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Síntese: O Programa de Recuperação do Centro Histórico de Salvador e as lições das Cartas Patrimoniais. Wilson R. dos S. Júnior e Paula M. Braga As intervenções em áreas históricas e em centros urbanos devem atender a sua população de origem, suas necessidades, preservando sempre a sua história. O surgimento das Cartas Patrimoniais vai contribuir com o posicionamento e os limites desses trabalhos de restauro. Vai fluir para a economia local, sendo possível reverter a degradação dessas áreas com a renda do turismo. Porém, com foco no turismo aplicado de forma isolada de outras atividades não é suficiente para a manutenção, criando um novo conselho para revisar as formas de intervir, resultando na importância do resgate da função social, da população e da cultura local. Contextualização ■ Situado no chamado Centro Histórico de Salvador (CHS), parte mais alta da cidade. ■ Área territorial: 0,78 km² ■ População: 5.985 habitantes (IBGE, 2010) ▪ Integra o sítio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e é reconhecido pela (UNESCO) como Patrimônio da Humanidade desde 1985; ▪ Por ser considerado o primeiro bairro de Salvador, sua instalação data do século XVI, com a fundação da cidade, onde foram construídos casarões e sobrados inspirados na arquitetura barroca; ▪ Espaço propício a manifestações culturais da população baiana; ▪ Exemplares da arquitetura colonial, barroca e rococó. PELOURINHO → local de tortura Refere-se a um poste de madeira ou pedra com argolas de ferro, erguido em praça pública e utilizado como instrumento de punição e tortura de escravos e infratores. Também eram postos avisos do poder público direcionados para o povo. Abandono e Expulsão ■ Com a extinção da escravidão e as nova concepção de moradia, os moradores (grandes negociantes, senhores de engenho) migraram para outros bairros; ■ Com o abandono, a área começou a ser locada por grupos de baixa renda, que também deixaram de morar nesses espaços. ■ 1950 - com as crescentes obras públicas advindos do urbanismo moderno e um aumento da população, o Pelourinho se tornou um lugar perigoso e de ruínas. ■ A partir de 1991 - com o projeto de revitalização do Centro Histórico, houve um processo de gentrificação que expulsou a grande maioria dos moradores de baixa renda. O Centro Histórico perdeu metade da população em 20 anos. Fotografia de 1967 ou 1968 Em torno de 1950 Revitalização ■ 1991 - Se deu início ao processo de Revitalização do Centro Histórico, concedido em 7 etapas. ■ Objetivo: Gerar uma valorização dos imóveis, possibilitando o retorno de investimentos econômicos (Botelho, 2005, pg. 53-71) e consolidar o turismo cultural na área. Primeira Fase: 4 etapas ■ De 1992 a 1995 ■ Ideia: Transformar a área em um “shopping ao ar livre” Segunda Fase: 3 etapas ■ De 1996 a 1999 ■ Foram realizadas obras complementares (estacionamentos), proteção de monumentos e recuperação de edifícios históricos. ■ O Pelourinho se compõe por edifícios de até três gabaritos, após a revitalização, em sua maioria coloridos; apresenta ruas enladeiradas, estreitas e feitas de paralelepípedos. São encontradas nele diversas atividades de lazer e eventos culturais, como: museus, igrejas, bares, restaurantes e teatros. Relação edifício Restaurante Cuco Bistrô Terraço Casa do Amarelinho Teatro XVIII Pelourinho Entorno e Cidade Terreiro de JesusLargo do Pelourinho Fundação Jorge Amado Igreja de São Francisco Entorno e Cidade Teatro XVIIIPrefeitura Elevador Lacerda Conceito e Partido T IP O L O G IA S A R Q U IT E T Ô N IC A S P R É -E X IS T E N T E S N O E N T O R N O Os colonizadores importaram as correntes estilísticas da Europa; Terreiro de Jesus Catedral Basilica de Salvador Igreja São