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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO A administração da produção é a área administrativa responsável por compreender e colocar em prática as técnicas de gestão para produzir bens e serviços. Um dos seus principais objetivos é agregar valor à entrega final, de forma a organizar, da melhor maneira possível, os recursos disponíveis para atender às vontades e às necessidades dos clientes. PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO RECURSOS TRANSFORMADOS • Materiais: matérias-primas em geral, que serão convertidas em outro produto. (Ex.: algodão que se transformará em camiseta). • Informações: informações que são processadas e fornecidas ao consumidor com valor agregado (ex.: débitos e créditos em conta bancária que serão apresentados como extrato bancário). • Consumidores: quando o próprio consumidor se submete ao processo de transformação, o que normalmente acontece em serviços (ex.: a modelo famosa que se submete a uma lipoescultura). RECURSOS TRANSFORMADORES • Instalações: as máquinas e instalações necessárias ao processo de transformação. Numa alusão ao exemplo anterior, para converter algodão em camisetas, é necessária uma fábrica com teares, equipamentos de tingimento, máquinas de costura etc. • Pessoas: são aqueles que operam e/ou administram os recursos produtivos. Importante perceber que, quando falamos em pessoas, não nos referimos apenas aos operadores das máquinas, mas, sim, TODOS da organização que, por fim, contribuem direta ou indiretamente para o resultado final. ADM. DA PRODUÇÃO – FUNÇÕES CENTRAIS • Função Marketing: também inclui a área de vendas. É responsável por ligar mercado e empresa. Informa o mercado sobre os produtos e retorna sob a forma de necessidades ou pedidos. • Função Desenvolvimento de Produto: é responsável por criar ou modificar produtos, de modo a obter o máximo de pedidos de clientes. • Função Produção: é responsável por satisfazer as solicitações dos clientes por meio da produção e entrega do que foi solicitado. ADM. DA PRODUÇÃO – FUNÇÕES DE APOIO • Função Contábil-Financeira: fornece informações de auxílio aos processos decisórios e administra os recursos financeiros da organização. • Função Recursos Humanos: contrata, desenvolve e cuida do bem-estar dos colaboradores da organização. • Função Engenharia e Suporte Técnico: projeta, implementa e mantém toda a estrutura física/equipamentos e processos necessários à produção. • Função Informação e Tecnologia: responsável pela gestão das informações da organização e sua disponibilização para rápida interpretação e utilização, servindo como apoio à decisão. ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS E FUNCIONAIS • Estratégico: se refere às grandes decisões tomadas em uma empresa, normalmente pelo grupo diretivo (Exemplo: a decisão de lançar uma nova linha de produtos). • Tático: decisões tomadas, normalmente no nível gerencial, com o objetivo de operacionalizar as decisões do nível estratégico (Exemplo: a definição do fornecedor dos novos equipamentos necessários a esta nova linha de produtos). • Operacional: decisões tomadas na base operacional, que normalmente têm a missão de materializar as decisões dos níveis estratégicos e táticos (Exemplo: a instalação destes novos equipamentos começará quando? Será realizada por quem?). PAPÉIS BÁSICO DA PRODUÇÃO • Implementadora (ou executora): a produção deve fazer a estratégia acontecer, transformando decisões estratégicas em realidade operacional. • Apoiadora (ou seguidora): a produção deve apoiar a estratégia, desenvolvendo objetivos apropriados para a utilização dos recursos que administra. • Impulsionadora (ou líder): a produção deve fornecer os meios para a obtenção de vantagem competitiva. CADEIA DE VALOR – PROCESSOS ESSENCIAIS 1 Relacionamento com o cliente: identifica, atrai e constrói relacionamentos com o cliente, de forma a facilitar o seu acesso à organização e a elaboração de pedidos. Marketing e vendas são exemplos deste processo. 2 Desenvolvimento de um novo produto: projeta e desenvolve novos produtos, o que pode ser feito através de solicitação do cliente ou de percepção interna das necessidades do mercado. 3 Execução do pedido: envolve todas as atividades necessárias à produção e entrega do produto ao cliente externo. 