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Custeio da Seguridade Social no Direito Previdenciário

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1 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
Aula 7: Custeio da Seguridade Social ............................................................................................ 2 
Introdução ........................................................................................................................2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Sistemas de custeio .......................................................................................................3 
Regra importante ...........................................................................................................4 
Tripartite ............................................................................................................................... 5 
Natureza jurídica ............................................................................................................8 
Contribuições sociais destinadas à Previdência Social ..............................................8 
Lei nº 8.212/91 .................................................................................................................... 9 
Lei 8212.................................................................................................................................... 10 
Prazo para recolhimento .............................................................................................14 
A questão da contribuição da empresa sobre remuneração de trabalhadores 
sem vínculo empregatício já foi palco de controvérsia ...........................................16 
Adicional das instituições financeiras ........................................................................17 
Cooperativas de trabalho ............................................................................................18 
Empregador doméstico ...............................................................................................18 
Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de-contribuição 
............................................................................................................................................. 19 
Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico......................................19 
Incidência das alíquotas .............................................................................................20 
O empregador é diretamente responsável ...............................................................21 
Parte da jurisprudência ...............................................................................................22 
Contribuinte individual e segurado facultativo ........................................................22 
Segurado especial ........................................................................................................23 
Atividade proposta .......................................................................................................25 
Referências .......................................................................................................................... 25 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 25 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 28 
2 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Hoje nós vamos tratar do custeio da seguridade social. 
 
 
Vamos estudar as contribuições previdenciárias, por meio das quais são 
custeados os benefícios e serviços previdenciários. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer as contribuições previdenciárias. 
3 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Conteúdo 
Sistemas de custeio 
Separam-se os sistemas em relação ao custeio, entre outras classificações, de 
acordo com a fonte de arrecadação da receita necessária ao desempenho 
da política de proteção social. Dessa forma, temos os sistemas contributivos e o 
não contributivo. 
 
O sistema contributivo adota em seu regulamento que a arrecadação dos 
recursos financeiros para a ação na esfera do seguro social não se dá por meio 
de aportes diferenciados dos tributos em geral, de modo que as pessoas 
especificadas na legislação própria ficam obrigadas a contribuir para o 
regime (contribuintes identificáveis). 
 
Tal sistema se embasa nas contribuições sociais. 
 
No sistema não contributivo, a arrecadação provem não de um tributo 
específico, mas sim da destinação de parcela da arrecadação tributária geral, 
de modo que os contribuintes do regime não são identificáveis, já que 
qualquer pessoa que tenha pago tributo ao Estado estará indiretamente 
contribuindo para o custeio. 
 
 
Atenção 
 
Entre os sistemas baseados nas contribuições sociais, 
encontramos nova divisão, no que tange à forma como os 
recursos obtidos são utilizados. O modelo de financiamento da 
seguridade social previsto na Constituição Federal se baseia no 
sistema contributivo, em que pese ter o poder público 
participação no orçamento da seguridade. 
O orçamento da seguridade social tem receita própria, que não 
se confunde com a receita tributária federal; a receita da 
4 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
Regra importante 
Outra regra importante é a que veda a utilização dos recursos provenientes das 
contribuições sociais de que trata o Artigo 195, I, a, e II, para a realização de 
despesas distintas do pagamento de benefícios do RGPS (Regime Geral de 
Previdência Social) tratados no Artigo 201. Em razão disso, o Artigo 18 da Lei 
nº 8.212 não foi recepcionado: 
 
“Artigo 18. Os recursos da Seguridade Social referidos nas alíneas a, b, c e d do 
parágrafo único do artigo 11 desta Lei poderão contribuir, a partir do exercício 
de 1992, para o financiamento das despesas com pessoal e administração geral 
apenas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, da Fundação Legião 
Brasileira de Assistência – LBA e da Fundação Centro Brasileira para Infância e 
Adolescência.” 
 
Além das fontes de custeio previstas no texto constitucional, permite o mesmo 
texto a criação de outras fontes, mediante lei complementar (Artigo 154, I, CF), 
seja para financiar novos benefícios e serviços, seja para manter os já 
existentes. 
 
