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Filosofia e História da Ed Fís I

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FILOSOFIA E DIMENSÕES HISTÓRICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
UNIDADE I
EDUCAÇÃO FÍSICA 
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
* A HISTÓRIA
Há milhares de anos os seres humanos se organizavam em pequenos grupos, com pouco contato entre si. Viviam da caça, da pesca e da coleta, deslocavam-se atrás desses recursos naturais e tinham poucos objetos. Todos os grupos eram pouco numerosos, porque seu modo de vida não permitia, pois, se sua população crescesse muito, faltariam recursos e os deslocamentos seriam dificultados.
Essas primeiras formas de organização social deram espaço para o sedentarismo do homem, ou seja, o processo de fixação em determinada região a partir da criação de rebanhos e da produção agrária. A abundância de alimentos e o fato de os grupos não terem mais que migrar de tempos em tempos resultaram na ampliação do contingente populacional, bem como motivaram a especialização de tarefas e a fabricação de instrumentos mais complexos, de cerâmicas e cerimoniais.
A ideia de que, antes da invenção da escrita, o que existiu foi a Pré-História e não a História está ligada à noção de que a História não pode ser feita sem documentos escritos. Recentemente, os especialistas reconheceram a importância dos registros não escritos como fontes históricas – são eles pinturas, esculturas, relatos orais e objetos. 
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Pré-História se refere ao período da humanidade, envolvendo milhares de anos, desde o seu surgimento até a consolidação da escrita. Já a denominada História, embasada por documentos escritos, tem cerca de 6 mil anos.
Os primeiros registros históricos aparecem há cerca de 6 mil anos, quando a civilização humana dá um grande salto em sua organização cultural e social, passando a viver em centros urbanos e organizar as funções complexas da vida na cidade na forma de profissões, papéis sociais bem definidos. Nessas cidades, os proprietários ricos da terra desenvolvem modelos centralizados de governo, nos quais assumem a liderança, concentrando grande riqueza. Os registros contábeis do patrimônio, achados nas tumbas desses líderes das primeiras cidades localizadas na Mesopotâmia, são os primeiros documentos organizados na forma de escrita com símbolos decodificados na forma de linguagem.
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
* A FILOSOFIA
A Filosofia é um método de aquisição do conhecimento que busca, de forma racional, encontrar a verdade ou se aproximar o mais perto possível dela. A metodologia filosófica usa a discussão, o pensamento e a crítica como elementos para a construção do saber.
A aplicação do método filosófico compreende o estabelecimento de um questionamento, de uma dúvida, não aceitando conceitos preestabelecidos sem antes analisá-los e contrapô-los mediante rigorosa argumentação.
O pensamento filosófico não busca estabelecer uma verdade absoluta, mas discutir as verdades possíveis a respeito de determinado assunto. 
A IMPORTÂNCIA DAS HABILIDADES MOTORAS NOS POVOS ANTIGOS
No decorrer de um extenso período de adaptação e evolução que durou milhões de anos, os hominídeos foram desenvolvendo mais habilidades motoras e maior nível de complexidade do sistema nervoso, aumentando consideravelmente sua capacidade cognitiva. O cérebro, mais complexo, incrementou a capacidade de raciocínio, o que permitiu uma capacidade maior de manipular armas e ferramentas, dando ao homem grande vantagem perante seus predadores. As habilidades de manipulação, associadas à maior cognição, levaram ao desenvolvimento de tecnologias que, de forma crescente, permitiram criar soluções cada vez mais elaboradas para a alimentação e a sobrevivência.
Os primeiros grupamentos humanos do Paleolítico viviam em pequenos bandos com cerca de trinta indivíduos e gastavam grande parte do seu tempo nas atividades de subsistência (pesca, caça, preparo do alimento, locomoção). Eram nômades e permaneciam em determinado território por cerca de três meses, em função das condições climáticas e em razão das reservas de recursos (caça, pesca e vegetais). As tarefas passaram a ser divididas conforme a idade, o sexo e as condições físicas dos membros do bando. Os homens fabricavam ferramentas, construíam moradias (tendas), caçavam, pescavam e protegiam o território. As mulheres faziam a coleta de grãos, folhas, frutos, raízes, ovos, mel e insetos e também confeccionavam cestos e potes para armazenar e servir alimentos.
A IMPORTÂNCIA DAS HABILIDADES MOTORAS NOS POVOS ANTIGOS
 As pinturas encontradas nas cavernas relatam muito sobre os hábitos, costumes e história dos grupamentos humanos do período Paleolítico. Elas são denominadas pinturas rupestres. Atualmente, esses achados são considerados importantes evidências históricas para determinar os hábitos e a cultura de populações antigas. Cenas de caça, pesca, rituais, danças e brincadeiras são exemplo de relatos visuais de como esses povos viviam milhares de anos atrás. Através desses relatos, podemos perceber a importância da motricidade humana em seus primórdios.
Atualmente, todos os homens pertencem à subespécie Homo sapiens sapiens. As variações físicas constatadas ocorreram devido a adaptações às exigências do meio, nas diferentes regiões do planeta onde o homem se instalou há milhares de anos. Dessa forma constata-se uma pigmentação da pele mais intensa nos habitantes de regiões com maior irradiação solar, assim como habitantes das frias regiões polares possuem mais gordura corporal, que serve como reserva energética e proteção térmica contra as baixas temperaturas. Durante toda sua jornada evolutiva, o homem teve como atividades de subsistência a caça e a coleta de raízes, ramos e frutos. Em função dessas atividades, o homem teve que desenvolver habilidades físicas específicas, como corrida, saltos, natação, escalada, mergulho e o uso e lançamento de implementos como machado, lança e arco e flecha.
A IMPORTÂNCIA DAS HABILIDADES MOTORAS NOS POVOS ANTIGOS
 Cerca de 10 mil anos atrás o homem passou por um período de grande mudança em seu comportamento. A Revolução Agrícola foi a descoberta do plantio como recurso para a obtenção de alimentos. Este recurso fixou mais o homem em um mesmo local, pois antes a vida era nômade e, quando a caça ficava escassa, o grupo migrava para outra região. O plantio gerou um excedente de produção, que alavancou um grande aumento da população humana.
No entanto, a fixação em um só lugar e o acúmulo de recursos trouxe problemas para o homem. A condição de fartura atraía a cobiça de outros grupos, que passaram a saquear as comunidades agrícolas. A necessidade de proteger seu grupo, sua lavoura e seus animais levou o homem a intensificar sua preparação guerreira. A destreza humana para manipular armas, que a princípio eram usadas na caça, passou a ser aperfeiçoada com o objetivo de defender os territórios de inimigos. Surge então o treinamento do físico para a guerra, lançamentos, arco e flecha, marchas e lutas.
