Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO José Antônio Aparecido Junior Mestre em Direito Público pela PUC/SP Doutor em Direito do Estado pela USP Programa ■1. Formação Constitucional do Brasil. 1.1. O Constitucionalismo Brasileiro Pós-88. 1.2. Constituinte de 1987/1988. 1.3. Aspectos Caracterizadores da Constituição de 1988. 1.4. O Desenvolvimento Constitucional Brasileiro Pós-88. ■2. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. 2.1. Origem da Constituição de 1988. 2.2. Princípios Constitucionais Fundamentais. 2.3. Objetivos Fundamentais da Constituição de 1988. ■3. Estrutura e Organização do Estado Brasileiro. 3.1. Estrutura Básica da Federação. 3.2. Estado Federal e Entidades Componentes. 3.3. Repartição das Competências. ■4. Organização dos Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 4.1. Poder Legislativo. 4.2. Poder Executivo. 4.3. Poder Judiciário: Organização, Atribuições e Funcionamento. ■5. Funções Essenciais à Justiça. ■6. Defesa do Estado e Instituições Democráticas. ■8. Tributação e Orçamento. ■9. Ordem Econômica e Financeira. ■10. Ordem Social. ANTES: CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO RELAÇÃO DE COMPATIBILIDADE VERTICAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEIS ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES, MEDIDAS PROVISÓRIAS , DECRETOS LEGISLATIVOS, RESOLUÇÕES ETC. DECRETOS PORTARIAS, RESOLUÇÕES ETC. CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DO ESTADO ■ Elementos sócio- ideológicos ■. É a carta de organização do poder estatal ■ Elementos orgânicos ■ Elementos limitadores ■ Elementos de estabilização ■ Elementos formais de aplicabilidade ■ Constituição formal x material ■ Constituição convencional x outorgada ■ Constituição rígida, flexível, semirrígida ■ Constituição garantia e FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL ■ 1808 – Fuga da Família Real para o Brasil ■ 7 de setembro de 1822 – Independência ■ 1823 – Assembleia Geral Constituinte e Legislativa ■. Liberal, foi dissolvida. ■ 25 de março de 1824 – Primeira Constituição Brasileira, outorgada pelo Imperador Pedro I FORMAÇÃO CONSTITUCIO NAL DO BRASIL Constituição de 1824 ■ Poder moderador ■ Tentativa de instaurar-se o Federalismo com o Ato Adicional n. 16/1834 (durante a Regência de Diogo Feijó) ■ 1841 – Conselho de Ministros (Parlamentarismo às Avessas) ■ Estado unitário ■ Religião oficial ■ Constituição semirrígida ■ Acaba a Guerra do Paraguai, decreta-se o fim da escravidão em 1888, e em 1889 há o Golpe Republicano FORMAÇÃO CONSTITUCIO NAL DO BRASIL Constituição de 1891 ■. É criada a República dos Estados Unidos do Brasil ■ Federalismo por desconcentração (ao contrário dos EUA, por aglutinação) ■ Assembleia constituinte de 1890, promulgada a Constituição de 1891. ■ Ruy Barbosa relator. Influência dos EUA ■ Presidencialismo ■ Estado federal ■. Não há mais religião oficial FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1891 ■ 1926 – reforma centralizadora ■ 1929 – Direitos Humanos de segunda geração (Weimar) ■ 1930 – Revolução (oligarquias, crise do café, fraude eleitoral) ■ Aparece Getúlio Vargas, que cancela a vigência da Constituição de 1891 e vai em governo provisório ■ 1932 – Revolução Constitucionalista FORMAÇÃO CONSTITUCIO NAL DO BRASIL Constituição de 1934 ■ 1934 – Constituição promulgada ■ Constituição rígida ■. Institui o voto feminino e o voto secreto ■ Getúlio Vargas era Presidente, e num ambiente político conturbado, declara “Estado de Guerra”, e resolve fazer sua própria Constituição FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1937 Constitucional ■. Fecha o parlamento, interventores nos estados. ■. Não existe MS ou AP ■ Greve proibida ■ Nacionalização da atividade econômica (CVRD, Hidrelétrica de São Francisco) ■ Constituição rígida ■ Ficou conhecida como “Constituição Polaca” (POL = fascista, de 1935) ■ FEB, agitações, Vargas convoca eleições, mas é deposto pelo Exército ■ Presidente do STF, Jose Linhares, governa de 29/10/45 a 31/01/46 FORMAÇÃO CONSTITUCIO NAL DO BRASIL Constituição de 1946 Promulgada ■. No ADCT, prevê a transferência