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T C C original Greening

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA 
SOUZA 
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PROFESSOR URIAS FERREIRA 
Ensino Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio 
 
 
 
 
 
João Guilherme Aguiar 
Luiz Augusto Gonçalves da Silva 
Maycon Leandro da Penha 
 
 
 
 
 
CONTROLE BIOLÓGICO: Psilídeo (Diaphorina citri) 
 
 
 
 
 
 
 
Jaú - SP 
2018
 
 
 
João Guilherme Aguiar 
Luiz Augusto Gonçalves da Silva 
Maycon Leandro da Penha 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE BIOLÓGICO: Psilídeo (Diaphorina citri) 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso Técnico em Agropecuária da Escola Técnica 
Estadual Professor Urias Ferreira, orientado pelo 
professor Paulo Roberto Chaim, como requisito 
parcial para obtenção do título de Técnico em 
Agropecuária. 
 
 
 
 
Jaú - SP 
2018
 
 
 
DEDICAMOS 
A Deus, pelo dom da vida, aos nossos familiares e amigos por terem fornecido 
total apoio nessa caminhada vitoriosa. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradecemos os professores Werner Peter Marcon, Maisa Sancassani e 
Conrado Luis Biliero por terem se empenhado e auxiliado para a construção de nosso 
conhecimento, contribuindo também para que o trabalho atingisse este patamar 
alcançado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Importante não é ver o que ninguém nunca 
viu, mas sim, pensar o que ninguém pensou 
sobre algo que todo mundo vê.” 
 (Arthur Schopenhauer 1788 - 1860) 
 
 
 
RESUMO 
O setor citrícola nacional vem sendo destaque desde meados dos anos 80. No 
entanto, aspectos relacionados a enfermidades no mesmo estão agindo de forma a 
comprometê-lo severamente. O Greening/Huanglongbing está inserido dentre as 
principais doenças as quais acometem a cultura dos citros, causadas através da ação 
do psilídeo (Diaphorina citri). O vetor age de forma a injetar substâncias tóxicas 
ocasionando a degradação das plantas. Com isso, é de suma importância que sejam 
adotadas medidas eficientes de controle. O uso de produtos denominados defensivos 
é uma prática comum, mas sua utilização constante gera contaminação no meio 
ambiente, além de promover a resistência do psilídeo, e seus efeitos em longo prazo 
poderão ser irreversíveis. Por isso, nos últimos anos, estão sendo intensificados 
estudos relacionados à inserção de novas tecnologias no campo, fazendo parte deste 
está o controle biológico de pragas, sendo empregada a utilização do parasitoide 
Tamarixia radiata, servindo como referência em relação a este quesito por ser inimigo 
natural do inseto. Aliado a este método ecológico, visa-se a evolução da citricultura 
em diversos âmbitos, dessa forma, contribuindo para a economia brasileira. 
 
Palavras-chave: Citricultura. Greening. Controle. Método ecológico. Psilídeo-dos-
citros. 
 
 
 
ABSTRACT 
The national citrus fruit sector has been featured since the mid-' 80. However, illnesses 
are compromising it severely. The Greening/Huanglongbing is one of the main 
diseases which affect the culture of citrus caused by action of psilídeo (Diaphorina 
citri). The vector moves so as to inject toxic substances in the new leaves, causing the 
degradation of the plants. Therefore, it is extremely important that effective measures 
of control should be adopted. The use of so-called defensive products are being 
employed, however its constantly use leads to environment contamination, besides to 
promote the psilídeo resistance, and its effects in long terms may be irreversible. That's 
why, in recent years are being intensified studies related to the inclusion of new 
technologies in the field, part of this is the biological control of pests, employing the 
use of parasitoids Tamarixia radiate, that isthe insect natural enemy. Allayed to this 
method, the aim is the development of the citrus fruit industry in various fields, thus 
contributing to the brazilian economy. 
 
Keywords:Citrus fruit. Greening. Control. Ecological method. Psilídeo. 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9 
2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 11 
2.1. A cultura dos Citros ................................................................................... 11 
2.1.1. Centros de origem e dispersão .................................................................... 11 
2.1.2. Distribuição geográfica ................................................................................. 11 
2.1.3. Breve histórico e cenário atual da citricultura brasileira................................ 12 
2.1.4. Principais doenças e pragas dos Citros ....................................................... 13 
2.2. Greening/ Huanglongbing ......................................................................... 15 
2.2.1. Histórico da doença e cenário atual ............................................................. 15 
2.2.2. Sintomatologia .............................................................................................. 15 
2.2.3. Agente causal ............................................................................................... 17 
2.2.4. Manejo preventivo ........................................................................................ 17 
2.3. Psilídeo - dos - Citros ................................................................................. 18 
2.3.1. Ocorrência e flutuação populacional ............................................................ 18 
2.3.2. Morfologia ..................................................................................................... 19 
2.3.3. Hospedeiro ................................................................................................... 20 
2.3.4. Ovos ............................................................................................................. 20 
2.3.5. Ninfas ........................................................................................................... 21 
2.3.6. Adultos ......................................................................................................... 22 
2.4. Controle químico ........................................................................................ 24 
2.4.1. Metodologia .................................................................................................. 24 
2.4.2. Tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários .................................... 24 
2.4.3. Aspectos favoráveis e contrários .................................................................. 27 
2.5. Manejo sustentável .................................................................................... 28 
2.5.1. Controle biológico ......................................................................................... 28 
2.5.2. Inseticida microbiológico .............................................................................. 28 
2.6. Parasitoide (Tamarixia radiata) .................................................................. 29 
2.6.1. Origem e distribuição geográfica .................................................................. 29 
2.6.2. Biologia ......................................................................................................... 29 
2.6.3. Processo de criação ..................................................................................... 31 
 
 
 
2.6.4. Modo de ação no controle biológico ............................................................. 323 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 33 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
9 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Greening/HLB foi descoberto no Brasil em 1940 nas regiões centro e leste 
do estado de São Paulo e, desde então, vem sendo tratada como uma doença 
secundária, não apresentando danos significativos às plantas. Esta doença pode ser 
adquirida através da ação dos psilídeos D. Citri e Trioza erytreae, sendo o primeiro 
um inseto asiático responsável por disseminar as bactérias Candidatus Liberibacter 
asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus; e o segundo, tem origem africana e 
é capaz de transmitir somente a bactéria Candidatus Liberibacter africanum. No Brasil, 
há somente a incidência do primeiro devido às caraterísticas climáticas e da 
vegetação do país. 
A ação desses insetos ocasiona danos prejudiciais às plantas, gerando uma 
doença conhecida como sendo uma das principais a afetar a cultura dos citros. Sua 
ação ocorre de maneira gradativa, porém seus resultados na planta são percebíveis 
de maneira rápida. Dessa forma, se não manejada corretamente, poderá acarretar 
uma série de prejuízos sociais e econômicos. 
Apesar de ter sido descoberta anos antes, apenas em 2004 seus danos foram 
intensificados. Quando afetadas, as plantas apresentam sintomas, os quais podem 
ser facilmente confundidos com outras patologias e deficiências nutricionais, no 
entanto, possuem características únicas, notadas quando vistoriadas precisamente. 
Segundo dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), estima-se que, nos 
últimos quatorze anos, devido ao Greening, foram erradicadas cerca de 45 milhões 
de plantas no parque citrícola paulista. 
Para que não haja a contaminação dos pomares cítricos, é necessário que seja 
adotado o manejo preventivo, pois até o presente momento, não há forma de erradicá-
la. Atualmente o controle tem sido feito por meio de armadilhas amarelas1 que 
realizam o monitoramento e contagem dos insetos existentes no local. Essas 
armadilhas indicam um ponto de controle que informam o momento em que os 
defensivos seletivos sejam de contato ou sistêmicos que façam parte da lista de 
Produção Integrada dos Citros (PIC) devem ser utilizados (normalmente, após quinze 
dias). Além disso, o controle biológico surge como mais uma alternativa, contribuindo 
 
