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HISTÓRIA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA Wagner Montanhini http://www.unar.edu.br HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA Prof. Wagner Montanhini 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ............................................................................................................. 3 PROGRAMA DA DISCIPLINA ..................................................................................................................... 4 UNIDADE 01. O ILUMINISMO: POLÍTICA, CIÊNCIA E RAZÃO NA GERAÇÃO DAS “LUZES”.6 UNIDADE 02. OS PENSADORES E SUAS IDEIAS ILUSTRADAS....................................................29 UNIDADE 03. A REVOLUÇÃO FRANCESA: NOVOS CAMINHOS AO HOMEM CONTEMPORÂNEO.....................................................................................................................................40 UNIDADE 04. AS FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA .................................................................. 45 UNIDADE 05. A ERA NAPOLEÔNICA ................................................................................................... 55 UNIDADE 06. O CONGRESSO DE VIENA ........................................................................................... 61 UNIDADE 07. LIBERALISMO .................................................................................................................... 71 UNIDADE 08. O SOCIALISMO: UM PARADIGMA ADVERSO AO LIBERALISMO .................82 UNIDADE 09. AS REVOLUÇOES DE 1830, 1848 E A COMUNA DE PARIS...............................90 UNIDADE 10. UNIFICAÇÃO ITALIANA A ALEMÃ ............................................................................ 95 UNIDADE 11. O IMPERIALISMO ..........................................................................................................101 UNIDADE 12. A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-18).........................................................108 UNIDADE 13. A REVOLUÇÃO RUSSA ................................................................................................116 UNIDADE 14. NAZISMO E FASCISMO: UMA DIMENSÃO TOTALITÁRIA SEM PRECEDENTES. ...........................................................................................................................................125 UNIDADE 15. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ............................................................................139 UNIDADE 17. O MUNDO PÓS-GUERRA ..........................................................................................161 UNIDADE 18. A REVOLUÇAO CUBANA E O SOCIALISMO NO MUNDO .............................165 UNIDADE 19. CONFLITO ISRAELENSE-PALESTINO: UM CONFLITO DE VÁRIAS INTIFADAS SEM FIM ................................................................................................................................172 UNIDADE 20. O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO AFROASIÁTICA ...................................177 3 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro aluno(a) seja bem-vindo(a)! A partir deste momento, você inicia o estudo da disciplina História Contemporânea em universo EAD. A História é uma disciplina que estuda as relações humanas ao longo dos séculos, feita de transformações e permanências, em vários aspectos e contextos das culturas. Por meio dela, podemos buscar a conscientização das pessoas, grupos sociais, em que vivem. Ao estudarmos a História Contemporânea, temos a compreensão do mundo atual em que vivemos, buscando respostas às indagações de nosso meio; de uma modernidade em que se observa, ao mesmo tempo, tolerância, guerra, paz, totalitarismo e direitos humanos. Nos estudos referentes à disciplina de História Contemporânea abordaremos: a questão do Iluminismo, política, ciência e razão na geração das “Luzes”; a Revolução Francesa e procuraremos entender os novos caminhos do homem contemporâneo e seus ideais de liberdade política; a Era Napoleônica e o Congresso de Viena; O Liberalismo e o socialismo procurando entender um pouco do novo olhar das ideologias políticas; as Revoluções de 1830, 1848 e a Comuna de Paris que são pontos principais para uma nova visão de socialismo e tomada de poder; o processo de unificação italiana e alemã; o Imperialismo e a Primeira Grande Guerra Mundial. Início de um século unindo tecnologia e morte; a Revolução Russa de 1917; o Nazismo e o fascismo: uma dimensão totalitária sem precedentes; a Segunda Guerra Mundial e as atrocidades do poder; o mundo Pós-Guerra: soviéticos e americanos na era do medo nuclear e o processo de descolonização Afro-asiática. Esperamos que você tenha um bom e profícuo período de estudos e que se valha de todos os recursos que o UNAR tem a lhe oferecer. 4 PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa A sociedade contemporânea nos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Sua forma de se organizar e as principais manifestações políticas e a constituição de uma nova ordem mundial. Os grandes blocos econômicos. A bipolarização mundial: capitalismo e socialismo. Movimentos políticos personificadores do poder. Reconfiguração da divisão política da Europa. Objetivos Compreender os processos que se fizeram presentes nas rupturas e permanências da história ao longo dos séculos XVIII (final), XIX e XX. Analisar os principais marcos da contemporaneidade, levantando com isso questões vivas para uma racionalidade histórica do homem presente. Bibliografia Básica ANDERSON, Perry. Considerações sobre Marxismo Ocidental. São Paulo: Brasiliense, 1989. HOBSBAWN, Eric J. A Era do Capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. ______ A Era dos Extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Bibliografia Complementar CARR, Edward Hallett. A Revolução Bolchevique (1917–1923). Porto: Afrontamentos, 1977. Vol. 1. FERRO, Marc. A Revolução Russa de 1917. 2ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 1988. HOBSBAWN, Eric J. e RANGER, Terence. A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. 5 HOBSBAWN, Eric. J. A Era das Revoluções. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. MARX, Karl. A Ideologia Alemã. 5ª. Ed. São Paulo: Hucitec, 1986. 6 UNIDADE 01. O ILUMINISMO: POLÍTICA, CIÊNCIA E RAZÃO NA GERAÇÃO DAS “LUZES”. Quase toda a história não é senão uma longa série de atrocidades desnecessárias. (Voltaire, Ensaio sobre os costumes) CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos Identificar as principais características do iluminismo e seu impacto na forma de organização da cultura e da sociedade. ESTUDANDO E REFLETINDO O Iluminismo propunha um conjunto de críticas da burguesia ao Antigo Regime que se compunha de mercantilismo, absolutismo e sociedade estamental. Mas, além das críticas, estava a proposta de uma nova ordem, formada pela liberdade econômica, democracia representativa e uma igualdade jurídica. Com isso, os principais pontos foram o racionalismo, o individualismo, a liberdade econômica, pensamento, expressão, defesa da propriedade privada e igualdade jurídica. Os passos do Iluminismo e as Formas da Razão. O termo iluminismo deriva propriamente do latim iluminare, designa um dos mais importantes períodos da História Moderna marcado pela sua vida intelectual e cultural. Sociedade e Cultura Em oposição à abordagem intelectual historiográfica do Iluminismo, que examina as várias correntes, ou discursos do pensamento intelectual, no contexto europeu durante os séculos XVII e XVIII, a abordagem cultural (ou 7 social) examina as mudanças culturais que ocorreram na sociedade e na cultura europeia. Sob essa abordagem, o Iluminismo é uma coleção de pensamento de um processo de mudança de sociabilidades e práticas culturais. BUSCANDO CONHECIMENTO Revista Crítica Histórica Ano II, Nº 4, Dezembro/2011 ISSN 2177-9961 O PENSAMENTO ILUMINISTA E ODESENCANTAMENTO DO MUNDO: Modernidade e a Revolução Francesa como marco paradigmático Vico Denis S. de Mello* Manuella Riane A. Donato** O presente trabalho busca analisar o processo de mudança da concepção entre antigo/moderno, passado/presente, além de como o iluminismo influenciou sobremaneira na formação de um pensamento hegemônico na sociedade ocidental. Ressalta-se que esse processo começa a ter maior aceitação entre os séculos XVII e XVIII. É nesta época que grandes cientistas e filósofos acabariam por estabelecer e mapear o campo teórico que ainda hoje nos sustentamos. Paradigmas consolidados em um primeiro momento no saber eclesiástico – a ideia da providência divina e na escatologia – e, em um segundo momento, no saber científico –consolidada pela Revolução Francesa – conjugado com a técnica, que proporcionaria uma mudança drástica no estilo de vida humano. A mudança trazida pela revolução capacitaria o“progresso” da sociedade: responsável pela promoção das potencialidades humanas e da condução do conhecimento tecnológico – vivenciados até hoje por nós. 8 Foi através de pensadores como Copérnico, Galileu, Newton – fundadores da ciência natural – e também por filósofos como Locke, Montesquieu e Rousseau que se deu o desenvolvimento do pensamento iluminista. Nesse movimento que iniciou e aprofundou-se o processo da transformação social e técnica – em