A ATIVIDADE FÍSICA NAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
A civilização é o resultado do trabalho humano para transformar a natureza. Refere-se às organizações feitas pelo homem para estruturar a sociedade, a distribuição de papéis, as relações políticas e a simbologia de um povo. Nesse sentido, o termo civilização não se refere a uma escala evolutiva tecnológica, pois toda sociedade humana possui seu tipo de civilização. É bastante equivocada a concepção de que existam povos primitivos e povos civilizados.
A civilização seria então um tipo de sociedade resultante de um processo marcado por certo grau de desenvolvimento tecnológico, econômico e intelectual. No Ocidente, esse processo ocorreu com diferenciação social, divisão do trabalho, urbanização e concentração do poder político e econômico.
Atualmente, a civilização corresponde a um elevado desenvolvimento tecnológico, que faz com que as forças produtivas sejam predominantemente automatizadas, não exigindo do homem grande esforço físico para sua sobrevivência.
Nas primeiras civilizações dos povos antigos, a prática de atividadefísica humana representava quase toda a energia gasta para sobrevivência, produção de alimentos e atividade sociais. De forma geral, o homem usava o físico com as seguintes funções e objetivos:
A ATIVIDADE FÍSICA NAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
Subsistência
Atividades voltadas para a caça, a pesca, a fuga, a defesa e o trabalho braçal agrícola ou urbano.
Cerimônias sagradas
Nos primórdios da civilização, o homem ainda não dominava o pensamento racional e abstrato. Assim, delegava a feitos divinos todos aqueles fenômenos que não podia explicar, principalmente aqueles relacionados com as forças da natureza. As danças e os jogos eram componentes essenciais dos rituais sagrados, eram pontes que ligavam os homens aos deuses da natureza. De forma geral, essas atividades eram seguidas de sacrifícios, muitas vezes humanos, para homenagear ou aclamar os deuses.
Esse é o caso do Tlachtli, também chamado Teotlachtli, o Jogo de Bola Mesoamericano. Era disputado como cerimônia religiosa em grandes estádios com capacidade para até 15 mil espectadores, possuía regras semelhantes entre diversos povos mesoamericanos, olmecas, maias e astecas (povos pré-colombianos do México), e foi disputado até o século XVI.
Nesse jogo, sete jogadores de cada time tentavam fazer com que uma pesada bola de resina passasse por um aro de pedra fixado na parede usando cotovelos, joelhos e quadris. O jogo exigia grande habilidade devido ao peso da bola (entre 3 e 5 kg) e à altura do arco de pedra. Por esse motivo as partidas duravam até seis horas. De acordo com a localidade, prosseguia-se uma ritualística diferente após o jogo.
A ATIVIDADE FÍSICA NAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
Em Monte Albán (cidade principal da cultura zapoteca, próximo à atual cidade de Oaxaca), somente os principais nobres e sacerdotes estavam aptos a presenciar as disputas (esse povo não tinha o hábito de sacrifícios humanos). No entanto, em Tenochtitlán (a capital asteca), no final das partidas, o time perdedor inteiro era sacrificado, enquanto que o autor do “gol” ficava sozinho dentro do campo e era homenageado pelos espectadores, que lhe arremessavam suas joias, ouro e plumas, consideradas tão valiosas quanto joias.
Em Chichén Itzá (cidade do final do período maia, na península do Yucatán), um dos times jogava utilizando roupas feitas de pele de jaguar e o outro com roupas feitas com penas de águia. Nesta cidade os times tinham um capitão. Este era o único habilitado a fazer o ponto, o que tornava as partidas mais demoradas ainda. No final da disputa os times se posicionavam em fila atrás de seus capitães e estes se posicionavam um de frente para o outro; então, o capitão do time perdedor decapitava o capitão do time vencedor. Para o povo de Chichén Itzá essa era uma morte honrosa e desejável, pois era um sacrifício honroso e quem morria se tornava imortal segundo a crença daquele povo.
A ATIVIDADE FÍSICA NAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
Preparação guerreira
Os povos antigos passaram a ter maior envolvimento em conflitos bélicos após a sua fixação no solo com o advento da Revolução Agrícola. Os povos vizinhos ou nômades passaram a cobiçar suas terras e riquezas, atacando vilarejos e comunidades. O treinamento fez-se necessário para aperfeiçoar as destrezas dos guerreiros, que a princípio usavam suas habilidades motoras e capacidade física apenas para caçar (corrida, lançamentos e saltos). Na guerra, aquele que fosse mais eficiente sobrevivia. A oportunidade de errar não era mais oferecida; qualquer erro na pontaria poderia significar sua própria morte.
Jogos, brincadeiras e educação
A componente lúdica sempre esteve associada à vida do homem. Por meio de jogos e brincadeiras, crianças e jovens imitavam e aprendiam as atividades da vida cotidiana adulta. Os adultos também brincaram sempre. Os jogos adultos serviam como dramatizações de episódios importantes para a vida do seu povo: eram guerras, representações do trabalho etc. Dessa forma, os jogos e brincadeiras adquiriam um grande potencial pedagógico para os povos antigos, estando envolvidos também com ritos de passagem para a vida adulta.
O SEDENTARISMO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Nas civilizações contemporâneas, a atividade física humana não é mais uma ferramenta essencial à sobrevivência, pois os meios produtivos apresentam-se automatizados, eletrônicos, com fontes de energia fóssil (petróleo) elétrica, quando não atômica. O homem não precisa mais de seu corpo para se locomover – automóveis, motocicletas e elevadores cumprem melhor o papel. A comida não tem mais que ser caçada – está pronta para o consumo, enlatada, ensacada, industrializada.
A prática de atividade física foi racionalizada, passa por grande análise científica e filosófica.
A preparação guerreira ainda usa o treinamento do corpo como instrumento de combate, apesar de a tecnologia bélica reduzir cada vez mais a presença do homem no local de combate (mísseis inteligentes, veículos blindados, aviões etc.). Outra questão importante é o fato de apenas uma pequena parcela da população participar do contingente militar atualmente. A guerra não é mais uma constante para todos os países como nos tempos antigos. Atualmente, acordos diplomáticos e alianças estratégicas (econômicas e políticas) reduziram as guerras.