1 Armadilhas amarelas são aquelas em que há instalação de um painel amarelo (cor atrativa aos 
insetos) que capturam os insetos e permitem a sua contagem e identificação. 
10 
 
 
positivamente para o meio ambiente, o parasitoide Tamarixia radiata Waterston 
(Hymenoptera: Eulophidae) é um inseto do qual realiza o controle de forma natural e 
também dando continuidade na espécie, realizando seu desenvolvimento no interior 
da ninfa. 
O presente trabalho tem como objetivo o fornecimento de alternativas para o 
controle do inseto Diaphorina citri, utilizando o método de controle biológico e através 
dele apresentar uma ferramenta para auxiliar no manejo do HLB priorizando a relação 
custo-benefício possivelmente existente na utilização de seu inimigo natural. 
Com a adoção deste manejo, visa-se o avanço da citricultura e 
consequentemente com o aumento da empregabilidade, favorecendo 
economicamente o território nacional, além disso, diminuindo a utilização de 
defensivos agrícolas, sendo este último um fator do qual deve ser utilizado com 
extrema responsabilidade para que não prejudique as presentes e futuras gerações. 
Para a realização deste trabalho foram utilizados, manuais técnicos, trabalhos 
acadêmicos e artigos de sites. O trabalho será composto por capítulos sendo 
primeiramente incluso à cultura dos citros e consecutivamente, Greening/ HLB, 
psilídeo dos citros, controle químico e biológico e por fim, a Tamarixia radiata. Sendo 
desenvolvido ao longo dos mesmos métodos de manejo e estabelecimento de 
recursos viáveis e eficientes para serem adotados na cadeia citrícola. 
11 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1. A cultura dos Citros 
Swingle (1967 apud EMBRAPA, 1998) descreve que as plantas do gênero 
Citrus, fazem parte da família Rutaceae e correspondem ao ápice do processo 
evolutivo, do qual remonta milhões de anos na Austrália, antes mesmo da separação 
de continentes pertencentes à Ásia e Nova Guiné. 
 
2.1.1. Centros de origem e dispersão 
Segundo relatos, a origem está situada no sudoeste da Ásia, mais 
precisamente na região este da Índia e possuem também ligações filogenéticas das 
quais se estendem pelo Centro da China, Índia Oriental, Japão, Austrália e África 
(SPURLING 1969, apud EMBRAPA, 1998). 
Webber et al. (1967, apud, EMBRAPA, 1998) demonstra indícios de que a 
cultura tenha sido cultivada na Pérsia em um período do qual antecede a 500 A.C. A 
cultura instalou-se na região da Bacia do Mediterrâneo e assim se difundiram, porém 
após chegar ao fim o domínio dos povos romanos, a cultura foi dispersada com a 
influência dos povos árabes (GONZALES-SICILIA, 1969 apud EMBRAPA, 1998). 
Segundo Webber et al. (1967 apud, EMBRAPA, 1998), a Cruzada foi um 
movimento ocorrido no século XI, após o domínio árabe, do qual passou a ter grande 
influência na dispersão desta cultura na Europa. 
 
2.1.2. Distribuição geográfica 
Como lembra Calabrese (1990 apud SANTOS, 2013) na região sul do 
continente asiático, foram estabelecidas conexões entre chineses e indianos, 
previamente à fase Cristã, devido a possuírem interesses em comum, inclusos nos 
mesmos religiosos e comerciais. Essa determinada região é conhecida por ser o local 
do qual houve o surgimento e estabelecimento de espécies cítricas cujo clima é 
tropical, entre elas estão inclusas, os limões e limas, havendo incidências comumente, 
devido à região de Burma, na Índia, serem consideradas nativas, variedades 
pertencentes à espécie Citrus sinensis originárias advindas de hibridação entre a 
12 
 
 
toranja e tangerina. Em países como: Nova Guiné, Filipinas e Indonésia, havendo a 
introdução a partir de povos provenientes de migrações. 
 
2.1.3. Breve histórico e cenário atual da citricultura brasileira 
Como lembra Neves et al. (2010), a citricultura foi introduzida no Brasil no início 
da colonização e trazida por Cristóvão Colombo, em meados de 1500. Desde sua 
implantação essa cultura apresentava-se com melhores características quando 
comparadas a sua região originária, ocasionando com o passar do tempo melhores 
aspectos produtivos e vegetativos. 
Posteriormente, ocorreu a dispersão, obtendo destaque em vários estados, 
porém, foi na região de Nova Iguaçu (RJ) em 1920, que se formou o primeiro núcleo 
citrícola do qual abastecia as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Devido aos 
resultados apresentados, nesta mesma região ocorreu o início das exportações para 
a Argentina, Inglaterra e outros países europeus. 
Este cenário nos anos subsequentes enfrentou diversos altos e baixos, 
iniciando-se pela expansão da cultura, com a crise no setor cafeeiro seguido do 
desenvolvimento tecnológico, proporcionando seguimento e consolidação desta 
atividade agrícola. 
Em contrapartida, durante o período da Segunda Guerra Mundial, houve 
extrema decadência neste setor devido a diminuição das exportações. 
No entanto, após a guerra, tudo se desenvolveu gradativamente, após a 
retomada das exportações e a melhora no setor produtivo. Em 1959, houve a criação 
da primeira indústria de suco cítrico concentrado, sendo este o ápice para que 
diversas outras também fossem construídas, contribuindo diretamente para que em 
1980o Brasil se tornasse o maior produtor mundial de laranjas. 
Após se passarem 38 anos, o Brasil permanece sendo o maior produtor desta 
cultura, resultando na safra 2016/2017, a produção de 245,31 milhões de caixas, 
segundo dados do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) nas regiões de São 
Paulo e Minas Gerais. Além disso, vem contribuindo com a formação de empregos 
diretos e indiretos. 
13 
 
 
Atualmente, o país detém a maior parte da produção mundial de suco cítrico 
exportando 98% de sua produção para países como: Estados Unidos, União Europeia, 
Japão e outros 45 países. No entanto, a exportação de frutos in natura é baixa e 
somada a comercialização interna, corresponde a cerca de 30% da produção NEVES 
et al. (2010). 
 
