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6 LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III ..48ª Edição. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016. 
1 
LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA 
A sentença deve ser certa, evitando a prolação da sentença ilíquida, que dá 
origem à instauração da fase de liquidação, antes da fase de cumprimento da 
sentença, representando burocracia e perda de tempo. 
Sabemos que o título executivo deve ser líquido, certo e exigível, seja judicial 
ou extrajudicial, sob pena de nulidade da execução (Art. 803). A sentença ilíquida 
não admite a instauração imediata da fase de cumprimento da sentença, 
reclamando a sua liquidação, através das modalidades da liquidação por cálculo 
da parte, por arbitramento ou pelo procedimento comum, retardando 
demasiadamente o recebimento do crédito atribuído ao exequente. 
Por essa razão, o Art. 491 da lei processual dispõe que na ação relativa à 
obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão 
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa 
de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se 
for o caso, salvo quando não for possível determinar, de modo definitivo, o montante 
devido; a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização 
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. 
Nesses casos, embora o magistrado reconheça a existência do direito, é 
necessária a liquidação da obrigação representada pelo título, através da liquidação 
por arbitramento ou pelo procedimento comum, para que se chegue à exatidão do 
valor da condenação. 
Por intermédio de simples requerimento, o jurisdicionado provoca a tutela 
liquidatória que complementará a norma jurídica quase completa, identificando o 
elemento ainda faltante. Esse elemento indefinido será o quantum não encontrado 
nas hipóteses mencionadas. 
A adoção dessa técnica é frequente nas ações de indenização por perdas e 
danos, em decorrência da dificuldade natural de se estabelecer o quantum 
debeatur (o quanto se pede), não obstante possa ser definido o an debeatur (o que 
se pede). Não há em princípio, qualquer nulidade na sentença com essa 
característica. Mesmo que o recurso seja interposto, anotamos que a irresignação 
fundamentada na iliquidez apenas pode partir do autor, por ter sucumbido, não 
havendo interesse por parte do réu, a justificar a apresentação do recurso de 
apelação para o combate do pronunciamento, pelo só fato de a sentença ser 
ilíquida. 
O réu interpõe o recurso de apelação por ter sido condenado, não pelo fato 
de a sentença não ter definido o valor da condenação, apenas se referindo às 
parcelas conferidas ao autor. Se a sentença for ilíquida, o autor deve interpor o 
recurso de embargos de declaração, denunciando a omissão do julgado. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III ..48ª Edição. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016. 
2 
ARBITRAMENTO DE MULTA DIÁRIA PARA INCENTIVAR O ADIMPLEMENTO DAS 
OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER E DA OBRIGAÇÃO DE DAR 
Dispõe o Art. 536 do CPC e seu § 1.º que no cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de 
ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de 
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à 
satisfação do exequente. 
Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na 
sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse 
em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. Ao magistrado é 
conferida a prerrogativa de condenar o vencido ao pagamento de verbas não 
requeridas expressamente na petição inicial, representando os intitulados pedidos 
implícitos, o que em princípio se afasta da sistemática geral do CPC, que impede o 
magistrado de conceder ao autor bem diferente do que foi pleiteado na petição 
inicial, em respeito ao princípio da adstrição, da correlação ou da congruência. 
Essa liberalidade conferida ao magistrado inclui os juros, a correção 
monetária, as prestações vincendas, as despesas processuais e os honorários 
advocatícios. Além disso, e também independentemente de pedido expresso, o CPC 
permite – e até estimula – que o magistrado arbitre multa na sentença e nos demais 
pronunciamentos judiciais para estimular o cumprimento da decisão judicial que 
condena o vencido ao adimplemento das obrigações de fazer, de não fazer ou de 
dar coisa. 
Essa multa é espécie de medida de apoio, não objetivando enriquecer o 
credor (que pode até enriquecer, se a recalcitrância da parte contrária perdurar por 
tempo razoável), tendo função meramente terapêutica, atemorizando a parte na 
forma de aviso, qual seja: se não cumprir a obrigação específica (de dar, fazer ou 
não fazer), submeter-se-á à incidência de penalidade diária até que o problema 
principal seja resolvido, forçando o vencido a dar, a fazer ou a deixar de fazer alguma 
coisa. 
Essa técnica foi importada do direito francês, naquele sistema recebendo a 
denominação astreinte, que é a penalidade imposta ao devedor, consistente em 
multa diária fixada na sentença judicial ou no despacho de recebimento da inicial, 
relativa a obrigação de fazer ou de não fazer. A astreinte tem por finalidade o 
constrangimento do devedor para fazer cumprir o estipulado na decisão judicial ou 
no título, sendo que quanto mais tempo ele demorar para pagar a dívida, maior será 
seu débito. 
