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História e teoria da arquitetura e do urbanismo Brasil prevalência da arquitetura carioca Início do século XX A arquitetura brasileira apresentava uma arquitetura sem originalidade: imitações. Reproduções mais ou menos fiéis, e verdadeiras miscelâneas de estilos históricos floresceram no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outras cidades grandes do país. No entanto podemos observar diferenças regionais, especialmente no Rio de Janeiro, a capital federal, e em São Paulo, a metrópole com grande crescimento graças à comercialização do café. A escola carioca O verdadeiro neoclássico foi introduzido pela Missão Artística Francesa, que veio ao Brasil em 1816. Grandjean Montigny, fundador da Escola de Belas-Artes do Rio exerceu considerável influência - ele impôs um neoclassicismo puro, construindo edifícios de qualidade. Fachada da Academia Imperial de Belas-Artes Rio de Janeiro (1826) Auguste-Henri-Victor Grandjean Montigny Casas - influência portuguesa: fachadas semelhantes, alinhadas à rua Edifícios públicos - influência francesa: Neoclassicismo, ecletismo... Rua Florêncio de Abreu, 1902 Secretarias de Estado A escola carioca Francisco Pereira Passos, quando prefeito do Rio (1902-1906), destruiu parte do centro antigo para abrir amplas avenidas das quais a principal foi a Avenida Central (hoje Rio Branco) - influência de Paris (plano Haussmann). Demolições para a construção da Avenida Central, 1904-1905 Museu Nacional de Belas Artes, 1908 - Rio de Janeiro Adolpho Morales de Los Rios (1858-1928) Teatro Municipal, 1909 - Rio de Janeiro (influência: Ópera de Garnier) Francisco de Oliveira Passos A escola carioca No momento em que se aplicava o princípio de Haussmann, quase todos os edifícios públicos obedecem aos estilos classicizantes. Hotel Copacabana Palace, 1920 - Rio de Janeiro André Gire (1872-1933) A escola carioca Depois da Primeira Guerra Mundial, a influência francesa foi reforçada pela presença de vários arquitetos vindos da França. Conservam princípios do classicismo (simetria, senso de proporção...), mas procuram romper com o passado, tirando proveito de novos materiais, especialmente do concreto armado. O Neocolonial 1914 - Conferência A Arte Tradicional no Brasil, proferida pelo engenheiro português Ricardo Severo, é considerada o marco inaugiral do movimento Neocolonial. Destaque à modéstia do patrimônio arquitetônico brasileiro. Objetivo: localizar as origens portuguesas da arquitetura brasileira do período colonial. Ilustrações apresentadas em A Arte Tradicional no Brasil Ricardo Severo (1869-1940) Duas pequenas casas brasileiras - Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil Jean Baptiste Debret (1768-1848) O Neocolonial Jean Baptiste Debret (1768-1848) Referência: estudos de Debret O começo da arquitetura “moderna” “(...) os estilos históricos não desapareceram de um momento para o outro, o movimento “moderno” não surgiu repentinamente. Por mais que assim possa parecer, ele é no entanto resultado da evolução do pensamento de alguns grupos de intelectuais brasileiros, especialmente paulistas, evolução essa que criou um mínimo de condições favoráveis, sem as quais as primeiras realizações do gênero não terial frutificado.” Yves Bruand - A arquitetura contemporânea no Brasil. A vanguarda paulista Os movimentos de vanguarda europeus, que agitaram as letras e as artes no início do século XX, não tiveram repercussão alguma no Brasil, até o término da I Guerra Mundial. 1912 - poeta Oswald de Andrade toma conhecimento do Manifesto de Marinetti e empenha-se na divulgação dos princípios futuristas: mesmo rejeitando os valores do passado, utiliza os mesmos para exigir uma arte “nacional”. 1913 - exposição de Lasar Segall 1914 e 1917 - exposições de Anita Malfatti 1922 - Semana de Arte Moderna Catálogo da Semana de Arte Moderna, 1922 A Semana de Arte Moderna Diversos literatos, 4 pintores (Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do rego Monteiro e John Graz), 1 escultor (Brecheret) e 1 compositor (Villa-Lobos) participaram da Semana. O arquiteto: Antonio Garcia Moya - autor de casas inspiradas na tradição mourisca espanhola, que em suas horas livres, desenhava uma arquitetura visionária que agradava aos “futuristas”. Projeto de residência, 1928 Antonio Garcia Moya (1891-1949) Desenho arquitetônico (carvão sobre papel), 1921 Antonio Garcia Moya (1891-1949) Gregori Warchavchik A Semana de Arte Moderna abriu novas perspectivas para a arquitetura e Gregori Warchavchik, arquiteto russo, soube aproveitar esta oportunidade. 1927 - projeta a primeira obra pessoal: sua própria residência, à Rua Santa Cruz. Obstáculos: censuras, falta de materiais industrializados... Inovações: somente no campo estético. Casa do arquiteto, 1927-28 Gregori Warchavchik (1896-1972) Projeto da fachada apresentada ao serviço de censura Fachada da casa construída São Paulo X Rio de Janeiro A obra de Warchavchik representou uma etapa necessária, já que tornou possível o rompimento com a influência da tradição e o estabelecimento de um novo vínculo com as correntes vivas da arquitetura internacional. Porém, não conseguiu impor essa arquitetura de modo definitivo. O passo decisivo foi dado alguns anos mais tarde no Rio de Janeiro, então Capital Federal, por uma equipe totalmente brasileira liderada por Lúcio Costa, inspirado em Le Corbusier.
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