2.1.4. Principais doenças e pragas dos Citros 
A cultura dos citros está inclusa dentre as culturas das quais sofrem 
constantemente com o ataque de pragas e doenças sendo causadoras de danos 
diretos e indiretos consequentemente, nos últimos anos a mesma vem sofrendo 
inúmeras perdas econômicas devido a esse fator. Dessa forma, requer a utilização de 
produtos denominados defensivos agrícolas, para que hajam de forma a combater o 
ataque de insetos, patógenos e ácaros e amenizar os prejuízos econômicos 
ocasionados por esses indivíduos evitando que os mesmos transmitam agentes 
patogênicos para as plantas (PARRA et al., 2003 apud PINTO, 2016). 
Os agentes causadores de doenças, tem contribuído constantemente para a 
erradicação de grandes quantidades de plantas cítricas sendo aproximadamente 40 
milhões de plantas, nas últimas décadas. Com isso, elevando o índice de plantas 
doentes sendo anteriormente de cerca de 4%, atingindo aproximadamente 7,5%. 
Favorecendo também percas elevadas na produtividade. Dentre os principais agentes 
causadores de patologias o psilídeo (Diaphorina citri), responsável por injetar 
substâncias nocivas as plantas e principalmente por agir de forma vagarosa, porém, 
altamente destrutiva (NEVES et al., 2010 apud PINTO, 2016). 
Esses agentes recebem relevância devido aos danos ocasionados às plantas. 
Os organismos denominados ácaros possuem como principal característica, a 
transmissão de vírus, os mesmos usufruem de seu tamanho reduzido, passando 
muitas vezes despercebidos em vegetais. A Leprose, por exemplo, emerge-se através 
da ação do vírus (Citrus leprosis vírus) e transmitida pelo ácaro Brevipalpus phoenics 
do qual contribui de forma negativa ocasionando em percas na produção ereduzindo 
consideravelmente a vida útil das plantas. Há também outros ácaros dos quais 
também são considerados importantes nesta cultura, entre os mesmos podemos citar: 
ácaro-purpúreo, ácaro-mexicano, ácaro-branco e ácaro-texano. Alguns insetos de 
ordem Diptera também são conhecidos popularmente por causar danos 
14 
 
 
constantemente, sendo inclusos entre os mesmos, Ceratitis capitata, Neosilba spp., 
A. Obliqua e Anaestrepha fraterculus. A forma jovem deste agente age de forma a 
consumir o endocarpo do fruto, tornando o mesmo impróprio para consumo (PARRA 
et al., 2003 apud PINTO, 2016). 
Há também agentes da ordem Lepidóptera, comumente associados às 
enfermidades indiretas ocasionadas a cultura dos citros, a larva-minadora 
(Phyllocnistis citrella), por exemplo, é o responsável por afetar o limbo foliar, 
construindo galerias e fragilizando-as, torna as mesmas suscetíveis ao ataque 
secundário do Cancro Cítrico, sendo uma bactéria (Xanthomonas axonopodispv. citri) 
ocasionada e que afeta gravemente ramos e frutos. O bicho-furão (Ecdytolopha 
aurantiana) também é conhecido no Brasil, por ser causador de prejuízos diretos 
relacionados aos frutos, alimentando-se dos mesmos e excretando dejetos 
posteriormente, com isso resultando no apodrecimento destes, tornando-os 
inapropriados para o consumo e comércio. Além destes anteriormente mencionados 
também podemos citar as lagartas-das-folhas (Heraclides thoas brasiliensis, H. 
anchysiadescapys) como complemento aos insetos que de alguma forma agem de 
forma a contribuir negativamente à cultura (PARRA et al., 2003 apud PINTO, 2016). 
Há também outros vetores considerados importantes a cultura, dentre os 
mesmos podemos citar, P. cinerea, cochonilhas com carapaça Selenaspidus 
articulatus, Unaspis citri, Parlatoria ziziphi e as cochonilhas sem carapaça (Orthezia 
praelonga). Contudo, há algumas espécies de cochonilhas de carapaça das quais 
geram danos ocasionalmente, por exemplo, Pinnaspis aspidistrae, Chrysomphalus 
aonidum, Cornuaspis beckii, Pseudaonidia trilobitiformis, Insulaspis gloverri e 
Mycetaspispersonata. Também há cochonilhas sem carapaça sendo inclusas entre as 
mesmas: Icerya purchasi, I. brasiliensis, Coccusviridis, S. oleaeoleae, Saissetia 
coffeae, Pulvinaria sp, Planococcus citri causando efeitos nocivos aos pomares de 
citros (PARRA et al., 2003 apud PINTO, 2016). 
Segundo Parra (et al., 2003 apud PINTO, 2016), são abordadas como sendo 
significativas as pragas da ordem Curculionidae, Naupactus cervinus, Macropophora 
accentifer e Diploschema rotundicolle. As cigarrinhas dos citros causadoras da (CVC), 
15 
 
 
Oncometopia spp., Dilobopterus spp., Acrogonia spp. e Bucephalogonia spp., são 
relevantes assim como as outras. 
Notou-se que assim como o Huanglongbing (HLB), a Clorose Variegada dos 
citros, apresenta-se como sendo uma das principais doenças ocasionadas por 
bactérias a serem contagiosas em plantas cítricas no Brasil PINTO (2016). Com isso, 
havendo potencial destrutivo suficiente para dizimar pomares desta cultura em todo 
território nacional (YAMAMOTO et al., 2009 apud PINTO, 2016). 
 
2.2. Greening/ Huanglongbing 
2.2.1. Histórico da doença e cenário atual 
Segundo Filho, Barbosa e Nascimento (2009), o Huanglongbing (HLB), doença 
do dragão amarelo é conhecida mundialmente como sendo a mais severa 
comprometendo as plantas de citros. Recebe essa denominação devido a diversos 
fatores, entre eles, manejo amplo, disseminação veloz, contribuindo também de forma 
a causar danos impactando economicamente a cultura dos citros. 
 O mesmo foi detectado primeiramente na China, em meados de 1900 e aos 
poucos alastrou-se para países da Oceania e África. No século seguinte, houveram 
relatos da mesma no continente americano, em grandes países produtores, sendo o 
Brasil e Estados Unidos e nos respectivos estados de São Paulo e Flórida. No Brasil, 
a cidade de Araraquara (2004) foi a primeira a obter incidências desta doença, sendo 
que atualmente a mesma é amplamente encontrada no estado, fazendo parte de 
aproximadamente cem municípios produtores. 
 
2.2.2. Sintomatologia 
De acordo com Filho, Barbosa e Nascimento (2009), os sintomas podem ser 
observados em plantas de distintas fases podendo ser jovens ou em produção. As 
plantas comumente apresentam sinais em ramos, possuindo coloração amarelada 
variando para a tonalidade verde, desta forma, sendo irregulares (Figura 2: A e B). 
Gradativamente, o limbo foliar torna-se de formato irregular (Figura 1: A e B) ocorrendo 
posteriormente, a perca de folhas e também havendo a distribuição destes sintomas 
dos quais se alastram para outros ramos das plantas, ocorrendo em sua fase final à 
16 
 
 
morte de galhos (Figura 3: A e B). Os frutos apresentam sintomas similares 
comparados às folhas possuindo assimetria, coloração variando entre o verde e o 
amarelo, podendo também apresentar coloração cinza e fosca (Figura 4: A, B e C). 
No endocarpo do fruto observam-se deformações ao cortá-lo, assim como também há 
coloração alaranjada na região do pedúnculo (Figura 5: A). E também, nota-se na 
camada intermediária (mesocarpo) espessura maior do que o comum e sementessaltadas do endocarpo (parte correspondente ao interior do fruto) (Figura 5: B). 
 
