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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIEO
LEI DE DROGAS 11.343/2006
Nome: Fernanda Morelli RA:16100513
Nome: Helena Ramos RA: 16101578
Nome: Lucas Araújo RA: 16100387
Nome: Nathalie Martins RA: 16100553
Nome: Patrícia Campos RA: 16101224
Osasco, 2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIEO
LEI DE DROGAS 11.343/2006
Trabalho de Direito Penal com o tema de Lei de Drogas (11.343/2006), apresentado ao curso de Direito no Centro Universitário Fieo (UNIFIEO).
Osasco, 2019
Introdução
A questão das drogas é um grande problema no Brasil, sendo objeto de discursos entre os diversos campos de debate, pois atinge direta ou indiretamente toda a sociedade civil. 
A resolução nº 3 do Conselho Nacional de Política sobre Drogas – CONAD, de 27 de outubro de 2005, que aprovou a Política Nacional de Drogas – PND, incluiu dentre os pressupostos dessa: “reconhecer as diferenças entre o usuário, a pessoa em uso indevido, o dependente e traficante de drogas, tratando-os de forma diferenciada”.
A Lei n°. 11.343 foi publicada no dia 24 de agosto de 2006 e entrou em vigor em 08 de setembro de 2006, instituindo o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (SISNAD). A legislação tinha grande objetivo em trazer ao Brasil uma política concreta e estável sobre a prevenção ao uso de drogas dando total assistência ao usuário, assim como repreender o tráfico e a produção de substâncias não autorizadas. Deste modo, apresentou uma responsabilização penal mais rígida ao traficante e retirou qualquer tipo de pena privativa de liberdade ao usuário, ou seja, aquele que tem a posse da droga para uso exclusivamente pessoal. 
De um lado o novo dispositivo priorizou os direitos e garantias fundamentais, ao implementar princípios de redução de danos ao usuário, e de outro lado, preservou o caráter proibicionista e repressivo referente aos comerciantes de drogas.
Para os usuários, despenalizou o consumo, substituindo a pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos, diferentemente da Lei anterior (Lei 6.368/76), a qual previa a punição de seis meses a dois anos de detenção para os indivíduos que portassem drogas ilícitas para uso próprio. Já para os traficantes, elevou a pena mínima de três anos para cinco anos de reclusão, sendo somente um ano a menos da pena mínima de reclusão prevista para o homicídio simples, prevalecendo assim, o modelo repressivo na Lei de Drogas.
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. 
Um dos maiores problemas mundiais e que, até o presente momento, não encontra solução, é o uso e o tráfico ilícito de drogas. Nada obstante a implantação de diversas frentes de combate ao narcotráfico em escala mundial, não foi possível diminuí-lo e tudo leva a crer que isso não ocorrerá brevemente. O presente dispositivo instituiu o Sisnad – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – em substituição ao Sistema Nacional Antidrogas, alterando sobremaneira sua composição e atribuições. Compete ao Sisnad a prescrição de medidas para a prevenção do uso indevido de drogas, tratamento e reinserção social dos usuários e dependentes, bem como o estabelecimento de normas e mecanismos para o combate ao narcotráfico. Também é de sua atribuição a proposta de criação de normas penais incriminadoras ao Poder Legislativo. A lei não apenas cuida da repressão ao tráfico de drogas, mas também institui mecanismos para a prevenção ao uso indevido e a reinserção do dependente e usuário na sociedade, que, até então, eram tratados como criminosos, que mereciam prisão e não tratamento. Diferentemente da legislação anterior, passou-se a empregar o termo “drogas”, como é mais usualmente conhecido pela população em geral, em substituição à expressão “substância entorpecente ou que cause dependência física ou psíquica”. Mas, na realidade, é a mesma coisa. São consideradas drogas as substâncias e os produtos capazes de causar dependência. O termo “drogas”, ou seja, no plural, não significa que há necessidade de apreensão de mais de uma espécie ou porção de droga. Diz respeito à generalidade, isto é, que qualquer espécie de droga ensejará a adequação típica, independentemente da quantidade. Substância é a matéria-prima in natura. Em regra, será uma planta ou erva. Produto é a substância manipulada pelo homem. Assim, v. g., a folha de coca é a substância e a cocaína, seu produto. Com efeito, em todo produto haverá a interferência do homem. A dependência pode ser física ou psíquica. Na dependência física, o corpo necessita do uso da droga. Na psíquica, há vontade intensa do uso da droga. Há drogas que causam dependência física, em outras a dependência é psíquica, ou ambas. Atualmente, as drogas vêm relacionadas na portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998 (art. 66). Assim, mesmo que a substância ou o produto cause dependência, mas se não constar de uma das listas da aludida portaria, não será considerada droga para fins penais. É o que ocorre, por exemplo, com as bebidas alcoólicas. A maioria dos tipos penais previstos na Lei de Drogas é norma penal em branco, haja vista necessitar de complementação por outra norma, que estabeleça quais são as substâncias e os produtos considerados drogas. Mesmo que o tipo não contenha como elementar a droga, deve ser interpretado conjuntamente com outro(s) em que esse elemento está presente. São os casos da associação para o tráfico (art. 35), financiamento ou custeio para o tráfico (art. 36) e colaboração como informante para o tráfico (art. 37). Assim, mesmo nesses casos, haverá necessidade de saber o que é considerado como droga para fins penais. 
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
A proibição no território nacional das drogas e do plantio, da cultura, da colheita e da exploração de vegetais e substratos dos quais elas possam ser extraídas ou produzidas não é novidade em nosso direito. Isso já ocorria nas legislações anteriores. Por outro lado, muitos dos vegetais que podem ser empregados para a produção de drogas igualmente podem servir de matéria-prima para a elaboração de remédios ou serem usados em experimentos científicos. Daí por que a ressalva feita na norma, mas sempre em local e prazos determinados e mediante fiscalização e autorização do Ministério da Saúde (art. 14, I, “c”, do Decreto nº 5.912, de 2006). A norma ressalva a possibilidade do plantio, da colheita, da cultura e da exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas quando houver autorização legal ou regulamentar, bem como de acordo com o estabelecido pela Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente religioso. 
