Buscar

Protesto de Titulos de Credito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROTESTOS DE TÍTULOS DE CRÉDITO 
PROTESTO DE TITULOS DE CRÉDITO LEI 9.492/97 
A Lei n.º 9.492/97, que define a competência e regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida, aduz já em seu artigo 1º o conceito de protesto, que restou vazado nos seguintes termos: “Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.”  Vale dizer que a normatização do conceito de protesto veio de encontro com os anseios da doutrina. 
O protesto é ato público e solene exigido por esta lei para a completa garantia do exercício do direito regressivo do credor, porque estabelece a prova da observância oportuna de determinadas formalidades e diligências. 
Assim, percebe-se que o protesto de títulos e outros documentos de dívida documentam, de modo solene e autêntico, dotado de presunção legal de veracidade e legitimidade, a exata observância dos preceitos legais para o devido exercício dos direitos cambiários. O protesto é uma formalidade, ele é solene, ou seja, há que se obedecer um rito legalmente estabelecido, atestando a diligência do portador do título para seu recebimento ou para aceite, não tendo o portador, apesar de sua diligência, logrado êxito no seu desiderato
Assim, o protesto de títulos se apresenta como ato público, dotado de fé-pública, que tem precipuamente duas funções: uma eminentemente probatória, da apresentação do título e do resultado da intimação, a segunda é uma função conservatória, pois assegura o direito de regresso aos coobrigados.
O titular de um direito pode se utilizar de meios que a legislação lhe oferece para assegurá-lo e lhe tornar efetivo, mesmo antes que ocorra qualquer violação. É nesse contexto que surge o protesto como ato formal extrajudicial que tem por finalidade conservar e ressalvar direitos, caracterizando a mora do devedor.
DA SOLENIDADE PARA O ATO
O protesto cambial é revestido de formalidades rigorosas, uma vez que é insubstituível por outros meios de prova. Ocorre que existem atos para os quais o ordenamento jurídico exige determinada forma, ou rito de formas, e há ainda atos que, não menos formais, têm como exigência uma única forma ad solemnitatem. O ato do protesto depende não só de uma formalidade porque deve obedecer aos requisitos da lei, sob pena de nulidade, é uma formalidade qualificada porque somente será considerado válido se feito pelo tabelião de protestos, seguindo-se estritamente o procedimento prescrito na Lei n.º 9.492/97. Assim, percebe-se a necessidade de rigoroso respeito aos procedimentos previstos em lei.
Forte exemplo da necessidade de estrito cumprimento do procedimento legal para o ato de protesto é a exclusão da falência quando o devedor empresário provar vício em protesto ou em seu instrumento. O artigo 96, VI, da Lei n.º 11.101/05: “Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – pagamento da dívida;
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento”.
FINALIDADE DO PROTESTO 
Protesto corresponde ao ato extrajudicial formal que prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos. É prestado no interesse público servindo como meio de fácil acesso para o recebimento e solução de conflitos com menor onerosidade e maior celeridade que a via judicial. Oferece como vantagens ao devedor a oportunidade de pagamento sem a incidência de um litígio judicial que importaria em custas judiciais, honorários advocatícios e ainda a penhora de algum bem. 
Sendo o ato do protesto realizado por profissional de direito, agente delegado pela Administração Pública, dotado de fé pública, tendo por origem as determinações impostas por Lei, sejam instrumentais ao regulamentar os procedimentos adotados pelos registradores (Lei 9492/97), ou específicas nas espécies de títulos de créditos, corresponde na garantia da ação do Poder Público, na esfera extrajudicial, com observância nos princípios do devido processo legal e o respeito e a dignidade da pessoa humana. (arts. 1º, inc. III e 5º, inc. LIV CF/88). 
Como finalidade preponderante do protesto, o recebimento do crédito traz como consequência a resolução da relação jurídica, quando esta não se perfaz, ou seja, quando o título é protestado, os efeitos deste protesto podem: constituir o devedor em mora; garantir o direito de regresso; interromper a prescrição (o art. 202 III do CC/2002 revogou a Sumula 153 STF); instrumentalizar ação falimentar; documento hábil para abatimento no imposto de renda; inclusão do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito etc. Além destas, o protesto pode ter ainda como consequências o cancelamento da conta corrente e restrições junto à agência bancária para retirada de talões de cheques, impedimento para financiamentos e empréstimos financeiros, serve também como prova da apresentação para pagamento em tempo devido e ainda prova da recusa do aceite.