 Figura 1. Principais sintomas ocasionados em plantas de citros. 
 
 Fonte: Francisco Ferraz Laranjeira (2009). 
 
 
17 
 
 
Figura 2. Principais sintomas ocasionados em plantas de citros. 
 
 Fonte: Francisco Ferraz Laranjeira (2009). Fonte: Fundecitrus (5: B [2009]). 
 
2.2.3. Agente causal 
Esta doença é ocasionada através da ação das bactérias agindo de forma 
limitada aos vasos condutores de floema (vasos responsáveis por conduzir a seiva 
elaborada em dutos vegetais), antes mesmo de serem detectadas no Brasil, havia 
duas bactérias causadoras da enfermidade, sendo Candidatus Liberibacter africanus 
e Candidatus Liberibacter asiaticus, de forma africana e asiática respectivamente. 
Desde sua primeira manifestação no Brasil foram encontrados casos da 
bactéria Candidatus Liberibacter americanus em pomares de citros. No entanto, 
atualmente encontram-se comumente plantas infectadas com a bactéria de origem 
asiática, pois devido a condições climáticas, o desenvolvimento deste agente torna-
se propenso de acordo com FILHO, BARBOSA E NASCIMENTO (2009). 
 
2.2.4. Manejo preventivo 
Conforme Filho, Barbosa e Nascimento (2009), o manejo preventivo consiste 
em um conjunto de métodos utilizados para que haja a prevenção e posteriormente a 
18 
 
 
redução de incidências desta doença, mantendo a mesma em nível equilibrado para 
melhor convivência. 
Dentre esses métodos estão inclusos: 
Inspeções frequentes em todas as plantas do pomar sendo em média 
realizadas quatro vezes ao ano, monitorando possíveis sintomas; 
Monitoramento dos níveis populacionais do inseto vetor, por meio de iscas 
adesivas, inserindo a mesma nos principais pontos, inclusive na borda de 
propriedades, devido a estas regiões estarem dentre as mais visadas pelo vetor da 
doença. E vistorias em plantas com brotações, principalmente, por receber 
populações deste agente em três etapas de sua vida (ovos, ninfas e adultos); 
Obtenção de mudas advindas de viveiros certificados, de acordo com a 
legislação fitossanitária, essa medida está entre as principais, pois a formação de uma 
planta de maneira correta é imprescindível para um bom ciclo vegetativo. 
 
2.3. Psilídeo - dos - Citros 
2.3.1. Ocorrência e flutuação populacional 
Segundo Da Graça (1991 apud Yamamoto et al., 2014), o psilídeo Diaphorina 
citri Kuwayama (Waterston) (Hemiptera: Liviidae), possui origem e ampla distribuição 
no continente asiático, havendo maiores incidências em países como, Indonésia, 
Nepal, África (Ilhas Reunião e Maurício), Arábia Saudita, Hong Kong, China, Índia e 
Tailândia. 
Conforme relatado por Cermeli et al. (2000), o inseto foi encontrado no Brasil 
em 1942 e registrado por Costa Lima. Devido a não haver conhecimento a respeito 
da ação do mesmo, não houve a devida cautela. Com isso, nas décadas seguintes, 
foram registrados aumentos populacionais, seguidos da distribuição por diversas 
regiões situando-se em países como, Argentina em 1997, Caribe e Américas, região 
sul da Flórida em 1998, Bahamas e Venezuela em 1999. 
De acordo com Catling (1970), fatores como a umidade relativa do ar e clima 
com temperaturas acima de 34ºC e abaixo de 2,5ºC impedem o crescimento dos 
19 
 
 
insetos, assim como o excesso de chuvas, ocasionando na diminuição da flutuação 
populacional dos mesmos. 
Em pomares cítricos do norte do estado de São Paulo, as estações de 
primavera e verão, proporcionam maiores incidências deste inseto, em razão dos 
fluxos vegetativos das plantas cítricas serem intensificados após o período chuvoso e 
desta forma atraindo os mesmos. Em contrapartida, no outono e inverno, assim como 
na ausência de hospedeiros a população é decrescida devido às plantas 
possivelmente apresentarem menor desenvolvimento vegetativo (YAMAMOTO et al., 
2001). 
 
2.3.2. Morfologia 
O psilídeo (Diaphorina citri) obteve registros em citros na região de Shinchiku 
Taiwan, 1907, em meados de 1900. Segundo relatos, há cerca de seis espécies do 
inseto relacionadas às plantas de citros, assim como também em plantas da família 
Rutaceae, desta forma, foram mencionadas 21 espécies de plantas hospedeiras, 
havendo apenas em algumas a realização de seu desenvolvimento completo de ovo 
a adulto (PARRA et al., 2010 apud PINTO, 2016). 
Os mesmos possuem dentre suas características principais, o aparelho 
sugador sendo responsável por ingerir os vasos condutores e pernas adaptadas para 
a realização de saltos entre as plantas, ocorrendo de forma natural. Os insetos adultos 
possuem aproximadamente dois a quatro milímetros de comprimento, possuindo em 
sua constituição física a coloração marrom, asas de formato levemente largo na região 
intermediária ao ápice, antenas com coloração preta no topo e manchas de cor 
marrom entre os segmentos, além disso, possuem excreções similares ao pó 
(AUBERT, 1987 apud PINTO, 2016). 
Os insetos se localizam em angulação de 45º em relação à base a qual se 
encontram (MEAD, 2002 apud PINTO, 2016). Seus ovos apresentam 
aproximadamente 0,31 mm de altura e 0,14 mm de largura. (TSAI; LIU, 2000 apud 
PINTO, 2016). Possui formato alargado na extremidade e levemente arredondados 
na região central, além disso, apresentam coloração amarelo claro inicialmente, 
tornando-se gradativamente amarelo-alaranjado. Os mesmos são ovipositados na 
região vertical de folhas e ramos (MEAD, 2002 apud PINTO, 2016). 
20 
 
 
Conforme relatado por Pinto (2016) ninfas possui cinco fases de 
desenvolvimento apresentando variações entre colorações sendo inicialmente bege e 
tornando-se escuras gradativamente. Seu tamanho inicia-se com cerca de 0,3 mm de 
comprimento por 0,17 mm de largura. No segundo instar possui proporções de 0,45 
mm x 0,25 mm, nas terceiras e quartas fases 0,74 mm x 0,43 mm, assim como 1,01 
mm x 0,7 mm respectivamente. Por fim, no último instar apresentam dimensões de 
1,6 x 1,02 mm. 
 
2.3.3. Hospedeiro 
Segundo Parra et al., (2010 apud PINTO, 2016) o psilídeo (D. citri), obteve 
relatos em 1975 em murta [Murraya paniculata (L.)]. Essa planta de origem asiática é 
pertencente à mesma família das plantas cítricas (Rutaceae), conhecida 
popularmente como murta-de-cheiro é utilizada comumente em vias urbanas seja de 
forma ornamental ou como cerca-viva. No Brasil a mesma é considerada como sendo 
uma das mais palatáveis pelo psilídeo (D. citri). 
Segundo estudos realizados por Navas et al. (2007 apud Parra et al. 2010), os 
psilídeos realizam seu ciclo com maior eficiência nestas plantas, ovipositando em 
média 348,4 ovos. 
Estes insetos possuem como dentro caraterísticas a capacidade de se 
locomover por pequenas distâncias com isso, se deslocam através das plantas de 
citros para as murtas e vice-versa, principalmente quando ameaçados através de 
pulverizações, com isso abrigando-se em outras plantas hospedeiras. 
Com isso, foram sancionadas leis presentes em diversos estados brasileiros 
para que haja a proibição e erradicação destas plantas, desta forma mitigando essa 
ligação existente entre hospedeiros e plantas cítricas das quais contribuem causando 
danos à plantação. 
 
