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TCC sobre inclusão social

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PÓS-GRADUAÇÃO EAD – UNOPAR
CURSO DE LIBRAS
ADRIANA BULHÕES RIBEIRO
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS DESAFIOS À INCLUSÃO
NATAL/RN
2017
Adriana Bulhões Ribeiro
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS DESAFIOS À INCLUSÃO
Artigo apresentado à Pós-Graduação EaD - Unopar, sob a orientação da Professora Gisele Maria Miranda dos Reis como parte dos requisitos necessários para obtenção da nota no componente Trabalho de Conclusão de Curso, 
NATAL/RN
2017
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS DESAFIOS À INCLUSÃO 
RESUMO
A pesquisa se realizou com base nas diretrizes da educação vigente no país que direciona seus olhares para uma escola inclusiva, dentro das propostas se destaca o nosso interesse de analisar a educação bilíngue para surdos e a sua real efetivação. A inserção de alunos surdos matriculados em classe comum da escola regular necessita de promover um atendimento que insira esse aluno na comunidade escolar, como também desenvolva o ensino e a aprendizagem com qualidade e humanidade, respeitando suas especificidades e individualidade. Neste caso, iremos realizar um levantamento da evolução histórica da educação inclusiva, assim, observar a real situação desses alunos que foram inseridos em um quadro sem a organização das estruturas físicas, de profissionais qualificados, e de uma comunidade escolar que ainda não sabe como receber, ou até mesmo respeitar as limitações desses alunos. O objetivo é analisar se a proposta política ideológica sócia educativa está sendo realizada conforme as diretrizes educacionais e direcionar olhares e incentivos para a promoção dessa efetivação que se faz tão necessária e urgente nas escolas de todo o país. 
Palavras-chave: Educação de Surdos; Abordagem Bilíngue; Educação Inclusiva
1. INTRODUÇÂO
	A pesquisa tem como objetivo observar as políticas públicas que foram ao longo do percurso histórico se elaborando e promovendo o ensino sócio educativo em pessoas acometidas om a deficiência auditiva. Como também, levantar questionamentos sobre a Escola Inclusiva e sua pedagogia. 
	A ideia de que estes indivíduos, que só estão inseridos neste quadro por terem somente a perda da audição, são limitados de alguma forma cognitiva e não se adequam ou acompanham o processo de ensino aprendizagem em uma sala de aula, é de fato equivocado, e portanto, deve-se olhar a sua forma de comunicação, a Língua de Sinais, como a primeira língua dos surdos e a nossa como a segunda, nesta vasta variedade da nossa linguagem.
	 O estudo se realizou através de grandes pensadores que tem de forma atemporal um olhar que nos norteia a seguir a proposta de uma Educação Inclusiva para todos. Os teóricos oportunizaram uma análise da real situação que se encontra este público atendido nas Instituições Educacional. 
	Respeitar, valorizar e promover a inclusão dessa população surda é um dever e obrigação do Estado, porém o educador tem um papel muito importante nesse processo e sua qualificação é extremamente importante nessa realidade cultural. Entender as necessidades da pessoa surda é essencial para um bom acolhimento e desenvolvimento das propostas pedagógicas que deve atender às expectativas desse aluno. Observando que sua inclusão deve estar relacionada a sua necessidade comunicativa, onde de fato deve acontecer a sociabilização na interação comunicativa. Evidenciando assim sua cultura nas variações da nossa linguagem.
	 Nossa pesquisa teve como ordem esclarecer no primeiro momento a legislação e seus percursores teóricos, em uma, visão ampla da Educação Inclusiva e o amparo legal da Educação especial no Brasil.
	A continuidade da temática se propõe a esclarecer a ideia de Inclusão Bilíngue e de uma pedagogia Inclusiva no sistema regular de ensino, assim, concluindo o olhar sócio pedagógico de um aluno com deficiência visual no contexto escolar. 