4 Relacionamento com fornecedores: seleciona fornecedores de recursos (transformados e transformadores) e facilita o fluxo deste fornecimento. TERCEIRIZAÇÃO X OUTSOURCING A principal diferença é que em um processo de terceirização há o envio de recursos da organização compradora para a terceira, que acaba por desenvolver uma parte das atividades de transformação que seriam realizadas pela empresa contratante. No outsourcing é uma simples compra de componentes ou produtos completos de fornecedores, que nesta situação não realizam parte do processo, mas ele como um todo. TERCEIRIZAÇÃO OUTSOURCING ERGONOMIA É o estudo da relação que existe entre o homem e a forma que ele executa seu trabalho. Com a intenção de prevenir acidentes, corrigir erros e diminuir os riscos, seu principal objetivo é aumentar o conforto, a saúde e a segurança do trabalhador. Analisando a postura, os movimentos corporais, os equipamentos usados e os fatores físicos do ambiente de trabalho, ela busca promover a perfeita integração entre as capacidades e limitações do trabalhador, suas condições de trabalho e a eficiência do sistema produtivo. Ao analisar esses fatores em um local de trabalho, pode surgir a necessidade de intervenções informando, sensibilizando e corrigindo problemas. EMPOWERMENT O empowerment é uma ferramenta de distribuição de autoridade e responsabilidade por toda a organização, como meio de fortalecimento de seus membros. O empowerment aumenta a autoestima das pessoas o que reflete em sua capacidade de controle e, consequentemente, impulsiona a qualidade em toda a empresa. • Dar às pessoas um trabalho significativo, que as faça se sentir importantes. • Efetivamente dar às pessoas autoridade e responsabilidade, independência e autonomia nas tarefas e recursos que lhes são confiados. • Permitir que decisões sobre o trabalho sejam tomadas por quem o realiza de fato. • Reconhecer e tornar visíveis os esforços e resultados individuais. • Conectar as pessoas com outras lideranças fortes, apoiando-as. • Disseminar informações, pois é com elas que os colaboradores poderão tomar as melhores decisões. • Envolver as pessoas nos assuntos do trabalho de forma que elas se sintam “donas” do processo e sintam orgulho de pertencer à organização. • Estimular o trabalho em equipe. • Disseminar o empowerment. Faça com que as pessoas “empoderadas” auxiliem outras a entrar no processo. LOCALIZAÇÃO ORGANIZACIONAL Em muitas situações, um dos elementos mais influentes no fracasso das empresas é a sua localização. Este aspecto é muito mais perceptível nas operações varejistas, mas pode afetar qualquer organização empresarial. Posicionar-se geograficamente de forma adequada na rede de valor pode impactar na logística da operação, estabelecendo níveis críticos de custos, de visibilidade, enfim, na sua capacidade de servir o cliente e obter resultados. FATORES INFLUENTES NA LOCALIZAÇÃO ARRANJO FÍSICO Arranjo físico trata do posicionamento físico dos recursos produtivos, de forma a aperfeiçoar os fluxos de materiais e pessoas, maximizando o desempenho obtido. A escolha do arranjo físico ideal passa pelo conhecimento prévio do processo que será operado neste leiaute. Erros na escolha podem gerar custos desnecessários e falhas nos fluxos que podem complicar muito as coisas na operação. TIPOS DE ARRANJO FÍSICO • ARRANJO FÍSICO POSICIONAL OU FIXO ARRANJO FÍSICO POR PROCESSO ARRANJO FÍSICO CELULAR ARRANJO FÍSICO POR PRODUTO MANUTENÇÃO O principal objetivo da Manutençãoé preservar a integridade funcional dos recursos envolvidos na produção ou operação de um serviço. A capacidade produtiva e operacional de uma empresa está diretamente ligada à disponibilidade e confiabilidade dos recursos produtivos que ela tem. Sua competência para maximizar esta disponibilidade dos recursos dá à manutenção uma relevante importância na busca de diferenciais competitivos neste mercado altamente voraz em que estão inseridas as empresas. CLASSES DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO CORRETIVA (MC) Parte do princípio de que, quando algo quebra, deve ser consertado. Ou seja, o ato da manutenção acontece depois que a quebra aconteceu. Alguns a chamam de manutenção “quebra-conserta”. Por acontecer de forma totalmente imprevista, os seus custos são muito altos em função das perdas impostas ao