2.3.4. Ovos 
Os ovos do inseto Diaphorina citri possuem coloração amarelo alaranjado e são 
ovipositados com maior intensidade em brotações, contudo, havendo a ausência do 
mesmo, são adicionados em folhas maduras (PARRA et al., 2010 apud PINTO, 2016). 
21 
 
 
Pinto (2016), afirma que a quantidade de ovos das fêmeas possui oscilações. 
Segundo Huang (1990 apud PINTO, 2016), o valor é estimado em aproximadamente1.900 ovos havendo quantidade média entre 630 e 1.230 ovos. Com isso, segundo 
Tsai e Liu (2000 apud PINTO, 2016) a média é de 800 ovos 
A uma temperatura de 15 a 28°C o período de incubação dos ovos variou de 3 
a 10 dias. Em estudos realizados, foram comprovados que em plantas como o limão 
áspero (Citrus jambhiri) tanto a numeração de posturas quanto a quantidade de ovos 
por fêmea ocorreram à obtenção de variações sendo de 572 a 818. Enquanto que em 
variedades cítricas azedas (Citrus aurantium), murta (Murraya paniculata) e em 
toranjas (Citrus paradisi), as numerações também variaram sendo em média 613 a 
1.378 (PARRA et al., 2010 apud PINTO, 2016). 
 
2.3.5. Ninfas 
Quase não se movem, ficam a maior parte do tempo se alimentando e 
agregadas entre o limbo foliar e o pecíolo (TSAI; LIU, 2000 apud PINTO, 2016). 
Quando são perturbadas ou ameaçadas movem-se rapidamente. Após se agruparem, 
o acúmulo de fluídos adocicados (“honeydew”) são excretados pelo abdome podendo 
acarretar fungos oportunistas, que formam a fumagina (Capnodium elaeophilum) 
afetando o processo de fotossíntese da planta hospedeira, danificando ou até secando 
a estrutura vegetal da mesma (MEAD, 2002 apud PINTO, 2016). 
Segundo Pinto (2016), os instares das ninfas oscilam conforme a temperatura, 
quando quentes variam de 16 a 18 dias, em contrapartida quando há temperaturas 
mais frias ocorrem em aproximadamente 45 dias. Estudos realizados por Tsai e Liu 
(2000 apud PINTO, 2016) demonstraram que um dos fatores decorrentes da variação 
deste período é justamente a utilização de diferentes hospedeiros pelas ninfas do 
psilídeo. No caso dos pés de toranja (C. paradisi) o período foi de aproximadamente 
12 a 13 dias, já em outras variedades cítricas azedas (Citrus aurantium) ou em murtas 
(M. paniculata) foram de aproximadamente 12 a 14 dias respectivamente. 
De acordo com Parra et al., (2010 apud PINTO, 2016) em relação ao período 
de desenvolvimento em plantas como, limão cravo (Citrus limonia), tangerina Sunki 
(Citrus sunki) e Murta (M. paniculata) não foram afetados, com o período de 18 dias 
nestes hospedeiros, os mesmos autores relatam que os hospedeiros não possuem 
22 
 
 
relação ao ato sexual do inseto. Conforme mencionado por Tsai e Liu (2000 apud 
PINTO, 2016) o tempo de desenvolvimento de ovo a adulto obteve variações 
conforme o hospedeiro, sendo de 16 a 18 dias em plantas como, toranja (C. paradisi), 
murta (M. paniculata), cítricos – azedos (C. aurantium) e limão áspero (C. jambhiri). 
Parra et al., (2010 apud PINTO, 2016), afirma que quanto a viabilidade, obteve-se 
resultados negativos assim como também houve o aumento no número de 
mortalidade deste inseto na fase ninfal sendo de aproximadamente 45%, com isso a 
tangerina Sunki (Citrus sunki) apresentou-se como sendo um hospedeiro inapropriado 
para o inseto. 
Nas fases de ninfa e adultos, esses insetos se alimentam através da sucção 
contínua da seiva bruta e elaborada, com isso injetando substâncias, as quais após 
um determinado período apresentam sintomas nas plantas adoecendo-as 
gradativamente com isso, debilitando-as posteriormente (SANCHES et al., 2009 apud 
PINTO, 2016). 
 
2.3.6. Adultos 
As plantas jovens apresentam constantes crescimentos vegetativos, com isso 
obtendo a presença de diversas brotações, sendo atrativas para os insetos da espécie 
(Diaphorina citri). Desta forma, tornando-se suscetíveis a oviposição dos insetos 
próximo ao ápice do limbo foliar (TSAI E LIU, 2000 apud PINTO, 2016). Segundo 
Skelley e Hoy (2004 apud PINTO, 2016), havendo a avaliação de adultos em murtas 
(Murraya paniculata) os mesmos obtiveram a ocupação 95% das brotações desta 
forma, gerando o surgimento de novas ninfas do inseto. 
O período que antecede a oviposição é de cerca de 10 dias e a longevidade da 
fêmea é maior em comparação aos machos realizando a ovação na faixa de dez dias 
de vida (PARRA et al., 2010 apud PINTO, 2016). De acordo com Pinto (2016), 
apresentam cerca de 10 formações anualmente. 
De acordo com Yasuda et al., (2005 apud PINTO, 2016), os psilídeos adultos 
podem se dispersar por toda a planta. Segundo Parra et al., (2010 apud PINTO, 2016), 
os mesmos ficam alojados principalmente nos ramos em formação, se alimentando 
de folhas maduras, contudo seus ovos e ninfas preferem se alojar nas brotações da 
parte apical. Conforme mencionado por Tsai et al., (1984 apud PINTO, 2016), as 
23 
 
