e os Estados Unidos.
Esta conflagração teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e ficou assim conhecida porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito em seus territórios.
Início da Guerra Fria
Ao fim das negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou dividida em duas partes. Estas correspondiam ao limite do avanço de tropas soviéticas e americanas durante a guerra.
A parte oriental, ocupada pelos soviéticos, tornou-se área de influência da União Soviética.
Em pouco tempo, os partidos comunistas locais, apoiados pela URSS, passaram a exercer o poder nesses países. Estabeleceram as chamadas democracias populares na Albânia, Romênia, Bulgária, Hungria, Polônia e Checoslováquia.
Somente a Iugoslávia estabeleceu um regime socialista independente da União Soviética.
A parte ocidental, ocupada por tropas principalmente inglesas e norte-americanas, ficou sob a influência dos Estados Unidos. Nessa área consolidavam-se democracias liberais, com exceção das ditaduras na Espanha e em Portugal.
As duas superpotências buscavam ampliar suas áreas de influência no mundo, intervindo direta ou indiretamente nos assuntos internos dos diferentes países.
A Consolidação da Guerra Fria
Em 1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente americano Harry Truman proferiu um discurso no Congresso.
Nele, afirmava que os Estados Unidos se posicionariama favor das nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação.
No mesmo ano, o secretário de Estado americano, George Marshall, lançou o Plano Marshall, que propunha a ajuda econômica aos países da Europa Ocidental.
Afinal, os partidos de esquerda cresciam devido ao desemprego e a crise generalizada e os Estados Unidos temiam perdê-los para a URSS.
Como resposta, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de conseguir a união dos principais partidos comunistas europeus.
Também era sua tarefa afastar da supremacia norte-americana os países sob sua influência, gerando o bloco da “cortina de ferro”.
Foi criado também, em 1949, o Comecon, uma cópia do Plano Marshall para os países socialistas.
OTAN e o Pacto de Varsóvia
A Guerra Fria foi também responsável pela formação, em 1949, de dois novos blocos de alianças politico-militares:
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
o Pacto de Varsóvia.
A OTAN era composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e Itália,
Mais tarde juntaram-se Alemanha Ocidental, Grécia e Turquia, opondo toda a Europa Ocidental à União Soviética.
Em 1955, em represália, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir o avanço capitalista na sua área de influência.
Ambos tinham, entre si, um compromisso de mútua proteção, pois entendiam que a agressão a um deles atingiria a todos.
O Pacto de Varsóvia desapareceu entre 1990 e 1991, em consequência do fim dos regimes socialista do Leste europeu. Como consequência, a OTAN perdeu o significado que lhe deu origem.
O Muro de Berlim e a Crise dos Mísseis
No início dos anos 60, dois fatores provocaram o aumento das tensões internacionais provocadas pela Guerra Fria:
a construção do Muro de Berlim, em 1961;
e a crise dos mísseis, em 1962.
O muro dividiu a cidade de Berlim entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental.
O objetivo era impedir a saída de profissionais e trabalhadores qualificados que deixavam a socialista Alemanha Oriental em busca de melhores condições de vida na capitalista Alemanha Ocidental.
Por outra parte, a crise dos mísseis teve origem na pretensão soviética de instalar bases e lançamento de mísseis em Cuba. Isto seria uma ameaça constante para os Estados Unidos.
A reação americana se fez imediata, através de um bloqueio naval sobre Cuba, o único país da América que havia adotado o regime socialista. O mundo conteve a respiração, pois nesse momento, as chances de uma terceira guerra mundial eram reais.
Corrida Espacial
Outra característica da Guerra Fria foi a Corrida Espacial.
Muito dinheiro, tempo e estudo foram investidos pela URSS e pelos EUA para saber quem dominaria também a órbita terrestre.
Os soviéticos saíram na frente, em 1957, mas os americanos os alcançaram e fizeram o primeiro homem caminhar em solo lunar, em 1969.
A corrida espacial não incluía somente o objetivo de levar pessoas ao espaço. Também fazia parte do projeto desenvolver armas de longo alcance, como mísseis intercontinentais e escudos espaciais.
O Fim da Guerra Fria
A Guerra Fria chegou ao fim em novembro de 1989, com as negociações estabelecidas por Ronald Reagan e Mikahil Gorbachev, depois de um período de 42 anos determinando as relações internacionais.
A queda do Muro de Berlim foi um marco que simbolizou a morte dos regimes socialistas no Leste europeu. Em outubro de 1990 as duas Alemanhas foram finalmente unificadas.
Igualmente, a desintegração da União Soviética inaugurou um novo período na história mundial.
Globalização
A Globalização é um processo de aprofundamento das relações econômicas, sociais, culturais e políticas entre os povos espalhados pelo mundo.
Origem
A origem da globalização remonta ao século XV durante o período mercantilista. Várias nações europeias lançaram-se ao mar em busca de novas terras e riquezas.
O século XVIII caracterizou-se por um aumento ainda maior no fluxo de força de trabalho entre os países e continentes, especialmente nas novas colônias europeias na África e na Ásia.
O homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes e estabeleceu relações comerciais e culturais em níveis sem precedentes.
No século XIX, com a invenção da eletricidade, das ferrovias e dos navios a vapor, as distâncias encurtaram e os produtos puderam chegar nos lugares mais remotos.
