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1 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Aula 7: Custeio da Seguridade Social ............................................................................................ 2 Introdução ........................................................................................................................2 Conteúdo ................................................................................................................................ 3 Sistemas de custeio .......................................................................................................3 Regra importante ...........................................................................................................4 Tripartite ............................................................................................................................... 5 Natureza jurídica ............................................................................................................8 Contribuições sociais destinadas à Previdência Social ..............................................8 Lei nº 8.212/91 .................................................................................................................... 9 Lei 8212.................................................................................................................................... 10 Prazo para recolhimento .............................................................................................14 A questão da contribuição da empresa sobre remuneração de trabalhadores sem vínculo empregatício já foi palco de controvérsia ...........................................16 Adicional das instituições financeiras ........................................................................17 Cooperativas de trabalho ............................................................................................18 Empregador doméstico ...............................................................................................18 Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de-contribuição ............................................................................................................................................. 19 Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico......................................19 Incidência das alíquotas .............................................................................................20 O empregador é diretamente responsável ...............................................................21 Parte da jurisprudência ...............................................................................................22 Contribuinte individual e segurado facultativo ........................................................22 Segurado especial ........................................................................................................23 Atividade proposta .......................................................................................................25 Referências .......................................................................................................................... 25 Exercícios de fixação ........................................................................................................ 25 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 28 2 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Introdução Hoje nós vamos tratar do custeio da seguridade social. Vamos estudar as contribuições previdenciárias, por meio das quais são custeados os benefícios e serviços previdenciários. Objetivo: 1. Conhecer as contribuições previdenciárias. 3 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Conteúdo Sistemas de custeio Separam-se os sistemas em relação ao custeio, entre outras classificações, de acordo com a fonte de arrecadação da receita necessária ao desempenho da política de proteção social. Dessa forma, temos os sistemas contributivos e o não contributivo. O sistema contributivo adota em seu regulamento que a arrecadação dos recursos financeiros para a ação na esfera do seguro social não se dá por meio de aportes diferenciados dos tributos em geral, de modo que as pessoas especificadas na legislação própria ficam obrigadas a contribuir para o regime (contribuintes identificáveis). Tal sistema se embasa nas contribuições sociais. No sistema não contributivo, a arrecadação provem não de um tributo específico, mas sim da destinação de parcela da arrecadação tributária geral, de modo que os contribuintes do regime não são identificáveis, já que qualquer pessoa que tenha pago tributo ao Estado estará indiretamente contribuindo para o custeio. Atenção Entre os sistemas baseados nas contribuições sociais, encontramos nova divisão, no que tange à forma como os recursos obtidos são utilizados. O modelo de financiamento da seguridade social previsto na Constituição Federal se baseia no sistema contributivo, em que pese ter o poder público participação no orçamento da seguridade. O orçamento da seguridade social tem receita própria, que não se confunde com a receita tributária federal; a receita da 4 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Regra