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ACI - materiais biológicos(2)

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Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)
Curso de Biomedicina
Análises Clínicas I:
Material Biológico
Luciana Medina
2018 – 2º semestre
file:///C:/Users/lupme/Desktop/FMU/Pré-aula/orientacoes_coleta_exames_laboratoriais.pdf
Importância Clínica
Objetivos da aula de hoje
1. Reconhecer a importância da fase pré-analítica para a
correta liberação dos resultados dos exames
laboratoriais e a interferência dos erros pré-analíticos
nas análises;
2. Conhecer as formas corretas de coleta,
armazenamento, transporte e processamento para
cada tipo de amostra utilizada nos setores de
bioquímica e urinálise.
Biossegurança
IMPORTANTE
As precauções universais estabelecem que 
qualquer material biológico é considerado 
potencialmente de risco. Medidas de 
biossegurança devem ser adotadas na 
manipulação das amostras.
Tipos de Material Biológico (Amostras)
1. Sangue:
a. Sangue total;
b. Plasma;
c. Soro.
2. Urina;
3. Fluidos corporais:
a. Líquor;
b. Esperma;
c. Escarro;
d. Outros.
Material biológico:
Sangue
Composição do sangue
Sangue – Separação parte líquida versus sólida
Soro versus plasma
Soro versus Plasma – Principais tubos
SORO PLASMA
Atualmente, não existe um acordo internacional de codificação por 
cores dos tubos de coleta, mas a maioria dos fabricantes segue uma 
padronização, a fim de evitar erros pré-analíticos.
• Tubos COM anticoagulante;
• Cada anticoagulante um 
mecanismo de ação;
• Cada anticoagulante uma função.
• Tubos SEM anticoagulante = tubo SECO
• Possui ativador de coágulo;
• Vermelho (sem gel) / amarelo (com gel).
Tubos Secos: Vermelho versus amarelo
POSSUI GEL 
SEPARADOR
NÃO POSSUI 
GEL 
SEPARADOR
Tubos: EDTA
 Tubo roxo = anticoagulante
EDTA;
 EDTA é quelante de cálcio e
por isso impede a
coagulação;
 Utilizado na hemato para
coleta de sangue total e de
plasma;
 Utilizado na dosagem
bioquímica de lipídeos e
lipoproteínas.
 Tubo verde = anticoagulante heparina;
 Parede interna revestida de heparina sódio e lítio;
 Heparina ativa enzimas antiplaquetárias e impede a
coagulação do sangue ao inibir a trombina e o fator
Xa;
 Utilizado na dosagem bioquímica
e genética;
 Existem tubos com gel.
Tubos: heparina sódio e lítio
 Tubo cinza = anticoagulantes fluoreto de sódio e
EDTA;
 Fluoreto de Sódio: inibidor glicolítico; inibe enolase,
enzima da via glicolítica. Glicose não é consumida
pelas células, sendo estabilizada;
 EDTA: atua como anticoagulante,
já que o fluoreto de sódio
é um anticoagulante mais fraco;
 Utilizado na dosagem de glicose e lactato;
Tubos: Fluoreto de Sódio e EDTA
 Tubo amarelo = tubo seco (sem anticoagulante);
 Utilizado para coleta de soro;
 Possui gel separador no fundo do tubo. Não transferir
o soro para outro tubo, após a separação;
 Gel: propriedade tireotrópica, densidade intermediária
entre coágulo e soro. Na centrifugação, o gel move-se
para cima e fica entre o soro e o coágulo, formando
uma barreira estável;
 Parede do tubo revestida com partícula de sílica
(ativador de coágulo);
 Utilizado na sorologia, análises imunológicas,
bioquímicas, hormonais.
Tubos Secos: Amarelo
 Tubo vermelho: tubo seco
(sem anticoagulante);
 Utilizado para coleta de soro;
 Não contém gel no fundo do tubo. Após a separação,
o soro deve ser transferido para um tubo novo;
 Parede do tubo revestida com partícula de sílica
(ativador de coágulo);
 Utilizado na sorologia, análises imunológicas,
bioquímicas, hormonais.
Tubos Secos: Vermelho
Sequência dos tubos
Objetivo: evitar contaminação por aditivos nos tubos
subsequentes e alterações nos resultados de alguns
analitos. Exemplo: coletar no tubo de heparina antes do