da capital do Brasil para o Planalto Central (Brasília: 21/4/1960) ■ Jânio renuncia em 25/8/1961 com João Goulart na China. Tentativa de golpe, e ele volta num regime parlamentarista, aprovado em 2/9/1961 pelo CN ■. Rígida. ■ Livre iniciativa, Justiça Social ■. Em 6/1/1963, referendo faz voltar o Presidencialismo ■ Golpe em 31/3/1964, e em 9/4/1964 é baixado AI n. 1. ■ Em 24/1/1967 é promulgada FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1967 ■ 1967 - Constituição Promulgada ■ Fechamento do CN por 10 meses ■ Possibilidade de suspensão de direitos políticos por até 10 anos ■ Suspende o HC para crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular ■ Previsão de Decretos-Lei, com aprovação por decurso de prazo ■ AI n. 5, de 13/12/1968 – Radicalização da ditadura ■ Exclui da apreciação judicial qualquer ato praticado com base no AI-5. ■ Finalmente, é editada a EC n. 1/1969, que ab-roga o texto de 1967 FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1969 ■ 1969 – Constituição outorgada (inclusive o CN estava em recesso pelo AI- 5) ■. Flexibiliza o processo de emenda à Constituição (maioria absoluta) ■. Mantém a regra da proporcionalidade para a Câmara dos Deputados ■ Pacote de junho de 1978 – Geisel: ■. Revoga o AI-5 ■. Suspende as medidas que cassam direitos políticos ■. Decreta a impossibilidade de dissolução do CN pelo PR ■ Lei da Anistia (6683, de 28.8.1979) – ADPF 153, de 2010, rejeitou a revisão FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1969 ■ Reforma partidária – Lei 6767/1979 ■ EC 15/1980 – eleições diretas nos estados ■ Tancredo: 15.1.1985, eleito, adoece na véspera da posse, e Sarney assume. Tancredo morre em 21.4.1985 ■ Comissão Afonso Arinos – anteprojeto de constituição em 18.9.1986, e Sarney rejeita. Era parlamentarista FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1988 ■. Instala-se a constituinte, sem projeto prévio ■ 5/10/1988 – promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil ■ Estado Democrático de Direito, destinado a assegurar valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos ■ 24 subcomissões, 8 comissões, relator Bernardo Cabral ■ 551 artigos ■ Forma de governo: república, confirmada em plebiscito de 21/4/1993 (prometido pelo pessoal de 1889) FORMAÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL Constituição de 1988 ■ Sistema de governo é o Presidencialista ■ Forma de Estado é a Federação, com destaque aos Municípios ■. Cria o STJ ■ cria a Medida Provisória ■ Constituição super-rígida ■ Declaração de direitos com destaque A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 Primeira geração de DH (direitos individuais) Segunda geração de DH (direitos sociais) Limitação ao poder estatal Normas programáticas, desejo de nação ■. Antes, relembrando: A CONSTITUIÇà O BRASILEIRA DE 1988 Princípios Fundamentais ■. Título I – arts. 1o a 4o ■ É princípio sensível (art. 34, VIII, “a”) ■ Federação (art. 1o, caput) ■ Indissolubilidade (cabe IF 0 34, inc. I) ■ Federalismo assimétrico ■ Estado Democrático de Direito (art. 1o, caput) ■ República (art. 1o, caput) ■ não é cláusula pétrea, mas foi objeto de plebiscito ■. Mais que um Estado de Direito, vige o princípio democrático (maioria, representação, formas diretas, responsividade) A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 - Princípios Fundamentais ■ Soberania (art. 1o, inc. I) ■ Capacidade eleitoral ativa (votar) e passiva (ser votado), somada ao direito de participação nos negócios do Estado ■ Dignidade da pessoa humana Art. 1o, inc. III) ■ Capacidade de impor sua ordem jurídica ao seu território ■ Favelas? Amazônia? ■ Cidadania (art. 1o, inc. II) ■ Merecimento do respeito pelo Estado e pela comunidade (condições de vida, de existência, participação etc.