importante Outra regra importante é a que veda a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o Artigo 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) tratados no Artigo 201. Em razão disso, o Artigo 18 da Lei nº 8.212 não foi recepcionado: “Artigo 18. Os recursos da Seguridade Social referidos nas alíneas a, b, c e d do parágrafo único do artigo 11 desta Lei poderão contribuir, a partir do exercício de 1992, para o financiamento das despesas com pessoal e administração geral apenas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, da Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA e da Fundação Centro Brasileira para Infância e Adolescência.” Além das fontes de custeio previstas no texto constitucional, permite o mesmo texto a criação de outras fontes, mediante lei complementar (Artigo 154, I, CF), seja para financiar novos benefícios e serviços, seja para manter os já existentes. Além disso, é vedado ao legislador criar ou estender benefício ou serviço, ou aumentar seu valor, sem que, ao menos, simultaneamente institua fonte de custeio capaz de atender às despesas daí decorrentes. seguridade é destinada exclusivamente para prestações nas áreas de saúde, previdência e assistência social. O orçamento da seguridade social é autônomo, não se confundindo com o orçamento do tesouro nacional. 5 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Tripartite No nosso país, o sistema escolhido foi o tripartite, sendo financiado pela empresa, empregado e Estado. O legislador constituinte atribuiu à sociedade em geral o financiamento da seguridade social, conforme previsto no Artigo 195 da Constituição Federal, o qual determina que a seguridade social será financiada de forma direta e indireta e mediante recursos provenientes da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e das contribuições sociais. Contribuição para financiamento da seguridade social: Artigo 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintescontribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o Artigo 201; III – sobre a receita de concursos de prognósticos; IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. § 1o As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 6 DIREITO PREVIDENCIÁRIO § 2o A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3o A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4o A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no Artigo 154, I. § 5o Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6o As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no Artigo 150, III, b. § 7o São isentas de contribuição para a seguridade social às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. (IMUNIDADE) § 8o O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 7 DIREITO PREVIDENCIÁRIO § 9o As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. § 13. Aplica‑se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. Determina a Constituição que a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, e das contribuições sociais. A contribuição para a Seguridade Social é uma espécie de contribuição social, cuja receita tem por finalidade o financiamento de ações nas áreas da saúde, previdência e assistência social. 8 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Natureza jurídica A Constituição de 1988 utiliza, para todas as contribuições previstas pelo Artigo 195, o termo “contribuições para a seguridade social”, ficando reservado o termo “contribuições previdenciárias” somente para os tributos do Artigo 195, I, a, e II. Em se tratando da natureza jurídica, existem três teorias: Natureza jurídica A contribuição para a seguridade social tem natureza tributária, pois se trata de prestação pecuniária compulsória instituída por lei e cobrada pelo ente público arrecadador com a finalidade de custear as áreas da saúde, assistência e previdência social. Está prevista no Artigo 149 da CF, inserido no capítulo “Sistema Tributário Nacional”. Teoria parafiscal Há que se diferenciar os tributos fiscais dos parafiscais; a contribuição para a seguridade social teria a natureza da parafiscalidade, pois busca suprir os encargos do Estado que não lhe são próprios, como no caso dos benefícios previdenciários. Teoria da exação sui generis A contribuição para a seguridade social não tem natureza fiscal nem parafiscal, tratando-se de uma imposição estatal atípica prevista na CF e na legislação ordinária, cuja natureza jurídica é especial. Observação: Frederico Marques aponta uma ressalva no que concerne à contribuição previdenciária dos segurados facultativos, entendendo-a pela sua natureza não fiscal e tendo em conta o seu caráter facultativo. Contribuições sociais destinadas à Previdência Social Quais são as contribuições sociais destinadas à Previdência Social? 