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SISTEMA CIRCULATÓRIO

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SISTEMA CIRCULATÓRIO
Gabrieli B. Sturza
O sistema circulatório é dividido em sangue (estudado pela hematologia), coração – órgão propulsor da circulação- e vasos (sanguíneos e linfáticos).
SANGUE: 
Divisão em elementos figurados (plaquetas, leucócitos, eritrócitos, neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos) e plasma.
CORAÇÃO:
A inervação cardíaca é própria. 
Vaso desenvolvido e especializado em contrair.
O coração encontra-se localizado no mediastino médio.
2/3 do coração são deslocados para o lado esquerdo do corpo. (Fere o princípio da antimeria – conceito o qual diz que há a divisão igualitária do organismo em direita/esquerda).
Parede cardíaca:
Pericárdio: Revestimento do coração; película fibrosa que envolvendo-o separando-o dos outros vasos. 
Fibroso: É preso ao diafragma (ao ocorrer o movimento de respiração – inspiração: o diafragma desce e o pericárdio aderido, consequentemente, também desce)
Seroso: Entra em contato com a víscera; faz parte do próprio coração. Possuem duas membranas: visceral e a parietal.
 
Epicárdio: Camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.
Miocárdio: Camada mais espessa; possuem células com capacidade de contração muscular.
Endocárdio: Fina camada de células da túnica íntima; há o contato direto com o sangue. 
As artérias e vasos também possuem capacidade de contração e relaxamento.
 MEDIASTINO: Espaço delimitado entre os dois pulmões; 
Superfície interna/externa: 
Cone arterial
Sulco interventriculares anterior e posterior: localizado entre os ventrículos. 
Ápice
Base
Sulco coronário
Ligamento arterial 
FACES E MARGENS DO CORAÇÃO:
CÂMARAS CARDÍACAS: 2 átrios e 2 ventrículos.
OBS: na vida intrauterina, há passagem de sangue: FOSSA OVAL (no septo interatrial).
ÁTRIO DIREITO/VENTRÍCULO DIREITO: Valva (conjunto de válvulas) tricúspide. 
ÁTRIO ESQUERDO/VENTRÍCULO ESQUERDO: Valva bicúspide ou mitral. 
ÁTRIO DIREITO: Chegada de sangue por meio da veia cava superior, inferior (presença de uma válvula para regulação da entrada de sangue – fluxo contínuo) e dos seios venosos. 
Presença de aurícula D.
75ml.
Seio coronário: sangue do próprio tecido cardíaco. 
Septo interatrial: presença da FOSSA OVAL (importância na vida utrauterina). 
VENTRÍCULO DIREITO: 
85ml (10ml a mais - volume de sangue armazenado da contração anterior).
Óstio átrio ventricular: presença da Valva tricúspide
Cordas tendíneas
Trabéculas cárneas (aumentar a superfície de contato sanguíneo): crista supra ventricular, trabécula septomarginal e músculos papilares. 
Encontra-se anteriormente do coração.
Óstio do tronco pulmonar: Valva pulmonar (presença de válvulas semilunares) 
 
 As cordas tendíneas (presentes no músculo papilar) são responsáveis para evitar o retorno de sangue para o átrio – seguram/tracionam a válvula tricúspide para não ocorrer o prolapso.
ÁTRIO ESQUERDO:
Veias pulmonares: 2 veias pulmonares superiores e 2 veias pulmonares inferiores.
Assoalho da Fossa oval
Válvula do forame oval
Aurícula esquerda (músculos pectíneos)
VENTRÍCULO ESQUERDO:
85 ml
Miocárdio mais espesso.
Óstio atrioventricular: valva mitral ou atrioventricular esquerda
Trabéculas cárneas
Óstio aórtico: Valva da aorta
3 válvulas semilunares; vestíbulo da aorta
Septo interventricular: muscular e membranácea. 
VALVAS CARDÍACAS: Bicúspide, tricúspide, do tronco pulmonar e da aorta. 
Sístole: Contração
Diástole: Dilatação
ARTÉRIAS CORONÁRIAS: 
As artérias coronárias são os vasos responsáveis pela chegada de oxigênio e outros nutrientes ao músculo cardíaco (miocárdio); Têm origem na porção inicial da aorta (grande artéria) e são chamadas artéria coronária direita e artéria coronária esquerda (ou tronco da coronária esquerda).