MODALIDADES DE PROTESTO
 Existe três modalidades de protesto, conforme preceitua o art. 21 da Lei nº 9.492/97:
 1º) Protesto por falta de pagamento: de acordo com o § 2º deste artigo, após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na lei cambial; 
2º) Protesto por falta de aceite: somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para aceite ou a devolução (art. 21 § 1º).;
3º) Protesto por falta de devolução: devido quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal. Esse protesto poderá basear-se na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitará a conter os mesmo requisitos lançados pelo sacado ao tempo da emissão da duplicata, vedado a exigência de qualquer formalidade não prevista na lei que regula a emissão e circulação das duplicatas (art. 21 §3º). 
Com a entrada em vigor da Lei n° 10.931, de 02/08/2004, criou-se, com o texto do artigo 41 assim redigido: “A Cédula de Crédito Bancário poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresente declaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de protesto parcial”. Além da situação específica da duplicata, nova modalidade de protesto por indicação do portador. Agora, a lei também permite a indicação, para protesto, da cédula de crédito bancário. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).(Art. 44 LUC) Os débitos parcialmente pagos também podem ser protestados pelo saldo restante. O credor, munido do título de crédito exigível, comparece ao tabelionato e requer ao Tabelião para que seja tirado o protesto contra o sacado.
Outra forma bem mais comum é o título ser levado a protesto por uma instituição bancária, a qual detém poderes para requerê-lo por mandato do credor. Antes de proceder ao protesto, o notário intima pessoalmente o sacado, que têm prazo de 3 (três) dias para comparecer ao tabelionato e saldar a dívida, sob pena de ter o título protestado. Algumas vezes, como no caso do cheque, em que não há o endereço do emitente, e não existindo meio hábil para encontrá-lo, o notário procede com intimação por edital, que permanece visível ao público no tabelionato durante o prazo legal de 3(três) dias úteis. Além de afixar em edital as intimações de todos os devedores que não foram encontrados, também são publicadas no jornal diário de maior circulação da Comarca (quando houver, em Campo Largo não há). Após ter sido intimado, o sacado deve comparecer ao tabelionato para pagar as custas de protesto e o valor do título acrescido de juros de mora.Caso não o faça no prazo, o tabelião lavra o protesto do título em seus livros de notas, e entrega o instrumento de protesto ao credor. Importante! As informações prestadas pelo credor ou apresentante e a veracidade do título são de sua inteira responsabilidade, cabendo apenas ao tabelião proceder com o que lhe foi requisitado. Portanto, o apontamento para protesto de um título inválido, fraudado, ou inexigível, autoriza o devedor a pedir sua anulação judicialmente, com a sustação do protesto indevido e a condenação do credor/apresentante ao pagamento de indenização por dano moral e material.
PROCEDIMENTO DO PROTESTO 
O protesto é regido pela Lei 9.492/1997, por isso todos os serviços garantidores da autenticidade, publicidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei, como reza o seu art. 2° É de competência privativa do Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interesses públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados, na forma da Lei. 
O tabelionato do Protesto de Títulos deve atender o público, pelo menos, seis horas diárias, sendo que todos os documentos apresentados ou distribuídos nesse horário serão protocolizados dentro de vinte e quatro horas, obedecendo à ordem cronológica de entrega. O procedimento do protesto é iniciado com o protocolo dos títulos ou documentos de dívida. Nas localidades onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos ocorrerá a distribuição que será feita por um Serviço instalado e mantido pelos próprios Tabelionatos. Esse Serviço recepcionará os títulos e documentos de dívida, devendo distribuí-los e entregá-los, na mesma data, aos Tabelionatos de Protesto, sempre obedecendo aos critérios de quantidade e qualidade. Importante salientar que também poderão ser protestados os títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora ou dentro do Brasil. Os emitidos fora do Brasil devem ser acompanhados da descrição do documento e de sua tradução efetuada por tradutor público juramentado. Já os emitidos no Brasil, em moeda estrangeira, serão regidos pelo Decreto-lei nº 857/1969. Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais, se constarem qualquer irregularidade, o Tabelião obstará o registro do protesto. Já se não apresentarem vícios terão curso, seguindo-se à intimação do devedor, não cabendo ao Tabelião verificar a prescrição da ação correspondente ou a decadência do direito. 
O Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço, seja por meio de AR (aviso de recepção) ou documento equivalente. Recebida à intimação, o devedor deve pagar o valor indicado, no prazo de três dias úteis. Quando o portador da intimação, que pode ser funcionário do Tabelionato, carteiro ou funcionário de empresa contratada, tentar entregá-la e houver recusa no recebimento, o devedor for desconhecido no local indicado pelo credor ou estiver em local incerto ou ignorado, ou residir fora da competência territorial do Tabelionato, a intimação será feita por edital. Se a obrigação já estiver quitada ou se o devedor quiser negociar seu pagamento com o credor, deve solicitar a este que proceda à desistência do protesto. 
Outra opção, no caso de dívidas já quitadas ou sem justa causa ou que sejam resultado de fraude, o devedor deve perseguir o procedimento judicial da sustação do protesto. O devedor pode ser intimado para pagar, aceitar, devolver o título, ou cumprir o contrato de câmbio, ou ainda apresentar as razões de por que não o faz. 
Ao final do prazo de três dias concedido para que se efetue o pagamento, aceite, devolução ou cumprimento do contrato de câmbio, se a obrigação não for cumprida, o título é protestado e o protesto produz os seus efeitos.
O registro do protesto e seu instrumento deverão conter: data e número de protocolização; nome do apresentante e endereço; reprodução ou transcrição do documento ou das indicações feitas pelo apresentante e declarações nele inseridas; certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas; indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas; a aquiescência do portador ao aceite por honra; nome, número do documento de identificação do devedor e endereço; data e assinatura do Tabelião de Protesto, de seus substitutos ou de Escrevente autorizado. 
O título poderá ser averbado a qualquer tempo após o protesto, para que haja a retificação de erros materiais pelo serviço. Essa poderá ser efetuada de ofício ou a requerimento do interessado, sob responsabilidade do Tabelião de Protesto de Títulos. Para a averbação da retificação será indispensável a apresentação do instrumento eventualmente expedido e de documentos que comprovem o erro.
Após o título ter sido protestado, o devedor pode proceder ao seu cancelamento. Em qualquer momento, para comprovar a sua situação com relação à existência ou não de títulos protestados em que haja sido sacador, emitente ou obrigado, o cidadão pode solicitar certidão de protesto, podendo também solicitá-la para verificar a situação de adimplência ou não de outra pessoa, física ou jurídica. Os documentos encaminhados ou produzidos no Tabelionato de Protesto devem ser arquivados por prazo determinado em lei. O Tabelião de Protestos deverá arquivar: por um ano as intimações e editais correspondentes a documentos protestados e ordens de cancelamento; por seis meses, as intimações e editais correspondentes a documentos pagos ou retirados além do tríduo legal; por trinta dias, os comprovantes de entrega de pagamento aos credores, para as solicitações de retirada dos apresentantes e para os comprovantes de devolução, por irregularidade, aos mesmos, dos títulos e documentos de dívidas; os mandados judiciais de sustação de protesto que deverão ser conservados, juntamente com os respectivos documentos, até solução definitiva por parte do Juízo. Os livros e documentos microfilmados ou gravados por processo eletrônico de imagens não subsiste a obrigatoriedade de sua conservação. O prazo de arquivamento é de três anos para livros de protocolo e de dez anos para os livros de registros de protesto e respectivos títulos.
Todos os atos praticados pelo Tabelião e todas as despesas comprováveis que fizer para assegurar o fluxo normal do procedimento do protesto devem ser pagas pelos interessados, de acordo com os emolumentos fixados na forma da Lei estadual e de seus decretos regulamentadores, salvo quando o serviço for estatizado.
PROTESTO DA LETRA DE CÂMBIO, DUPLICATA, NOTA PROMISSÓRIA E CHEQUE
 Protesto da Letra: a apresentação da letra de cambio ao aceite é facultativa quando certa a data do vencimento. A letra a tempo certo da vista deve ser apresentada ao aceite do sacado, dentro do prazo nela marcado; na falta de designação, dentro de seis meses contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito regressivo contra o sacador, endossadores e avalistas. O aceite da letra, a tempo certo da vista, deve ser datado, presumindo-se, na falta de data, o mandato ao portador para inseri-la.
Descreve a Lei 2044/1908 em seu Art. 28: “A letra que houver de ser protestada por falta de aceite ou de pagamento deve ser entregue ao oficial competente, no primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento, e o respectivo protesto, tirado dentro de três dias úteis”.