9 DIREITO PREVIDENCIÁRIO O pagamento das contribuições previdenciárias constitui modalidade de contribuição para a seguridade social, pagamento esse que provem de duas fontes: Do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadorias e pensões do RGPS; Do empregador, da empresa e da entidade equiparada na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pago ou creditado, a qualquer título, a pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. O conceito de salário-de-contribuição é a expressão que quantifica a base de cálculo da contribuição previdenciária dos segurados da previdência social, do empregador doméstico e da cota patronal do microempreendedor individual (MEI) criado pela Lei Complementar 128, de 2008. No entanto, o salário-de-contribuição não é aplicado para o segurado especial, em que a regra de custeio é sobre a produção rural, salvo quando contribui facultativamente para fazer jus a benefícios acima do mínimo legal ou a outros benefícios (Artigo 39 da Lei nº 8.213/91). Lei nº 8.212/91 “Artigo 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do 10 DIREITO PREVIDENCIÁRIO contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; II – para o empregado doméstico: a remuneração registradana Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III – para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5º; IV – para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5°. Lei 8212: § 1o Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida em regulamento. § 2o O salário-maternidade é considerado salário de contribuição. § 3o O limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário- mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. § 4o O limite mínimo do salário de contribuição do menor aprendiz corresponde à sua remuneração mínima definida em lei. § 5o O limite máximo do salário de contribuição é de Cr$ 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da data da entrada em vigor 11 DIREITO PREVIDENCIÁRIO desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. Portaria MPS/MF 02, de 06.01.2012 (Pub.09/01/2012), que altera o limite máximo do salário de contribuição para R$ R$ 3.916,20. § 6o No prazo de cento e oitenta dias, a contar da data de publicação desta Lei, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei estabelecendo a previdência complementar, pública e privada, em especial para os que possam contribuir acima do limite máximo estipulado no parágrafo anterior deste artigo. § 7o O decimo‑terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. (§ 7o com a redação dada pela Lei no 8.870, de 15-4-1994). Súm. no 688 do STF: E legitima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário. § 8o Integram o salário de contribuição pelo seu valor total: a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensal; b) VETADA; c) Revogada. Lei no 9.711, de 20-11-1998. § 9o Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei no 5.929, de 30 de outubro de 1973; 12 DIREITO PREVIDENCIÁRIO c) a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o Artigo 137 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; e) as importâncias: 1. Previstas no inciso I do artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 2. Relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; 3. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 479 da CLT; 4. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 14 da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973; 5. Recebidas a título de incentivo à demissão; 6. Recebidas a título de abono de férias na forma dos Artigos 143 e 144 da CLT; 7. Recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; 8. Recebidas a título de licença‑prêmio indenizada; 9. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 9o da Lei no 7.238, de 29 de outubro de 1984; f) a parcela recebida a título de vale‑transporte, na forma da legislação própria; g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do Artigo 470 da CLT; h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal; 13 DIREITO PREVIDENCIÁRIO i) A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei no 6.494, de 7 de dezembro de 1977; j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; l) o abono do Programa de Integração Social – PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público – PASEP; m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; (Artigo 63 da lei 8213). o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o Artigo 36 da Lei no 4.870, de 1o de dezembro de 1965; p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os Artigos 9o e 468 da CLT; q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, 14 DIREITO PREVIDENCIÁRIO observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; (Súm. no 310 do STJ: o auxilio-creche não integra o salário de contribuição.) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do artigo 21 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no Artigo 64 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990; v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; x) o valor da multa prevista no § 8o do Artigo 477 da CLT. § 10. Considera‑se salário de contribuição, para o segurado empregado e trabalhador avulso, na condição prevista no § 5o do Artigo12, a remuneração efetivamente auferida na entidade sindical ou empresa de origem. I) Contribuição das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício (Artigo 195, I, a) Cota patronal previdenciária da empresa A contribuição previdenciária do empregador sobre folha de salários e demais rendimentos encontra sua matriz constitucional no Artigo 195, I, a, da CF. Trata- se da cota patronal previdenciária. Quando tratamos da cota patronal previdenciária da