 Os jogos e brincadeiras continuam assumindo o papel educacional na vida contemporânea. Atividades físicas resistem ao tempo passando de geração para
O SEDENTARISMO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
geração como importante ferramenta de socialização entre os homens, muitas vezes tornando-se as principais manifestações corporais do mundo atual. No entanto, mesmo as brincadeiras e jogos lúdicos envolvendo o movimento do corpo humano encontram-se ameaçados pelos avanços tecnológicos do mundo contemporâneo. Brinquedos eletrônicos reduzem drasticamente a execução de atividade física – são videogames, computadores, simuladores de modalidades esportivas, nos quais os dedos são as únicas partes do corpo que se movimentam.
No entanto, as necessidades fisiológicas e metabólicas do ser humano continuam bastante parecidas com as de nossos antepassados caçadores e lavradores, que usavam, de forma árdua, o esforço físico para garantir a sobrevivência. O organismo humano possui metabolismo bastante econômico e delicado. O consumo de calorias em quantidade superior ao gasto energético diário, associado à perda de massa magra gerada pelo sedentarismo, tem levado a humanidade a uma condição generalizada de sobrepeso e obesidade.
A obesidade associada ao consumo alimentar inadequado é responsável pelo desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que são hoje as maiores responsáveis pelas causas de morte no mundo. A partir da obesidade e do quadro de sedentarismo, aumenta a incidência de doenças como diabetes mellitus II, hipertensão arterial, dislipidemias (colesterol e triglicérides), aterosclerose, câncer
O SEDENTARISMO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
de mama, câncer de colo do útero e os casos de morte por mal súbito, infarto agudo do miocárdio.
A prática de exercícios físicos em locais voltados para a saúde, como academias, clínicas e estúdios, tem aumentado bastante. O homem contemporâneo, assolado por doenças degenerativas causadas pelo sedentarismo, pelo estresse e pela alimentação industrializada, passou a procurar locais para praticar atividades físicas, bem como a buscar opções mais saudáveis de alimentação.
A cultura mundial do fitness é alavancada por dois fatores principais: as questões da saúde, de forma preventiva ou remediada, e a estética ditada por padrões inatingíveis de corpos construídos e amplamente divulgados pela mídia.
Contudo, em sua busca desenfreada por conforto, tecnologia e eficiência, o homem baniu a atividade física de sua vida e agora tem de resgatá-la atendendo ao chamado do seu corpo e de sua herança genética.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A civilização egípcia e os exercícios físicos
- Os exercícios físicos no Egito Antigo
As práticas de exercícios, jogose disputas atléticas no Egito se mostram bastante diversas, e existe uma grande quantidade de pinturas e registros destas práticas em ruínas e sítios arqueológicos estudados na era contemporânea. São encontrados afrescos com a representação de exercícios de ginástica, lutas e exercícios individuais. No Egito Antigo não se tem registro de jogos coletivos ou disputas de torneios grandiosos; as práticas visavam à preparação guerreira, apresentações individuais e entretenimento.
Em muitas pinturas antigas egípcias são observados jogos recreativos infantis, lutas, jogos com bola, jogos com arcos, disputas diversas que apresentam características lúdicas das crianças e jovens egípcios.
Os egípcios também se dedicavam bastante à ginástica. Inúmeras ilustrações antigas sugerem uma metodologia bastante elaborada para a prática de suspensões, pontes, posturas acrobáticas em duplas, trios ou mais participantes 
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A civilização egípcia e os exercícios físicos
- Os exercícios físicos no Egito Antigo
Em exercícios individuais, são registradas imagens de arremesso, corridas, levantamento de pesos e natação. Muitos faraós eram adeptos da corrida e registraram isso em suas tumbas.
Os egípcios também apreciavam apresentações de lutas – entre elas, existem registros de luta livre, boxe e esgrima.
Os exercícios físicos na Grécia Antiga - Filosofia, corpo e exercício na Grécia Antiga
Ao estudar os assuntos relacionados à área da Filosofia aplicada à Educação Física, remete-se ao Período Clássico grego como forma de buscar uma orientação original. A Grécia, berço da cultura ocidental, viveu, em meados do século V a.C., uma grande explosão intelectual que abrangeu as esferas mais variadas do saber humano. Filosofia, Astronomia, Medicina, Arquitetura, Poesia, Teatro, Direito e Educação são algumas das áreas que alcançaram níveis de crescimento jamais vistos – crescimento
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os exercícios físicos na Grécia Antiga - Filosofia, corpo e exercício na Grécia Antiga
que, em parte, deve-se ao florescimento do modelo de vida urbano pautado no modelo da pólis.
Nesse período, os grandes pensadores se debruçaram na temática que colocava o homem como centro do discurso (antropocentrismo). É nesse meio que as questões do corpo e do exercício passam a ser discutidas a fundo por filósofos e seus discípulos.
O corpo era um elemento da existência humana bastante valorizado e cultuado na Grécia Antiga. Por diversos fatores e motivos, os gregos exercitavam o corpo, chegando a venerá-lo. Os pensadores gregos buscavam dissociar o corpo da alma. Eles acreditavam ser entidades distintas, que viveriam em equilíbrio durante a existência humana. O corpo representava o mundo material, suas imperfeições, instabilidades e degradações, ao passo que eram sensíveis aos mais diversos problemas enfrentados pelo corpo no decorrer da vida, sendo o mais evidente o fato de o corpo perecer, definhar com o passar dos anos. A alma, por sua vez, representava o mundo das ideias; aliada à mente, seria uma entidade perfeita, eterna, que se aperfeiçoava cada vez mais com o passar dos anos. Era a alma a chama da vida humana, que animava o corpo. Já a mente seria a morada dos pensamentos e das ideias, onde tudo poderia ser perfeito.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os exercícios físicos na Grécia Antiga - Filosofia, corpo e exercício na Grécia Antiga
Correntes contemporâneas do pensamento humano defendem a perspectiva da unidade corpo-mente-alma, em que não se tem um corpo e sim se é um corpo, o corpo sujeito.
A preocupação com o corpo na Grécia Antiga não ficava apenas na esfera filosófica. Os gregos se preocupavam bastante com os próprios corpos, sendo o exercício físico uma prática muito disseminada na cultura dos helenos.
Para homenagear os deuses, os gregos realizavam disputas atléticas, denominadas jogos, onde os mortais tentavam copiar os feitos dos deuses. Nesses jogos, os campeões recebiam o título de semideuses e recebiam o status de heróis sobre-humanos. A preparação do físico para a participação nos jogos era uma tradição e envolvia os jovens desde a infância.
