Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
24/03/2015 1 Comunicação Oral e Escrita Profa. MSc. Liliane Afonso Email: liliane_afonso@yahoo.com.br UFRA – Belém 24/03/2015 2 Um sistema de signos que permite construir uma interpretação da realidade através de sons, letras, cores, imagens, gestos etc. LINGUAGEM É... ... a atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá forma às suas experiências. Seu uso ocorre na interação social e pressupõe a existência de interlocutores*. São exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano as línguas, a pintura, a dança, os logotipos, os quadrinhos, os sistemas gestuais, entre outros. * Interlocutor: cada um dos participantes de um diálogo. 24/03/2015 3 USAMOS A LINGUAGEM PARA... ...pedir ou transmitir informações na maior parte do tempo, mas, além do intuito comunicativo, a linguagem deve dar conta também das necessidades subjetivas, que se expressam nas palavras, nos sentimentos, nas sensações, nas emoções. O VALOR SOCIAL DA LINGUAGEM “Tudo o que ser humano alcançou de crescimento cultural está ligado à linguagem. Sem ela, a cultura não existiria, e os conhecimentos não poderiam ser transmitidos de geração para geração. A linguagem torna possível o desenvolvimento e a transmissão de culturas, bem como o funcionamento eficiente e o controle dos grupos sociais.” Campedelli & Souza (1998, p. 10) 24/03/2015 4 DIFERENTES LINGUAGENS -No nosso dia a dia, convivemos com diferentes linguagens: -A pintura; - A dança; - A música; - Os sistemas gestuais; - Os sistemas particulares de signos (logotipos, quadrinhos). LINGUAGENS: LITERATURA Paulo Leminski - 1982 "Para o zen budismo, a lua na água é um símbolo da impermanência de todas as coisas.“ Paulo Leminski Im ag em : P au lo Le m in sk , L u a n a Ág u a / ht tp :// w w w . ed u ca do re s. di aa di a. pr . go v . br /m od u le s/ m yli n k s/ v ie w ca t.p hp ?c id = 4& m in = 28 0& or de rb y= tit le A& sh ow = 10 24/03/2015 5 LINGUAGENS: MÚSICA A MÚSICA IRRADIA. Imagens: (a) Lhademmor / GNU Free Documentation License. (b) Sao.Rocker / Creative Commons Attribution- Share Alike 3.0 Unported. LINGUAGENS: TEATRO O TEATRO ENCENA O VERBAL, O VISUAL E O SONORO. Imagens: (a) Ester Inbar / Use of image free for any purpose. (b) Malene Thyssen / GNU Free Documentation License. 24/03/2015 6 LINGUAGENS: CINEMA O CINEMA MOVIMENTA. Disponível em <https://_planeta-dos-macacos-origem> LINGUAGENS: PINTURA A PINTURA IMPRIME. Im ag em : F él ix Zi em / O G ra n de Ca n al em Ve n ez a / M AS P / U n ite d St at es Pu bl ic D om ai n . 24/03/2015 7 LINGUAGENS: FOTOGRAFIA E DESENHO A FOTOGRAFIA FLAGRA. Imagem: Jebulon / Public Domain. LINGUAGENS: CHARGE 24/03/2015 8 LINGUAGENS: TRÂNSITO Imagens: Pava / Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 Italy. • A linguagem é a capacidade natural que o ser humano tem de se comunicar, seja por meio de palavras, gestos, imagens, sons , cores, expressões, etc. • A linguagem pode ser classificada em: verbal e não verbal. Verbal – quando usa palavras (escrita ou falada) Não-verbal – quando utiliza gestos, sons, cores, imagens, etc. Pode-se optar pelo uso de uma ou outra forma de linguagem, ou mesmo utilizar a combinação da duas para se comunicar. A língua é o conjunto de sinais que determinadas comunidades usam para se comunicar. São as regras gramaticais. Linguagem: universal e abstrata capacidade de todo ser humano. Por exemplo, o sorriso é entendido por qualquer ser humano. Língua: local e concreta, capacidade de determinado povo, ou de quem se disponha a aprender as regras gramaticais da língua específica. Por Exemplo, o idioma francês só é entendido pelo povo francês, ou por quem estude e domine a gramática da língua francesa. 24/03/2015 9 • Há situações em que a língua se apresenta de formas diferentes – o que é normal - alguns fatores que favorecem estas variações são: - região geográfica; - o sexo; - a idade; - a classe social; - profissionais; - o grau de formalidade do contexto. LÍNGUA: VARIAÇÃO E NORMA 24/03/2015 10 Linguagem e diversidade linguística 1.Nenhuma língua é homogênea. 2.Cada variedade de uma língua é resultado das peculiaridades das experiências históricas do grupo que a fala. 3.Do ponto de vista exclusivamente linguístico, todas as variedades de uma língua se equivalem e não há como diferenciá-las em termos de melhor ou pior, de certa ou errada. A diferença de valoração das variedades é um fato exclusivamente social. 24/03/2015 11 4.As línguas mudam constantemente no tempo. 5.A língua varia conforme a região em que é falada. 6.A língua reflete as diferenças socio-econômicas e culturais. Linguagem e diversidade linguística 7. Nós, falantes, variamos nosso modo de falar conforme a situação em que estamos. 8. “Não há lei contra o preconceito linguístico, além disso, ele é estimulado diariamente na mídia e na prática pedagógica” (Marcos Bagno). 24/03/2015 12 Linguagem e diversidade linguística 9. “A ‘skrita’ na internet. Estudos linguístico- discursivos procuram mostrar que ‘internetês’ não é mera reprodução da fala na escrita, mas, sim, uma forma de aproximação entre os falantes” (Fabiana Cristina Komesu). Comunicação Conceituando... • A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, utilizando a linguagem, sendo esta verbal (as palavras), não verbal (gestos, movimentos, expressões corporais e faciais, sons, cores etc., mistas e digitais. 