 
maiores incidências de psilídeo adultos estão localizadas em regiões como: nervura 
central das folhas (43%), nos pecíolos (31%), na margem foliar (24%) e o talo sendo 
aproximadamente (<2%). 
Segundo Pinto (2016), a idade afeta o comportamento de insetos adultos, 
assim como a temperatura do ambiente. Os recém-emergidos se alojam na superfície 
abaxial (inferior) das folhas e não caem ou voam quando a folha onde eles estão 
localizados movimenta-se. Em períodos reprodutivos e os quais ocorrem maturações, 
seu comportamento é amplamente dispersivo, voando ou saltando pequenas 
distâncias. No inverno o comportamento desconcentrado, é trocado pelo 
comportamento em aglomerados, principalmente na superfície abaxial (inferior) das 
folhas. Xu (1988 apud PINTO, 2016), afirma que quando a temperatura está abaixo 
de 8°C os adultos se tornam inativos retornando as atividades quando elevar-se a 
11°C. Desta forma, havendo o aumento gradativo da temperatura atingindo de 24 a 
29°C, insetos pertencentes a estes instares se tornam agitados, movimentando-se 
freneticamente. 
Em período de oviposição as fêmeas suavizam seus movimentos e não voam, 
ficando alojadas em brotações (SKELLEY e HOY, 2004 apud PINTO, 2016). Aubert 
(1987 apud PINTO, 2016), afirma que a preferência das fêmeas são as brotações, 
porém, na ausência das mesmas não deixarão de se alimentar com ramos maduros 
e em folhas. Havendo alimentos disponíveis, os insetos podem viver cerca de 80 a 90 
dias. 
Conforme observado por Tsai e Liu (2000 apud PINTO, 2016), o período de 
vida das fêmeas pode variar de 54 a 66 dias dependendo do hospedeiro a ser 
utilizado. Plantas como o limão áspero (C. jambhiri) por exemplo, proporcionam 
aproximadamente 66 dias de vida as progenitoras. Segundo Liu e Tsai (2000 apud 
PINTO, 2016), a temperatura é um importante fator levando em conta que a 
longevidade das fêmeas possui oscilações, em temperaturas mais frias seu período 
de vida é menor enquanto que em situações inversas (quentes), sua longevidade é 
ligeiramente maior. O período gestacional também é influenciado nessas condições, 
podendo ocasionar cerca de dez procriações ao ano. 
 
 
 
24 
 
 
Figura 3. Psilídeo adulto e indivíduos jovens desse inseto, chamados de ninfas. 
 
 Fonte: Henrique Santos (Fundecitrus). 
 
2.4. Controle químico 
2.4.1. Metodologia 
Conforme o art. 2º, da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989: 
a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, 
destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e 
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de 
florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de 
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a 
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa 
de seres vivos considerados nocivos. (BRASIL, 1989, p. 1). 
 
b) “substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, 
dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.” 
(BRASIL, 1989, p. 1). 
 
2.4.2. Tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários 
De acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (2017), consiste no emprego 
de métodos relacionados ao controlequímico, desta forma tornando o manejo 
25 
 
 
eficiente no combate ao alvo biológico, rentável economicamente e em níveis 
adequados para que não afetem o meio ambiente. 
Para a realização deste manejo é necessário primeiramente que haja 
conhecimento a respeito dos fatores dos quais podem interferir em pulverizações (alvo 
biológico, alvo químico, máquina, momento ideal de aplicação, condições ambientais, 
etc), para que desta forma não ocorram futuros imprevistos a respeito deste manejo. 
Incluso neste é fundamental que haja a regulação adequada quanto à rotação de 
trabalho na tomada de potência do trator sendo empregadas comumente 540 rpm 
(rotações por minuto) na tomada de potência, caso haja a alteração inferior ou superior 
a essa, poderão ocorrer alterações relacionadas ao volume de ar gerado pela turbina, 
variações envolvendo a vazão efetiva da bomba de pulverização e também problemas 
envolvendo a agitação mecânica e hidráulica da calda de pulverização. 
Os filtros contidos em pulverizadores devem também possuir adequações 
relacionadas às malhas utilizadas sendo empregados 50 orifícios em uma polegada 
linear, pois quando maiores podem reter impurezas que passam pelas pontas, 
inclusive produtos, enquanto que filtros contendo malhas grossas podem fazer 
comque impurezas sejam facilmente transpassadas, com isso podendo acarretar 
posteriormente em possíveis entupimentos, deve-se realizar a padronização a 
respeito destes objetos. 
Quanto aos bicos a serem utilizados, o correto é atentar-se quanto à vazão 
necessária e também ao tamanho da gota a ser empregada. Normalmente em citros, 
utiliza-se 150 μm (micrômetros), pois ao serem empregados bicos com vazões 
possuindo gotas inferiores a estas se tornam alvo de possíveis derivas ocasionadas 
através do vento e que ocasionam aspersões dos produtos dessa forma desviando de 
seu alvo. Enquanto que gotas superiores a estas anteriormente mencionadas 
possuem maiores infiltrações em plantas de citros, porém podem ocasionar 
escorrimentos externamente nas árvores cítricas. Para a realização da limpeza, 
sãofundamentais que sejam utilizadas escovas possuindo cerdas de nylon, pois as 
mesmas se tornam desgastadas somente no ato de fricção. 
Assim como também, é necessário que haja observações em relação à vazão 
dos bicos, pois ultrapassando 10%, tornam-se impróprios, exigindo reposição dos 
mesmos. Aliados a estes está a posição dos pulverizadores, pois quanto mais 
próximos ao centro da planta, mais eficiente tornam-se, é importante atentar-se na 
26 
 
 
faixa de aplicação, observando se a mesma atingirá o ponto de cruzarem entre si e 
cobrirem aproximadamente a metade da distância entre o pulverizador e a planta. 
O manômetro também é um componente essencial para a obtenção de uma 
pulverização adequada, pois deve haver escolha criteriosa quanto as mesmas que 
poderão ser utilizadas, sendo inclusa a pressão de 100 a 200 (psi), alinhando-se com 
o manômetro a ser posteriormente utilizado, podendo pertencer à faixa de 0 a 300 ou 
de 0 a 500 (psi) de pressão. 
Em relação à velocidade, os pulverizadores devem se locomover conforme o 
agente biológico do qual age danificando as plantas, ou seja, sendo um alvo de fácil 
percepção poderão ser utilizadas velocidades moderadas, sendo em torno de 7,0 
Km/h para agentes como o psilídeo dos citros (Diaphorina citri) e também a podridão 
floral, em contrapartida enfermidades como a Leprose, por exemplo, devem ser 
tratadas de maneira vagarosa, pois são alvos difíceis de serem localizados. 
A climatologia é um fator do qual age diretamente aliado as pulverizações, pois 
havendo condições favoráveis há maior eficiência, atendendo as expectativas do 
aplicador, desta forma tornando-se um meio rentável ao produtor do qual será 
beneficiado. A umidade relativa do ar deve ser de aproximadamente 55%, velocidade 
do vento de 10 Km/h e temperaturas em torno de 30ºC. 
A calibração do pulverizador é fundamental para que haja uniformidade e 
também para agregar em relação ao custo econômico contribuindo de forma eficaz 
para o cumprimento do planejamento em relação a aplicação de produtos 
fitossanitários. 
Para a obtenção do volume de calda a ser preparado deve também ser 
observado fatores como, largura, espaçamento entre plantas e linhas, assim como 
também sua altura, desta forma racionalizando e delimitando a calda para a aplicação. 
Por fim, a segurança na aplicação deve ser visada desde o planejamento da 
mesma, pois para que não sejam proporcionados riscos aos trabalhadores devem ser 
utilizados EPI’s de qualidade e conforme as exigências da NR (31) do Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE). Quanto aos produtos fitossanitários, deve-se observar 
atentamente os rótulos, atendendo as normas da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa) do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e 
do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, órgãos dos quais estão encarregados de 
proporcionar sanidade no momento da realização de aplicações defensivos agrícolas. 
27 
 
 
Os papéis hidrossensíveis poderão ser utilizados também para a análise a 
respeito da eficiência na aplicação de defensivos agrícolas, pois estes são sensíveis 
a água, com isso, durante o ato de pulverizaçãoao entrarem em contato com a mesma, 
são marcadas por pequenas manchas evidenciando a qualidade da pulverização de 
acordo com o alvo pretendido. 
Coletivamente, estes métodos anteriormente mencionados servem para 
manter a citricultura em bons níveis, evitando desperdícios e utilizando os produtos 
de maneira racional estaremos contribuindo com o meio ambiente e racionalizando a 
quantidade de água empregada em pulverizações. 
 