Além disso, é vedado ao legislador criar ou estender benefício ou serviço, ou 
aumentar seu valor, sem que, ao menos, simultaneamente institua fonte de 
custeio capaz de atender às despesas daí decorrentes. 
seguridade é destinada exclusivamente para prestações nas 
áreas de saúde, previdência e assistência social. O orçamento 
da seguridade social é autônomo, não se confundindo 
com o orçamento do tesouro nacional. 
5 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Tripartite 
No nosso país, o sistema escolhido foi o tripartite, sendo financiado pela 
empresa, empregado e Estado. O legislador constituinte atribuiu à sociedade 
em geral o financiamento da seguridade social, conforme previsto no Artigo 195 
da Constituição Federal, o qual determina que a seguridade social será 
financiada de forma direta e indireta e mediante recursos provenientes da 
União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e das contribuições 
sociais. 
 
Contribuição para financiamento da seguridade social: 
Artigo 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma 
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintescontribuições sociais: 
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma 
da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem 
vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime 
geral de previdência social de que trata o Artigo 201; 
III – sobre a receita de concursos de prognósticos; 
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a 
ele equiparar. 
 
§ 1o As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não 
integrando o orçamento da União. 
6 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
§ 2o A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de 
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e 
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de 
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 
 
§ 3o A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, 
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele 
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
 
§ 4o A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no Artigo 
154, I. 
 
§ 5o Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
 
§ 6o As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no Artigo 150, 
III, b. 
§ 7o São isentas de contribuição para a seguridade social às entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em 
lei. (IMUNIDADE) 
 
§ 8o O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, 
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota 
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios 
nos termos da lei. 
7 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
§ 9o As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade 
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da 
condição estrutural do mercado de trabalho. 
 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada 
a respectiva contrapartida de recursos. 
 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições 
sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em 
montante superior ao fixado em lei complementar. 
 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não 
cumulativas. 
 
§ 13. Aplica‑se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição 
gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela 
incidente sobre a receita ou o faturamento. 
 
Determina a Constituição que a Seguridade Social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, e das contribuições 
sociais. 
 
A contribuição para a Seguridade Social é uma espécie de contribuição social, 
cuja receita tem por finalidade o financiamento de ações nas áreas da saúde, 
previdência e assistência social. 
8 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Natureza jurídica 
A Constituição de 1988 utiliza, para todas as contribuições previstas pelo Artigo 
195, o termo “contribuições para a seguridade social”, ficando reservado o 
termo “contribuições previdenciárias” somente para os tributos do Artigo 195, I, 
a, e II. Em se tratando da natureza jurídica, existem três teorias: 
 
Natureza jurídica 
A contribuição para a seguridade social tem natureza tributária, pois se trata de 
prestação pecuniária compulsória instituída por lei e cobrada pelo ente público 
arrecadador com a finalidade de custear as áreas da saúde, assistência e 
previdência social. Está prevista no Artigo 149 da CF, inserido no capítulo 
“Sistema Tributário Nacional”. 
 
Teoria parafiscal 
Há que se diferenciar os tributos fiscais dos parafiscais; a contribuição para a 
seguridade social teria a natureza da parafiscalidade, pois busca suprir os 
encargos do Estado que não lhe são próprios, como no caso dos benefícios 
previdenciários. 
 
Teoria da exação sui generis 
A contribuição para a seguridade social não tem natureza fiscal nem parafiscal, 
tratando-se de uma imposição estatal atípica prevista na CF e na legislação 
ordinária, cuja natureza jurídica é especial. 
 
Observação: Frederico Marques aponta uma ressalva no que concerne à 
contribuição previdenciária dos segurados facultativos, entendendo-a pela sua 
natureza não fiscal e tendo em conta o seu caráter facultativo. 
 
Contribuições sociais destinadas à Previdência Social 
Quais são as contribuições sociais destinadas à Previdência Social? 
9 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
O pagamento das contribuições previdenciárias constitui modalidade de 
contribuição para a seguridade social, pagamento esse que provem de duas 
fontes: 
 
Do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadorias e pensões do RGPS; 
 
Do empregador, da empresa e da entidade equiparada na forma da lei, 
incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pago ou 
creditado, a qualquer título, a pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem 
vínculo empregatício. 
 
O conceito de salário-de-contribuição é a expressão que quantifica a base de 
cálculo da contribuição previdenciária dos segurados da previdência social, do 
empregador doméstico e da cota patronal do microempreendedor individual 
(MEI) criado pela Lei Complementar 128, de 2008. 
 
No entanto, o salário-de-contribuição não é aplicado para o segurado especial, 
em que a regra de custeio é sobre a produção rural, salvo quando contribui 
facultativamente para fazer jus a benefícios acima do mínimo legal ou a outros 
benefícios (Artigo 39 da Lei nº 8.213/91). 
 
