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apostila desenho construção civil

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULA 
DISCIPLINA – DESENHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2019 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR - DCC 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 2 
 
NOÇÕES GERAIS DE PROJETO E DESENHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
1 – Projeto Arquitetônico 
O Projeto Arquitetônico é o conjunto de passos normativos, voltados para o 
planejamento formal de um edifício qualquer, regulamentado por um conjunto de normas 
técnicas e por um código de obras 
Um projeto arquitetônico é desenvolvido em diferentes fases, cada uma 
delas abrange um número crescente de informações e desenhos cada vez mais 
detalhados. Os desenhos podem ser para fins de estudo (temporários) ou de 
apresentação (documentos definitivos). 
Os projetos arquitetônicos devem conter todas as informações necessárias 
para que possam ser completamente entendidos, compreendidos e executados. O 
projeto de arquitetura é composto por informações gráficas, representadas pelos 
desenhos técnicos através de plantas, cortes, elevações e perspectivas – e por 
informações escritas – memorial descritivo e especificações técnicas de materiais e 
sistemas construtivos. 
Assim, o projeto arquitetônico é composto por diversos documentos, entre 
eles as plantas, os cortes e as elevações ou fachadas. Neles encontram-se as 
informações sob forma de desenhos, que são fundamentais para a perfeita 
compreensão de um volume criado com suas compartimentações. Nas plantas, 
visualiza-se o que acontece nos planos horizontais, enquanto nos cortes e elevações o 
que acontece nos planos verticais. Assim, a partir do cruzamento das informações 
contidas nesses documentos, o volume poderá ser construído. Para isso, devem ser 
indicadas todas as dimensões, designações, áreas, pés direitos, níveis etc. As linhas 
devem estar bem diferenciadas, em função de suas propriedades (linhas em corte ou 
vista) e os textos claros e corretos. 
2 – Etapas do Projeto Arquitetônico 
O projeto de arquitetura da edificação compreende as fases de: 
- Estudo Preliminar; 
- Anteprojeto e/ou Projeto de Aprovação, 
- Projeto de Execução e; 
- Projeto como construído ou Assistência à Execução da Obra; 
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Estas etapas se caracterizam como blocos sucessivos de coleta de 
informações, desenvolvimento de estudos/serviços técnicos e emissão de produtos 
finais, objetivando, ao término de cada um deles: 
 a) avaliar a compatibilidade do projeto com o programa de necessidades, 
em especial no que se refere a: 
 • funcionalidade; • dimensionamentos e padrões de qualidade; • custos e 
prazos de execução da obra; 
 b) providenciar, em tempo hábil, as reformulações necessárias à 
concretização dos objetivos estabelecidos no programa de necessidades, evitando-se 
posteriores modificações que venham a onerar o custo do projeto e/ou da execução da 
obra; 
c) construir o conjunto de informações necessárias ao desenvolvimento da 
fase subsequente. 
2.1 – Estudo preliminar 
O Estudo Preliminar constitui a configuração inicial da solução arquitetônica 
proposta para a obra (partido), partindo-se do estudo da viabilidade de um programa 
(solicitações do cliente). Nesta etapa, são levantadas as informações sobre o o lote, 
como por exemplo: documentação legal, legislação urbanística e ambiental, normas 
técnicas, legislação específica, orientação geográfica, condicionantes climáticos entre 
outros. Este estudo pode servir de consulta prévia para aprovação do projeto em órgãos 
de licenciamento e fiscalização além de receber a aprovação preliminar do cliente. 
2.2 – Anteprojeto 
 O Anteprojeto constitui a configuração final da solução arquitetônica 
proposta para a obra, considerando todas as exigências contidas no programa de 
necessidades do cliente e o Estudo Preliminar aprovado pelo cliente. São realizados 
projetos complementares, como os de instalações prediais, estrutura e outros. Nesta 
fase são realizadas as mudanças e melhorias apontadas no estudo preliminar. 
2.3 – Projeto de Aprovação 
O Projeto de Aprovação é uma sub-fase ao anteprojeto, desenvolvida, 
conforme o caso anterior, concomitante ou posteriormente a ele. Constitui a 
configuração técnico-jurídica da solução arquitetônica proposta para a obra 
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considerando as exigências contidas no programa de necessidade do cliente, o Estudo 
preliminar ou Anteprojeto aprovado pelo cliente e as normas técnicas de apresentação 
e representação gráfica emanadas dos órgãos públicos (em especial, Prefeitura 
Municipal, concessionárias de serviços públicos e Corpo de Bombeiro, se for o caso). 
Nos casos especiais em que não haja necessidade de aprovação do, projeto pelos 
poderes públicos está subfase deixa de existir. 
2.4 – Projeto da Execução 
O Projeto da Execução é o conjunto de documentos técnicos (memoriais, 
desenhos e especificações) necessárias à licitação e/ou execução (construção, 
montagem, fabricação) da obra. Constitui a configuração desenvolvida e detalhada do 
Anteprojeto aprovado pelo cliente. 
2.5 - Projeto como construído ou Assistência à Execução da Obra 
A Assistência à Execução da Obra é fase complementar de projeto que se 
desenvolve concomitantemente à execução da obra, não se confundindo com os 
serviços listados anteriormente. Apresenta, de forma clara e organizada, todas as 
informações necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes e ao término 
da construção são anotadas todas as mudanças realizadas no projeto durante a 
execução. 
3 – Escala de Representação 
Todo mapa/carta/planta é uma representação esquemática da realidade, 
dando-se segundo proporções, entre o desenho (imagem) e a medida real (objeto). 
A Escala é uma forma de representação que mantém as proporções das 
medidas lineares do objeto representado, ou seja, é a relação constante entre as 
distâncias medidas no terreno (objeto – o) e sua representação no papel 
(imagem – i ). Ela pode se apresentar na forma de fração ou de proporção: 1/100 
ou 1:100, sendo esta última à mais usual. 
A equação a seguir, relaciona a dimensão do desenho no papel 
(imagem – i ) com o seu tamanho real no terreno (objeto – o). Esta relação é 
dada pela fórmula: 
 