24/03/2015 13 Conceituando: • Interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação por meio da linguagem. • Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a construção e a transmissão de mensagens. Conceituando: • Língua: código linguístico social, formado por signos (palavras) e leis combinatórias, por meio do qual as pessoas se comunicam. 24/03/2015 14 Conceituando: •Dialeto: normas coletivas regionais, ou seja, originadas das diferenças de região ou território, de idade, de sexo, de classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua. Conceituando: • Fala: normas linguísticas individuais. - não planejada; - fragmentária; - incompleta; - pouco elaborada; - predominância de frases curtas, simples. 24/03/2015 15 Conceituando: • Escrita: - planejada; - não fragmentária; - completa; - elaborada; - predominância de frases complexas, com subordinação abundante; Níveis de língua • As diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas. São, portanto, as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. • Entre as variedades de uma língua, existe a língua padrão (culta), a não padrão (popular, coloquial), literária, gíria e jargão. 24/03/2015 16 1. Canal: meio pelo qual circula a mensagem. (ar\papel) 2. Emissor: indivíduo ou grupo que codifica (emite) a mensagem. 3. Receptor: indivíduo ou grupo que decodifica (recebe) a mensagem. 4. Mensagem: o próprio texto transmitido. 5. Referente: conteúdo da mensagem, objeto ou situação a que a mensagem se refere, contexto relacionado a emissor e receptor. 6. Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem, normalmente uma língua natural, oral ou escrita, gestos,código Morse, sons etc. O código deve ser de conhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário. 24/03/2015 17 Centra-se no emissor / Opiniões e sentimentos Eu gosto de você E gosto de ficar com você Meu riso é tão feliz contigo O meu melhor amigo É o meu amor... • ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002. Velha Infância 24/03/2015 18 Centra-se no conteúdo / Informação objetiva 24/03/2015 19 Centra-se no receptor/ convencimento (uso do imperativo) 24/03/2015 20 Centra-se no código/o código como instrumento de tradução do próprio código 24/03/2015 21 Centra-se no canal de comunicação / Abertura, manutenção e fechamento do canal de comunicação Ele: - Pois é. Ela: - Pois é o quê? Ele: - Eu só disse pois é! Ela: - Mas "pois" é o quê? Ele: - Melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: - Entende o quê? Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já. Clarice Lispector. A hora da estrela. 4. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio, 1978. 24/03/2015 22 Centra-se na mensagem / A forma de transmissão da mensagem Poesia = Conteúdo /// Poema = Forma Convite Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? José Paulo Paes 24/03/2015 23 Vamos exercitar!!!! 24/03/2015 24 Anúncio publicitário: "Chegou o milagre azul para lavar! Lave na espuma de Omo e tenha a roupa mais limpa do mundo! Onde Omo cai, a sujeira sai!" (propaganda Omo, 1957) Anúncio publicitário: "Chegou o milagre azul para lavar! Lave na espuma de Omo e tenha a roupa mais limpa do mundo! Onde Omo cai, a sujeira sai!" (propaganda Omo, 1957) Função poética 24/03/2015 25 O outdoor acima faz parte de uma campanha publicitária que tem por objetivo conscientizar o destinatário sobre os perigos da associação de bebida e direção. Explique o uso da ironia como recurso persuasivo nesse texto. Há uma distância intencional entre aquilo que está sendo dito na campanha e aquilo que se espera que o receptor da mensagem perceba. A mensagem inicial é baseada na afirmação irônica de que beber e dirigir é “chique”, visto que a consequência seria uma possível cremação. No entanto, espera-se que o receptor evite o consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir, justamente para evitar acidentes que possam terminar em incêndios e explosões que poderiam levar à morte. Função poética 24/03/2015 26 Analise a placa em evidência, levando em consideração seus conhecimentos no que se refere às funções da linguagem. Analise o poema em evidência, levando em consideração seus conhecimentos no que se refere às funções da linguagem. Além de conter os elementos da função conativa e referencial, a placa a seguir também possui a função metalinguística. 24/03/2015 27 Apelativa 24/03/2015 28 Conativa 24/03/2015 29 fática 24/03/2015 30 Emissor: Receptor: Mensagem: Canal de comunicação: Código: Referente: Função da linguagem predominante: 24/03/2015 31 Emissor: azeite Andorinha Receptor: público leitor Mensagem: todo o texto escrito mais a imagem Canal de comunicação: propaganda Código: verbal (língua portuguesa) e não- verbal (imagem) Referente: as qualidades do azeite Andorinha Função da linguagem predominante: função conativa/ apelativa A professora e o aluno trataram-se como sempre: -Tudo bem com você? - Tudo. E você? -Tudo bem! -Ah... Até mais tarde. -Até mais tarde 24/03/2015 32 A professora e o aluno trataram-se como sempre: -Tudo bem com você? - Tudo. E você? -Tudo bem! -Ah... Até mais tarde. -Até mais tarde função fática 24/03/2015 33 Função Metalinguagem Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. 