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5º-DESAFIO: DAS OBRIGAÇOES ALTERNATIVAS, DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS. Márcio é dono de uma assistência técnica de televisão, na qual realiza consertos e, também, a venda de aparelhos novos e seminovos. Ele vende para Carlos Roberto um aparelho, informando ser seminovo tendo sido realizados reparos. Contudo, a televisão não funcionou normalmente, então, Carlos Roberto tentou diversas vezes, realizar, extrajudicialmente, a troca do eletrodoméstico, mas não obteve sucesso, pois Márcio argumentava que não havia fornecido garantia. “Carlos Roberto, portanto, ingressa com ação judicial contra Marcio, o qual teve sentença transitado em julgado a efetuar o conserto da televisão ou a entregar a Carlos Roberto um aparelho novo, da mesma marca e modelo. Marcio , então liga para Carlos Roberto ,solicitando que ele compareça em sua loja para o conserto da televisão. Entretanto, ele informa que não aceita mais o conserto, pela quebra de confiança, e por isso, se recusa ao cumprimento da obrigação, pois só recebera uma televisão nova.” Contudo, Carlos Roberto pleiteia, nos mesmos autos, indenização pelo descumprimento realizado por Márcio. Sendo você o juiz, como decidiria esse caso? Na qualidade de magistrada, fundamentaria minha sentença alertando que a obrigação existente no processo é alternativa, com duas possibilidades para seu cumprimento. Contudo, só uma prestação pode ser admitida, ou ele efetua o conserto, ou devolve o dinheiro, pago pela televisão, pois o vendedor não é fabricante e, sim, uma assistência técnica que vende aparelhos seminovos. Sr. Marcio não se negou de consertar o aparelho, após o transito em julgado, inclusive pediu para que o Sr. Carlos Roberto levasse a televisão, até a sua assistência para o conserto, ele não se negou de arrumar, porem o Sr. Carlos Roberto perdeu a confiança, porque antes de entrar com ação judicial levou no local para conserto por varias vezes. Nesse caso não foi estipulado na sentença a quem compete à escolha, por força de lei, compete o devedor escolher então, segundo o artigo 252 do Código Civil. Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. E na doutrina Teoria das obrigações 2, do autor Carlos Roberto Gonçalves diz que O Direito Pátrio, seguindo essa tradição, conferiu o Direito de escolha ao devedor, “ Se outra coisa não estipulou”. O dispositivo transcrito tem caráter supletivo, se os contratantes não estipulam a quem caberá o direito de escolha, a lei supre a omissão deferindo-se ao devedor. Portanto para que a escolha caiba ao credor é necessário que o contrato assim o determine expressamente. Embora não se exijam palavras sacramentais. Sr. Carlos deve aceitar o conserto, mesmo porque se trata de uma televisão seminova. ANDRÉA RUFFO RA 181000209