Além da perspectiva religiosa, a preparação do corpo viril, robusto e enérgico era justificada pela postura agonística (de enfrentamento) do grego. Em função das constantes guerras enfrentadas pelos povos gregos, a cultura helênica cunhou um importante valor moral denominado aretê. O aretê tinha por característica valorizar a coragem e a prontidão do grego para o combate. Fugir, esconder-se, acovardar-se
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os exercícios físicos na Grécia Antiga - Filosofia, corpo e exercício na Grécia Antiga
ou mesmo vacilar em uma situação de confronto não era tolerado dentro da ética grega antiga. Para isso, tanto o corpo quanto o espírito do garoto eram forjados desde cedo.
Outra característica da cultura grega antiga que valorizava os cuidados com o corpo era a visão da beleza como valor moral desejável. Nas diversas áreas da cultura, a funcionalidade das coisas não bastava, a beleza era fundamental. Assim, a arquitetura era bastante rebuscada, as poesias, vestimentas e obras de arte aspiravam à beleza como valor moral. O corpo humano também se enquadrava nessa forma de pensar. A beleza do corpo era desejável. Alguém que não cuidasse de seu próprio corpo não era bem-visto na sociedade, não inspirava confiança, sobretudo se fosse adepto dos vícios da bebida, da comida e do ócio. O valor moral grego que determinava a virtude da beleza era denominado kalokagathiae representava a ideia de que “o belo é bom”.
A apreciação da beleza do corpo durante os exercícios e competições era evidenciada pelo hábito de exercitar-se nu. Os gregos apreciavam as formas corporais executando os gestos de luta, os lançamentos de disco e dardo, as corridas. Em função disso, encontramos inúmeras estátuas representando gestos atléticos, nas quais os modelos encontram-se nus. A estátua mais conhecida nesta categoria é o Discóbolo, de Míron, símbolo da Educação Física.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os exercícios físicos na Grécia Antiga - Filosofia, corpo e exercício na Grécia Antiga
A educação na sociedade grega antiga acabava por contribuir para a formação de valores associados ao corpo. No entanto, o modelo educacional preconizado pelos educadores e filósofos buscava formar o Homem Integral, o ser político, apto a exercer todos os seus direitos e cumprir todas as suas funções para com a sociedade. Essa educação global foi denominada Paideia e foi aplicada, sobretudo, nas cidades gregas aliadas de Atenas, adeptas do modelo democrático e possuidoras de grande desenvolvimento intelectual. As cidades aliadas de Esparta tinham uma sociedade militarizada, e a educação priorizava o desenvolvimento físico e o adestramento para as guerras.
A Paideia buscava o equilíbrio entre corpo, alma e mente. Uma escola adepta deste modelo foi a Academia de Platão, onde o corpo era adestrado através da ginástica (gimno – nu, a arte de exercitar-se nu) e da disputa de provas atléticas; a mente era desenvolvida através da Matemática (Geometria), Filosofia, Arquitetura, Astronomia e Política; e a alma era trabalhada pelas artes: poesia, teatro, escultura e pintura
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os jogos na Grécia Antiga
Os jogos mais célebres da Grécia Antiga foram: os Jogos Olímpicos, realizados em Olímpia, em honra de Zeus; os Jogos Píticos, realizados em Delfos, em honra de Apolo; os Jogos Nemaicos, em Nemeia, em honra de Zeus; e os Jogos Ístmicos, realizados próximo a Corinto, em honra de Poseidon.
A origem dos Jogos Olímpicos está mesclada à mitologia. Acredita-se que o herói Héracles foi o criador dos jogos realizados em Olímpia em honra de Zeus, seu pai. No entanto, registros históricos apontam o surgimento dos jogos a partir de um tratado de paz, o Ekeheiria, firmado em Olímpia no ano de 884 a.C., entre os reis de Pisa, Elis e Esparta. A realização dos jogos sagrados foi instituída para celebrar a paz.
São considerados os primeiros Jogos Olímpicos da Grécia Antiga aqueles realizados no ano de 776 a.C., pois foi a partir de então que se encontraram registros dos nomes dos campeões dos jogos encravados na pedra de fundamentação do templo de Zeus.
A cada quatro anos, embaixadores sagrados eram enviados a todas as partes da Grécia Antiga para anunciar a realização dos Jogos Olímpicos, proclamando a trégua sagrada: durante os jogos, as guerras e conflitos entre as cidades–estados eram suspensos e todos que se dirigiam a Olímpia eram invioláveis. 
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Os jogos na Grécia Antiga
Era proibido entrar armado na cidade. O Senado olímpico cumpria rigorosamente a carta de proclamação dos jogos: “Que o mundo esteja livre do crime e do ruído das armas”.
Os concorrentes chegavam com antecedência e se exercitavam durante dez meses no ginásio de Elis. Os jogos eram presididos pelos helanódices, que policiavam o concurso, aplicando sanções aos contraventores do regulamento.
Eram disputadas as seguintes modalidades nos jogos: no estádio realizavam-se a corrida a pé simples e dupla, a corrida com armas, a luta com mãos espalmadas, o pugilato, o pancrácio, que reunia a luta e o pugilato, e o pentatlo, que era composto por cinco provas – salto, corrida, luta, lançamento de disco e pugilato. No hipódromo, realizavam-se as corridas de carros, com quatro (quadrigas) ou dois cavalos (bigas), de carros atrelados com mulas e de cavalos montados.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Milo de Crotona: a história de um herói grego
A história do treinamento físico não é completa sem a citação de Milo de Crotona, herói dos jogos gregos antigos. Milo detinha extraordinária força, o que o tornou um mito. Sua modalidade era a luta, o pancrácio (pan – pleno; cratus – poder), luta em que foi hegemônico, vencendo inúmeras competições e recebendo cinco títulos dos Jogos Olímpicos Antigos. A derrota de Milo para Timotheos, que marcou o fim da sua legendária carreira, aconteceu em 512 a.C., na 67ª Olimpíada. A luta se desenvolveu por horas sem que os atletas conseguissem anular seu oponente, até que a jovialidade de Timotheos prevaleceu e Milo, com mais de 40 anos, foi derrubado três vezes ao solo.
O treinamento de Milo abrangia exercícios como pesos, luta e o exercício de carregar diariamente um bezerro durante os quatros anos que separavam uma edição e outra dos Jogos Olímpicos. Este hábito estabeleceu as fundações de um dos principais princípios do treinamento de força, o da aplicação da sobrecarga progressiva. Milo desenvolveu sua força de forma descomunal devido ao seu treinamento, uma vez que, próximo à competição, o touro que era carregado por algumas centenas de metros pesava várias centenas de quilos.