processo. MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MP) Esse tipo de manutenção se baseia na realização de manutenções periódicas, nas quais são inspecionados e/ou substituídos componentes de máquinas, equipamentos e instalações. Esses componentes, que merecem atenção especial, são identificados através do uso da estatística. O período entre as manutenções é fixo e determinado por calendário (semanal, mensal, trimestral, semestral, anual etc.) ou pela operação (número de ciclos, horas de operação etc.). MANUTENÇÃO PREDITIVA (MPD) A manutenção preditiva é a introdução da ciência na manutenção. Aqui, diferentemente da MP, o que determina o momento de uma intervenção não é o período, mas a condição e o desempenho dos componentes. A determinação desses dois aspectos é feita através do acompanhamento de variáveis diversas (vibração, temperatura, espessura, velocidade etc.) com o objetivo de determinar o melhor momento para a realização da manutenção, de forma que se maximize o tempo de operação e a vida útil dos componentes dos equipamentos. MANUTENÇÃO DETECTIVA (MD) Muito similar à MPD, mas com uma diferença básica: a velocidade. Na manutenção detectiva, o monitoramento das variáveis é feito em tempo real e não em períodos definidos. A intenção é identificar as falhas ocultas e que não podem ser identificadas visualmente. Esse tipo de manutenção é relativamente recente e só foi possível graças aos avanços tecnológicos dos sistemas de instrumentação e controle de processo. Na manutenção preditiva é necessário um diagnóstico a partir das medições, enquanto que na manutenção detectiva há um diagnóstico direto que parte das leituras diretas e contínuas realizadas nos equipamentos monitorados. GESTÃO DA QUALIDADE A gestão da qualidade é uma ferramenta estratégica que promove uma visão sistêmica de toda empresa e está alinhada a conceitos e práticas reconhecidos mundialmente. É a ação voltada para dirigir e controlar todos os processos organizacionais — finanças, contabilidade, gestão de pessoal, gestão de dados, entre outros —, possibilitando a melhoria de produtos e serviços, buscando garantir a completa satisfação das necessidades ou a superação das expectativas dos clientes. CONTROLE DE PROCESSOS • Existência de objetivos claros e conhecidos por todos que podem e devem contribuir para a sua consolidação; • Os processos de trabalho são identificados e controlados; • Existem indicadores de desempenho ou resultado destes processos, pelo menos nos pontos críticos; • A organização é gerida com base nestes indicadores; • Os indicadores estão alinhados com os objetivos organizacionais e com a satisfação dos clientes; • As pessoas realizam os seus processos sob sua responsabilidade de forma estruturada, previsível e organizada. MELHORIAS Há duas formas complementares de se enxergar a melhoria: • Melhoria contínua, também chamada por seu nome japonês kaizen. • Melhorias radicais, muitas vezes associadas à reengenharia de processos. Enquanto melhoria contínua trabalha de forma lenta, agindo principalmente na mudança de comportamento e postura das pessoas, as melhorias radicais agem diretamente nos fatos geradores dos problemas, fazendo investimentos em soluções rápidas. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) Trata-se de um processo para ajudar no gerenciamento das atividades de produção. É por meio dele que todos os recursos operacionais serão definidos. O PCP envolve funções de planejamento (o que será produzido e com que recursos), programação (definição de recursos e sequência entre os fluxos) e controle (monitoramento e correção de desvios). ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO E CONTROLE PCP SEQUENCIAMENTO PROGRAMAÇÃO CONTROLE CARREGAMENTO CARREGAMENTO O carregamento é a definição da capacidade da operação. Esse carregamento pode ser: • Finito: há um limite de capacidade definido por restrição física, legal ou por interesse da organização. Como exemplo, podemos citar a capacidade de um avião, restrita ao número de assentos disponíveis. • Infinito: quando não há um limite definido, o que pode acontecer em situações em que não é possível limitar, quando não é necessário limitar ou quando o custo da limitação for muito alto. Exemplificando, é totalmente inaceitável limitar o número de atendimentos em um Pronto-Socorro. SEQUENCIAMENTO