…) ■ Regra-matrizdos direitos fundamentais – regra de ponderação A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 Princípios Fundamentais Iniciativa (art. 1o, inc. IV) ■ Pluralismo político (art. 1o, V) ■ Capacidade de organização de partidos e organização políticas, e acesso ao poder ■. Também no 170 ■ Trabalho: melhoria das condições de remuneração ■ Livre-iniciativa – atividade está subsidiária na ordem econômica (segurança nacional e segurança coletivo) ■ Art. 1o, parágrafo único – todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes ■ PCO é eterno ■ São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o L, A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 Princípios Fundamentais Fundamentais, que caracterizam uma Constituição Dirigente: ■ II – Garantir o desenvolvimento nacional – dever de planejamento ■ III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais – políticas públicas voltadas à equalização ■ I - Sociedade livre, justa e solidária – DH de terceira dimensão. ■ IV – Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação – rol especialmente privilegiado A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 Princípios Fundamentais internacionais da RFB ■ - art. 5o, § 3o - tratados e convenções internacionais de DH aprovados com quórum equivalente à das EC (2 turnos em cada casa, maioria de 3/5) entram com status equivalente a EC (Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência) – pode sair? (Pode, pois, o País é soberano sobre ele mesmo. ■ I – Independência nacional – não impede tratados. TPI (art. 5o, § 4o) ■ II – Prevalência dos DH – Convenção Americana sobre DH (Pacto de San Jose) ■ Outra: ADPF 153 - 2010 (não cabe ao Judiciário rever Anistia) x Decisão da Corte Interamericana de DH sobre o Caso Lund – A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 Princípios Fundamentais ■ IV – Autodeterminação dos povos – tem que ponderar com os demais (como DH); ■ X – Concessão de asilo político ■ Parágrafo único – integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Cláusula “URSAL”? ■ V – Não intervenção ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Noções preliminares do Estado ■ República ■ Monarquia ■ Sistemas de governo ■ Presidencialismo ■ Parlamentarismo ■ Formas de Estado ■ Soberania ■ Povo ■ Território ■ Finalidade ■ Formas de governo ■. Unitário ■. Puro ■. Descentralizado administrativamente ■. Descentralizado administrativa e politicamente (Estado Autônomo na Espanha) ■ Confederado (direito de secessão) ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO como Federação ■ Federação – EUA, 1776. ■. Assim que houve a independência, cogitou-se uma confederação dos novos estados, com a formulação do pacto confederativo (direito de secessão) ■. Em 1777, cria-se a federação, com estados autônomos, e não mais soberanos ■ Movimento centrípeto de poder (no Brasil, centrífugo) ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Tipologias de Federalismo Agregação (EUA) e desagregação ou segregação (Brasil) – critério é formação histórica ■ Federalismo dual (separação de funções entre entes é rígida – EUA) e cooperativo (atribuições comuns ou concorrentes – Brasil). O critério é a separação de atribuições. Perigo é o federalismo de fachada ■ Federalismo simétrico (homogeneidade dos critérios – Brasil, EUA) e assimétrico (falta algo (na Suíça e Canadá, a língua) – critérios são cultura, desenvolvimento, língua etc. No BR, português é língua oficial (art. 13, caput) ■ Federalismo orgânico – ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação - Características ■ Descentralização política – entes autônomos ■ Repartição de competências – garante a autonomia ■ Constituição rígida como base jurídica – estabilidade institucional para repartição de competências ■ Proibição de secessão (art. 1o, art. 60, § 4o, I) ■ Soberania do Estado Federal – todo o país. Soma das ordens jurídicas parciais ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação - Características ■ Possibilidade de intervenção federal nos entes federados ■ Auto-organização dos estados-membros – art. 25 (constituições estaduais) e 29 (leis orgânicas) ■ Órgão representativo do estado-membro – Senado ■ Guardião da Constituição – Supremo Tribunal Federal ■ Repartição de receitas – arts. 157 a 159 CF ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação - Características Entes (art. 19) Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embarcara-lhes