Seu método de treinamento foi descrito em várias lendas gregas antigas, que também relatam a dieta de Milo, que seria capaz de ingerir nove quilos de carne, nove quilos
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
Milo de Crotona: a história de um herói grego
de pão e oito litros de vinho diariamente. A lenda diz que Milo carregou sua estátua de bronze até o santuário de Olímpia, onde estava o templo sagrado de Zeus e onde eram realizados os Jogos Olímpicos.
É provável que as histórias de Milo de Crotona tenham sido amplamente exageradas, mas não há dúvida de que sua personalidade era muito impetuosa e que sua extraordinária força e condição física excedeu a força de seus rivais por mais de vinte anos consecutivos. Devido a sua personalidade forte e sua soberba, Milo teria provocado sua própria morte. Diz a lenda que, certo dia, ao andar por um bosque afastado, Milo teria avistado uma árvore rachada ao meio por ter sido atingida por um raio. Ciente de sua força, Milo teria tentado acabar de quebrar a árvore com as próprias mãos e acabou ficando preso na fissura e, sem ninguém para socorrê-lo, foi devorado por lobos. 
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A mulher na Grécia Antiga
O tratamento dado às mulheres gregas é diferente em função da cidade-estado em que viviam: as mulheres atenienses viviam reclusas em suas casas, enquanto as mulheres espartanas tinham uma vida pública mais permissiva, podiam se exercitar, eram livres para circular na cidade e recebiam a educação estatal destinada a atender às necessidades do seu meio social. Estas mulheres desempenhavam papéis sociais importantes, tinham como objetivo gerar filhos robustos e corajosos. Já as mulheres atenienses se mantinham confinadas em sua casa, cuidando dos afazeres do lar, como tecer, fabricar utensílios de cerâmica e cuidar dos filhos.
Na Grécia Antiga, as mulheres não podiam participar de competições atléticas juntamente com os homens. Os jogos, a disputa e a apreciação do corpo nu dos atletas fazia parte do universo masculino; as mulheres estavam limitadas à função da maternidade. No entanto, nos jogos da deusa Hera, cujos primeiros registros datam de 200 a.C., havia a participação das mulheres, atletas jovens e solteiras em competições a cada quatro anos. As mulheres que competiam nos jogos de Hera não tinham o statusde heroínas porque elas não preenchiam os requisitos dos heróis olímpicos e suas estruturas corporais e suas habilidades atléticas não remetiam às façanhas dos heróis. Suas competições eram mais simples e não exigiam o mesmo preparo físico masculino.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A mulher na Grécia Antiga
O primeiro registro dos Jogos Olímpicos da Antiguidade data de 776 a.C. Embora somente homens pudessem competir nas Olimpíadas, que eram em honra a Zeus, algumas mulheres tinham permissão para assistir. Essas mulheres eram jovens e solteiras à procura de um marido. Elas deveriam observar os corpos fortes e falar com seus irmãos ou pai sobre aquele atleta que queriam para marido. Entretanto, mulheres casadas eram proibidas de assistir às Olimpíadas sob pena de morte. A única mulher casada que tinha permissão de assistir aos Jogos era a sacerdotisa de Demeter.
Observa-se que as primeiras mulheres atletas vieram de Esparta, particularmente porque os espartanos acreditavam que as mulheres que eram saudáveis, tinham condicionamento físico e se exercitavam regularmente teriam filhos saudáveis. Inicialmente, essa filosofia de inclusão pode parecer bastante diferente da filosofia ateniense, que preconizava a domesticidade e a reclusão feminina.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A decadência dos jogos gregos
Por volta do século V a.C., os povos gregos começam a entrar em declínio devido às sucessivas guerras travadas entre si. 
Por essa época, os povos gregos continuaram realizando seus ritos religiosos e seus jogos em homenagem a seus deuses. No entanto, o orgulho e a pungência da civilização grega estavam abalados, pois eram agora um povo dominado, e não mais um conjunto de cidades livres, independentes e até democráticas. A moral, os costumes e as normas dos jogos mantiveram-se intactos durante o período de domínio macedônico, pois os macedônicos tinham aproximação cultural com os gregos, sobretudo seu líder Alexandre, grande entusiasta da cultura helênica.
No entanto, esse grande império não duraria muito tempo. Com a morte precoce de Alexandre Magno, em 323 a.C., aos 33 anos de idade, os territórios conquistados foram divididos entre seus principais generais, ocasionando uma sucessão de conflitos e retaliações que mantiveram os gregos sob domínio.
OS EXERCÍCIOS NO MUNDO ANTIGO
A decadência dos jogos gregos
Após o domínio romano, muitas cidades de fora da Grécia começaram a participar dos jogos, que antes eram exclusivos dos gregos. Os objetivos originais dos jogos eram homenagear os deuses do Olimpo e, honrosamente, competir em busca da vitória através do bom combate, em que mais valia uma luta valorosa do que uma vitória fácil. A ética grega permeada pelo espírito combativo fazia dos jogos, sobretudo os Olímpicos (disputados em Olímpia, em honra de Zeus), um momento solene de respeito e submissão aos deuses.
Os povos estrangeiros que passaram a participar dos jogos estavam interessadosapenas na vitória a qualquer custo, como forma de ganhar prestígio. Com isso, o rígido código de regras dos jogos caiu em desuso e as disputas passaram a contar com vergonhosos episódios de trapaças e corrupção, além da presença de mercenários, com índole duvidosa, que competiam apenas pela recompensa, deixando a honra muito fora de questão.
No ano de 67 d.C., os Jogos Olímpicos contaram com a participação do imperador romano Nero, que era um admirador dos jogos. O imperador disputou a corrida de bigas e foi declarado vencedor, mesmo tendo sido derrubado por seu cavalo e não completando o percurso. Na ocasião, Nero competiu sozinho, pois os outros atletas
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A decadência dos jogos gregos
se recusaram a competir com o imperador; temiam por suas vidas e de seus familiares caso vencessem o imperador ou, ainda pior, caso houvesse uma situação de acidente, bastante comum nas corridas de bigas, que viesse a ferir Nero. Ele conquistou os louros olímpicos graças a um generoso suborno pago aos juízes que arbitravam a competição e, de forma humilhante, se autoproclamou deus dos romanos e deus dos gregos.
Foi pautado nesse triste episódio da história dos Jogos Olímpicos que, quase 2 mil anos mais tarde, o barão Pierre de Coubertin, idealizador do Olimpismo moderno, defendeu duramente o amadorismo esportivo. Coubertin vislumbrava uma participação esportiva semelhante aos Jogos Olímpicos antigos, quando era possível paralisar guerras, gerar o bom entendimento entre os jovens e oportunizar uma disputa leal e honrosa. O amadorismo olímpico moderno perdurou até os Jogos de Barcelona, em 1992, quando os atletas e equipes profissionais puderam finalmente participar e o Comitê Olímpico Internacional se rendeu às forças do capitalismo e do marketing esportivo.
