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Resumo Inflamação

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RESPOSTA INFLAMATÓRIA – RESUMO
Lázara Gabriela (Turma 95)
Visão Geral 
É uma resposta fundamentalmente protetora, destinada a livrar os organismos tanto da causa inicial da injúria celular (micro-organismos e toxinas), quanto das consequências de tal injúria (células e tecidos necróticos). 
A inflamação pode ser aguda ou crônica, dependendo da natureza do estímulo e da efetividade da reação inicial em eliminar o estímulo ou os tecidos danificados. A inflamação aguda é rápida no início (tipicamente minutos) e de curta duração, persistindo por horas ou poucos dias, suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas do plasma (edema) e a migração de leucócitos, predominantemente neutrófilos. Quando a inflamação aguda é bem-sucedida na eliminação dos agentes agressores, a reação reduz-se, mas se a resposta falha em limpar os agentes invasores, ela pode progredir para a fase crônica. A inflamação crônica pode se seguir à inflamação aguda ou ser insidiosa no início. Ela é de longa duração e está associada à presença dos linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e destruição tecidual.
A inflamação é terminada quando o agente agressor é eliminado. A reação se resolve rapidamente, porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm curtas meias-vidas nos tecidos. Em adição, os mecanismos anti-inflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e preveni-la de causar dano excessivo ao hospedeiro.
Inflamação aguda
A inflamação aguda tem três principais componentes: alterações no calibre vascular que levam a um aumento no fluxo sanguíneo; mudanças estruturais na microvasculatura que permitem que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação e emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da injúria e sua ativação para eliminar o agente agressor.
Estímulos para a inflamação aguda:
- infecções (bacteriana, viral, fúngica, parasítica) e toxinas microbianas.
- a necrose tecidual de qualquer causa, incluindo isquemia (infarto do miocárdio), trauma e injúria física e química (injúria térmica, como em queimaduras ou úlceras de frio; irradiação; exposição a alguns agentes químicos ambientais).
- corpos estranhos (lascas de madeira, sujeira, suturas) causam injúria tecidual traumática ou transportam micróbios.
- reações imunes: sistema imune normalmente protetor causa um dano nos próprios tecidos do indivíduo
A perda de fluido e o diâmetro aumentado do vaso levam à lentificação no fluxo sanguíneo, concentração de hemácias em pequenos vasos e viscosidade aumentada do sangue. Essas mudanças resultam em dilatação dos pequenos vasos que são cheios com hemácias se movimentando lentamente, uma condição denominada estase, que é vista como congestão vascular (produzindo vermelhidão localizada) no exame do tecido envolvido. À medida que a estase se desenvolve, os leucócitos sanguíneos, principalmente os neutrófilos, se acumulam ao longo do endotélio vascular. Ao mesmo tempo, as células endoteliais são ativadas por mediadores produzidos nos locais de infecção e tecidos danificados e expressam níveis aumentados de moléculas de adesão. Os leucócitos então aderem ao endotélio e logo depois eles migram através da parede vascular para dentro do tecido intersticial.
Reações dos leucócitos na inflamação
 	Os leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias crônicas são aqueles capazes de fagocitar, neutrófilos e macrófagos. Os leucócitos também produzem fatores de crescimento que ajudam no reparo. O aspecto negativo da potência defensiva dos leucócitos é que, quando fortemente ativados, eles podem induzir dano tecidual e prolongar a inflamação, porque os produtos dos leucócitos podem danificar os tecidos normais do hospedeiro. 
Os processos envolvendo os leucócitos na inflamação consistem em: seu recrutamento do sangue para dentro dos tecidos extravasculares, reconhecimento dos micróbios e tecidos necróticos, e remoção do agente agressor.
A jornada dos leucócitos da luz dos vasos para o tecido intersticial, chamada de extravasamento, pode ser dividida:
- Na luz: marginação, rolamento e adesão ao endotélio. O endotélio vascular no seu estado normal não ativado não se liga às células circulantes ou impede sua passagem. Na inflamação, o endotélio é ativado e pode se ligar aos leucócitos, como um prelúdio de sua saída dos vasos sanguíneos.
- Migração através do endotélio e parede do vaso. 
- Migração nos tecidos em direção aos estímulos quimiotáticos.