24/03/2015 34 Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Metalinguística - Para dar a definição de frase, usamos uma frase.) “Numa mesma mensagem (...) várias funções podem ocorrer, uma vez que, atualizando concretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem.” (Samira Chalhub) 24/03/2015 35 Falar bem é falar ADEQUADAMENTE O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota de nossa própria língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades linguísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações. “Numa mesma mensagem (...) várias funções podem ocorrer, uma vez que, atualizando concretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem.” (Samira Chalhub) 24/03/2015 36 Comunicação Oral e Escrita Profa. MSc. Liliane Afonso Email: liliane_afonso@yahoo.com.br UFRA – Belém Leitura, análise e interpretação de textos LO4 Slide 72 LO4 E aqui nós iremos abordar a dificuldade que nós, leitores, vocês alunos, quando entrama na universidade tem, dificuldades no estudo e na aprendizagem na compreensão desses textos teóricos. vocÊs entram acostumados com análises de textos literáros, aí ao se depararem com textos científicos, encontram fificuldades . acostumados com uma sequencia de raciocínios e um enredo apresentando o encadeamento de uma historia... quando pegam textos com um raciocínio já mais rigoroso, seguindo a apresentação de dados objetivos os quais os textos são fundados. esses dados organizados conforme técnicas específicas às vaárias ciÊncias, acompanhando o encadeamento lógico dos fatos. Liliane Oliveira; 27/08/2014 24/03/2015 37 A tira abaixo, de Laerte, satiriza o que pra vocês: Atenção Todo texto é portador de uma mensagem, concebida e codificada por um autor, e destinada a um leitor, que, para apreendê-la, precisa decodificá-la 24/03/2015 38 No texto "Diretrizes para leitura, análise e interpretação de textos", Severino (2007) nos oferece um excelente roteiro para favorecer o estudo de textos. Apresento, a seguir, as etapas apontadas pelo referido autor (análise textual, análise temática e análise interpretativa), recomendando sua aplicação. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. Unidade de Leitura • A primeira unidade (do latim unitase designa a qualidade do que é único ou indivisível) a ser tomada pelo leitor é o estabelecimento de uma unidade de Leitura. Unidade é um setor do texto que forma uma totalidade de sentido. Assim, pode-se considerar um capítulo, uma seção, ou qualquer outra subdivisão. • A leitura de um texto, quando feita para fins de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a análise de uma unidade é que se passará à seguinte. Terminando o processo, o leitor se verá em condições de refazer o raciocínio global do livro, reduzindo a uma forma sintética. 24/03/2015 39 Análise Textual FINALIDADE • É a primeira forma de aproximação do leitor com o texto, por meio do qual o pensamento do autor será conhecido. Visa preparar para a análise temática (etapa subsequente). PASSOS • Estabeleça a unidade de leitura. Pode ser o capítulo de um livro, uma parte deste capítulo ou até um parágrafo; • Leia a unidade de leitura do começo ao fim, sem se preocupar em desenvolver ser uma leitura profunda, ou exaustiva em termos de compreensão); • Assinale as dúvidas, os vocábulos desconhecidos e pontos que requeremposteriores esclarecimentos que possam prejudicar a compreensão do pensamento do autor. Nesse momento, a descoberta de pontos de dúvidas é mais importante que a própria compreensão em si; • Após a primeira leitura, procure solucionar as dúvidas assinaladas, buscando conhecer o sentido dos termos desconhecidos e verificar o seu significado no contexto; • Informe-se melhor a respeito do autor, isto é, sobre sua vida, obra, formação e outros aspectos relevantes; • Crie um esquema provisório do que foi estudado. Análise Temática FINALIDADE • Compreensão profunda do texto: não cabe aqui ainda a interpretação, mas a apreensão. Nessa etapa o leitor não discute o texto, não debate seus conceitos ou idéias, somente interroga-o e aguarda resposta = Escutar + descoberta e reflexão. • A ideia central do texto é o elemento a ser descoberto pelo leitor nessa etapa. Ela é a diretriz do trabalho do autor. Para descobrir a ideia central, deve-se perguntar: do que trata o texto? O que mantém sua unidade global? PASSOS • Procure captar qual é o problema que motivou o autor a escrever ao texto; • Descubra como o autor aborda o tema e expõe sua problemática, como fundamenta sua argumentação e em que baseia sua conclusão; • Perceba o processo de raciocínio do autor = perceber a coluna vertebral do texto; • Verifique se houve compreensão do que o autor considera como essencial; • Identifique ideias secundárias ou complementares. Elas integram a argumentação; • Avalie a capacidade de estabelecer com segurança o esquema definitivo do pensamento do autor. 