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Administração da Produção A Administração da Produção se preocupa com o gerenciamento dos recursos materiais e humanos visando produzir bens e serviços que garantam a nossa sobrevivência. Os alimentos que comemos, as roupas que vestimos, os carros que dirigimos, as viagens que fazemos, etc, até se tornarem o que são, passam por um elaborado processo de transformação. A Administração da Produção é responsável pelo estudo e pelo desenvolvimento de técnicas de gestão da produção de bens e serviços. Segundo Slack (1999), ela tem papel fundamental dentro das organizações, pois se encarrega de alcançar os objetivos traçados pela empresa, ou seja, trata da maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços. Produzir é a atividade primária de qualquer organização e consiste em transformar matéria prima em produtos e serviços através da agregação de valor. Um pedaço de couro não é nada antes de ser transformado em calçado e custa muito menos do que o calçado pronto. Este processo ocorre em quaisquer tipos de organizações, sejam elas pequenas ou grandes, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, reais e até mesmo virtuais. Organizações são conjuntos compostos por pessoas, estruturas, tarefas e conhecimentos visando um objetivo comum. Nós nascemos e crescemos em organizações tais como hospitais, igrejas,fábricas, comérciosm etc. Uma maneira de classificar as organizações é de acordo com sua atividade econômica ou produtiva que pode ser: a) Setor primário: composto por organizações da área extrativista, da agropecuária e da pesca; b) Setor secundário: composto por organizações da área manufatureira ou industrial e envolve atividades como metalurgia, processamento de alimentos, tecelagens, vestuário e cerâmicas; c) Setor terciário: Composto por organizações prestadoras de serviços como bancos, hospitais, cinemas, escolas, quartéis de polícia, etc. É necessário entender em qual setor a empresa atua, pois cada setor necessita de um processo produtivo apropriado com máquinas, equipamentos, matérias primas e mão de obra adequados. Além disso os processos produtivos variam de empresa para empresa e de acordo com os bens a serem produzidos. Escolher um processo impõe conhecer variáveis como volume, variedade, dominância de recursos materiais e humanos. Exemplo: Plano de Saúde O Planejamento da Produção é composto por procedimentos que preparam e organizam informações que permitem a programação e o controle da produção. É nessa etapa que o gerenciamento da produção se apoia para definir os seus parâmetros mais amplos, sejam eles de ordem técnica, mercadológica ou financeira. Primeiramente, vamos abordar a primeira fase, o planejamento. O planejamento da produção pode ser composto das seguintes etapas: • Projeto do Produto (que pode ser um bem ou um serviço) • Projeto do Processo de produção; e • Definição das quantidades (capacidade e demanda). Administrar a produção implica: planejar, organizar e controlar. Projeto do Produto Define como será o produto e a sua caracterização se prestará a orientar o projeto do processo e as operações, interagindo continuadamente na direção de seu aperfeiçoamento. Consiste em definir o que será produzido, qual resultado deverá ser alcançado ou servirá para quê. Para tanto, são utilizados desenhos, listas de materiais, fluxogramas, descrições e quaisquer outros instrumentos que contenham caracterizações do serviço. Projeto do Processo Determina como, onde e com quais recursos o serviço projetado poderá ser produzido. Consiste em estabelecer métodos e processos para a fabricação de um produto Em outras palavras, trata-se da especificação dos processos, as etapas e a sequência das tarefas necessárias, satisfazendo o que foi determinado no projeto; é o plano de execução ou de elaboração e apresenta-se sob a forma de um roteiro ou descrição das operações, indicando máquinas ou equipamentos utilizados, mão de obra necessária e tempo de execução. Definição das quantidades É o volume de serviço a ser fornecido e a capacidade é o potencial de produção do sistema que é, normalmente, expressa em termos de volume de saídas. A definição depende, além da capacidade, da demanda, que é a quantidade que o mercado está disposto a absorver. Projeto do Produto O desenvolvimento de novos produtos, de alta qualidade, com a possibilidade de proporcionar boa lucratividade tornou-se um fator fundamental para as organizações. De acordo com Oishi (1995), a necessidade de desenvolver novos produtos advém das mudanças do mercado, das inovações tecnológicas e da concorrência crescente em torno de produtos mais rentáveis. Mas vamos ver o que é o produto? O produto é o que deve resultar de um sistema de produção para ser oferecido aos consumidores e assim satisfazer suas necessidades e expectativas. O produto “é o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado, um serviço ou uma informação” (MARTINS; LAUGENI, 2002, p. 372). Segundo Slack et al. (1997), um produto pode ser visto sob três aspectos: Segundo Slack et al. (1997), um produto pode ser visto sob três aspectos: • Conceito – constituído dos benefícios que o consumidor espera • Conjunto de bens e serviços – que proporcionam os benefícios esperados. • Processo – que é a descrição da maneira de produzi-lo. Essa definição inclui dois dos itens fundamentais do planejamento: o projeto do produto, que é a sua definição e caracterização; e o processo, que é a maneira de obtê-lo. Então, o produto é o que deve resultar de um sistema de produção para ser oferecido aos consumidores e assim satisfazer suas necessidades e expectativas. O projeto do produto decorre de um processo de criatividade que se inicia, segundo Moreira (1996), com uma etapa de “geração e filtragem de ideias”, e segue com o “projeto inicial do produto”, a “análise econômica”, os “testes de protótipo”, e o “projeto final”. Há duas estratégias para criação de novos produtos: 1. A consulta ao mercado Estudos de comportamento, tamanho do setor, características do usuário, estilo de vida, gostos, capacidade de consumo etc. 2. A criação para antecipação à demanda É aquela que procura desenvolver produtos novos, até então inexistentes, que podem inclusive modificar costumes. A ideia do produto precisa considerar potencial técnico disponível, como: conhecimento, equipamentos e instalações apropriados. Também é necessário considerar: tecnologia disponível para fabricar os componentes necessários, a experiência prévia com o tipo de produto, o tempo de desenvolvimento do projeto, a flexibilidade para permitir alterações no projeto e o custo final do produto. Além dos aspectos técnicos, humanos e gerenciais faz-se também a avaliação do potencial mercadológico. Muitas vezes, ao gerar o conceito do produto, já estamos influenciados por alguma ideia ou concepção de estratégia de mercado ou, ainda, pelo vislumbre de algum nicho Existem alguns aspectos que podem influenciar substancialmente o desempenho mercadológico do produto como: a qualidade, a velocidade com que o produto é elaborado e colocado no mercado, a confiabilidade que garante que todos os produtos sejam produzidos de acordo com o projeto e que tenham as mesmas características, a facilidade de uso, a estética, a imagem do produto e da empresa e o baixo custo de uso e de aquisição do produto. Observe que, além disso, devemos considerar seu ciclo de vida, as mudanças de hábito e de comportamento do mercado e os aspectos ecológicos. Perguntas 1 - O que é administração da Produção? 2 - Qual a importância da Administração de Produção? 3- Porque é necessário saber e entender qual o setor de atuação da empresa? 4 - As empresas são divididas em 03 tipos de setores de acordo com a sua atividade econômica. Cite e explique cada uma delas. 5 - O que é o Produto? 6 - Segundo Moreira (1996) um projeto de um produto decorre de um processo decriatividade. Quais são as etapas desse processo? Com sua palavras explique cada uma 7 – O que pode influenciar o desempenho do produto no mercado? Projeto inicial do Produto O desenvolvimento da ideia inicial, e após a avaliação do potencial técnico-mercadológico, leva ao começo do projeto, visando já estabelecer uma conexão com mercados específicos. Configura-se, então, o projeto inicial do produto. Nessa etapa, é necessário definir : • Forma agradável e atraente para o produto • detalhes funcionais e tecnológicos • Peso, tamanho, aparência • Segurança • Necessidade de manutenção • Qualidade e a confiabilidade ETC... A análise econômica, cujas considerações iniciais foram feitas no momento da geração do conceito inicial, permanece presente, conjugando o produto. • a estimativa de demanda • seu potencial de crescimento e duração • Ciclo de vida do produto (o que por sua vez se relaciona com a fase anterior, a do projeto inicial, e as posteriores, protótipo e projeto detalhado) O desenvolvimento do produto, em suas diversas etapas anteriormente mencionadas deve, em tempos atuais, demorar o mínimo possível. A dinâmica do mercado é muito acentuada e não permite ciclos longos, o que muitas vezes inviabiliza um produto antes mesmo que ele seja lançado. O projetista do produto verificará: se o produto atende satisfatoriamente às necessidades funcionais e de desempenho para as quais foi criado. Ao designer competirá avaliar a forma e o equilíbrio do produto com a funcionalidade e a tecnologia envolvida Os testes de protótipo servirão, também, para finalizar as decisões sobre materiais e equipamentos utilizados. Projeto Final A área de projeto do produto especifica o produto em detalhes para que a produção possa ser realizada. Isso implica em: • Criar e disponibilizar os desenhos • Instruções técnicas quanto à execução de certas operações • Lista de materiais e peças com suas especificações: propriedades, composição, dimensões e respectivas tolerâncias, características de resistência e desempenho, dureza, consistência, aparência e acabamento, cheiro, paladar, comportamento ou qualquer outra característica peculiar a um bem ou serviço. Influências do Meio Ambiente Geração do Conceito do Novo Avaliação do Potencial Técnico - Mercadológico Projeto Inicial Protótipo e Teste Preliminar Mercadológico e Funcional Produção Projeto Detalhado do Produto Influências da Empresa Projeto do Processo Consumidores Concorrentes Fornecedores Pesquisa Engenharia Marketing Produção Figura 1: Etapas para o desenvolvimento do Projeto do Produto Fonte: Adaptada de Moreira (1996), Slack et al. (1997) e Monks (1987) Uma última verificação do projeto poderia levar em consideração as seguintes questões: • O produto foi projetado ergonomicamente? • É seguro ou vai além dos padrões mínimos exigidos? • Consegue atender com sucesso às necessidades do consumidor? • É compatível com o meio ambiente? • O projeto prevê economia de materiais, sua fabricação e facilidades no processo, além de um uso econômico? • Os elementos estéticos, assim como a informação gráfica, estão integrados de forma apropriada? • Qual o horizonte de sua vida útil? • Quais as facilidades e os custos de manutenção? Quais os ganhos em uma eventual revenda ou custos de sua eliminação? O projeto do produto deve resultar em uma ficha de produto, e nela devem estar detalhados todos os componentes do produto, quantidades a utilizar e preços para uma unidade ou lote padrão, conforme o Quadro 1 Quadro 1: Ficha do Produto Fonte: Adaptado de Erdmann (2007, p. 58) Vamos tentar colocar na