A multa deve ser proporcional à obrigação principal, embora não fique 
limitada a ela, considerando a sua finalidade, que é de funcionar como fator de 
desestímulo à recalcitrância, ao descumprimento de decisões judiciais. Pensar 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
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LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
São Paulo : Atlas, 2016. 
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diferente seria o mesmo que estimular o descumprimento da decisão a partir do 
momento em que o acúmulo da multa se igualar com o valor da obrigação principal. 
Exemplificativamente, pensemos em vencido que foi obrigado por sentença a 
construir um muro, que representa um custo de R$ 1.000,00, incluindo mão de obra e 
material. Na sentença, o magistrado fixa multa diária no valor correspondente a 1/10 
do custo da construção do referido muro. Não poderíamos admitir que a multa 
deixasse de ser aplicada a partir do momento em que se igualar ao valor da 
obrigação principal (R$ 1.000,00, no exemplo oferecido), já que, do contrário, o 
devedor seria estimulado a não adimplir a obrigação imposta pela sentença, 
considerando que, a partir de determinado momento (do 10.º dia), não seria mais 
punido financeiramente.Essa constatação – para nós, singela – anima-nos a defender a tese de que a 
multa pode (e deve) suplantar o valor da obrigação principal, não cedendo no 
momento em que com ela se igualar. É que a sua natureza é cominatória, 
distinguindo-se das multas moratória e compensatória. 
Não obstante a força coercitiva da astreinte, as polêmicas que a envolvem 
sempre foram imensas, sobretudo decorrentes da possibilidade de o magistrado 
alterar o seu valor, para mais ou para menos, em qualquer momento do processo, 
mesmo de ofício, quando constatar que a fixação anterior se mostrou simbólica ou 
excessiva. 
TUTELA PROVISÓRIA, LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
A efetivação da tutela provisória nada mais é do que uma modalidade de 
execução fundada em título executivo provisório, fruto de uma tutela de urgência ou 
evidência, e, como tal, será necessário inúmeras vezes valer-se das regras e técnicas 
processuais relativas ao cumprimento de sentença, no que couber. 
O mesmo se diga, por exemplo, da liquidação de sentença que é mera fase 
cognitiva subsequente à condenação genérica, e, que, portanto, regras como a do 
Art. 518 também devem lhe ser aplicadas. Exatamente por isso que o Art. 519 do CPC 
diz, textualmente, que “aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da 
sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que 
concederem tutela provisória”. 
SUSPENSÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL EXECUTIVA 
O Art. 921 do CPC trata da suspensão do processo de execução. 
É importante que fique claro que a suspensão da atividade jurisdicional (nesse 
particular interessa-nos apenas a execução) representa, em geral, uma crise ou uma 
patologia que aflige o procedimento seguido pela relação processual, que vê o seu 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
São Paulo : Atlas, 2016. 
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caminho interrompido, destinado à satisfação da norma jurídica concreta. Todavia, 
se o normal é que o itinerário procedimental desenvolva-se sem percalços, então 
tem-se que tais hipóteses de “crises de suspensão” estão sempre ligadas a um fato 
ou situação jurídica incidental que tem o condão de sobrestar o andamento típico e 
vulgar do feito. 
No âmbito do estudo das hipóteses de “suspensão da execução”, verifica-se, 
a par da leitura do Art. 921, que as figuras ali descritas não guardam relação de 
homogeneidade em relação à natureza das mesmas, senão apenas pelos efeitos de 
todas elas (sobrestamento da execução). É que, do ponto de vista ontológico, as 
causas denominadas “causas suspensivas” comportam alguma diferenciação 
importante de ser evidenciada. 
Assim, as referidas causas podem ser identificadas como “suspensivas” e 
“impeditivas”, muito embora, em relação ao efeito que produzem, ambas, 
indistintamente, enquanto presentes, suspendam a execução. 
A despeito das diferenças terminológicas adotadas pelo Código que baralha 
a causa suspensiva com a impeditiva, pode-se dizer que a causa suspensiva é 
sempre externa à atividade executiva, e, por imposição de um fato jurídico 
involuntário (força maior ou caso fortuito) ou voluntário (ato jurídico ou negócio 
jurídico processual), o legislador reconhece que em tais casos o processo ou a 
atividade executiva (cumprimento de sentença) ficam sobrestados até que cessem 
os efeitos da causa suspensiva. 