24/03/2015 40 Análise Interpretativa FINALIDADE • Nas etapas anteriores o leitor foi ouvinte. Nessa etapa, ele cuidará da interpretação do texto, inferindo e interpretando o que apreciou. • O que é interpretar? "(...) é tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler na entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar a fecundidade das idéias expostas, é cotejá-las com outros, é dialogar com o autor (...) (SEVERINO, 2007, p.94). PASSOS • Relacione as ideias expostas pelo autor com o contexto, recorrendo a outras fontes; • Descubra como o texto em questão está relacionado com o restante da obra do autor (a que corrente filosófica o autor está associado, se sua contribuição é original); • Procure ler o que se encontra nas entrelinhas = descobrir e inferir o que está implícito no texto e que serviu de base para o autor fundamentar seu raciocínio; • Adote uma posição pessoal fundamentada em relação ao texto estudado, procurando apoiar-se em argumentos válidos, lógicos e convincentes (atitude científica de julgamento); Elabore um resumo crítico do estudo. Síntese pessoal • Reelaboração pessoal da mensagem; • Desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal do texto e raciocínio personalizado; • Elaborar um novo texto, com redação própria, com discussão e reflexão pessoais. • Retomada dos pontos abordados levando o leitor a uma fase de elaboração pessoal ou de síntese. 24/03/2015 41 Resumo Síntese das ideias e não das palavras do texto. Resumindo um texto com as próprias palavras, o estudante mantém-se fiel às ideias do autor sintetizado. Resumo Técnico Científico Apresentação concisa do conteúdo de um trabalho de cunho científico (livro, artigo, dissertação, etc.) e tem a finalidade específica de passar ao leitor uma ideia completa do teor do documento analisado, fornecendo, além dos dados bibliográficos do documento, todas as informações necessárias para que o leitor/pesquisador possa fazer uma primeira avaliação do texto analisado e dar-se conta de suas eventuais contribuições, justificando a consulta do texto integral. 24/03/2015 42 Resenha (ou análise bibliográfica) • É uma síntese ou um comentário dos livros publicados feito em revistas especializadas das várias áreas da ciência, das artes e da filosofia. • Tem papel importante na vida científica de qualquer estudante e dos especialistas, pois é através delas que se toma conhecimento prévio do conteúdo e valor de um livro que acaba de ser publicado, fundando-se nesta informação a decisão de se ler ou não o livro, seja para ser estudado, seja para um trabalho em particular. A resenha pode ser... • Informativa: Quando apenas expõe o conteúdo do texto; • Crítica: Quando se manifesta sobre o valor e o alcance do texto analisado; • Crítico-informativa: Quando expõe o conteúdo e tece comentários sobre o texto analisado. 24/03/2015 43 Estrutura Lógica-redacionais da Resenha: • Cabeçalho: no qual são transcritos os dados bibliográficos completos da publicação a ser resenhada. • Informação sobre o autor: dispensável se o autor for muito conhecido; • Exposição sintética do conteúdo do texto: deve ser objetiva e conter os pontos principais e mais significativos da obra analisada, acompanhando os capítulos ou parte por parte. Deve-se passar ao leitor, uma visão precisa do conteúdo do texto, de acordo com a análise temática, destacando o assunto, os objetivos, a ideia central, os principais passos do raciocínio do autor; • Comentário crítico: avaliação que o resenhista faz do texto que leu e sintetizou. Essa avaliação pode assinalar tanto os aspectos positivos quanto os aspectos negativos do mesmo. Destacar a contribuição que o texto traz para determinados setores da cultura, literária ou filosófica, sua originalidade, etc., negativamente, pode-se explicitar as falhas, incoerências e limitações do texto 24/03/2015 44 Vamos exercitar... 24/03/2015 45 Comunicação Oral e Escrita Profa. MSc. Liliane Afonso Email: liliane_afonso@yahoo.com.br UFRA – Belém Conceito de Artigo Científico: “é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”. (GONÇALVES, 2004). ARTIGO CIENTÍFICO 24/03/2015 46 ... em geral designadas simplesmente como periódicos são publicações em papel ou em meio eletrônico que geralmente são publicadas em intervalos de tempo regulares e pode de assunto específico ou de assuntos vários. Publicações periódicas Definição de Artigo de Periódico: “... trabalhos técnico-científicos, escritos por um ou mais autores, com a finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e resultados de pesquisas. Formam a parte principal em periódicos especializados e devem seguir as normas editorias do periódico a que se destinam. Os artigos podem ser de dois tipos: a) originais, quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos; b) de revisão, quando abordam, analisam ou resumem informações já publicadas”. Normas para apresentação de Documentos Científicos, 2001. 