detrimento da metafísica e dos cálculos esotéricos – sem precedentes na história da humanidade. Era, então, com a popularização da ciência que alcançaríamos um grau de desenvolvimento. Ou seja, este foi um dos ícones daquele século, que marcou o sucesso definitivo de uma doutrina geral de progresso. O avanço da astronomia – com a perda do privilégio cósmico da Terra – e a necessidade de admitir que podemos não estar sós no universo tiveram uma profunda influência no pensamento humano. O destino universal do homem, defendido pela Igreja, sofreu forte abalo; restava-nos perdidos na imensidão do universo, encontrar uma teoria menos grandiosa para iluminar nosso futuro de habitantes desse pequeno planeta (DUPAS, 2006, p. 40). Processo este, que levou à dissolução dos mitos e a substituição da imaginação pelo saber racional e científico. Dessa forma, terminada a era das explicações metafísicas, a racionalidade acabava por tomar seu lugar com sentido único e absoluto para a validação do conhecimento humano, perdendo a natureza o seu fator de encantamento e receio ao homem e passando a ser sobreposta pelo pensamento racional e técnico da sociedade (ADORNO; HORKHEIMER, 1985; SILVA, 2005). Todavia, seria só após a Revolução Francesa que este modelo de racionalidade se estenderia mais fortemente às outras nações e sociedades. Paradigmas que acabavam por reconduzir a duas distinções fundamentais do saber: primeiro, o conhecimento científico sobrepondo-se ao conhecimento religioso e do senso comum e; em segundo, entre a natureza e a sociedade. O 9 conhecimento, portanto, avançaria as fronteiras do imaginário e teria um caráter descomprometido e livre pela observação científica (SANTOS, 1987). O Antigo e o Passado O antigo e o passado podem ser determinados, a partir de uma visão ocidentalista, dentro de uma percepção da temporalidade histórica e seu processo de transmutação ao longo dos séculos. Estariam ligados diretamente à história da Cristandade, sustentada em dois pilares: a primeira seria a construção do medo, ou seja, a criação de perturbações no imaginário como: medo da noite, dos mares, do “outro”, do novo e do “moderno”, e; à espera do fim do mundo fundamentado na escatologia. A Igreja conseguiria afirmar seus preceitos, a partir da ascensão do cristianismo no continente europeu, desde o declínio do Império Romano ao fim da Idade Média. Com a expansão das navegações e das ciências, a idéia de providência continuou como dominantes no continente, mesmo à época da Reforma, onde todos esses formatos estariam ainda ligados à realidade histórica. E, apesar da Reforma surgir como um movimento de ruptura e de renovação religiosa, ela trazia consigo, também, todos os sinais do provável fim do mundo. Pois, apesar de trazer em suas bases uma renovação dos preceitos religiosos, ela não perdia a característica escatológica, fundamentada na própria bíblia. Chegaria o próprio Lutero1 a afirmar frequentemente o breve fim, não tardando mais que um ano. Isso acaba indicando uma abreviação temporal e de grande velocidade, embora permanecesse oculta a data desse possível fim. A Igreja era a garantia dessa ordem até que viesse o fim do mundo, não podendo, portanto, ser ameaçada a sua unidade. Assim, o futuro do mundo e o seu fim foram incorporados à Igreja. Percebemos através disto que o futuro é integrado ao tempo, mas não se localizando no fim dos tempos. Este último, 10 por entendimento, só pôde ser vivenciado, pois fora colocado em suspensão pela Igreja, permitindo a esta que se perpetuasse como a benfeitora da própria história da salvação. Entretanto, a celebração da paz religiosa em Augsburg marcaria o início do processo de derrocada dos partidos religiosos. Baseado na impossibilidade de encontrarem de fato um equilíbrio e união, entre as partes. Nesse sentido, a paz e a unidade religiosa deixariam de ser coisas idênticas. Paz significaria, agora, pacificar as frentes de batalha da guerra civil ou simplesmente congelá- las. Tendo em vista a celebração deste acordo, este trazia consigo a necessidade de um novo princípio, o da “política” que viria a se disseminar mais fortemente no século seguinte, a qual os políticos valorizam em seu escopo, somente o temporal e não o eterno. Portanto, o que começara como uma guerra civil religiosa no Sacro Império Romano, terminava com um acordo de paz entre os senhores territoriais. Retirava-se desse ocorrido uma experiência acerca da idéia do fim dos tempos, reconhecendo-se que as guerras civis religiosas não prenunciariam o Juízo Final. A paz, então, só tornaria possível à medida que as potências religiosas se esgotassem ou se consumissem em luta aberta, à medida que fosse possível cooptá-las politicamente ou neutralizá-las. Iria se constituindo, através destes acontecimentos, em um novo e inédito tipo de futuro. Nesse sentido, é de constatar que as profecias acerca do fim do mundo, foram sendo adiadas cada vez mais, a partir do século XV. A própria astrologia teria um papel interessante à época, sendo levada ao descrédito com a ascensão das ciências naturais. As ciências naturais deslocavam o fim para um futuro cada vez mais distante, diferentemente das expectativas escatológicas. Por outro ângulo, o Sacro Império Romano-Germânico perdia sua função escatológica, com a formação de novos conceitos – como a de soberania por 11 Bodin, após a Paz de Westfália –, cabendo agora ao Estado a tarefa de manutenção da paz e não de um Império providencial. Portanto, o cálculo político e a contenção humanista delimitaram um novo horizonte para o futuro. Desta forma, o grande número de presságios em relação ao fim dos tempos e os que previam inúmeros eventos de menor abrangimento, seriam incapazes de prejudicar o curso das coisas humanas. Acabaria por ser inaugurado um tempo diferente e novo. A Modernidade e o Iluminismo Essa mudança subjetiva surgiria com a ideia de progresso, de ruptura com o passado – tratado brevemente na introdução. E, em geral, se encontraria associada com algum evento significativo tomado como um marco histórico – neste caso, a Revolução Francesa. Estaria por um lado, o prognóstico do racionalismo e, do outro, a filosofia da história. Assim, estes conceitos surgiriam em antagonia às antigas profecias, onde os homens poderiam ser os senhores de seu próprio destino e conhecedor das leis naturais – física e humana. Seria, também, com o adventoda filosofia da história, a inauguração da possibilidade de interpretação de um futuro inédito à nossa modernidade. Imiscuiria-se também na filosofia do progresso uma mistura entre prognósticos racionais e previsões de caráter salvacionistas. Essa concepção, de acordo com Chauí (2000, p. 59), seria de que os seres humanos, as sociedades, as ciências, as artes e as técnicas melhoram com o passar do tempo, acumulam conhecimento e práticas, aperfeiçoando-se cada vez mais, de modo que o presente é melhor e superior, se comparado ao passado, e o futuro será melhor e superior, se comparado ao presente. Assim, o progresso se desenvolveria na medida em que o Estado e seus prognósticos não fossem mais capazes de satisfazer a exigência soteriológica, e sua motivação seria forte o suficiente para chegar a um Estado que, em sua 12 existência, dependesse da eliminação das profecias apocalípticas (KOSELLECK, 2007, p. 35-36). Deste modo, o futuro desse progresso se caracteriza pela aceleração que se poria à nossa frente e ao seu caráter desconhecido. A aceleração tornar-se-ia uma tarefa de planejamento temporal, principalmente a partir do século XVIII e pós-Revolução, onde o vetor fundamental da moderna filosofia da história seria o cidadão emancipado do absolutismo e da Igreja. Mas, isto só adviria através da arte do cálculo político, adquirindo seu refino ao longo dos séculos XV ao XVIII, sendo os pensadores do século XVIII, responsáveis sobremaneira pela mudança histórica abarcada pela Revolução. Resultado auferido pelo aprofundamento do pensamento iluminista, que acabaria por se conhecer como Século das Luzes. Pensamento este que tornaria o futuro um campo de possibilidades finitas, organizadas segundo o grau de probabilidade. Eliminava, então, a certeza ideológica dos partidos religiosos da chegada de um Juízo Final e de uma única alternativa entre o Bem ou o Mal. Ou seja, o Iluminismo introduzia a problemática da secularização no momento em que as ordens religiosas eram questionadas, além de denunciar as intromissões e injustiças promovidas pela instituição na política dos Estados. Formatação de novos paradigmas O pensamento iluminista tem como fundamentos a crença no poder da razão humana de compreender nossa verdadeira natureza e de ser consciente de nossas circunstâncias. O homem, então, creía ser o detentor de seu próprio destino, formulando o racionalismo e contrariando as imposições de caráter religioso, sua “razão” divina de existir, e os privilégios dados à nobreza e ao clero – ainda predominantes à época (séculos XVII e XVIII). 