Esse conjunto de transformações, de ordem política e econômica, intensificou-se, sobretudo, no final do século XX, com destaque para o período pós Segunda Guerra Mundial.
Após o fim da União Soviética, o mundo já não estava mais dividido por uma barreira ideológica. Os países que pertenceram ao bloco comunista iriam adotar o liberalismo e o capitalismo como forma de governo e política econômica.
Surge o neoliberalismo que ganhará força e impulsionar o processo de globalização econômica pelos quatro cantos do mundo.
Características da Globalização
Integração social, econômica e política;
união de mercado mundial (relações comerciais e financeiras);
fortalecimento das relações internacionais;
aumento da produção e do consumo de bens e serviços;
avanço tecnológico e dos meios de comunicação;
instantaneidade e velocidade das informações (por exemplo, via internet);
surgimento de multinacionais e transnacionais;
aumento da concorrência econômica e do nível de competição;
surgimento dos blocos econômicos e desaparição das fronteiras comerciais;
ampliação do uso de máquinas na execução de tarefas;
crescimento da economia informal;
valorização de mão-de-obra qualificada;
privatização de empresas estatais.
Globalização no Brasil
Da mesma maneira que nos países colonizados por outros europeus, a globalização no Brasil tem início com a chegada dos portugueses no País.
Isso porque começam as relações econômicas, sociais, culturais e políticas entre os povos que aqui viviam e os colonizadores.
No entanto, foi somente no século XX que esse processo teve maior impacto na economia do Brasil. Destacam-se a implementação do neoliberalismo através do Plano Collor e as privatizações das empresas estatais.
Além disso, a expansão das indústrias e das empresas multinacionais foram essenciais para reforçar o processo de globalização no País.
Globalização Econômica
Um fato notável da globalização é o acúmulo de conhecimentos. Isso provoca aumento no compasso das transformações nos meios de produção e tem como consequência o barateamento do método produtivo das indústrias.
Assim, desde os primórdios, notamos uma dispersão da cadeia de produção, através da qual fabricarão suas mercadorias em vários países.
O objetivo principal é reduzir os custos pela exploração da mão-de-obra, matéria-prima e energia nos países em desenvolvimento.
Podemos também imaginar a globalização como um processo que visa constituir e aperfeiçoar uma rede de conexões.
O intuito é encurtar as distâncias, facilitando as afinidades culturais e econômicas, posto que estabelece a conexão entre os países e as pessoas de todo mundo.
Nesse sentido, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio) criaram um sistema eficaz para beneficiar a transferência de capital e comercializar ações em escala mundial.
A criação de blocos econômicos, cujo objetivo principal é aumentar as relações comerciais entre os membros, é outra consequência da globalização. Com este propósito, surgem a União Europeia, o Mercosul, o NAFTA, o Pacto Andino e a APEC.
Estas relações entre os países gerou a necessidade de expandir seus mercados e conduziu as nações à abertura econômica para produtos de outros países. Isso fortaleceu a implementação de uma ideologia de origem iluminista conhecida como Liberalismo.
Globalização Cultural
Com a abertura de mercados, o consumidor (que passa a ser uma nova categoria de cidadão) tem acesso a produtos importados de qualidade a baixo custo.
Este processo contribui ainda para a universalização do acesso aos meios de comunicação pelo barateamento das tecnologiase dos métodos de produção.
A globalização tem como seu ícone mais notável a Internet, a rede planetária de computadores. Ela tornou-se possível graças a pactos entre diferentes entidades públicas e privadas por todo mundo.
Deste modo, a língua inglesa torna-se fundamental na Internet, como uma forma rápida eficiente e totalmente nova para se relacionar com pessoas de outros países.
Vantagens e Desvantagens
Como principal ponto positivo da globalização podemos citar os avanços tecnológicos que tornam mais fácil a vida das pessoas.
Assim, ela facilita o fluxo de informação e de capitais mediante inovações nas áreas das Telecomunicações e da Informática.
Com ponto negativo, é preciso afirmar que a maior parcela do dinheiro fica entre os países mais desenvolvidos. Estes investem o capital numa relação desproporcional, o que gera uma brutal concentração da riqueza.
Neoliberalismo
O que é Neoliberalismo?
Você já deve ter ouvido muito o termo neoliberalismo, mas notavelmente não sabe o que se trata ou quer saber um pouco mais sobre, não é mesmo? O neoliberalismo está tão presente em nossa cultura que devemos saber o que se trata.
O neoliberalismo, como seu nome pressupõe é um novo liberalismo clássico que é um corrente de pensamento mais moderna e que defende na parte política, a não participação do estado na economia, onde deve ter total liberdade de comércio o que garante maior crescimento econômico e desenvolvimento social do país. Daí vem o liberalismo do nome desta corrente ideológica presente na política, economia e na sociedade moderna.
Mas, vamos ainda conhecer a história do termo liberalismo que surgiu no século XVII através dos trabalhos publicados pelos filósofos John Locke e posteriormente, no século XVIII, o liberalismo econômico que ganhou força as ideias definidas pelo filósofo e economista Adam Smith. Dentre os princípios básicos do liberalismo estão: liberdade econômica (livre mercado), defesa da propriedade privada, mínima participação do Estado, igualdade perante a lei.