Seio coronário: é uma coleção de veias unidas que formam um grande vaso que coleta o sangue originário do miocárdio do coração.
PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SISTEMA CIRCULATÓRIO:
TETRALOGIA DE FALLOT: Malformação congênita do coração (presente no nascimento) composta de quatro elementos:
Comunicação interventricular (uma comunicação entre os dois ventrículos do coração - esquerdo e direito).
Desvio da aorta para a direita, ao sair do coração.
Obstrução do ventrículo direito e dificuldade de passagem do sangue para os pulmões.
Hipertrofia ventricular.
 Causas: Não se sabe a causa da tetralogia de Fallot, mas algumas condições e fatores existentes durante a gravidez podem aumentar o risco da doença: rubéola ou outras doenças virais, má nutrição, uso de álcool, idade materna acima dos 40 anos e diabetes mellitus. Muitas malformações orgânicas hereditárias se fazem acompanhar da tetralogia de Fallot.
 Sinais e sintomas: Dependem do tempo de sua evolução e de seu menor ou maior grau de importância. O maior deles é a cianose, a qual se apresenta desde muito cedo, no recém-nascido. Ocorre também:
Sopro sistólico.
Policitemia (aumento de glóbulos vermelhos sanguíneos), devido ao estímulo à eritropoiese, resultante da hipoxemia (baixa oxigenação sanguínea).
Baqueteamento digital (dedos em forma de baqueta de tambor).
É comum haver dificuldade para respirar, ficar muito cansado aos mínimos esforços ou nervoso e, ocasionalmente, perder a consciência.
Geralmente a doença interfere no crescimento e no desenvolvimento normais da criança.
Diagnóstico: Basicamente cirúrgico, ou logo após o nascimento ou mais tarde, na dependência da gravidade dos sintomas, com o objetivo de normalizar o funcionamento do coração.
PROLAPSO DA VALVA MITRAL: 
 A válvula mitral ajuda o sangue no lado esquerdo do coração a fluir em uma única direção. Ela se fecha para evitar que o sangue retorne para a câmara superior quando o coração bate (contrai).
 Prolapso da válvula mitral é o termo usado quando a válvula não se fecha apropriadamente. Isso pode ser causado por vários fatores diferentes. Na maioria dos casos é inofensivo, e os pacientes geralmente não sabem que têm o problema. Em torno de 10% da população têm alguma forma menor, insignificante de prolapso da válvula mitral, mas isso normalmente não afeta seu estilo de vida.
 Em alguns poucos casos, o prolapso pode causar refluxo do sangue. Isso é chamado de regurgitação (insuficiência) mitral.
 As válvulas mitrais que são estruturalmente anormais podem aumentar o risco de infecção bacteriana.
 O prolapso da válvula mitral frequentemente afeta mulheres magras que podem ter pequenas deformidades da parede torácica, escoliose ou outros distúrbios.
 Fatores de risco: O prolapso da válvula mitral pode se desenvolver em qualquer pessoa e em qualquer idade. Pessoas com histórico familiar de prolapso da válvula mitral também estão sujeitas a um risco maior de contrair a doença.
Ela também pode estar relacionada a outras doenças, como:
Síndrome de Marfan
Síndrome de Ehlers-Danlos
Anomalia de Ebstein
Distrofia muscular
Doença de Graves
Escoliose
Doença renal policística
Osteogênese imperfeita.
 Sintomatologia: Embora o prolapso da válvula mitral seja geralmente uma doença que podem necessitar de pede tratamento ao longo de toda a vida, muitas pessoas com esta condição nunca apresentam sintomas. Quando diagnosticado, é até muito comum que as pessoas se surpreendam ao saber que elas têm um problema cardíaco.
 Quando os sinais e sintomas ocorrem, pode ser devido a um vazamento de sangue para a parte superior do coração por meio da válvula, num movimento chamado de regurgitação. Os sinais e sintomas do prolapso da válvula mitral pode variar muito de uma pessoa para outra. Eles tendem a ser leves e se desenvolver gradualmente. 
 Diagnóstico: O cardiologista pode diagnosticar o prolapso da válvula mitral em qualquer idade. O médico poderá, ainda, suspeitar do diagnóstico de prolapso da válvula mitral duranteum exame físico.
Ecocardiograma com Doppler colorido
Cateterismo cardíaco
Radiografia torácica
Eletrocardiograma (ECG)
Ressonância magnética do coração.