Do SistemaNacional de Políticas Públicas sobre Drogas
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
 Com esse dispositivo fica evidente o espírito da lei de, além de punir a produção não autorizada e o tráfico ilícito de drogas, prevenir o uso indevido e procurar reinserir na sociedade o usuário e o dependente, que, nem sempre, mas muitas vezes, são tratados como párias. A composição do Sisnad e as atribuições de seus órgãos eram reguladas pelos artigos 6º e 8º a 15 da Lei de Drogas. Esses dispositivos acabaram sendo vetados pela Presidência da República por aspectos formais, ou seja, vício de iniciativa e ofensa à autonomia dos entes federados. O Decreto nº 5.912, de 27 de setembro de 2006 regulamentou o Sisnad e os órgãos que o compõem. Dispõe o artigo 2º que integram o Sisnad: I – o Conselho Nacional Antidrogas – Conad, órgão normativo e de deliberação coletiva do sistema, vinculado ao Ministério da Justiça; II – a Secretaria Nacional Antidrogas – Senad, na qualidade de secretaria-executiva do colegiado; III – o conjunto de órgãos e entidades públicos que exerçam atividades de que tratam os incisos I e II do art. 1º: a) do Poder Executivo federal; b) dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, mediante ajustes específicos; e IV – as organizações, instituições ou entidades da sociedade civil que atuam nas áreas da atenção à saúde e da assistência social e atendam usuários ou dependentes de drogas e respectivos familiares, mediante ajustes específicos. Compete ao Conad (art. 4º do Decreto): I – acompanhar e atualizar a política nacional sobre drogas, consolidada pela Senad; II – exercer orientação normativa sobre as atividades previstas no art. 1º; III – acompanhar e avaliar a gestão dos recursos do Fundo Nacional Antidrogas – Funad e o desempenho dos planos e programas da política nacional sobre drogas; IV – propor alterações em seu Regimento Interno; e V – promover a integração ao Sisnad dos órgãos e entidades congêneres dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. O Decreto detalha a composição do Conad (art. 5º), o mandato de seus membros (art. 6º), a perda do mandato (art. 7º) e a forma de deliberação (arts. 8º a 12). Os demais artigos dispõem sobre as atribuições do Presidente do Conad (art. 13), as competências específicas dos órgãos e entidades que compõem o Sisnad (arts. 14 e 15), as gestões de informações (arts. 16 a 18) e as disposições transitórias (arts. 19 a 22).
Capítulo I Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
 Art. 4º São princípios do Sisnad: I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes; III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad; V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad; VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – Conad.
A lei criou um novo sistema que visa não apenas a punir o usuário e o traficante de drogas, mas precipuamente prevenir o uso e a dependência, bem como a tratar aqueles que já são usuários ou dependentes. O artigo 4º estabelece uma série de princípios que devem ser observados pelo Sisnad. Ou seja, ele traz metas e balizas a serem obedecidas a fim de coibir e prevenir o uso ilícito de drogas ou diminuir suas consequências deletérias, seja educando e tratando o usuário e o dependente, seja punindo o traficante. Os direitos fundamentais da pessoa humana, notadamente sua autonomia e liberdade, devem ser respeitados e protegidos (I). Porém, mesmo havendo esse respeito, continua sendo crime o uso e o tráfico de drogas, uma vez que o bem comum é priorizado. Por outro lado, o usuário e o dependente de drogas não poderão ser obrigados a realizar tratamento médico, exceto se praticarem crime em que seja possível a sua imposição. Cumpre lembrar que não é mais possível a aplicação de pena de prisão ao usuário ou dependente de drogas que pratique um dos crimes previstos no artigo 28 da Lei de Drogas. O Brasil é um país continente e, como tal, possui diversidade de usos e costumes em cada região. Por isso, a lei determina o respeito à diversidade e às especificidades da população (II). Com o intuito de proteger a população contra o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlatos, como o tráfico e delitos análogos, devem ser promovidos os valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro (III). Aquele entendimento, que vigorou por décadas, de que somente com a punição seria possível o combate ao narcotráfico não mais faz parte do corpo da lei. A análise de seu sistema deixa evidente que é imprescindível a adoção de políticas públicas e de abordagem multidisciplinar para que seja possível, ao menos, minimizar as consequências deletérias que a droga produz. E também não há como solucionar essa grave questão sem a participação de toda a sociedade (IV), compartilhando essa responsabilidade entre a população e o Estado. Assim, sem a participação da sociedade, fica difícil a implementação das atividades do Sisnad, que a pressupõe (V). Também é princípio do Sisnad o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito (VI). Ou seja, não é apenas um fator que leva alguém a usar ou traficar drogas, mas uma série de fatores conjugados, como a pobreza, o grupo a que pertence, problemas familiares etc. Para a prevenção ao uso e tráfico de drogas devem ser conjugados esforços nacionais e estrangeiros (VII). O tráfico de drogas é um problema mundial e suas ramificações ultrapassam fronteiras. Sem a integração de estratégias entre as diversas nações não é possível o combate a essa criminalidade, que opera em todo o globo de modo extremamente organizado. Também é necessária estratégia para a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes, que deve ser implementada conjuntamente entre os países de modo a um ajudar o outro. A lei também coloca como fundamento do Sisnad a articulação com o Ministério Público e Poderes Judiciário e Legislativo (VIII). Essa cooperação mútua é essencial para uma política adequada ao combate ao narcotráfico e prevenção do uso indevido de drogas. A lei deixa clara a diferença detratamento que deve ser dado para o usuário e para o traficante. Não é mais possível a pena de prisão para o usuário, que deverá ser tratado como pessoa que necessita de educação e cuidados. Por outro lado, para o traficante também é feita diferenciação. O profissional do tráfico e o que teima em delinquir receberá pena mais severa do que aquele que envereda no crime pela primeira vez. Com efeito, uma das balizas mais importantes do Sisnad é a abordagem multidisciplinar, que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades voltadas à prevenção do uso, atenção e reinserção social do usuário ou dependente de drogas, bem como a repressão da produção ilegal e o tráfico de drogas (IX). E esse princípio somente será obedecido com a observância do equilíbrio entre as atividades voltadas para a repressão ao tráfico de drogas e prevenção ao uso indevido, atenção e reinserção social do usuário ou dependente de drogas, sempre com o escopo de garantir a estabilidade e o bem-estar social (X). Assim, se de um lado deve existir forte repressão ao tráfico de drogas, de outro o Estado deve implementar programas voltados à prevenção ao uso indevido de drogas e à recuperação de usuários e dependentes. O Sisnad tem como seu Órgão Superior o Conselho Nacional Antidrogas (Conad). Dessa forma, o Sisnad deve observar as orientações e normas emanadas do Conad (XI), cuja competência vem delineada no artigo 4º do Decreto nº 5.912/2006.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados; II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país; III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.