13 A preocupação com a ciência se originou do projeto de se fazer com que todo conhecimento fosse seguro. Seu bastião, René Descartes (1596-1650), propugnava a busca por proposições das quais não se pudesse duvidar, questionando o “método antigo” de costumes transmitidos. Descartes desenvolveu um método contrário aos citados costumes: se imaginasse a existência de uma dúvida – por menor que fosse – contida na afirmação de falsidade de um objeto, não o teria preliminarmente como falso, negando a dúvida e aquele que se propunha a negar, até que se eliminassem todas as dúvidas. O projeto iluminista esteve associado também a autores como Montesquieu (1689-1755), Rousseau (1712-1778), Kant (1724-1804), e aos empiristas ingleses Locke (1632-1704) e Hume (1711-1776). A liberdade individual se torna o centro da discussão sobre política, à medida que a filosofia política iluminista promovia a centralidade dos direitos individuais, diferenciando os compromissos dos antigos e medievais da ordem e hierarquia. Nesse sentido, podemos afirmar que o iluminismo teve sua primeira expressão teórica, mais concentrada, em fins do século XVII, com o inglês John Locke – considerado o pai do liberalismo –, preocupado em “modificar” a concepção de súditos da coroa britânica para cidadãos. Defenderia a liberdade e a tolerância religiosa, além de fundar o empirismo – o qual todo pensamento deriva de alguma experiência. A época vivenciada por Locke, e que resultou nos seus inúmeros trabalhos sobre a questão da liberdade, teria como ponto de influência o momento presenciado em vida. É nesse sentido que a Inglaterra vivia uma longa disputa entre a Coroa e o Parlamento – tendo como defensores da primeira, os Stuart e grande parte da nobreza e, da segunda, a burguesia ascendente, respectivamente. O país vivia uma grande guerra civil e de conturbação política, 14 social e econômica, nos anos referentes entre 1640-1689, com a vitória das forças parlamentares sobre a absolutista. É imerso nesse momento histórico que uma das grandes temáticas e de defesa do pensador inglês em suas obras consistiu em definir os direitos dos cidadãos e a responsabilidade do Estado para estes. Assim, buscou estabelecer o poder legislativo enquanto primeira lei natural fundamental, pois este emanaria diretamente da sociedade – tendo caráter de poder supremo, acima do executivo e federativo. Outro grande objetivo do ingresso dos homens em sociedade seria a posse da propriedade em paz e segurança, onde as leis estabelecidas nessa sociedade protegeriam o indivíduo. Esse poder teria caráter pétreo nas mãos da comunidade, uma vez que o tenha declarado. Assim, não poderia qualquer edito, ter a força e a obrigação de uma lei, se não tiver a sanção do legislativo, escolhido e nomeado pelos cidadãos. O pensamento lockeano acabou, também, por influenciar uma gama de intelectuais europeus, que discordavam da situação política no continente. Entre as nações européias, é na França, pré-1789, onde o pensamento liberal encontrou grande aceitação e divulgação de seus ideais. Nesse processo de aprofundamento filosófico da teoria, angariaram grande exposição, dois franceses: Montesquieu (1689-1755) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). O primeiro – citado logo acima – abarcou respeitabilidade e uma visão avançada a partir de suas obras “Cartas Persas” e, principalmente, em “O Espírito das Leis”. “Cartas Persas” foi uma obra de ficção escrita sob forma de cartas por um persa de passagem pela Europa à seus familiares que se encontravam em seu terra de origem. Essa obra, tem como relevância a tentativa do autor de desprender-se dos valores europeus culturais, emocionais e políticos e ver o continente de um ponto de vista externo – abarcado pelo estranhamento do viajante com a civilização européia e as diferenças; 15 Já “O Espírito das Leis” é vista como uma obra de importância ímpar na história da filosofia liberal, o qual defendia a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário, vindo ser a primeira a desenvolver a teoria da divisão de poderes, supracitados. Outra característica do pensamento de Montesquieu, de acordo com Althusser (1977, p. 24), é que A necessidade que governa a história, para começar a ser científica, deve deixar de beber a sua razão em qualquer ordem que transcenda a história. É, portanto necessário varrer do caminho da ciência pretensões de uma teologia ou de uma moral que pretenderiam ditar-lhes leis. (...) Não é a teologia que cabe enunciar a verdade dos factos da política. (...) introduzir a teologia em história, é confudir as ordens e misturar as ciências. Assim, Montesquieu buscava tentar explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e evolução, através de leis da ciência política. Ou seja, tirava as leis de uma ordem natural, emanadas de Deus e imutáveis, para afirmar que é uma formulação humana, rompendo com a tradicional submissão da política à teologia. Rousseau se destacou entre os filósofos do “Século das Luzes” por suas críticas ao processo de evolução da ciência, assim como pela condição do povo nas questões políticosociais. Assim, afirmaria acidamente que a ciência e a ideia de progresso inconteste, promulgada por pensadoresdesde o século XV e aprofundada no pensamento iluminista, havia se corrompido. Para ele, ela não tinha produzido avanço significativo para a sociedade ao todo. Entretanto, isto não caracterizaria como uma recusa, mas sim com o intuito de um aprimoramento de seu ideal. Ou seja, para Rousseau (1985, p. 09), O que há de mais cruel é que todos os progressos da espécie humana distanciam-na cada vez mais de seu estado primitivo, quanto mais acumulamos novos conhecimentos, tanto mais nos 16 privamos dos meios de adquirir o mais importante de todos, e que é, de certa forma, de tanto estudar o homem que perdemos a capacidade de conhecê-lo. Tratou exaustivamente sobre diversos temas da filosofia política, como o estado civil, da liberdade civil e entre o governo e o soberano7. O que o colocaria em destaque entre os que inovaram no pensamento político estaria a defesa da concepção do exercício da soberania pelo povo, como garantia para sua libertação. Afirmaria que a primeira e mais importante consequência dos princípios acima estabelecidos está em que somente a vontade geral tem possibilidade de dirigir as forças do Estado, segundo o fim da sua instituição, isto é, o bem comum. O autor do projeto de paz perpétua definiu soberania não como independência, mas como liberdade moral, o que vem a derrubar a incompatibilidade entre a soberania e a participação em uma confederação com outras soberanias. É através da possibilidade de fazer o que se pretende sem oposição, sem temer os resultados e sem ofender ninguém, que se tem maior liberdade, ou seja, a independência de uma soberania se realiza quando numa sociedade em que há confiança, segurança e justiça entre as partes: “when no sovereign is able to offend the common interests, each can be ‘free’ as well as ‘independent’”(ROUSSEAU apud AIKO, 2006). Tendo isso em vista, a soberania seria um exercício da vontade geral, a qual jamais poderia se tornar fruto de alienação. Ela viria a balizar e dar assistência na formatação de um estado democrático, que garantisse o viés da igualdade para todos os cidadãos. É nesse sentido, que o movimento Iluminista surgia pela França em meados do século XVII, e defendendo o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que predominava na Europa Não será tratado nesse artigo outros pontos levantados por Rousseau – como a questão do estado de natureza, contrato social, etc. –, em vista da temática proposta por este trabalho. 17 desde a Idade Média. Esta forma de pensamento advinha fortemente dos ideais liberais e tinha como propósito, o de iluminar as “trevas” em que se encontrava a sociedade européia dos regimes absolutistas. Os filósofos que defendiam estes ideais – tratados anteriomente –, acreditavam que o pensamento racional deveria se sobrepor às crenças religiosas e ao misticismo, predominantes àquela época, e que, segundo eles, bloqueavam o progresso do homem. Nesse sentido, o homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. A filosofia iluminista se prostrava otimisticamente, pois acreditava no progresso por meio do uso crítico e construtivo da razão, sendo o homem o detentor de seu próprio destino e formulador do racionalismo. Por esta perspectiva, contrariavam as imposições de caráter religioso, ao absolutismo e sua “razão” divina, além dos privilégios dados à nobreza e ao clero O movimento atingiria o seu apogeu no século XVIII, o qual passaria a ser conhecido como o “Século das Luzes”. O Iluminismo encontrou maior força e recepção aos seus princípios na França – palco de problemas econômicos, religiosos, políticos e sociais –, onde influenciaria sobremaneira a Revolução Francesa através da: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” – lema basilar no processo revolucionário. É através destas formulações teóricas que tornou possível transportar para a realidade histórica – antes dominadas pelo pensamento clerical e escatológico –, ficções como o império que deveria durar mil anos ou a sociedade sem classe. Seria necessário um indicativo histórico, que visasse ultrapassar os prognósticos racionais, relativizando o projeto dessa mesma filosofia. Portanto, é a partir destas percepções que a Revolução Francesa poderia ser vista como a última grande querela dos antigos e dos modernos: querela 18 política, focalizada sobre a questão da liberdade, mas onde, no fundo, cada qual se pretendia moderno. É nessa perspectiva, que os revolucionários se lançavam a fio para se tornarem