Já o neoliberalismo surgiu a partir da década de 1970 e que tem como diferença, uma economia pautada numa realidade econômica diferente dos séculos passados que é mais pautada pela globalização (limitações de fronteiras, grande fluxo de informações) e novos paradigmas para o capitalismo.
Entre as características do neoliberalismo que difere do liberalismo de outrora estão: livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização; abertura da economia para a entrada de multinacionais; adoção de medidas de protecionismo econômico, posição contrária aos impostos e tributos excessivos que é uma consequência da diminuição do Estado, tornando-o mais eficiente; a base da economia neoliberal é a empresa privada; defesa dos princípios econômicos do capitalismo, pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, entre outras características.
Apesar de se mostrar um sistema que visa crescimento e desenvolvimento é um sistema que sofre muitas críticas, pois esta política neoliberal beneficia somente as grandes potências econômicas e acaba esmagando as demais economias, como aquelas em desenvolvimento econômico, social e política. Estes países em desenvolvimento acabam sofrendo as consequências do neoliberalismo como desemprego alto, aumento gritante das diferenças sociais e dependência do capital internacional. Mas o neoliberalismo tem também seus pontos positivos como proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país que adotar esta política.
No Brasil o governo que adotou o neoliberalismo e que também foi de certa forma criticada por isso foi os dois governos de Fernando Henrique Cardoso que teve seus prós e contras, mas foi à época que o país mais cresceu, inclusive com uma moeda que ficou mais forte e competitiva.
Globalização e as Políticas Neoliberais
A palavra globalização é falada em demasia que muitas pessoas não sabem do que se trata, por isso é bom saber o que é se estas estão relacionadas e o que nos afeta. Confira a seguir a relação entre as políticas neoliberais e a globalização.
A globalização caracteriza-se pelo maior aprofundamento internacional da política, economia, cultura e de aspectos sociais das nações o que acarreta o barateamento dos transportes e comunicação dos países, desde o final do século XX e início do XXI.
Para muitos estudiosos a globalização não é só decorrente dos tempos modernos, mas tem origens na era das descobertas e viagens do Novo Mundo pelos Europeus e até afirmam que a origem da Globalização advém do terceiro milênio A.C, mas, que a globalização teve seu começo de auge no final do século XIX e início do século XX, com uma maior conexão das economias e culturas do mundo. Mas, nesta época o termo globalização não se podia ser dito e nem conhecido.
O termo Globalização se tornou mais popular na década de 1980 (século XX), mas especificamente no início dos anos 1990. O Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2000 identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e transações financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração, disseminação de crescimento e movimento de pessoas.
A globalização como antecipamos aqui remonta de muitos séculos a longo da história, vem desde a época das viagens transatlânticas para o “novo mundo” das Américas e se desenvolveu no século XIX com o desenvolvimento das novas formas de transporte, como as ferrovias, os navios a vapor e as telecomunicações que permitiu maior intercâmbio global e de forma mais rápida. Já o início da Globalização moderna advém do fim da segunda guerra mundial quando as nações envolvidas diretamente que criaram mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras.
Já o neoliberalismo está presente nesta globalização mundial e caracteriza-se por um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas e que defendem a não participação do Estado na economia por isso as suas características são: mínima participação do estado nos rumos da economia do país, política de privatização de empresas estatais, abertura da economia para a entrada de multinacionais; adoção de medidas protecionismo econômico; desburocratização do estado; diminuição do tamanho do Estado; posição contrária aos impostos e tributos excessivos, entre outras características que caracterizam o neoliberalismo e que fazem parte desta globalização que aproximam cada vez mais as fronteiras e as políticas. Esse foi um breve resumo sobre globalização e as políticas neoliberais, você pode se aprofundar mais sobre o assunto em livros de geografia e atualizadas.
HISTÓRIA DO BRASIL
Revolução de 1930
O Revolução de 1930 foi um evento armado da história brasileira, perpetrados pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul.
Esse evento foi responsável pelo golpe de Estado de 1930, quando foi deposto o presidente da república Washington Luís, no dia 24 de outubro de 1930.
Isso impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes, sob alegações de fraude eleitoral, desgosto popular em função da crise econômica de 1929 e, por fim, o assassinato de João Pessoa.
Contexto Histórico
A Revolução de 1930 representou mais um golpe de estado do que uma revolução, tendo em vista que essa possui amplo apoio popular e é irrefreável, enquanto a outra foi uma luta pelo poder entre as elites, com margem de vitória a qualquer uma delas.
Até 1930, o Brasil era conduzido pelas oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, as quais, por meio de eleições fraudulentas e o apoio dos coronéis, se sustentavam no poder, alternando a presidência da República entre as elites daqueles estados com políticos que defendiam seus interesses.
Este sistema político ficou conhecido como "política do café-com-leite", e era responsável pelo atraso político, econômico e social do Brasil.
Nesse contexto os governos oligárquicos mantinham o país sob um regime econômico agroexportador, onde a renovação da economia nacional somente seria possível com a intervenção de um Estado que visasse modernizare industrializar a economia brasileira.
Por outro lado, a Crise de 1929, atingiu fortemente a economia brasileira, provocando desemprego e dificuldades financeiras em todo país, especialmente por este ser baseado no modelo agroexportador e de monocultura (café).