Os objetivos do Sisnad são bem abrangentes e procuram balancear o combate ao tráfico ilícito de drogas com a promoção de programas voltados para a educação e prevenção do uso indevido de drogas, não se esquecendo de propiciar adequado tratamento visando à reinserção social do usuário e do dependente. E esse objetivo deve passar por uma educação nacional que propicie ao cidadão o necessário conhecimento sobre as drogas, principalmente no que tange a seus malefícios. Não há como implantar esses objetivos sem uma política pública setorial envolvendo todas as esferas de poder (Federal, Estadual e Municipal). A união desses entes é imprescindível para que um programa antidrogas possa ser bem-sucedido. E ao Sisnad cabe coordenar, integrar e articular as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social daquele que é dependente ou usuário de drogas, bem como a repressão da produção ilegal e ao tráfico de drogas. Sem essa organização no nível dos três Poderes e de todos os entes da Federação, a inglória luta contra o narcotráfico e suas consequências para a sociedade não será viável. 
Capítulo II Da Composição e da Organização do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 
Art. 6º (VETADO) 
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei. 
O presente dispositivo reforça a ideia de que o Sisnad é o órgão responsável pela orientação central e execução descentralizada de suas políticas no âmbito Federal, Estadual e Municipal. A finalidade, organização, estrutura e funcionamento do Sisnad, como já visto, são reguladas pelo Decreto nº 5.912/2006. 
Art. 8º (VETADO)
Capítulo III (VETADO) 
Art. 9º (VETADO) 
Art. 10. (VETADO) 
Art. 11. (VETADO) 
Art. 12. (VETADO) 
Art. 13. (VETADO) 
Art. 14. (VETADO)
Capítulo IV Da Coleta, Análise e Disseminação de Informações sobre Drogas 
Art. 15. (VETADO) 
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.
O artigo 15, que tratava do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas – Obid –, foi vetado pela Presidência da República. Em substituição, o Governo Federal editou o Decreto nº 5.912/2006, que dispõe sobre esse Órgão. A ele compete reunir e centralizar informações e conhecimentos atualizados sobre drogas, incluindo dados de estudos, pesquisas e levantamentos nacionais, produzindo e divulgando informações, fundamentadas cientificamente, que contribuam para o desenvolvimento de novos conhecimentos aplicados às atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas e para a criação de modelos de intervenção baseados nas necessidades específicas das diferentes populações-alvo, respeitadas suas características socioculturais. Respeitado o caráter sigiloso das informações, fará parte do banco de dados central de que trata este artigo a base de dados atualizada das instituições de atenção à saúde ou de assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas, bem como das instituições de ensino e pesquisa que participem de tais atividades. Os órgãos e entidades da administração pública federal prestarão as informações de que necessitar o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, obrigando-se a atender tempestivamente às requisições da Senad (art. 16). 
A fim de evitar duplicidade de ações no apoio aos programas estabelecidos pelo Conad e pelo Sisnad, será estabelecido mecanismo de intercâmbio de informações com os Estados, Municípios e Distrito Federal (art. 17 do Decreto). Repetindo a determinação contida no artigo 16 da Lei de Drogas, o Decreto obriga as instituições que tratam de usuários e dependentes de drogas, seja na área de saúde, seja na social, a informar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando-se a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas do Conad (art. 18 do Decreto).
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo. 
Sem um sistema integrado de dados não é possível o combate adequado à criminalidade organizada e tampouco a adoção de estratégias a nível nacional para a prevenção ao uso indevido e tráfico de drogas. Assim, os dados estatísticos nacionais angariados pelos diversos sistemas de informações em âmbito nacional no que é pertinente à repressão ao tráfico de drogas integrarão o sistema de informações do Poder Executivo.
Título III 
Das Atividades de Prevenção do uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas 
Capítulo I Da Prevenção 
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.
É certo que o combate às drogas não se faz apenas com a punição. Há necessidade da prevenção. E este é o espírito da lei. Para tanto, as atividades deverão estar voltadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e de risco. Certamente, as crianças e os adolescentes são mais vulneráveis à ação dos traficantes. O mesmo ocorre nos locais onde o Estado não se faz presente e nos quais há pouca ou nenhuma opção de entretenimento. Com efeito, por meio de políticas públicas voltadas paraesse fim, será possível, ao menos, minimizar o problema das drogas, uma vez que acabar com ele ainda levará um bom tempo. Por isso, os fatores de proteção deverão ser implementados ou, caso já existentes, fortalecidos.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas; IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas; VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares; IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de Ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas; XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad; XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda.