Em 390 d.C., na Tessalônica, território grego sob domínio romano, um conflito entre romanos e gregos culminou em uma grande rebelião entre os gregos. Teodósio I, imperador de Roma, ordenou o massacre de mais de 7 mil gregos rebeldes, além da
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A decadência dos jogos gregos
destruição de suas casas e edifícios. Ambrósio, arcebispo de Milão, condenou o ato do imperador.
Após o massacre, Teodósio I foi acometido por uma grave enfermidade e recorreu a Ambrósio pedindo por saúde e paz. O arcebispo o convenceu a converter-se ao cristianismo. Teodósio assim o fez e foi curado. Convertido, confessou-se culpado pelo morticínio dos gregos e, atendendo ao pedido de Ambrósio, o imperador Teodósio aboliu todas as manifestações pagãs em 393 d.C., inclusive os Jogos Olímpicos na Grécia, colocando fim em uma história de mais de 12 séculos ininterruptos de jogos.
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Os exercícios físicos em Roma
No período monárquico, as atividades esportivas tiveram grande influência do povo etrusco, formador da civilização romana. Eram realizadas, predominantemente, atividades utilitárias de preparação militar: exercícios equestres, marchas, corridas, esgrima, lutas e natação. Nesse período, os jogos públicos já eram realizados em dias festivos, porém com um forte vínculo com cerimônias religiosas.
Na fase republicana, os jogos públicos tiveram grande desenvolvimento no sentido de entreter o povo em momentos de dificuldades internas geradas pelas longas campanhas de conquista territorial. As atividades físicas eram, ainda, praticadas sob forte preceito militar; no entanto, devido à expansão territorial e à miscigenação cultural, a prática atlética sofreu influência grega e algumas atividades higiênicas e esportivas foram agregadas.
Apesar da difusão cultural helenística, a filosofia grega para a prática de atividades gímnicas com objetivos pedagógicos gerais, buscando um desenvolvimento harmonioso e global do homem, não foi bem-aceita entre os romanos. A prática de atividades físicas entre os romanos tinha caráter estritamente prático, objetivando a formação militar ou a promoção de saúde, no caso das atividades higiênicas desenvolvidas nas inúmeras termas romanas.
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Os exercícios físicos em Roma
No período imperial, a realização dos jogos públicos atingiu sua fase áurea. Durante o ano chegava a ocorrer dois dias de jogos e diversões para cada dia de trabalho. A população, de forma geral, passou a ter uma função meramente espectadora. A prática de atividades físicas e rigorosos treinamentos era limitada aos soldados do poderoso Exército romano e aos escravos e profissionais que disputavam os jogos públicos.
Houve a degradação das atividades praticadas nas termas, as práticas higiênicas decaíram, os cidadãos passaram a ser cada vez mais sedentários e as termas se limitavam à realização de ritos religiosos, como os festivais feitos a Baco, o deus do vinho. Também se notou uma degeneração geral dos valores atléticos da população, que se contentava em assistir aos espetáculos cada vez mais sangrentos e cruéis.
A realização dos jogos públicos foi bastante importante como fator de política interna do Império. Nos numerosos dias de jogos eram distribuídas cotas de pão à população. Assim, a política do pão e circo foi responsável pela estabilidade interna do Império, alienando as massas, evitando levantes e insurreições populares .
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Os exercícios físicos em Roma
A deturpação dos jogos ocorreu à medida que as atividades se tornaram cada vez mais espetaculares. Nos grandes circos, com capacidade para até 100 mil pessoas, eram realizadas corridas de bigas, quadrigas, batalhas navais e apresentações equestres de habilidades. A disputa acirrada dos competidores inflamava os torcedores e não era rara a ocorrência de mortes em função de acidentes e sabotagens provocadas pelos adversários nas corridas de carros. As atividades realizadas nos anfiteatros, grandes arenas que comportavam até 60 mil pessoas, tinham maior grau de violência. Ali eram desenvolvidos os Jogos Gladiadores, em que guerreiros fortemente armados combatiam até a morte. Também se realizavam nesses recintos as venações, combates entre feras selvagens ou entre gladiadores e feras, bem como batalhas navais simuladas. Outra atividade espetacular e cruel realizada nos anfiteatros era a execução de criminosos e cristãos, que eram lançados às feras ou aos gladiadores sem quaisquer armas ou possibilidades de defesa.
Com a ascensão do cristianismo, marcada pelo Édito de Constantino (313 d.C.) e, mais tarde, com Teodósio instituindo-o como religião do Estado (393 d.C.), houve uma grande perseguição às atividades pagãs, levando à extinção dos jogos públicos e das práticas esportivas de origem greco-romana, de forma geral. 
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As disputas atléticas na Idade Média
O processo de desestruturação do Império Romano marcou o início da Idade Média, com reestruturação social e de poder. No apagar das luzes de Roma, uma instituição se manteve forte e serviu de pilar para a organização do mundo medieval. A Igreja Católica Apostólica Romana estava bastante estruturada e recebeu os bárbaros invasores como salvadores, estabelecendo alianças.
A Idade Média pode ser considerada o período entre a Idade Antiga e a Idade Moderna. O período de aproximadamente mil anos, que vai, convencionalmente, da desagregação do Império Romano do Ocidente, após sua ocupação pelos bárbaros em 476, até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453, foi chamado de Idade Média.
Baixa Idade Média
No período que vai do século XI ao século XV, chamado de Baixa Idade Média, começaram a ocorrer transformações no feudalismo. As origens dessas mudanças estão no esgotamento da autossuficiência produtiva, ocasionada pelo aumento populacional a partir dos séculos X e XI. Com a diminuição progressiva no ritmo das invasões, as condições de vida se tornaram mais estáveis, o que provocou gradativo aumento de população.
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As disputas atléticas na Idade Média
O Movimento Cruzadista
As Cruzadas foram expedições militaresde cunho religioso, organizadas pela Igreja para reconquistar a região da Palestina, que estava dominada pelos muçulmanos desde o século VII. Tratava-se de Jerusalém, terra considerada santa para os cristãos, local onde viveu e foi sepultado Jesus.