prática o que você aprendeu há pouco. Preencha o quadro a seguir como o Quadro 1, e simule um projeto de produto de sua livre escolha. Projeto do Processo O projeto do processo de produção tem a finalidade de determinar o melhor método de produção das peças, dos subconjuntos e da montagem dos produtos acabados (RUSSOMANO, 1986). Consiste em um plano de produção que especifica as etapas e a sequência das tarefas, com a finalidade de obter um produto que satisfaça às especificações determinadas no projeto do produto, ao menor custo benefício “em uma empresa industrial, entendemos como se dá um processo o percurso realizado por um material desde que entra na empresa até que dela sai com um grau determinado de transformação.” Martins e Laugeni (2002, p. 320), No planejamento do processo, conforme Burbidge (1981), devemos levar em conta alguns aspectos e características relevantes que auxiliam na escolha do melhor processo produtivo para a fabricação de determinado produto. De acordo com Buffa (1979), processamento dá a ideia de transformação. O projeto de um processo descreverá uma transformação que pode ter como efeito: • uma alteração química, • uma mudança do perfil ou da forma básica, • uma adição ou uma subtração de peças de um conjunto, • uma mudança na localização do que é processado, como acontece nas operações de transporte, • uma provisão ou o processamento em sistemas de informação, como ocorre nas operações de escritório, O projeto do processo de produção, segundo Buffa (1979), tem cinco fases: 1. Análise do produto e elaboração de diagramas: a análise do produto ajuda a determinar os passos gerais do projeto. • Diagramas são um modelo do processo completo de manufatura, em um nível de informação e detalhe bastante alto. Os diagramas de montagem especificam a sequência de montagem e os grupos de peças; os diagramas de operações a sequência preferencial das operações, o equipamento, as ferramentas especiais e os acessórios; e os diagramas de fluxogramas operacionais, além das operações, demonstram as atividades de transporte e armazenamento. Diagrama de montagem. Diagrama de Operações Fluxograma É um tipo de fluxograma muito utilizado para processos que não se restringem a uma única área ou departamento. 2. Decisão entre comprar ou fabricar: o principal critério entre comprar ou fabricar está baseado no custo benefício. Porém, fatores como qualidade, regularidade de fornecimento, controle de segredos comerciais, patentes, recursos para pesquisa e desenvolvimento de um fornecedor e necessidade de fontes alternativas de suprimento, dentre outros fatores, também devem ser considerados na decisão entre comprar ou fabricar o produto ou componente. 3. Decisões do processo: a escolha entre processos alternativos está baseada em diversos fatores, dentre os quais, podemos destacar alguns: o volume de produção, custos de cada alternativa (maquinário, manutenção, ferramental, energia, suprimentos, mão de obra, pessoas), tempos de montagem e operação, tolerância, especialização requerida da mão de obra e qualidade. 4. Posição do processo e projeto de ferramenta: a posição do processo diz respeito ao seu layout dentro da fábrica, que, muitas vezes, pode ser bastante complexo e de extrema importância se considerarmos, por exemplo, as células de manufatura. Já os projetos de ferramentas se relacionam aos instrumentos necessários para as operações. 5. Fichas de encaminhamento ou operações de processo: nelas encontramos a especificação de como a peça será feita. A ficha de encaminhamento mostra as operações necessárias e a sua sequência preferencial, especifica a máquina ou equipamento a ser empregado e dá o tempo estimado de preparo da máquina e ferramental e o tempo de usinagem da peça. A determinação das ferramentas, do tempo padrão e da estimativa de custo são, para Zaccarelli (1986), aspectos muito importantes do projeto do processo. A seleção das ferramentas deve ser feita de maneira que não obrigue o trabalhador a se adaptar aos equipamentos e ferramentas, mas que eles sejam projetados em função do trabalhador. É necessário rever sempre os processos de produções, para verificar a real necessidade de cada processo realizado. • possibilidade de mudanças na sequência das operações• modificações do arranjo físico, • fornecimento de ferramentas ou dispositivos especiais, ou uma alteração no projeto do produto . Os resultados que essas modificações podem trazer devem ser comparados com os resultados obtidos com os procedimentos atuais, permitindo decidir sobre sua viabilidade. As reavaliações do processo são constantes, assim como são no produto, pois fazem parte de um contexto aceleradamente mutável e complexo. 5. Projeto da Cadeia de Valor Cadeia de Valor é uma série de atividades inter- relacionadas, sendo que cada uma delas contribui para transformação e valorização do produto. O importante é perceber que qualquer uma dessas atividades deve agregar valor ao produto. Agregar valor é fazer com que a atividade seja significativa e que valorize o produto. Em outras palavras, que dê ao produto alguma característica pela qual o cliente esteja disposto a pagar!!! No entanto, o que exatamente é agregar valor? Cadeia de Valor é um modelo criado pelo professor Michael Porter relaciona os processos que gera valor para clientes e vantagem competitiva para as empresas. Seu objetivo é identificar os fluxos e processos dentro de uma empresa e como eles contribuem para gerar valor. A cadeia de Valor é dividida por: Processos Essenciais e Processos de Apoio. Processos Essenciais: são aqueles que se relacionam diretamente com a atividade fim de uma empresa, ou seja, criação de produtos e oferecimento de serviços. São as atividades que agregam valor para o