O presente dispositivo traz os princípios e diretrizes que devem ser observados nas atividades de prevenção ao uso indevido de drogas. Para que o objetivo de diminuir ao máximo o uso indevido de drogas possa ser alcançado, exige-se que o usuário ou o dependente queiram mudar de vida, ou seja, deverão estar conscientes de que a droga é um mal que interfere em sua qualidade de vida e na relação com a sua comunidade. Esse é o primeiro passo para que seja possível eliminar a droga da vida do usuário e do dependente. Somente com a adoção de conceitos objetivos e de fundamentos científicos é que será possível combater o fenômeno das drogas com eficiência. A medicina evoluiu sobremaneira e já se sabe que o dependente de drogas é vítima e que o usuário poderá se tornar escravo das drogas em pouco tempo. Assim, o usuário e o dependente devem ser tratados como vítimas e não como marginais, merecendo tratamento digno, embora a sanção penal ainda seja eficaz como meio preventivo. O espírito da lei é o de dar possibilidade ao dependente de ser tratado com os meios adequados. No entanto, essa opção deve partir dele próprio, não mais sendo lícito ao Estado obrigá-lo ao tratamento. Ao usuário que seja condenado por porte de drogas para consumo pessoal (art. 28, caput) não é possível a imposição de internação ou tratamento ambulatorial, como ocorria na legislação anterior. A opção da lei foi a de possibilitar o estabelecimento de parcerias com o setor privado e diversos segmentos sociais para o combate ao uso de drogas. Já se foi o tempo em que o Estado agia sozinho no combate a esse fenômeno que dilacera as famílias. Estas também deverão fazer parte deste processo, uma vez que são diretamente atingidas quando têm em seu seio um usuário ou dependente de drogas. É certo, também, que cada pessoa deverá ser tratada de acordo com o grau de educação e instrução e levando-se em consideração a droga da qual é usuária ou dependente. O tratamento deve ser individualizado e especializado para que possa surtir efeito. Fica evidente a preocupação do legislador com a educação como viga mestra para o combate ao uso das drogas. De um lado, os profissionais da área de educação deverão ser adequadamente instruídos e treinados; de outro, os estudantes deverão receber as informações necessárias para que saibam que a droga é um mal que precisa ser debelado. É com o investimento em alternativas que o combate à droga será eficaz. Atividades esportivas, culturais, artísticas e profissionais são o antídoto para o combate às drogas. Com a mente e o corpo sãos será propiciada acentuada melhoria na qualidade de vida daquelas pessoas suscetíveis a serem usuárias de drogas, além de propiciar sua inclusão social, o que, também, será óbice para que ela se torne usuária ou dependente. A fim de não ocorrer discrepância nas atividades de prevenção ao uso indevido de drogas dirigidas a crianças e adolescentes, elas deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Capítulo II 
Das Atividades de Atenção e de Reinserção Social de Usuários ou Dependentes de Drogas 
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
Fica claro o espírito da lei em trazer os familiares do usuário ou dependente para dentro do problema. Somente com uma ação conjunta entre as partes atingidas será possível dar uma solução adequada ao problema das drogas. As atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares serão aquelas que visem a possibilitar a melhoria da qualidade de vida e a redução dos riscos e dos danos associados ao uso indevido de drogas. Como redução dos riscos nada melhor do que a educação voltada à prevenção. Já no que tange à redução dos danos, ou seja, quando o uso ou a dependência for uma realidade, deverão ser empregadas políticas públicas voltadas à educação dos usuários ou dependentes, como orientação sobre doenças relacionadas ao uso de drogas e os malefícios dela decorrentes. Não concordamos com alguns autores no sentido de que poderiam ser entregues seringas ou materiais para o uso indevido de drogas, uma vez que essa conduta é criminosa e vem definida no artigo 33, § 2º, da Lei de Drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
O presente dispositivo deve ser interpretado com o subsequente, que traz os princípios e diretrizes que devem ser observados quando das atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e seus respectivos familiares, que devem estar direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizesdo Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; III – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde; IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; V – observância das orientações e normas emanadas do Conad; VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. 
O dispositivo em questão traz os princípios e diretrizes que devem ser observados pelos órgãos e instituições responsáveis pela atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas. Fica evidente, assim, que a lei possui o nítido intuito de dar tratamento adequado àquelas pessoas, sejam elas dependentes ou apenas usuárias de drogas. Todas as pessoas, independentemente de sua qualidade ou condição pessoal, quando consumidoras de drogas, devem ser tratadas com respeito, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, bem como os princípios e diretrizes determinantes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social. Com isso, o Estado chama para si a responsabilidade de dar o necessário tratamento, vendo o usuário, e principalmente o dependente de drogas, como alguém que necessita de tratamento médico e psicológico.
Não só o usuário e o dependente devem receber o adequado tratamento. Determina a norma que os familiares destes também devem ser assistidos, observadas suas peculiaridades socioculturais. É notória a dificuldade que os familiares têm para lidar com as pessoas envolvidas com drogas. Sem essa orientação fica muito mais difícil a recuperação. O tratamento deve ser individualizado, haja vista que nem todas as pessoas são iguais. Ele deve ser orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde. Junto com o uso da droga vem a criminalidade mais grave. Quem usa droga está mais sujeito a ser vítima ou a cometer delitos. Assim, o tratamento deve ser orientado a diminuir essas possibilidades, bem como a reduzir os riscos sociais e à saúde decorrentes do uso da droga. Ou seja, em primeiro lugar, o tratamento deve ser voltado a fazer cessar o uso e, não sendo isso possível no momento, a reduzir os riscos dele decorrentes. A atenção ao usuário e ao dependente, bem como a seus respectivos familiares, sempre que possível, deve ser feita por equipe multidisciplinar (médicos, psicólogos, assistentes sociais etc.), observadas as orientações e normas emanadas pelo Conad. Além disso, as diretrizes de todos os órgãos responsáveis pela atenção e reinserção social do usuário e dependentes devem estar alinhadas com as dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas, visando a entrar em sintonia e buscar o mesmo fim. 
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitada as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. 
Como o Estado assumiu a responsabilidade pelo tratamento do usuário e dependente de drogas, cabe à rede de saúde estatal desenvolver programas para esse fim. Para tanto, devem observar as diretrizes emanadas pelo Ministério da Saúde e os princípios constantes do artigo 22 desta Lei. E, certamente, há obrigatoriedade de recursos adequados, que devem constar da previsão orçamentária de cada ente estatal.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial. 
Cada vez mais o Estado tende a buscar parceiros para desenvolver suas atividades, dados os problemas orçamentários próprios de um país em desenvolvimento. Assim, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolvam programas para colocar ou reinserir no mercado de trabalho os usuários ou dependentes de drogas, desde que encaminhados por órgãos oficiais. 
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira. 
As instituições da sociedade civil que desempenhem atendimento aos usuários e dependentes de drogas, na área de assistência social e da saúde, e que não tenham fins lucrativos poderão receber recursos do Funad, quando possível, ou seja, havendo disponibilidade orçamentária e financeira. É mais uma forma de incentivar a sociedade civil a participar do trabalho de tratamento e reinserção social do usuário e do dependente de drogas. Sem esse esforço conjunto, é praticamente impossível minimizar o problema, que é crônico em nosso país e no mundo. 
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. 