Lei nº 8.212/91 
“Artigo 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
 
 
I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma 
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, 
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos 
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste 
salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do 
10 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença 
normativa; 
 
II – para o empregado doméstico: a remuneração registradana Carteira de 
Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em 
regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração; 
 
III – para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais 
empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, 
observado o limite máximo a que se refere o § 5º; 
 
IV – para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite 
máximo a que se refere o § 5°. 
 
Lei 8212: 
§ 1o Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do 
empregado ocorrer no curso do mês, o salário de contribuição será proporcional 
ao número de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida em regulamento. 
 
§ 2o O salário-maternidade é considerado salário de contribuição. 
 
 
§ 3o O limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso 
salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário-
mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e 
o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
 
§ 4o O limite mínimo do salário de contribuição do menor aprendiz 
corresponde à sua remuneração mínima definida em lei. 
 
§ 5o O limite máximo do salário de contribuição é de Cr$ 170.000,00 
(cento e setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da data da entrada em vigor 
11 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento 
dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. 
 
Portaria MPS/MF 02, de 06.01.2012 (Pub.09/01/2012), que altera o limite 
máximo do salário de contribuição para R$ R$ 3.916,20. 
 
§ 6o No prazo de cento e oitenta dias, a contar da data de publicação 
desta Lei, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei 
estabelecendo a previdência complementar, pública e privada, em especial para 
os que possam contribuir acima do limite máximo estipulado no parágrafo 
anterior deste artigo. 
 
§ 7o O decimo‑terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário de 
contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em 
regulamento. 
 
(§ 7o com a redação dada pela Lei no 8.870, de 15-4-1994). 
Súm. no 688 do STF: E legitima a incidência da contribuição 
previdenciária sobre o 13º salário. 
 
§ 8o Integram o salário de contribuição pelo seu valor total: 
a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinquenta por cento da 
remuneração mensal; 
b) VETADA; 
c) Revogada. Lei no 9.711, de 20-11-1998. 
 
 
§ 9o Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, 
exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o 
salário-maternidade; 
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos 
termos da Lei no 5.929, de 30 de outubro de 1973; 
12 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
c) a parcela in natura recebida de acordo com os programas de 
alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos 
termos da Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976; 
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo 
adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da 
remuneração de férias de que trata o Artigo 137 da Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT; 
e) as importâncias: 
1. Previstas no inciso I do artigo 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias; 
2. Relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro 
de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço – FGTS; 
3. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 479 da CLT; 
4. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 14 da Lei no 
5.889, de 8 de junho de 1973; 
5. Recebidas a título de incentivo à demissão; 
6. Recebidas a título de abono de férias na forma dos Artigos 143 e 144 
da CLT; 
7. Recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente 
desvinculados do salário; 
8. Recebidas a título de licença‑prêmio indenizada; 
9. Recebidas a título da indenização de que trata o Artigo 9o da Lei no 
7.238, de 29 de outubro de 1984; 
f) a parcela recebida a título de vale‑transporte, na forma da legislação 
própria; 
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em 
decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do 
Artigo 470 da CLT; 
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta 
por cento) da remuneração mensal; 
13 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
i) A importância recebida a título de bolsa de complementação 
educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei no 6.494, de 7 de 
dezembro de 1977; 
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou 
creditada de acordo com lei específica; 
l) o abono do Programa de Integração Social – PIS e do Programa de 
Assistência ao Servidor Público – PASEP; 
m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação 
fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade 
distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da 
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção 
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; 
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao 
valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos 
empregados da empresa; (Artigo 63 da lei 8213). 
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria 
canavieira, de que trata o Artigo 36 da Lei no 4.870, de 1o de dezembro de 
1965; 
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica 
relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde 
que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no 
que couber, os Artigos 9o e 468 da CLT; 
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou 
odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso 
de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas 
médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a 
totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; 
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios 
fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos 
respectivos serviços; 
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o 
reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, 
14 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente 
comprovadas as despesas realizadas; (Súm. no 310 do STJ: o auxilio-creche não 
integra o salário de contribuição.) 
t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos 
termos do artigo 21 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de 
capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas 
pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e 
que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; 
u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao 
adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no Artigo 64 
da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990; 
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; 
x) o valor da multa prevista no § 8o do Artigo 477 da CLT. 
§ 10. Considera‑se salário de contribuição, para o segurado empregado e 
trabalhador avulso, na condição prevista no § 5o do Artigo12, a remuneração 
efetivamente auferida na entidade sindical ou empresa de origem. 
I) Contribuição das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida 
ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício (Artigo 195, I, a) 
 