24/03/2015 47 � Comunicar os resultados de pesquisa, ideias e debates de uma maneira clara, concisa e fidedigna. � Servir de medida da produtividade (qualitativa e quantitativa) individual dos autores e das instituições a qual servem. � Servir de medida nas decisões referentes à contratação, promoção e estabilidade no emprego. � Refletir a análise de um dado assunto, num certo período de tempo. � Servir de meio de comunicação e de intercâmbio de idéias entre cientistas da sua área de atuação. � Levar os teste de uma hipótese, provar uma teoria (tese, trabalho científico). � Registrar e transmitir algumas observações originais. � Servir para rever o estado de um dado campo de pesquisa. FINALIDADES DO ARTIGO CIENTÍFICO “aquele que sabe o quê e como, provavelmente, escreve um bom trabalho, mas aquele que sabe o porquê não só escreve um ótimo artigo, como também sabe corrigir o próprio trabalho e o dos outros autores”. Artigo Científico: do desafio à conquista – Victoria Secaf, 2004. REDAÇÃO DO ARTIGO E AS MOTIVAÇÕES DO AUTOR 24/03/2015 48A leitura só será proveitosa se o leitor conseguir compreender o que foi lido, sendo capaz de discutir seu conteúdo. O domínio do vocabulário é fundamental para um bom rendimento da leitura, portanto o leitor deve ter em mãos sempre um dicionário durante a análise textual. A importância da leitura para construção do conhecimento científico... “Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu” (RUIZ, 2002, p. 35). 24/03/2015 49 Análise textual - leitura que tem por objetivo um visão global, assinalando: estilo, vocabulário, fatos, doutrinas, época, autor, ou seja, um levantamento dos elementos importantes do texto. Análise temática – apreensão de conteúdo ou tema, isto é, identificação da ideia central e das secundárias, processos de raciocínio, tipos de argumentação, problemas, enfim, um do pensamento do autor. Análise interpretativa – demonstração dos tipos de relações entre as idéias do autor em razão do contexto científico e filosófico de diferentes épocas; análise crítica ou avaliação; discussão e julgamento do conteúdo do texto a) aprender a ler e a selecionar o mais importante dentro do que está sendo lido; b) reconhecer a organização e estrutura do material bibliográfico; c) interpretar o texto, acostumando-se com as idéias, estilos e vocabulários; d) alcançar níveis mais profundos de compreensão; e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário; f) estar apto a distinguir fatos, hipóteses e problemas; g) encontrar as idéias principais e as secundárias; h) entender como as idéias se relacionam; i) identificar as conclusões e as bases que as fundamentam. Finalidades da leitura 24/03/2015 50 Pense nisto!!! “Quem não sabe ler cientificamente as obras escritas tampouco saberá tomar boas anotações” (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2006, p. 84). Reflita!!! “A leitura só tem valor se o leitor for capaz de entender, avaliar, explicar, discutir e aplicar o que leu” (SANTOS, 2001, p. 21). Produção Científica Quando tem como fonte de pesquisa a bibliografia já sedimentada pela humanidade, exige do pesquisador, além da leitura atenta de todos os detalhes do texto, a busca criteriosa do material que será utilizado em forma de citação textual ou livre. �Citação textual é aquela em que ocorrem transcrições literais de palavras do autor do texto lido. �Citação livre é um texto elaborado pelo pesquisador, sobre a ideia do autor que está sendo estudado . Na citação livre a ideia é do texto lido, mas a redação é do autor do trabalho. �Portanto, na produção de um texto científico, denomina-se citação a toda ideia de outra pessoa, encontrada pelo pesquisador em algum documento lido ou consultado durante o desenvolvimento da pesquisa, e considerada importante para ser aproveitada como parte do texto que será produzido. 24/03/2015 51 COLETA DE DADOS �A coleta e o registro de informações é fundamental na elaboração do trabalho científico. Depois da escolha do tema, e quando necessário a elaboração de um anteprojeto de pesquisa, chega o momento de ler com o viés exigido pela pesquisa. Será destacado neste momento a informação desejada. São duas as finalidades da pesquisa: “[..] permitir ao estudante selecionar os documentos bibliográficos que contêm dados ou informações suscetíveis de serem aproveitadas na fundamentação do seu trabalho; [...]”(CERVO; BERVIAN, 2002, p. 96) “[...] visão global do assunto focalizado, visão indeterminada, mas indispensável para poder progredir no conhecimento [...]”(CERVO; BERVIAN, 2002, p. 96). Ao pesquisar o aluno já seleciona de acordo com suas necessidades citações textuais, mas também amplia seu conhecimento ao ler textos inteiros . Ao ler com objetivo determinado o aluno aumenta o poder de argumentação, necessário na produção científica. O registro do que foi coletado será feito através de fichas, para uso posterior. 24/03/2015 52 As citações têm o objetivo de esclarecer ou complementar as idéias do autor. Ao escrever as idéias ou frases de um autor, você deve fazer com precisão e clareza, tendo a preocupação de mencionar a fonte de onde as citações foram extraídas, pois elas enriquecem e qualificam o trabalho científico. Citações “É fundamental a fidelidade na escrita científica [...] e em qualquer escrita. Se alguém é ético na escrita, tem tudo para ser ético na fala e vice-versa” (AQUINO, 2007, p. 25). Portanto, você não deve ter receio de citar o autor ou autores de onde as informações foram obtidas. 24/03/2015 53 Segundo a Norma Brasileira NBR 10520, citação pode ser definida como “menção de uma informação extraída de outra fonte” e podem ser: direta, indireta ou citação de citação (ABNT, 2002, p.1). Citação direta: é feita de forma textual, ipsis litteris, ou seja, uma transcrição tal qual a escrita no documento original. Este tipo de citação deve ser escrito entre aspas duplas. Citação indireta: o texto escrito é “baseado na obra do autor consultado” (ABNT, 2002, p. 2) sem fugir das suas idéias. Também chamada de citação livre, o redator interpreta as idéias do autor e escreve o texto com suas próprias palavras, não esquecendo de citar a fonte. Não deve ser escrita entre aspas e a indicação da página não é obrigatória. Citação de citação: é quando se faz uma citação direta ou indireta de um documento ao qual não se teve acesso. Neste tipo de citação utiliza-se a expressão “apud” (citado por). 