plenamente moderno, lançando mão das “antigas repúblicas” (KOSELLECK, 2007). Revolução e Mudança na Perspectiva Histórica A construção e o estabelecimento dessas perspectivas de visão de mundo viriam a influenciar os movimentos revolucionários, tendo a Revolução Francesa como marco histórico desse rompimento. Outra marca do pós-1789 na concepção de revolução, seria a introdução da “experiência”, da “esperança”, do “progresso” e do “escopo universalista”, de cunho epocal. Assim, esta Revolução se diferenciaria das demais revoluções liberais ocorridas – caso da Americana, em um grau menor, e, em maior relevância, da Inglesa – pela sua forma e por seus ideais fundamentais. Traria em suas reivindicações, movimentos de cunhos sociais descontentes com a exclusão e opressão das populações não-privilegiadas. Se basearia, não apenas de uma mudança social, mas de mudança social com caráter de emancipação – caracterizando como uma nova era das “sociedades”. Portanto, para entender este processo, o atual capítulo buscou lançar mão de uma pesquisa acerca do movimento revolucionário francês, detendo-se numa análise do Terceiro Estado e sua densa participação no processo. Além disto, visou-se examinar o arcabouço conceitual trazidos pelo iluminismo, sua influência pré e pós-Revolução Francesa e a ascensão do universalismo, que levariam a cisão com os ideários até então predominantes. O Terceiro Estado Na vigência do Antigo Regime, na França, os Estados Gerais representavam o reino em épocas de conturbações políticas, sociais, religiosas ou econômicas. A datação da primeira atuação dos Estados Gerais pode ser creditada em 1483, pelo falecimento de Luís XI, os quais foram 19 convidados a emitir um parecer acerca da organização da regência. Foram ainda reunidos em 1560, na tentativa de remediar uma crise financeira; em 1576-77 e 1588-89, por motivos de questões religiosas, e; em 1614, pelo assassinato de Henrique IV, levando, consequentemente, a uma rebelião. No entanto, os Estados Gerais só deviam suas reuniões a partir da iniciativa do governo que os mantinham ou os extiguiam, conforme bem entendesse. Estes não detinham, portanto, poder decisório no reino, tornando- se mais em uma representação com intuito de prover consenso ao monarca, ao qual daria subsídios e apoio a decisões políticas e econômicas tomadas pelo regente. Os Estados Gerais ficariam inativos por mais de um século, em vista do fortalecimento e consolidação do regime monárquico, no reinado de Luis XIV (1643-1715). Este tipo de regime alcançaria tanto o seu ponto máximo como também a sua decadência. Pois, não haveria mais de ter os meios necessários para o provimento da evolução econômica e produtiva exigidas por sua época, tendo o regime feudal já cumprido o seu tempo (MANFRED, 1965, p. 08). Só em fins do século XVIII – mais precisamente em 1788 – que o rei Luis XVI convocaria os seus “Estados”. Assim como das outras situações constatadas anteriormente, esta adviria de uma crise sistêmica. Crise esta, baseada no estrangulamento do regime absolutista, além dos problemas de cunho produtivo como: déficit financeiro, escassez de gêneros alimentícios e pressão popular. É nas palavras de Hobsbawm (2007, p. 90) que se percebe a tentativa desta instituição e sua respectiva queda, aqual a primeira brecha no fronte do absolutismo foi uma “assembléia dos notáveis” escolhidos a dedo, mas assim mesmo rebeldes, convocadas em 1787 para satisfazer as exigências governamentais. A segunda e decisiva brecha foi a desesperada decisão de convocar os Estados Gerais, a velha assembléia feudal do reino, enterrada desde 20 1614. Assim, a revolução começou como uma tentativa aristocrática de retomar o Estado. Esta tentativa foi mal calculada por duas razões: ela subestimou as intenções independentes do ‘Terceiro Estado’ – a entidade fictícia destinada a representar todos os que não eram nobres nem membros do clero, mas de fato dominada pela classe média – e desprezou a profunda crise socio-econômica no meio da qual lançava suas exigências políticas. É inserido nessa conturbação política e por pressão dos parlamentos que exigiam que, qualquer reforma tivesse o crivo dos Estados-Gerais. Acabaria isto por gerar outros tipos de reivindicações, como a ascensão de um ator inédito na respectiva conjuntura: o Terceiro Estado. Buscaria uma maior representação no interior da instituição, aspirando uma igualdade as outras duas ordens e tentar pôr em prática sua preponderância pelo voto individual. Esse número de demandas promovidas pelo Terceiro Estado era em vista de sua inoperância em relação ao Primeiro e Segundo Estado. As duas primeiras ordens tinham preponderância sobre o poder popular, visto que a forma de votação dos “Estados” se dava por ordens e não por voto individual – caracterizado como a grande reivindicação das camadas mais baixas. Esse detrimento também pode ser visto pelo número que cada Estado representava na nação. É nesse sentido que Siyés (1943, p. 62-65) analisa os números de representados referentes a cada ordem e a disparidade destes na realidade social francesa. Assim, o Primeiro Estado – formado pelo clero –, representava 80.400 eclesiásticos. Já o Segundo – formado pela nobreza –, tinham na sua base 110.000 nobres. Por último, o Terceiro detinha entre 25 a 26 milhões de pessoas na nação – abarcadas em sua amplitude por camponeses, pequenos burgueses e artesãos. 21 Essa desproporção seria responsável pela maior parte das exigências da ordem inferior, assim como a presença de princípios liberais em seu escopo basilar. Haveria então uma pressão para o Terceiro Estado convocar e compor a Assembléia Nacional, pois teria a procuração da maioria. Também estaria garantido na razão e na equidade, buscando garantir os direitos civis e políticos, já que nenhuma das outras ordens seriam representantes da nação. Portanto, o movimento posto pelo Terceiro Estado seria o “pontapé” inicial para Grande Revolução. A Revolução A França vivia no extremo de uma revolução, devido às situações sociais, à enorme insatisfação popular e crise econômica. Somando-se as exigências do Terceiro Estado e sua maior atuação com o povo, ficou uma situação insustentável para o absolutismo. É nesse sentido que a população, em 14/07/1789, tomaria o poder e destronaria a monarquia, comandada pelo rei Luis XVI, marcando o início do processo revolucionário. Tomariam como primeiro alvo a Bastilha, prisão política e símbolo da monarquia francesa. No desenrolar da guerra civil, a Assembléia Constituinte inicia reunião com intuito de dar provimento ao movimento. Os deputados aprovariam a abolição dos direitos feudais como: as obrigações devidas pelos camponeses ao rei e à Igreja; as obrigações devidas aos nobres, e; o cancelamento de todos os direitos feudais sobre o campesinato. Em menos de um mês após a queda da Bastilha – mais exatamento no mês de agosto de 1789 –, a Assembléia Constituinte promulgaria a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este documento, de importância ímpar, trazia em seu escopo significativos avanços sociais, garantia de direitos iguais aos cidadãos e maior participação política para o povo. Além destes avanços, 22 ele teria grande repercussão pela sua intenção de se tomar como um preceito universal. Com o aprofundamento da revolução, o rei Luis XVI tentou fugir em meados de 1791, mas sendo capturado ainda na França. Com o receio de que o movimento se espalhasse pelo continente, diversos países começam a movimentar-se para sufocar a revolução. Entretanto, a ameaça de invasão acabava por aumentar a radicalização interna, que desembocaria na época do Terror. Mas é relevante ressaltar que nem todas as situações de extremo perigo nacional levam os povos ao Terror revolucionário. A verdade é que o Terror faz parte da ideologia revolucionária, na qual supervaloriza o sentido das “circunstâncias”. Não há circunstâncias revolucionárias, mas sim, uma Revolução que se alimenta de circunstâncias. As “circunstâncias” formam o terreno sobre o qual esse sistema se desenvolve e ocupa a esfera do poder, produzindo o tecido factual da história da Revolução (FURET, 1989). Nesse sentido, os girondinos eram, desde o fim de 1791, os apóstolos mais eloquentes da guerra contra o monarca, por estarem convencidos que esta é a condição de seu poder, tendo à sua frente Robespierre. E, o extremo perigo nacional daria uma aparência de justificação racional à conspiração dos adversários e às violências da repressão. Esse tipo de situação constituiria num terreno favorável à intensificação da guerra civil e o derramamente de sangue, perdendo a revolução sua razão inicial. Não teria, à época, nenhum lugar para a política, além do consenso ou da morte. É durante esse processo revolucionário, que grande parte da nobreza deixa a França, além da tentativa de fuga da família real. Preso os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta, tiveram como destino a guilhotina em 1793. Tornava-se o regicídio na França o segundo 23 acontecimento na história do continente europeu. O clero também não sairia impune, tendo os bens da Igreja confiscados. Mas, com a intensificação e o receio dos rumos tomados pelas medidas da Salvação, Robespierre acabava por ser deposto. Assim, buscou-se restaurar a legitimidade representativa, tão expressada na raiz