cliente externo da organização. Exemplo: Logística interna e externa; Produção; Operação; Vendas; Marketing entre outros. Processos de Apoio: Os processos de apoio, como o próprio nome diz, dão suporte aos processos essenciais, oferecendo recursos necessários ao funcionamento em sua melhor capacidade, contribuindo para a execução dos processos essenciais (principais) da cadeia de valor. Exemplo: Recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, contabilidade, finanças, desenvolvimento tecnológico, gerenciamento, compras, infraestrutura entre outras. O inter-relacionamento dos processos essenciais e de apoio A Rede de Valor Essa cadeia de valor é formada pelos processos internos da operação, por processos externos realizados em parcerias, pelos fornecedores e pelos clientes, posicionando a organização no centro de uma rede de suprimentos. Quer dizer então, que para um produto chegar nas mãos de um cliente, as atividades necessárias vai muito além da própria organização, e que é inevitável o envolvimento de outras empresas? Sim. Matérias-primas, por exemplo, não são produzidas na empresa, mas adquiridas de terceiros, que por sua vez fazem parte de sua própria rede de suprimentos. Cada empresa “tece” a sua própria rede, de modo que ela se ajuste da melhor forma possível à sua estratégia. Observe na figura a seguir. Aqueles entes da rede que têm contato direto com a nossa organização, sejam eles fornecedores ou clientes, são denominados de “primeira camada”. Os clientes ou fornecedores destes são denominados de “segunda camada”, e assim sucessivamente. No centro dessa rede está a nossa empresa Verticalização da Produção Metodologia que centraliza a cadeia de produção. Ou seja, essa estratégia tem como principal objetivo fazer com que a empresa produzirá internamente tudo que conseguir, desde a matéria-prima até a distribuição dos produtos. Nesse tipo de gestão, comum no início do século, toda a produção estará sob a inteira responsabilidade da própria empresa. Vantagens • Maior controle na cadeia de suprimentos; • Aumento no catálogo de produtos vendidos; • Mais independência em relação aos terceiros; • Autonomia com a produção e as vendas; Desvantagens • Investimento inicial alto para assumir todas as produções; • Gastos recorrentes com danos em materiais e erros de produção; • Necessidade de aumentar a estrutura corporativa; • Possível redução na qualidade do produto. https://www.linkana.com/blog/compras-cadeia-suprimentos/ Horizontalização da Produção Estratégia onde a maior parte dos itens que compõem o produto final é adquirida de terceiros. Ou seja, nesse método, a empresa deixa grande (senão toda) a parte de produção na cadeia de suprimentos nas mãos dos fornecedores. Vantagens • Redução de custos na produção; • Maior foco nos produtos produzidos internamente, aumentando a qualidade; • Maior flexibilidade para definir os volumes de produção Desvantagens • Maior dependência de terceiros; • Menor controle da tecnologia; https://conteudo.movidesk.com/reducao-de-custos-empresa/ O Equilibrio das Capacidades Um aspecto bastante relevante para a estruturação de uma cadeia de valor é a análise das capacidades de produção dos entes que fazem parte desta cadeia. Imagine que você tem uma empresa de confecção que tem uma demanda de 20.000 peças por dia e você opta por terceirizar os processos de costura. Pergunta: se na cidade em que essa confecção estiver localizada só há um pequeno fornecedor de serviços de costura, com capacidade para 5.000 peças por dia, será que esta rede estaria equilibrada? Resposta: Não. Uma rede de suprimentos ou cadeia de valor deve ter uma capacidade produtiva adequada à demanda do produto final, ou seja, precisa “dar conta do recado”. As capacidades dos entes da rede são determinantes para a decisão entre verticalizar e horizontalizar processos. Terceirização X OUTSOURCING Estas duas técnicas são parte integrante das mais modernas formas de gestão das organizações. Terceirização: há o envio de recursos da organização compradora para a terceira, que acaba por desenvolver uma parte das atividades de transformação que seriam realizadas pela empresa contratante. Outsourcing: é uma simples compra de componentes ou produtos completos de fornecedores, que nesta situação não realizam parte do processo, mas ele como um todo Terceirização OUTSOURCING Seja qual for a modalidade escolhida, o fato de envolver outros entes de uma rede de suprimentos traz vantagens consideráveis para a organização, como: Especialização do fornecedor: o fornecedor é especialista naquilo que está disponibilizando para o mercado, portanto, conhece muito mais a atividade do que você mesmo. Ex.: Não seria interessante para uma montadora de automóveis fabricar internamente faróis, pois há no mercado empresas dedicadas a isto, que o farão muito melhor Foco na atividade central: com parte das atividades sendo desenvolvidas por terceiros, a organização pode se focar naquilo que melhor sabe fazer, ou seja, o seu negócio principal. Voltando ao exemplo da montadora, ela poderá se dedicar a fazer um carro melhor, desenvolvendo alternativas para outros processos que sejam problemáticos. Economia de escala: o terceiro, como atende outras empresas, pode baratear seus processos em função dos volumes que produz. Como ele atende a uma carteira de clientes, tem a possibilidade de aperfeiçoar o uso de seus recursos produtivos, baixando os custos fixos em função do volume acumulado. Já a organização contratante tem um ganho em função do impacto dessas melhorias no preço que paga pelo produto que comprou e/ou contratou. Compartilhamento do risco: transformar custos fixos em variáveis é uma das alternativas para reduzir custos de uma organização. Ao transferir parte dos processos para outras organizações, a empresa também está transferindo os custos e os riscos. Exemplificando, se o mercado tiver uma queda significativa, o contratante não terá de se preocupar com os custos fixos de salários. Neste caso a empresa não paga a ociosidade da mão de obra em períodos de baixa demanda e este custo fica com o terceiro. Para Praticar 1. Explique o que é e qual a finalidade de um Projeto de Processo de Produção. 