empresa, a obrigação tributária tem os seguintes elementos: Sujeito ativo (credor) é o fisco. Fator gerador é o exercício de atividade remunerada dos segurados a seu serviço, com ou sem vínculo empregatício. Alíquota: variável, conforme o tipo de segurado. Sujeito passivo (devedor) é o empregador. Base de cálculo é a remuneração dos segurados (salvo a contratação das 15 DIREITO PREVIDENCIÁRIO cooperativas de trabalho na qual haverá emissão de nota fiscal ou fatura). Prazo para recolhimento Prazo para recolhimento: até o dia 20 do mês seguinte ao da competência (regra geral) – incluindo os descontos dos segurados empregados e avulsos. Caso não haja expediente bancário no dia 20, o prazo é antecipado para o próximo dia útil (Artigo 30 da Lei nº 8.212/91). Contribuição incidente sobre as remunerações de empregados e trabalhadores avulsos. A alíquota é de 20 % sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho. Como a base de cálculo é a remuneração e não o salário-de-contribuição, a base de cálculo não tem valor máximo como a contribuição dos segurados. Logo, se um empregado é remunerado com R$ 8.000,00, sua contribuição é de 11 % sobre o teto (R$ 3.916,20), enquanto a cota patronal será de 20 % sobre o total da remuneração (R$ 8.000,00). Observação 1: Se a empresa prestar serviços de tecnologia de informação (TI) e de tecnologia da informação e comunicação (TIC), haverá redução da alíquota, conforme Artigo 14 da Lei nº 11.774/08. Observação 2: O microempreendedor individual (MEI), criado pela Lei Complementar 128/2008, poderá optar pelo SIMPLES Nacional, sendo que sua cota patronal estará sujeita ao recolhimento de somente 3 % sobre o salário- de- contribuição do segurado a seu serviço, o que altera, portanto, a alíquota e a base de cálculo. Contribuição incidente sobre as remunerações de contribuições individuais. 16 DIREITO PREVIDENCIÁRIO A alíquota é de 20 % sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços, mesmo que eventuais. A diferença existente entre a cota patronal, no caso de segurado empregado/trabalhador avulso e contribuinte individual, é a cobrança de SAT, que é indevida em relação aos contribuintes individuais, pois esses não possuem direito a benefícios acidentários. A questão da contribuição da empresa sobre remuneração de trabalhadores sem vínculo empregatício já foi palco de controvérsia As contribuições da empresa, em razão de valores pagos a pessoas sem vínculo empregatício, como os contribuintes individuais, foram inicialmente previstas na Lei nº 7.787/89 (lei ordinária). Ocorre que, em 1989, quando editada a aludida lei, a CF, no Artigo 195, I, só trazia a incidência de contribuição social sobre salários, valores recebidos unicamente por segurados empregados. Como não existia matriz constitucional, a Lei nº 7.787/89 foi declarada inconstitucional. Então, a União editou a Lei Complementar nº 84/96, haja vista o disposto no Artigo 195, § 4º, da CF dispor sobre necessidade de lei complementar para instituir outras fontes de custeio destinadas a garantir a manutenção ou a expansão da seguridade social. 17 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Atenção Com a edição da Emenda Constitucional nº 20/98, a Lei Complementar nº 84/96 tornou-se materialmente lei ordinária, já que a contribuição nela prevista já tinha suporte constitucional, com a nova redação do Artigo 195 da CF. Assim, tornou-se possível a alteração ou até revogação da lei complementar por lei ordinária. A Lei nº 9.876/99 revogou a Lei Complementar nº 84/96 e inseriu a contribuição da empresa sobre contribuintes individuais no próprio texto da Lei nº 8.212/91 (Artigo 22, III), com a alíquota de 20 %. Para os contribuintes individuais empresários, o lucro distribuído está fora da base de cálculo, já que esse é redistribuição do capital e não decorre diretamente do labor. Obviamente, se há pagamento de lucro em origem comprovada, tem-se remuneração disfarçada, que será considerada como base de cálculo. Adicional das instituições financeiras Lei nº 8.212/91 – Artigo 22 “§ 1º No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições referidas neste artigo e no artigo 23, é devida a contribuição adicional de dois vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos incisos I e III deste artigo.” 18 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Tal acréscimo visa a atender ao princípio da isonomia, pois essas entidades, como regra, têm atividade altamente informatizada, reduzindo ao máximo a mão de obra empregada, o que traz como consequência a redução da arrecadação previdenciária em detrimento de outros segmentos econômicos. Esse adicional é constitucional e tem fundamento de validade no Artigo 195, § 9º, da CF, que prevê a possibilidade de as contribuições patronais terem alíquotas ou bases de cálculos diferenciadas em razão da atividade econômica. Cooperativas de trabalho A empresa contratante (tomadora do serviço), quando contrata prestação de serviços na qual a cedente de mão de obra é cooperativa de trabalho, retém contribuição no valor de 15 % sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviços. A cooperativa é equiparada à empresa, para efeitos previdenciários; ocorre que, pela dificuldade que existe na fiscalização em