Este fato contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luiz. Isso também gerou o descontentamento de oficiais de baixa patente do exército, os quais desejaram derrubar as oligarquias e instaurar uma nova ordem no Brasil.
Assim, podemos ver nitidamente um racha na "política do café com leite", a qual conduziu os rumos do Brasil desde a instituição da República.
Mais amiúde, no início de 1929, Washington Luís nomeou o Presidente de São Paulo, Júlio Prestes, como seu sucessor, medida que foi apoiada por presidentes de 17 estados, exceto Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Estes se aliaram a políticos de oposição de diversos estados e criaram a Aliança Liberal. Com isso, os candidatos da Aliança Liberal foram, sem espanto, Getúlio Vargas e João Pessoa.
Contudo, nas eleições realizadas em março de 1930, Júlio Prestes foi eleito com grande maioria de votos (1.091.709), contra 742.794 de Getúlio Vargas e a Aliança Liberal rejeitou a validade das eleições, alegando fraude.
Pouco tempo depois, em julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João Dantas em Recife, por motivações até hoje mal explicadas, o que não impediu a mobilização armada.
Note que, mesmo sem sustentabilidade, o presidente Washington Luiz não pretendia renunciar ao poder. Assim, Getúlio Vargas publicou o manifesto "Rio Grande, de pé pelo Brasil" e declarou a revolução, partindo por ferrovia até o Rio de Janeiro, onde Washington seria derrubado em poucos dias de combate.
Com isso, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório com amplos poderes, revogando a constituição de 1891 e governando por decretos.
Estes eram exercidos por homens de confiança nomeados interventores (em sua maioria, tenentes que tomar parte da Revolução de 1930) para todos os Governos Estaduais; a nova Constituição é aprovada em 1934 e substituída em 1937.
A resposta paulista ao Golpe de 1930 foi a Revolução de 1932, pois, com os estados entregues à administração de tenentes inexperientes, São Paulo foi um dos mais prejudicados.
Curiosidades
Três ex-ministros de Getúlio Vargas e três tenentes de 1930 chegaram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e Tancredo Neves (ministros); Castelo Branco, Médici e Geisel (militares).
As bases do Estado brasileiro modificam-se fortemente com a revolução de 1930, sendo responsável direta pela modernização econômica brasileira na época.
Getúlio teve quase 100% dos votos no Rio Grande do Sul.
Era Vargas
A Era Vargas corresponde ao período em que Getúlio Vargas (1882-1954) governou o Brasil dividido em três momentos:
Governo Provisório -1930-1934
Governo Constitucional - 1934-1937
Estado Novo - 1937-1945
Governo Provisório (1930-1934)
O Governo Provisório caracterizou-se pelo início no processo de centralização do poder, pela eliminação dos órgãos legislativos (federal, estadual e municipal) e pela criação de novos ministérios (Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde).
Após a Revolta Paulista de 1932, Getúlio apresentou a nova Carta Magna em 1934, na qual sancionou importantes atributos políticos, como o voto secreto e o voto feminino.
Governo Constitucional (1934-1937)
O Governo Constitucional é marcado por uma série de revoltas dentro de instituições militares, atribuídas aos comunistas, levando Getúlio a proclamar, em 1937, outra tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, onde é “forjada” uma Intentona Comunista, considerada a revolta derradeira contra o Governo.
Isso motivou o Presidente a anular a constituição de 1934 e dissolver o Poder Legislativo. Note que essa é uma justificativa para declarar estado de sítio e inaugurar o chamado Estado Novo.
Estado Novo (1937-1945)
O Estado Novo é considerado o período mais repressivo e ditatorial da Era Vargas, quando é proclamada uma nova constituição em 1937, na qual se institui o "Estado Novo" e suprimi a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o Federalismo.
Ademais, a partir de novembro de 1937, Vargas impôs a censura aos meios de comunicação como um modo de fiscalizar os meios de comunicação e impedir a mídia de divulgar uma imagem negativa do governo. No plano econômico, adotou medidas de nacionalização, bem como levou a cabo sua política trabalhista com a concepção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). No âmbito legislativo, estabeleceu o Código Penal e o Código de Processo Penal.
No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, sendo conduzido ao exílio na sua cidade natal, São Borja. Porém, em 1951, retornaria à Presidência pelo voto popular, quando lança as bases para criação da Petrobras. Vargas suicidou-se no Palácio do Catete em agosto de 1954, com um tiro no peito e os dizeres: "Deixo a vida para entrar na História".
Curiosidades
A Revolução Constitucionalista de 1932 fora uma revolta criada pela elite do PRP (Partido Republicano Paulista) na qual, devido ao descontentamento e apoio de diversos setores da sociedade paulista, iniciou-se um processo armado contra o Estado.
São frutos da Era Vargas: a Constituição de 1934, a criação da Justiça do Trabalho (1939), instituição do salário mínimo, concretização das Leis do Trabalho (CLT) e da carteira profissional, com semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
Constituições Republicanas
Ao estudarmos as constituições que o Brasil já teve - e suas principais emendas - fazemos uma importante revisão sobre conteúdos de nossa história. Os contextos econômicos, sociais e políticos do Brasil de cada época, desde a independência até os dias atuais, estão refletidos nas linhas mestras de nossas cartas magnas.