Ao usuário e ao dependente de drogas, na hipótese de cumprimento de pena privativa de liberdade ou submissão à medida de segurança, serão garantidos os serviços de saúde, de acordo com as normas estabelecidas pelo sistema penitenciário. O Estado não pode simplesmente abandonar o preso ou o interno pelo fato de estar segregado da sociedade. Dessa forma, a eles também deve ser propiciado o necessário e adequado tratamento médico.
Art. 27.  As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Pode-se começar observando que, no Art. 27 da mesma lei, é dada a opção de escolha da penalização de acordo com o caso concreto. As penas apontadas no artigo seguinte poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulada, e também podem ser, a qualquer tempo, substituídas após a manifestação da defesa e do Ministério Público. 
O legislador entendeu que ao usuário de drogas deve ser imposta outra modalidade de pena que substitua a privação de liberdade. Isso ocorrerá quando o Juiz entender necessária a substituição de uma pena por outra, quando a pena que fora aplicada não estiver surtindo o efeito desejado, ou quando, por algum motivo justificado, o condenado alegar não poder cumpri-la.
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2o  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. § 3o  As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4o  Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5o  A prestação deserviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6o  Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. § 7o  O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
As penas estipuladas no art. 28 da Lei n° 11.343/06, que punem quem adquire ou guarda consigo droga para consumo pessoal geram discussão na doutrina. Existe a dúvida se ocorreu uma descriminalização ou despenalização, já que a lei só previu penas restritivas de direito como, por exemplo, advertência, prestação de serviço à comunidade e medida educativa, sem a possibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade, diferente do que era previsto no dispositivo anterior.
A advertência serve apenas como uma “censura verbal”, um alerta. No caso da determinação de prestação de serviços e medidas educativas, as penas serão aplicadas pelo prazo de no máximo 05 (cinco) meses. Caso haja teimosia da parte do agente, as mesmas serão aplicadas com prazo máximo de 10 (dez) meses.
Segundo o § 5˚ do art. 28 da lei, a prestação de serviços será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos.
Art. 29.  Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Parágrafo único.  Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
Caso haja teimosia quanto as medidas educativas, o agente será repreendido ou multado de acordo com a gravidade, o Juiz fixará o número de dias-multas e, quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) e nem superior a 100 (cem). Esses valores serão creditados para o Fundo Nacional Antidrogas.
O novo dispositivo dá a prestação de serviços o caráter de pena autônoma, e não de pena que substitui aquelas do código penal. Entende-se que encaminhar o dependente ou usuário de drogas para prestar serviços à comunidade é uma maneira de puni-lo, mais do que uma forma de ajuda-lo com a reinserção ao meio social. O infrator espera do governo, ajuda para tornar-se independente da substância, e essa medida punitiva apenas humilha e marginaliza o indivíduo tornando inalcançáveis os objetivos previstos na lei.
Trata-se de crimes de perigo abstrato e coletivo, ou seja, não é necessário demonstrar que alguém foi exposto ao perigo de dano, e é coletivo ou comum, pois a saúde de um determinado número de pessoas é exposta a perigo de dano.
O sujeito sob efeito de drogas é um risco não apenas a si próprio, mas também para pessoas que estão a sua volta. 
Torna-se a coletividade o sujeito passivo desse delito, e como sujeito passivo secundário estão as crianças, adolescentes e pessoas incapacitadas de entendimento que recebam a droga para uso.
Algumas correntes doutrinárias entendem que os delitos contidos na Lei de Drogas são crimes de lesão e não de perigo, seja ele abstrato ou concreto. Como existe a necessidade de ser mostrado dolo, culpa e culpabilidade, não se admite que haja presunção sem efetiva demonstração de que houve realmente a ocorrência de perigo.
Considerando os delitos relacionados a drogas como lesão, teremos dois planos de proteção: O plano “A”, em que condutas são permitidas. EX: Venda de uma droga com receita médica para aliviar a dor. Nesse caso, a droga atua como analgésico e seu uso é permitido pela lei, desde que haja prescrição medica, assim como a morfina; O plano “B” em que as condutas são proibidas pela lei. Nesse caso, o comportamento do sujeito está fora do permitido e põe em risco a segurança da coletividade.
Nos crimes de lesão, não há simples perigo, mas sim lesão ao bem jurídico protegido pela norma. Dessa forma não se exige dano ao objeto material e sim ao objeto jurídico.
Seja qual for a modalidade do crime cometido, o infrator terá, cedido pelo juiz, cuidados gratuitos à sua saúde e tratamento especializado, visto que não há necessidade de punir quem necessita de cuidados médicos, sendo eles viciados.
Art. 31.  É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
As pessoas que plantam em sua própria casa para consumo próprio, em pequena quantidade, mas que seja o suficiente para que cause dependência física ou psíquica, também se submetem às mesmas penas, assim como todos aqueles que produzem, extraem, fabricam, transformam, preparam, possuem, mantém em depósito, importam, exportam, reexportam, remetem, transportam, expõem a venda, oferecem, vendem, compram, cedem ou adquirem drogas sem licença prévia de autoridade competente.
Mas como pode ser provado se a droga era realmente para consumo próprio? Nesse caso, observa-se a quantidade e ao local em que se encontravam as substancias, e também, a conduta a os antecedentes do agente.
No crime de tráfico de drogas é exigida prova da materialidade por meio de laudo de exame químico toxicológico, que demonstre que o objeto é droga.
Tais situações, quando cometidas, não são mais consideradas crimes, mas infrações, tendo em vista que o Decreto-lei n. 3.914/1941 considera como crime a infração penal a que a lei aplica pena de reclusão ou de detenção, isoladamente ou cumulativamente com a pena de multa.
A questão da descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal é alvo dos debates no meio jurídico. A questão é se alguém pode ser punido por portar ou possuir drogas, para seu consumo pessoal, sem autorização. Isso por que estaria causando lesão a si mesmo, e o direito penal não pune autolesão. 
Como se trata de crime realizado por meio de vários atos, é admitida a tentativa. 
É certo que o uso de drogas prejudica a saúde do usuário, mas também é certo que ele não é o único prejudicado. Não há levantamento de número de morte por overdose ou por doenças causadas pelo uso de drogas ilícitas, também não há estatística confiável do número de crimes que são cometidos por pessoas que estão sob seus efeitos, tanto quanto não se sabe quantos crimes são praticados pelo fato de a vítima ser usuária de droga.