garantir os recolhimentos que as cooperativas deviam fazer em relação aos cooperados, o tomador de serviços é que faz os recolhimentos, sendo a base de cálculo a fatura ou nota fiscal de serviços emitida pela cooperativa. Haverá adicional de 9 %, 7 % ou 5 % incidente sobre a nota fiscal ou fatura, a cargo da empresa tomadora de serviço, se os cooperados exercerem atividade que permita concessão de aposentadoria especial. Empregador doméstico Quando tratamos da cota patronal do empregador doméstico, a obrigação tributária tem os seguintes elementos: Sujeito ativo (credor) é o fisco. Fato gerador é o exercício de atividade remunerada do segurado empregado doméstico. Sujeito passivo (devedor) é o empregador. Base de cálculo é o salário-de-contribuição. Alíquota fixa de 12% (Lei nº 8.212, artigo 24). 19 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Além de sua contribuição, é daresponsabilidade do empregador doméstico o desconto e o repasse da contribuição devida pelo empregado a seu serviço para o fisco, sendo ambas contribuições recolhidas em conjunto na mesma guia. Prazo de recolhimento: até dia 15 do mês seguinte ao da competência. E, se não houver expediente bancário, o prazo é prorrogado para o próximo dia útil. Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de- contribuição A cobrança de contribuição social do próprio beneficiado pelo regime previdenciário é consectário da natureza contributiva do sistema, além do expresso mandamento constitucional (Artigo 195, II, da CF). A contribuição social previdenciária é tributo. Portanto, na relação de custeio, temos o credor (estado), o devedor (contribuinte) e a obrigação tributária. Quando tratamos da contribuição previdenciária do trabalhador, a obrigação tributária tem os seguintes elementos: • Sujeito ativo (credor) é o fisco; • Sujeito passivo (devedor) é o trabalhador; • Fato gerador é o exercício de atividade remunerada; • Base de cálculo é o salário-de-contribuição (salvo segurado especial); • Alíquota variável, conforme o tipo de segurado. Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico A incidência de contribuição para esses segurados é progressiva, pois, à medida em que é aumentado o salário-de-contribuição, incrementa-se a alíquota. As alíquotas progressivas estão definidas no Artigo 20 da Lei nº 8.212/91, dependendo da faixa de remuneração. “Artigo 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota 20 DIREITO PREVIDENCIÁRIO sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado o disposto no Artigo 28”, conforme tabela publicada a cada ano por meio de portaria interministerial do MF-MPS. Aumentado o salário-de-contribuição, incrementa-se a alíquota. Incidência das alíquotas A incidência das alíquotas é não cumulativa, significando que não há aplicação progressiva de várias alíquotas na mesma competência. Por exemplo, caso o empregado receba R$ 1.500,00 no mês, sua alíquota é de 9 % incidindo sobre o total, e não somente sobre a parcela superior a R$ 1.317,07, como ocorre no cálculo do imposto de renda. 1. Esse procedimento facilita o cálculo, sem a incidência gradual de diversas alíquotas sobre o salário-de-contribuição, mas também não é o mais justo, pois quem ganha R$ 2.195,00 e passa a ter um incremento de R$ 5,00 passa a ter alíquota de 11 % sobre o total. Vejamos: no mês de janeiro, ganha R$ 2.195,00, alíquota de 9 %, patrão desconta o valor de R$ 197,55 e o salário líquido é de R$ 1.997,45. 2. No mês de fevereiro, o patrão resolve dar aumento de R$ 5,00; o salário bruto passa a ser R$ 2.200,00 e alíquota é de 11 %. O salário líquido passa a ser R$ 1.958,00 (2.200 – 242). Ou seja, por mais que o patrão tenha aumentado na CTPS R$ 5,00, não houve incremento real. Houve, sim, redução salarial. 3. O salário-de-contribuição do segurado, como já vimos, é a soma de todos os valores recebidos no mês até o valor do teto (que hoje é de R$ 4.390,24). Assim, se o empregado tem dois empregos e recebe em cada um R$ 1.500,00, seu salário-de-contribuição é de R$ 3.000,00, devendo cada empregador promover o desconto na alíquota de 11 %. Obviamente uma empresa deverá comunicar ao outro empregador os valores pagos, de modo a possibilitar o desconto correto. 21 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 4. Essas alíquotas se aplicam a todos os empregados, inclusive domésticos e trabalhadores avulsos, com apenas uma exceção: para o empregado que presta serviço para o pequeno produtor rural, a alíquota é sempre de 8 %, independentemente do efetivo salário-de-contribuição. (Artigo 14-A, § 5º, da Lei no 5.889/73, acrescentado pelo Artigo 1º da Lei nº 11.718/08). O empregador tem a obrigação legal de fazer a retenção da contribuição do empregado e de repassar ao fisco. Trata-se de uma obrigação tributária instrumental (ou acessória), pois ele não é o contribuinte – por isso não podemos falar que isso é substituição tributária. O empregador é diretamente responsável O empregador é diretamente responsável pela importância que deixou de descontar ou arrecadar, conforme Artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212/91: “§ 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei.”