Reconhecimento dos Micro-organismos e Tecidos Mortos
Uma vez que os leucócitos (neutrófilos e monócitos) tenham sido recrutados para o local da infecção ou para a célula morta, eles têm que ser ativados para realizar suas funções. As respostas dos leucócitos consistem em dois passos sequenciais de eventos: reconhecimento dos agentes agressores, os quais liberam sinais que ativam os leucócitos para ingerir e destruir os agentes agressores e amplificar a reação inflamatória. Os leucócitos expressam vários receptores que reconhecem o estímulo externo e liberam os sinais ativadores
Remoção dos agentes agressores
O reconhecimento dos micróbios ou células mortas induz várias respostas nos leucócitos que são referidas sob a rubrica de ativação de leucócito. A ativação resulta de vias de sinalização que são disparadas nos leucócitos, resultando em aumento no Ca2+ citosólico e ativação de enzimas tais como proteína cinase C e fosfolipase A2. As respostas funcionais que são mais importantes para a destruição dos micróbios e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular. Várias outras respostas ajudam nas funções defensivas da inflamação e podem contribuir para suas consequências injuriantes
Mediadores da inflamação
Mediadores são gerados a partir de células ou de proteínas plasmáticas. Os mediadores derivados de células são normalmente sequestrados em grânulos intracelulares e podem ser rapidamente secretados por exocitose do grânulo (histamina nos grânulos dos mastócitos) ou são sintetizados de novo (prostaglandinas, citocinas) em resposta a estímulos. Os principais tipos celulares que produzem os mediadores da inflamação aguda são as plaquetas, neutrófilos, monócitos/macrófagos e mastócitos, mas as células mesênquimais (endotélio, músculo lisa e fibroblastos) e a maior parte do epitélio também podem ser induzidas para elaborar alguns dos mediadores. Os mediadores derivados produzidos principalmente no fígado e estão presentes na circulação como precursores inativos que têm de ser ativados, usualmente por uma série de clivagens proteolíticas, para adquirir suas propriedades biológicas. Mediadores ativos são produzidos em resposta a vários estímulos. Estes estímulos incluem produtos microbianos, substâncias liberadas de células necróticas e as proteínas do complemento, cininas e sistemas da coagulação, que são ativados por micróbios e tecidos danificados. Essa necessidade de micróbios ou tecidos mortos como estímulos iniciais garante que a inflamação normalmente seja disparada somente quando e onde ela é necessária. Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores. Por exemplo, a citocina TNF age nas células endoteliais para estimular a produção de outra citocina, IL-1, e muitas quimiocinas. Os mediadores secundários podem ter as mesmas ações dos mediadores iniciais, mas também podem ter atividades diferentes e mesmo opostas. Tais cascatas fornecem mecanismos para amplificar – ou, em certos casos, neutralizar – a ação inicial do mediador. Os mediadores variam em seus alcances de alvos celulares. Eles podem agir em um ou poucos tipos celulares-alvo, podem ter diversos alvos ou podem ter mesmo efeitos diferentes nos diferentes tipos de células. Uma vez ativados e liberados da célula, a maioria desses mediadores tem curta meia-vida. Eles decaem rapidamente (ex: metabólitos do ácido araquidônico) ou são inativados por enzimas (ex: as cininases inativam a bradicinina), ou eles são, de outra maneira, eliminados (ex: osantioxidantes eliminam metabólitos tóxicos do oxigênio) ou inibidos (ex: proteínas regulatórias do complemento quebram e degradam os componentes ativados do complemento). Existe, então, um sistema de controle e balanço que regula as ações dos mediadores.
Mediadores derivados de células
-Aminas Vasoativas: Histamina e Serotonina. 