Já a causa impeditiva da atividade executiva é algo que está internamente 
relacionado com a essência ou a eficácia dos atos executivos, de tal forma que a 
sua ocorrência impede (paralisa) o itinerário do procedimento executivo pois 
corresponde à existência de algum fato íntimo à execução que interrompe o 
itinerário processual de tal forma que a paralisação só cessa quando a referida 
condição ou situação jurídica impeditiva é cessada. 
No artigo eleito pelo CPC (Art. 921) para cuidar das hipóteses de “suspensão 
da execução”, verifica-se que o rol ali previsto contém causas suspensivas e 
impeditivas, todas sob o mesmo rótulo. Ademais, diga-se de passagem, contém 
apenas alguns exemplos de ambas, já que tantas outras são as hipóteses de 
suspensão e impedimento da execução. Por fim, é importante salientar que as causas 
da suspensão e extinção da execução previstas nos Arts. 921 e ss. do CPC se aplicam 
tanto ao cumprimento de sentença quanto aos processos autônomos de execução. 
São hipóteses de causas impeditivas da execução: 
• Ausência de bens a penhorar (Art. 921, III, do CPC): suspende-se a 
execução quando o executado não possuir bens penhoráveis, no que 
caso se trate de execução para pagamento de quantia e seja 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
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impossível a satisfação da execução, já que o pagamento não pode 
ser realizado porque inexistem bens a serem penhorados, adjudicados, 
ou, ainda, se impossível a realização do recebimento de frutos e 
rendimentos, certamente haverá um impedimento lógico ao 
prosseguimento da execução. 
• Prestação de caução no cumprimento provisório da sentença (Art. 521, 
IV): no caso do cumprimento provisório de sentença que tenha 
superado todas as fases executivas e nada há mais a fazer senão 
alienar o domínio ou levantar a quantia, resta claro que a prestação de 
caução idônea é requisito intrínseco à realização completa da 
atividade executiva, que ficará impedida de prosseguir enquanto não 
cumprida a exigência mencionada. 
• Penhora (Art. 860 do CPC): corresponde, precisamente, às situações em 
que a constrição (penhora) judicial na execução por quantia certa 
incide sobre um bem jurídico que está sendo objeto de ação em outro 
processo, assim, realizada a penhora sobre o bem que é objeto do 
processo, a execução não poderá avançar além disso, porque deve 
aguardar a solução na qual foi feita a penhora, pois, enquanto não for 
entregue o bem ou transferido o valor para o credor, este não poderá 
prosseguir. 
• Concurso particular de credores e exequentes (Arts. 908 e 909 do CPC): 
outra figura que constitui um fato impeditivo e obstaculizador do 
deslinde normal do procedimento executivo é o incidente processual 
causado pelo concurso particular de credores ou exequentes, que tem 
lugar sempre que, coexistindo execuções contra um mesmo devedor e 
em tais execuções um mesmo bem do devedor é objeto de penhora, 
logo após a arrematação e antes de ser feita a entrega do dinheiro, é 
possível que os demais exequentes que penhoraram o mesmo bem 
provoquem o “concurso particular de exequentes”, para que seja 
definido, entre os exequentes, aquele que tem primazia no 
recebimento do dinheiro, devendo o juiz usar como critério de 
julgamento a anterioridade do direito de preferência entre os 
exequentes. 
 
As hipóteses de suspensão – e não de paralisação do procedimento executivo 
– vêm descritas também no mesmo Art. 921 do CPC. 
Na verdade, o dispositivo manda aplicar à execução as hipóteses previstas 
nos Arts. 313 e 315 (no que couber), além de dizer, no incisoII, que será caso de 
suspensão do processo de execução quando “no todo ou em parte, quando 
recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução”. 
Obviamente que a regra se aplica, também às hipóteses em que a 
impugnação ao cumprimento de sentença foi deferido o efeito suspensivo. Assim, 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
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nem os embargos do executado (utilizáveis nos processos de execução fundados em 
título extrajudicial) nem a impugnação do executado ao cumprimento de sentença 
possuem, ex lege, o poder de provocar a suspensão da execução. 
