Buscar

DIREITOS FUNDAMENTAIS CONSTITUCIONAIS- MORADIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O direito a Moradia e a constituição 
O direito a Moradia está incluido em nosso artigo 6o da constituição, e faz parte dos direitos fundamentais a quais todo o cidadão deveria ter acesso, o artigo nos traz que: 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Além de ser reconhecido em nossa constituição, o direito a moradia foi consagrado em 1948, com a apresentação da Declaração Universal de Direitos Humanos, e hoje, integra nossa carta magna. 
Desde o ínicio de nossa sociedade a habitação é uma necessidade fundamental do ser humano, sendo eles os homens pré históricos, - que abrigavam-se em suas cavernas para fugir do intenso frio e de seus predadores naturais - ao homem moderno, que tem carência de ter um lar seguro para retornar ao fim do dia. 
O direito a moradia aparece junto com outros direitos fundamentais, e também contempla dentro de si outros direitos. Moradia vai muito além de se ter um teto acima de sua cabeça, o direito a moradia traz também a dignidade da pessoa humanada, direito a segurança de um lar e o maior direito de todos que é o direito á vida. 
Além de ser amparado na constituição o direito a moradia liga-se estritamente ao bem estar do ser humano, uma vez que para este ter uma plena subsistência deve possuir morada, possuir um lar também torna-se um fator determinante para integração social do individuo, para a busca e conquista de um posto de trabalho e para formação de uma família. 
Contudo, mesmo estando no rol dos direitos fundamentais, este tópico traz muitas discussões uma vez que existe uma imensa dificuldade ainda hoje de fornecer a todos os habitantes condições de ter moradia digna.
Hoje temos no Brasil cerca de 7 milhões de desabrigados, a falta de moradia "digna" não diz respeito apenas as pessoas que se encontram em situação de rua, aquelas que vivem nos grandes centros das cidades brasileiras, mas também afetam as pessoas que vivem em ambientes que não são adequados, onde faltam por exemplo : saneamento básico, eletricidade, locais de lazer e cultura para a população, dentre outros... De acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados durante o Censo de 2010, cerca de 11,4 milhões de pessoas (6% da população) viviam em aglomerados subnormais. O IBGE identificou 6.329 favelas em todo o país, localizadas em 323 dos 5.565 municípios brasileiros.
Um levantamento inédito divulgado no segundo semestre do ano passado pela Fiesp, com base na metodologia da Fundação João Pinheiro – a mesma que abastece o Ministério das Cidades – revela que 89% do déficit habitacional está em áreas urbanas, atinge predominantemente as classes mais pobres e afeta as regiões do país menos desenvolvidas economicamente.
Para sanar os problemas de moradia que foram surgindo com a habitação de mais áreas de nosso país, os legisladores criaram meios de tentar diminuir o problema, tanto em áreas rurais como em áreas urbanas. 
Uma dessas formas foi o USUCAPIÃO, que nada mais é que o direito que o sujeito adquir em relação a posse de bens móveis ou imóveis. Ele aparece tanto na modalidade rural quanto urbana, famíliar e coletiva. 
Outras formas de minimizar o problema da falta de habitação são aplicadas, tais como : Bolsa-aluguel, construção e sorteio de casas populares para famílias de baixa renda, construção de casas populares com financiamentos acessíveis, baixo custo e prazo extenso para pagamento. Também houve o surgimento de cooperativas habitacionais que são projetos de auto-organização visando produzir imóveis a preço de custo, todos os participantes fazem a contribuição coletiva para compra do terreno, fazem uma poupança coletiva e buscam financiamento para construir. Também tem sido implementada a iniciativa do Aluguel social, onde o governo completa o valor que iria faltar para família arcar com os custos do aluguel mensal. 
Com o aumento de imóveis abandonados na cidade também tem ocorrido o que alguns chamam de problema e que outros chamam de solução: As ocupações. A Constituição Federal em seu Artigo 7o traz que a propriedade deve estar condicionada a função social. Em nossa legislação o Estado teria o dever de interferir em propriedades que não estejam cumprido sua função social, quando o imóvel não é usado para moradia, atividades econômicas ou culturais. Também, temos a Lei nº 9.785/99, que trouxe substanciais alterações ao texto da conhecida Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Lei nº 6.766/79 – e o Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257/2001 – que são exemplos de textos legais que reforçam tal intento.O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), foi aprovado em 2001 para regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, os quais afirmam que os municípios devem criar políticas de desenvolvimento urbano para a realização da “função social das cidades”, visando ao bem-estar de seus habitantes.
Só em São Paulo segundo a secretaria de de Urbanismo e Licenciamento existem 708 imóveis abandonados entre particulares e da prefeitura, metade deles já recebeu notificação por não estar cumprido sua função social. Ainda existe uma estimativa que existam cerca de 220 a 250 imóveis não edificados - ou seja, inacabados - e ainda outros 99 que passaram a cumprir com as obrigações de passar a ter função social após a notificação. 
Além destes, 70 imóveis só no centro da cidade estão sendo ocupados por movimentos de luta por moradia. 
Apesar de estar previsto em nossa constituição a previsão de que o imóvel deva cumprir com sua função social e de que o Estado deva cumprir seu papel de fiscalizar, muito pouco ainda é feito neste âmbito. As politicas públicas de moradia mostram-se excassas e muitas vezes ainda ineficientes. 
Muitas vezes a solução para procurar resolver a falta de moradia nos grandes centros urbanos é a construção de unidades habitacionais, sendo muitas delas erguidas em áreas periféricas para tentar desafogar a área central das cidades, o que traz novos problemas : Segurança, a necessidade de trazer saneamento e eletricidade a essas áreas, além de transporte por se tratarem de locais afastados. Isso acarreta em gastos maiores para o Estado que muitas vezes passa a não prestar nenhum dos serviços com qualidade, deixando de fornecer o que era a maior prioridade, moradia digna para famílias carentes. 
Conclusão 
Como pudemos ver a habitação fica no rol dos direitos sociais, sendo imprescíndivel assim como alimentação, educação, saúde, dentre outros direitos básicos do ser humano. Além de ser um direito básico a moradia está ligada diretamente a uma questão de sobrevivência, uma vez que viver durante muito tempo exposto a questões naturais e sociais por muito tempo colocam em risco de maneira tangível o indíviduo. 
Ficou claro a imensa preocupação com a moradia em nossa Constituição, onde o povo outorga de maneira clara a imprescindível importância deste direito. Porém apesar de sua importância, com o exôdo rural e o país se tornando cada vez mais industrial e menos agrícola, o Estado ainda enfrenta a imensa dificuldade de se adequar e adequar as políticas públicas existentes para suprir a necessidade de todos aqueles que se encontram em situação de fragilidade. O fornecimento de moradia além de possibilitar melhores condições de vida aos cidadões também é uma forte ferramenta para a luta contra as desigualdades.

Continue navegando