 Tratamento: Se o paciente tiver prolapso importante da válvula mitral, é necessário acompanhamento médico frequente e em alguns casos, talvez seja necessário permanecer no hospital em observação. Poderá ser necessária uma cirurgia para reparar ou substituir a válvula se o paciente apresentar regurgitação mitral grave ou se os sintomas piorarem. A substituição da válvula mitral pode ser essencial se houver sintomas, o ventrículo esquerdo do coração estiver aumentando e o funcionamento do coração piorar (fração de ejeção deprimida).
Alguns medicamentos poderão ser prescritos de forma paliativa quando a regurgitação mitral ou outros problemas cardíacos também estiverem presentes, como:
Drogas antiarrítmicas ajudam a controlar batimentos cardíacos irregulares
Diuréticos ajudam a remover o excesso de líquido dos pulmões
Propranolol é ministrado para palpitações ou dor no peito
Anticoagulantes ajudam a prevenir coágulos de sangue em pessoas que também tenham fibrilação atrial.
ARRITIMIA: 
 É um distúrbio do batimento ou ritmo cardíaco, como batimento muito rápido, muito lento ou irregular. Quando o coração bate mais rápido que o normal, o paciente tem aquilo que os médicos chamam de taquicardia. Quando acontece o contrário, ou seja, quando os batimentos são mais lentos do que deveriam, o caso é de bradicardia.
Existem diversos tipos de arritmia:
Fibrilação atrial ou palpitação
Obstrução do coração ou obstrução atrioventricular
Taquicardia atrial multifocal
Taquicardia paroxística supraventricular (taquicardia por reentrada nodal, síndrome de Wolff-Parkinson-White)
Doença do nódulo sinusal
Fibrilação ventricular
Taquicardia ventricular: ritmo cardíaco acelerado que se origina nos ventrículos.
 Normalmente, o coração é capaz de bombear o sangue pelo corpo sem ter que se esforçar mais do que o necessário. Ele possui um sistema elétrico que garante que as contrações que impulsionam o sangue aconteçam de forma ordenada. Quaisquer mudanças nessas contrações podem causar arritmia. As arritmias são causadas, basicamente, por problemas com o sistema elétrico de condução do coração. Outras áreas do sistema elétrico também podem enviar sinais. No entanto, em algumas ocasiões, esses sinais não são capazes de se mover tão facilmente ou, até mesmo, completamente.
Causas: Ataque cardíaco (Infarto), desgaste do tecido do coração decorrente de um infarto anterior, cardiomiopatia e outros distúrbios do coração, artérias bloqueadas (doença da artéria coronária), hipertensão, diabetes, hipertireoidismo, fumo, alcoolismo, consumo exacerbado de cafeína, uso de drogas, estresse, alguns medicamentos, suplementos diários e fitoterapia, choque elétrico, poluição do ar.
Sintomas de arritmia: Muitas vezes, a arritmia não manifesta nenhum sintoma. Acontece muito, por exemplo, de o médico descobrir a arritmia antes mesmo do paciente, durante exames de rotina. No entanto, alguns sintomas podem ser detectados: Incômodo, peso ou dor no peito, batimentos acelerados, em caso de taquicardia, batimentos lentos, em caso de bradicardia, falta de ar, tontura, desmaio, palidez, sudorese. 
Diagnóstico: Primeiramente, o médico deverá lhe fazer perguntas ou solicitar alguns exames para identificar causas para uma possível arritmia, como outras condições cardíacas, hipertensão, diabetes e problemas na tireoide. Depois, ele pedirá para que você suceda à realização dos seguintes exames: Eletrocardiograma, monitoramento Holter, monitoramento de arritmias esporádicas, ecocardiograma. Se o diagnóstico não for possível por meio desses exames, o médico poderá pedir outros: Exame de estresse (o teste ergométrico ou de esteira), Tilt teste, estudo eletrofisiológico.
Tratamento: Há tratamentos específicos para os diferentes tipos de arritmia. Em geral, taquicardia e bradicardia não são tratados da mesma forma. Quando a arritmia é grave, é necessário tratamento urgente para restaurar o ritmo normal do coração. Isso pode ser:
“Choque elétrico” (desfibrilação ou cardioversão)
Implante de um marca-passo temporário para interromper a arritmia
Medicações intravenosas.
Podem ser utilizados medicamentos para evitar a recorrência de uma arritmia ou interromper uma arritmia. Esses medicamentos são denominados drogas antiarrítmicas. Algumas delas têm efeitos colaterais e nem todas as arritmias respondem bem à medicação.