24/03/2015 54 • Citação direta A citação direta consiste na transcrição literal de uma parte do texto que está sendo consultada. A apresentação gráfica delas depende do tamanho da transcrição: a) as citações diretas curtas são aquelas transcrições de até três linhas colocadas no texto e identificadas entre aspas duplas. O uso de aspas simples é permitido para indicar citação no interior da citação. Exemplo 1: Roesch (2007, p. 22), ao analisar o estágio supervisionado em administração, afirma que o mesmo “implica uma proposta de mudança baseada nos conhecimentos e habilidades desenvolvidos [...]” ao longo do curso. Exemplo 2: O desenvolvimento de uma pesquisa acadêmica “como toda atividade racional e sistemática,[...] exige que as ações desenvolvidas [...] sejam efetivamente planejadas.” (GIL, 2007, p.19). Exemplo 3: Gil (2007, p.19) estabelece que: “O planejamento da pesquisa concretiza- se mediante a elaboração de um projeto, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa.” b) as citações diretas longas são aquelas transcrições com mais de três linhas e destacadas com recuo de 4cm da margem esquerda, sem aspas, digitadas em espacejamento simples e com tamanho da letra 10. O espacejamento entre o texto da citação direta longa e as demais partes do texto, tanto antes como depois, deve ser de uma linha em branco. Exemplo 1: A pesquisa bibliográfica pode ser definida como [...] um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar duplicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações podendo até orientar as indagações. (MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 25). Exemplo 2: Segundo Gil (2007, p. 43): O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de coleta de dados. [...] considera o ambiente em que são coletados os dados e as formas de controle das variáveis envolvidas. 24/03/2015 55 Conforme exemplos anteriores, na citação direta devem ser digitados, além do sobrenome do autor, ou instituição responsável ou ainda título, o ano da publicação e a página, quandohouver volume e como também devem ser especificados. • Citação indireta Considera-se uma citação indireta quando o autor do trabalho acadêmico desenvolve a idéia de outros autores com suas próprias palavras. Nas citações indiretas deve ser indicado o autor que se está trabalhando a idéia e o respectivo ano da publicação. Recomenda-se não colocar a página, pois este tipo de citação trabalha com idéias mais amplas e a identificação completa deve ser feita nas referências ou em nota de rodapé. Exemplo 1: A pesquisa científica possibilita o desenvolvimento do pensamento inovador, uma das habilidades necessárias ao cidadão e profissional da atualidade (DEMO, 2000). Exemplo 2: Gil (2007) e Roesch (2007) dão importantes contribuições e orientações na definição das técnicas a serem utilizadas numa pesquisa científica. • Citação de citação A citação da citação é feita quando o autor do trabalho acadêmico utiliza uma citação direta ou indireta de outro texto, pois não teve acesso aos originais. A expressão latina apud (que tem o mesmo sentido de citado por, conforme, de acordo com e segundo) é que identifica a citação de citação. Pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé. A digitação começa com o sobrenome do autor original e ano (se for direta, coloca-se também a página) apud sobrenome do autor que fez a citação e demais complementos (ano e página) de acordo com tipo de citação. 24/03/2015 56 Exemplo 1: Leedy (1988 apud RICHARDSON, 1991, p. 417) compartilha deste ponto de vista ao afirmar “os estudantes estão enganados quando acreditam que eles estão fazendo pesquisa, quando de fato eles estão apenas transferindo informação factual [...]”. Exemplo 2: Define-se a pesquisa-ação como [...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT 2002 apud GIL, 2007, p.55). • Outras regras de apresentação das citações Em relação ao uso de citações nos trabalhos acadêmicos, a NBR 10520 (2002) determina ainda: a) quando há supressão de parte do texto que está sendo citado, deve-se indicar por meio de reticências entre colchetes [...]. As supressões podem aparecer no início, meio e no fim dos trechos citados; b) podem ser feitas interpolações, acréscimos ou comentários dentro de colchetes: [ ]; Exemplo 1: “[...] o desafio de inovação depende, dentre tantas coisas, de duas proeminentes: atualização permanente e avaliação constante.” (DEMO, 1997, p. 138, grifo do autor). Exemplo 2: Ao se analisar a ciência moderna, percebe-se que o determinismo mecanicista é o horizonte certo de um forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional, reconhecido menos pela capacidade de compreender profundamente o real do que pela capacidade de o dominar e transformar. (SANTOS, 2005, p. 31, grifo nosso). 