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SINOPSE DE CASE: TEMPO X CUSTOS UNITÁRIOS? [1: Proposta de Case apresentado à disciplina de Análise de Custos, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB).] Juliana Assunção Silva[2: Aluna do 5º período do curso de Ciências Contábeis da UNDB.] Ânderson Fontinele de Souza[3: Professor Especialista, Orientador.] 1 DESCRIÇÃO DO CASO Arnaldo Ribeiro e José Castro planejaram e instalaram uma fábrica de panelas de alumínio em São Luís voltada para três linhas distintas: panelas de alumínio polido, panelas de alumínio fosco e panelas de alumínio com teflon. Os dados do quadro seguinte representam seu programa de produção semanal. Polido Teflon Fosco Capacidade de produção 35.000 25.000 20.000 Preço de venda 20,00 30,00 15,00 Ao longo do primeiro ano de operação, a empresa não adotou controles rigorosos de custos, fazendo com que os empresários desconhecessem qual a margem de cada um dos produtos. Dados levantados com o gerente de produção indicaram apenas os gastos gerais da produção, listados a seguir (valores arredondados): MÊS/ANO GASTO TOTAL MÊS/ANO GASTO TOTAL MÊS/ANO GASTO TOTAL Janeiro 892.000,00 Maio 866.000,00 Setembro 916.000,00 Fevereiro 919.000,00 Junho 907.000,00 Outubro 873.000,00 Março 940.000,00 Julho 895.000,00 Novembro 874.000,00 Abril 878.000,00 Agosto 867.000,00 Dezembro 953.000,00 No mesmo período, as vendas mensais de panelas de alumínio alcançaram as seguintes quantidades. MÊS/ANO POLIDO TEFLON FOSCO Janeiro 30.000 22.000 18.000 Fevereiro 33.000 21.500 18.500 Março 36.000 20.500 19.000 Abril 27.000 22.500 19.500 Maio 29.000 19.500 20.000 Junho 31.000 21.000 20.500 Julho 32.500 20.000 18.400 Agosto 30.500 18.700 19.400 Setembro 33.500 19.700 20.400 Outubro 27.500 20.700 21.100 Novembro 28.500 21.700 18.100 Dezembro 34.500 22.700 19.100 Como os dados não revelaram informações suficientes, os empresários contrataram serviço de consultoria. Sua maior preocupação identificar qual o montante de custos fixos e variáveis da indústria de panelas para, então, tomar algumas decisões a respeito dos produtos. Depois de alguns dias analisando os números, os consultores concluíram que a empresa fabrica mensalmente em média 31.000 panelas de alumínio polido, 21.000 panelas de teflon e 20.000 panelas de alumínio fosco e possui a seguinte estrutura de custos: CUSTOS FIXOS TOTAIS: R$ 201.000,00 CUSTOS VARIÁVEIS UNITÁRIOS: Panela de alumínio polido: R$ 10,00 Panela de teflon: R$ 12,00 Panela de alumínio fosco: R$ 7,00 Os empresários ficaram satisfeitos com as informações geradas pela consultoria, especialmente porque sabem que as despesas operacionais da empresa giram em torno de R$ 307.000,00 e isso lhes garante lucro operacional em torno de R$ 340.000,00. Considerando que a empresa estava entrando no segundo ano de operações com forte crescimento da demanda, os empresários se sentiram estimulados a priorizar os produtos com maior margem de contribuição. Entretanto, por razões de limitação dos seus equipamentos, a indústria não vinha conseguindo atender totalmente à demanda mensal. O processo de fabricação de panelas envolvia seis etapas e existiam gargalos de produção que inviabilizavam o cumprimento das metas. O quadro seguinte evidencia o tempo gasto em minutos em cada seção da produção. TEMPO POR PRODUTO TEMPO TOTAL REQUERIDO TOTAL SEÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO POLIDO TEFLON FOSCO Tratamento químico 0 0,1 0,15 0 2.100 3.000 5.100 Pintura 0 0,2 0 0 4.200 0 4.200 Prensa 0,08 0,08 0,03 2.480 1.680 600 4.760 Desbaste 0,07 0,07 0,05 2.170 1.470 1.000 4.640 Polimento 0,15 0 0 4.650 0 0 4.650 Montagem 0,1 0,1 0,05 3.100 2.100 1.000 6.200 A empresa dispõe de apenas 5.250 minutos em cada seção e percebe-se que a linha de montagem requer 6.200 minutos para atender toda a demanda da empresa. Em não sendo possível produzir tudo o que o mercado deseja, os empresários decidiram produzir de acordo com as melhores margens, alcançando os resultados demonstrados a seguir: MIX DE PRODUÇÃO EM FUNÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO TOTAIS Preço de venda 20,00 30,00 15,00 - Custos variáveis 10,00 12,00 7,00 - Resultado Bruto 10,00 18,00 8,00 - Produção 31.000 21.000 1.000 53.000 Resultado Bruto mensal 310.000,00 378.000,00 8.000,00 696.000,00 Custos fixos e Despesas - - - 508.000,00 Resultado Líquido - - - 188.000,00 Como consultor