Em último caso, o paciente poderá ser submetido à cirurgia. Há dois procedimentos cirúrgicos disponíveis para tratar arritmia. Um deles ocorre por meio de cirurgia cardíaca aberta (embora seja muito raramente utilizado hoje em dia). O outro, mais comum, é a ablação por cateter. Neste, a arritmia pode ser corrigida por meio de uma microcirurgia, em que são realizados dois furos de agulha na perna e são introduzidos cateteres muito finos que vão até o coração para curar a arritmia. Ancoron e digoxina são os medicamentos mais comuns utilizados no tratamento de arritmias.
PERICARDITE:
 A pericardite é uma inflamação do pericárdio, uma espécie de bolsa que envolve o coração. O pericárdio é composto por duas estruturas: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso, constituído por duas lâminas (parietal e visceral). Entre o pericárdio fibroso e o seroso e entre essas duas lâminas do pericárdio seroso há a formação de espaços virtuais preenchidos por finas camadas de líquido lubrificante. O pericárdio tem como função manter o coração em sua posição e impedir que ele se encha de sangue além de sua capacidade. 
Causas: As causas de pericardite muitas vezes não podem ser determinadas. Nesses casos, a condição é chamada de pericardite idiopática. Dentre as principais causas conhecidas de pericardite estão: Infecções por vírus, fungos ou bactérias; Doenças autoimunes, como lúpus; metástases adjacentes de diversos tipos de câncer; Hipotireoidismo; Insuficiência renal crônica; Febre reumática; Tuberculose; Infarto do miocárdio; Lesão ou trauma no tórax; Miocardite; Radioterapia no tórax, comum no tratamento de diversos tipos de câncer; Efeitos colaterais decorrentes do uso de alguns medicamentos.
Sintomas de Pericardite: A pericardite pode ser aguda ou crônica, a depender dos sintomas apresentados pelo paciente. A pericardite aguda é a inflamação repentina do pericárdio, que dura aproximadamente duas semanas, em média. A forma crônica dessa doença tem início gradual e persiste durante um tempo maior. Os principais sinais e sintomas da pericardite são: Dor no peito aguda e contínua; Dificuldade para respirar, principalmente ao deitar e que geralmente melhora quando a pessoa senta e permanece com o tórax ereto; Ansiedade; Tosse seca; Fadiga; Febre.
Diagnóstico: O diagnóstico da pericardite geralmente começa com o médico, no próprio consultório, questionando o paciente sobre seu histórico clínico e por meio de um exame físico geral, em que o especialista ouve atentamente aos sons cardíacos e pulmonares. Os principais exames usados para diagnosticar pericardite são: Ressonância magnética do tórax; Radiografia do tórax; Eletrocardiograma; Ecocardiograma; Tomografia computadorizada do coração; Hemograma completo.
Tratamento: Os casos mais leves de pericardite são tratados com medicamentos anti-inflamatórios e analgésicas, que ajudam a amenizar a dor. Se o paciente não apresentar complicações, ele pode fazer tratamento oral em casa, devendo, contudo, evitar esforços. Pacientes com a forma mais grave de pericardite, derrame pericárdico ou, ainda, aqueles que apresentam alguma outra doença grave associada devem ser hospitalizados para seguir com o tratamento. Dependendo das causas de pericardite, elas também devem ser tratadas individualmente. 
Pericardite constritiva: Embora seja raro, algumas pessoas com pericardite, particularmente aqueles com a inflamação crônica, podem vir a desenvolver contração, espessamento permanente e formação de cicatrizes no pericárdio.Nesses casos, o pericárdio perde muito de sua elasticidade e impede que o coração funcione adequadamente. Esta condição é chamada de pericardite constritiva e, muitas vezes, leva a um inchaço grave das pernas e do abdômen, além da falta de ar e dificuldade para respirar.
Tamponamento cardíaco: Quando muito líquido se acumula no pericárdio, uma condição perigosa chamada tamponamento cardíaco pode se desenvolver. Esse excesso de líquido coloca muita pressão sobre o coração e não permite que ele se preencha de sangue corretamente. Isso significa, portanto, que menos sangue sai do coração para o restante do corpo, o que provoca uma queda drástica na pressão sanguínea. O tamponamento cardíaco pode ser fatal se não for tratado rapidamente.
