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Resumo aula 1

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Aula 1 
Ciência como construção 
Os iluministas acreditavam que era possível conter todo o saber em uma enciclopédia, mas sabemos que ele nunca coube tampouco caberá em um conjunto de livros – principalmente se considerarmos o surgimento da internet.
Para que possamos construir conhecimento, precisamos nos valer de algum método, de um lugar pelo qual vamos transitar, com indicações, marcações, estratégias, enfim, tudo devidamente registrado para futuras consultas.
Quando falamos em metodologia científica, estamos pensando em estudar o método, isto é, os caminhos traçados em determinada pesquisa para que os resultados sejam entendidos.
A partir desse momento, podemos, então:
	Generalizar (ou não) os resultados;
	Compreender os procedimentos de análise;
	Repetir os passos do experimento e dos achados, revalidando os dados ou refutando-os.
Tipos de conhecimento
Antes de nos aprofundarmos sobre o estudo do método científico para fins de construção do conhecimento, vamos identificar, primeiro, os tipos de saberes com os quais lidamos todos os dias. Para começar, precisamos entender que conhecer é um processo que não ocorre de forma imediata. O sujeito cognoscente – aquele que conhece – se apropria do objeto, que, nesse momento, passa a ser apreendido. Ao produzirmos conhecimento, mobilizamos nossos sentidos e nossas capacidades intelectuais, processando, de alguma forma, as informações absorvidas. Essas sensações são transformadas por nosso intelecto em ideias, reconstruindo as realidades com as quais lidamos e construindo outras tantas.
Como afirma Rampazzo (2013, p. 18. Grifo do autor):
“[...] a complexidade do real, objeto do conhecimento, ditará, necessariamente, formas diferentes de apropriação por parte do sujeito cognoscente. Essas formas darão os diversos níveis de conhecimento [...]”.
De acordo com o autor, de forma didática, o conhecimento pode ser estruturado e organizado nos seguintes níveis:
Popular ou do senso comum;
Científico;
Filosófico;
Teológico.
Conhecimento popular ou senso comum
O conhecimento popular ou do senso comum é aquele construído no dia a dia, em nosso cotidiano.
Por isso, também é conhecido como conhecimento empírico, pois são as experiências vivenciadas que vão consolidando os saberes construídos.
Atualmente, esse tipo de saber tem sido alvo de interesse da ciência. Afinal, trata-se de um conhecimento historicamente construído antes da sistematização dos métodos, o que vem trazendo muitas pistas para investigações mais profundas e ordenadas.
Como exemplo desse nível de conhecimento, Rampazzo (2013, p. 18) afirma:
“[...] não é necessário estudar Direito para saber que cada sociedade tem suas normas e suas leis”.
O conhecimento cientifico 
O conhecimento científico é relativamente recente na história do mundo ocidental. Esse saber tem pouco mais de 400 anos e foi consolidado entre os séculos XVI e XVII, com Galileu Galilei (1564-1642). Contudo, conforme aponta Rampazzo (2013), isso não quer dizer que não havia conhecimento rigoroso e metódico antes desse período.
De certa forma, a ciência da Idade Antiga (4.000 anos a.C. – século V) e da Idade Média (séculos V-XV) tem estreitos laços com a Filosofia.Na Grécia Antiga (século VII a.C.), já se almejava um conhecimento racional que fosse diferente do mito e do saber comum ou empírico. Somente na Idade Moderna (séculos XV-XVIII), essas vertentes de estudo começaram a se separar, principalmente por uma construção de métodos próprios de busca e validação de conhecimentos.
O conhecimento científico apresenta as seguintes características:
Regularidade
Esse tipo de saber busca ser geral e generalizável, como leis que possam definir conceitos aplicáveis aos objetos, mesmo em situações diferenciadas.
Utilização de instrumentos
A utilização de instrumentos permite que os achados científicos ultrapassem a subjetividade do cientista, visto que estes podem ser controlados e avaliados com rigor e precisão, o que possibilita uma verificação objetiva da realidade que se apresenta. Esses instrumentos devem ser usados de acordo com as especificidades de cada área do conhecimento.
Comunicação
Esse tipo de saber deve ser comunicável e aberto, visto que pode ser testado a qualquer instante por outros cientistas e, a partir desse momento, referendado ou refutado.
