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a vivência do enfermeiro na morte do neonato

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FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS 
CURSO DE ENFERMAGEM
II MOSTRA CIENTIFICA 2019/1
A VIVÊNCIA DO ENFERMEIRO NA MORTE DO NEONATO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
SANTOS, Vânia¹; SIQUEIRA, Júlia¹.
Artigo científico referente a disciplina de Saúde da Criança e do Adolescente como componente avaliativo do curso.
¹Acadêmicas no Curso de Enfermagem da Universidade Anhanguera de Anápolis-GO, Brasil. E-mail: enfermeiravaniasantos@hotmail.com; jssilva-1996@hotmail.com 
Orientador (a): Prof. (a) Esp. Ms. Dienit Veríssimo.
RESUMO
Os profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), vivenciam com frequência as suas limitações diante à morte. Mesmo cientes que a unidade presta serviços a pacientes graves e/ou sem chance de cura, o fim da vida tão precoce do neonato promove sentimentos intensos, causando frustrações e danos psicológicos para toda a equipe. O estudo é uma revisão bibliográfica de artigos publicados a partir de 2013, com bases nos dados em BVS e SCIELO.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal; neonato.
INTRODUÇÃO
A enfermagem é umas das profissões que tem o contato mais direto com seus pacientes e familiares, quando o profissional está no processo de capacitação é fundamental uma preparação e cuidados rotineiros com sua saúde psicológica, para futuras perdas no decorrer de sua carreira. 
Ainda que faça parte do ciclo natural da vida, a morte é tratada de forma tenebrosa, os danos aos que ficam são imensuráveis. 
Quando o neonato dá entrada na UTIN, o objetivo é melhorar e aumentar a sobrevida do RN, mesmo com doenças sem terapêutica curativa. O envolvimento do enfermeiro vai além do profissional, ele lida diariamente com a perda do seu paciente e com o preparo da família, que envolve seu lado humano e se mistura com seus sentimentos de empatia, causando sensação de fracasso, incapacidade e em alguns casos mais graves, até mesmo depressão. O objetivo desse estudo é analisar qual o nível de preparo que os profissionais enfermeiros tem, ao lidar com a perda do neonato e preparo dos familiares.
METODOLOGIA
A partir dos descritores Enfermagem em UTIN e Morte do Neonato na UTIN, foi feita uma revisão da literatura. Foram encontrados 8 artigos, após serem revisados e analisados, houve o descarte de 5 e usado 3 que atendiam aos critérios da pesquisa, possibilitando assim um estudo científico, dando alcance ao nosso objetivo.
DISCUSSÕES
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um ambiente especializado no cuidado de recém-nascidos a termo ou pré-termo em condições de risco de vida que exigem monitoramento contínuo e / ou terapias específicas. Nesta unidade, os profissionais de saúde abordam todos os esforços para cuidar de recém-nascidos gravemente enfermos e suas necessidades, bem como as necessidades familiares dos recém-nascidos. 
Ouvir os medos e preocupações da família antes de informá-los sobre a rotina da unidade, o equipamento e os cuidados prestados ao filho são essenciais para construir uma relação de confiança entre a família e a equipe de saúde, diminuindo ansiedades e medos. Devido a essa relação mais próxima com o recém-nascido e sua família, os profissionais da UTIN, em especial a equipe de enfermagem, lidam com situações emocionais difíceis. 
A fragilidade e o sofrimento de um bebê extremamente prematuro, em condições de risco de vida, e sentimentos de ansiedade e insegurança dos familiares são constantes no seu trabalho cotidiano. Além disso, as complicações na evolução clínica do recém-nascido são frequentes e exigem não apenas habilidades técnicas, conhecimentos específicos e atualizados, mas também agilidade e sensibilidade, causando grande estresse físico e emocional nesses profissionais (ALMEIDA et al, 2016).
Segundo Barbacena (2017), apesar da morte fazer parte do ciclo natural da vida, os profissionais de Enfermagem, geralmente, não estão sendo adequadamente preparados para lidar com ela, o que muitas vezes gera reações e sentimentos de sofrimento. O contato com essa situação, em especial em uma UTIN, pode ser fonte de estresse e sofrimento psíquico para esses profissionais, que interpretam esse evento como fracasso pessoal e falha no trabalho desenvolvido, uma vez que permanecem mais tempo ao lado do paciente, acompanhando-o no seu processo de morte.
A fim de proteger do contato com experiências dolorosas, a negação tem sido um dos mecanismos mais utilizados por estudantes e profissionais de enfermagem no enfrentamento de situações que envolvem a morte. O sistema defensivo baseado na negação e repressão dos sentimentos e emoções alimenta o paradoxo de que, se por um lado os profissionais de saúde são os que mais intensamente lidam com o tema morte, por outro são também os que mais resistem em reconhecê-la como um fato inerente à existência humana (HORMANEZ et al, 2013).
 Com base na opinião dos autores, é possível entender o fato pelo qual os enfermeiros, tem tal dificuldade para lidar com a vivência da perda de RNs em UTIN, a falta de preparo psicológico se destaca, em grandes casos os enfermeiros por não saberem como reagir após essa perda, causando assim transtornos, e afetando sua vida profissional, levando até mesmo a depressão em casos extremos. O objetivo desse estudo é analisar qual o nível de preparo que os profissionais enfermeiros tem ao lidar com a perda do neonato e preparo dos familiares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Foi evidenciado o despreparo dos atuais profissionais para lidar com tal situação, a falta de preparo durante o período de formação deixa uma falha que permite ao enfermeiro um descontrole de suas emoções. 
É humanamente aceitável que exista comoção com a morte do paciente, ainda mais quando se acaba de chegar à vida extra-uterina, um momento que seria de celebrar se torna um pesar e fica na função do enfermeiro dá o primeiro suporte aos familiares desse RN. Se torna importante que tenham suporte psicológico, os ajudando a manter sua conduta profissional.
As instituições de ensino também deveriam estabelecer desde o início do curso, formas de preparo para lidar com a morte e o luto, pois assim teríamos um quadro de profissionais mais preparados, para lidar com situações como a morte de neonatos em UTIN. 
REFERÊNCIAS
ROCHA, Daniela; NASCIMENTO, Êmely; RAIMUNDO, Luiz; DAMASCENO, Ana Maria; BONDIM, Helena. Sentimentos Vivenciados pelos Profissionais de Enfermagem diante de morte em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Mental vol. 11 no. 21 Barbacena jul/dez. 2017. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272017000200015>. Acesso em: 14 de março 2019.
SANTOS, M. A.; HORMANEZ, M. Atitude frente à morte em profissionais e estudantes de enfermagem: revisão da produção científica da última década. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 9, p. 2757-2768, 2013. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001700031>. Acesso em: 02 abril 2019.
ALMEIDA, A. FABIANE; MORAES, S. MARIANA; CUNHA, R. L. MARIANA. Cuidando do Recém-nascido que está morrendo e de seus familiares: experiências de enfermeiros em terapia intensiva neonatal. Rev. esc. enferm. USP vol.50 no.spe São Paulo junho 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016001100122&lang=pt>. Acesso em: 02 abril 2019.

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