da revolução. Eles, portanto, fizeram mais que parar o “Terror”, o desmoralizam como forma de poder. No entanto, ainda apelariam a ele, envergonhadamente, em certos momentos, como se fosse um expediente e não mais um princípio. Este episódio ficaria conhecido como “9 Termidor” – revolta contra a política do Terror. O “9 Termidor” colocaria colocaria fim à exclusão das massas no governo da República. Essa participação era completamente inexistente na ditadura robespierrista, a qual esse sistema de poder que os conjurados derrubam, não mais seria utilizado. Portanto, se o Terror tornou-se “impossível” após “9 Termidor”, isso se deveu simplesmente ao fato de a sociedade ter recuperado sua autonomia em relação à situação política. Mas seriam outros acontecimentos que fariam a Revolução Francesa perdurar como a promotora e detentora destes paradigmas. Seria, portanto, só após o seu estrondar que a sociedade ocidental se assentaria sobre as suas bases. Ruptura Paradigmática É a partir da Revolução Francesa que haveria a possibilidade de desenhar um espaço político inédito, invocando-se ao mesmo tempo os heróis da Antiguidade e recusando sua imitação, em nome da proclamada e inovadora revolução. Assim, a Antiguidade invocada, era uma figura de ruptura e também tranqüilizadora, pois procuravam fazer com que o passado viesse para o 24 presente, com intuito de se fazerem reconhecidos e exprimir o inédito de sua própria ação. Assim, derrubaria por completo o regime absolutista feudal, além de golpear a feudalidade mortalmente, abrindo espaço para o progresso capitalista. Ao mesmo tempo, a revolução destruiu as relações de produção medievais e harmonizaria as novas formas de produçãoadvindas da Revolução Industrial. A Revolução francesa, inauguraria, então, a livre iniciativa privada – em detrimento da idéia do público – e a consolidação do desenvolvimento capitalista. O exército teria a sua criação e consolidação a partir da revolução, perdendo o caráter de voluntarismo. Esse “voluntarismo” era representado pela nobreza, a representante e detentores dos altos cargos da instituição. Com o fim desta política de organização militar, se instalaria na instituição o convocamento obrigatório, estendido para todos os homens da nação. Outra mudança seria o fim dos privilégios e a diferenciação por castas na sociedade francesa – e logo depois espalhada pelo ocidente. Seria introduzido a concepção da meritocracia, em detrimento dos títulos nobiliárquicos. Ou seja, a forma de ascensão social, econômica ou política se daria não mais por títulos, mas sim pelo mérito pessoal, intransferível. O indivíduo se tornaria o ente máximo no e pós-Revolução, tornando-se os detentores de direitos, como indicado pela “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, aprovada pela Assembléia Constituinte Francesa em 26/08/1789. Segundo os preceitos de que “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direito; a associação política tem por finalidade assegurar a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Assim, o indivíduo exprimiria a afirmação e a sua liberdade a um grupo, à sociedade e ao Estado. Diferentemente à época medieval, onde o indivíduo era 25 visto como parte do coletivo, não sendo destacável do todo, a Revolução quebraria uma vez por todas com esse pensamento. O homem seria colocado como o centro do universo, livre e responsável pelos seus atos, além de base para implementação de um Estado democrático. Caberia então, elaborar a distância entre uma nação moderna e as pequenas repúblicas da antiguidade, entendendo a liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos. Nesse intuito, a liberdade moderna seria nada menos que a liberdade civil/individual e a liberdade antiga, a participação coletiva dos cidadãos no exercício da soberania. A ciência, portanto, seria atingida por um novo paradigma, abarcada por uma dimensão social e pessoal, atingindo as regiões mais profundas da existência humana. Perderia o os valores eclesiásticos, predominantes em seu pensamento pré-liberais. O Universo perderia o seu encanto. Além de ser despojado das suas características mais significativas, que dariam, subjetivamente, sentido à vida como um todo. Era cavado, portanto, uma distância longínqua entre o homem antigo e o moderno. Em relação ao primeiro, respectivamente, fonte de uma participação ativa e constante do poder coletivo; já ao segundo, fruto de uma soberania que já não era mais que uma suposição abstrata, obtendo o gozo sossegado da independência privada. Considerações Finais O presente trabalho busca analisar a Revolução Francesa e suas mudanças de paradigmas na sociedade ocidental. Fruto dessas mudanças paradigmáticas encontra-se a evolução do pensamento liberal e suas vertentes, como grandes responsáveis pelos movimentos de ruptura no sistema internacional e de Estados, além da subjetividade do pensamento humanístico, que desembocaria no que conhecemos como modernidade. Como elencado, a ideia de modernidade surge através da possibilidade de separação entre o antigo e passado, pelo presente e moderno. Essa 26 separação visava relatar os antagonismos entre as duas “épocas” e suas mudanças conceituais acerca de/do mundo. O antigo, representado pelo pensamento clerical e sustentados pela ideia da escatologia e da providência divina, visaria à manutenção de um status quo da Igreja sobre a sociedade. Preponderância esta, baseada no medo como uma forma de dominação do imaginário coletivo. Teria este como ponto principal a afirmação da brevidade do fim dos tempos. O pensamento liberal e os filósofos – e claro, dos cientistas do renascimento até o Século das Luzes – representantes do Iluminismo, viriam a romper com essa forma de pensamento pré-Revolução Francesa, até então dominante. Colocaria o homem no centro do universo, tirando a concepção da providência divina dos acontecimentos históricos. O indivíduo também surgiria como um ente a parte, tendo sua importância elevada a maior nível. A Revolução Francesa seria esse marco histórico, como fator chave de ruptura paradigmática no pensamento ocidental. A Igreja perderia o espaço na sociedade como fonte do “saber”, ficando relegada na incumbência de transmissão da fé – sem mais indícios de uma actualidade crível ou científica. Assim, a ciência se destacaria como detentora e promotora da construção dos saberes. Nesse sentido, a modernidade teria incrustado na sociedade as formas de pensamento trazidas pelo pensamento liberal, em sua maior parte. Tendo o homem saído de um mero expectador dos acontecimentos históricos, políticos e sociais – base do pensamento eclesiástico – , para um agente ativo e indutor das ações humanas. Portanto, o homem tomaria para si as “rédias” dos novos rumos da sociedade levando a concepção de progresso as ciências – físicas, sociais e humanas. 27 Referências Bibliográficas: ADORNO, T; HORKHEIMER, M. 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Nesse sentido, os fisiocratas tiveram interesse particular em refletir sobre as ações orientadoras das políticas mercantilistas, que, nessa época, predominavam em boa parte dos governos europeus. Segundo suas concepções, as diversas intervenções que marcavam as políticas mercantilistas não poderiam garantir um desenvolvimento real da economia, já que eram estabelecidas pelos instrumentos de intervenção política do governo monárquico. De acordo com a fisiocracia, o lucro gerado pela indústria e pelo comércio não poderiam ser geradores de riqueza. As mercadorias e outros bens que circulavam nesses dois setores econômicos somente representavam uma transformação daquilo que era gerado pelo uso da terra, lugar que seria fonte de toda e qualquer riqueza. Desse modo, o pensamento fisiocrata acreditava que os proprietários de terra deveriam ser vistos como os verdadeiros geradores de toda a riqueza nacional. Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/fisiocracia.htm. Acesso em 18 de junho de 2011. UNIDADE 02. OS PENSADORES E SUAS IDEIAS ILUSTRADAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos Analisar os postulados dos principais pensadores: John Locke, Kant, Rousseau e Montesquieu. ESTUDANDO E REFLETINDO Alguns iluministas formavam escolas de conhecimento, como os fisiocratas (physis = Natureza), entre eles Quesnay e Gournay onde se baseavam no chamado Quadro Econômico, segundo o qual a riqueza de uma nação se baseia na agricultura. Além disso, eram contra a intervenção do Estado na economia. 