2. Para Buffa (1979), o projeto do Processo tem cinco fases. Cite e explique cada uma delas 3. O que caracteriza os processos essenciais em uma cadeiade valor? 4. Explique o que é uma cadeia de valor. 5. Explique o que vem a ser o equilíbrio de capacidade em uma cadeia de valor. 6. Defina terceirização e outsourcing, destacando o que os difere. 7. Explique sucintamente as vantagens de uma terceirização. 6. Projeto do trabalho Trabalho. Eis um termo que tem causado controvérsias ao longo do tempo. A própria etimologia da palavra nos remete a um passado sombrio. Sua origem é do latim, tripalium, que a maioria dos dicionários aponta como sendo um instrumento de tortura, e outros como um instrumento de três paus “tri” (três) e “palus” (paus) utilizado por agricultores para bater o trigo. Ainda é possível ligar o tripalium ao verbo do latim vulgar tripaliare, que significa “torturar”. Seja como for, denota sofrimento. Um dos papéis do gestor de operações é lidar com as pessoas que realizam o pacote de valor, ou seja, produzem. Pessoas com diversidade cultural e educacional, anseios diferentes, pressões ambientais e conjunturais diversas requerem habilidades novas desse gestor. Corrêa e Corrêa (2006) Antigamente bastava fazer as pessoas trabalhares de forma produtiva, porém os novos tempos requerem que se vá além disso. Hoje é necessário transformar as habilidades e os talentos individuais em sinergia (indica o resultado grupal em uma atividade qualquer) , oferecendo diferenciais competitivos para a organização O trabalho é um conjunto de atividades realizado pelas pessoas para a entrega do pacote de valor, ou seja, o produto. Corrêa e Corrêa (2006) Elementos do trabalho Para que o resultado desse trabalho seja maximizado, ele dever ser especificado e projetado em todos os seus elementos. Somente dessa forma é possível atender critérios de desempenho objetivados pela organização, proporcionando desenvolvimento e respeitando as limitações das pessoas. Há um grande número de decisões a serem tomadas no momento em que um determinado trabalho é projetado. A maneira como essas decisões são tomadas é que tem sido alvo de um processo contínuo de evolução. Questões 1 - 1- Em relação aos objetivos de desempenho da Administração da Produção e de Operações, é correto afirmar que: A. qualidade significa fazer barato as coisas; B. confiabilidade significa quanto tempo os consumidores precisam esperar para receber seus produtos ou serviços; C. marca significa fazer as coisas em tempo para os clientes receberem seus produtos conforme prometido; D. flexibilidade significa a capacidade de mudar a operação; E. custo significa o preço final a ser pago pelo cliente. 2- Analise as afirmativas abaixo que tratam da área de Planejamento e Controle da Produção. 1. O propósito do planejamento e controle é garantir que eficazmente se produzam os produtos e serviços como devem ser. 2. O planejamento e controle da produção não atribui importância ao estoque de matéria prima. 3. Planejamento e controle da produção, apesar de serem tratados conjuntamente na Administração da Produção, são funções distintas. 4. Incertezas de fornecimento e de demanda afetam a complexidade do planejamento e controle da produção. • Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. A. São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. B. São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. C. São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. D. São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. E. São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. 3- Assinale a alternativa correta sobre gestão da cadeia de suprimentos. A. Uma cadeia de suprimentos é um conjunto de empresas que compram produtos ou serviços de uma organização. B. As compras e o desenvolvimento de fornecedores estão relacionados diretamente com as atividades de marketing de uma organização. C. A gestão da distribuição física é um sinônimo de gestão de estoques. D. A gestão da cadeia de suprimentos é realizada geralmente pelo setor encarregado da área de finanças nas empresas. E. A gestão da cadeia de suprimentos não se limita à abrangência restrita das fronteiras da empresa. 4- Analise o texto abaixo: A________________________ pode ser definida como uma lacuna entre as expectativas dos consumidores em relação a esse produto e suas percepções em relação ao mesmo produto. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto. A. função produção B. produção eficiente C. administração da produção D. metodologia da qualidade total E. qualidade percebida de um produto 5- Assinale a alternativa correta sobre Planejamento e Controle da Produção. A. O equilíbrio entre planejamento e controle não muda ao longo do tempo. B. O planejamento e o controle da produção são limitados pelos recursos organizacionais. C. O planejamento da produção costuma ser feito sempre de forma participativa. D. O carregamento da produção indica quando as atividades produtivas serão iniciadas e terminadas. E. A programação da produção dita a quantidade de trabalho que é alocada a cada parte da operação. 