MIOCARDITE: 
É a inflamação do miocárdio, a camada muscular do coração, a qual pode perder sua força contrátil natural e prejudicar a ação de bombeamento de sangue para o resto do corpo. Como resultado de certa estase sanguínea podem se formar coágulos no coração, conduzindo potencialmente a um acidente vascular cerebral ou a um ataque cardíaco.
 Causas: A miocardite acontece em pessoas de qualquer idade, com mais frequência em homens do que em mulheres. Muitas vezes não se encontra uma causa determinante, mas geralmente é uma complicação de doença infecciosa, quase sempre causada por vírus. Outras causas menos comuns de miocardites são infecção pelo HIV, difteria, doença de Chagas, doença de Lyme (transmitida por picadas de carrapatos), timoma (crescimento anormal do timo), lúpuseritematoso sistêmico ou tireotóxicos. Causas ainda mais raras podem ser efeito colateral de medicamentos, agentes prejudiciais como álcool, radiação, substâncias químicas como hidrocarboneto e arsênico, por exemplo.
 Sintomatologia: Os quadros leves de miocardite podem não produzir sintomas ou eles são confundidos com os sintomas gerais de uma infecção viral. Uma pessoa acometida pode nunca perceber que o coração está afetado e pode recuperar-se sem saber que teve uma miocardite. Mas quando há sinais e sintomas, os principais deles dependerão da causa da enfermidade. Os sinais e sintomas mais comuns são: Dores no peito, arritmias (batidas rápidas ou anormais do coração), dificuldades de respiração, principalmente durante atividade física; Inchaço das pernas devido à retenção de fluidos; Aumento de tamanho do fígado; Edema periférico; Fadiga excessiva.
 A insuficiência cardíaca, quando há, pode ser direita e/ou esquerda, na dependência da região acometida do miocárdio. Em alguns casos graves pode ocorrer choque cardiogênico e/ou edema pulmonar agudo. Eventualmente pode ocorrer uma perda súbita da consciência, associada a ritmos irregulares do coração e outros sintomas próprios de uma infecção viral, como cefaleia, dores no corpo e nas articulações, febre, dores de garganta e diarreia. A miocardite pode causar pericardite ou as duas condições podem existir conjuntamente (perimiocardite). A pericardite pode causar dores agudas no peito.
 Diagnóstico: Além da história clínica e dos sintomas, o diagnóstico e a determinação da severidade da miocardite podem valer-se de alguns exames complementares: eletrocardiograma, radiografia do tórax, ecocardiograma, a ressonância magnética, exames de sangue (pesquisa de enzimas cardíacas) e, eventualmente, cateterismo cardíaco. A ausculta cardíaca atenta identificará os sons anormais característicos. A cintilografia cardíaca com marcadores radioativos é um bom exame para esclarecer a existência e a extensão de uma miocardite. Embora seja o melhor exame para firmar o diagnóstico, a biópsiado músculo cardíaco só deve ser usado em situações extremas, por apresentar alguns riscos importantes.
 Tratamento: O tratamento da miocardite dependerá de sua causa subjacente, quando essa puder ser determinada, a qual deve, sempre, ser tratada. As miocardites por vírus nem sempre contam com uma terapia específica, mas deve-se instituir um tratamento para aliviar a dor e os demais sintomas, além de ser recomendado o repouso e em alguns casos poderão ser prescritos antivirais e diuréticos. Se a infecção for bacteriana, o médico prescreverá antibióticos. Os casos autoimunes parecem responder aos corticosteroides ou a outros medicamentos para suprimir o sistema imune, embora não exista consenso a respeito. Podem ser dados, ainda, medicamentos para fortalecer o bombeamento de sangue e para reduzir eventuais arritmias cardíacas. Medidas de ordem geral são a diminuição de sal nas refeições e a diminuição da ingestão de líquidos.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: 
A insuficiência cardíaca, também chamada de insuficiência cardíaca congestiva, é uma doença na qual o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo, não conseguindo suprir as suas necessidades. A insuficiência cardíaca pode ser dividida principalmente em dois tipos:
Insuficiência cardíaca sistólica: ocorre quando o músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora do coração adequadamente
Insuficiência cardíaca diastólica: os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente
Ambos problemas têm uma coisa em comum: o coração não consegue mais bombear sangue suficiente rico em oxigênio para o resto do corpo.