Não necessita de Protesto a Letra quando o sacador, endossante ou avalista através da cláusula “sem despesas”, “sem protesto” ou outra equivalente, dispensam o portador de protesto ou quanto sóintervenham o sacado e sacador.
Se a cláusula, no entanto, tiver sido inserida por um endossante ou avalista, o portador somente estará dispensado do protesto em relação àquele endossante ou avalista.
Protesto da Duplicata: 1º) Por falta de pagamento, aplica-se o art. 13 § 4º Lei 5.474/68,: “O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.”
2º) O protesto por falta de aceite: é facultativo e ocorre quando o sacado recusa-se em aceitar (assinar) a duplicata dentro do prazo de apresentação e devolução de 10 (dez) dias, previsto no art. 7º da Lei 5.474/68, observando que deverá ser feito antes do vencimento da duplicata.
 Protesto do Cheque e Nota Promissória: o cheque e a nota promissória não são compatíveis com o “aceite”, sendo assim, não admitem protesto por falta de aceite (OBS: há correntes contrárias que afirmam que o cheque é compatível com aceite). O prazo para protesto corre a partir do primeiro dia útil seguinte ao vencimento (art.41 do dec.57.595/66, cc, art.48 da Lei n.7.357/85).
REGISTRO DOS PROTESTOS
Reza o art. 23 Lei 9492/97: “Os termos dos protestos lavrados, inclusive para fins especiais, por falta de pagamento, de aceite ou de devolução serão registrados em um único livro e conterão as anotações do tipo e do motivo do protesto, além dos requisitos previstos no artigo anterior. Parágrafo único.
Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida de responsabilidade das pessoas sujeitas às consequências da legislação falimentar. O deferimento do processamento de concordata não impede o protesto.
DO LUGAR DO PROTESTO
O lugar do protesto é determinado pelo título que se pretenda protestar, assim, a Letra de Câmbio deve ser protestada no lugar do aceite ou do pagamento, e na ausência destes, no lugar do domicílio do sacado. A Nota Promissória deve ser protestada no lugar do pagamento e na sua indefinição, no local onde foi sacada, ou seja, emitida. O Cheque deve ser levado a protesto no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente e a Duplicata deve ser protestada na praça de pagamento.
SUSTAÇÃO DO PROTESTO
Temos dois instrumentos a favor dos devedores em relação ao uso nocivo do instituto do protesto. Marcelo Bertoldi assevera que “Como dissemos antes, hoje o protesto, além das funções probatória e conservatória de direitos, trata-se de poderoso instrumento de cobrança colacado nas mãos do credor, que, ao levar o título a protesto, pode gerar para o devedor sérios transtornos quanto à obtenção de novos créditos na praça, na medida em que torna público o fato de ter inadimplido uma obrigação cambiária” (BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, Volume 2, 2003.(25 Obra citada, p. 101.).
Como se vê, consequências nefastas para o crédito e o bom nome da pessoa, natural ou jurídica, advêm da tiragem do protesto. Basta lembrar que, pela via do art. 29, as informações cartorárias podem atingir os cadastros de proteção ao crédito e., assim lançar sobre o protestado a ignomía dos maus pagadores, dos caloteiros, ainda que, por particularidades do caso, não seja exatamente isso o que tenha se passado no caso concreto.
Facilmente se percebe que o protesto pode ser utilizado de forma abusiva, o seja, como forma de o credor forçar o devedor ou devedores a pagamentos que não são devidos, no todo ou em parte, mas cuja recusa, ainda que legítima, teria por efeito a ignomía dos registros de maus pagadores, com a perda do bom nome e respeitabilidade comerciais e do crédito correspondente Assim sendo, o principal meio de se evitar o uso nocivo do protesto é o da sustação do protesto, que se trata de instrumento judicial de natureza acautelatória art. 798 CPC, que tem por finalidade afastar o protesto seja porque o título é inexigível, seja porque ele possua algum vício que torne imprópria a sua cobrança, no entanto, como sua natureza é acautelatória, seu exercício só é possível dentro dos 03 (três) dias de que dispõe o devedor para pagar, haja vista que após esse prazo o Tabelião lavrará o instrumento de protesto.