Cota patronal previdenciária da empresa 
A contribuição previdenciária do empregador sobre folha de salários e demais 
rendimentos encontra sua matriz constitucional no Artigo 195, I, a, da CF. Trata-
se da cota patronal previdenciária. Quando tratamos da cota patronal 
previdenciária da empresa, a obrigação tributária tem os seguintes elementos: 
 Sujeito ativo (credor) é o fisco. 
 Fator gerador é o exercício de atividade remunerada dos segurados a seu 
serviço, com ou sem vínculo empregatício. 
 Alíquota: variável, conforme o tipo de segurado. 
 Sujeito passivo (devedor) é o empregador. 
 Base de cálculo é a remuneração dos segurados (salvo a contratação das 
15 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
cooperativas de trabalho na qual haverá emissão de nota fiscal ou fatura). 
 
Prazo para recolhimento 
Prazo para recolhimento: até o dia 20 do mês seguinte ao da competência (regra 
geral) – incluindo os descontos dos segurados empregados e avulsos. Caso não 
haja expediente bancário no dia 20, o prazo é antecipado para o próximo dia útil 
(Artigo 30 da Lei nº 8.212/91). 
 
 Contribuição incidente sobre as remunerações de empregados e 
trabalhadores avulsos. 
 
 A alíquota é de 20 % sobre o total das remunerações pagas, devidas ou 
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o 
trabalho. 
 
 Como a base de cálculo é a remuneração e não o salário-de-contribuição, a 
base de cálculo não tem valor máximo como a contribuição dos segurados. 
 
 Logo, se um empregado é remunerado com R$ 8.000,00, sua contribuição 
é de 11 % sobre o teto (R$ 3.916,20), enquanto a cota patronal será de 
20 % sobre o total da remuneração (R$ 8.000,00). 
 
Observação 1: Se a empresa prestar serviços de tecnologia de informação (TI) e 
de tecnologia da informação e comunicação (TIC), haverá redução da alíquota, 
conforme Artigo 14 da Lei nº 11.774/08. 
 
Observação 2: O microempreendedor individual (MEI), criado pela Lei 
Complementar 128/2008, poderá optar pelo SIMPLES Nacional, sendo que sua 
cota patronal estará sujeita ao recolhimento de somente 3 % sobre o salário- de-
contribuição do segurado a seu serviço, o que altera, portanto, a alíquota e a 
base de cálculo. 
 
Contribuição incidente sobre as remunerações de contribuições individuais. 
16 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
A alíquota é de 20 % sobre o total das remunerações pagas, devidas ou 
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados contribuintes 
individuais que lhe prestem serviços, mesmo que eventuais. 
 
A diferença existente entre a cota patronal, no caso de segurado 
empregado/trabalhador avulso e contribuinte individual, é a cobrança de SAT, 
que é indevida em relação aos contribuintes individuais, pois esses não possuem 
direito a benefícios acidentários. 
 
A questão da contribuição da empresa sobre remuneração de 
trabalhadores sem vínculo empregatício já foi palco de 
controvérsia 
As contribuições da empresa, em razão de valores pagos a pessoas sem vínculo 
empregatício, como os contribuintes individuais, foram inicialmente previstas na 
Lei nº 7.787/89 (lei ordinária). Ocorre que, em 1989, quando editada a aludida 
lei, a CF, no Artigo 195, I, só trazia a incidência de contribuição social sobre 
salários, valores recebidos unicamente por segurados empregados. 
 
Como não existia matriz constitucional, a Lei nº 7.787/89 foi declarada 
inconstitucional. Então, a União editou a Lei Complementar nº 84/96, haja vista 
o disposto no Artigo 195, § 4º, da CF dispor sobre necessidade de lei 
complementar para instituir outras fontes de custeio destinadas a garantir a 
manutenção ou a expansão da seguridade social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
Atenção 
 
Com a edição da Emenda Constitucional nº 20/98, a Lei Complementar nº 
84/96 tornou-se materialmente lei ordinária, já que a contribuição nela prevista 
já tinha suporte constitucional, com a nova redação do Artigo 195 da CF. Assim, 
tornou-se possível a alteração ou até revogação da lei complementar por lei 
ordinária. 
 