24/03/2015 57 c) trechos do texto podem ser enfatizados e destacados (grifo, negrito ou itálico). O destaque deve ser indicado com a utilização da expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da citação. No entanto, se o destaque já está presente na obra consultada, deve-se colocar gripo do autor; d) texto de citação obtido por informação verbal de aulas, palestras, debates, comunicações deve ser indicado entre parênteses, pelo termo: informação verbal e, em nota de rodapé, acrescentar os demais dados disponíveis; Exemplo 1: No texto: O percentual de crescimento semestral da FSG, nos últimos dois anos foi de 20% (informação verbal)¹. No rodapé da página: ¹ Dado fornecido pelo Diretor João Dal Bello no VI Fórum Docente da FSG, em Caxias do Sul, em agosto de 2007. e) pode-se fazer citação de textos em fase de elaboração, desde que se mencione a situação e sejam indicados os dados disponíveis em nota de rodapé; f) pode-se incluir citações traduzidas pelo autor. Assim, entre os parênteses, após a sua chamada deve ser colocada a expressão tradução nossa; Exemplo 1: No texto: No texto: Os estágios do Curso de Administração são desenvolvidos em três semestres (em fase de elaboração)². No rodapé da página: ² Guia de Orientação dos Estágios, de autoria de Vilmar Tondolo, a ser editado pela FSG, 2008. Exemplo 2: No texto: “Consideradas, então, todas as funções pertencentes somente ao corpo, é parcial reconhecer [...] (DESCARTES, 1996, p. 105, tradução nossa). 24/03/2015 58 • Sistema de chamada das citações Em relação à indicação das citações, elas devem observar as seguintes regras: a) na citação onde o nome do autor, organização ou instituição responsável estiver fazendo parte do texto, a data deve ser colocada entre parênteses e, se a citação for direta, deve-se acrescentar a página; Exemplos 1: Lauxen (2004) apresenta uma experiência bem significativa de investigação-ação educacional na construção do projeto pedagógico, a partir da construção de novas concepções de coordenação e participação na escola. Exemplos 2: Conforme Lauxen (2004, p. 14) a análise da prática pedagógica na perspectiva da investigação-ação e a “possibilidade de ressignificar e qualificar [...] a ação pedagógica [...]”. b) no trabalho onde houver citações com coincidência de sobrenomes de autores, deve-se acrescentar a primeira letra do prenome. Caso continuar existindo coincidência, os prenomes devem ser colocados por extenso; Exemplos: (SILVA, A., 2007) (SILVA, Antônio da, 2007). (SILVA, A., 2007) (SILVA, Augusto da, 2007). c) trabalho com citações de diversos documentos do mesmo autor e publicados num mesmo ano, devem ser diferenciados pela colocação de letras em ordem alfabética minúsculas, logo após a data (sem espacejamento) e na ordem da lista de referências; Exemplos: De acordo com Brandão (2006a)... ... (BRANDÃO, 2006b). 24/03/2015 59 d) trabalho com citações indiretas de várias obras de um mesmo autor, publicadas em anos diferentes e referidas simultaneamente, as datas são separadas por vírgula; e) trabalho com citação indireta quando são mencionados simultaneamente diversos documentos de vários autores, devem ser separados por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética; f) citação de documentos com mais de três autores, indica-se o primeiro e a expressão et al. (que significa e outros). Exemplo 1: - no texto; Streck et al. (2001) ... ... (STRECK et al., 2001, p.15). - nas referências; STRECK, Danilo Romeu. et al. Paulo Freire: ética, utopia e educação. Petrópolis: Vozes, 2001. FICHAMENTO �procedimento utilizado na elaboração de fichas de leitura onde constam informações relevantes sobre um texto lido; �tipo de resumo no qual o leitor tem a liberdade de escrever com as próprias palavras as ideias fundamentais extraídas de um livro, um artigo etc.; �recurso de estudo de que se valem os pesquisadores para a realização de uma obra científica. �um fichário do conteúdo escolhido que possibilita não só a prática de uma redação eficaz, como também proporciona ao autor enriquecimento cultural; �não se recomenda, porém, o armazenamento de assuntos pelos quais não se tem nenhum interesse. 24/03/2015 60 IMPORTÂNCIA DO FICHAMENTO �O fichamento é importante porque registra as idéias principais do autor que está sendo estudado, principalmente no que se refere às citações textuais, garantindo integridade e correção da referência, para uso nos trabalho. �Anotar ideias que ocorram durante a leitura �Reter elementos que permitam sua seleção posterior e fácil localização no momento de necessidade A FICHA �muitos alunos consideram desnecessário a produção de fichas para a seleção do material que foi considerado fundamental por ocasião da leitura. �A ficha além de didática, evita problemas futuros como não saber mais de que livrofoi retirada a passagem; qual o ano da edição, editora, entre outros. Estes problemas são muito comuns na hora da elaboração do texto. Não raro o aluno destaca idéias importantes de um livro emprestado e depois da devolução, não consegue mais o original de volta para copiar a fonte. �Material destacado sem a anotação da referência bibliográfica é material que não poderá ser usado. O fichamento, antes de tudo, precisa ser funcional. As anotações que ocupam mais de uma ficha têm o cabeçalho da primeira ficha repetido com exceção do número da ficha. As fichas compreendem cabeçalho, referências bibliográficas e corpo da ficha. O cabeçalho engloba o título genérico e específico e número indicativo da sequência das fichas, se for utilizada mais de uma. O tamanho das fichas varia de acordo com as exigências do professor. 