2. CONTEXTO SOCIO HISTÓRICO
As políticas sociais dos últimos anos deram um olhar diferenciado aos que são acometidos por alguma deficiência no Brasil, o que evidenciamos sobre a comunidade surda é a sua força expressiva para reivindicar direitos que foram conquistados e divulgados, porém muito pouco se investiu para a sua efetivação.	As políticas públicas governamentais voltadas, exclusivamente, para os surdos estão previstas na Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como recurso expressivo da comunicação dessa comunidade. Assim, o Decreto nº 5.626/2005, regulamenta a Lei 10.436/02 e especifica e determina que se desenvolva o ensino de LIBRAS a partir da Educação Infantil. 
Contudo, para entender como as políticas públicas para surdos foram se constituindo ao longo do tempo e sua estrutura faremos um breve histórico sobre o olhar nas perspectivas das políticas públicas.
Segundo a visão de Bucci (2002), apud Cristóvam(2005), devemos entender sobre políticas públicas: 
Programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados. (BUCCI, 2002, p. 241).
Sendo assim, é a colaboração entre público e privado que garantem a efetivação de uma ação conscientizada e a propagação de atitudes sociais e humanas. 
Cristovam(2005), questiona que independente do comprometimento e investimentos das políticas públicas que são garantidas pela legislação, o Estado tem que promover ações para melhorar a vida dos cidadãos.
Foi no século XVI, por D. Pedro Ponce de Leão que aconteceram as primeiras tentativas de educação para surdos, este movimento político ocorrerá pelo simples fato de se perpetuar as posses e status de nobreza, assim, os nobres que haviam tido herdeiros acometidos de surdez não deixariam de dar a continuidade ao nome da família.
Segundo Thomas (2006), cita que: 
A educação dos surdos nesse contexto colocava-se como necessidade diante da presença de crianças surdas em famílias nobres e tinha como objetivo torná-las legítimas herdeiras. Em geral, filhos defeituosos de tais famílias eram retirados da visão pública pela vergonha que causavam, pois eram considerados resultados das depravações ou pecados cometidos por seus pais. (THOMA, 2006: 10 – 11).
	 Neste contexto, surgiram os internatos que tinham como missão oferecer para as famílias de surdos um ambiente que teria como função estimular as habilidades sensoriais para o convívio social e ser um espaço seguro.
	Em 1750, a primeira escola pública (metodologia oral), fundada por um dos nomes mais conceituados educadores de surdos, Samuel Heinick (1712 – 1789), deu início a vários movimentos educacionais que tiveram como protagonistas Charles Michel de L’Epée, com sua metodologia formal e resultados positivos, ele em 1760, transformou sua casa na primeira escola pública para surdos (Instituto de Surdos e Mudos, Paris), utilizando uma abordagem denominada gestualista.
	O autor, também cita que L´Epée com sua visão de uma educação sócio coletiva originou a formação e a organização da comunidade surda. Sua metodologia de uso de sinais foi o percussor da linguagem dos sinais no mundo.
	Com este novo recurso, a comunidade surda teve início há várias conquistas sociais e humanas. Durante o século XIX, a propagação da metodologia de sinais como meio de comunicação entre surdos e sociedade se estendeu da Europa até as Américas, a primeira escola pública para surdos foi fundada por Thomas Gllaudet e Laurent Clerc em 1817 (The Connecticut for the Education and Instruction of the Deaf and Dumb Persons). A função dos educadores era aprender a Língua de Sinais e o alfabeto datilológico francês e adaptar os sinais Metódicos, metodologia introduzida pelo Abbé de L’Epeé, para íngua Inglesa.
	Essa organização Institucional foi a percussora a criar a Comunidade Surda e, em 1864, aconteceu o Congresso Americano para o investimento e a criação da primeira faculdade para Surdos no mundo a National Deaf – Mute College, atualmenteGallaudet University – fundada por Edward Gallaudet, filho de Thomas Gllaudet.