Embora aquele que use a droga esteja prejudicando sua saúde, a coletividade como um todo também é colocada em risco de dano. Cabe ao Estado proteger seus cidadãos dos vícios que possam ter. Essas pessoas terão de ser observadas pelo Estado e deixarão de produzir, além de serem fortes candidatas ao cometimento de crimes para saciar o vício. 
É a droga, entendida como as substancias ou produtos capazes de causar dependência no usuário, desde que essas estejam na lista da portaria SVS/MS n. 344, de 12 de Maio de 1998, Art. 66., ou seja, o álcool e o cigarro não são considerados drogas para fins penais.
A dependência pode ser física psíquica, quando ou o corpo necessita do uso ou a mente determina a vontade intensa do uso. Ouambas.
A lei veda o uso e o fornecimento de drogas, bem como o plantio e colheita das mesmas.
Art. 32.  As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 1o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 2o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 3o  Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. § 4o  As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Todas as plantações ilícitas serão destruídas pelo delegado de polícia logo após de recolher quantidade suficiente para perícia. Após o encerramento do processo, essa amostra também é destruída de acordo com a Lei n. 12.961/2014. Caso seja utilizada a queimada, é necessária a proteção ao meio ambiente e cautela.
Não há, portanto, necessidade de autorização judicial para o ato, devido a urgência.
A queimada é um dos métodos mais empregados para a destruição de plantação de vegetais destinados à preparação ou produção de drogas. Não será devida a indenização ao proprietário da terra em que ocorrer a queimada.
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 1o  Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. § 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:     (Vide ADI nº 4.274) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. § 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. § 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução nº 5, de 2012)
Comete crime quem importa, exporta, remete, prepara, produz, fabrica, adquire, vende, expõe a venda, oferece, tem em depósito, transporta, traz consigo, guarda, prescreve, ministra, entrega a consumo ou fornece drogas ainda que gratuitamente, para uso ou produtos destinados a preparação. Assim como quem utiliza local ou bem do qual seja dono, possuidor administrador, guardador ou vigilante para o tráfico, e também quem consente que seja usado por uma outra pessoa para esse fim. Todos esses com pena de reclusão de 05 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Também é criminoso quem induz, instiga ou auxilia alguém ao uso indevido (pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa), tanto quanto quem oferece sem objetivo de lucro para qualquer pessoa para que consumam juntos (pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa).
Tais penas poderão ser reduzidas caso o agente seja réu primário, de bons antecedentes, não se dedique a atividades criminosas e nem integre organização criminosa.
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. 
Caracteriza-se crime quando fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, fornecer ou guardar, ainda que gratuitamente, qualquer maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, produção ou transformação de drogas. (Pena – Reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos e pagamento de 1.200 (Mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. Tal como quem associa-se para praticá-los, financiam ou custeiam e colaboram como informante nos crimes citados anteriormente.
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
Caso as pessoas se unam livremente, ou se há voluntária adesão de umas às outras, com o intuito de ao mesmo tempo produzirem o mesmo resultado antijurídico, ocorrerá o concurso de pessoas. 
Assim, se duas ou mais pessoas concorrerem para a realização de um tipo penal, haverá coautoria ou participação. Na coautoria, duas ou mais pessoas realizam a conduta típica, enquanto na participação não há concretização de um dos elementos do tipo penal, mas o sujeito concorre de qualquer forma para a execução do delito, seja induzindo, instigando ou auxiliando secundariamente o autor.
Art. 38.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.Parágrafo único.  O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
O que receita (no caso o médico) ou introduz no organismo humano (este pode ser feito por qualquer pessoa), culposamente, sem real necessidadeou, se há necessidade, que o faça de forma excessiva também comete crime assim como o piloto que conduz embarcação ou aeronave sob efeito de drogas, pois põe em risco a vida de terceiros dentro de seu âmbito profissional. 
Art. 39.  Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Parágrafo único.  As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Com efeito, a condução de embarcação em águas públicas por pessoa em estado de embriaguez alcoólica, colocando em perigo a segurança alheia, não configurará este delito, mas a infração contravencional prevista no artigo 34 da Lei das Contravenções Penais. Isso porque o álcool não é considerado droga para fins penais, não podendo ser enquadrado no presente dispositivo.
Do mesmo modo, a condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência é crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. Somente ocorrerá o delito em estudo quando a condução for de embarcação ou aeronave e o sujeito tiver feito uso de qualquer espécie de droga, e advier perigo concreto de dano à coletividade, não sendo exigido que pessoa determinada seja exposta a risco de dano.
Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
As condições de aumento de pena são várias, entre elas se o agente do crime for funcionário público ou estiver em seu poder de educação guarda ou vigilância; Também se a infração fora cometida em estabelecimentos prisionais, escolas, hospitais, sede de entidade estudantil, social, cultural, recreativa, esportiva ou beneficente; Se o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo ou qualquer processo de intimação; Se caracterizar-se trafico entre Estados da Federação; Bem como se a pratica atingir criança ou adolescente.
Função pública é o conjunto de atribuições que o Poder Público impõe aos seus servidores para a realização de serviços no plano dos três poderes. Não há necessidade de que o agente exerça função pública relacionada com a repressão à criminalidade, como exigia a lei anterior. Basta que o agente seja funcionário público nos termos do artigo 327 do Código Penal e que viole seu dever funcional na prática do delito. Assim, o sujeito deve se aproveitar das facilidades que a função pública lhe propicia para cometer o crime.
A razão do aumento da pena é o maior perigo quando o objeto material, especialmente a droga, circula nas dependências ou imediações desses locais. Neles ou existem muitas pessoas, sendo mais fácil a distribuição da droga, ou são locais em que a droga é especialmente danosa aos que ali estão, como os estabelecimentos prisionais, clínicas para tratamento de dependentes de drogas, unidades militares ou policiais etc.
O termo “imediações” pressupõe proximidade do local, de modo que o objeto material seja mais facilmente distribuído ou oferecido. A existência dessa circunstância vai depender da análise do caso concreto.