24/03/2015 61 Elementos básicos da ficha: � cabeçalho que contempla o título da ficha, título específico e referência bibliográfica; � o corpo ou texto da ficha na qual se desenvolve o conteúdo propriamente dito; � local onde se encontra a obra. Fichamento tipo citação: • O fichamento tipo citação: aplica-se para partes de obras ou capítulos. Consiste na transcrição fiel de trechos fundamentais da obra estudada. Obedece algumas normas: • a) toda citação deve vir entre aspas; • b) após a citação, deve constar entre parênteses o número da página de onde foi extraída a citação; • c) a transcrição tem que ser textual • d) a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se no local da omissão, três pontos, entre colchetes [...]. 24/03/2015 62 • e) Nos casos de acréscimos ou comentários colocar dentro do colchetes [ ]. • f) Colocar o número da página ao final da citação. Exemplo de fichamento tipo citação : RICHARTZ, Terezinha. Fichamento e seu uso nos Trabalhos Acadêmicos. Revista Acadêmica da Faceca, Varginha, n. 3. Ago/Dez. 2002. 10 p. “ [...] na produção de um texto científico, denomina-se citação a toda idéia de outra pessoa, encontrada pelo pesquisador em algum documento lido ou consultado durante o desenvolvimento da pesquisa,[...]”. (2-3) 24/03/2015 63 Fichamento tipo esboço ou sumário: É o resumo do texto. Apresenta as idéias principais de parte de uma obra ou de uma obra toda, de modo sintético, mas detalhado. Esta ficha é importante porque permite ao leitor extrair idéias importantes disseminadas em muitas páginas, num texto pequeno mais completo. A numeração da(s) página(as) é indicado à esquerda da ficha. Fichamento tipo esboço ou sumário RICHARTZ, Terezinha. Fichamento e seu uso nos Trabalhos Acadêmicos. Revista Acadêmica da Faceca, Varginha, n. 3. Ago/Dez. 2002. 10 p. O fichamento é importante para o armazenagem de informações retiradas do texto. Estes dados poderão ser utilizados posteriormente nos trabalhos científicos. Os principais tipos de fichamento são: tipo citação (cópia fiel da parte do texto), esboço ou sumário (resumo das principais idéias) e comentário ou analítico (crítica, discussão e análise do texto). (Biblioteca particular) 24/03/2015 64 Comentário ou analítica Comentários, análises, justificativas, críticas, interpretações e comparações. Este fichamento é de grande valia quando feito logo após o término da leitura da obra. Quando o leitor esta lendo com objetivo determinado, por exemplo, fazer um trabalho acadêmico ou monografia, o comentário já pode ser direcionado especificamente para o trabalho em questão. Quando terminamos de ler um texto as possibilidades de traçar análises, comparações e críticas é muito maior do que dias depois. Assim aos poucos o trabalho científico vai sendo construído. No final cabe organizar as idéias nas subdivisões previstas nos trabalhos científicos. Exemplo de fichamento Tipo comentário ou analítica RICHARTZ, Terezinha. Fichamento e seu uso nos Trabalhos Acadêmicos. Revista Acadêmica da Faceca, Varginha, n. 3. Ago/Dez. 2002. 10 p. O aluno de graduação apresenta dificuldade na hora de elaborar a análise ou o comentário de um texto. Esta dificuldade é proveniente da pouca leitura acumulada pelos alunos de muitos cursos de graduação. Ficam presos ao texto que estão usando como base e não conseguem extrapolar os limites do mesmo. Já o fichamento tipo citação, quando o aluno tem facilidade de identificar conceitos importantes, idéias fundamentais, copiar e fazer os recortes devidos, quando necessário, não é difícil. O esboço ou sumário, exige capacidade de síntese, 24/03/2015 65 �Primeiro passo: Fazer uma leitura de todo o texto, ou do capítulo do livro, para somente se inteirar do assunto tratado. Neste momento pode-se anotar algum vocabulário não conhecido para posterior busca de sentido no dicionário. (leitura panorâmica) �Segundo passo: Fazer uma segunda leitura, agora mais criteriosa e para isso divida o texto em partes, de um subtítulo a outro por exemplo, e a cada parágrafo vá grifando a ideia central do texto, conectando-a com a ideia de outro parágrafo e assim por diante. Alguma vezes é necessário voltar a ler o parágrafo mais de uma vez. Observe as chamadas palavras chaves, porque abrem possibilidades de ideias no texto, elas são importantes para um bom entendimento do conteúdo. �Terceiro passo: Terminado a grifagem do texto, transcreva-o tal e qual como está no livro, releia-o e verifique a ordem e a lógica fiel ao conteúdo abordado. Esta é uma maneira de se fazer um fichamento. Quando precisar ler o texto ou o livro novamente, ficará mais rápido de recordar os dados pela releitura do fichamento do mesmo. Referências �ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-6023: informação e documentação-referência-elaboração. Rio de Janeiro: 2000. 22 p. �ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro : 2001. 5 p. �CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Científica. 5. ed. Sao Paulo: 2002. p.96-100. �DMITRUK, Hilda Beatriz (Org). Cadernos metodológicos: diretrizes de . Metodologia Científica. 5. ed. rev. e ampl. Chapecó: Argos, 2001
Compartilhar