O regime jurídico da suspensão da relação processual executiva é definido 
nos Arts. 921 e seguintes do CPC, que deixam bastante claro que a suspensão da 
execução depende de ato judicial reconhecendo a suspensão requerida pelas 
partes (negócio processual), ou nas hipóteses previstas no Código que não foram 
exaustivamente narradas nesses dispositivos: 
• nas hipóteses dos Arts. 313 e 315, de suspensão do processo pela morte ou 
pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu 
representante legal ou de seu procurador; pela convenção das partes; pela 
arguição de impedimento ou de suspeição; pela admissão de incidente de 
resolução de demandas repetitivas; quando a sentença de mérito depender 
do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de 
inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro 
processo pendente, ou tiver de ser proferida somente após a verificação de 
determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; por 
motivo de força maior; quando se discutir em juízo questão decorrente de 
acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; 
• no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à 
execução, a teor do Art. 919, os embargos à execução não terão efeito 
suspensivo, mas o juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito 
suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão 
da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, 
depósito ou caução suficientes; 
• quando o executado não possuir bens penhoráveis, a regra geral é que todos 
os bens do executado são penhoráveis, portando, são impenhoráveis todos 
aqueles bens que estão imunes, por força de Lei, da responsabilidade 
patrimonial executória, tornando-se impedida a expropriação de tal bem; 
• se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o 
exequente, em quinze dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros 
bens penhoráveis, de forma que na ausência total de bens disponíveis, não 
restaria outra opção além de suspender o processo até uma das situações 
ocorra; 
• quando concedido o parcelamento de que trata o Art. 916, pelo qual, no prazo 
para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o 
depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de 
honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido 
pagar o restante em até seis parcelas mensais, acrescidas de correção 
monetária e de juros de um por cento ao mês. 
A suspensão da execução não implica fim do estado de pendência, mas 
apenas que o procedimento executivo fica sobrestado dali para frente, não se 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
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realizando nenhum ato processual após a declaração da suspensão, salvo se, nos 
termos do Art. 923 do CPC, a requerimento das partes ou de ofício (quando assim 
permitir a lei), o juiz ordenar a realização de providências urgentes, sejam elas 
cautelares ou satisfativas. Uma vez cessada a causa suspensiva, uma de duas: ou o 
procedimento executivo retoma o seu curso normal, ou, dependendo da resolução 
da causa suspensiva, haverá a extinção do processo executivo, como no caso de 
suspensão da execução para que o devedor cumpra a obrigação. 
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA (Arts. 513 a 519 do CPC) 
A tutela jurisdicional executiva pode ser fundada em título judicial e 
extrajudicial. No primeiro caso, o CPC usou a terminologia de cumprimento de 
sentença e no segundo caso, processo de execução. A terminologia foi utilizada de 
acordo com a necessidade ou não de se estabelecer uma nova relação jurídica 
processual para a prestação da tutela executiva. Tanto em um quanto em outro caso 
a tutela prestada é a executiva, qual seja, satisfazer um direito revelado em um título 
executivo. 
Assim, o Cumprimento da Sentença é o ato de executar uma determinação 
judicial exteriorizada em sentença. O cumprimento de sentença é a fase em que 
aquilo que foi estabelecido pelo juízo ao final do processo de conhecimento seja 
realizado no mundo real. O cumprimento de sentença é pois o momento do processo 
cognitivo que visa a satisfação do direito material do credor introduzido pela Lei 
11.232/05, e não apenas o acertamento do direito. 
A fase de cumprimento de sentença ao processo civil brasileiro ocorre após a 
formação do título executivo judicial. Sua criação faz com que o processo de 
conhecimento tenha a continuidade justamente através da fase de cumprimento de 
sentença, caso esta não seja espontaneamente cumprida pelo réu vencido. 
O Art. 513, § 1.º do CPC, determina que o cumprimento da sentença que 
reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento 
do exequente. 
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA (Arts. 520 a 522 do CPC) 
A possibilidade excepcional de executar antes do tempo com base em título 
provisório é uma posição de vantagem outorgada ao credor. Todavia, tal 
prerrogativa traz consigo um ônus que é objetivamente assumido (imposto pela lei 
processual) pelo credor-exequente que faz uso da execução provisória 
(cumprimento provisório da sentença). 
É que, para equilibrar o risco da execução fundada em título instável, o 
legislador impõe a regra da responsabilidade objetiva pelos danos que o executado 
venha a sofrer caso a sentença seja reformada (provimento do seu recurso). É o que 
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diz o art. 520, I do CPC, ao enunciar que: “corre por iniciativa, conta e 
responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a 
reparar os danos que o executado haja sofrido”. 
A regra prevê, portanto, hipótese de “responsabilidade objetiva por dano 
processual”, em que a simples reforma do título provisório constitui, objetivamente 
uma conduta antijurídica parafins de responsabilização civil. 
Nesse passo, ocorrida a hipótese, o exequente passará a ser réu, nos mesmos 
autos da execução extinta, em um processo cognitivo instaurado para apuração dos 
danos que eventualmente sofreu em virtude das medidas executivas indevidas. 