Violência é a física empregada contra a pessoa, não alcançando a contra a coisa. A violência tem o propósito de vencer uma resistência real ou suposta. Grave ameaça consiste na revelação à vítima do propósito de causar-lhe mal atual ou futuro e grave, que somente o agente terá como evitar. Essa promessa de mal pode ser da produção de dano ou de perigo, pouco importando qual deles seja prenunciado pelo agente. Pode ser empregada por gestos, escritos, palavra ou qualquer meio simbólico. Arma de fogo é o instrumento, Poderá ser de qualquer natureza (uso permitido ou restrito), uma vez que a norma é omissa quanto a esse aspecto. Exemplos: revólver, pistola, espingarda de alma raiada ou não, metralhadora etc.
Aquele que pratica o delito envolvendo ou visando atingir pessoas que não possuem o discernimento necessário merece o aumento da pena. Assim, se a prática do crime envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação, haverá o aumento da pena
Também haverá o aumento da pena para aquele que financiar ou custear a prática do crime. Não se trata do delito previsto no artigo 36, que possui especialidades próprias. Caso haja a prática de um dos delitos previstos nos artigos 33, 34, 35 e 37 e o agente o prover com dinheiro ou bens.
Art. 41.  O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Já a condição de diminuição ocorre unicamente a quem colaborar voluntariamente com a investigação criminal.
É o benefício concedido para o autor de um delito que colabora voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal. A nossa legislação prevê várias formas de colaboração ou delação premiada.
A ideia é muito simples: são oferecidas vantagens processuais a uma pessoa investigada ou acusada da prática de crime em troca de informações que levem aos demais integrantes da organização ou associação criminosa, esclarecimentos de crimes, recuperação de bens e valores, prevenção de novas infrações penais e localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. Ao colaborador poderá o juiz, homologado o acordo, conceder vários benefícios legais.
O Membro do Ministério Público, ao procurar obter um bem maior, “abre mão” de um menor, qual seja, de processar um dos integrantes da organização criminosa. Faz uma escolha, que deve ser sensata: deixa de obter a condenação de uma pessoa, para tentar conseguir a condenação de outras e, com isso, obter resultado mais útil e proveitoso para toda sociedade.
Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43.  Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferiora um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
O juiz aplica as penas de acordo com a natureza e quantidade encontrada, e fixa as multas de acordo com a condição econômica de cada um.
O artigo 59, caput, do Código Penal elenca uma série de circunstâncias que deverão ser observadas pelo Juiz por ocasião da escolha da pena a ser aplicada, fixação da pena-base e regime inicial de cumprimento da reprimenda, conforme seja necessária e suficiente para a reprovação e prevenção do delito. Essas circunstâncias são chamadas de judiciais. São elas: 
A culpabilidade: é a reprovação social ao homem que comete um crime. É pressuposto necessário para a imposição de uma reprimenda. Assim, quanto maior a culpabilidade também maior deverá ser a pena-base imposta;
Os antecedentes: o Juiz deve considerar o comportamento anterior do acusado, mas não a reincidência, que é uma circunstância agravante genérica e será apreciada na próxima fase de fixação da pena (art. 68 do CP).
A conduta social: refere-se às relações do acusado com sua família e amigos; sua adaptação ao trabalho e ao estudo, bem como um estilo de vida honesto ou reprovável; 
A personalidade do agente: deverá ser examinado se o cometimento do delito foi algo eventual na vida do acusado ou se é uma constante. É certo que processos ou condenações posteriores ao fato que se examina não poderão ser levados em consideração como antecedentes. Porém, demonstrarão que o acusado tem uma personalidade voltada para a prática de crimes e ensejarão o aumento de sua pena-base; 
Os motivos: é o que move o agente para a prática delituosa. Alguns motivos, devido ao seu relevo, são descritos como qualificadoras ou agravantes, como a futilidade e a torpeza. Também podem configurar atenuantes ou causas de diminuição de pena, como o motivo de relevante valor social ou moral.
As circunstâncias: são dados acessórios que não integram a figura típica e podem aumentar ou diminuir a pena. Essas circunstâncias previstas pelo artigo têm caráter geral e não podem estar elencadas especificamente na lei. Dizem respeito à duração do tempo do delito, que pode indicar maior sofrimento à vítima; o local onde ele foi cometido, que pode denotar maior periculosidade do agente etc.; 
As consequências: referem-se ao maior ou menor dano causado posteriormente pelo delito, mesmo que indiretamente; 
O comportamento da vítima: a vitimologia tratou de estudar o assunto e verificou que em alguns casos a vítima foi indiretamente responsável pelo evento, mesmo que não tivesse essa intenção.
No que é pertinente ao valor de cada dia-multa, deve ser observada a condição econômica do acusado. O menor dia-multa será um trigésimo do maior salário-mínimo e o maior valor será cinco vezes esse salário. Embora a norma não o diga expressamente, deve ser levado em consideração o salário-mínimo vigente à época dos fatos, aplicando-se subsidiariamente o artigo 49, § 1º, do Código Penal. Em caso de concurso de crimes as multas serão impostas sempre cumulativamente. Poderão, inclusive, ser aumentadas até o décuplo, quando, mesmo que aplicadas no máximo, em virtude da situação econômica do acusado, o juiz as considerar ineficazes.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-seá o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. 
Comentário: O artigo 44, caput, veda, expressamente, a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos para o condenado pelos crimes previstos nos artigos 33, caput e § 1º, e 34 a 37 
Os arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37, citam os crimes ligados a fabricação, transporte e venda de drogas, de acordo com o art. 44, estes crimes são inafiançáveis, porém pode-se recorrer com uma liberdade condicional a partir do segundo terço da pena concluído, apenas para quem não possui pena pelo mesmo motivo atual. 
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. 