	Dentre outros movimentos que foram imprescindíveis para um olhar mais humano e social para a comunidade surda Lacerda (1998) cita o Congresso Internacional de Educadores de Surdos realizado em Milão, na Itália. Sua importância se deu pela defesa da metodologia oral que teve de fato um grande significado na evolução do quadro social dos surdos no mundo: 
Em 1880, foi realizado o II Congresso Internacional, em Milão, que trouxe uma completa mudança nos rumos da educação de surdos e, justamente por isso, ele é considerado um marco histórico. O congresso foi preparado por uma maioria oralista com firme propósito de dar força de lei às suas proposições no que dizia respeito à surdez e à educação de surdos. O método alemão vinha ganhando cada vez mais adeptos e estendendo-se progressivamente para a maioria dos países europeus, acompanhando o destaque político da Alemanha no quadro internacional da época. (LACERDA, 1998, pag. 04).
No Brasil, podemos destacar a primeira ação política voltada aos deficientes auditivos fora a criação no Estado do Rio de Janeiro do Instituto de Surdos Mudos. Segundo Mazzotta, o Instituto foi fundado pelo professor francês Hernet Hünet e inaugurado pelo Imperador D. Pedro II através do Decreto Imperial Lei nº 839 de 26 de setembro de 1857. Este foi o marco do Brasil para garantir aos surdos o direito à cidadania.
Contudo, a realidade Institucional era diferente ao idealizado, pois desde o início as famílias ignoravam os possíveis quadros de evolução sócio cultural dos deficientes auditivos. Sua exclusão do convívio familiar e social era evidenciado nas clinicas escolas que se tornaram refúgio e deposito destes indivíduos durante uma boa parte da história. 
 Com a criação e elaboração do Imperial Instituto Surdos-Mudos e o Instituto Benjamim Constant para os cegos, se oportunizou a discussão sobre uma educação voltada ao público deficiente no Brasil. Em 1883, no primeiro Congresso de Instrução Pública com o tema Educação, deu-se a sugestão de um currículo e formação de professores para cegos e surdos.
 Percebesse dentro deste contexto um olhar excludente social, no qual, há de se destinar paralelamente duas vertentes para a educação: a educação para os tidos normais e a educação aos deficientes. Nessa proposta Soares (1999) esclarece que:
Parece que a proposta da educação de surdos era uma outra coisa, não porque caminhava desvinculadamente da educação comum, mas porque a sua construção teve como referência a educação dos normais.” (Soares, 1999, p.54).
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação a LDB, as Políticas de Educação para Surdos foram incluídas nas Políticas de Educação Especial. Na Lei nº 4.024/61, reafirmou-se o direito dos excepcionais à educação. Contudo, no seu Artigo 88, segundo Mazzotta (2005), para inseri-los na sociedade a educação deveria ser oferecida nos mesmo moldes da educação geral, eles teriam que “enquadrar-se no sistema geral de educação”.
Por outro lado, pode-se interpretar que, quando a educação de excepcionais não se enquadrar no sistema geral de educação, estará enquadrada em um sistema especial de educação. Nesse caso se entenderia que as ações educativas desenvolvidas em situações especiais estariam à margem do sistema escolar ou “sistema geral de educação”. (MAZZOTTA, 2005, p.68).
	 Na Constituição de 1988, mesmo com uma visão mais cidadã sobre a sociedade de modo geral, ela não altera a LDB de 1996 sobre a concepção da realidade dos deficientes auditivos, sendo estes ainda referidos dentro do contexto de uma educação especial. 
	A busca por um atendimento adequado ás suas especificidades não quer dizer cuidados diferenciados, mas uma educação diferenciada que esteja dentro da realidade comunicativa da pessoa surda, assim, Distingue-se deste último pela intenção de criar procedimentos de ensino com a finalidade de habilitar socialmente surdos e cegos.(BUENO, 1993).
Como também Sá (2004) ressalta a organização dos surdos durante a suas conquistas históricas para reafirma-las e propor novas políticas que atendam às suas necessidades: 
Em síntese, a história dos surdos, contada pelos não-surdos, é mais ou menos assim: primeiramente os surdos foram „descobertos‟ pelos ouvintes, depois eles foram isolados da sociedade para serem „educados‟ e afinal conseguirem ser como os ouvintes; quando não mais se pôde isola-los, porque eles começaram a formar grupos que se fortaleciam, tentou-se dispersa-los, para que não criassem guetos. (SÁ, 2004, p.3)
	 Mas a comunidade de surdos não se deixa abater pelas dificuldades sociais a e administrativas, e com base na Constituição Brasileira se investe na busca por reivindicações na criação de políticas públicas exclusivas para surdos. Tal argumento está amparado legalmente no Artigo 208, que: O atendimento especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).
