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25/04/18 1 Mobilização Neural Leandro Calazans Nogueira Objetivos • Apresentar as principais técnicas do tratamento neurodinâmico; • Capacitar os participantes a diagnosticar e tratar os componentes neurais; • Fornecer opções de tratamento; • Oferecer treinamento prático das técnicas para o tecido neural; • Demonstrar possíveis implicações clínicas; • Auxiliar na interpretação das patologias relacionadas ao sistema neural. Pesquisadores "neural tension" or "neurodynamic" or "neural mobilization“ 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 "neural tension" or "neurodynamic" or "neural mobilization“ 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 1ª publicação foi em 1989 – JOSPT – Lesão de Ísquios-tibiais e tensão neural Elvey RL – Introduziu o tratamento do SNP em 1986 (Aust J Phys). O QUE OS ARTIGOS EVIDENCIAM? 25/04/18 2 • Benefícios clínicos da mobilização neural em combinação com outros tratamentos já foram descritos: – Na radiculopatia cervical (Murphy et al., 2006; Schenk et al., 2008; Kim et al., 2017; Rodríguez-Sanz et al., 2018); – Na radiculopatia lombar crônica (Ferreira et al., 2016); – Na dor lombar crônica (UK BEAM Trial Team, 2004); – Na síndrome do pronador (Lee e LaStayo, 2004); – Na síndrome do túnel do carpo (Muller et al., 2004; Michlovitz, 2004); – Na dor femuro-patelar (Huang et al., 2015). • Benefícios clínicos da mobilização neural em combinação com outros tratamentos já foram descritos: – Na cefaléia tensional (Ferragut-Garcias et al., 2017); – Na fadiga e no limiar de dor à pressão de indivíduos saudáveis (Kim et al., 2016); – Na síndrome do túnel cubital (Weirich et al., 1998; Coppieters et al., 2004); – Na epicondilalgia lateral (Arumugam et al., 2014); – Pacientes com Fibromialgia (Torres et al., 2015); – Pacientes com dor no calcâneo (Saban et al., 2014) • Apesar da eficácia da utilização da mobilização neural em pacientes com STC não ser clara; • Existe tendência de: – Redução da dor e dos sintomas, – Melhoria da sensibilidade, – Melhoria da força e da função, – Além de ter baixo custo monetário e temporal. • Conclusão: Recomendação grau B Resultados • Resultados positivos - 8 de 11 estudos • Não houve benefício adicional, mas também não houve piora clínica ou iatrogenia: • Vale considerar questões metodológicas como: – Esquema de tratamento (Número baixo de repetições -6 a 10 / intensidade e frequência) – Amostra heterogênia – O grupo controle realizou exercícios que também promovem mobilização neural 25/04/18 3 Tipo de Intervenção Condição Clínica Nível de Evidência Tratamento com Slump (Cleland et al., 2007) Dor lombar Insuficiente (Nível 4) Exercícios de mobilização neural e tendinoso do antebraço (Baysal et al. 2006; Pinar et al., 2005; Akalin et al., 2002) STC Limitado (nível 3) Deslizamento cervical contralateral (Coppieters et al., 2003; Coppieters et al., 2003; Vicenzino et al.,1996) Cervicobraquialgia Limitado (Nível 3) Combinação (Mob neural + deslizamento cervical + movimentos do ombro) (Allison et al. 2002) Cervicobraquialgia Insuficiente (Nível 4) Combinação (SLR + mob do joelho + flexão cervical passiva) (Scrimshaw e Maher, 2001) Discectomia lombar Insuficiente (Nível 4) Mobilização Mediano II (Tal-Akabi e Rushton, 2000; Drechsler et al., 1997) STC Limitado (Nível 3) • Existem 19 estudos com mobilização neural em pacientes com radiculopatia; • Os resultados são favoráveis para utilização da mobilização neural tanto para a radiculopatia cervical quanto lombar quando utilizada em combinação com outras abordagens em estudos de moderada qualidade metodológica. • A mobilização neural foi superior a