Causas: A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. Ela pode afetar apenas um dos lados do coração, sendo chamada, dependendo do caso, de insuficiência cardíaca direita ou insuficiência cardíaca esquerda. Mesmo que ela se desenvolva em somente um lado do coração, ambos os lados acabam sendo afetados conforme o tempo vai passando.
Como a função de bombeamento do coração está comprometida, o sangue pode retornar a outras áreas do corpo, acumulando-se, por exemplo, nos pulmões, fígado, trato gastrointestinal, braços e pernas. Daí o outro nome dado à doença: insuficiência cardíaca congestiva. Com isso, faltam oxigênio e nutrientes para os órgãos onde houve acúmulo de sangue, prejudicando e reduzindo a capacidade destes de trabalhar adequadamente.
No Brasil a causa mais comum da insuficiência cardíaca é a doença arterial coronariana (DAC), na qual teremos um estreitamento dos vasos coronarianos, que são responsáveis por levar oxigênio ao músculo cardíaco, pela presença de placas de gordura podendo levar a isquemia e infarto. Também podem levar a esta condição clínica alterações nas válvulas cardíacas, níveis pressóricos não controlados, inflamações do músculo cardíaco, doença de chagas e outras causas.
 Fatores de risco: Um fator de risco único pode ser suficiente para causar insuficiência cardíaca, mas uma combinação de fatores, de acordo com médicos, também pode aumentar o risco da doença: Pressão arterial elevada; Doença arterial coronariana; Ataque cardíaco; Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença; Apneia do sono; Cardiopatias congênitas; Infecção por vírus; Consumo de álcool; Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.
 Sintomatologia: Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início, podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas respiratórios e outros sintomas podem começar a serem percebidos mesmo ao descansar. No entanto, os sintomas de insuficiência cardíaca podem também aparecer de repente, logo após um ataque cardíaco ou outro problema cardíaco.
Os sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca são: Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo; Tosse; Inchaço dos pés e tornozelos; Inchaço do abdômen; Ganho de peso; Pulso irregular ou rápido; Sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações); Dificuldade para dormir; Fadiga, fraqueza, desmaios; Perda de apetite, indigestão; Diminuição da atenção ou concentração; Redução do volume de urina; Náuseas e vômitos; Necessidade de urinar durante a noite; Bebês podem apresentar suor durante a alimentação (ou outra atividade).Diagnóstico: O diagnóstico na maioria das vezes poderá ser feito baseado na história clínica do paciente, na sintomatologia e no exame físico. Os exames laboratoriais e de imagem serão complementares no diagnóstico e ajudarão no tratamento e seguimento destes pacientes.
 	Tratamento: O tipo de tratamento a ser indicado deverá ser individualizado para cada paciente e dependerá de alguns fatores como: A causa da insuficiência cardíaca, os sintomas e complicações clínicas apresentados pelo paciente e o estágio da doença.
ENDOCARDITE INFECCIOSA:
 Endocardite é uma infecção no endocárdio (revestimento interno do coração). Normalmente a doença acontece quando uma bactéria ou germes de outra parte do corpo, como os da boca, se espalham pelo sistema sanguíneo se ligando a áreas afetadas do coração. A endocardite é incomum em pessoas com coração saudável. Quando o sangue passa dos átrios para os ventrículos, as válvulas impedem a volta do sangue, mantendo o fluxo sempre na mesma direção. São estas válvulas que podem ser infectadas por bactérias, fungos, vírus, ou outros microrganismos. Se não for tratada, a doença pode danificar ou destruir as válvulas do coração trazendo complicações para o resto da vida.
Causas: Endocardite acontece quando germes entram na corrente sanguínea, viajam até o coração (normalmente com alguma condição de saúde pré-existente) e se ligam às suas válvulas ou tecido. Na maior parte dos casos a infecção é causada por uma bactéria, mas fungos ou outros microrganismos também podem ocasionar a doença. Normalmente o agente infeccioso entra na corrente sanguínea através de:
Atividades como escovar os dentes ou mastigar alimentos, especialmente se os dentes e gengivas não são saudáveis
Áreas com infecções, seja uma infecção de pele, intestino, ou até uma doença sexualmente transmissível
Cateteres ou agulhas
Procedimentos dentais, por exemplo, os que causam cortes nas gengivas.