Possuem importantes ações nos vasos sanguíneos. São armazenadas como moléculas pré-formadas nas células e estão, portanto, entre os primeiros mediadores a serem liberados durante a inflamação. A histamina é encontrada nos basófilos do sangue, nas plaquetas e principalmente está presente nos grânulos dos mastócito, os quais estão no tecido conjuntivo adjacente aos vasos, e é liberada pela desgranulação dos mastócitos em resposta a uma variedade de estímulos como injúria física tal como trauma, frio ou calor; ligação de anticorpos aos mastócitos, que constitui a base das reações alérgicas; fatores do complemento chamados de anafilatoxinas (C3a e C5a); proteínas liberadoras de histamina derivadas de leucócitos; neuropeptídios e citocinas (IL-1, IL-8). Sua ação é a dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas, esses efeitos vasoativos são mediados principalmente pela ligação a receptores H1 nas células endoteliais microvasculares. Já a serotonina está presente nas plaquetas e em certas células neuroendócrinas, ex. TGI e nos mastócitos de roedores, mas não em humanos. A liberação de ambos é estimulada quando as plaquetas se agregam após o contato com colágeno, trombina, difosfato de adenosina e complexos antígeno-anticorpo. Portanto, a reação de liberação das plaquetas, que é o componente-chave da coagulação, também resulta em permeabilidade vascular aumentada. 
-Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA): Prostaglandinas, Leucotrienos e Lipoxinas
Quando as células são ativadas por diversos estímulos, tais como produtos microbianos e vários mediadores da inflamação, o AA da membrana é rapidamente convertido pelas ações de enzimas para produzir as prostaglandinas e os leucotrienos, os quais servem como sinais intra ou extracelulares para afetar uma variedade de processos biológicos. Estímulos mecânicos, químicos e físicos ou outros mediadores (ex: C5a) liberam AA da membrana fosfolipídica através da ação de fosfolipases celulares, principalmente a fosfolipase A2, as quais são ativadas pelo aumento do Ca2+ citoplasmático e ativação de várias cinases em resposta a estímulos externos. Os mediadores derivados do AA, também chamados de eicosanoides, são sintetizados por duas classes principais de enzimas: ciclo-oxigenases (que geram as prostaglandinas) e lipoxigenases (que produzem os leucotrienos e lipoxinas). Os eicosanoides se ligam aos receptores acoplados à proteína G em vários tipos celulares e podem mediar virtualmente cada passo da inflamação.
As prostaglandinas (PGs) são produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais e muitos outros tipos celulares e estão envolvidas em reações vasculares e sistêmicas da inflamação. São divididas em séries baseadas em características estruturais codificadas por uma letra (PGI, PGE, PGF, PGG e PGH) e por um número subscrito (p. ex., 1, 2), que indica o número de duplas ligações no composto. As mais importantes na inflamação são a PGE2, PGD2, PGF2α, PGI2 (prostaciclina) e o TXA2 (tromboxano), cada qual derivado pela ação de uma enzima específica em um intermediário da via. Algumas dessas enzimas têm distribuição tecidual restrita. Por exemplo, as plaquetas contêm a enzima tromboxano sintetase e, em consequência, o TXA2 é o principal produto desta célula. Em adição a seus efeitos locais, as prostaglandinas estão envolvidas na patogenia da dor e febre na inflamação, como exemplo, a PGE2 é hiperalgésica e torna a pele hipersensível ao estímulo doloroso.
Os leucotrienos, são secretados principalmente pelos leucócitos, são quimioatraentes para os leucócitos e também têm efeitos vasculares. O extravasamento vascular, assim como com a histamina, é restrito às vênulas. Os leucotrienos são muito mais potentes do que a histamina em aumentar a permeabilidade vascular e causam broncoespasmo. 
As lipoxinas também são geradas a partir do AA pela via da lipoxigenase, mas, ao contrário das prostaglandinas e leucotrienos, as lipoxinas são inibidores da inflamação. Leucócitos, particularmente os neutrófilos, produzem intermediários na síntese da lipoxina, e estes são convertidos a lipoxinas pelas plaquetas através da interação com os leucócitos. As principais ações das lipoxinas são as de inibir o recrutamento dos leucócitos e os componentes celulares da inflamação. Elas inibem a quimiotaxia e a adesão dos neutrófilos ao endotélio. Existe uma relação inversa entre a produção de lipoxinas e leucotrienos, sugerindo que as lipoxinas podem ser reguladores negativos endógenos dos leucotrienos e podem então ter um papel na resolução da inflamação. 