intervenção mínima (i.e. exercício, fisioterapia geral, tração ou terapia manual) na redução da dor e da incapacidade para pacientes com dor musculoesquelética crônica relacionada ao nervo. Dor Incapacidade • A efetividade da mobilização neural é limitada para pacientes com síndrome do túnel do carpo; • Quase todos os pacientes que receberam mobilização neural evitaram a realização da cirurgia. • A mobilização neural deve ser incorporada como abordagem complementar ao tratamento conservador para acelerar a recuperação da função. • A mobilização neural reduziu a dor e incapacidade lombar, além da intensidade de dor cervical em pacientes com sinais neuropáticos; • Outras condições não evidenciaram resultados consistentes com a utilização da mobilização neural. • A mobilização neural foi superior a terapia interferencial, tração, exercícios e aconselhamento ergonômico em pacientes com dores cervicais associadas ao nervo. 25/04/18 4 • A mobilização neural aumentou a flexibilidade de indivíduos saudáveis, melhorou a dor e incapacidade de pacientes com dores lombares. SE COMPARARMOS COM O TRATAMENTOMEDICAMENTOSO…. • Entre 2005 e 2010 houve um aumento de 66% nos ensaios clínicos (69 estudos) que utilizaram medicamento para dor neuropática; • O tratamento medicamentoso continua a ser a principal opção terapêutica da dor neuropática; • A melhora com essa opção terapêutica é apenas marginal. PRINCÍPIOS DA MOBILIZAÇÃO NEURAL Introdução • Nervos saudáveis tem a capacidade de alongar e deslizar para se acomodar a aumentos de comprimentos necessários para o movimento normal fisiológico. • A relação entre as propriedades mecânicas do nervo e suas propriedades fisiológicas tem sido chamada de neurodinâmica. • Lesões como alongamento agudo neural ou compressão crônica são capazes de alterar a neurodinâmica normal, alterando as propriedades mecânicas (Bay, Sharkey e Szabo, 1997; Beel, Groswald e Luttges, 1984; Shacklock, 1995) Introdução • Múltiplos pontos de aprisionamento ou compressão em partes do sistema nervoso geram tensão mecânica adversa no tecido neural afetando a mobilidade e a capacidade de transmitir tensão (Butler, 2000; Elvey, 1997; Maitland, 2001). • Com isso, ocorrem alterações nas funções fisiológicas incluindo condução elétrica (Fern e Harrison, 1994), transporte axonal (Dahlin, Archer e McLean, 1993; Gallant, 1992; Kitao et al., 1997, Shacklock, 1995), e fluxo sanguíneo (Clark et al, 1992), além de poder se apresentar como sintomas neuropáticos. 25/04/18 5 Introdução • O processo de exame destas capacidades físicas do sistema nervoso de mobilidade e transmissão de tensão são definidas por “Testes de Tensão Neural”, que são sinônimos de ”Testes neurodinâmicos” e “Testes de provocação neural (Butler, 1991; Elvey, 1997). • O Teste neurodinâmico é considerado positivo quando reproduz os sintomas, quando respostas do lado afetado são diferentes do lado não acometido ou de respostas normais, e se existe alguma diferença estrutural que suporta um dano neuropático (Butler, 2000) • Tensão – é uma medida de deformação tecidual e é definida como uma alteração no comprimento do nervo comparado com o repouso ou comprimento inicial. • Excursão – é o movimento do nervo em relação às interfaces adjacentes. Introdução Excursão X Tensão Entrapment • Este é um termo geralmente utilizado para descrever alguma causa que gera compressão, tensão, alongamento, fricção ou qualquer combinação destes fatores nos nervos periféricos (Pratt, 2005). Teste Neurodinâmico • Um teste neurodinâmico é uma sequência de movimentos que produzem efeitos mecânicos e fisiológicos no sistema nervoso de acordo com os movimentos do teste (Shacklock, 