Normalmente o sistema imunológico destrói as bactérias que conseguem acessar a corrente sanguínea. E mesmo que elas alcancem o coração, não quer dizer que causarão, necessariamente, uma infecção. Por isso que a maioria das pessoas que desenvolvem endocardite tem uma doença ou danos no coração, especialmente nas válvulas, que dão condições ideais para as bactérias se instalarem.
Sintomatologia: A endocardite pode se desenvolver vagarosamente ou de repente, dependendo de qual infecção está originando o problema e se a pessoa já tem algum problema cardíaco. Os sintomas podem variar, mas a maioria inclui: Febre e calafrios; Sopro no coração; Fadiga; Dor nos músculos e articulações; Sudorese noturna; Respiração curta; Palidez; Tosse persistente; Perda de peso não-intencional; Sangue ou outras alterações na urina; Suor nos pés, pernas e abdômen; Nódulos de Osler, que são pontos vermelhos dolorosos em baixo da pele dos dedos; Petéquias, que são pequenas manchas roxas ou vermelhas na pele, ou manchas brancas nos olhos e/ou dentro da boca.
Diagnóstico: O médico pode suspeitar de endocardite baseado no histórico médico do paciente e nos sintomas que ele apresenta. Com um estetoscópio ele pode escutar o coração procurando por um sinal de sopro ou por alguma mudança no sintoma, caso ele já exista, para diagnosticar a doença. Outros testes para endocardite podem incluir: Exames de sangue, para verificar a presença de bactérias; Ecocardiograma transesofágico, que é o tipo de ecocardiograma que permite ao médico chegar mais próximo às válvulas cardíacas; Eletrocardiograma; Raios-x do tórax; Tomografia computadorizada; Ressonância magnética.
Tratamento: O tratamento de endocardite normalmente se dá com o uso de antibióticos fortes, geralmente intravenosos, durante quatro ou seis semanas. A duração do tratamento vai depender da sua intensidade, de quão severa foi a infecção e da resposta do organismo contra a bactéria. Em alguns casos, dependendo de quanto a válvula já foi danificada, pode ser necessário realizar uma cirurgia no local. Quando a endocardite é causada por bactérias, os medicamentos mais usados para o tratamento da doença são: Amoxilina, Bepeben, Eritromicina.
INFARTO:
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio.
Causas: O infarto ocorre quando uma ou mais artérias que levam oxigênio ao coração (chamadas artérias coronárias) são obstruídas abruptamente por um coágulo de sangue formado em cima de uma placa de gordura (ateroma) existente na parede interna da artéria.
 A presença de placas de gordura no sangue é chamada de aterosclerose (placa de colesterol). O paciente que possui placas de aterosclerose com algum grau de obstrução na luz de uma artéria tem a chamada DAC – doença arterial coronariana. Conforme a placa de gordura (ateroma) cresce, ela leva à obstrução cada vez maior da coronária e pode levar ao sintoma de dor no peito aos esforços (angina).
Fatores de risco: Idade: homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais tem maior propensão ao infarto; tabagismo; hipertensão; colesterol elevado; diabetes; histórico familiar de infarto; sedentarismo; obesidade; estresse; alcoolismo; uso de drogas ilegais estimulantes, como cocaína.
Sintomas: A dor do infarto pode ser típica ou atípica. A dor típica tem como características ser no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço esquerdo, acompanhada de sudorese, náusea e palidez cutânea. Casos de dor atípica podem ser mais difíceis de caracterizar. Em geral se diz que a dor do infarto pode se alojar em qualquer local entre o lábio inferior e a cicatriz umbilical. As características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas de queimação ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer dor nessas regiões que se mantêm por mais de 20 minutos deve ser investigada e considerada doença grave, especialmente se associada aos seguintes sintomas: vômitos; suor frio; fraqueza intensa; palpitações; falta de ar; sensação de ansiedade; fadiga; sonolência; desmaio, tontura ou vertigem.
 É muito comum confundir o infarto com uma parada cardíaca – ou seja, dizer que o infarto só acontece quando o coração subitamente para de bater. Parada cardíaca súbita ocorre quando um distúrbio elétrico no coração interrompe sua ação de bombeamento e faz o sangue parar de fluir para o resto do seu corpo. Um infarto pode levar a uma parada cardíaca, mas não são sinônimos.
Tratamento: O tratamento de infarto em um hospital varia de acordo com a situação. Você pode ser tratado com medicamentos, ser submetido a um procedimento invasivo ou ambos - dependendo da gravidade do seu estado e da quantidade de danos ao seu coração.