 
 
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Onde: 
E = Escala ou razão escolhida; 
o = unidades medidas no terreno (objeto); 
i = unidades que devem ser colocadas no papel para representar 
(imagem). 
A escala é representada por uma fração do tipo 1/M, onde M é 
denominado de módulo da escala. Deste modo, podemos fazer a seguinte 
operação: 
 
Onde: 
 
sendo M o módulo da escala 
Vale ressaltar que, o numerador (i) e denominador (o) têm que ter a 
mesma unidade de medida, e quanto MAIOR o denominador, MENOR será a 
escala. 
Esta segunda expressão permite estimar a medida real de um terreno 
a partir do conhecimento da escala da planta e sua respectiva medida. 
A tabela 1.1 apresenta um resumo, por ordem decrescente de valores, 
as principais escalas para plantas e cartas topográficas, cartográficas e 
geográficas, com o seu respectivo emprego. 
Tabela 1.1 – Exemplo de Aplicação das Escalas 
 
Principais tipos de escalas e suas principais aplicações. (Fonte Espartel, 1987). 
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3.1 – Tamanhos de Papel 
A seguir são apresentados os seguintes tamanhos de papel 
padronizados, mais usuais para a representação. 
 
 
 
3.2 – Interpretação das Escalas 
Vamos adotar como exemplo, a escala de 1:500. Esta escalanos 
informa que, o comprimento de um segmento representado em uma planta, 
equivale a quinhentas vezes este comprimento no campo. 
Exemplos: 
a) 1m em planta representa uma linha de 500 m no terreno 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 = 
𝑖
𝑜
=
1𝑚
𝑜
=
1
500
= 𝑜 = 1𝑚 𝑥 500 = 500𝑚 
b) 10 cm em planta representa uma linha de 5.000 cm no terreno. 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 = 
𝑖
𝑜
=
10𝑐𝑚
𝑜
=
1
500
= 𝑜 = 10𝑐𝑚 𝑥 500 = 5000𝑐𝑚 = 50𝑚 
 