No período medieval a educação entrou em crise. As escolas eram restritas ao clero e à nobreza, os conteúdos programáticos apresentados eram bastante doutrinários e dogmáticos. Os livros apresentados eram extremamente selecionados. Os materiais mais controversos à doutrina cristã foram queimados ou trancados nos mosteiros, e apenas membros do alto clero tinham acesso a eles. Na Idade Média, os filósofos floresceram dentro desses mosteiros. No entanto, os filósofos cristãos tinham total alinhamento com os dogmas da Igreja. Dentro dos mosteiros eram realizadas a leitura e a cópia de documentos escritos e de alguns livros das civilizações grega, romana e árabe.
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As disputas atléticas na Idade Média
Os exercícios físicos durante a Idade Média
As atividades que envolviam o corpo tiveram um desenvolvimento restrito e regulado pelos interesses da Igreja da época. As práticas atléticas antigas da Grécia e de Roma foram proibidas e rotuladas como atividades pagãs.
O desenvolvimento de atividades atléticas somente foi alavancado, nessa época, em função da incidência da organização da cavalaria. A cavalaria se desenvolveu como uma tradição na Idade Média, principalmente na constituição das Cruzadas, realizadas para libertar a “Terra Santa” (Jerusalém) do domínio dos mouros. A tradição da cavalaria previa a formação de nobres cavaleiros para lutar em nome de Deus. As atividades atléticas da época desenvolveram-se das rotinas de treinamento dos cavaleiros. Dessas atividades surgiram competições envolvendo habilidades guerreiras, desempenho físico e valores morais e espirituais do cavaleiro.
Geralmente as atividades esportivas eram praticadas por apenas uma pequena parcela da população, representada pela nobreza e pela aristocracia, determinando o caráter elitista das atividades da época. Basicamente, as ações esportivas imitavam as exigências bélicas dos cavaleiros. Eram lutas com armas (espadas, lanças, bastões), equitação, arco e flecha, combates montados. No âmbito competitivo, destacaram-se o torneio e a justa.
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As disputas atléticas na Idade Média
Os exercícios físicos durante a Idade Média
O torneio teve duas fases bem definidas. Na primeira, a disputa consistia em uma batalha feroz entre dois grupos de cavaleiros. Os combatentes digladiavam-se até a morte e, ao final do dia, eram computados os feridos e mortos para a determinação da equipe vencedora. Os sobreviventes reuniam-se para um banquete. A segunda fase do torneio foi caracterizada pela diminuição da violência, pelo uso de armas de madeira ou com as lâminas encapadas. Essas mudanças ocorreram após determinações da Igreja com o intuito de reduzir a brutalidade da disputa. A justa era o combate entre dois cavaleiros montados, armados com lanças, armaduras e escudos. Consistia no enfrentamento de ambos com o objetivo de derrubar o adversário de sua montaria.
As competições na Idade Média tinham caráter essencialmente amador e respeitavam uma série de regras e posicionamentos morais, sendo comparadas à fase áurea dos jogos gregos, antes da decadência promovida pelo profissionalismo e pela dominação romana. A elitização da prática fica evidenciada pelo fato de apenas nobres poderem participar das disputas realizadas em pátios e arenas montadas dentro ou nos arredores dos castelos e fortificações da nobreza.
O RENASCIMENTO CULTURAL E AS PERSPECTIVAS PARA O CORPO E O MOVIMENTO HUMANO
Entre os séculos XIV e XVI, generalizou-se na Europa uma série de movimentos artísticos e científicos que tinham em comum o rompimento com valores do período medieval e a recuperação de ideais e modelos da Grécia e da Roma Antigas. Esses movimentos receberam o nome de Renascimento. Os renascentistas foram vistos como os continuadores dos ideais científicos, artísticos e estéticos cultivados no mundo antigo, mais precisamente na civilização greco-romana clássica.
O Renascimento é considerado um momento de transição, de ruptura entre as estruturas socioeconômicas, políticas e ideológicas da Idade Média e ligação com as novas ideias e organizações sociais da Era Moderna. Esse período de transformações ocorreu primeiro na Europa, entre os anos de 1400 e 1600, de forma diferente em cada país.
O envolvimento da Igreja em conflitos contra o Sacro Império Romano e a crescente perda de apoio político de cidades e reinos importantes, como Florença, fizeram com que a Igreja se enfraquecesse. Outro fator de declínio da Igreja foi a Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, que negou a autoridade da Igreja e publicou 95 teses de protesto na Igreja de Wittenberg, na Alemanha, em 31 de outubro de 1517. Lutero declarou que a Igreja não tinha mais autoridade, apenas as Escrituras Sagradas (Bíblia) têm autoridade (sola scriptura) plena e, para o cristão, o
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mais importante é a fé (sola fide). O movimento de reforma se espalhou rapidamente por outros países europeus e nas décadas seguintes dividiu o mundo cristão em dois campos opostos, criando uma divisão permanente no mundo cristão entre as perspectivas católica e protestante .
Na área da Educação Física existe a retomada gradativa da produção de estudos e obras pedagógicas defendendo uma educação mais integral, equilibrando o desenvolvimento intelectual ao desenvolvimento corporal. As ações práticas se multiplicaram mais tarde na Europa, em meados do século XVIII, sob a influência dos autores e pedagogos que, a partir do Renascimento, retomaram contato com estudos e obras da Grécia a respeito da Paideia, educação integral, e da prática de ginástica.
Os precursores renascentistas
A seguir, alguns relatos de professores e intelectuais que iniciaram a publicação de obras e a implantação de modelos educacionais voltadas para a prática de exercícios:
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Os precursores renascentistas
Vittorino da Feltre (1378-1446) foi professor de Filosofia e Retórica, inspirou-se na cultura greco-romana e dedicou-se à educação, dirigindo sua escola, La Giocosa de Mantova (Casa Alegre). Ministrava a seus alunos ginástica, jogos com bola, esgrima, corrida, equitação, marcha e exercícios de resistência ao frio e ao calor. Vittorino estimulava as atividades em grupo, a alegria e o alarido próprio dos jovens e crianças e condenava a solidão como desencadeadora de maus hábitos. Buscava o ideal grego de formação integral com a harmonia entre corpo, mente e espírito.
Maffeo Veggio (1407-1458) foi professor dedicado à ginástica e à fisiologia. Publicou, em 1491, a obra Educação da criança, em que pregava que os exercícios físicos deveriam ser ministrados a partir dos 5 anos de idade e indicava a prática de exercícios de intensidade moderada, a fim de evitar a fadiga em nível elevado.