FIBRILAÇÃO ATRIAL:
A fibrilação atrial é um tipo comum de arritmia cardíaca, no qual o ritmo dos batimentos cardíacos é, em geral, rápido e irregular.
Causas: A fibrilação atrial ocorre quando as câmaras superiores do coração, chamadas de átrios, não se contraem em um ritmo sincronizado, e tremulam ou “fibrilam”. Isso significa que elas batem de forma mais rápida e irregular que o normal. Assim, o sangue não é bombeado de forma eficiente para o resto do corpo, o que pode levar a sintomas de fraqueza e fadiga ou sensações cardíacas desconfortáveis como um batimento cardíaco rápido ou irregular. As causas de fibrilação atrial nem sempre são esclarecidas. Em alguns casos, as causas da fibrilação atrial são uma anormalidade cardíaca de nascimento ou danos à estrutura do coração devido a um ataque cardíaco (infarto) ou problema em alguma válvula cardíaca. No entanto, pessoas com coração normal também podem desenvolver fibrilação atrial. Outras causas da fibrilação atrial podem ser a síndrome do no sinusal e mais raramente algumas infecções virais também.
Sintomatologia: Algumas pessoas com fibrilação atrial não têm sintomas e não sabem de sua condição até que seja descoberto durante um examefísico ou realização de eletrocardiograma. Quando surgem, os sintomas mais prováveis são: Palpitações no peito; fraqueza; capacidade reduzida de se exercitar; fadiga; vertigens; tontura; confusão; falta de ar; dor no peito; desmaio.
Tratamento: Em alguns casos, pode necessitar de tratamento emergencial em um hospital para voltar ao ritmo cardíaco ao normal. Este tratamento pode envolver choques elétricos ou medicamentos especiais. As técnicas mais utilizadas e indicadas de tratamento incluem:
Medicamentos diários prescritos por médicos são usados com dois objetivos distintos: desacelerar o batimento irregular e impedir que a fibrilação atrial volte.
Remédios anticoagulantes para impedir a formação de coágulos sanguíneos
Cardioversão elétrica quando um choque elétrico é dado no coração durante anestesia ou química: por meio de medicação para restabelecer um ritmo cardíaco anormal
Ablação por cateter para eliminar rotas elétricas anormais no tecido cardíaco (controle por mais tempo do que com as medicações)
Marca-passos e desfibriladores para se detectar e tratar a fibrilação atrial de forma precoce e impedir sua reincidência
Ablação cirúrgica minimamente invasiva ou de peito aberto (em conjunção com outra cirurgia cardíaca) para criar lesões que bloqueiem os circuitos elétricos anormais que causam a fibrilação atrial (menos utilizada, já que é uma cirurgia de maior porte).
ANGINA: 
O termo angina caracteriza “dor” e seu uso mais rotineiro na prática médica diz respeito a dor ou desconforto torácico.
Causas: A causa mais comum de angina é a doença arterial coronária (aterosclerose), quando as coronárias (vasos que levam oxigênio ao músculo cardíaco) estão endurecidas ou obstruídas por cálcio, placas de gordura, plaquetas e fibrina. Em outras situações como em anemia grave ou quando o músculo está muito hipertrofiado o paciente pode ter angina mesmo se as coronárias estiverem normais.
Fatores de risco: Tabagismo; obesidade; sedentarismo; hipertensão arterial; diabetes; elevação do colesterol e triglicérides; fatores genéticos.
Sintomatologia: A angina é o sintoma típico de doença arterial coronária, mas em alguns casos ela pode se manifestar por cansaço fácil, arritmias e desmaios além de falta de ar. 
Diagnóstico: O diagnóstico médico da angina será feito com auxílio da própria história clínica que o paciente fornece além de exame físico e exames subsidiários que dependerão de cada caso. São estes o eletrocardiograma, ecocardiograma, holter, teste ergométrico, cintilografia, tomografia cardíaca e de coronárias, ressonância cardíaca e coronariografia.
Tratamento: O tratamento para a angina consiste de medicações e em alguns casos de procedimento cirúrgico (as chamadas “pontes de safena ou mamária”) ou por cateter (angioplastias e stents) mais frequentemente. Os fármacos mais conhecidos que atuam no controle da angina são os vasodilatadores e os betabloqueadores que diminuem o consumo do coração e/ou aumentam a oferta de irrigação sanguínea ao músculo cardíaco.

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