2.4.3. Aspectos favoráveis e contrários 
A respeito da inserção dos defensivos agrícolas na cadeia vegetal, é de 
extrema importância que os mesmos sejam empregados de maneira responsável, 
pois quando utilizados inadequadamente, poderão causar uma série de prejuízos ao 
meio ambiente, dentre os mesmos podemos citar contaminações de recursos hídricos, 
ocasionando no desequilíbrio ambiental e ainda, colaborando para o surgimento de 
inúmeras enfermidades, já que seus resíduos poderão ser alastrados, ocasionando 
posteriormente, a contaminação de diversos seres vivos. Além disso, quando os 
pesticidas são utilizados de maneira contínua, sem distinção, poderão corroborar 
fornecendo resistência aos insetos-alvo, desta forma, contribuindo inversamente ao 
planejamento inicial, dificultando o manejo dos vetores e tornando os ataques destes 
cada vez mais severos. Em relação aos aspectos favoráveis podemos citar o manejo 
eficiente para combater pragas e doenças em lavouras agrícolas, desta forma, 
beneficiando a produção e também contribuindo para a formação de plantas sadias. 
Em suma, possuem dois lados, mas quando utilizados de maneira responsável 
poderão agregar positivamente para a agricultura brasileira e principalmente para a 
evolução do setor citrícola nacional (AGROTÓXICOS, 2017). 
 
 
 
 
28 
 
 
2.5. Manejo sustentável 
2.5.1. Controle biológico 
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Milho 
e Sorgo e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Cruz; Valicente, 
Brasília DF, 2015, p. 204), o controle biológico é um método do qual consiste na 
diminuição de determinadas populações de agentes nocivos de maneira natural. Isto 
é, o mesmo é empregado com a ideologia de proporcionar harmonia ao meio ambiente 
assim como também para os seres vivos ali presentes. Dessa forma, são realizadas 
manipulações e posteriormente inserções de inimigos naturais aplicados pelo homem 
para a concretizaçãodo chamado controle biológico de pragas ocorrendo o mesmo 
de forma natural. Os agentes responsáveis por essa ação são conhecidos como 
inimigos naturais e são classificados como parasitoides, patógenos e 
predadores,conhecidos como sendo benéficos, pois agem de forma a proporcionar 
melhores condições para a mantença e preservação da fauna e flora. 
 
2.5.2. Inseticida microbiológico 
O Challenger é um inseticida biológico criado pela Koppert, do qual tem por 
finalidade o controle de agentes nocivos às lavouras citrícolas, desta forma, podendo 
ser empregado dentre os componentes do M.I.P. De acordo com seu grau de toxidade, 
esse produto enquadra-se em medianamente tóxico. 
A aplicação do mesmo poderá ser realizada através de turbo pulverizadores ou 
por meio de pulverizadores em barras, devendo haver planejamento a respeito do 
volume de calda necessário para cobrir plantas e insetos eficientemente. Após 
arealização da pulverização os conídios advindos do fungo entomopatogênico Isaria 
fumosorosea unem-se junto ao tegumento do inseto-alvo, realizando gradativamente 
sua ação. Há inicialmente a germinação de conídios advindos através de produção 
coincidente a respeito de um conjunto de enzimas das quais agem posteriormente 
deteriorando o inseto. Após ser introduzido interiormente no inseto, dão continuidade 
ao processo anteriormente mencionado, corroborando para a morte e também para o 
surgimento de substâncias externamente junto ao corpo do inseto. 
Devido ao fungo ser particularmente entomopatogênico age em distintos 
estágios de vida dos insetos podendo ocorrer nas fases de ninfa a adultos. 
29 
 
 
A criação do mesmo vem corroborando para o controle de diversos insetos, 
especialmente na citricultura no manejo do psilídeo (Diaphorina citri), podendo agir 
paralelamente ao uso de produtos fitossanitários inclusos no sistema PIC (Produção 
Integrada de Citros), reduzindo consideravelmente a utilização destes produtos e 
também associados à utilização do parasitoide Tamarixia radiata, não afetando este 
e também a outros insetos contribuintes para o auxílio ao combate de agentes nocivos 
e similarmente, aos melíferos (CHALLENGER, 2018). 
 
2.6. Parasitoide (Tamarixia radiata) 
2.6.1. Origem e distribuição geográfica 
Segundo (Wikipédia, 2018), o parasitoide (Tamarixia radiata) é um inseto, o 
mesmo foi descoberto na década de 1920, no continente Asiático, mais precisamente, 
na região noroeste da Índia, atual Paquistão. A mesma foi inicialmente descrita em 
1922 como Tetrastichus radiatus através do entomologista britânico James Waterston 
por meio de amostras coletadas em 1921 na região anteriormente mencionada. A 
faixa populacional do parasitoide estende-se a partir do lêmen, Arábia Saudita, na 
região noroeste da China e na Indonésia, região leste. Desde sua comprovação como 
inimigo natural do psilídeo (Diaphorina citri), o parasitoide obteve rápida dispersão 
sendo introduzido ou propagado para países como Brasil, Guadalupe, Argentina, 
Maurício, México, Taiwan, Filipinas, Porto Rico, Vietnã e Estados Unidos. 
 
2.6.2. Biologia 
De acordo com Aubert et al., (1984, apud TORRES, 2009), é um 
endoparasitoide específico do Diaphorina citri. As fêmeas parasitam as ninfas no 
quinto instar enquanto se alimentam, podendo realizar sua reprodução por meio da 
partenogênese arrenótoca. Uma única fêmea pode destruir até 600 ninfas do psilídeo 
durante seu ciclo de vida (CHIEN; CHU, 1996 apud TORRES, 2009). 
Seu desenvolvimento depende diretamente da alimentação e do clima 
proporcionados, em temperaturas constantes entre 20°C e 30°C, seu período de 
desenvolvimento é diminuído com o incremento térmico sendo de 17 dias a 20°C e de 
8 dias a 30°C. Sua metamorfose de ovo para pupa é seriamente afetada por variações 
30 
 