6 - Com base no processo de análise de valor, aplicado a um contexto de uma montadora de automóveis, é considerada uma ação redutora de valor do produto aquela que: A. adicione um aparelho de ar-condicionado e reduza o preço do automóvel; B. diminua a potência do motor e mantenha o preço do automóvel inalterado; C. instale um teto solar e aumente o preço do automóvel; D. retire o aparelho de som e reduza o preço do automóvel; E. adicione uma TV portátil e mantenha o preço do automóvel inalterado. 7 - O foco da cadeia de suprimentos, que integra os processos de um determinado negócio, desde o fornecedor até o usuário final, é o: A – Fornecedor B – Acionista C – Cliente D – Distribuidor E – Produtor 8 - Uma empresa do setor alimentício verificou que, nos últimos dois meses, apresentou uma perda expressiva em seu processo produtivo, decorrente de muitas falhas. Depois de uma primeira análise, foi detectado que as perdas ocorreram por demoras existentes entre um processo e outro e pela inexistência de uma sequência adequada dos processos intermediários, além da falta de monitoramento do desempenho dos processos. Após essa análise, identificou-se que seria adequada a utilização de ferramentas que auxiliassem na compreensão da interdependência dos processos. A ferramenta adequada a esse objetivo é: A – Fluxograma B – Folha de Verificação C – Diagrama de Pareto D – Matrix GUT E – Diagrama de Causa e Efeito 9 - Cadeia de Valor, segundo Porter, é uma forma de apresentar uma organização e suas atividades de relevância estratégica, destacadas em função do setor no qual se insere. Isso permite aos planejadores e gestores compreender o seu comportamento e tomar decisões em busca da potencialidade de diferenciação e obtenção de vantagem competitiva. No que diz respeito à Cadeia de Valor Genérica de Porter, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) A cadeia de valor está dividida em atividades essenciais e atividades de apoio. ( ) A logística interna e a logística externa são atividades essenciais das organizações. ( ) A gerência de operações e a tecnologia são atividades de apoio ao funcionamento. As afirmativas são, respectivamente, A – V, F e F B – F, F e V C – F, V e V D – V, V e F E – F, V e F 10 - Com relação às atividades descritas por Porter na Cadeia de Valores, analise as afirmativas a seguir I. Tanto a logística interna quanto a logística externa são consideradas atividades primárias das empresas. II. Quando a Cadeia de Valor é detalhada o suficiente, o desempenho relativo da empresa pode ser determinado. III. Sua utilização permite mostrar potencialidades para alianças estratégicas e acordos de fusões e aquisições. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I e II, apenas e) I, II e III. Estratégia e Produção 1. Introdução Estratégia Para Serra, Torres e Torres (2004), o termo “estratégia” tem origem militar. A palavra strategia,do grego antigo, significa qualidade e a habilidade do general. Ou seja, é a capacidade de organizar as campanhas militares de forma a atingir os objetivos estabelecidos. Sendo assim, estratégia de produção é: Estratégia de produção é a mobilização dos recursos organizacionais de forma organizada e planejada, de modo que se possam maximizar as possibilidades de atingir os objetivos traçados para a empresa e minimizar os riscos nas tomadas de decisões. Conectando Estratégias Corporativas e Funcionais As decisões dentro de uma organização, são tomadas de acordo com os seus níveis. Estratégico: se refere às grandes decisões tomadas em uma empresa, normalmente pelo grupo diretivo (Exemplo: a decisão de lançar uma nova linha de produtos). Tático: decisões tomadas, normalmente no nível gerencial, com o objetivo de operacionalizar as decisões do nível estratégico (Exemplo: a definição do fornecedor dos novos equipamentos necessários a esta nova linha de produtos). Operacional: decisões tomadas na base operacional, que normalmente têm a missão de materializar as decisões dos níveis estratégicos e táticos (Exemplo: a instalação destes novos equipamentos começará quando? Será realizada por quem?) Essa abordagem tradicional tem um foco no curto prazo. O que está se propondo dos dias de hoje é a extensão do horizonte de planejamento da produção, com olhos para o futuro organizacional e incorporando os reflexos de suas decisões no âmbito da empresa, considerando todas as funções nela realizadas. Erro comum é planejar a produção somente com foco nela própria, deixando de lado os objetivos estratégicos corporativos. Skinner (1969 apud CORRÊA; CORRÊA, 2006, p.55), analisa o “porquê” de gerir estrategicamente uma operação e aponta os seguintes motivos. • As operações, tanto de manufatura como de serviços, envolvem, numa grande quantidade de situações, a maior parte dos investimentos em capital das organizações. Sendo assim os resultados operacionais e financeiros dependem do sucesso e a organização da produção. • As decisões tomadas na produção, são praticamente irreversíveis, seja pela dificuldade em fazê-lo, seja por uma questão do alto custo para desfazê-las. Isso implica em responsabilidade na tomada de decisões. • As decisões estratégicas impactam diretamente sobre a forma como a empresa será capaz de competir no mercado. A conexão entre produção e gestão é diretamente ligada aos resultados obtidos, pelo fato de ser a produção a “geradora de valor” da organização e também a grande “consumidora de recursos”. A sua gestão não pode ser restrita, com visão de curto prazo, introspectiva e reativa. A dinâmica dos negócios não permite isso. Nem sempre estratégias bem elaboradas conseguem atingir os objetivos esperados. Um dos motivos é a diferença de interpretação dada a esta estratégia nos diversos níveis hierárquicos da organização como: • Interesses pessoais, • valores, percepções diferentes, • política organizacional, • disputas de poder, etc. Em tal situação, se algum dos níveis hierárquicos fizer uma interpretação incorreta da estratégia, este erro será repassado para todos que estiverem abaixo. Este fenômeno da interpretação da estratégia ao longo da pirâmide organizacional foi chamado por Balogun e Johnson (2005) de Sensemaking, que numa tradução livre poderia ser entendido como “fazendo sentido”. Os papéis da Produção Quais são os papeis a serem exercidos pela função produção? Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), são: Implementadora (ou executora): a produção deve fazer a estratégia acontecer, transformando decisões estratégicas em realidade operacional. Como implementadora, cabe à produção colocar em prática as decisões. Por mais extraordinária que fosse uma estratégia, nenhum resultado igualmente extraordinário seria obtido se a produção fosse inepta para colocá-la em prática. Apoiadora (ou seguidora): a produção deve apoiar a estratégia, desenvolvendo objetivos apropriados para a utilização dos recursos que administra. A produção tem a responsabilidade de criar as condições para que a estratégia seja colocada em prática. Diretor: - Vamos lançar uma linha de camisetas bem coloridas, para atender aos jovens da região nordeste. Gerente: - Impossível Sr. Diretor. A nossa máquina de estampar consegue reproduzir, no máximo, quatro cores! Não dá! Imagine a cena: Como se pode perceber, apoio definitivamente não é a base da resposta do gerente de produção Contudo, será que a resposta não poderia ser? Gerente: - Sr. Diretor. A nossa máquina de estampar consegue reproduzir, no máximo, quatro cores! Precisaríamos de um tempo para que pudéssemos comprar uma máquina com a capacidade necessária! Acredito que seriam necessários dois meses e estaríamos prontos para esse tipo de lançamento! Impulsionadora (ou líder): a produção deve fornecer os meios para a obtenção de vantagem competitiva. Como impulsionadora a produção oferece o diferencial que permite criar as melhores condições para o sucesso da empresa. Nesta situação ela acaba oferecendo até mais do que se esperava dela, dando à empresa a possibilidade de escolhas. Encaixam-se neste contexto, os saltos tecnológicos, as melhorias de processos e coisas do gênero Na medida em que se aumenta a capacidade de resposta da produção às demandas do mercado, maior seria o impacto de suas ações na estratégia corporativa. (Hayes e Wheelwright (1984, apud SLACK et al. 2008, p. 63) Os 04 estágios da Produção 1 - Indica uma produção que mais atrapalha do que ajuda na conquista dos objetivos estratégicos. Passiva, puramente reativa, mostra-se incapaz de contribuir 2 - A produção já tenta se comparar aos concorrentes. Ainda não tem uma capacidade criativa, mas já consegue identificar as melhores práticas da concorrência e adequá- las para seu próprio uso. 3 – A produção já está entre as melhores do mercado. Ainda não é a melhor, mas pode conseguir isso assimilando claramente os objetivos estratégicos de sua organização. 4 - a produção já tem a capacidade de oferecer diferenciais competitivos importantes para a organização, deixando de ser mera executora para ser partícipe efetiva da definição das estratégias globais. Objetivos de Desempenho Objetivos de desempenho atuam como se fossem “bandeiras” acenadas pela organização, através das quais a empresa diz ao mercado como quer ser reconhecida. Esses objetivos devem estar associados ao planejamento estratégico. Exemplo: De nada adianta você incluir no cardápio uma pizza de qualidade extraordinária, que leva duas horas para ficar pronta, se a sua empresa é um disque-pizza. O cliente tem pressa e com certeza não estaria disposto a esperar duas horas pela sua pizza extraordinária, mas totalmente desconectada da estratégia organizacional e do interesse do público-alvo. Slack et al. (2008) sugerem os seguintes objetivos • Qualidade: produzir bens/serviços com desempenho de qualidade mais alto do que a concorrência. (Exemplo: Ferrari). • Velocidade: ser mais ágil do que a concorrência no atendimento dos clientes. (Exemplo: Sedex, McDonald’s, lojas de disque-pizza). • Confiabilidade: ter confiabilidade na entrega dos bens/serviços melhor do que a concorrência, ou seja, cumprir as promessas. (Brastemp, correio, bombeiros etc.). • Flexibilidade: ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e inesperados. ( Empresas de serviços customizados, empresas que atendem necessidades específicas do cliente). • Custo: produzir bens/serviços a um custo mais baixo do que a concorrência. (Lojas de R$ 1,99, Casas Bahia etc.). • Ético-social: produzir bens/serviços respeitando a ética nos negócios e a sociedade em geral. (O Boticário). Conceitos de Trade - Offs A organização não pode, nem deve, ser excelente em tudo. O conceito de trade-offs de Skinner (apud CORRÊA, CORRÊA, 2006, p. 56), segundo o qual é impossível para a organização aumentar substancialmenteo seu desempenho em todos os aspectos. Exemplo: A rede Casas Bahia. Ela é reconhecidamente focada em um público de baixa renda, tendo como objetivo de desempenho básico o “custo”. Contudo, dificilmente ela seria capaz de atender um público de alto poder aquisitivo e extremamente exigente. Para Corrêa e Corrêa (2006), as empresas classificam esses critérios em três grupos: • Qualificadores: dão condições para a empresa participar do mercado que escolheu. Por exemplo, sua empresa deve trabalhar de forma social e ambientalmente aceitável se desejar participar de mercados desenvolvidos, nos quais tais atitudes são avaliadas. • Ganhadores de pedidos: servem como definidores da decisão de compra do cliente. São vantagens competitivas que levam os clientes a optar pela sua empresa e não pelo concorrente. Se você oferecer produtos em consignação para um cliente que não tem certeza de quanto ele poderá revender, você estará oferecendo algo que lhe dá tranquilidade e o leva à decisão de comprar de você. • Indiferentes: esses critérios não afetam a decisão de compra. Se você produz extrato de tomate, não interessa ao cliente se você compra tomates do fornecedor A ou do fornecedor Para Praticar 1. Cite e explique os 03 níveis estratégicos de uma organização. 