*Muitos fármacos anti-inflamatórios agem inibindo a síntese de eicosanoides:
 	Os inibidores da ciclo-oxigenase incluem a aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), tais como a indometacina. Eles inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2 e, então, inibem a síntese de prostaglandina 
Inibidores de lipoxigenase. A 5-lipoxigenase não é afetada pelos AINEs, e muitos novos inibidores desta via enzimática foram desenvolvidos. Agentes farmacológicos que inibem a produção de leucotrienos (ex: Zileuton®) ou bloqueadores dos receptores de leucotrienos (ex: Montelucast®) são úteis no tratamento da asma. 
Inibidores de amplo espectro incluem os corticosteroides. Estes potentes agentes anti-inflamatórios podem agir pela redução da transcrição de genes que codificam COX-2, fosfolipase A2, citocinas pró-inflamatórias (tais como IL-1 e TNF) e iNOS. 
-Fator Ativador de Plaquetas (PAF) 
O PAF é derivado de fosfolipídio. Uma variedade de tipos celulares, incluindo as próprias plaquetas, basófilos, mastócitos, neutrófilos, macrófagos e células endoteliais, pode elaborar o PAF em ambas as formas, secretada e ligada à célula. Em adição à agregação plaquetária, o PAF causa vasoconstrição e broncoconstrição e, em concentrações extremamente baixas, ele induz vasodilatação e aumento na permeabilidade vênular, além também do aumento na adesão dos leucócitos ao endotélio (pelo aumento na ligação do leucócito mediado pela integrina), quimiotaxia, desgranulação e a explosão oxidativa. Nota-se que este pode provocar a maioria das reações vasculares e celulares da inflamação. O PAF também auxilia na síntese de outros mediadores, particularmente os eicosanoides, pelos leucócitos e outras células. 
-Espécies Reativas de Oxigênio 
Os radicais livres derivados do oxigênio podem ser liberados extracelularmente dos leucócitos após a exposição a micróbios, quimiocinas e imunocomplexos ou em seguida ao estímulo fagocítico. O ânion superóxido (O2), peróxido de hidrogênio (H2O2) e o radical hidroxila (OH) são as principais espécies produzidas dentro das células, e o O2 se combina com o NO para formar espécies reativas de nitrogênio. A liberação extracelular de baixos níveis desses potentes mediadores pode aumentar a expressão de quimiocinas (IL-8), citocinas e moléculas de adesão de leucócito endoteliais, amplificando a resposta inflamatória. Associam à inflamação no ano celular endotelial, com resultante aumento na permeabilidade vascular; injúria a outros tipos celulares (células parenquimatosas, hemácias); inativação de antiproteases, tais como α1-antitripsina (nos pulmões, tal inibição contribui para a destruição dos tecidos elásticos, como no enfisema). Soro, fluidos teciduais e células do hospedeiro possuem mecanismos antioxidantes que protegem contra estes radicais derivados do oxigênio potencialmente perigosos, como ex. a enzima catalase, que destoxifica o H2O2, dentre outros. 
-Óxido Nítrico (NO) 
O NO foi descoberto como um fator liberado das células endoteliais que causava vasodilatação e foi então chamado de fator de relaxamento derivado do endotélio, é também produzidopor macrófagos e alguns neurônios no cérebro. Ele age de uma maneira parácrina em células-alvo através da indução do monofosfato cíclico da guanosina, que, por sua vez, inicia uma série de eventos intracelulares levando a uma resposta, tal como relaxamento das células musculares lisas vasculares. Por causa da meiavida do NO in vivo ser somente de segundos, o gás age somente em células muito próximas de onde ele é produzido. O NO é sintetizado a partir da L-arginina pela enzima óxido nítrico sintase (NOS) que pode ser endotelial (eNOS), neuronal (nNOS) e induzida (iNOS) A eNOS e a nNOS são constitutivamente expressas em baixos níveis e podem ser ativadas rapidamente por um aumento no Ca2+ citoplasmático. A iNOS, em contraste, é induzida quando os macrófagos e outras células são ativados pelas citocinas ou produtos microbianos. O NO tem ações duplas na inflamação: ele relaxa o músculo liso vascular e promove a vasodilatação, contribuindo então para a reação vascular, mas ele também pode ser um inibidor do componente celular das respostas inflamatórias. O NO reduz a agregação e adesão plaquetária, inibe várias características da inflamação induzida pelos mastócitos e inibe o recrutamento de leucócitos. Por causa dessas ações inibitórias, acredita-se que a produção de NO é um mecanismo endógeno para o controle das respostas inflamatórias.