	Reconhecer a Língua de Sinais de forma Nacional foi o início de uma transformação sócio educativa da cultura surda. No âmbito Nacional foi formulada pelo então Presidente da República em exercício, Fernando Henrique Cardoso, com o seguinte texto legal: 
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL. Lei nº 10.436/2002) 
	 Conforme a lei destaca, uma educação para os surdos não se baseia em um atendimento de cuidador, mas sim, em uma educação prática, respeitando sua condição e a forma como a Educação Inclusiva deve ser inserida na educação regular, um serviço de qualidade, onde cabe ao Estado promover profissionais capacitados para promoção desta aprendizagem.
	Para isso, a política inclusiva tem como meta adaptar os espaços escolares para receber de forma qualitativa e adequada esse público. Contudo na realidade sócio cultural e econômica também são motivos de exclusão dentro destas Instituições, por isso cita Stainback (1999):
Em um sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem cultural – em escolas e salas provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são satisfeitas. (p.21)
	 A perspectiva de uma Educação Inclusiva passa visão de que se todos estiverem no mesmo espaço e situação de aprendizagem o ensino ocorrerá de forma natural, fazendo assim, um trabalho também social para o acolhimento e a tolerância entre todos os envolvidos neste processo. Esclarecer de que incluir não significa inclusão parece estar indo a uma certa contradição, porém percebemos essa situação em vários espaços educacionais que não estão preparados para esse acolher.
Afirma Lopes (2008, p.01) esse ponto de vista:
Difícil ir na contramão da inclusão, mesmo que seja com o objetivo de olhá-la com rigor e suspeita. Questionar as formas como a inclusão vem sendo pensada e viabilizada nas escolas parece ser o mesmo que estar tomando uma posição contrária a ela. Diante de tanta militância pela inclusão, penso ser importante deixar claro que propor pensá-la como uma meta narrativa da Modernidade não significa lutar para inviabilizá-la, mas significa uma tentativa de pensá-la para além do binômio reducionista do incluído e do excluído ou do caráter salvacionista que a inclusão parece carregar.
Para o aluno estar inserido no ambiente escolar deve-se perceber suas necessidades e expectativas que se evidenciam dentro de uma sala de aula. Assim, a escola se torna o espaço responsável pela inclusão e aceitação das diferenças. Laplane (2004) visa que: a educação para todos não é uma questãoque se refere apenas ao âmbito da educação, mas está relacionada às políticas sociais, à distribuição de renda, ao acesso diferenciado aos bens materiais e à cultura, entre outros. (p.5), nesta perspectiva temos no espaço escolar depositadas muitas responsabilidades que geralmente são atribuídas aos educadores que estão diretamente dentro do processo de ensino aprendizagem.
Os problemas relacionados a inclusão são diversos e seus fatores são muito abrangentes em vários setores sociais do indivíduo, pois é um tema muito complexo e de valores sócio estruturais.
O Brasil ainda precisa investir muito na Educação e, principalmente no atendimento dado aos portadores de deficiência auditiva: até hoje, nenhuma das ações do Estado atenderam à demanda existente. Assim, está responsabilidade foi depositada aos educadores para promover recursos educacionais que atendam as especificidades dos alunos que necessitam de um olhar diferenciado para chegar ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
Uma preparação qualificada aos profissionais que atendem à demanda escolar, principalmente os que estão à frente desse processo de aprendizagem, na qual, a ênfase deste trabalho é a inclusão do deficiente auditivo. No olhar de Freitas (1992), 
O educador (...) é aquele que: - tem a docência como base da sua identidade profissional; - domina o conhecimento especifico de sua área, articula ao conhecimento pedagógico, numa perspectiva de totalidade do conhecimento socialmente produzido, que lhe permite perceber as relações existentes entre as atividades educacionais ocorre; - e capaz de atuar como agente de transformação da realidade na qual se insere. (FREITAS, 1992, p. 9) 
A formação de educadores não limita a sua criatividade, pelo contrário aperfeiçoa e aumenta a sua receptividade de querer construir meios para atingir seus propósitos. O investimento na qualificação profissional não se limita à promoção do educador, mas ao de se reinventar como professor, buscando o aprimoramento de seus saberes com o objetivo de alcançar à todos os atendidos um melhor aproveitamento. A satisfação em buscar para promover alimenta sua criatividade e sua diversidade de olhar as perspectivas de um mundo globalizado, favorecendo seu enriquecimento profissional e social. 