Precisamos lembrar que nossas constituições são apenas textos. Se serão meras utopias ou se servirão de indicativos para a conquista de direitos e, consequentemente, para a construção de uma sociedade mais justa e digna, vai depender de nossa participação enquanto homens e mulheres em busca de uma verdadeira cidadania.
Constituição de 1824
Após a independência do Brasil ocorreu uma intensa disputa entre as principais forças políticas pelo poder: O partido brasileiro, representando principalmente a elite latifundiária escravista, produziu um anteprojeto, apelidado "constituição da mandioca", que limitava a poder imperial (antiabsolutista) e discriminava os portugueses (antilusitano).
Dom Pedro I, apoiado pelo partido português (ricos comerciantes portugueses e altos funcionários públicos), em 1823 dissolveu a Assembleia Constituinte brasileira e no ano seguinte impôs seu próprio projeto, que se tornou nossa primeira constituição.
Características:
Nome do país – Império do Brasil.
Carta outorgada (imposta, apesar de aprovada por algumas câmaras municipais da confiança de D. Pedro I).
Estado centralizado / Monarquia hereditária e constitucional.
Quatro poderes (Executivo / Legislativo / Judiciário / Moderador (exercido pelo imperador).
O mandato dos senadores era vitalício
Voto censitário (só para os ricos) e em dois graus (eleitores de paróquia / eleitores de província).
Estado confessional (ligado à Igreja – catolicismo como religião oficial).
Modelo externo – monarquias europeias restauradas (após o Congresso de Viena).
Foi a de maior vigência (durou mais de 65 anos). Foi emendada em pelo ato adicional de 1834, durante o período regencial, para proporcionar mais autonomia para as províncias. Essa emenda foi cancelada pela lei interpretativa do ato adicional, em 1840.
Constituição de 1891
Logo após a proclamação da república, predominaram interesses ligados à oligarquia latifundiária, com destaque para os cafeicultores. Essas elites influenciando o eleitorado ou fraudando as eleições ("voto de cabresto") impuseram seudomínio sobre o país ou coronelismo.
Características:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente) Estado Federativo / República Presidencialista.
Três poderes (extinto o poder moderador).
Voto Universal (para todos / muitas exceções, ex. analfabetos).
Estado Laico (separado da Igreja).
Modelo externo – constituição norte-americana
Obs.: as províncias viraram estados, o que pressupõe maior autonomia.
Constituição de 1934
Os primeiros anos da Era de Vargas caracterizaram-se por um governo provisório (sem constituição). Só em 1933, após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, é que foi eleita a Assembleia Constituinte que redigiu a nova constituição.
Características:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Reforma Eleitoral – introduzidos o voto secreto e o voto feminino. 
Criação da Justiça do Trabalho Leis Trabalhistas – jornada de 8 horas diárias, repouso semanal, férias remuneradas (13 salário só mais tarde, com João Goulart). 
Foi a de menor duração / já em 1935, Vargas suspendia suas garantias através do estado de sítio. Obs.: Vargas foi eleito indiretamente para a presidência.
Constituição de 1937
Como seu mandato terminaria em 1938, para permanecer no poder Vargas deu um golpe de estado, tornando-se ditador. Usou como justificativa a necessidade de poderes extraordinários para proteger a sociedade brasileira da ameaça comunista ("perigo vermelho") exemplificada pelo plano Cohen (falso plano comunista inventado por seguidores de Getúlio). O regime implantado, de clara inspiração fascista, ficou conhecido como Estado Novo.
Características:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta outorgada (imposta).
Inspiração fascista – regime ditatorial, perseguição e opositores, intervenção do estado na economia.
Abolidos os partidos políticos e a liberdade de imprensa.
Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito (que nunca foi realizado).
Modelo externo – Ditaduras fascistas (ex., Itália, Polônia, Alemanha).
Obs.: Apelidada de "polaca".
Constituição de 1946
Devido ao processo de redemocratização posterior à queda de Vargas, fazia-se necessária uma nova ordem constitucional. Daí o Congresso Nacional, recém eleito, assumir tarefas constituintes.
Características:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Mandato presidencial de 5 anos (quinquênio).
Ampla autonomia político-administrativa para estados e municípios.
Defesa da propriedade privada (e do latifúndio).
Assegurava direito de greve e de livre associação sindical.
Garantia liberdade de opinião e de expressão.
Contraditória na medida em que conciliava resquícios do autoritarismo anterior (intervenção do Estado nas relações patrão x empregado) com medidas liberais (favorecimento ao empresariado).
Obs.: Através da emenda de 1961, foi implantado o parlamentarismo, com situação para a crise sucessória após a renúncia de Jânio Quadros. Em 1962, através de plebiscito, os brasileiros optam pela volta do presidencialismo.
Constituição de 1967
Essa constituição surgiu na passagem do governo Castelo Branco para o Costa e Silva, período no qual predominavam o autoritarismo e o arbítrio político. Documento autoritário, a constituição de 1967 foi largamente emendada em 1969, absorvendo instrumentos ditatoriais como os do AI-5 (ato institucional n 5) de 1968.
Características:
Nome do país – República Federativa do Brasil.
Documento promulgado (foi aprovado por um Congresso Nacional mutilado pelas cassações).