tubo de citrato. Pode ter heparina no tubo de citrato e
interferir nos resultados de coagulação.
Coleta de Sangue – Sequência dos tubos
Tubo Anti
coagulante
Aditivo Ação do 
anticoagulante 
ou aditivo
Utilidade
Roxo EDTA - Quelante de 
cálcio
Hemograma, 
tipagem
sanguíneia, 
Dosagem 
bioquímica
Branco - Sem aditivo - Hemocultura
Tubo Anti
coagulante
Aditivo Ação do 
anticoagulante 
ou aditivo
Utilidade
Verde Heparina - Ativa enzimas
antiplaquetárias
Gasometria,
dosagens 
bioquímicas
Cinza Fluoreto de 
sódio
- Inibidor da 
enolase
Dosagem de 
glicemia
Vermelho Seco (sem
anticoagulante)
Silica –
ativador 
de 
coágulo
Induzir a 
formação do 
coágulo
Dosagens
bioquímicas, 
sorologia
Amarelo Seco (sem 
anticoagulante)
Silica –
ativador 
de 
coágulo
Induzir a 
formação do 
coágulo
Dosagens 
bioquímicas, 
sorologia
Rejeição de amostra - Motivos
 Hemólise / lipemia;
 Coágulos em amostra com anticoagulante;
 Não cumprimento do jejum obrigatório;
 Tubo de coleta inadequado;
 Volume de sangue inadequado;
 Condições inadequadas de transporte;
 Discrepâncias entre requisição e etiqueta da amostra;
 Amostra sem identificação ou identificação errônea;
 Amostra contaminada / recipiente com vazamento.
Coleta - cuidados
 Tubos devem permanecer na posição vertical até a
coagulação do sangue;
 Os tubos devem ser homogeneizados, por inversão, de
5 a 8 vezes após a coleta;
 Influência da exposição à luz: bilirrubina, betacaroteno,
vitamina A, vitamina B6 e porfirinas.
Processamento das amostras
 Separação do soro ou plasma das células sanguíneas
deve ser realizada o mais rápido possível. O ideal é em
até 2 horas.
Plasma (tubo com 
anticoagulante):
1) Centrifugação:
3500 rpm por 10 min.
Soro (tubo sem anticoagulante):
1) Retração do coágulo: 
10 min a TA;
2) Centrifugação: 
3500 rpm 10 min.
 Temperatura:
A maioria deve ser centrifugado a TA (temperatura
ambiente). Ex.: glicose, lipídeos, marcadores hepáticos.
Alguns devem ser refrigerados. Ex.: amônia.
 Tubos com gel separador não podem ser centrifugados
em baixas temperaturas, uma vez que as propriedades
de fluxo do gel se relacionam com a temperatura;
 Rotação e tempo de centrifugação vai depender do tipo
de tubo utilizado.
Amostras Sangue - Centrifugação
Amostras Sangue - Centrifugação
Regras:
 Sempre tubos em
pares, do mesmo tipo
de material e com o
mesmo volume;
 Sempre colocar os
tubos com o mesmo
volume de lados
opostos;
 Nunca abrir a
centrífuga antes de
terminar de rodar.SEMPRE BALANCEAR!
Transporte – Condições ideais
 Identificação de material de risco biológico;
 Recipiente adequado para o transporte;
 Amostras transportadas sem centrifugação, devem ser
monitoradas e os tempos de 2 h devem ser respeitados;
 A temperatura de transporte varia. A grande maioria
pode ser em TA, ou seja, entre 22ᴼ e 25ᴼC. Alguns
parâmetros requerem transporte refrigerado. Ex.:
amônia;
 Uso de inibidores, como fluoreto, podem prevenir a
glicólise por um período de 24 h a TA ou 48 h entre 2ᴼ e
8ᴼC.
Armazenamento
 Temperatura do laboratório deve estar entre 22ᴼ e
25ᴼC;
 Refrigeração da amostra (entre 2ᴼ e 8ᴼC) inibe
metabolismo das células e estabiliza certos
constituintes termolábeis;
 Algumas amostras não podem ser refrigeradas ou o
tempo deve ser curto. Ex.: 2 horas para potássio;
 Algumas amostras podem ser congeladas outras não.
Cada amostra deve ser analisada.
Material biológico:
Urina
 Urina tipo 1 (EAS): amostra única; exames de rotina;
 Urina 24 h: toda urina coletada em um período de 24
h; substância alterada por atividades diárias,
alimentação e metabolismo corporal.
 Urina 12 h: toda urina coletada em um período de 12
h; para substâncias que se mantêm constante: coleta
em tempo menor e o resultado extrapolado para24
h.
Tipos de amostras de urina