 Segundo Freitas (2006), os investimentos realizados para preparar o educador para essa nova demanda não foram realizados em prazos que antecedessem a essa nova realidade da sala de aula, como também não se verificou as possibilidades frente a diversidade dos desafios que a educação inclusiva propõe em estratégias de um atendimento de excelência. 
É perceptível a necessidade de investimentos na capacitação dos profissionais que atendem essa demanda conforme cita Freitas (2006):
A formação do professor de modo geral (educador especial ou educador de classe comum) deve incluir programas/conteúdos que desenvolvam competências de um profissional intelectual para atuar em situações regulares (FREITAS, 2006, p. 169). 
A autora observa que a capacitação não se limita aos docentes, esta deve-se ser estendida a todo o profissional que almeja um aprofundamento no contexto da inclusão, desenvolvendo assim habilidades de observar e agir na transformação de uma sociedade mais receptiva, responsável e respeitável. 
Conforme Vygotsky (2007), a aprendizagem se dá através das relações interpessoais ou culturais que o indivíduo estabelece com o mundo. Nesse sentindo questiona-se com se promove a aprendizagem de um deficiente auditivo? Quais são as estratégias que devem ser adotadas pelas instituições para se alcançar esse objetivo? 
Qualificar o profissional é garantir a qualidade na própria educação, promovendo o bem estar de ambos que estão inseridos no processo, o docente e o discente, esse investimento se reflete na realidade social preparando uma sociedade mais justa e inclusiva, na qual respeita a todos e a sua diversidade. 
Essa sociedade inclusiva tem que assumir o compromisso com a educação passando por uma transformação intrínseca, desenvolvendo o termo incluir na proposta de que todos têm direito de participar ativamente da sociedade, contribuindo de alguma forma para o seu desenvolvimento. Neste sentido, a inclusão vem para quebrar barreiras cristalizadas em torno de grupos estigmatizados. 
3. A EDUCAÇÃO BILINGUI SOBRE O OLHAR DA NOSSA REALIDADE.
	Temos um olhar sobre a Escola Inclusiva quando se cita Mendes (2006): 
“A educação especial foi se constituindo como um sistema paralelo ao sistema educacional geral, até que, por motivos morais, lógicos, científicos, políticos, econômicos e legais, surgiram as bases para uma proposta de unificação” (MENDES, 2006, p.388).
Desenvolver toda uma comunidade escolar que se propõe a participar do processo sócio educativo é um projeto que não está só sobre a responsabilidade da escola e dos órgãos públicos, é uma questão cultural vincula à proposta inclusiva. 
Na realidade dos deficientes auditivos é nítida a falta de preparação das Instituições Educacionais que devem garantir os direitos de uma escola inclusiva com o acréscimo de um professor/mediador que seja licenciado e domine a língua de sinais. 
Perceber a especificidade do público surdo é um dever das gestões e atender as necessidades diz respeito a ofertar o serviço bilíngue nas escolas que são inseridos alunos com surdez. Ter uma segunda língua com estrutura e gramática próprias é um dever legalizado pela Constituição, porém essa mesma lei determina que seja capacitado os profissionais que estão frente a essa realidade.
	Investir na promoção de se incluir essa língua na grade curricular contribuiria com várias questões que envolve uma Educação Inclusiva, desde o respeito, a comunicação e a sociabilização.