Confirmava os Atos Institucionais e os Atos Complementares do governo militar.
Obs.: reflexo da conjuntura de "guerra fria", na qual sobressaiu a "teoria da segurança nacional" (combater os inimigos internos rotulados de subversivos (opositores de esquerda).
Constituição de 1988 , "Constituição Cidadã"
Desde os últimos governos militares (Geisel e Figueiredo), nosso país experimentou um novo momento de redemocratização, conhecido como abertura. Esse processo se acelerou a partir do governo Sarney, no qual o Congresso Nacional produziu nossa atual constituição.
Características:
Nome do país – República Federativa do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Reforma eleitoral (voto para analfabetos e para brasileiros de 16 e 17 anos).
Terra com função social (base para uma futura reforma agrária?).
Combate ao racismo (sua prática constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão).
Garantia aos índios da posse de suas terras (a serem demarcadas).
Novos direitos trabalhistas – redução da jornada semanal, seguro desemprego, férias remuneradas acrescidas de 1/3 do salário, os direitos trabalhistas aplicam-se aos trabalhadores urbanos e rurais e se estendem aos trabalhadores domésticos.
Obs.: Em 1993, 5 anos após a promulgação da constituição, o povo foi chamado a definir, através de plebiscito, alguns pontos sobre os quais os constituintes não haviam chegado a acordo, forma e sistema de governo. O resultado foi a manutenção da república presidencialista.
Ditadura Militar no Brasil
A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar, em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.
O regime militar durou 21 anos (1964-1985), e estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.
O Golpe de 31 de Março de 1964
O golpe militar de 31 de março de 1964 tinha como objetivo evitar o avanço das organizações populares do Governo de João Goulart, acusado de comunista.
O ponto de partida foi a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. O Congresso Nacional empossou temporariamente o presidente da Câmara, o deputado Ranieri Mazzili, pois o vice-presidente encontrava-se em viagem à China.
Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, os ministros militares expediram um veto à posse de Jango, pois sustentavam que ele defendia ideias de esquerda.
O impedimento violava a Constituição, e não foi aceito por vários seguimentos da nação, que passou a se mobilizar. Manifestações e greves se espalharam pelo país.
Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso a proposta de Emenda Constitucional nº4, estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil.
Dessa forma, Goulart seria presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de seus poderes, esperando recuperá-lo em momento oportuno.
O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse no dia 7 de setembro de 1961. Para ocupar o cargo de primeiro-ministro foi indicado o deputado Tancredo Neves.
O parlamentarismo durou até janeiro de 1963, quando um plebiscito pôs fim ao curto período parlamentarista republicano.
Governo João Goulart
Em 1964, Jango resolve lançar reformas de base a fim de mudar o país. Assim, o presidente anunciou:
Desapropriações de terras;
nacionalização das refinarias de petróleo;
reforma eleitoral garantindo o voto para analfabetos;
reforma universitária, entre outras.
A inflação chegou a atingir em 1963, o índice de 73,5%. O presidente exigia uma nova constituição que acabasse com as "estruturas arcaicas" da sociedade brasileira.
Os universitários atuavam por meio de suas organizações e uma das principais era a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Os comunistas de várias tendências, desenvolviam intenso trabalho de organização e mobilização popular, apesar de atuarem na ilegalidade. Diante do quadro de crescente agitação, os adversários do governo aceleraram a realização do golpe.
No dia 31 de março de 1964, o presidente foi deposto, e as forças que tentaram resistir ao golpe sofreram dura repressão. Jango refugiou-se no Uruguai e uma junta militar assumiu o controle do país.
No dia 9 de abril foi decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para eleger o novo presidente. O escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que havia sido chefe doestado-maior do Exército.
Era apenas o início da interferência militar na gestão política da sociedade brasileira.
A Concentração do Poder
Depois do golpe de 1964, o modelo político visava fortalecer o poder executivo. Dezessete atos institucionais e cerca de mil leis excepcionais foram impostas à sociedade brasileira.
Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado o bipartidarismo. Desta forma surgiram:
a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo;
o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores, mas cercado por estreitos limites de atuação.
O governo montou um forte sistema de controle que dificultava a resistência ao regime, através da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI). Este era chefiado pelo general Golbery do Couto e Silva.
Os atos institucionais foram promulgados durante os governos dos generais Castello Branco (1964-1967) e Artur da Costa e Silva (1967-1969). Na prática, acabaram com o Estado de direito e as instituições democráticas do país.
Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do país junto ao capital estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas:
contenção dos salários e dos direitos trabalhistas;
aumento das tarifas dos serviços públicos;
restrição ao crédito;
corte das despesa do governo;
diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano.
Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido como "linha dura", pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não admitisse atitudes de insatisfação e afastasse os civis do núcleo de decisões políticas.
As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo general presidente.
No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general Artur da Costa e Silva, ligado aos radicais. A nova Constituição de 1967 já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional.
Apesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-se a Frente Ampla para fazer oposição ao governo, tendo como líderes o jornalista Carlos Lacerda e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
A Resistência da Sociedade
A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. Em 1965 foi encenada a peça "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flavio Rangel, que criticava o governo militar.
Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores, que compunham canções de protesto.
A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais progressistas criticavam a doutrina da segurança nacional.
As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para estruturar seus sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de liberdade política.
Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns líderes de esquerda organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura.
Entre as diversas organizações de esquerda estavam a Aliança de Libertação Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8).
O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu ao povo que não comparecesse às comemorações do dia 7 de setembro.
Para conter as manifestações de oposição, o general Costa e Silva decretou em dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as atividades do Congresso e autorizava à perseguição de opositores.
Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e assumiu o vice-presidente Pedro Aleixo, político civil mineiro.
Em outubro de 1969, 240 oficiais generais indicam para presidente o general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), ex-chefe do SNI. Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a censura prévia à imprensa.
Na luta contra os grupos de esquerda, o exército criou o Departamento de Operações Internas (DOI) e o Centro de Operações da Defesa Interna (CODI).
A atividade dos órgãos repressivos desarticularam as organizações de guerrilhas urbana e rural, que levaram à morte dezenas de militantes de esquerda.
O Crescimento Econômico
Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando passar a imagem de que o país encontrara o caminho do desenvolvimento econômico. Somado à conquista da Copa de 70, isso acabou criando um clima de euforia no país.
A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização crescente. O petróleo, o trigo e os fertilizantes, que o Brasil importava em grandes quantidades, estavam baratos, eram incorporados à pauta das exportação, soja, minérios e frutas.
O setor que mais cresceu foi o de bens duráveis, eletrodomésticos, carros, caminhões e ônibus. A indústria da construção cresceu.
Mais de 1 milhão de novas moradias, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), foram construídas em dez anos de governo militar. Falava-se em "milagre brasileiro" ou "milagre econômico".
Em 1973, o "milagre" sofreu sua primeira dificuldade, pois a crise internacional elevou abruptamente o preço do petróleo, encarecendo as exportações.
O aumento do juros no sistema financeiro internacional, elevou o juros da dívida externa brasileira. Isto obrigou o governo a tomar novos empréstimos aumentando ainda mais a dívida.
A Redemocratização
No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general Ernesto Geisel (1974-1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia.
Mesmo lenta e controlada a abertura política começava, o que permitiu o crescimento das oposições.
O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários projetos de infraestrutura tiveram continuidade, entre elas, a Ferrovia do Aço, em Minas Gerais, a construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins e o Projeto Carajás.
Diversificou as relações diplomáticas comerciais e diplomáticas do Brasil, procurando atrair novos investimentos.
Nas eleições de 1974, a oposição aglutinada no MDB, obteve ampla vitória. Ao mesmo tempo, Geisel procurava conter este o avanço. Em 1976, limitou a propaganda eleitoral.
No ano seguinte, diante da recusa do MDB em aprovar a reforma da Constituição, o Congresso foi fechado e o mandato do presidente foi aumentado para seis anos.
A oposição começou a pressionar o governo, junto com a sociedade civil. Com a crescente pressão, o Congresso já reaberto aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser fechado, nem ser cassados os direitos políticos dos cidadãos.
Geisel escolheu como seu sucessor o general João Batista Figueiredo, eleito de forma indireta. Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o compromisso de aprofundar o processo de abertura política.
No entanto, a crise econômica seguia adiante, e a dívida externa atingia mais de 100 bilhões de dólares, e a inflação, chegava a 200% ao ano.
As reformas políticas continuaram sendo realizadas, mas a linha dura continuava com o terrorismo. Surgiram vários partidos, entre eles o Partido Democrático Social (PDS) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Foi fundada a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os espaços de luta pelo fim da presença dos militares no poder central foram se multiplicando.
Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre outros.
O movimento que chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente.
No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não conseguiu os 2/3 necessários para sua aprovação.
Logo depois da derrota de 25 de abril, grande parte das forças de oposição resolveu participar das eleições indiretas para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice-presidente.
Reunido o ColégioEleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo Maluf, candidato do PDS. Desse modo encerrava-se os dias da ditadura militar.
Presidentes durante a Ditadura Militar no Brasil
Castelo Branco
Mandato: 15/04/1964 a 15/03/1967
Política Interna: Criação do Serviço Nacional de Informação.
Economia: Criação do Cruzeiro e do Banco Nacional de Habitação (BNH)
Política externa: Rompimento de relações diplomáticas com Cuba e aproximação com os EUA.
Arthur da Costa e Silva
Mandato: 15/3/1967 a 31/8/1969
Política Interna: Entrou em vigor a Constituição de 1967 e promulgação do AI-5. Criação da Embraer.
Economia: Expansão do crédito e da industrialização pesada.
Política Externa: Aproximação aos países africanos e asiáticos nos fóruns internacionais. Visita da rainha Elizabeth II ao Brasil.
Junta Governativa Provisória: Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército; Augusto Rademaker, ministro da Marinha; Márcio de Souza e Melo, ministro da Aeronáutica.
Mandato: 31/08/1969 a 30/10/1969
Política Interna: A Junta Governativa apenas ocupou a presidência em decorrência da morte de Costa e Silva. Assim, apenas prepararam a eleição quando seria escolhido Médici como presidente.
Emílio Garrastazu Médici
Mandato: 30/10/1969 a 15/3/1974
Política Interna: Derrotou a Guerrilha do Araguaia e criou o Departamentos de Operação de Informação
Economia: Criação da Embrapa, e início da construção de grandes obras como a Hidrelétrica de Itaipu
Política Externa: Acordo com o Paraguai e Argentina para a construção da usina. Visita aos Estados Unidos.