A Lei nº 9.876/99 revogou a Lei Complementar nº 84/96 e inseriu a 
contribuição da empresa sobre contribuintes individuais no próprio texto da Lei 
nº 8.212/91 (Artigo 22, III), com a alíquota de 20 %. 
 
Para os contribuintes individuais empresários, o lucro distribuído está fora da 
base de cálculo, já que esse é redistribuição do capital e não decorre 
diretamente do labor. Obviamente, se há pagamento de lucro em origem 
comprovada, tem-se remuneração disfarçada, que será considerada como base 
de cálculo. 
 
 
Adicional das instituições financeiras 
Lei nº 8.212/91 – Artigo 22 
“§ 1º No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e 
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de 
capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades 
de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições referidas 
neste artigo e no artigo 23, é devida a contribuição adicional de dois vírgula 
cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos incisos I e III deste 
artigo.” 
 
18 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
Tal acréscimo visa a atender ao princípio da isonomia, pois essas entidades, 
como regra, têm atividade altamente informatizada, reduzindo ao máximo a 
mão de obra empregada, o que traz como consequência a redução da 
arrecadação previdenciária em detrimento de outros segmentos econômicos. 
 
Esse adicional é constitucional e tem fundamento de validade no Artigo 195, § 
9º, da CF, que prevê a possibilidade de as contribuições patronais terem 
alíquotas ou bases de cálculos diferenciadas em razão da atividade econômica. 
 
Cooperativas de trabalho 
A empresa contratante (tomadora do serviço), quando contrata prestação de 
serviços na qual a cedente de mão de obra é cooperativa de trabalho, retém 
contribuição no valor de 15 % sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de 
serviços. 
 
A cooperativa é equiparada à empresa, para efeitos previdenciários; ocorre que, 
pela dificuldade que existe na fiscalização em garantir os recolhimentos que as 
cooperativas deviam fazer em relação aos cooperados, o tomador de serviços é 
que faz os recolhimentos, sendo a base de cálculo a fatura ou nota fiscal de 
serviços emitida pela cooperativa. 
 
Haverá adicional de 9 %, 7 % ou 5 % incidente sobre a nota fiscal ou fatura, a 
cargo da empresa tomadora de serviço, se os cooperados exercerem atividade 
que permita concessão de aposentadoria especial. 
 
Empregador doméstico 
Quando tratamos da cota patronal do empregador doméstico, a obrigação 
tributária tem os seguintes elementos: 
 Sujeito ativo (credor) é o fisco. 
 Fato gerador é o exercício de atividade remunerada do segurado 
empregado doméstico. 
 Sujeito passivo (devedor) é o empregador. 
 Base de cálculo é o salário-de-contribuição. 
 Alíquota fixa de 12% (Lei nº 8.212, artigo 24). 
19 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Além de sua contribuição, é daresponsabilidade do empregador doméstico o 
desconto e o repasse da contribuição devida pelo empregado a seu serviço para 
o fisco, sendo ambas contribuições recolhidas em conjunto na mesma guia. 
 
Prazo de recolhimento: até dia 15 do mês seguinte ao da competência. E, se não 
houver expediente bancário, o prazo é prorrogado para o próximo dia útil. 
 
Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de- 
contribuição 
 
A cobrança de contribuição social do próprio beneficiado pelo regime 
previdenciário é consectário da natureza contributiva do sistema, além do 
expresso mandamento constitucional (Artigo 195, II, da CF). A contribuição 
social previdenciária é tributo. Portanto, na relação de custeio, temos o credor 
(estado), o devedor (contribuinte) e a obrigação tributária. 
 
Quando tratamos da contribuição previdenciária do trabalhador, a obrigação 
tributária tem os seguintes elementos: 
 
• Sujeito ativo (credor) é o fisco; 
• Sujeito passivo (devedor) é o trabalhador; 
• Fato gerador é o exercício de atividade remunerada; 
• Base de cálculo é o salário-de-contribuição (salvo segurado especial); 
• Alíquota variável, conforme o tipo de segurado. 
 
 
Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico 
A incidência de contribuição para esses segurados é progressiva, pois, à medida 
em que é aumentado o salário-de-contribuição, incrementa-se a alíquota. As 
alíquotas progressivas estão definidas no Artigo 20 da Lei nº 8.212/91, 
dependendo da faixa de remuneração. 
 
“Artigo 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do 
trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota 
20 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado 
o disposto no Artigo 28”, conforme tabela publicada a cada ano por meio de 
portaria interministerial do MF-MPS. 
 