30 BUSCANDO CONHECIMENTO Para o pensamento de John Locke, destacadamente na sua obra intitulada Segundo Tratado Sobre o Governo Civil, os homens viviam num completo estado de Natureza, sem governo, sem leis, sem instituições, com direitos naturais do homem como o direito à vida, liberdade e à propriedade. Locke produz também o Contrato Social e a ideia de governo civil, cuja finalidade do Estado está em garantir os direitos naturais dos homens, como o direito à rebelião. John Locke. Quadro pintado por Sir Godfrey Kneller "A liberdade natural do homem não está a reconhecer qualquer poder sobre a terra que é maior, de estar submetida à vontade ou da autoridade legislativa da liberdade s pessoa (...). homem na sociedade não deve ser vinculado exclusivamente pelo legislador estabelecido por acordo mútuo com o Estado, e não reconhecer qualquer autoridade ou qualquer outra lei do que aqueles criados por este poder, em a missão confiada a ele (...). É evidente, portanto, que a monarquia absoluta, considerada por alguns como o único governo no mundo, é de fato incompatível com a sociedade civil (...). O vasto fim para o qual os homens entram em sociedade é desfrutar de suas propriedades em paz e segurança. Mas fazer leis nesta sociedade é a melhor maneira de atingir este fim. Como resultado, em todos os estados, primeira e fundamental lei positiva é aquela que estabelece a autoridade legal (...). E não há edital, qualquer que seja 31 sua forma ou o poder que a sustenta, tem força de lei se ele não é aprovado pelo Legislativo, escolhido e nomeado pelo povo (...). Outro intelectual de destaque foi Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède et de Montesquieu, conhecido como Montesquieu (batizado em 18 de janeiro de 1689 no castelo de La Brède em Bordeaux, 10 de fevereiro de 1755 em Paris). Foi um escritor francês, filósofo e teórico político do Iluminismo. Ele é considerado o precursor da sociologia, grande filósofo político e co-fundador da história moderna da ciência. O Barão de Montesquieu escreveu o livro “O Espírito das Leis”, em que propõe a divisão dos poderes legislativo, executivo, judiciário. São poderes independentes e marcados pela Monarquia constitucional e pelo voto censitário. Barão de Montesquieu Dos Três Poderes (Montesquieu, 1689-1755) "(...) Nas democracias o povo parece fazer o que ele quer, mas a liberdade política não consiste em fazer o que queremos. Em um estado que está a dizer em uma sociedade onde existem leis, a liberdade só pode consistir capaz de fazer o que devemos desejar e não ser obrigado a fazer o que não devemos tentar. Temos que colocar em mente o que é independência, eo que significa liberdade. Liberdade é o direito de fazer o que as leis o permitirem, e se um 32 cidadão pudesse fazer o que eles defendem, não teria a liberdade, porque os outros ainda teria esse poder. A democracia ea aristocracia não são Estados livres por natureza. A liberdade política só se encontra nos governos moderados. Mas não é sempre nos Estados moderados, e isso é que quando não há abuso de poder, mas é uma experiência eterna que todo homem que tem poder é aumentado para abuso, ele vai até que ele encontra seus limites. (...) Para não se pode abusar do poder, deve, pelo arranjo das coisas, o poder pode conferir poder. Uma constituição pode ser tal que ninguém será forçado a fazer coisas que a lei não exige isso, e não fazer aquelas a lei permite. (...) Existe em cada Estado três tipos de poder: o poder legislativo, poder executivo das coisas que dependem do direito internacional e do poder executivo daquelas que dependem do direito civil. No primeiro, o príncipe ou magistrado faz leis por um tempo ou para sempre, e corrige ou revoga os feitos. Para o segundo, ele faz a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, estabelece a segurança pública, impedir invasões. No terceiro, ele pune os criminosos, ou julgar disputas dos indivíduos. Chamamos-lhe o poder de julgar e, o outro simplesmente poder executivo do estado. A liberdade política num cidadão é que a paz de espírito que vem da opinião de cada pessoa tem de sua segurança, e para ter essa liberdade, o governo deve ser tal que um cidadão não pode ter medo de um outro cidadão. Quando a mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistrados, o poder legislativo está unido com o poder executivo, não há liberdade, porque as apreensões podem resultar que o mesmo monarca ou senado faz as mesmas leis tirânicas para executar. Ainda não há liberdade se o poder de julgar não estiver separado do poder legislativo e do executivo. Se fosse unido ao poder legislativo, o poder 33 sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se fosse ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor. trecho de Charles de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, "De l'Esprit des Lois", XI, Capítulos III-VI. Genebra, 1748. Editado por Robert DERATHÉ, Paris, Garnier, 2 volumes, 1973, p. LXXXII-566, 753 p Os cafés do século XVIII "O café está em uso em Paris. Há um grande número de casas públicas onde é distribuído, em algumas destas casas, segundo dizem, o novo; em outros, vamos jogar xadrez há um, onde se prepara o café para que ele dê o espírito para aqueles que lá estão: no mínimo, todos aqueles que deixam, não há ninguém que não acredita que ele tem quatro vezes mais do que quando entrou nela. Mas o que me choca em relação a estas grandes mentes é que eles não vão ajudar o seu país, e divertir os seus talentos para as coisas infantis. Por exemplo, quando cheguei em Paris, descobri-los em uma discussão acalorada, o mais fino pode-se imaginar: era a reputação de um velho poeta grego, cujos últimos dois mil anos, não está claro país, bem como a data da sua morte (1). Ambas as partes admitiram que foi um grande poeta, ele era apenas uma questão de mérito, mais ou menos que ele lhe dera.Todos queriam dar o ritmo, mas entre os distribuidores de reputação, alguns eram melhores do que o outro peso. Que a briga! Ela era muito forte, pois é disse cordialmente, em ambos os lados, de tal graves insultos, piadas se era amargo, que eu admirava, pelo menos não como jogar, o objecto do litígio ". excerto de Montesquieu, Cartas Persas, 1721, Carta XXXVI. Kant, filósofo alemão do Iluminismo, nasceu em Königsberg, em 22 de abril de 1724, morreu na mesma cidade, em 12 de fevereiro, 1804. Ele é um dos 34 mais importantes representantes da filosofia ocidental. Sua Crítica da Razão Pura marca uma viragem na história da filosofia e o início da filosofia moderna. Não só no campo da epistemologia, mas também na ética com o trabalho de base Crítica da Razão Prática e da estética e da Crítica do Juízo. Seus principais escritos são sobre o direito, religião e filosofia da história. De seu pensamento foi criada uma perspectiva nova e abrangente da filosofia, na qual a discussão para o século XXI ainda se faz presente. Imanuel Kant "Iluminismo é a saída do homem de estado minoritário que ele deve ser imputada a ele. Imaturidade é a incapacidade de confiar em seu próprio entendimento sem a orientação de outro. Atribuível aos acionistas minoritários se esta é a causa dela não depende de falta de inteligência, mas a falta de decisão e coragem de usar seu próprio entendimento sem a orientação de outro. Sapere Aude! Tenha a coragem de usar sua própria inteligência! - É, portanto, o lema do esclarecimento. Só que não há necessidade para essa luz que a liberdade, e os mais nocivos de todas as liberdades, isto é, para fazer uso público da razão em todos os campos. Mas eu ouço de todos os lados a gritar: - Não discuta! - O policial diz: - Não discuta, faça exercícios militares. - A utilização dos fundos: - Não discuta, pagar! - O homem da igreja: - Não discuta, mas acredito. " 35 (Immanuel Kant, "Resposta à Pergunta: O que é Iluminismo) Resposta à pergunta: Que é "Esclarecimento"?(Aufklärung). In: Textos Seletos. Trad. Floriano de Sousa Fernandes. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2005c. Jean-Jacques Rousseau, nascido em 28 de junho de 1712, em Genebra, Suíça, foi um escritor calvinista, filósofo, educador, naturalista e compositor do Iluminismo. O filósofo é um dos grandes precursores da Revolução Francesa e teve grande influência sobre a pedagogia e as teorias políticas dos séculos XIX e XX. Suas principais obras são:Tratado sobre a ciência e arte, 1750; Tratado sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, em 1755; Julia ou a Nova Heloísa, 1761; O Contrato Social ou Princípios de Direito Constitucional, 1762; Emílio ou a educação; Confissões, 1782; Os sonhos do caminhante solitário, 1782; Dicionário de Música, 1768 Rousseau iniciou duas das mais famosas peças do teatro "burguês" do Século XIX: aldeia com o jornalista para sua Lettre sur la musique française (1753), apoiado Intermezzo Le Devin du (1752), fundou a Ópera Cómica, e com o seu Pigmaleão melodrama (1770, música de Coignet) criou o Theatermelodram. Através de sua música e do dicionário Dictionnaire de musique (1767), ele foi também um dos estetas mais citados do Século XVIII. Jean-Jacques Rousseau 36 O ponto de partida do pensamento de Rousseau é o horror da cultura estabelecida pela sociedade de seu tempo. Ele observou que as pessoas que vivem em sociedade estão mal. Conflitos de interesse levá-os a esconder suas verdadeiras intenções para o outro. As pessoas estão com raiva, uma experiência triste e contínua não é necessário provar, no entanto, o homem é bom por natureza, eu acredito que eu tenho provado isso, [...] Você admira a sociedade humana tanto quanto você quer, é, portanto, não ser menos verdade que, necessariamente, incitam ao ódio em proporção à cruz de seu interesse, também revelar-se mutuamente serviços aparentes, e na realidade, todos os males imagináveis para infligir”. Segundo Discurso, IX Nota ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens. Tradução de Rolando Roque da Silva. São Paulo: Editora Cultrix, s/data. Rousseau critica não apenas a sociedade de seu tempo, mas a socialização do ser humano. Ele está em forte contraste com o pensamento de seu tempo: suas teorias foram rejeitadas pelos representantes das