Sendo assim, as medidas cautelares se caracterizam, em geral, pela urgência. Elas se admitem, exatamente, para impedir as consequências desastrosas do periculum in mora, resguardando um direito que se proteja como provável fummus boni iuris. E é em respeito a essa característica que alei tolera a tomada de providência excepcionais, inclusive sine audita autera pars à luz doart. 804 do CPC.
Concessão da cautelar determinando a sustação do protesto, ou seu cancelamento, é medida que se submente à exigência do art. 806 do CPC, devendo o “devedor” aforar, num prazo de 30 dias, a ação principal, sob pena de retornar o nome ao protesto.
Dependendo das circunstâncias é necessário caução para pleitear cautelar art. 805 CPC.
Essa concessão liminar da tutela cautelar pedida mostra-se particularmente necessária nos pedidos de sustação de protesto, já que o devedor possui apenas 3 (três) dias, a contar de sua intimação, para obter o provimento judicial, sob pena de ver-se realizado o protesto e, com ele, todo o prejuízo que causa ao bom nomeados protestados. Porem se já passado o prazo e já tirado o protesto, o pedido será o de cancelamento de protesto e não sustação, pelo devedor.
CANCELAMENTO DO PROTESTO (PELO CREDOR)
Exatamente porque o credor é quem requer o protesto do título, apenas ele pode autorizar o seu cancelamento. No entanto, é o devedor quem geralmente requer o cancelamento, desde que tenha a concordância do credor. Para cancelar um protesto basta que o interessado compareça ao ofício, trazendo em mãos o original do título protestado, ou o instrumento do protesto (que é entregue ao credor após lavratura) ou uma carta de anuência com firma reconhecida do credor autorizando o cancelamento. Importante! Caso o credor seja pessoa jurídica, é necessário a última alteração do contrato social comprovando que o representante tem poderes para assinar a carta de anuência. Após o pagamento das custas, o cancelamento é anotado na folha do livro onde foi lavrado o protesto do título, e os órgãos de proteção ao crédito são informados do fato por meio eletrônico.
CONCLUSÃO
O instituto do protesto sofreu alterações desde a sua origem. No início, a Letra de Câmbio foi concebida para atender as necessidades dos comerciantes, da então região da Itália, na idade média.
A evolução das relações comerciais impôs o surgimento de outros títulos de crédito, de natureza cambiária. O cheque, a nota promissória, a duplicata, e outros, foram instituídos para fazer frente a essa recorrente necessidade de abranger todas as situações negociais.
O protesto, nesse sentido, acompanhado as mudanças na economia. Apesar disso, sempre esteve ligado, umbilicalmente, com os títulos de créditos clássicos.
A globalização fez com as relações comerciais fossem cada vez mais intensas, exigindo que os instrumentos de garantia da segurança jurídica fossem reformulados, acompanhado essa tendência.
Nesse contexto, o protesto é institucionalizado sob postulados eminentemente voltados ao comércio. Os princípios que traduzem essa visão moderna do Protesto de Títulos são a segurança jurídica formal dinâmica, a celeridade, e a formalidade simplificada.
A segurança jurídica formal dinâmica enraíza no protesto a noção funcional da confiança na sociedade. A garantia – sob as insígnias da oficialidade, autenticidade, veracidade, imparcialidade – de que as obrigações serão satisfeitas, honradas.
A celeridade e a formalidade simplificada, ligados ao procedimento de protesto, impõem a visão de eficiência e agilidade, conjugando com a noção de solenidade.
O instituto do protesto, neste contexto, deve ser voltado ao interesse coletivo do cumprimento regular das obrigações. A boa-fé objetiva advém dessa premente necessidadede honradez.
O art. 12 da Lei nº 9.492/97 não pode ser interpretado de outra forma. Pode-se falar, então, na função social dos Protestos de Títulos. Não há prejuízo à institucionalidade do Protesto, como ato jurídico emanado de autoridade imparcial. A função social surge justamente dessa característica: uma pessoa física dotada de fé pública, os chamados de “órgãos da fé pública” (expressão utilizada por João Mendes de Almeida Júnior, na sua obra Órgãos da fé pública, 2ª ed. São Paulo : Saraiva, 1963, pág. 2).
O protesto é instituto pró-credor e pró-sociedade, e assim devem ser interpretadas as disposições da Lei nº 9.492/97.
Nesse sentido, a contagem do prazo para a lavratura e o registro do protesto tem início na data da protocolização do título, sob pena de desfiguração do próprio instituto do protesto.

Continue navegando

Outros materiais