Aumentado o salário-de-contribuição, incrementa-se a alíquota. 
 
 
Incidência das alíquotas 
A incidência das alíquotas é não cumulativa, significando que não há aplicação 
progressiva de várias alíquotas na mesma competência. Por exemplo, caso o 
empregado receba R$ 1.500,00 no mês, sua alíquota é de 9 % incidindo sobre o 
total, e não somente sobre a parcela superior a R$ 1.317,07, como ocorre no 
cálculo do imposto de renda. 
 
1. Esse procedimento facilita o cálculo, sem a incidência gradual de diversas 
alíquotas sobre o salário-de-contribuição, mas também não é o mais justo, pois 
quem ganha R$ 2.195,00 e passa a ter um incremento de R$ 5,00 passa a ter 
alíquota de 11 % sobre o total. Vejamos: no mês de janeiro, ganha R$ 
2.195,00, alíquota de 9 %, patrão desconta o valor de R$ 197,55 e o salário 
líquido é de R$ 1.997,45. 
 
2. No mês de fevereiro, o patrão resolve dar aumento de R$ 5,00; o salário 
bruto passa a ser R$ 2.200,00 e alíquota é de 11 %. O salário líquido passa a 
ser R$ 1.958,00 (2.200 – 242). Ou seja, por mais que o patrão tenha 
aumentado na CTPS R$ 5,00, não houve incremento real. Houve, sim, redução 
salarial. 
 
3. O salário-de-contribuição do segurado, como já vimos, é a soma de todos os 
valores recebidos no mês até o valor do teto (que hoje é de R$ 4.390,24). 
Assim, se o empregado tem dois empregos e recebe em cada um R$ 1.500,00, 
seu salário-de-contribuição é de R$ 3.000,00, devendo cada empregador 
promover o desconto na alíquota de 11 %. Obviamente uma empresa deverá 
comunicar ao outro empregador os valores pagos, de modo a possibilitar o 
desconto correto. 
 
21 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
4. Essas alíquotas se aplicam a todos os empregados, inclusive domésticos e 
trabalhadores avulsos, com apenas uma exceção: para o empregado que presta 
serviço para o pequeno produtor rural, a alíquota é sempre de 8 %, 
independentemente do efetivo salário-de-contribuição. (Artigo 14-A, § 5º, da Lei 
no 5.889/73, acrescentado pelo Artigo 1º da Lei nº 11.718/08). 
 
O empregador tem a obrigação legal de fazer a retenção da contribuição do 
empregado e de repassar ao fisco. Trata-se de uma obrigação tributária 
instrumental (ou acessória), pois ele não é o contribuinte – por isso não 
podemos falar que isso é substituição tributária. 
 
O empregador é diretamente responsável 
O empregador é diretamente responsável pela importância que deixou de 
descontar ou arrecadar, conforme Artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212/91: “§ 5º O 
desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se 
presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe 
sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente 
responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em 
desacordo com o disposto nesta Lei.”. 
 
 
Atenção 
 
No entanto, tal presunção de recolhimento não existe para a 
contribuição do empregado doméstico, devendo ele prová-lo 
para a obtenção de benefício, muito embora a forma de 
recolhimento da contribuição seja feita de forma semelhante ao 
do empregado de uma empresa. Portanto, se o empregador 
doméstico deixar de reter e repassar os valores devidos há a 
transferência de responsabilidade tributária para ele mesmo, 
mas não se presumirá o recolhimento; o empregado doméstico 
não conseguindo provar o pagamento das contribuições, mas 
provando o exercício da atividade, fará jus ao benefício no valor 
mínimo, nos termos do Artigo 36 da Lei nº 8.213/91 e do Artigo 
185, § 4º, da Instrução Normativa INSS/PREV nº 45, de 2010. 
22 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Parte da jurisprudência 
Parte da doutrina (Fabio Zambitte, Frederico Amado e Joao Lazzari) e parte da 
jurisprudência entende que tal exclusão do empregado doméstico é 
inconstitucional, por violar a isonomia, não podendo somente o empregado 
doméstico, que é tão segurado quanto o empregado, ter esse ônus. 
 
Não há qualquer razoabilidade nessa distinção de tratamento. Para essa 
corrente, descabe atribuir as consequências ao segurado pela ausência ou 
atraso nos recolhimentos das contribuições. 
 
"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. EMPREGADA DOMÉSTICA. 
CARÊNCIA. COMPROVAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. 
 