 
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3.3 – Tipos de Escalas 
- Escala Natural: quando as dimensões da imagem (i) são iguais as dimensões 
do objeto real (o) 
- Escala de Ampliação: quando as dimensões da imagem (i) são maiores que 
as dimensões do objeto real (o) 
- Escala de Redução: quando as dimensões da imagem (i) são menores que as 
dimensões do objeto real (o) 
A escala que iremos estudar nesta disciplina, será a escala de 
redução. A seguir são apresentados alguns exemplos de escalas de redução. 
1º Exemplo – Um objeto tem 10 metros de comprimento. Se seu comprimento 
for representado num desenho por 1 metro, qual foi a escala usada? 
Escala = 
comprimento do desenho
comprimento real
 = 
1m
10m
 = 1:10 
2º Exemplo – Sabemos que a escala usada numa planta baixa é de 1:50. 
Medindo no desenho, a largura de uma sala, encontramos 3,4 cm. Qual a 
dimensão real da sala? 
i = 3,4cm 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 = 
𝑖
𝑜
=
3,4
𝑜
=
1
50
= 𝑜 = 3,4𝑐𝑚 𝑥 50 = 170𝑐𝑚 = 1,7𝑚 
3º Exemplo – Um terreno esta sendo representado em uma escala num desenho. 
Se o terreno de 12 metros esta representado no desenho por 24 centímetros, 
qual escala usada no desenho? 
i = 24 cm = 0,24m 
o = 12 m 
Escala = 
i
o
=
1
x
→
0,24m
12m
=
1
x
→ x = 
12m
0,24m
 = 50 
A escala é de 1:50 
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Exercícios: 
Ex. 1: Medindo sobre um desenho 4,7 cm qual é o comprimento correspondente 
em campo (na obra) em cm e m, escala 1:50? 
Ex. 2: Medindo sobre um desenho 6,9 cm qual é o comprimento que deve ser 
marcado em campo (na obra) em cm e m, escala 1:100? 
Ex.3: Com um metro de pedreiro medimos sobre o desenho uma distância e 
achamos 6,75 cm. Qual é o comprimento que deve ser marcado em campo (na 
obra) em cm e m, escala 1:20? 
Ex. 4: Em um detalhe de projeto, medindo uma distância com escala métrica 
qualquer (trena de pedreiro por exemplo), achamos 35,4 mm ou 3,54 cm. Qual 
é o comprimento que deve ser marcado em campo (na obra) em cm e m, escala 
1:25? 
Respostas: 
 
Ex. 5: - Dado um terreno com dimensões de 15,00 m x 35,00 m, determinar 
a escala mais adequada para que o mesmo possa ser representado em 
uma folha no formato A3 (considerar as margens da folha e desconsiderar o 
rótulo). 
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Resolução: O terreno deve ser esboçado dentro da folha de desenho e 
duas escalas devem ser determinadas: uma no sentido do comprimento e outra 
no senti do da largura do terreno: 
 
Uma escala deve ser determinada para a maior dimensão do terreno em comparação 
com a maior dimensão da folha: 
E1 = i/o → E1 = 388mm/35,00m 
O numerador e o denominador da fração devem estar na mesma unidade, logo: 
E1 = 388mm/35000mm 
Para reduzir o numerador a 1 basta dividir o numerador e o denominador da fração por 
388. 
E1 = 1/90 (OBS.: é necessário arredondar o denominador da escala para um 
número inteiro). 
Outra escala deve ser determinada para a menor dimensão do terreno em comparação 
com a menor dimensão da folha: 
E2 = i/o → E1 = 283mm/15,00m 
O numerador e o denominador da fração devem estar na mesma unidade, logo: 
E2 = 283mm/15000mm 
Para reduzir o numerador a 1 basta dividir o numerador e o denominador da fração por 
283: 
E2 = 1/53 
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Entre as duas escalas determinadas devem os escolher a de maior redução, 
para garantir que todo o desenho caberá na folha. A escala de maior redução é aquela 
que possui maior denominador, neste caso, a E1 = 1/90. 
No entanto, não é usual se trabalhar com a escala 1/90. Desse modo, se 
escolhe dentre as escalas mais usuais a que mais se aproxima da escala calculada e 
apresenta maior redução que ela. Neste caso a escala mais adequada para se 
representar o terreno é a escala 1:100. 
Ex. 6: - Determinar as dimensões reais de um terreno retangular cujos lados foram 
desenhados com 25cm x 48cm e a escala utilizada foi 1:500. 
Resolução: Deve ser determinada a dimensão real de cada um dos lados: 
E = i/o 
1/500 = 25cm/o1 → o1 = 12.500cm → o1 = 125m 
Para o outro lado do terreno: 
E = i/o 
1/500 = 48cm/o2 → o2 = 24.000cm → o2 = 240m 
As dimensões reais do terreno são 125mx240m. 
Ex.7: A distância entre dois pontos, medida sobre uma planta topográfica, é 520 
mm. Sabendo-se que, no terreno, estes pontos estão distantes 208m, determine qual 
a escala da planta. 
 Resolução: 
E = i/o 
E = 520mm/208m 
É necessário que o numerador e o denominador da escala estejam na mesma unidade: 
E = 520mm/208.000mm 
Para reduzir o numerador a 1 basta dividir o numerador e o denominador da 
fração por 520: 
E = 1/400 
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A escala da planta é 1/400 ou 1:400. 
Ex. 8: Qual a distância real entre as cidades A e B, considerando-se que estão 
separadas por uma distância de 10 cm num mapa de escala 1:100.000? Faça 
também a es cala gráfica correspondente, sabendo-se que o corpo da escala deve 
conter divisões de 1.000 em 1.000 metros e o talão deve conter 5 subdivisões. 
Resolução: 
E = i/o 
1/100.000 = 10cm/o → o = 1.000.000cm → o = 10km 
A distância real entre as duas cidades é de 10km. 
Para desenhar a escala gráfica é necessário determinar a medida das divisões do corpo: 
E = i/o 
1/100.000 = ic/1.000m → ic = 0,01m → ic = 1cm 
As divisões do corpo deverão ser desenhadas com 1cm. 
Para determinar as subdivisões do talão é necessário dividir o valor das divisões do 
corpo pelo número de subdivisões do talão: 
It = ic / 5 → it = 1cm / 5 → it = 0,2cm ou it = 2mm 
Desse modo, a escala gráfica correspondente fica assim representada: 
 