Francisco CIDADE BAIXA FOI DIVIDIDA A PARTIR DA CIDADE ALTA Tipos de Pavimentos Centro Histórico da Bahia - Plano de recuperação Local da obra: Salvador, BA Data da obra: 1986 Autor: "Lina Bo Bardi / Marcelo Ferraz / Marcelo Suzuki" Título: Planta da cidade de Salvador (parcial) indicando limite do parque histórico e tipo de pavimentação Obra: Centro Histórico da Bahia - Plano de recuperação Local da obra: Salvador, BA Data da obra: 1986 Autor: "Lina Bo Bardi / Marcelo Ferraz / Marcelo Suzuki" Título: Parque Histórico do Pelourinho: Planta indicando ocupação e estado de conservação dos imóveis Cabeça de Negro Asfalto Tipos de Pavimentos Asfalto Pelourinho C A R A C T E R ÍS T IC A S Igreja da Ordem Terceira de São Francisco Cerca de ferro, pilares em alvenaria e portal de pedra com relevos e Frontão. Decoração interna em estilo Barroco Materiais e Estruturas C A R A C T E R ÍS T IC A S Atual Catedral Basílica de Salvador - Antigo Colégio dos Jesuitas Pedra de Lioz: uma espécie de semimármore, importado de Portugal já talhado, que vinha trazido como lastro nos navios portugueses. Está presente no interior e exterior da atual Catedral Basílica de Salvador Apesar da Catedral ser construída no período Barroco, seu estilo é Maneirista e após as reformas tem características barrocas. Igreja e Convento de São Francisco Construída com Pedra Calcária nas partes aparentes e Arenito nas partes rebocadas. Apesar do Barroco predominar, mostra traços do maneirismo, rococó e neoclássico. Materiais e Estruturas C A R A C T E R ÍS T IC A S Casas Coloniais Construções verticais, ao nível do chão. Eram as mais modestas Construções “burguesas”, comércio embaixo e em cima a residência. Existiam escravos para levar a água para o outro pavimento (tinham mais condições). Casa na Rua João de Deus nº 9 PLANTA TÉRREO PLANTA 1 PAV PLANTA 2 PAV CORTE AA Materiais e Estruturas C A R A C T E R ÍS T IC A S Centro Histórico da Bahia - Plano de recuperação Local da obra: Salvador, BA Data da obra: 1986 Autor: "Lina Bo Bardi / Marcelo Ferraz / Marcelo Suzuki" Título: Elevação Rua João de Deus Centro Histórico da Bahia - Plano de recuperação Local da obra: Salvador, BA Data da obra: 1986 Autor: "Lina Bo Bardi / Marcelo Ferraz / Marcelo Suzuki" Título: Elevação Rua Gregório de Matos Acessos e Paisagismo C A R A C T E R ÍS T IC A S Acessos ao Pelourinho Paisagismo Atual Terreiro de Jesus Coqueiros Palmeira Jardim rasteiro Ruas que pertencem ao Pelourinho Referências ■ SANTOS JÚNIOR, W. R. dos; BRAGA, P. M.. O Programa de Recuperação do Centro Histórico de Salvador. E as lições das Cartas Patrimoniais. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 107.04, Vitruvius, abr. 2009. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquit extos/09.107/59 ■ NOBRE, Eduardo A. C. Intervenções urbanas em Salvador: turismo e “gentrificação” no processo de renovação urbana do Pelourinho. In: X ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR. Anais. Belo Horizonte, Anpur. 2003. Disponível em: http://labhab.fau.usp.br/biblioteca/textos/nobre_intervencoes_urbanas_salvador.pdf ■ BRAGA, Paula Marques. O papel do turismo na requalificação do Pelourinho. Orientador: Professor Doutor Wilson Ribeiro dos Santos Júnior. 2015. Pesquisa de mestrado (Mestrado em Urbanismo) - Pontifícia Universidade Católica, Campinas, SP, 2005. Disponível em: http://www.labcom.fau.usp.br/wp-content/uploads/2015/05/2_cincci/6007%20Braga.pdf ■ Site: http://www.parquesocial.org.br/portalpce/index.php/comunidade/pelourinho http://www.salvador-antiga.com/pelourinho/antigas.htmhttp://www.institutobardi.com.br/desenhos_simples.asp?Obra_Codigo=700&Pagina=2 http://www.salvador-antiga.com/terreiro/antigas.htm
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