o funcionamento ou manter com eles ou suas representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; ■ recusar fé aos documentos públicos; ■ criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. ■ União: na ordem interna, é PJDP Interno, com autonomia administrativa, financeira e política, agindo em nome do país (intervenção) ou como União (por si). Na ordem externa, representa a RFB (art. 21, I a IV) ■ Brasília – capital federal ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Repartição de competências ■ COMPETÊNCIAS MATERIAIS – atividade administrativa ■ Competências materiais da União – arts. 21 (exclusivas) e 23 (comuns, cumulativas, concorrentes) ■. Nas competências exclusivas (21): ■ Incisos I a IV tratam de relação com Estados estrangeiros ■ Incisos V a IX, XV a XXII e XXIV e XXV se referem a interesses internos de caráter nacional ■ Incisos X a XIII e XXIII – atividade econômica ■ Incisos XIII e XIV - tratam do DF ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Repartição de competências ■ Competências comuns ■. Evitar conflitos e dispersão de recursos. Como? O art. 23, p. único, prevê que leis complementares fixarão as normas para cooperação (federalismo de cooperação) entre U, E, M e DF, em prol do equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar nacional. ■ Ex: LC n. 140/2011 – regulamenta os incisos III, VI e VII do art. 23 (proteção de paisagens naturais notáveis, meio ambiente, combate à poluição e preservação de florestas, flora e fauna) ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Repartição de competências ■ E se não houver lei e nasceu o conflito? Tradicionalmente, resolve- se pelo critério da prevalência de interesses. ■ Fachin, no julgamento da questão do amianto, disse que devem ser observados: ■ a) subsidiariedade: o ente político maior deixa para o menor tudo o que puder ser feito localmente com mais economia e eficácia; ■ b) proporcionalidade: adequação entre os meios e fins ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Repartição de competências ■ Competências legislativas da União ■ a). Privativa (art. 22) – somente a União. Pode delegar? Sim, pelo parágrafo único do art. 22. ■ ali só fala em estados, mas tab. DF ■ b). Concorrente (art. 24) – normas gerais e regra da suspensão da legislação estadual. ■ c) competência tributária expressa (art. 153) ■ § 1o - alteração de alíquotas por decreto para II, IE, IPI e IOF. ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Repartição de competências ■ Competências legislativas da União ■ d) Competência tributária residual (art. 154, inc. I) ■. Por lei complementar ■. Não previstos no 153 ■. Não cumulativos ■. Não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos tributos já discriminados na CF ■ e) Competência tributária extraordinária (art. 154, II) ■ Iminência ou em caso de guerra externa ■. Compreendidos ou não é sua competência tributária ■ Suprimidos gradativamente assim que cessadas as causas ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Estados- membros ■. Os estados-membros tem autonomia: ■ Auto-organização (art. 25, caput): constituições estaduais, elaboradas no exercício do Poder ConstituinteDerivado Decorrente ■ Autogoverno: arts. 27 (Executivo), 28 (Legislativo) e 125 (Judiciário) ■ Autoadministração e auto- legislação: arts. 18, 25 e 28 – competências materiais e legislativas ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Estados- membros ■ Formação dos estados- membros (art. 18, § 3o, c/c 48, VI) ■. Desmembrar-se – deixar a “matriz” ■ Requisitos ■ 1. Plebiscito: população interessada. É condição prévia de procedibilidade, em todo estado afetado (ADI 2650). O resto, tramita no CN ■ Fusão – incorporar-se entre si ■ Cisão – subdividir-se ■ 2. PL de Lei Complementar – plebiscito ok, entra no CN ■ 3. Audiências em Assembleias Legislativas – só opinativo ■ 4. Deliberação pelo CN e pelo Executivo – não é obrigatório aprovar ou sancionar ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Estados- membros ■ O plebiscito é convocado por decreto legislativo, aprovado por 1/3 dos membros de qualquer