 
térmicas (FAUVERGUE; QUILICI, 1991 apud TORRES, 2009). Quando tornam – se 
adultos, emergem através de um orifício escavado na região do tórax do psilídeo 
estando mumificado (FAUVERGUE; QUILICI, 1991 apud TORRES, 2009). O aumento 
térmico interfere em seu período de vida (FAUVERGUE; QUILICI, 1991 apud 
TORRES, 2009). 
Conforme descrito por Quilici, Joulain e Manikom (1992 apud TORRES, 2009), 
o ciclo de vida do macho é ligeiramente menor que o da fêmea. Estudos realizados 
pelos autores anteriormente mencionados demonstram que adultos alimentados com 
mel têm seu ciclo de vida maior que os insetos que são oferecidos somente água ou 
que não se alimentam, fatores dos quais favorecem para um curto período de vida. 
O acasalamento do parasitoide (Tamarixia radiata) ocorre dois ou três dias 
após se tornarem adultos. As temperaturas ideais para a oviposição são de 
aproximadamente 25 a 30°C, as fêmeas podem colocar aproximadamente 300 ovos 
por ciclo (HOY; NGUYEN; JEYAPRAKASH, 1999 apud TORRES, 2009). Em 
condições laboratoriais o número de psilídeos mumificados variam de 115 a 230 e 
conforme Quilici, Joulain e Manikom (1992 apud TORRES, 2009), as fêmeas são 
predominantes em relação aos machos, aproximadamente 66-68% superiores. 
Segundo Fauvergue e Quilici (1991 apud TORRES, 2009), a oviposição do 
parasitoide (Tamarixia radiata) é feita na parte ventral das ninfas do psilídeo 
(Diaphorina citri), preferencialmente no terceiro e quinto instar, que ao se tornarem 
larvas sugam a hemolinfa do hospedeiro mumificando-a. Os excrementos 
mumificados das ninfas do psilídeo são fixados na superfície da planta como um 
mecanismo de proteção para a pupa (forma jovem da Tamarixia radiata). 
De acordo com (Wikipédia, 2018), os parasitoides (Tamarixia radiata) passam 
por quatro fases de desenvolvimento, atingindo na última aproximadamente 14 mm. 
de comprimento e 0,59 mm. de largura. 
Em ambos os sexos, a cabeça e o tórax são de cor preta e possuem brilho. 
Regiões como: porção dorsal e lateral posterior dos segmentos gástricos é de cor 
preta e o orifício é um remendo sobre o gesso dorsal anterior. Possui variação entre 
as cores bege e amarelada e por último, as pernas possuem coloração branca. 
Há poucas distinções em relação ao sexo dos insetos. Os machos são 
minimamente menores do que as fêmeas quando se trata de comprimento e extensão 
31 
 
 
de asas, além disso, os machos possuem cor escura no abdome. Suas antenas 
também possuem algumas alteridades sendo com cerdas compridas e leve 
encurvamento, enquanto as fêmeas possuem cerdas reduzidas. 
 
2.6.3. Processo de criação 
As vespas (Tamarixia radiata) são criadas em biolaboratórios, processo do qual 
foi desenvolvido inicialmente pela ESALQ (USP) com apoio do Fundecitrus (Fundo de 
Defesa da Citricultura). O principal objetivo da criação de biofábricas é a multiplicação 
de inimigos naturais do psilídeo (Diaphorina citri), dos quais não afetem o ambiente 
em que forem liberados, como pomares abandonados, terrenos baldios e pomares 
onde não são realizadas aplicações de produtos químicos. 
A criação de parasitoides podem atingir cerca de 100.000 mil insetos por mês. 
Para que a criação seja realizada é necessário que tenham dois telados separados, 
sendo um para a reposição de murtas (planta hospedeira do psilídeo) e o outro em 
uma sala com 70 m². 
Sua criação é possível através de pomares de citros e murtas, cujas mudas são 
mantidas em telados com constante irrigação e adubação, diariamente são podadas 
cerca de 120 a 130 mudas, para que haja brotações ideais para a oviposição dos 
psilídeos. Nesta fase as plantas são colocadas em uma espécie de gaiola, onde são 
liberados 50 psilídeos por planta para que ocorra a oviposição. Quando as ninfas 
atingem a fase ideal para o parasitismo, são transferidas para as salas de criação do 
parasitoide e são colocadas em gaiolascujos telados são transparentes, então as 
vespas (Tamarixia radiata) são colocadas nas gaiolas em uma base de um para cada 
dez ninfas. Cerca de dez dias após a liberação, os ramos contendo as ninfas 
parasitadas são transferidas para caixas de emergência de 40x40x50 cm de madeira, 
são pintadas de preto e totalmente vedadas, em sua abertura é adicionado um frasco 
de vidro contendo uma mistura de mel e pólen para que se alimentem, dentre um a 
dois dias os parasitoides emergem atraídos pela luz vinda do frasco e são coletados 
com auxílio de colhedores elétricos ou manuais. Cerca de 80% dos adultos são 
destinados a liberação em campo enquanto o restante é destinado a procriação. 
32 
 
 
Ao final do processo, as mudas são pulverizadas com detergente neutro 10% 
para higienização. Após esse processo as mudas são retornadas para as estufas, 
para a realização de novos ciclos (FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA, 2015). 
 
Figura 4. Processo de Criação da Tamarixia radiata. 
 
Fonte: Ana Carolina Pires Veiga, 2018. 
 
2.6.4. Modo de ação no controle biológico 
O inseto Tamarixia radiata age no controle do psilídeo (Diaphorina citri). Para a 
realização deste método, os mesmos buscam ninfas de terceiro e quinto instares, 
preferencialmente, desta forma, perfuram seu tórax e injetam seus ovos. Neste orifício 
serão posteriormente eclodidas larvas das quais se alimentaram dos insetos e 
utilizaram seu corpo como escudo para proteção e desenvolvimento gradativamente, 
atingindo no final de seu ciclo a fase adulta, sairão desta ninfa, a qual secará e se 
tornará mumificada conforme a decorrência de fatores naturais (FUNDECITRUS, 
2015). 
33 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a abordagem relacionada à 
cultura dos citros, assim como também, as enfermidades ocasionadas ao mesmo 
sendo direcionado principalmente ao Greening/Huanglongbing. Referente à 
enfermidade notou-se que ainda não estão disponíveis medidas para erradicá-la, 
contudo, há a inserção da profilaxia auxiliando nesta. 
Com base nas informações constatadas, a ação do inseto ocorre de maneira 
gradativa, porém, altamente destrutiva, afetando a saúde de todas as plantas de 
citros, consequentemente gerando grandes impactos econômicos, pois agem 
diretamente nos frutos tornando-os impróprios para o consumo já que o nível de 
acidez é elevado substancialmente devido ao amadurecimento não ter sido efetivado. 
A partir do momento que são constatados os sintomas nas plantas, é preciso que haja 
a erradicação como método preventivo, desta forma, sendo evitada a disseminação 
das bactérias provenientes destas plantas infectadas. 
Evidenciou-se também que incluso no manejo da enfermidade são utilizados 
produtos químicos, dos quais são inseridos de maneira comum e que quando aliadas 
a utilização exacerbada e de forma monótona poderão contribuir para que os insetos 
adquiram resistência, e de forma a causar prejuízos relacionados ao meio ambiente. 
Em contraste a este cenário, nos dias atuais o controle biológico de pragas com o 
parasitoide Tamarixia radiata vem sendo empregado em pequenos pomares, contudo, 
contribuindo para o setor como um todo, eliminando focos do psilídeo (Diaphorina citri) 
em pequenos pomares evitando que haja o alastramento destes insetos. Este é um 
método ecológico do qual poderá contribuir seriamente no avanço da citricultura, 
entretanto, é necessário ainda que sejam realizadas pesquisas para o aprimoramento 
do manejo conciliado a utilização de inseticidas biológicos possuindo a mesma 
finalidade fazendo com que estes ajam em nível posterior tornando o vetor 
enfraquecido, desta forma, contribuindo para o avanço da cadeia citrícola nacional e 
internacional já que o Greening/Huanglongbing é um problema presente em todas as 
plantas da categoria. 
34 
 
 
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