DO PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
O Art. 522 do CPC cuida dos aspectos formais da execução provisória 
(cumprimento provisório da sentença). 
Pela nova regra, não se tratando de processo eletrônico, o cumprimento 
provisório da sentença começará por petição inicial que será dirigida ao juízo 
competente, e tal peça processual deverá conter a decisão exequenda, a certidão 
de interposição de recurso não dotado de efeito suspensivo; procurações 
outorgadas pelas partes; decisão de habilitação, se for o caso; e, facultativamente, 
qualquer outra peça processual que o exequente considere necessária para 
demonstrar a existência do crédito. 
DA SUSPENSIVIDADE DA EXECUÇÃO E OPOSIÇÃO DO EXECUTADO 
 Antes de mais nada, deve-se dizer que a qualificação da execução 
(cumprimento da sentença) em “provisória” ou “definitiva” decorre, na verdade, do 
título que a fundamenta. Quando a execução é lastreada em título executivo 
provisório, denomina-se então provisória a execução; quando é lastreada em título 
executivo definitivo, é chamada de definitiva a execução. 
Claro que, quando se trata da primeira hipótese, há certos rigores e exigências 
em relação à obtenção da satisfação do direito exequendo, mas em ambos os casos 
(fundada em título provisório ou definitivo) a execução poderá chegar ao seu final. 
Por outro lado, diz-se ser provisório o título quando ainda está em formação, e 
definitivo quando já está formado. São títulos definitivos o provimento judicial 
transitado em julgado e todos os títulos extrajudiciais. Por isso, quando servem de base 
a uma execução, ela será definitiva. 
De outra banda, são provisórios todos os provimentos judiciais interinais com 
eficácia executiva, ou seja, que ainda não estão sedimentados, e que podem ser 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III ..48ª Edição. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016. 
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substituídos por um provimento definitivo. Portanto, estes ensejam uma execução 
provisória (cumprimento provisório da sentença). 
Do contrário, toda sentença de mérito condenatória transitada em julgado e 
acobertada pela coisa julgada material não geraria a possibilidade de uma 
execução definitiva, caso, por exemplo, o executado ajuizasse uma ação rescisória 
da sentença transitada em julgado. Ou, ainda, bastaria ao executado oferecer a 
impugnação do executado para que a execução se transformasse de definitiva em 
provisória. Não há nada mais equívoco e absurdo do que esse entendimento. 
O mesmo se passa com os títulos executivos extrajudiciais. Uma vez realizados 
(um cheque, uma nota promissória etc.), são definitivos, porque, repita-se, não estão 
em formação. Já existem e não serão substituídos por outro título “definitivo”. Logo, 
dão ensejo a execuções definitivas. Nesse particular, não se pode confundir “efeito 
suspensivo da oposição do executado” com a natureza definitiva ou provisória da 
execução. É que, se a oposição oferecida pelo executado – ou qualquer ação 
autônoma – for provida de efeito suspensivo dos atos executivos, impedindo que 
estes tenham a sua eficácia normal, isso não quer dizer que a execução iniciada 
como definitiva tenha, em um passe de mágica, se transformado em provisória. 
Se a execução iniciou-se definitiva, ela assim se mantém, e o eventual efeito 
suspensivo do remédio contra ela oposto não lhe altera a natureza, simplesmente 
porque o título permanece o mesmo. Todavia, por óbvio que, se a execução iniciou-
se como provisória, poderá se transformar em definitiva, desde que no seu curso o 
provimento executivo (o título) transite em julgado. 
DA PRECLUSÃO DA EXECUÇÃO DEFINITIVA 
Uma situação bastante comum na prática judiciária diz respeito aos casos de 
cumulação objetiva, ou quando um só pedido é decomponível (pagamento de 
dinheiro), e apenas parte dele é impugnado, tornando-se preclusa a outra parte ou 
capítulo da decisão exequenda. Nesses casos, deve-se questionar se a execução da 
parte incontroversa da demanda é definitiva ou provisória, ou seja, se aquela parte 
da decisão teria ou não transitado em julgado. 
Independentemente de se tratar de provimento interlocutório ou sentença (ou 
acórdão), se é de mérito e se está preclusa aquela parte da decisão, não podendo 
ser mais atacada por recurso, então uma de duas: 
• ou é provisório, porque não se admite a divisão do provimento judicial 
em partes ou capítulos (unicidade procedimental), e tal decisão preclusa 
poderia ser revogada em razão do acolhimento de alguma questão de ordem 
pública no julgamento da parte da decisão que teria sido impugnada; 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
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• ou então será definitivo o título, não sujeito a modificações, e haveria 
mais do que simples preclusão da decisão, senão o trânsito em julgado daquela 
parte da decisão. 