das casas do CN. ■ Competência exclusiva (DL 136/2011 – Carajás; 137/2011 – Tapajós) ■ Plebiscito negou? Vincula, e a democracia direta prevalece. Se o plebiscito aprovar, o CN e o PR têm ampla liberdade (democracia representativa prevalece) ■ Presidente pode vetar? Sim, freios e contrapesos. O CN vai avaliar o veto, 30 dias, maioria absoluta, aberto. ■. Criou o novo estado? Art. 235 CF ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Estados- membros Terras devolutas que não forem da União ■ b) residual (remanescente, reservada): assume o que não for dos outros (25, § 1o) ■ Competências legislativas dos estados-membros ■ a) expressa – 25, caput (CE e leis) ■ b) residual (remanescente, reservada): 25, § 1o; ■ Competências materiais dos Estados-membros ■ a) comum – art. 23 (U, E, DF, M) ■ c) delegada da União (art. 22, parágrafo único) – mediante lei complementar ■ d) concorrente – art. 24 ■ e) suplementar: complementar, quando há norma geral, e supletiva, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Regiões Metropolitanas ■ Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões ■ Criação: estado-membro ■ Requisito formal: lei complementar ■. Requisito material: agrupamento de municípios limítrofes ■ Finalidade: organização, planejamento, execução de funções públicas de interesse comum ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Regiões Metropolitanas ■ E o que é interesse comum? ■ STF (ADI 1842/BA, j. em 6.3.13): inclui funções públicas e serviços que atendam a mais de um município, assim como s que, restritas ao território de um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou integradas de funções públicas, bem como ser serviços supramunicipais ■ Lei n. 13089/2015: política pública cuja realização por parte de um município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto em municípios limítrofes (art. 2o, inc. II) ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Regiões Metropolitanas Aglomeração urbana que se configura como uma metrópole, que é o espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem a influência de uma capital regional, conforme os critérios do IBGE (saúde, educação, empregos etc.) ■ Aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de dois ou mais municípios limítrofes, caracterizados por complementariedade funcional e integração das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas etc. ■ Microrregiões: definidas para fins administrativos, municípios vizinhos ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Regiões Metropolitanas ■ RM em dois estados? Sim, desde que haja uma LC em cada estado ■ E as de antes de 88? Recepcionadas (LC 14/73 – RMSP, BH e POA, LC 20/74, da RMRJ) ■ Caráter compulsório da participação (ADI 1842) – a autonomia municipal é preservada, pois a gestão da RM é compartilhada (RJ – CEDAE). ■ A participação não precisa ser paritária, desde que nenhum ente tenha predomínio absoluto (seja estado-membro ou município) ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Regiões Metropolitanas conteúdo: ■ Normas gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado (PDUI), e governança Inter federativa. ■ Critérios para o dinheiro da União servir à esta governança Inter federativa ■ Princípios ■ Prevalência do interesse comum sobre o local ■ Diretrizes gerais de planejamento, gestão e execução de funções públicas de interesse comum em RM e aglomerações urbanas ■ Autonomia dos entes ■ Compartilhamento de responsabilidades ■ Natureza jurídica: não se cria um novo ente federado, e sim uma estrutura ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Municípios ■ Municípios ■ Pessoas jurídicas de direito público interno – tem autonomia ■ Lenza é adepto da tese do ente federativo: ■ Auto-organização (LOM) ■ Autogoverno (Prefeito e vereadores) ■ Autoadministração e auto- legislação – capacidade decisória de temas de interesse local (ADI 1842) ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Municípios ■ Formação dos municípios (criação, incorporação, fusão, desmembramento) ■ 1. Lei complementar federal estipula período e procedimento (art. 18, § 4o, com redação da EC 15/96. Já houve ADI 2072, j. em 2004) ■ 2. Estudo de viabilidade municipal, na forma da lei ■ 3. Plebiscito, convocado pela AL, desde que positivo o estudo de viabilidade de todos os municípios envolvidos. É condição de procedibilidade ■ 4. Lei estadual (pode não aprovar, pode vetar) ■ criou sem a lei federal? Inconstitucionalidade formal. Mas... ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Municípios ■ STF declarou a criação de vários municípios formalmente inconstitucionais por falta da lei federal, mas manteve a vigência das leis estaduais por “mais 24 meses” (ex: ADI 2240, que cria o município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia). Aí... ■ EC 57/2008 (17/12/2008), que acrescenta o art. 96 no ADCT, e convalida tudo até 31/12/2006. Houve a ADI 2381, mas o STF disse que a EC era constitucional. ■ CN até já aprovou, mas Dilma vetou (aumento de despesa) ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Municípios ■ Competências do Município ■. Privativa – art. 30, III a IX ■ 2. Competência legislativa ■. Expressa – 29, caput (LOM) e 182 (PD) ■ Interesse local (art. 30, I) – em 67, era “peculiar interesse”, utilizando o critério da predominância ■ 1. Competências materiais ■. Comum – art. 23 ■. Suplementar (art. 30, II) – suplementa a legislação federal e estadual “no que couber”, tendo em vista o interesse local ■ Tributária expressa (156) ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Distrito Federal sede do governo do DF ■ Autogoverno: art. 32, §§ 2o e 3o - Governador e Deputados Distritais ■ Auto-administração e auto- legislação ■ Impossibilidade de divisão em municípios (art. 32. caput) ■ Autonomia parcialmente tutelada pela União (art. 32, § 4o): polícias civil e militar e bombeiros são subordinados ao Governador (art. 144, § 6o), mas mantidas e organizadas pela União (art. 21,XIV), assim como o Judiciário (21, XIII) e MPDFT (art. 22, XVII). ■ Ente federado autônomo: ■ Auto-organização: art. 32 (lei orgânica, aprovada por 2/3 + 2/3 da Câmara Legislativa) ■ Defensoria: organizada e mantida pelo Governo do DF ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Distrito Federal ■ Competências materiais – só as comuns, do art. 23 ■ a) expressa: art. 32, caput – lei orgânica ■ b) residual: 25, § 1o - tudo o que não for vedado ■ c) delegada: art. 22, parágrafo único – competências exclusivo da região ■ d) concorrente: art. 24, exercício da competência exclusiva em face da união ■ Competências legislativas ■. Pelo 32, § 1o, as competências dos estados e municípios ■. Suplementar: falta a lei federal ■ Interesse local (art. 30, inc. I) ■ Competência tributáriaexpressa: art. 147, c/c 156 e 155. ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – Territórios Federais ■ Territórios federais ■ Acre, Amapá, Roraima (Rio Branco) e Guaporé (Rondônia), Ponta-Porã (MS) e Fernando de Noronha (PE) ■. Tem personalidade jurídica, mas não tem autonomia política – é, tecnicamente, autarquia da União (art. 18, § 2o) ■. Pode haver novos? Sim (art. 28, § o), desde que: ■ 1. Plebiscito para surgir a nova autarquia da União. Pode haver novos. ■ O plebiscito, com a receita do olé indo para os toques. ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – ■ Territórios federais ■. Tem personalidade jurídica, mas não tem autonomia política – é, tecnicamente, autarquia da União (art. 18, § 2o) ■. Pode haver novos? Sim (art. 28, § o), desde que: ■ Acre, Amapá, Roraima (Rio Branco) e Guaporé (Rondônia), Ponta-Porã (MS) e Fernando de Noronha (PE) ■ 1. Plebiscito para surgir a nova autarquia da União. Pode haver novos. ■ O plebiscito deve aprovar ■ E o CN vai ter que editar lei complementar ESTRUTURA E ORGANIZAÇà O DO ESTADO BRASILEIRO Federação – ■ pode haver novos territórios? (Sim, 18, § 2o) ■ 2 – CN tem que aprovar a lei complementar ■. Divisível em municípios ■ Executivo nomeado pelo PR, após aprovação do SF (art. 84, XIV). Tem Câmara Territorial (art. 33, § 3o) ■ 1. Plebiscito, aprovando (18, § 2o) ■ 4 deputados federais, independentemente do número de habitantes. Não tem senador.
Compartilhar