 Preparo ideal: coleta, no mínimo, 2 h após a última
micção. Preferencialmente no laboratório.
 Assepsia do local, removendo qualquer produto que
tenha sido utilizado;
 Coleta em coletor universal. Frasco fornecido pelo
laboratório ou vendido em farmácia de 50-100 mL.
Urina tipo 1 – Preparo e coleta
 Entregar a amostra no laboratório em até 2 horas,
mantendo em local fresco e ao abrigo da luz;
 Se o exame não for realizado em até 2 horas a TA,
refrigerar, sob abrigo da luz, e realizar em até 12 h.
Nunca congelar as amostras.
Urina tipo 1 – Transporte e armazenamento
Coleta de Urina 24 h / 12 h
Você está 
fazendo isso 
errado!!!!
 Frasco fornecido pelo
laboratório;
 Garrafa de água sem
gás, de 2-3 L.
 Primeiro dia de manhã: marcar a hora de início e
esvaziar o máximo a bexiga;
 Coletar todas as urinas das próximas 24 h;
 Segundo dia: no mesmo horário tentar coletar toda a
urina;
 Não desprezar nenhuma micção;
 Deve ser avaliada a necessidade de uso de
conservantes;
 Durante toda a coleta o material deve ser mantido
em local fresco e ao abrigo da luz.
Urina 24 h – coleta e preparo
 Durante o transporte, o material deve ser mantido
em local fresco e ao abrigo da luz;
 Após o término do exame, encaminhar o material o
mais rápido possível ao laboratório;
 No lab: a amostra deve ser homogeneizada, o volume
coletado anotado e uma amostra enviada para
análise;
 Se o exame não for realizado em até 2 horas a TA,
refrigerar, sob abrigo da luz, e realizar em até 12 h.
Nunca congelar as amostras.
Urina 24 h – transporte e armazenamento
Material biológico:
Líquor
• Líquido cerebroespinhal ou líquor;
• Não é necessário nenhum preparo específico para o
exame. Não necessita jejum;
• Coleta de amostra: punção lombar (L3-L4, L4-L5),
posição decúbito lateral – médico;
LCR – preparo e coleta
• Transporte deve ser realizado em recipiente térmico;
• O processamento e armazenamento vai depender do
tipo de análise a ser realizada:
• Análises Bioquímicas: menos sujeitas a alterações,
amostras podem ser mantidas sob refrigeração ou
congeladas por longos períodos;
• Hematológicas: Preparo da amostra em até 2 h –
possibilidade de alteração morfológica e lise de
elementos celulares e hemácias.
• Citometria de fluxo: análise em menos de 2 h.
LCR – Processamento e Armazenamento
Material biológico:
Esperma
• Coleta de amostra: ejaculação;
• Coleta no laboratório;
• Utilização do coletor universal;
• A amostra deve ser analisada imediatamente após a
coleta para preservação de todas as propriedades.
Esperma ou sêmen
Referências Bibliográficas
1. Orientações para coleta de exames laboratoriais.
Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo
Horizonte.
2. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e
preparo da amostra biológica. 2012-2013.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
MOTTA, Valter T.. Bioquímica Clínica para o Laboratório. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Medbook, 2009. 
 
McPHERSON, Richard A. PINCUS, Mathew R.. Diagnósticos Clínicos e tratamento por 
métodos laboratoriais de Henry. 21. ed. São Paulo: Manole, 2013. 
STRASINGER, S., URINÁLISE E FLUÍDOS CORPORAIS, 5ª EDIÇÃO, São Paulo, LMP, 
2009 
 
 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
COMPRI-NARDY, Mariane; STELLA, Mércia Breda; OLIVEIRA, Carolina de. Práticas de 
laboratório de Bioquímica e Biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
ANDRIOLO, Adagmar. Medicina laboratorial. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008. 321 p. 
(Guia de Medicina ambulatorial e hospitalar da Unifesp-EPM). 
 
ESTRIDGE, Barbara H.;REYNOLDS, Anna P. Técnicas Básicas de laboratório clínico 5. 
Ed, Porto Alegre, Artmed, 2008. 
 
Referências Bibliográficas

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