. Atenção No entanto, tal presunção de recolhimento não existe para a contribuição do empregado doméstico, devendo ele prová-lo para a obtenção de benefício, muito embora a forma de recolhimento da contribuição seja feita de forma semelhante ao do empregado de uma empresa. Portanto, se o empregador doméstico deixar de reter e repassar os valores devidos há a transferência de responsabilidade tributária para ele mesmo, mas não se presumirá o recolhimento; o empregado doméstico não conseguindo provar o pagamento das contribuições, mas provando o exercício da atividade, fará jus ao benefício no valor mínimo, nos termos do Artigo 36 da Lei nº 8.213/91 e do Artigo 185, § 4º, da Instrução Normativa INSS/PREV nº 45, de 2010. 22 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Parte da jurisprudência Parte da doutrina (Fabio Zambitte, Frederico Amado e Joao Lazzari) e parte da jurisprudência entende que tal exclusão do empregado doméstico é inconstitucional, por violar a isonomia, não podendo somente o empregado doméstico, que é tão segurado quanto o empregado, ter esse ônus. Não há qualquer razoabilidade nessa distinção de tratamento. Para essa corrente, descabe atribuir as consequências ao segurado pela ausência ou atraso nos recolhimentos das contribuições. "PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. EMPREGADA DOMÉSTICA. CARÊNCIA. COMPROVAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. 1. O recolhimento da contribuição devida pela empregada doméstica é responsabilidade do empregador, cabendo ao INSS fiscalizar e exigir o cumprimento de tal obrigação. 2. Preenchidos os seus demais requisitos, não se indefere pedido de aposentadoria por idade quando, exclusivamente, não comprovado o efetivo recolhimento das contribuições previdenciárias devidas (Lei nº 8213/91, Artigo 36). 3. Recurso Especial conhecido mas não provido. (REsp 272648/SP, Rel. Min. Edson Vidigal, DJU de 04/12/2000)” Contribuinte individual e segurado facultativo Para esses segurados, a alíquota é de 20 % sobre o salário-de-contribuição. A contribuição, nesse caso, sempre foi mais elevada que a dos demais, em especial, pela ausência, no passado, de contribuição patronal respectiva. No caso dos contribuintes individuais, não havia amparo legal, e, no caso dos segurados facultativos, o motivo era de impossibilidade prática. 23 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Hoje já existe contribuição patronal sobre remuneração de contribuinte individual que presta serviços à empresa – Artigo 22, III, da Lei nº 8.212/91, que é de 20 % (vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços). Segurado especial O segurado especial tem forma especial de contribuição. O Artigo 195, § 8º, da CF prevê que esse segurado contribui com percentualincidente sobre o valor da comercialização de sua produção rural. Para o segurado especial, não há salário-de-contribuição. Aqui a base de cálculo é o valor da venda da produção rural (incluindo atividade pesqueira para o pescador artesanal). A contribuição do segurado especial não é necessariamente mensal, pois existe somente quando há venda do produto rural. No período entre safras, não há venda e também não há contribuição, em que pese ele manter qualidade de segurado, com plena cobertura previdenciária. Atenção Com o Artigo 4º da Lei nº 10.666, de 2003, a empresa para o qual o contribuinte individual presta serviço deve arrecadar a contribuição do segurado a seu serviço, descontando da remuneração 11 % de alíquota e recolher até o dia 20 do mês seguinte ao da competência junto com a contribuição a seu cargo. Prazo para recolhimento: até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. 24 DIREITO PREVIDENCIÁRIO A alíquota de contribuição é de 2 % da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção (Artigo 25, I, da Lei nº 8.212/91), acrescentando-se o percentual de 0,1 % para o custeio de prestações por acidente de trabalho (Artigo 25, II, da Lei nº 8.212/91). Portanto, a contribuição total é de 2,1 %. Se o segurado especial, além de sua contribuição obrigatória, também contribuir facultativamente, poderá postular benefícios superiores ao salário mínimo. Logo, como contribuinte individual, desde que contribua sobre base superior ao salário mínimo, poderá obter benefício mais elevado e ter direito à aposentadoria por tempo de contribuição (Artigo 39 da Lei nº 8.213/91). Como regra geral, cabe ao adquirente da produção do segurado especial o recolhimento da contribuição devida. O segurado especial somente será responsável quando: comercializar sua produção no exterior; comercializar diretamente, no varejo, com consumidor pessoa física; comercializar com produtor rural pessoa física ou segurado especial. Atenção O intermediário pessoa física que não seja produtor rural somente será responsável pelo recolhimento quando efetuar a venda diretamente no varejo, seguindo o prazo de recolhimento até do dia 20 do mês subsequente. Prazo para recolhimento: até o dia 20 do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de essas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. 