igrejas cristãs e por muitos pensadores do Iluminismo. As igrejas cristãs postulam que a ideia do "bom selvagem" não é razoável, e o homem foi acusado por eles, com base no princípio do pecado original. Os escuteiros, finalmente olharam para o homem como um ser racional e socialmente aceitável. No entanto, se o homem é um ser capaz de viver em comunidade (em grego: politikon zoon) haveria, como afirmou Aristóteles, de prevalecer a harmonia em todos os lugares. Uma vez que este não é o caso, ele conclui que o homem é por natureza um caráter anti-social e somente fora da empresa "boa". Esta tese que ele projeta, utilizando o método de genética para o seu início lógico e temporal e atingiu o estado do conceito de natureza. Rousseau levantou, em seus textos, pensamentos relevantes a respeito da teoria política. Rousseau acredita que as pessoas no estado de natureza, vivem de forma independente. Você tem bens suficientes e são pacíficos. Em 37 particular, nem o homem da filosofia e da ciência tem se saído da presença atraente da luxúria e dos bens de luxo. Ao contrário de Hobbes, Locke e Rousseau traçam um retrato positivo do homem na condição selvagem, relacionadas com os animais. Crítica social de Rousseau. "Você confia em ordem existente da sociedade, sem pensar que esta ordem está sujeita a revoluções inevitáveis (...). Estamos nos aproximando de um estado de crise e do século das revoluções. Quem pode responder isso você vai se tornar? Tudo era feito pelos homens, os homens podem destruí-la, tem-se indelevelmente como aqueles que a impressão da natureza ea natureza não fez príncipes ou nobres e ricos (. ..) Quem come no ócio que ele não ganhou-se a voar Deve o seu trabalho de manutenção de preços:... isso não é nenhuma exceção trabalho é um direito indispensável para homem social. Ricos ou pobres, poderosos ou fracos, cada cidadão ocioso é um patife. " em Jean Jacques Rousseau, Emile III, do Livro. A ordem social, o resultado de um contrato "O homem nasce livre e em toda parte se encontra acorrentado (...) Se eu fosse considerar a força eo efeito derivado dele, eu diria:."Enquanto as pessoas são obrigadas a obedecer e ele obedece, ele faz bem, logo que ele possa sacudir o jugo eo sacode, é ainda melhor porque cobrindo sua liberdade, pela mesma lei que oo fazem feliz , oué baseada na currículo, ou você foi o ponto de tirar. "Mas a ordem social é um direito sagrado que serve de base para todos os outros. Contudo, esse direito não vem da natureza, que se baseia na convenções. A questão é quais são essas convenções. " em Rousseau, O Contrato Social (Capítulo 1, "O tema deste primeiro livro"). Outro grande pensador iluminista, que muito influenciou o seu período e ainda hoje, é Voltaire, na verdade, François Marie Arouet. Foi ele um dos 38 escritores mais lidos e influentes do Iluminismo francês e europeu. Nascido em 21 de novembro de 1694 em Paris e falecido, na mesma cidade, em 30 de maio de 1778. Na França, o chamado século XVIII é, portanto, "o século de Voltaire" (Le Siècle de Voltaire). O iluminista Voltaire escreveu para uma classe superior, que não incluia apenas os aristocratas, mas também a classe média emergente. Muitas de suas 750 obras foram traduzidas para outras línguas europeias. Voltaire passou uma parte considerável de sua vida fora da França em Holanda, Inglaterra, Alemanha e Suíça. A crítica dos abusos do absolutismo e do feudalismo edo monopólio ideológico da Igreja Católica são seus pontos principais de ataque. Voltaire foi um importante pioneiro da Revolução Francesa. Suas armas na luta por suas ideias eram um imenso conhecimento, feito de imaginação, empatia, estilo preciso e de fácil compreensão, além de sarcasmo e ironia. Voltaire , por Nicolas de Largillière http://blogdocachito.blogspot.com/2011/02/livros_21.html Contra a escravidão "Ao se aproximar da cidade, eles viram um negro estendido no chão, com apenas metade de seu casaco, ou seja, uma gavetas de linho azul, faltou perna http://de.wikipedia.org/wiki/Nicolas_de_Largilli%C3%A8re 39 esquerda deste pobre homem e na mão direita. "Oh meu Deus", disse Cândido em holandês, "o que está fazendo, meu amigo, em condições horríveis, quando te vejo? - Eu espero por meu mestre, Sr. Vanderdendur, o famoso comerciante", respondeu o negro. - O Sr. Vanderdendur disse Cândido, que o tratou bem? - Sim, senhor ", disse o negro, é habitual Recebemos uma gavetas de linho para a roupa duas vezes por ano.. Quando nós trabalhamos para fábricas, e arrebata o moinho dedo espera, eles cortam a mão quando queremos fugir, eles cortaram a perna, eu me encontrei em ambos os casos. Este é o preço que você . comem açúcar na Europa, no entanto, quando minha mãe me vendeu dez coroas na costa patagônica da Guiné, ela disse: "Meu querido filho, abençoar nossos fetiches, ama ainda, eles vão fazer-te viver feliz você tem o honra de ser um escravo de nossos senhores brancos, e você está fazendo pela fortuna de teu pai e tua mãe. "Ai, eu não sei se fizeram a sua fortuna, mas eles não eram meus. Os cães, macacos e papagaios são mil vezes menos miserável do que fetiches holandês que se converteu em mim, me dizer a cada domingo que todos nós somos filhos de Adão, branco e preto. Eu não sou um genealogista, mas se esses pregadores dizem a verdade, somos todos primos. Agora você deve confessar que não podemos do usuário com seus pais em um horrível mais. " (Voltaire Cândido ou Otimismo ", de 1759. em Candide, Paris, Librio, 2003 (1759), Cap. XVIII, p. 54-5) 40 UNIDADE 03. A REVOLUÇÃO FRANCESA: NOVOS CAMINHOS AO HOMEM CONTEMPORÂNEO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos Analisar os conceitos que dão sustentação para o processo de revolução francesa; Nesta unidade, abordamos a revolução Francesa como um fato que abriu novos caminhos ao homem contemporâneo. ESTUDANDO E REFLETINDO Conceitos e fatores de uma Revolução Um dos primeiros conceitos a serem trabalhados e que iremos agora nos deter é o fenômeno da Revolução. Inicialmente, podemos dizer que foi tomada do poder, golpe de Estado, violência, guerra civil e, além disso, transformações estruturais. Outro conceito ligado à Revolução Burguesa é a ideia de que a mesma destruiu o Antigo Regime, consolidou o sistema capitalista e a burguesia tornou-se uma hegemonia econômica e política. Fatores Entender a Revolução Francesa é entender os fatores que estão a lhe convergir. São aspectos intrínsecos ligados a um fenômeno social na França do século XVIII. Vamos agora procurar entender de que modo todo esse amplo fenômeno aconteceu e o que causou a Revolução. Primeiramente, a França era uma Nação essencialmente de base agrária. Para se ter uma ligeira ideia, ela possuía um população estimada em 26 milhões 41 de habitantes, sendo que a maioria, 22 milhões de habitantes, estava concentrada no campo. Começaram a ocorrer uma série de péssimas colheitas (1784-89), enchentes e seca, o que vinha ocasionando alta de preços e prejudicando os menos abastados. Além disso, falência dos agricultores, gerando alta do preço dos cereais e os terríveis invernos rigorosos causaram certas dificuldades de abastecimento. Ou seja, vários fatores contribuíram para uma celeuma aos cofres do Estado. Foi pelo Tratado de Éden, de panos e vinhos, que ocorreu uma trágica falência da manufatura francesa, ocasionando com isso um déficit em sua balança comercial. Esse déficit Público crônico estimou-se pela arrecadação de 503 milhões de libras (ouro), mais despesas em torno de 629 milhões de libras, gastos militares por volta de 165 milhões. Além disso, um corte com gastos que geravam em 36 milhões de libras, a educação e assistência em torno de 12 milhões e encargos da dívida, 310 milhões. A sociedade francesa era basicamente estamental, dotando de privilégios sociais o 1º e o 2º Estados, somente por meio de tribunais especiais, uma gama imensa de isenção fiscal, além do monopólio de cargos públicos. Isso tudo referia-se ao exército, diplomacia, secretários de Estado e ministérios (com o controle dos altos cargos da Igreja). Com o absolutismo da dinastia Bourbon, houve uma manutenção do Antigo Regime. “A Revolução Francesa pode não ter sido um fenômeno isolado, mas foi muito mais fundamental do que os outros fenômenos contemporâneos e suas conseqüências foram, portanto mais profundas. Em primeiro lugar, ela se deu no mais populoso e poderoso Estado da Europa (...). Em segundo lugar, ela foi, diferentemente de todas as revoluções que a precederam e a seguiram , uma revolução social de massa, e incomensuravelmente mais radical do que qualquer levante comparável. (...) Em terceiro lugar, entre todas as revoluções 42 contemporâneas, a Revolução Francesa foi a única ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucionar o mundo; suas idéias de fato o revolucionaram.” HOBSBAWM, E. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848. RJ: Paz e Terra, 1977, p. 72. A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix. A Revolta dos Notáveis (1787-88). Um dos pontos que antecedeu a tomada do processo revolucionário foi a chamada revolta dos notáveis. Isso se deu inicialmente com Turgot, que era o controlador geral das finanças. O objetivo seu era o de contribuição dos nobres para reduzir o déficit público. Isso fez com que fosse demitido por pressão dos nobres. Dessa forma, escolheram outros sucessores, de Necker a Calonne, depois Brienne e, por fim, Necker, novamente. Tudo era proposto em termos técnicos, tal como publicação dos “Cálculos do Tesouro” e a intransigência da nobreza, colocando em risco a vida financeira e econômica de uma Nação. 