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA (Arts. 523 a 527 do CPC) 
Tratando-se de cumprimento definitivo de sentença para pagamento de 
quantia fundada em título judicial, não há necessidade de processo autônomo, 
porque a execução é apenas um módulo ou uma fase da mesma relação jurídica 
processual, sendo, pois, desnecessária a citação do executado. 
Por isso, para integrar a nova fase – agora executiva – desse mesmo e único 
processo, o Art. 513 prescreve apenas que haverá o requerimento do exequente 
para dar início ao cumprimento da sentença. 
Não satisfeito voluntariamente o direito do credor, inaugura-se, nos mesmos 
autos, a fase de cumprimento definitivo da sentença, mediante requerimento do 
exequente. 
Assim, com o trânsito em julgado da sentença que reconhece o dever de 
pagar quantia certa, a respectiva obrigação torna-se exigível. Após o trânsito em 
julgado, o exequente deve requerer, mediante simples petição, o cumprimento de 
sentença que reconhece o dever de pagar quantia (Arts. 513 e 524 do CPC), o qual 
deverá conter: 
• o endereçamento ao juízo onde se originou o título judicial; 
• nome completo do exequente e do executado, bem como CPF ou 
CNPJ; 
• descrição simplificada da causa de pedir (demonstração de existir título 
com obrigação certa, líquida e exigível, bem como o inadimplemento – 
requisitos gerais da execução); 
• pedido de intimação do devedor para, em 15 dias, pagar o débito, 
acrescidos de custas, se houver, sob pena de acréscimo de multa de 10% e 
também de honorários advocatícios de 10%, ou oferecer impugnação; 
• indicação de bens passíveis de penhora, sempre que possível a petição 
deve ser instruída com o demonstrativo atualizado do crédito, que indicará: 
- o índice de correção monetária e seus termos inicial e final; 
- a taxa de juros aplicada e seus termos inicial e final; 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
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LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
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- a periodicidade da capitalização de juros, quando for o caso; 
- os descontos obrigatórios realizados, quando for caso. 
 É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, 
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, 
apresentando memória discriminada do cálculo. A teor do Art. 526 do CPC, o 
devedor, antecipando-se, poderá oferecer, mediante petição, o pagamento do 
valor que acredita devido, instruindo-a com memória de cálculo. O credor deverá 
manifestar-se em cinco dias, podendo impugnar a quantia apresentada e levantá-
la como parcela incontroversa. 
Se for realmente insuficiente o depósito, a execução prosseguirá pela 
diferença, com a incidência de 10% de multa e 10% de verba honorária, seguindo-se 
a penhora. 
Contudo, se o credor não se opuser ou mesmo concordar com o valor 
depositado, o juiz declarará adimplida a obrigação, extinguirá o processo. 
Uma vez proposta a execução, o executado será então intimado para pagar 
a dívida, líquida e certa, no prazo de 15 dias. Não se verificando o adimplemento, 
incidirá a multa de 10% e, ainda, honorários advocatícios pré-fixados em 10% do valor 
exequendo. Será determinada a expedição do mandado de penhora e avaliação. 
 Transcorrido o lapso temporal acima aludido sem a quitação do débito, 
inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado, “independentemente de penhora 
ou nova intimação”, ofereça impugnação, nos termos do Art. 525 do CPC, que 
cataloga o rol de fundamentos passíveis de alegação em sede de impugnação ao 
cumprimento de sentença, de sorte que delimita acentuadamente o âmbito de 
cognição deduzível pelo devedor, a saber: 
• falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo 
correu à revelia; 
• ilegitimidade de parte; III 
• inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
• penhora incorreta ou avaliação errônea; excesso de execução ou 
cumulação indevida de execuções; 
• incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
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LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
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• qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que 
supervenientes à sentença. 
A requerimento do executado-impugnante, desde que garantido o juízo com 
penhora, caução ou depósito e, ainda, sem prejuízo da efetivação dos atos 
executivos, o juiz poderá receber a impugnação com efeito suspensivo, quando 
relevantes os fundamentos expendidos e o prosseguimento da execução puder 
causar dano de difícil reparação ao executado. 
Todavia, assegura-se ao exequente pleitear a continuação dos atos 
executivos mediante a prestação de caução nos próprios autos. 