Ernesto Geisel
Mandato: 15/03/1974 a 15/03/1979
Política Interna: Criação do estado do Mato-Grosso do Sul, fusão do estado da Guanabara ao Rio de Janeiro e fim do AI-5.
Economia: Aumento da dívida externa e estímulo ao capital estrangeiro.
Política Externa: Reconhecimento da independência da Angola, acordos sobre energia nuclear com a Alemanha Ocidental e reatadas as relações diplomáticas com a China.
João Baptista Figueiredo
Mandato: 15/03/1979 a 15/03/1985
Política Interna: Criação do estado de Rondônia e Reabertura política com a lei da Anistia
Economia: Modernização da agricultura, aumento da inflação e empréstimo do FMI.
Política Externa: Visita aos Estados Unidos.
Resistências à Ditadura Militar
O movimento estudantil
Os Estudantes, organizados pela UNE, UBEs e respectivas UEEs, eram, antes de abril de 64, um dos grupos que mais pressionavam o governo João Goulart no sentido de fazê-lo avançar e, mesmo, radicalizar, na realização das reformas sociais. Por isso, aos olhos dos militares que tomaram o poder, eles eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista, subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não passassem de jovens irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.
Logo em novembro de 1964 o governo Castelo Branco fez aprovar uma lei que ficou conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome do ministro da Educação, que reorganizava as entidades, proibindo-as de desenvolverem atividades políticas.
Os estudantes reagiram negando-se a participar das novas entidades oficiais e realizando manifestações públicas (passeatas), que se tornaram cada vez mais frequentes e concorridas. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas entidades legítimas, agora na clandestinidade.
Em 1968 - ano marcado mundialmente pela ação política estudantil - o movimento estudantil cresceu em resposta, não só a repressão, mas também em virtude da política educacional do governo, que já revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais, no sentido da privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje.
A política de privatização tinha dois sentidos: um era o estabelecimento do ensino pago (principalmente no nível superior) e outro, o direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra e técnicos especializados). Estas diretrizes correspondiam à forte influência norte-americana exercida através de técnicos da Usaid (agência americana que destinava verbas e auxílio técnico para projetos de desenvolvimento educacional) que atuavam junto ao MEC por solicitação do governo brasileiro, gerando uma série de acordos que deveriam orientar a política educacional brasileira.
As manifestações estudantis foram os mais expressivos meios de denúncia e reação contra a subordinação brasileira aos objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano. O movimento estudantil não parava de crescer, e com ele a repressão. No dia 28 de março de 1968 uma manifestação contra a má qualidade do ensino, realizada no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi violentamente reprimida pela polícia, resultando na morte do estudante Edson Luís Lima Souto.
A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.
Em outubro do mesmo ano, a UNE (na ilegalidade) convocou um congresso para a pequena cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo. A polícia descobriu a reunião, invadiu o local e prendeu os estudantes.
Movimentos sindicais
A greve dos metalúrgicos de Osasco, São Paulo, e de Contagem, Minas Gerais, ambas em 1968, foram as últimas manifestações operárias da década de 60. Em 12 de maio de 1978, a greve de 1.600 trabalhadores, no ABC paulista, marcou a volta do movimento operário à cena política. Em junho, movimento se espalhou por São Paulo, Osasco e Campinas. Até 27 de julho registraram-se 166 acordos entre empresas e sindicatos, beneficiando cerca de 280 mil trabalhadores. Nessas negociações, tornou-se conhecido em todo o país o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luís Inácio da Silva, o Lula.
Em 29 de outubro de 1979, metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos interromperam o trabalho. No dia seguinte morreu o operário Santos Dias da Silva em confronto com a polícia, durante um piquete na frente uma fábrica no bairro paulistano de Santo Amaro. As greves se espalharam por todo o país.
Em consequência de uma greve realizada no dia 1º de Abril de 1980 pelos metalúrgicos do ABC paulista e de mais 15 cidades do interior de São Paulo, no dia 17 de Abril, o ministro do Trabalho, Murillo Macedo, determinou a intervenção nos sindicatos de São Bernardo do Campo e Santo André, prendendo 13 líderes sindicais dois dias depois. A organização da greve mobilizou estudantes e membros da Igreja.
Ligas Camponesas
A resistência aconteceu também no campo. Além da sindicalização, registrou-se a formação de Ligas Camponesas que, sobretudo no Nordeste, sob a liderança do advogado Franscisco Julião, foram importantes instrumentos de organização e de atuação dos camponeses. Em 15 de maio de 1984 cerca de 5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista entraram em greve por melhores salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadiram as cidades de Guariba e Bebedouro. Um canavial foi incendiado. O movimento foi reprimido por 300 soldados. Greves de trabalhadores se espalharam por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.
A luta armada
Parte da Esquerda brasileira optou pela luta armada como forma de resistir ao Regime Militar e abrir caminho para uma revolução. Destacaram-se: Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighella, ex-deputado e ex-membro do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 69; Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), comandada pelo ex- capitão do Exército Carlos Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971; e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), uma dissidência do PCB. As organizações armadas, conhecidas também como guerrilha, fizeram assaltos a bancos

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