-Citocinas e Quimiocinas 
Citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares (principalmente linfócitos ativados e macrófagos, mas também células endoteliais, epiteliais e tecido conjuntivo) que modulam as funções de outros tipos celulares. 
Fator de Necrose Tumoral e Interleucina-1 são duas das principais citocinas que medeiam a inflamação. Eles são produzidos principalmente por macrófagos ativados. A secreção de TNF e IL-1 pode ser estimulada por endotoxina e outros produtos microbianos, imunocomplexos, injúria física e uma variedade de estímulos inflamatórios. Suas ações mais importantes na inflamação são seus efeitos no endotélio, leucócitos e fibroblastos, e indução de reações sistêmicas de fase aguda. Induzem a expressão de moléculas de adesão endotelial; síntese de mediadores químicos, incluindo outras citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento, eicosanoides e NO; produção de enzimas associada com o remodelamento da matriz, e aumento na trombogenicidade da superfície do endotélio. O TNF também aumenta as respostas dos neutrófilos a outros estímulos tais como endotoxina bacteriana. A produção de IL-1 é controlada pelo inflamassoma, o qual ativa proteases que vão quebrar os precursores inativos recém-sintetizados da IL-1 nas citocinas biologicamente ativas. Exemplo clinico: o inflamassoma pode ser ativado por cristais de urato na doença de gota, e a inflamação nessa doença também parece ser, pelo menos em parte, mediada pela IL-1. O TNF também regula o balanço de energia por promover a mobilização de lipídios e proteína e por suprimir o apetite.
Quimiocinas são uma família de pequenas proteínas que agem primariamente como quimioatraentes para tipos específicos de leucócitos, já foi identificado cerca de 40 diferentes quimiocinas e 20 diferentes receptores para elas. São classificadas em quatro grupos, de acordo com o arranjo dos resíduos de cisteína (C) conservados nas proteínas maduras. As quimiocinas α, quimiocinas β, as quimiocinas C e as quimiocinas CX3C. As quimiocinas medeiam suas atividades pela ligação de receptores acoplados a sete transmembrana proteínas G, esses receptores exibem uma sobreposição nas especificidades do ligante, e leucócitos geralmente expressam mais do que um tipo de receptor. As quimiocinas possuem duas principais funções: estimulam o recrutamento dos leucócitos na inflamação e controlam a migração normal das células através dos vários tecidos. 
-Constituintes Lisossômicos dos Leucócitos 
Neutrófilos e monócitos contêm grânulos lisossômicos, que, quando liberados, podem contribuir para a resposta inflamatória. Os neutrófilos têm dois principais tipos de grânulos: os menores específicos (ou secundários) contêm lisozima, colagenase, ativador de plasminogênio, histaminase e fosfatase alcalina; e os maiores azurofílicos (ou primários) contêm mieloperoxidase, fatores bactericidas (lisozima, defensinas), hidrolases ácidas e uma variedade de proteases neutras como a elastase. Ambos os tipos de grânulos podem se fundir com os vacúolos fagocíticos contendo material englobado, ou o conteúdo do grânulo pode ser liberado dentro do espaço extracelular. As proteases ácidas degradam bactérias e restos dentro do fagolisossoma, onde o pH ácido é facilmente alcançado. As proteases neutras são capazes de degradar vários componentes extracelulares, tais como colágeno, membrana basal, fibrina, elastina e cartilagem, resultando em destruição tecidual que acompanha os processos inflamatórios.
-Neuropeptídeos 
São secretados por nervos sensoriais e vários leucócitos e têm uma participação na iniciação e propagação de uma resposta inflamatória. Os pequenos peptídeos, tais como a substância P e a neurocinina A, pertencem à família de neuropeptídeos taquicininas produzidos nos sistemas nervosos central e periférico. Fibras nervosas contendo substância P são proeminentes nos pulmões e no trato gastrointestinal, essa substância P tem muitas funções biológicas, incluindo a transmissão de sinais de dor, regulação da pressão sanguínea, estimulação da secreção em células endócrinas e aumento na permeabilidade vascular. Os neurônios sensoriais também podem produzir outras moléculas pró-inflamatórias, tais como o produto gene relacionado à calcitonina, que parece ligar a sensação de estímulo doloroso ao desenvolvimento de respostas protetoras do hospedeiro.