2005). Características Gerais do SN periférico • Para o sistema nervoso mover-se normalmente, deve executar três funções básicas: – Sofrer tensão – Deslizamento – Sofrer compressão 25/04/18 6 • O sistema neuralé composto basicamente por 2 tipos de tecido: – Suporte e Proteção (epineuro, perineuro, mesoneuro e endoneuro) – Condução (axônio) Características Gerais do SN periférico Características Gerais do SN periférico • Interface mecânica O corpo é o container do sistema nervoso, onde o sistema musculoesquelético representa interfaces mecânicas para o sistema neural (músculo, fáscia, ligamento, osso, etc) (Shacklock, 2005) NEUROBIOMECÂNICA Neurobiomecânica • Inman e Saunders (1942) – descreveram movimento nas raízes nervosas lombo- sacras durante a flexão de coluna e a elevação de perna reta em cadáveres. Sendo que as raízes nervosas superiores movem proximalmente durante a flexão de coluna e distalmente durante a elevação da perna reta. • McLellan (1975) – propôs que uma restrição no deslizamento de nervos periféricos deve contribuir para a patofisiologia das síndromes compressivas. • A recorrência dos sintomas em pós-cirúrgicos também pode estar relacionada com a restrição do deslizamento neural (Wilgis and Murphy, 1986; Hunter 1991). Neurobiomecânica • Shacklock (1989) – dividiu 3 diferentes métodos de aplicação dos mesmos movimentos: • Máximo SLR + máximo FPI • Máximo FPI + máximo SLR • Mínimo FPI + máximo SLR Resultados: Os sintomas foram referidos onde o primeiro movimento era aplicado. Fisiopatologia Neural (Intraneural X Extraneural) • Intraneural - Edema Neural (desmielinização, formação de neuroma, fibras nervosas hipóxias ou aderências nos tecidos conjuntivos). • Extraneural – base do nervo ou as Interfaces Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 25/04/18 7 Neurobiomecânica • “Alongamento” • Deslizamento: longitudinal e transversal • Convergência A convergência das estruturas neurais acontece na direção da articulação que se move, tanto nos membros quanto na coluna vertebral, durante os movimentos sagitais. Deslizamento Longitudinal do Nervo Mediano (Greening,Dilley e Lynn, 2005) • Os autores estudaram o deslizamento neural em 3 grupos (controle, pacientes com lesão por chicote e pacientes com dor difusa no MS) por meio do Ultra-som. • Encontrou-se diminuída em 71% dos casos de pacientes com lesão do chicote; • Em 68% dos pacientes com dor difusa no MS, comparados ao grupo controle. • Concluíram que a alteração na tensão nervosa e a mecanosensibilização podem contribuir para os sintomas dos pacientes. Deslizamento Longitudinal do Nervo Mediano (Greening,Dilley e Lynn, 2005) NSAP – grupo com dor difusa no MS Ms em extensão (ABD de ombro a 90º + extensão de cot. + extensão de punho) Ms em flexão (ABD de ombro a 30º + flexão de cot. A 90º + flexão de punho) (Dilley et al., 2003) Disposição fascicular Ms em extensão (ABD de ombro a 90º + extensão de cot. + extensão de punho) Ms em flexão (ABD de ombro a 30º + flexão de cot. A 90º + flexão de punho) (Dilley et al., 2003) Excursão X Tensão 25/04/18 8 Programa do curso • Nervo Ciático; • Neuroeixo (Slump); • Nervo Tibial; • Nervo Fibular; • Nervo Sural; • Nervo Femural; • Nervo Mediano; • Nervo Ulnar; • Nervo Radial. As práticas de Mobilização Neural incluem teste e tratamento para as seguintes estruturas: Membros Inferiores Nervo Ciático • L4-L5-S1-S2-S3 • Semimembranoso • Semitendinoso • Bíceps femural (cabeça longa) • Bíceps femural (cabeça curta) Ferreira,A. S.. Lesões Nervosas Periféricas – Diagnóstico e Tratamento. Ed. Santos. 2001 Teste do Nervo Ciático Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 Teste do Nervo Ciático O POSICIONAMENTO ARTICULAR INTERFERE NA AMPLITUDE DE MOVIMENTO DO TESTE? 