 Por fim, cumpre esclarecer que o novo Código de Processo Civil ainda 
disciplina, em capítulos específicos, o procedimento do cumprimento da sentença 
condenatória de débito alimentar (artigos 528 a 533), de dívida da Fazenda Pública 
(artigo 535) e de obrigação de fazer, não fazer ou de entrega de coisa (artigos 536 a 
538). 
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO 
Aprioristicamente, as hipóteses de extinção da execução previstas a partir do 
Art. 924 do CPC, referem-se ao processo de execução, e não propriamente ao 
cumprimento de sentença, embora, subsidiariamente as hipóteses ali descritas 
possam se encaixar em situações processuais que aconteçam na efetivação de 
títulos judiciais em processos sincréticos. 
A sentença no processo de execução Ao contrário do processo cognitivo, que 
é destinado à revelação da norma concreta e que admite como “desfecho normal” 
– extinção normal – uma sentença de mérito de procedência ou improcedência, o 
processo de execução ou o módulo de execução (cumprimento da sentença) 
caracteriza-se pelas atividades jurisdicionais voltadas à satisfação da norma 
concreta já revelada em título executivo, e, portanto, admite como “desfecho 
normal” apenas o resultado que seja a satisfação do exequente. 
Portanto, a sentença no processo de execução declara a extinção do 
processo de execução para reconhecer se este serviu ou não à satisfação do direito 
exequendo. O ato de satisfação do exequente se dá antes de ser extinto o processo 
ou a etapa executiva. 
Não obstante a redação do Art. 924 do CPC, de que o rol ali contido é taxativo 
(o legislador utiliza a expressão “quando”), é fora de dúvida que o dispositivo não 
contempla todas as hipóteses de extinção do processo executivo. As hipóteses de 
acolhimento dos embargos do executado, a desistência da execução, a extinção 
do processo executivo pela ausência de pressuposto processual ou condição da 
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BIBLIOGRAFIA: 
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ação, eventualmente conhecidas de ofício, são exemplos de que o rol do Art. 924 é 
tímido e não contém todas as hipóteses de extinção da execução: 
• quando a petição inicial for indeferida prevista no Art. 924, I, já que petição 
inicial tem requisitos que devem ser atendidos pelo exequente, seja em 
relação ao que deve instruir e o que requerer (Arts. 319, 798 e 801 do CPC); 
• quando a obrigação for satisfeita nos moldes do Art. 924, II, a satisfação da 
obrigação pode se dar por diversas formas, inclusive na remota hipótese de o 
devedor remir o que lhe for devido. A realização dos atos executivos pode 
levar à satisfação do crédito exequendo, caso em que a execução será 
frutífera; 
• quando o executado obtiver, por qualquer meio, a extinção total da dívida, 
como impõe o Art. 924, III, mediante qualquer hipótese de extinção da dívida 
livrando o devedor, seja por transação, remissão, conciliação etc., havendo a 
extinção da dívida, dela estará livre o executado, o que será reconhecido por 
sentença de extinção da execução; 
• quando o credor renuncia ao crédito como previsto no Art. 924, IV, a renúncia 
à execução corresponderia a “desistência da execução”, portanto, apenas 
do procedimento (técnica) executivo, sendo a renúncia ao crédito tomada 
como sinônimo de remissão (ou gênero desta), o fato é que existe uma 
redundância entre a hipótese descrita no inc. IV do Art. 924 com a hipótese 
descrita no inc. III do Art. 924. A hipótese de “renúncia” do inc. IV já estaria 
inserta no inc. III, porquanto contemplada no gênero “extinção total da 
dívida”. 
REMIÇÃO DA EXECUÇÃO 
Uma vez iniciada a execução para pagamento de quantia contra o devedor, 
seja ela cumprimento de sentença ou extrajudicial, concede o Código o direito 
subjetivo de o executado pagar ou consignar a importância atualizadada dívida, 
mais juros, custas e honorários advocatícios, e assim livrar-se dos indesejáveis ônus de 
uma expropriação judicial. 
Se de fato o executado remir a execução, não há outra solução senão a 
extinção da relação processual executiva com fulcro no Art. 924, I, do CPC. Há, 
portanto, para o executado um direito subjetivo de remir a execução, pagando ou 
consignando o seu valor, desde que o faça nos termos das hipóteses previstas no 
CPC. 