1. O recolhimento da contribuição devida pela empregada doméstica é 
responsabilidade do empregador, cabendo ao INSS fiscalizar e exigir o 
cumprimento de tal obrigação. 
 
2. Preenchidos os seus demais requisitos, não se indefere pedido de 
aposentadoria por idade quando, exclusivamente, não comprovado o efetivo 
recolhimento das contribuições previdenciárias devidas (Lei nº 8213/91, Artigo 
36). 
 
3. Recurso Especial conhecido mas não provido. 
 
 
(REsp 272648/SP, Rel. Min. Edson Vidigal, DJU de 04/12/2000)” 
 
 
Contribuinte individual e segurado facultativo 
Para esses segurados, a alíquota é de 20 % sobre o salário-de-contribuição. A 
contribuição, nesse caso, sempre foi mais elevada que a dos demais, em 
especial, pela ausência, no passado, de contribuição patronal respectiva. No 
caso dos contribuintes individuais, não havia amparo legal, e, no caso dos 
segurados facultativos, o motivo era de impossibilidade prática. 
23 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Hoje já existe contribuição patronal sobre remuneração de contribuinte 
individual que presta serviços à empresa – Artigo 22, III, da Lei nº 8.212/91, 
que é de 20 % (vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou 
creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes 
individuais que lhe prestem serviços). 
 
 
 
Segurado especial 
O segurado especial tem forma especial de contribuição. O Artigo 195, § 8º, da 
CF prevê que esse segurado contribui com percentualincidente sobre o valor 
da comercialização de sua produção rural. 
 
Para o segurado especial, não há salário-de-contribuição. Aqui a base de cálculo 
é o valor da venda da produção rural (incluindo atividade pesqueira para o 
pescador artesanal). A contribuição do segurado especial não é 
necessariamente mensal, pois existe somente quando há venda do produto 
rural. 
 
No período entre safras, não há venda e também não há contribuição, em que 
pese ele manter qualidade de segurado, com plena cobertura previdenciária. 
Atenção 
 
Com o Artigo 4º da Lei nº 10.666, de 2003, a empresa para o 
qual o contribuinte individual presta serviço deve arrecadar a 
contribuição do segurado a seu serviço, descontando da 
remuneração 11 % de alíquota e recolher até o dia 20 do mês 
seguinte ao da competência junto com a contribuição a seu 
cargo. 
Prazo para recolhimento: até o dia 15 do mês seguinte ao da 
competência. 
24 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
A alíquota de contribuição é de 2 % da receita bruta proveniente da 
comercialização da sua produção (Artigo 25, I, da Lei nº 8.212/91), 
acrescentando-se o percentual de 0,1 % para o custeio de prestações por 
acidente de trabalho (Artigo 25, II, da Lei nº 8.212/91). Portanto, a 
contribuição total é de 2,1 %. 
 
Se o segurado especial, além de sua contribuição obrigatória, também 
contribuir facultativamente, poderá postular benefícios superiores ao salário 
mínimo. Logo, como contribuinte individual, desde que contribua sobre base 
superior ao salário mínimo, poderá obter benefício mais elevado e ter direito à 
aposentadoria por tempo de contribuição (Artigo 39 da Lei nº 8.213/91). 
 
Como regra geral, cabe ao adquirente da produção do segurado especial o 
recolhimento da contribuição devida. 
 
O segurado especial somente será responsável quando: comercializar sua 
produção no exterior; comercializar diretamente, no varejo, com consumidor 
pessoa física; comercializar com produtor rural pessoa física ou segurado 
especial. 
 
 
Atenção 
 
O intermediário pessoa física que não seja produtor rural 
somente será responsável pelo recolhimento quando efetuar a 
venda diretamente no varejo, seguindo o prazo de recolhimento 
até do dia 20 do mês subsequente. 
Prazo para recolhimento: até o dia 20 do mês subsequente ao da 
operação de venda ou consignação da produção, 
independentemente de essas operações terem sido realizadas 
diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. 
25 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
Atividade proposta 
Mr. Dog Indústria de Calçados S/A ajuíza ação declaratória de inexistência da 
relação jurídico-obrigacional em face da União Federal, objetivando se abster 
do recolhimento da contribuição para a seguridade social denominada SAT, isso 
em razão da inobservância do princípio da legalidade tributária, haja vista a Lei 
nº 8.212/91 deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de 
"atividade preponderante" e "graus de risco leve, médio e grave". Procede o 
pedido? 
 