25/04/18 9 SLR e Tensão no Ciático P2 P1 SLR e Tensão no Ciático P1 P2 SLR e Tensão no Ciático P1 P2 Tratamento do Nervo Ciático Slump Teste Slump Teste • Flexão Cervical + Flexão de tronco + flexão de Quadril + Extensão de Joelho + Dorsiflexão. Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 25/04/18 10 Slump Test Tratamento do Neuroeixo Nervos de Membro Inferior Nervo Tibial • O movimento de dorsiflexão e eversão associado ao SLR pode avaliar um possível aprisionamento do nervo em pacientes com dor no pé (Meyer et al., 2002). • A dorsiflexão do tornozelo resulta numa significante excursão e tensão distal do nervo tibial (Coppieters et al., 2006). Teste do Nervo Tibial Tratamento do Nervo Tibial 25/04/18 11 Nervo Fibular Superficial • Fibular longo • Fibular curto Ferreira (2001) Teste do Nervo Fibular Superficial • SLR + Flexão Plantar + Inversão • A flexão plantar e inversão fazem o dignóstico diferencial de problemas do nervo fibular (Rebain et al., 2002). Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 Teste do Nervo Fibular Tratamento do Nervo Fibular Nervo Sural Nervo Sural 25/04/18 12 Nervo Sural Teste do Nervo Sural Tratamento do Nervo Sural Nervo Femural Nervo Femural L2 – L3 – L4 • Iliopsoas • Pectíneo • Sartório • Quadríceps Ferreira,A. S.. Lesões Nervosas Periféricas – Diagnóstico e Tratamento. Ed. Santos. 2001 Nervo Femural 25/04/18 13 Teste do Nervo Femural • Tem sido encontrado positivo em 84% a 95% dos pacientes com hérnia de disco lombar alta. (Nadler et al.; 2001); Teste do Nervo Femural Tratamento do Nervo Femural NERVO FEMURAL CUTÂNEO-LATERAL Nervo Femural Cutâneo Lateral Teste do Nervo Femural Cutaneo-lateral 25/04/18 14 NERVO SAFENO Nervo Safeno Nervo Safeno Nervo Mediano C6 – C7 – C8 – T1 • Pronador Redondo • Flexor Radial do Carpo • Palmar Longo • Flexor superficial dos dedos • Oponente do Polegar • Abdutor Curto do Polegar • Flexor Curto do Polegar • Lumbricais (1º e 2º) • Flexor Profundo dos dedos 1º e 2º • Flexor longo do polegar • Pronador Quadrado Ferreira,A. S.. Lesões Nervosas Periféricas – Diagnóstico e Tratamento. Ed. Santos. 2001 Teste do Nervo Mediano Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 Sequência de Tensão do Nervo Mediano • Depressão do ombro à Gleno-umeral abdução à flexão de cotovelo à extensão de punho à supinação à Rotação gleno-umeral à extensão de cotovelo à Inclinação lateral cervical para o lado oposto. Kostopoulos, (2004) 25/04/18 15 Nervo Ulnar C7 – C8 – T1: • Flexor Ulnar do Carpo • Flexor Profundo dos dedos (4º e 5º) • Abdutor do dedo mínimo • Oponente do dedo mínimo • Interósseos Palmares • Interósseos dorsais • Lumbricais (3º e 4º) • Adutor do Polegar • Flexor Curto do Polegar Ferreira,A. S.. Lesões Nervosas Periféricas – Diagnóstico e Tratamento. Ed. Santos. 2001 Teste do Nervo Ulnar Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 Teste do Ulnar Nervo Radial C5 – C6 – C7 – C8: • Tríceps • Ancôneo • Braquiorradial • Extensor radial longo e curto do carpo • Supinador • Extensor Comum dos dedos • Extensor do dedo mínimo • Extensor ulnar do carpo • Abdutor longo do polegar • Extensor longo do polegar • Extensor Curto do Polegar • Extensor do Indicador Ferreira,A. S.. Lesões Nervosas Periféricas – Diagnóstico e Tratamento. Ed. Santos. 2001 Nervo Radial Teste do Nervo Radial Butler, David; Mobilização do Sistema Nervoso. Manole. 2003 25/04/18 16 Teste do Radial Mensagem sobre o material do curso Todos os slides do curso serão disponibilizados em formato eletrônico para os alunos. Obrigado !!!!!! lcalazansnogueira@gmail.com
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