Determina a sequência em que as necessidades de clientes serão atendidas pela empresa. Define a prioridade da execução das tarefas de acordo com os critérios de sequenciamento definidos pela organização. Pode usar diversos critérios, mas os principais são: • RESTRIÇÕES FÍSICAS – natureza física do produto determina a sequencia. • PRIORIDADES DO CONSUMIDOR – Necessidades e prioridades do consumidor determina a sequencia. • DATA PROMETIDA – Agendamentos determinam a sequencia. • LIFO (last in, first out) – ultimo que entra, primeiro que sai. • FIFO ( first in, first out) – primeiro que entra, primeiro que sai. PROGRAMAÇÃO Algumas operações requerem um nível de detalhamento maior, inclusive com um cronograma detalhado que mostre os momentos em que um determinado trabalho deve começar e terminar. Normalmente está associado a produtos mais complexos e operações commix bastante variável. Há dois padrões básicos de programação: • Programação para frente: iniciar o trabalho assim que ele chega. • Programação para trás: iniciar o trabalho no último momento possível sem que ele comprometa o prazo de entrega. CONTROLE O controle é o acompanhamento e a intervenção periódica no processo, de tal sorte que aquilo que foi planejado realmente aconteça. Duas ferramentas de controle servem a este propósito: • Controle empurrado: os sinais de intervenção são acionados de uma área central que coordena todas as atividades organizacionais. Um bom exemplo desse tipo de controle são os sistemas de MRP –Material Requirement Planning. • Controle puxado: os sinais são disparados pelo cliente (interno ou externo), eliminando desperdícios por produção em excesso, que gera estoques intermediários. O kanban, técnica de disparo do JIT – Just In Time, é um bom exemplo dessa modalidade de controle. RESTRIÇÕES A restrição pode estar em qualquer ponto da cadeia de valor e pode se apresentar de três formas diferentes. • Físicas (normalmente a capacidade da máquina, da mão de obra ou da estação de trabalho, ou escassez de material, mas poderia se referir ao espaço ou à quantidade), • Comerciais (a demanda é menor que a capacidade) • Administrativas (políticas, indicadores ou posturas que criam restrições que retardam o fluxo de trabalho). ETAPAS DA IDENTIFICAÇÃO DAS RESTRIÇÕES • Etapa 1: Identificação das restrições. • Etapa 2: Estabelecimento de um plano que solucione essas restrições identificadas. • Etapa 3: Definir recursos para a etapa 2. • Etapa 4: Agir sobre as restrições aumentando a sua capacidade ou descarregando trabalho (soluções alternativas). Assegurar que todos saibam que éum gargalo. • Etapa 5: Uma vez corrigida a restrição, retorna à etapa 1 e identifica a próxima restrição a ser combatida. PRINCIPAIS FONTES DE DESPERDÍCIO • Superprodução: produzir mais do que o necessário para o processo seguinte. Gera estoques desnecessários de produtos que não têm demanda imediata. • Tempo de espera: todo o tempo que um recurso não é usado para gerar valor porque está esperando alguma coisa (uma regulagem, um contenedor para descarga, o lote que ainda não chegou para ser carregado etc.). • Transporte: movimentações de materiais dentro da empresa não agregam valor para o cliente, portanto devem ser minimizados ao mínimo indispensável. O estudo do arranjo físico pode auxiliar bastante nesta tarefa. • Processo: projeto ruim dos componentes ou dos processos através dos quais são produzidos podem acarretar grandes desperdícios de recursos, como matérias-primas pouco aproveitadas, processos mal desenhados e demorados etc. • Estoque: dentro da filosofia JIT é o principal desperdício, contudo, sua eliminação depende da eliminação da causa do fato gerador do estoque. • Movimentação: simplificar o trabalho de forma que o trabalhador não faça movimentos desnecessários é uma excelente fonte de eliminação de desperdícios. • Produtos defeituosos: de forma similar aos estoques, a eliminação dos produtos defeituosos também depende da identificação e eliminação das causas originais. • Criatividade inutilizada: a organização deixa de aproveitar a criatividade de seus colaboradores em função de falhas estruturais ou problemas de comunicação, desperdiçando oportunidades de melhoria conhecidas pelos colaboradores de primeira linha. No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz. Ayrton Senna