25 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Atividade proposta Mr. Dog Indústria de Calçados S/A ajuíza ação declaratória de inexistência da relação jurídico-obrigacional em face da União Federal, objetivando se abster do recolhimento da contribuição para a seguridade social denominada SAT, isso em razão da inobservância do princípio da legalidade tributária, haja vista a Lei nº 8.212/91 deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "graus de risco leve, médio e grave". Procede o pedido? Chave de resposta: A jurisprudência dos Tribunais Superiores entende não ser necessário observar o princípio da legalidade estrita para fins de conceituar atividade preponderante e graus de risco leve, médio e grave, podendo ser tal conceituação feita por ato administrativo. Referências IBRAHIM, Fabio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus, 2013. TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e assistência social: legitimação e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. Exercícios de fixação Questão 1 Claudia, empregada doméstica, conversando com sua empregadora, questionou alguns descontos realizados em sua folha de pagamento. A respeito do salário- de-contribuição, segundo a legislação previdenciária, na qualidade de advogado da empregadora, assinale, entre as alternativas abaixo, qual orientação correta a fornecer para sua cliente. a) O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição, no entanto, não sofre desconto de contribuição previdenciária. 26 DIREITO PREVIDENCIÁRIO b) O décimo terceiro não integra o salário-de-contribuição e por isso não sofre desconto de contribuição previdenciária. c) O salário-maternidade, conforme decidiu o STF, equivale à remuneração da empregada doméstica, não estando sujeito ao teto da Previdência Social e nem mesmo sofre desconto de contribuição previdenciária. d) O décimo terceiro, por integrar o salário-de-contribuição, sofre desconto da contribuição previdenciária, havendo repercussão no valor do benefício previdenciário. e) O décimo terceiro integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do benefício previdenciário. Questão 2 Conforme a CF, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e de determinadas contribuições. As contribuições sociais constitucionalmente previstas incluem a contribuição: a) Sobre o domínio econômico incidente sobre a venda de petróleo e derivados. b) Do exportador de serviços para o exterior. c) Da pensionista de trabalhador falecido que se tenha aposentado pelo RGPS. d) Da entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o faturamento. Questão 3 Podem optar pela proteção previdenciária mínima, com exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, visando pagar contribuição previdenciária mensal pela alíquota de apenas 5 % incidente sobre o limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o pertencente a família de 27 DIREITO PREVIDENCIÁRIO baixa renda na condição de segurado: a) Empregado ou avulso. b) Facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência. c) Empregado doméstico. d) Contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado Questão 4 Na reclamação trabalhista proposta por Carlos José em face de sua ex- empregadora, a empresa “A”, foi proferida sentença de mérito julgando a reclamação parcialmente procedente. Em liquidação de sentença, foi apurado o valor da condenação determinado em sentença em R$ 100.000,00. As partes, após o trânsito em julgado da sentença e a sua regular liquidação, celebraram acordo no valor de R$ 40.000,00. Nesse caso, de acordo com a Lei nº 8.212/91, a contribuição previdenciária será calculada com base em: a) R$ 40.000,00 acrescido de 10 % b) R$ 100.000,00 c) R$ 50.000,00 d) R$ 40.000,00 Questão 5 Joana, recém-casada, contratou Madalena para laborar em sua residência na qualidade de empregada doméstica. Joana procedeu ao devido registro na CTPS de Madalena, mas, ao final do primeiro mês de labor, ficou com dúvidas sobre a alíquota de recolhimento da contribuição previdenciária devida em razão do contrato de trabalho da referida empregada doméstica e ligou para sua irmã, Julia, que é advogada. Julia lhe respondeu que a contribuição do empregador doméstico é de: 28 DIREITO PREVIDENCIÁRIO a) 20 % do salário mínimo b) 20 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço c) 8 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço d) 12 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço 29 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Aula 7 Exercícios de fixação Questão 1 - E Justificativa: Artigo214, 6º, do RPS: A gratificação natalina – décimo terceiro salário – integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de- benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. Questão 2 - D Justificativa: O Artigo 195, I, b, da CF dispõe sobre contribuição paga pela entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o faturamento. Questão 3 - B Justificativa: Conforme o Artigo 21, § 2º, II, b, da Lei 8.212/91, o segurado facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência pode contribuir de forma diferenciada. Questão 4 - D Justificativa: Artigo 43, § 5º, da Lei nº 8.212/91: a contribuição previdenciária incide sobre o valor do acordo. Questão 5 - D Justificativa: Artigo 24 da Lei nº 8.212/91 prevê que o percentual devido pelo empregador doméstico é 12 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.
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