4 – Compreensão da Perspectiva 
O conhecimento sobre perspectiva de observação, também denominada de 
cônica ou linear, é indispensável para quem pretende desenhar corretamente a 
aparência de volume dos objetos, profundidade e espaço de ambientes ou paisagens e 
todo tipo de esquemas gráficos que busquem reproduzir as características 
tridimensionais da realidade. 
No desenho artístico a perspectiva pode ser definida como um recurso 
gráfico que utiliza o efeito visual de linhas convergentes para criar a ilusão de 
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tridimensionalidade do espaço e das formas quando estas são representadas sobre uma 
superfície plana como a do papel de desenho. 
4 – Desenhos Componentes do Projeto Arquitetônico 
O desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico 
normatizado voltada para a representação dos projetos arquitetônicos. O desenho de 
arquitetura, portanto, manifesta-se como um conjunto de símbolos que expressam uma 
linguagem, estabelecida entre o emissor (o desenhista ou projetista) e o receptor (o 
leitor do projeto). É através dele que o profissional transmite as suas intenções 
arquitetônicas e construtivas.A quantidade de informações apresentadas em cada desenho componente 
de um projeto arquitetônico, varia em função do objetivo do desenho em cada fase do 
projeto, em grau crescente de detalhamento e precisão. 
4.1 – Planta de Situação 
Na planta de situação são representadas todas as informações e elementos 
necessários para se situar a edificação dentro do lote. É a representação da vista 
ortográfica superior abrangendo o terreno e o seu interior, com a finalidade de identificar 
o formato, as dimensões e a localização da edificação dentro do terreno para o qual foi 
projetada. 
Na planta de situação, figura 06, devem constar as seguintes informações: 
- curvas de nível projetadas e existentes (topografia e desníveis); 
- indicação da orientação geográfica (norte); 
- indicação de vias de acesso, vias internas, estacionamentos, áreas cobertas, taludes 
e vegetação; 
- perímetro do terreno com suas cotas totais; Locação da edificação dentro do terreno; 
- indicação dos limites externos da (s) edificação(ões): recuos, afastamentos, forma, 
dimensão do terreno e da (s) edificação(ões); 
- marcação de acessos, rampas e escadas externas. 
- Índices Urbanísticos: Área total do terreno, índice de Ocupação, índice de Utilização, 
Índice de permeabilidade, etc. 
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Figura 06 – Planta de Situação 
4.2 – Planta de Localização 
A planta de localização (figura 07) é uma planta que tem como objetivo, 
localizar o lote em relação a cidade. Pode ser considerada como uma vista ortográfica 
superior esquemática, pois não se representam todos os elementos que normalmente 
se enxergaria na vista (construções, muros, vegetações), mas somente o contorno do 
lote, com suas informações em relação ao espaço que se situa. 
Para atender aos objetivos e finalidades da própria planta de situação, a 
representação gráfica deve ser composta dos seguintes elementos: 
- Contorno do terreno (ou gleba); 
- Contorno do quarteirão; 
- Trechos dos quarteirões adjacentes; 
- Informações: Orientação geográfica (norte); 
- Dimensões lineares e angulares do lote ou gleba (cotas do terreno); 
- Distância à esquina mais conveniente; 
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- Nome dos logradouros; 
 
Figura 07 – Planta de Localização 
 
A quantidade de informações e a escala em que for executado este 
desenho, diferenciam a planta de situação da planta de locação em cada município, 
definidas nas legislações referentes à construção. 
4.3 – Planta Baixa 
São cortes feitos em cada pavimento por meio de planos horizontais 
paralelos ao piso. Os planos de corte situam-se em uma altura entre a verga da porta e 
o peitoril da janela, altura essa de aproximadamente 1,50 metros. 
 