Tal direito nada mais é do que uma projeção do Art. 805 do CPC, que, lato 
sensu, prescreve a regra de que o devedor tem o direito de ser executado pela forma 
menos gravosa possível. É claro que tal princípio deve se compatibilizar com o da 
maior efetividade possível da execução, que existe em favor do exequente. É 
evidente que, na maior parte dos casos, a remição da execução é algo que será 
muito bem aceito pelo exequente, pois, afinal de contas, ao remir a execução o 
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BIBLIOGRAFIA: 
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devedor satisfaz a obrigação, arcando com todos os encargos processuais que dela 
resulta. 
Todavia, excepcionalmente, é possível que esse direito de o executado remir 
a execução se veja limitado pelas circunstâncias da própria execução, ou seja, 
quando, embora raramente, o direito de remir represente um pesadelo para o 
exequente, isto é, um ônus ainda maior e mais pesado do que manter a execução 
do jeito que se encontra. 
Igualmente, também não se confunde a remição da execução com a 
remissão da dívida. Nesta há perdão, e enseja uma das hipóteses do Art. 924, II. 
Naquela, repita-se, há satisfação da execução. Também não se confunde a 
substituição do bem penhorado por dinheiro com a remição da execução. Naquele, 
a execução prossegue e o bem penhorado é dinheiro, porém mantendo viva a 
resistência do executado. Neste, a execução é extinta pelo reconhecimento do 
direito do exequente com a consequente extinção da execução pela satisfação da 
obrigação. 
Os requisitos básicos de toda e qualquer remição da execução vêm descritos 
no Art. 826 do CPC, que deixa claro que esse direito pode ser exercido pelo 
executado, desde que seja ele parte na execução a partir do momento que o faça 
até o instante em que se dê a realização, perfeita e acabada, da alienação ou 
adjudicação do bem a ser expropriado. Esse termo final ocorre, portanto, na 
adjudicação e na arrematação, com a lavratura dos respectivos autos de 
arrematação e adjudicação (Arts. 877, 903 e 904 do CPC). 
É claro que, além de a remição só poder ser feita nesse hiato temporal, é mister 
que ela se realize mediante pagamento ou consignação em dinheiro de tudo quanto 
for devido na execução (crédito + honorários, se houver + despesas) devidamente 
atualizado e acrescido dos respectivos juros, pois a remição é direito de o executado 
se livrar da execução,20 sem que isso, porém, represente um óbice ou um prejuízo 
maior do que o que já existia para o exequente em relação ao recebimento do seu 
crédito pela via executiva. 
Enfim, regra geral, a remição não pode colocar o executado em uma situação 
de vantagem em relação à execução contra si instaurada, e o exequente em uma 
situação de desvantagem em relação a ela, sob pena de violar o direito 
constitucional à ordem jurídica executiva justa. Assim, não é nem pode ser a remição 
da execução uma técnica de driblar, maliciosamente, a tutela jurisdicional 
executiva. Não sendo caso de se aplicarem as hipóteses especiais de remição 
previstas nos citados dispositivos, ter-se-á a regra genérica do Art. 826 do CPC. 
O pressuposto da remição é o reconhecimento da dívida (Art. 916), com a 
consequente satisfação do crédito e acessórios, e, por isso, uma vez praticado tal 
ato, torna-se preclusa (logicamente) a possibilidade de oferecer embargos (Art. 916, 
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BIBLIOGRAFIA: 
ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. 5.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC.12ª Edição. 
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§ 6.o), como expressamente diz o legislador ao afirmar que a opção pelo 
parcelamento de que trata esse artigo importa renúncia ao direito de opor embargos. 
RECURSOS NA EXECUÇÃO 
A sistemática recursal prevista no Livro I do CPC deve ser aplicada na 
execução, identificando, é claro, pela singularidade recursal, o pronunciamento 
dado com o recurso cabível. 
Assim, tratando-se de sentença que declara extinto o processo de execução 
(Art. 924), o recurso será o de apelação. 
Tratando-se de decisão interlocutória, esta será desafiada pelo recurso de 
agravo de instrumento. 
Para as ações conexas, incidentais ou não, à atividade executiva (embargos 
do executado, embargos de terceiro etc.), se se tratar de processo incidente que foi 
extinto com base em algumas das situações dos Arts. 485 ou 487 do CPC, haverá aí 
sentença, e o recurso cabível será o de apelação. 
No que concerne aos efeitos recursais, inclusive à possibilidade de obtenção 
do efeito suspensivo (Arts. 1.012, § 3.º, e 1.019), aplicam-se as regras gerais contidas 
no capítulo atinente aos recursos no CPC (Arts. 994 e ss. do CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA DA PROFESSORA: Os temas de Competência e Título Executivo Judicial ou 
Extrajudicial foram tratados especificamente nos materiais de nº 4 e 5.

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