Comentário: Para que seja possível a aplicação da pena, o agente deveria possuir, ao tempo da ação ou da omissão, a capacidade de entender e de querer praticar ou deixar de praticar o ato. Sem a capacidade de entendimento não há como censurar alguém que cometeu um delito, sendo que ele estará isento de pena por ausência de imputabilidade. Assim, inimputável é o sujeito que não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, capacidade de entender ou de querer realizar ou não o ato. A inimputabilidade, no caso em apreço, deve ser em razão de dependência ou de uso de droga decorrente de caso fortuito ou força maior. Podemos citar como exemplo, no caso fortuito ou força maior, o sujeito que vai a um médico para resolver um problema de saúde e lhe é ministrada morfina em dose excessiva, vindo, por isso, a ficar em situação de inimputabilidade. Praticado qualquer crime descrito nos artigos 33 a 39 por pessoa em situação de inimputabilidade em razão de dependência, ou sob o efeito de droga proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente será isento de pena (art. 45), porém o juiz poderá determinar na sentença que o réu deverá ser encaminhado para um médico para que receba um tratamento adequado quando achar necessário. Nestas mesmas circunstâncias, cometido o crime por agente em situação de semi-imputabilidade, a pena aplicada será reduzida de um a dois terços em razão da menor culpabilidade (art. 46). Nas situações retratadas, não se aplica o artigo 26 ou 28 do Código Penal, mas as disposições da lei especial. 
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Comentário: O semi-imputável é aquela pessoa que fica na zona intermediária entre a imputabilidade e a inimputabilidade, sendo chamados, também, de fronteiriços. O sujeito é imputável, mas, por ter a capacidade de entendimento ou de autodeterminação reduzida, a lei determina que o juiz diminua a sua pena. No caso de condenação e reconhecimento da semi-imputabilidade, a natureza da sentença é condenatória, mas há obrigatoriedade da redução da pena (um a dois terços). Praticado qualquer dos crimes descritos nos artigos 33 a 39 por pessoa em situação de semi-imputabilidade em razão de dependência, ou sob o efeito de droga proveniente de caso fortuito ou força maior, a pena deverá ser reduzida de um a dois terços. Embora a norma empregue a expressão “as penas podem ser reduzidas”, não se trata de faculdade do Juiz, mas de direito subjetivo do acusado, que não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (semi-imputabilidade). 
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. 
Comentário: O juiz poderá encaminhar o agente para um tratamento médico na sentença, tendo como base os arts. 26e 45 desta Lei. Note-se que a norma fala “sentença condenatória”, não se tratando, portanto, de sentença absolutória imprópria fundada no artigo 45. Assim, para efeito do presente dispositivo, o agente deverá ter sido condenado à pena privativa de liberdade, o que justifica a existência da norma. Cuidando-se de sentença absolutória imprópria (em razão de dependência de droga), o tratamento médico é obrigatório (art. 45). A razão de ser da norma é aproveitar o fato de o sentenciado estar preso para propiciar-lhe tratamento médico adequado a fim de que, quando voltar à sociedade, esteja livre do vício ou do hábito do uso de drogas. Também é uma forma de minimizar o uso de drogas dentro da unidade prisional, fato este infelizmente comum e perigoso para a segurança do sistema penitenciário. 
CAPÍTULO III 
DO PROCEDIMENTO PENAL 
 
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.  
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.  
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.  
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. 
 § 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.  
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. 
Comentário:   A Lei de Drogas trouxe um procedimento especial, que será aplicável 
aos crimes previstos em seu Título IV, ou seja, nas infrações descritas nos arts 33 a 39. 
Com efeito, além dos crimes previstos no artigo 28 da Lei de Drogas (porte 
de drogas para consumo pessoal e semeadura, cultivo ou colheita de plantas 
destinadas a preparação de drogas para consumo pessoal), os descritos no artigo 
33, § 3º e 38, seguirão o rito do Juizado Especial Criminal, exceção feita se 
houver causa de aumento de pena que eleve a reprimenda máxima acima de dois 
anos, quando seguirá o rito da Lei de Drogas. 
É que os crimes não guardam similitude. A embriaguez ao volante é infração menos perigosa do que a condução de embarcação ou aeronave por quem está sob o efeito de droga, tanto que a pena 
da última é mais severa. Se a intenção do legislador fosse a de propiciar a transação 
penal para o crime do artigo 39, caput, da Lei de Drogas, não teria cominado 
pena máxima acima de dois anos ou o teria dito expressamente, como o 
fez no Código de Trânsito Brasileiro, não cabendo ao intérprete fazê-lo, arvorando- 
se em legislador. 
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. 
Comentário: O crime de tráfico de drogas envolve, geralmente, o crime organizado, que possui ramificações em todos os setores do Estado. Por conta deste fato, dada a periculosidade dos envolvidos nestes delitos, a Lei de Drogas permite que sejam empregados, sempre que as circunstâncias assim recomendarem, os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. 
Seção I 
Da Investigação 
 
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.  
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.  
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)  
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)  
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014). 
 
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 
Comentário: Pode ser que haja apreensão das drogas, mas ninguém seja preso. Nesse caso, do mesmo modo que ocorre com as plantações ilícitas, o material será destruído por incineração, dentro do prazo máximo de 30 dias contado da apreensão, guardando-se amostra necessária para a realização do laudo definitivo. A norma determina a aplicação, no que couber, do disposto nos §§ 3º a 5º do art. 50. Por isso, a destruição das drogas dependerá de prévia autorização judicial, e será realizada pelo Delegado de Polícia competente, na presença de Membro do Ministério Público e da autoridade sanitária. O local deverá ser vistoriado antes e depois da destruição, lavrando-se auto circunstanciado do ato, onde deverá ser certificada a destruição total das drogas. 
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. 
Comentário: A Lei de Drogas estabelece prazo mais elástico para a conclusão do inquérito policial do que o previsto na legislação anterior e no Código de Processo Penal, haja vista a maior dificuldade na apuração destas espécies de crimes. 
Cuidando-se de indiciado preso, o prazo para a conclusão será de 30 dias. Estando solto o indiciado, o prazo será de 90 dias. Havendo motivo justificado, a autoridade policial poderá solicitar que 
os prazos sejam duplicados. Antes de decidir, o juiz deverá dar vista dos autos ao Ministério Público para manifestação, já que é o titular da ação penal pública e o maior interessado na produção da prova. Deferido o pedido, no caso de indiciado preso, o prazo para a conclusão será de 60 dias; estando solto, será de 180 dias. 
Não sendo concluído o inquérito no prazo legal, quando o indiciado se encontrar preso, a prisão em flagrante poderá ser relaxada e a preventiva revogada em virtude de

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