A porção da edificação acima do plano de corte é eliminada e representa-se 
o que um observador posicionado a uma distância infinita veria ao olhar do alto a 
edificação cortada, conforme figura 08. 
A apresentação final de uma planta baixa deve conter: 
- paredes; 
- portas; 
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- janelas; 
- peças e equipamentos do layout fixo (áreas molhadas como cozinha, banheiro e área 
de serviço); 
- projeção do beiral; 
- linhas indicando os degraus e sobressaltos relativos a diferenças de nível entre os 
pisos; 
- nome dos compartimentos; 
- área dos compartimentos; 
- cotas de nível dos pisos dos compartimentos (nível); 
- indicação dos pisos impermeabilizados (por meio de hachura); 
- cotas das dimensões dos compartimentos, das espessuras das paredes e das 
dimensões reais da edificação; 
- linha, sentido e denominação dos cortes verticais. 
 
Figura 08 – Planta Baixa 
 
Em construções com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa 
para cada pavimento arquitetonicamente distinto. 
MATERIAL COMPLEMENTAR - DCC 
 
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Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa, 
que neste caso será denominada de “PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO”. 
Quanto aos demais pavimentos, o título da planta inclui a denominação do 
piso, por exemplo, planta baixa do 1º pavimento (ou pavimento térreo), planta baixa do 
segundo, subsolo, planta baixa da cobertura, planta baixa da sobre loja, e assim por 
diante, conforme figura 09. 
 
Figura 09 – Planta Pavimento Tipo 
 
4.4 – Planta de Cobertura 
Uma das plantas mais simples do conjunto que compõe um projeto 
arquitetônico, corresponde a vista superior da construção. A planta de cobertura é 
essencial para representar o tipo de fechamento (telha ou outro qualquer) a ser aplicado 
na construção, conforme figura 10. 
 
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Figura 10 – Planta de Cobertura 
 
4.5 – Cortes 
Os cortes são desenhos muito importantes, complementares à planta baixa, 
com informações relativas às alturas dos elementos construtivos. São obtidos de forma 
semelhante à planta baixa, mas o plano de corte passa a ser vertical e pode ser 
localizado em qualquer posição, de modo a representar os elementos internos que 
mereçam maior destaque. 
Quanto um plano de corte intercepta uma construção, obtêm-se duas partes 
que podem ser utilizadas, a escolha irá depender dos detalhes que se deseja 
representar com aquele corte específico. 
A quantidade de cortes utilizada em um projeto varia de acordo com a 
complexidade da construção, embora sejam realizados no mínimo dois, conforme figura 
11. 
MATERIAL COMPLEMENTAR - DCC 
 
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Figura 11 – Corte A 
 
 
No exemplo acima, são desenhados os dois cortes apenas por questões 
didáticas, uma vez que apenas uma direção deve ser escolhida para cada plano de 
corte, salvo alguma característica muito específica do projeto. 
A figura 12 apresenta o corte com algumas convenções de representação 
gráfica. 
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Figura 12 – Indicação do Corte na Planta de Edificação 
 
Já o Corte B é realizado em outra posição da construção, detalhando outros 
elementos, conforme figura 13. 
 
 
Figura 13 – Corte B 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR - DCC 
 
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A seguir está representado o corte B com algumas das convenções de 
representação gráfica. Para melhor compreensão do corte é preciso indicá-lo na planta 
de edificação, conforme figura 14. 
 
Figura 14 – Indicação do Corte B na Planta de Edificação 
 
Nos cortes não se representa nada que seja visto através de portas e 
janelas, considera-se que estejam sempre fechadas. 
4.6 – Fachada 
Junto a planta de cobertura, este é também um dos desenhos mais simples 
de um projeto arquitetônico, correspondentes as vistas externas da construção. A 
fachada tem função mais de apresentação que de execução, conforme figura 15. 
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Figura 15 – Fachada de uma construção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
“A cidade pelo Avesso: Desafios do Urbanismo Contemporâneo”, Editora Viana & 
Mosley, 2006. 
FERREIRA, P. Desenho de Arquitetura. Editora Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro, 
2004. 
“Manual de Contratação dos Serviços de Arquitetura e Urbanismo”, Editora PINI, 
São Paulo, 2000.MONTENEGRO, G. “O Desenho Arquitetônico”, Editora Edgard Blucher, São Paulo, 
2001. 
NOTAS DE AULA. UFV – Departamento de Arquitetura e Urbanismo – ARQ 100: 
Desenho Técnico. 
NUNES, F.M.M.P. “Métodos de trabalho para a etapa de concepção do projeto de 
arquitetura”. 2012. 42f. Monografia (Especialização), Escola de Arquitetura, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2012. 
“O que é Urbanismo”, Editora Brasiliense, São Paulo, 1991. SILVA, R. C. M.

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