contratado, sua tarefa inicial é conferir os cálculos do quadro acima e verificar se os números estão corretos. Caso os dados do quadro anterior estejam certos, ao final do período, a empresa percebeu que registrou lucro de R$ 620.000,00. No entanto, o fato de deixar de produzir as panelas de alumínio fosco não agradou os empresários, levando-os a realizar uma série de levantamentos e reuniões para descobrir se seria possível maximizar os resultados adotando um mix diferente de vendas. Para obter respostas mais precisas, foram formuladas as seguintes indagações: 2.1 Descrições das decisões possíveis Mediante os critérios de decisão da margem de contribuição ou custo/tempo, qual o mais viável? Vantagens e desvantagens da Teoria das Restrições? Argumentos capazes de fundamentar cada decisão 2.2.1. Mediante os critérios de decisão da margem de contribuição ou custo/tempo, qual o mais viável? Mediante dados fornecidos na proposta, é sempre vultoso o consultor da priori na confirmação destes, desta forma segue abaixo confirmação de alguns dados na qual de fato o lucro operacional refere a 340.000,00. POLIDO TEFLON FOSCO TOTAIS Receita 620.000,00 630.000,00 300.000,00 1.550.000,00 CPV 310.000,00 252.000,00 140.000,00 702.000,00 Lucro Bruto 310.000,00 378.000,00 160.000,00 848.000,00 Custos fixos e Despesas - - - - Resultado Líquido - - - - Total + 1.550.000,00 - 702.000,00 = 848.000,00 - 201.000,00 - 307.000,00 = 340.000,00 Após análise sobre os critérios de decisão da margem de contribuição ou custo e tempo é notório a diferencia em resultado líquido, a seguir serão demonstrando ambas situações. Margem de contribuição Polidos 20 – 10 10 2º Teflon 30 – 12 18 1° Fosco 15 - 7 8 3º Menor prioridade No caso como a panela do tipo Fosco, após análise dos custos variáveis unitários tem a menor prioridade para a produção se formos avaliamos o quadro a seguir na qual evidencia o tempo gasto por minuto de cada seção da produção. TEMPO POR PRODUTO TEMPO TOTAL REQUERIDO TOTAL SEÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO POLIDO TEFLON FOSCO Tratamento químico 0 0,1 0,15 0 2.100 3.000 5.100 Pintura 0 0,2 0 0 4.200 0 4.200 Prensa 0,08 0,08 0,03 2.480 1.680 600 4.760 Desbaste 0,07 0,07 0,05 2.170 1.470 1.000 4.640 Polimento 0,15 0 0 4.650 0 0 4.650 Montagem 0,1 0,1 0,05 3.100 2.100 50 5.250 Sendo assim devido a prioridade na produção ser as panelas de alumínio do tipo Polidos e Teflon, a panela Fosco a empresa deixaria de produzir 20.000 quantidades da panela e passaria a produzir apenas 1.000 quantidade para que o tempo máximo de 5.250 minutos seja executado. Com o mix de produção abaixo. MIX DE PRODUÇÃO EM FUNÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO TOTAIS Preço de venda 20,00 30,00 15,00 - Custos variáveis 10,00 12,00 7,00 - Resultado Bruto 10,00 18,00 8,00 - Produção 31.000 21.000 1.00053.000 Resultado Bruto mensal 310.000,00 378.000,00 8.000,00 696.000,00 Custos fixos e Despesas - - - 508.000,00 Resultado Líquido - - - 188.000,00 Mas se analisamos pela margem de contribuição de tempo, na qual será demonstrado a seguir, a panela do tipo polidos passa a ter menor prioridade. Polidos 20 – 10 10/0,1 100,00 3º Menor prioridade Teflon 30 – 12 18/0,1 180,00 1° Fosco 15 - 7 8/0,05 160,00 2º TEMPO POR PRODUTO TEMPO TOTAL REQUERIDO TOTAL SEÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO POLIDO TEFLON FOSCO Tratamento químico 0 0,1 0,15 0 2.100 3.000 5.100 Pintura 0 0,2 0 0 4.200 0 4.200 Prensa 0,08 0,08 0,03 2.480 1.680 600 4.760 Desbaste 0,07 0,07 0,05 2.170 1.470 1.000 4.640 Polimento 0,15 0 0 4.650 0 0 4.650 Montagem 0,1 0,1 0,05 2.150 2.100 1.000 5.250 No entanto, o resultado líquido apresentado neste demonstrativo de critério de decisão é bem mais viável em comparação ao outro critério demonstrado acima. A seguir o mix de produção em função de margem de contribuição em relação ao tempo. MIX DE PRODUÇÃO EM FUNÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POLIDO TEFLON FOSCO TOTAIS Preço de venda 20,00 30,00 15,00 - Custos variáveis 10,00 12,00 7,00 - Resultado Bruto 10,00 18,00 8,00 - Produção 21.500 21.000 20.000 62.500 Resultado Bruto mensal 215.000,00 378.000,00 160.000,00 753.000,00 Custos fixos e Despesas - - - 508.000,00 Resultado Líquido - - - 245.000,00 Sendo assim, é perceptível que é mais viável a empresa utilizar a margem de contribuição através do tempo de produção, pois há uma diferencia de 57.000 