43 “Se a economia do mundo do século XIX foi formada principalmente sob a influencia da revolução industrial britânica, sua política e ideologia foram formadas fundamentalmente pela Revolução Francesa. A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias e fábricas, o explosivo econômico que rompeu com as estruturas socioeconômicas tradicionais do mundo não europeu; mas foi a França que fez suas revoluções e a elas deu suas idéias, a ponto de bandeiras tricolores de um tipo ou de outro terem-se tornado o emblema de praticamente todas as nações emergentes, e a política européia ( ou mesmo mundial) entre 1789 e 1917 foi em grande parte a luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de 1793. a França forneceu o vocabulário e só temas da política liberal e radical democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário de nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o modelo de organização técnica e cientifica e o sistema métrico de medidas para as maiores dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham ate então resistido as idéias européias inicialmente através da influência francesa. Esta foi a obra da Revolução francesa.” (HOBSBAWM, E A Era das Revoluções: Europa 1789-1848. RJ: Paz e Terra, 1977, p. 72) Um dos pontos dessa crise foi a Convocação da Assembleia dos Estados Gerais, no ano de 1789. O que se propunha era uma assembleia com representantes dos três estados, uma assembleia consultiva, já que a votação era em separado – por Estado,pois a Assembleia Geral não era convocada, desde 1614. Dessa forma, o Terceiro Estado exigiu aumento no número de representantes para 600 deputados, voto nominal, com que Luís XVI concordou 44 somente em aumentar o número de deputados. Fora isso, tudo mais estava fora de cogitação para os membros da alta nobreza. 45 UNIDADE 04. AS FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos Identificar os principais episódios que definiram as diferentes fases do processo revolucionário. Analisar os direitos humanos como resultado do processo revolucionário. ESTUDANDO E REFLETINDO A 1ª Fase da Revolução Burguesa A revolução francesa, para os historiadores, é composta por mais de uma fase. Foram momentos importantes que fizeram desse fato histórico o ponto de contrapeso, para o que viria futuramente para a sociedade ocidental. A chamada fase das Assembleias (1789-92) é também chamada por muitos como o início da Revolução, ressaltando-se a Assembleia dos Estados Gerais, proposts pelo Terceiro Estado, que se pautou em uma lista única de chamada com discussões em conjunto e voto nominal. Houve uma adesão de deputados, do clero e da nobreza, participantes do baixo clero e nobreza liberal. Mas Luís XVI fechou a Assembleia dos Estados Gerais, ocasionando a revolta por parte dos deputados, isso em pleno Jogo de Pela. Houve uma tentativa do rei de reprimir os deputados, contudo, uma grande reação popular ocorria pela cidade de Paris. A organização de um exército popular se fazia rapidamente e em questão de horas haveria a Tomada da Bastilha (14/07/1789). Uma força social vindo e tomando todas as ruas de Paris, ocasionando com isso o chamado “Grande Medo”, pois, embutido a isso, estavam as revoltas camponesas. Irados, não deixavam nada pelo caminho. Dessa forma, houve a fuga dos nobres para o exterior e um grande número de “emigrados”, em preparação para um processo de contra-revolução. 46 Tomada da Bastilha http://doutorgoogle.blogspot.com/2010/09/historia-geral-revolucao- francesa.html Após o processo de tomada de força pelo Terceiro Estado, seus deputados, em meio ao clima instalado, colocaram em vigência a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, que procurou proclamar a liberdade e a igualdade, aboliu a servidão e acalmou a nação. No ano de 1791, a Constituição seria estabelecida, em 1791, com os seguintes itens: monarquia constitucional, três poderes constituídos e voto censitário. Outro ponto a ser levantado pelos revolucionários foi a Constituição Civil do Clero, por meio da qual os padres tornaram-se funcionários públicos. Trata- se de um processo chamado de secularização dos bens eclesiásticos, além da emissão de bônus, intitulado também de “assignats”. O Papa chegou a condenar todo o processo da Revolução, além de causar uma ruptura do clero entre os refratários e os juramentados. 47 A 2ª Fase: Uma Revolução Popular A segunda fase da Revolução francesa tem início com a Convenção Nacional (1792-95). Podemos dizer que isso é desencadeado com as chamadas Guerras contra as Coligações, envolvendo a Inglaterra e as Nações absolutistas. Na Convenção Nacional, havia partidos participantes em seu contexto. Os principais foram os Girondinos, com representantes da alta burguesia e que se sentavam à direita da mesa diretora parlamentar. Tinham-se os Jacobinos, pequena e média burguesia que se sentavam à esquerda e o Pântano, ocupando uma posição política duvidosa, pois se sentavam no centro. Já os Sans Culottes não faziam parte de partido político algum, mas eram partes de setores populares de Paris e acompanhavam os debates dos deputados e até chegavam a pressioná-los com muita firmeza. Ainda nesta segunda fase ocorreu a tentativa de fuga do rei, o julgamento e execução de Luís XVI e, com isso, a Proclamação da República. Essa medida radical chegou por meio da ascensão do partido jacobino ao poder, procurando dar as seguintes orientações à nação francesa: uma nova constituição, voto universal, novo calendário, congelamento de preços e reforma agrária. Tem-se ainda a criação do Comitê de Salvação Pública, que governava com decreto-lei que era discutido na Convenção, sendo proposto pelos jacobinos e aprovado sob pressão dos sans culottes uma criação do tribunal revolucionário e o uso da guilhotina. Era o início do período do “terror”. Mas os jacobinos não eram mil maravilhas não. Uma boa divisão interna dos jacobinos se fazia sentir em suas fileiras. Cabe-nos citra o seu principal líder, Robespierre, a governar com mãos de ferro; os moderados, seguidos por Danton e os radicais, Saint Just, Marat e Hebert. Diante de uma forte divisão, Robespierre passou a eliminar os seus próprios partidários, o que começou a levar a uma perda do apoio popular e a um isolamento dos jacobinos. Algo teria que se feito a chamada contra-Revolução Burguesa, organização da guarda 48 nacional e tomada do poder no Golpe Nove do Termidor foi trabalhada pelos Girondinos. A 3ª Fase: Uma Contra-Revolução Burguesa A revolução já estava em seus dias finais. Chegava-se à fase do Diretório (1795-99), com a reação Termidoriana se fazendo valer com a volta da alta burguesia ao poder, prisão e execução de Robespierre, o homem que causou pânico, medo e terror a uma Nação. Houve a substituição do Comitê de Salvação Pública por cinco diretores, a anulação dos atos do “terror”, corrupção e especulação foram perseguidas. A “Conjuração dos Iguais”, nesse mesmo período, foi a tentativa de tomada do poder pela “sociedade dos iguais”, na qual o líder era Grachus Babeuf, um socialista. O caminho da alta burguesia era levar alguém de porte político para firmar uma nova forma de poder na França. Com isso, a ascensão de Napoleão Bonaparte se faz plenamente desejável por amplos setores. O mesmo tinha em muitos a questão das campanhas militares vitoriosas, o que lhe transformou em um grande herói nacional. Era o que faltava para os entendimentos entre a alta burguesia e Napoleão Por fim, o Golpe 18 de Brumário de Napoleão, no qual firma o fim do diretório e do início ao consulado de Napoleão, pondo fim a uma Revolução, inicialmente popular, mas agora em mãos de uma alta ala burguesa. Napoleão Bonaparte http://www.google.com.br /imgres?imgurl=http://www.gru poescolar.com/a/b/ 49 BUSCANDO CONHECIMENTO Representação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 Tribuna do Povo 21 de novembro de 1795 François-Noël Babeuf Declaração Universal dos Direitos Humanos na Sociedade Anónimo Extrato da ata da Assembléia Nacional, 20, 21, 23, 24 e 26 de agosto e 01 outubro de 1789 aceito pelo Rei 05 de outubro de 1789. Os representantes dos povos Francis, constituída a Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governos, resolveram expor em uma declaração solene os direitos naturais, inalienáveis e sagrados, para que esta Declaração, constantemente presente a todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e deveres, de modo que os atos do legislador, e os do Executivo pode, a qualquer momento ser comparado com o objetivo de toda instituição política, sejam mais respeitados, de modo que as queixas dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se tende para a manutenção da Constituição, e da felicidade de todos. Assim, a Assembléia Nacional reconhecer e declarar, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, sucedendo os direitos do Homem e do Cidadão. I. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas senão sobre a utilidade pública. II. O objetivo de toda associação política
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