Mediadores derivados de proteínas plasmáticas
-Sistemas da Coagulação e das Cininas 
O sistema da coagulação é dividido em duas vias que convergem, culminando na ativação da trombina e na formação de fibrina. A via intrínseca da coagulação é uma série de proteínas plasmáticas que podem ser ativadas pelo fator de Hageman (fator XII), uma proteína sintetizada pelo fígado que circula na forma inativa e é ativado no contato com superfícies carregadas negativamente, por exemplo, quando a permeabilidade vascular aumenta e as proteínas plasmáticas extravasam para o espaço extravascular e entram em contato com o colágeno ou quando ele entra em contato com as membranas basais expostas como resultado de dano endotelial. O fator XII então sofre uma mudança conformacional (tornando-se o fator XIIa), expondo um centro de serina ativo que pode subsequentemente quebrar substratos de proteínas e ativar uma variedade de sistemas de mediadores. A inflamação aumenta a produção de vários fatores da coagulação, torna a superfície endotelial pró- trombogênica, e inibe os mecanismos de anticoagulação, promovendo então a coagulação. Contrariamente, a trombina, um produto da coagulação, promove inflamação pelo engajamento dos receptores que são chamados de receptores ativados por proteases (PARs) porque eles ligam múltiplas tripsinas em adição à trombina. Esses receptores são acoplados à proteína , expressos nas plaquetas, células endoteliais e musculares lisas e muitos outros tipos celulares. A interação dos receptores tipo 1 (PAR-1) com as proteases, particularmente a trombina, dispara várias respostas que induzem a inflamação, incluindo a mobilização de P-selectinas; produção de quimiocinas e outras citocinas; expressão de moléculas de adesão endotelial para integrinas dos leucócitos; indução da ciclo-oxigenase-2 e produção de prostaglandinas; produção de PAF e NO, e mudanças no formato endotelial. 
As cininas são peptídeos vasoativos derivados de proteínas plasmáticas, chamadas de cininogênio, pela ação das calicreínas, a qual foi ativada pelo fator XIIa a partir conversão da pré-calicreína, essa enzima quebra o cininogênio para produzir a bradicinina, a qual aumenta a permeabilidade vascular e causa contração do músculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor, quando injetada na pele, efeitossimilares à histamina, essa ação é de curta duração, porque ela é rapidamente inativada por uma enzima chamada cininase. Qualquer cinina remanescente é inativada durante a passagem do plasma através do pulmão pela enzima conversora de angiotensina. 
Ao mesmo tempo em que o fator XIIa induz a formação do coágulo de fibrina, ele ativa o sistema fibrinolítico. Essa cascata contrabalança a coagulação pela quebra da fibrina, solubilizando, desse modo, o coágulo. A calicreína, assim como o ativador de plasminogênio (liberado do endotélio, leucócitos e de outros tecidos), quebra o plasminogênio, uma proteína do plasma que se liga ao coágulo de fibrina formado para gerar plasmina, uma protease multifuncional. Embora a função primária da plasmina seja lisar os coágulos de fibrina, durante a inflamação ela também quebra a proteína do complemento C3, para produzir fragmentos de C3, e degrada a fibrina para formar os produtos que podem ter propriedades indutoras da permeabilidade. Também pode ativar o fator de Hageman, que pode disparar múltiplas cascatas amplificando a resposta.
 Dessa forma, nota-se que o Fator de Hageman ativado (fator XIIa) inicia quatro sistemas envolvidos na resposta inflamatória: o sistema de cininas, que produz cininas vasoativas; o sistema da coagulação, que induz a formação de trombina, que tem propriedades inflamatórias; o sistema fibrinolítico, que produz plasmina e degrada fibrina para produzir fibrinopeptídeos, que induzem a inflamação, e o sistema complemento, que produz anafilatoxinas e outros mediadores. Alguns dos produtos desta iniciação – particularmente a calicreína – podem, por feedback, ativar o fator de Hageman, resultando na amplificação da reação. 
Resultados da Inflamação Aguda

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