no resultado líquido a empresa usando o critério de decisão atrás do tempo, ou seja, a empresa tem um crescimento de 23,27% e mediante a isto a empresa não tem a necessidade de não produzir a panela do tipo Fosco como mencionado na proposta do case, pois, a menor prioridade é a panela do tipo polido. Vantagens e desvantagens da Teoria das Restrições? A restrição é qualquer coisa numa empresa que a impede ou limita seu movimento em direção aos seus objetivos. Maior parte das empresas, o objetivo principal é o lucro presente e sua sustentabilidade no futuro. Conforme Bornia (2010, p. 164): A ideia básica da TOC é encontrar as restrições que limitam o ganho da empresa e gerenciar eficazmente a utilização dessas restrições, garantindo a maximização do lucro frente às condições atuais da empresa. O combate às restrições guia o processo de melhoramento contínuo da empresa, aumentando sempre o ganho da mesma. A teoria das restrições tem com finalidade fazer com empresas atinge seus objetivos, podendo assim identificar quais os objetivos da organização, os fatores que impedem o alcance destes, e então, aprimorar as operações eliminando ou reduzindo os gargalos. O escritor Eliyahu Moshe Goldratt propôs em seu livro “A Meta” uma filosofia de negócio baseada na existência de gargalos ou restrições, na qual trata exatamente a principal premissa da teoria das restrições que é a existência de restrições que limita o crescimento do negócio e qualquer fator que limita a empresa a obter aquilo que deseja: o Lucro. Para a implementação da Teoria das Restrições a empresa pode seguir os cincos passos a seguir: Identificar a restrição do sistema; Calcular a rentabilidade por unidade de recurso consumida na restrição; Subordinar o sistema à restrição; Romper ou elevar a restrição do sistema; Identificar a nova restrição do sistema caso a restrição seja rompida. Desta forma é possível trazer a abordagem mais organizada a uma operação de negócios com a finalidade de melhorá-la, além disso mediante pesquisas as empresas que optam por implementar a teoria das restrições está constantemente buscando a excelência da gestão empresarial e melhoria no processo, fazendo com que a empresa tenha em longo tempo rentabilidade e produtividade. Fonte: https://www.evo-lean.com.br/modulos-4-e-5 2.3 Descrições dos critérios e valores (explícitos e implícitos) contidos em cada decisão possível O objetivo da Teoria das Restrições é identificar os objetivos da organização, os fatores que impedem esses objetivos de serem executados e só então aprimorar as operações eliminando ou reduzindo o gargalo, desta forma no estudo desenvolvido, é notório que os princípios defendidos nas Teoria das Restrições são de extrema importância para qualquer organização que busque eficiência e eficácia na realização de seus procedimentos operacionais em busca de seu objetivo. A aplicação desse conhecimento dentro da empresa estudada foi possível, uma vez que esta disponibilizou de forma atenciosa e transparente seus dados sobre a produtividade, na qual mediante os dados o consultor pode demonstrar qual a margem de contribuição através do custo unitário e o tempo a mais eficiente e com maior proveito no resultado líquido. Se for analisado ao aumento da demanda de 12%, porém o aumento de 30% na capacidade na linha de montagem na qual passará a ter uma disponibilidade de 6.825 minutos, é provável que a empresa tenha muito mais capacidade de produzir as panelas do tipo Fosco vendo que a mesma produz apenas 1.000 unidade da sua capacidade de 20.000. No entanto o aumento da capacidade de 30% influencia na produção se o critério a ser usado for a margem de contribuição de custo unitário, mas se a empresa optar pela margem de contribuição mediante o tempo este aumento não influencia diretamente com demonstrado. REFERÊNCIAS GUERREIRO. Reinaldo. Teoria das restrições. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-92511996000100003 >Acesso em: de 25 Abril de 2017. SANTOS. Virgilio Marques dos. Teoria das restrições: como usá-la? 2015. Disponível em: <http://www.fm2.com.br >Acesso em: de 30 Abril de 2017. OLIVEIRA. Petrus Fabiano. Teoria das restrições: como usá-la? 2016. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br >Acesso em: de 02 de Maio de 2017 WANKE. Peter. Teoria das restrições: aplicação prática 2004. Disponível em: <http://www.ilos.com.br >Acesso em: de 02 de Maio de 2017