François Rabelais (1494-1553), filósofo, escritor e médico, defendeu a vida ao ar livre e o desenvolvimento pleno das capacidades físicas. Defensor da alegria, foi crítico da educação escolástica. Escreveu a obra Gangântua e Pantagruel, na qual ressaltou a necessidade da higiene e do exercício físico. Na obra, o autor conta as
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Os precursores renascentistas
proezas realizadas por Gargântua. A personagem é um garoto extremamente ativo e hábil, que domina equitação, arco, luta, natação, saltos ginásticos, jogos com bola, remo, suspensões na barra, levantamento de pesos, entre outros exercícios que buscavam laurear o herói, dando metas para a educação dos jovens da época. Em oposição, o autor desenvolve a personagem Pantagruel, um garoto obeso, glutão e indolente, que evitava ao máximo a fadigado corpo e do espírito, vivendo uma vida pacata e pouco motivadora, com hábitos de pouca higiene. A personagem era a antítese do herói e sua inação era narrada de forma jocosa e irônica; seus hábitos eram ressaltados como fraqueza de caráter.
A obra Gargântua e Pantagruel teve grande repercussão, atraindo a atenção da população a respeito das práticas naturais no âmbito educacional com o fortalecimento do corpo e o arejamento do espírito.
Na obra, destaca-se a forma engraçada de ver a educação calcada em velhos preceitos, como viciosa, suja, doente e decadente, e de higienizá-la se novos procedimentos fossem adotados. O corpo assume uma dimensão muito importante na obra ao ser utilizado como um ponto de referência na crítica ao comportamento desregrado, glutão e
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Os precursores renascentistas
preguiçoso dos pais e do próprio Gargântua antes de começar a ser educado de acordo com as novas ideias.
Gargântua é um exemplo da crença no poder da educação para a transformação do homem, sentimento marcante do pensamento renascentista, que buscava a ruptura com a educação escolástica medieval, extremamente teórica, castradora e doutrinária. A personagem principal de Rabelais, numa situação de excessos, preguiça e ociosidade, transforma-se em um homem vigoroso, inteligente, cultivador da saúde, do trabalho e das virtudes. A intervenção do educador é realçada como determinante para a transformação do garoto através da Educação Física.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço. Foi o mais popular dos filósofos que participaram do Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII. Suas ideias influenciaram a Revolução Francesa. Em sua obra mais importante, O contrato social, desenvolveu sua concepção de que a soberania reside no povo.
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Os precursores renascentistas
Rousseau publicou muitas obras, mas no seu conteúdo pedagógico destaca-se o romance Emílio, ou Da Educação (1762). Nele, o autor destaca a importância da prática de exercícios físicos pelos jovens, a necessidade do esforço, a vida ao ar livre, a alimentação saudável e hábitos higiênicos, como o uso de roupas leves, o arejamento das residências e o aleitamento materno. Rousseau foi um grande estudioso da filosofia grega e de seu método de educação integral, a Paideia. Em Emílio, o autor estabelece um programa educacional com quatro princípios básicos:
• O jovem deve ser educado de forma livre.
• A infância da criança deve ser vivida de forma plena e prolongada.
• A educação do emocional deve preceder a educação intelectual.
• O saber importa menos que o exercício de juízo, valores éticos.
Rousseau destaca em sua obra frases que até hoje se mostram bastante atuais como diretrizes para a educação: “Quem quiser ser forte espiritualmente deve cultivar suas forças físicas”; “Cultivai a inteligência de seu filho, mas, antes de tudo, cultivai o seu físico, porque é ele que orienta o desenvolvimento mental; é necessário primeiro tornar seu filho são e forte, para poder vê-lo mais tarde, inteligente e sábio”.
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Os precursores renascentistas
O autor recomenda, em sua obra, a prática de corrida, saltos, subidas em árvores, arremesso de pedras, exercícios de equilíbrio, jogos com bola e levantamento de pesos. Devido a seu grande prestígio, Rousseau influenciou toda uma geração de pedagogos, filósofos e professores, entre eles Pestalozzi e Goethe. Suas orientações pedagógicas podem ser percebidas nos movimentos educacionais ginásticos do final do século XVIII e durante todo o século XIX.
Girolamo Mercuriale (1530-1606), professor, médico e humanista, autor de uma grande obra sobre a prática de exercícios físicos: De arte ginástica, inspirada na obra de Galeno e outros gregos antigos. Os seis tomos da obra apresentam conhecimentos precisos sobre a prática de exercícios físicos. O autor apresenta uma concepção sistemática e racional, com ilustrações bastante explicativas. Ele divide sua obra em exercícios gerais e exercícios adaptados à condição do praticante, faz notas a respeito dos efeitos dos exercícios físicos e dos problemas causados se aplicados de forma incorreta e divide o treinamento físico em três fases: preparatória, fundamental e respiratória. Além disso, prega a necessidade de se considerar a idade do praticante, a estação do ano e até a hora de prática durante o dia.
 
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Os precursores renascentistas
François de Salignac de La Mothe-Fénelon (1651-1715), arcebispo católico francês, publicou em 1687 um tratado sobre a educação das jovens, no qual defende a prática da ginástica feminina como forma de se opor à vida ociosa das meninas. Considerava a prática do exercício como um dever diário do indivíduo para com a pátria.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), filósofo e educador suíço, é tido como continuador da obra pedagógica de Rousseau. Pestalozzi dedicou sua vida à educação e ao humanismo. Para ele, a educação representa o desenvolvimento natural do ser humano, de forma progressiva e sistemática, abrangendo todas as suas forças.
Pestalozzi afirmava que: “O hábito do exercício físico não só desembaraça o corpo da criança, como lhe desenvolve as qualidades intelectuais e morais”. 
Pestalozzi defendeu a educação geral a todas as classes sociais, reconheceu em seu tempo os males gerados ao corpo pela vida das sociedades industrializadas, sugerindo a prática do exercício como fator de correção ao sedentarismo da vida na sociedade
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Os precursores renascentistas
moderna. O autor criou o primeiro método moderno de ginástica experimental, no qual se atentava para a postura corporal, para a correção dos movimentos e para as ações articulares, que foi denominado Ginástica Elementar. Publicou dois livros sobre educação: Leonardo e Gertrudes e Como Gertrudes educa seus filhos. Neles, discute a educação integral do ser humano.
Os autores relacionados antecedem ao movimento ginástico europeu. São precursores teóricos e experimentais que se dedicaram ao exercício de forma isolada e não representaram, assim, um movimento contínuo e coeso, mas sim esforços aleatórios de retomada de um meio de educação que reconhece o corpo e o exercício.
Apesar da ocorrência desordenada em países e épocas diferentes, as obras desses autores possuem denominadores comuns: todas rompem com a educação medieval, restritiva e doutrinária; marcam a transição para uma educação humanista; e reconhecem a importância do exercício físico.

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