2. A forma como se toma as decisões em cada nível afeta diretamente a estratégia de produção. Baseado no estudo feito em sala de aula, na sua opinião como o nível estratégico e tático devem agir para que essas decisões sejam as melhores para empresa? 3. O que é Sensemaking? 4. Quais são os três papeis básicos da produção, segundo Chambers e Johnston? 5. O que é objetivo de desempenho? O que o gestor precisa saber sobre isso para tomar a melhor decisão? Estratégia e Produção Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 61), sugere que a estratégia da Produção pode ter diferentes interpretações e influências, variáveis em função da perspectiva sob a qual se faz a interpretação. A estratégia da produção é um reflexo “de cima para baixo” (top down) do que o grupo ou negócio todo deseja fazer. A estratégia da produção é uma atividade “de baixo para cima” (bottom-up), em que as melhorias da produção cumulativamente constroem a estratégia. A estratégia da produção envolve traduzir os requisitos do mercado em decisões da produção. A estratégia da produção envolve explorar as capacidades dos recursos da produção em mercados eleitos. Nenhuma delas dá uma ideia precisa do que vem a ser a Estratégia de Produção, mas juntas demonstram as pressões envolvidas na sua elaboração. Perspectiva Top-Down Implica em acreditar que a estratégia funcional é definida pelos níveis hierárquicos superiores e que estes, ao formularem as estratégias corporativas, consideram as circunstâncias, experiências e capacidades de sua operação. Nesta perspectiva, importantes decisões estratégicas da corporação serão consideradas, tais como: • Em que negócios a empresa quer estar? • Que negócios adquirir, vender ou com quem se associar? • Como distribuir dinheiro entre os diferentes negócios? • Como gerir as relações entre esses negócios? Estas, por sua vez, influenciarão as estratégias para os diferentes negócios que a empresa optou por investir. Essas decisões poderiam, por exemplo, passar pelos seguintes tópicos: • Definição da missão do negócio. • Definir objetivos estratégicos, como metas de crescimento, retorno sobre o investimento, geração de caixa etc. • Definição dos objetivos de desempenho do negócio. • Definir a forma como competir nos mercados escolhidos. Para finalmente influenciar as decisões estratégicas funcionais, passariam por: • Que papel assumir para contribuir com os objetivos da organização? • Como traduzir objetivos corporativos em objetivos funcionais? • Como gerir os recursos? • Quais as prioridades de melhoria de desempenho? Perspectiva Bottom-up À medida que a operação vai vivendo e experimentando a realidade, vai aprendendo com ela e se ajustando. A ideia de moldar a estratégia na experiência da operação também é conhecida como “estratégia emergente”. Uma vez colocada em prática uma estratégia do tipo top-down, o seu exercício diário pode mostrar outros caminhos. Isto acontece porque esta estratégia é um exercício teórico. Cabe a esta perspectiva bottom-up perceber os pontos de destaque e maiores potencialidades da organização, construindo a noção do que deveria ser a estratégia e consolidando esta alternativa como a nova estratégia formal. Perspectiva do Mercado A organização escolhe os objetivos de desempenho através dos quais deseja ser reconhecida no mercado. Cabe a organização ajustar a sua estratégia funcional tomando em consideração estes objetivos. Sim. Pois eles são expectativas do mercado, devem ser encarados como essenciais. Nenhuma empresa pode sobreviver cometendo erros significativos e contínuos no atendimento do mercado que se propõem atender. Slack, Chambers e Johnston (2009) afirmam que esses objetivos de desempenho geram três tipos de influências que impactam diretamente na estratégia funcional: a) Necessidades dos consumidores. b) Estágio do ciclo de vida. c) Ações dos concorrentes. Necessidade dos consumidores Os interesses dos consumidores orientam as ações da operação da empresa. Um interesse específico do consumidor orienta as decisões do objetivo de desempenho a ser perseguido pela operação, indicando, assim, o caminho estratégico da função Produção. Estágio do Ciclo de Vida Perspectiva da Operação Esta perspectiva se baseia na premissa de que a empresa conquista vantagem competitiva em função do bom uso dos recursos produtivos que têm disponíveis. • Recursos da operação: é avaliar a disponibilidade de recursos transformadores e transformados que a organização tem, e se com isto consegue atender o mercado-alvo. • Capacitações da operação: uma operação não pode entrar em um mercado se não tiver a capacidade de produzir de forma que o satisfaça. Trata-se da capacidade de atender o volume demandado, com a qualidade esperada. As restrições devem ser consideradas. • Processos da operação: é a capacidade que a organização tem de usar adequadamente os recursos que tem disponível. Tem importância neste aspecto atributos intangíveis, como a relação com fornecedores, a competência técnica do quadro de profissionais, a capacidade de desenvolvimento de novos produtos, por exemplo. Para Praticar 1. Descreva com a sua opinião, sobre os efeitos da interpretação incorreta da estratégia corporativa sobre a estratégia da função produção. 2. Em sua opinião, qual a grande utilidade do conceito trade off? 3. Explique as quatro perspectivas da estratégia de produção.