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Cinco pontos da Nova Arquitetura de Le Corbusier 1. Planta Livre A planta livre nada mais é que a separação, desvinculação entre estrutura e paredes divisórias. Isso faz com que possamos arranjar da maneira como quisermos os espaços internos de um edifício sem que haja dano a sua estabilidade, em outras palavras, sem que ele desabe. Na imagem do interior da sala de estar da Villa Savoye é possível visualizar a aplicação deste primeiro ponto claramente: as colunas de sustentação se encontram destacados e independente das paredes. Se o ambiente da forma como se encontra dividido precisasse ser alterado para atender uma nova função, seria muito fácil simplesmente demolir ou colocar novas divisórias ali sem que houvesse prejuízo estrutural. 2. Fachada Livre A fachada livre é uma consequência direta da planta livre: uma vez que as paredes estão desvinculadas da estrutura, é possível fazer arranjos como se bem entender nelas sem que haja prejuízo estrutural para o edifício. Isso inclui também paredes da fachada que podem ser trabalhadas de maneira que o arquiteto julgar necessário e sem que haja dependência de sua “compatibilização” com a estrutura. Evidentemente a estrutura ainda existe e acaba aparecendo, mas o ponto é que isso não impediu o arquiteto de trabalhar da forma como quis. 3. Janela em fita Uma vez que a fachada dos edifícios deve ser livre e independente da estrutura, é possível que sejam feitas janelas e portas em formatos que até a época da Villa Savoye eram pouco usuais. Na imagem observamos claramente que a estrutura da Villa Savoye se encontra destacada em relação à fachada e, consequentemente, à janela. No projeto, a adoção da janela em fita tem como principal justificativa enquadrar as vistas do entorno de maneira a emoldurar as bonitas paisagens. Podemos perceber esse efeito na imagem onde as copas das arvores vizinhas praticamente viram uma pintura decorando a parede interna. Le Corbusier dizia que a utilização de janelas em fita também seria benéfica na medida que diminuiria a ornamentação desnecessárias nas fachadas externas, uma característica marcante do modernismo. 4. Terraço Jardim O terraço jardim nasce de um questionamento do arquiteto com relação a forma com que as coberturas dos edifícios são utilizadas: ao invés de se perder uma área que poderia servir a alguma função instalando-se um telhado inclinado e que as pessoas não podem permanecer em cima, Le Corbusier propôs que as coberturas deveriam ser na realidade terraços com jardins, áreas de lazer, de permanência e de convívio social, ou o que mais o arquiteto pudesse imaginar. Assim, elas teriam uma função a mais do que a simples proteção do edifício em relação às condições climáticas meteorológicas. Na Villa Savoye, Le Corbusier aplicou esse conceito definindo um espação de lazer e introspecção acessível no terraço. Uma vez que a região metropolitana de Paris onde a residência se encontra pode ficar bem fria e com muitos ventos em algumas épocas, o arquiteto teve que instalar algumas paredes em paredes do terraço para proteger os usuários e tornar o espaço utilizável por mais dias ao longo do ano. 5. Pilotis A principal função dos pilotis imaginada por Le Corbusier era de deixar áreas juntas ao nível térreo de um projeto permeáveis visualmente e fisicamente. Isso significa que as pessoas poderiam passar por baixo de um edifício livremente, sem que este representasse uma barreira física para o ir e vir delas. Além disso, as pessoas seriam capazes de ver através dos edifícios, tendo uma sensação maior de segurança. Mesmo a Villa Savoye não estando localizada em contexto urbano, onde a segurança e livre fluxo dos pedestres fosse algo importante, Le Corbusier optou por definir algumas áreas de pilotis no projeto. Neste caso especifico, os pilotis acabam tendo uma função muito mais relacionada a permitir a permeabilidade visual no nível térreo, definir um espaço de garagem coberto e fornecer um espaço de chagada protegido junto às portas de acesso para os habitantes.
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