Chave de resposta: A jurisprudência dos Tribunais Superiores entende não 
ser necessário observar o princípio da legalidade estrita para fins de conceituar 
atividade preponderante e graus de risco leve, médio e grave, podendo ser tal 
conceituação feita por ato administrativo. 
 
Referências 
IBRAHIM, Fabio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: 
Impetus, 2013. 
 
TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e assistência social: legitimação 
e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
Claudia, empregada doméstica, conversando com sua empregadora, 
questionou alguns descontos realizados em sua folha de pagamento. A respeito 
do salário- de-contribuição, segundo a legislação previdenciária, na qualidade 
de advogado da empregadora, assinale, entre as alternativas abaixo, qual 
orientação correta a fornecer para sua cliente. 
 
a) O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição, no entanto, 
não sofre desconto de contribuição previdenciária. 
26 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
b) O décimo terceiro não integra o salário-de-contribuição e por isso não 
sofre desconto de contribuição previdenciária. 
 
c) O salário-maternidade, conforme decidiu o STF, equivale à remuneração 
da empregada doméstica, não estando sujeito ao teto da Previdência 
Social e nem mesmo sofre desconto de contribuição previdenciária. 
d) O décimo terceiro, por integrar o salário-de-contribuição, sofre desconto 
da contribuição previdenciária, havendo repercussão no valor do 
benefício previdenciário. 
e) O décimo terceiro integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo 
do benefício previdenciário. 
 
Questão 2 
 
Conforme a CF, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e de 
determinadas contribuições. As contribuições sociais constitucionalmente 
previstas incluem a contribuição: 
 
a) Sobre o domínio econômico incidente sobre a venda de petróleo e 
derivados. 
b) Do exportador de serviços para o exterior. 
c) Da pensionista de trabalhador falecido que se tenha aposentado pelo 
RGPS. 
d) Da entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o 
faturamento. 
 
Questão 3 
 
Podem optar pela proteção previdenciária mínima, com exclusão do direito ao 
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, visando pagar 
contribuição previdenciária mensal pela alíquota de apenas 5 % incidente sobre 
o limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o pertencente a família de 
27 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
baixa renda na condição de segurado: 
 
a) Empregado ou avulso. 
b) Facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao 
trabalho doméstico no âmbito de sua residência. 
c) Empregado doméstico. 
d) Contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de 
trabalho com empresa ou equiparado 
 
Questão 4 
 
Na reclamação trabalhista proposta por Carlos José em face de sua ex- 
empregadora, a empresa “A”, foi proferida sentença de mérito julgando a 
reclamação parcialmente procedente. Em liquidação de sentença, foi apurado o 
valor da condenação determinado em sentença em R$ 100.000,00. As partes, 
após o trânsito em julgado da sentença e a sua regular liquidação, celebraram 
acordo no valor de R$ 40.000,00. Nesse caso, de acordo com a Lei nº 
8.212/91, a contribuição previdenciária será calculada com base em: 
 
a) R$ 40.000,00 acrescido de 10 % 
b) R$ 100.000,00 
c) R$ 50.000,00 
d) R$ 40.000,00 
 
 
Questão 5 
 
Joana, recém-casada, contratou Madalena para laborar em sua residência na 
qualidade de empregada doméstica. Joana procedeu ao devido registro na 
CTPS de Madalena, mas, ao final do primeiro mês de labor, ficou com dúvidas 
sobre a alíquota de recolhimento da contribuição previdenciária devida em 
razão do contrato de trabalho da referida empregada doméstica e ligou para 
sua irmã, Julia, que é advogada. Julia lhe respondeu que a contribuição do 
empregador doméstico é de: 
 
28 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
a) 20 % do salário mínimo 
b) 20 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço 
c) 8 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço 
d) 12 % do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço 
29 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
Aula 7 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Justificativa: Artigo214, 6º, do RPS: A gratificação natalina – décimo terceiro 
salário – integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de- 
benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da 
última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: O Artigo 195, I, b, da CF dispõe sobre contribuição paga pela 
entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o 
faturamento. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: Conforme o Artigo 21, § 2º, II, b, da Lei 8.212/91, o segurado 
facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao trabalho 
doméstico no âmbito de sua residência pode contribuir de forma diferenciada. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: Artigo 43, § 5º, da Lei nº 8.212/91: a contribuição previdenciária 
incide sobre o valor do acordo. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: Artigo 24 da Lei nº 8.212/91 prevê que o percentual devido pelo 
empregador doméstico é 12 % do salário-de-contribuição do empregado 
doméstico a seu serviço.

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