As novas tecnologias, por exemplo, vão apontando novos caminhos e oferecem oportunidades de verificação dos conhecimentos já construídos, levando em conta novos instrumentos de testagem.
Observação e experimentação
Para diferenciar-se da Filosofia e de outras formas de conhecimento, a ciência pauta-se na observação e na experimentação, de forma controlada e rigorosa.
Rigor na investigação e na redação
Para ser generalizável, a ciência tem de se pautar em caminhos claros e precisos durante as investigações, o que não quer dizer que os registros serão sempre escritos e apresentados na mesma linguagem.
Por isso, é necessário rigor no desenvolvimento das pesquisas, ou seja, definir os conceitos de forma a reduzir ou mesmo eliminar a ambiguidade. 
Desse rigor pretendido, fazem parte a particularidade de cada campo disciplinar e suas formas de expressão – cada qual com seu método, seu vocabulário e seus termos específicos.
Objetividade
Esse tipo de saber busca ser objetivo, de modo que as observações e os achados possam ser reproduzidos e testados por outros, seguindo os registros sistematizados. Disto resulta a importância do método: parte-se de um caminho bem organizado e relatado para chegar às descobertas e constatações (ou não).
	Conhecimento filosófico
Ao contrário das áreas específicas das ciências, a Filosofia é muito abrangente e preocupa-se com as inúmeras questões da realidade humana, seguindo à procura de respostas mais profundas que nos fazem refletir, mesmo amparados pela razão.
De acordo com a origem da palavra:
FILOSOFIA = AMOR À SABEDORIA
Tal significado confirma sua vocação: a busca de um saber que transcende os aspectos verificáveis da vida, a partir de uma visão de conjunto.
Por exemplo, o conhecimento filosófico quer entender:
Ao contrário das áreas específicas das ciências, a Filosofia é muito abrangente e preocupa-se com as inúmeras questões da realidade humana, seguindo à procura de respostas mais profundas que nos fazem refletir, mesmo amparados pela razão.
De acordo com a origem da palavra:
FILOSOFIA = AMOR À SABEDORIA
Tal significado confirma sua vocação: a busca de um saber que transcende os aspectos verificáveis da vida, a partir de uma visão de conjunto.
Por exemplo, o conhecimento filosófico quer entender:
Ao contrário das áreas específicas das ciências, a Filosofia é muito abrangente e preocupa-se com as inúmeras questões da realidade humana, seguindo à procura de respostas mais profundas que nos fazem refletir, mesmo amparados pela razão.
De acordo com a origem da palavra:
FILOSOFIA = AMOR À SABEDORIA
Tal significado confirma sua vocação: a busca de um saber que transcende os aspectos verificáveis da vida, a partir de uma visão de conjunto.
Por exemplo, o conhecimento filosófico quer entender:
Por que a ciência existe ?A quem atendem os achados e as descobertas obtidos através dos métodos científicos? 
Atenção: Esse tipo de saber se sustenta com base nas perguntas e na constante interrogação sobre os fatos do mundo.
	Conhecimento teológico
O conhecimento teológico pretende encontrar a verdade não pelo caminho da investigação, mas pela revelação.
Em outras palavras, trata-se de um saber baseado na fé, mesmo partindo de reflexões racionais e sistemáticas.
Dessa forma, os dados referendados por esse tipo de conhecimento não serão descobertos pelo senso comum, pela ciência nem pela filosofia, mas, sobretudo, pela experiência da crença.
Veja, aqui, uma Síntese dos níveis de conhecimento.
	Método científico
Entre os níveis de conhecimento que estudamos, o que mais nos interessa nesta disciplina é aquele
que contempla o método científico.
Conforme vimos anteriormente, suas bases foram firmadas a partir do final da Idade Média, com as novas descobertas feitas por Galileu Galilei.
A partir de então, a busca de uma compreensão metódica dos fatos e de suas relações toma o centro da ciência como pesquisa, com a explicação dos acontecimentos pela observação científica atrelada ao raciocínio.
Vamos conhecer, agora, as etapas do método científico e seu encadeamento para a obtenção de resultados claros e precisos. Veja:
Observações
Não se trata de verificações sem compromisso. Ao contrário, o método científico requer uma análise precisa, atenta, metódica e ética dos fatos.
É através dos processos de observação que o cientista/pesquisador vai coletando os dados para futuramente analisá-los à luz das teorias já construídas. O aspecto ético é fundamental nesse processo e em todas as etapas da pesquisa.
Problematização/perguntas
Trata-se das perguntas que fazemos, levantando os problemas que pretendemos equacionar ou mesmo resolver ao longo da investigação.
Formulação de hipóteses
Com os problemas ou as questões elencadas, podemos propor hipóteses que serão confirmadas ou refutadas no decorrer do desenvolvimento da pesquisa.
Verificação das hipóteses
Momento de testar as hipóteses empiricamente, ou seja, de experimentá-las para verificar sua validade ou inutilização.
Conclusões
Sistematização do caminho percorrido na investigação. Esse é o instante em que apresentamos as descobertas da pesquisa e a finalizamos, a partir da síntese de ideias.
Documentação/registro e análise dos dados
A documentação ou o registro bem como a análise dos dados devem perpassar todo o caminho da investigação, pois trazem ao cientista/pesquisador a necessária dúvida sobre seus achados, permitindo uma vigilância metodológica, o que, possivelmente, garantirá o rigor do método empregado.
Generalização dos resultados/novas descobertas/novas perguntas
A princípio, uma investigação científica rigorosa e metódica pretende generalizar suas conclusões como leis. Mas a diversidade do mundo contemporâneo e a visão de ciência atual alertam que nem todos os achados e as descobertas científicas são generalizáveis, pois há exceções em todos os campos do saber.
Inclusive, os resultados de determinado trabalho acadêmico podem implicar outras interpretações que nos farão desenvolver novas pesquisas, pensar em novas perguntas sobre o mesmo tema e, por fim, chegar a novas descobertas.
Continuar a aprender...
SEMPRE continuamos a aprender. Afinal, o ciclo nunca para!
ATIVIDADE PROPOSTA
Tomando por base o estudo do método científico, descreva as fases da pesquisa presentes no texto Ensino-pesquisa-extensão como fundamento metodológico da construção do conhecimento na universidade.
Destaque as seguintes etapas:
Problematização;
Formulação/verificação das hipóteses;
Referencial teórico;
Instrumentos da pesquisa;
Conclusões.
CHAVE DE RESPOSTA: Neste texto, podemos destacar as seguintes fases do método científico:
Problematização (p. 1)
“Considerando os objetivos deste texto, não avançaremos análises referentes a modelos de educação superior em suas relações com a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, mas acreditamos importante registrar nossa adesão ao modelo que a toma como princípio básico, tanto por suas dimensões ético-políticas quanto por suas dimensões didático-pedagógicas. Neste sentido, sem preterir a importância da primeira dimensão, é sobre a segunda que discorreremos mais acuradamente. Para tanto, primeiramente, versaremos sobre alguns preceitos gerais acerca do ensino superior para, na sequência, focalizar a referida indissociabilidade com um de seus fundamentos metodológicos”.
Formulação/verificação das hipóteses (p. 3-4)
“Por tais razões, inclusive, a dupla função do ensino superior não pode ser dissociada. Se, por um lado, ele é via de formação profissional, implicando a aprendizagem de um conjunto de conhecimentos e domínios metodológico-técnicos, é, também, via estruturante de recursos afetivo-cognitivos imprescindíveis para que os educandos possam conhecer com o devido rigor, cientificidade e criticidade não apenas as dimensões técnicas de seu futuro exercício profissional como também as condições histórico-sociais nas quais este exercício ocorrerá, dado que reafirma a importância da indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão”.
Referencial teórico (p. 4-8)
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996;
Phillipe Perrenoud;
Vasquez (1968);
Duarte (1998);
Saviani (1984);
Vigevani (2001);
Rosemberg (2002);
Moraes (2001);
Resolução UNESP nº 102/00, que dispõe sobre o Regimento Geral da Extensão Universitária na UNESP;
Plano Nacional de Extensão (2000).
Instrumentos da pesquisa
Pesquisa bibliográfica baseada em literatura da área e na legislação.
Conclusões (p. 9-10)
Trecho do tópico “Considerações finais”.

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