As várias problemáticas da proposta inclusiva atingem a vários projetos educacionais que tentam com muito esforço se diferenciar da Educação tradicional. Franco (1999) ressalta uma questão problemática sobre a escola inclusiva e a educação dos surdos:
A escola inclusiva é entendida como um espaço de consenso, de tolerância para com os diferentes. A experiência escolar cotidiana, ao lado dos colegas normais seria, assim, vista como um elemento integrador. É como se para esses alunos fosse mais importante a convivência com os colegas normais do que a própria aquisição do conhecimento mínimo necessário para a sua, aí sim, possibilidade de inserção social. (FRANCO, 1999, p.216)
Promover essa sociabilização no espaço escolar é um dever do Estado e deve ser acolhido pelos profissionais que irão atender a essa demanda. A legislação que determina esse direito da disponibilização de profissionais e equipe da educação estar apta a receber este aluno e ter conhecimento da língua de sinais é a 10.436/02. 
É muito importante ter várias bases de documentos oficiais que sugerem, garantam e promovam a proposta bilíngue; a De Declaração de Salamanca, um texto Internacional também observa a necessidade de se inserir a língua de sinais dentro do contexto escolar, assim garantiria aos surdos as condições favoráveis para o seu real desenvolvimento e sua sociabilização.
A Educação Bilíngue inserida no ensino aprendizagem de Libras e Língua Portuguesa e dentro de um contexto da pedagogia inclusiva destaca a importância de profissionais/interpretes capacitados dentro das Instituições de ensino. Para essas expectativas serem preenchidas é necessário se investir na base acadêmica, quando os graduandos em licenciatura estão em processo de formação. Hoje, se percebe que dentro do quadro de disciplinas ofertadas dentro das faculdades, a disciplina de Educação Especial se tornou necessária, porém os acadêmicos observam que só falar que existe um proposito inclusivo e de forma abrangente ter a visualização de algumas necessidades não são hoje suficientes para sua efetivação no mercado de trabalho. A disciplina ofertada se tornou muito pequena e insignificante em relação a sua grandeza e suas especificidades.
Outra questão que envolve a viabilidade de uma Escola Bilíngueé a inserção desta disciplina no quadro curricular, como pode-se pensar em uma escola inclusiva quando se direciona atendimentos individualizados/direcionados a necessidade só do aluno em especial. Questiona-se então onde acontece o processo de inclusão deste aluno a comunidade escolar?
Nesta perspectiva, o Artigo 22, declara:
Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:
I - escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental (...).
A proposta Inclusiva prevê a promoção de Uma Escola Bilíngue, no entanto, o que se percebe são atendimentos direcionados somente ao portador que é acometido pela surdez, deixando bem claro o real atendimento oferecido a ele, especificadamente. No que se refere a proposta da inclusão, podemos observar que a língua de sinais corresponde ao espaço-visual do indivíduo, contudo encontramos em sala a predominância dos tidos normais no campo sensorial do oral-auditiva. Como olhar para essa didática inclusiva? Diante do questionado Quadros (2006) afirma, a maneira como a língua aparece no ambiente e nas atividades escolares influencia as funções que a língua desempenhará fora desse espaço. Como se processa a inclusão nessa perspectiva?
O papel da Instituição nesse processo é de promover a estruturação física e humana para um atendimento qualificado às necessidades do público surdo. Contudo, os profissionais envolvidos no processo sócio educativo precisam estar mais preparados e abertos as novas possibilidades de uma Educação Inclusiva. A visão sobre a realidade educacional e a capacitação de educadores como mediadores de conhecimento promove ações amplas nas salas de aula, hoje a realidade do educador em promover sua própria avaliação e reciclagem o conduz a admitir e solicitar a presença de intérpretes para uma educação de qualidade suprindo as expectativas do aluno surdo, e outros professores se capacitam para ser este mediador. 
O que se espera é que a comunidade escolar e família possam interagir de forma concreta na comunicação por língua de sinais. Ter o respeito em ver que esse meio de comunicação é mais uma língua inserida em nossa variedade linguística. 
Peixoto (2006), afirma:
Reconhecer, portanto, a condição bilíngue do surdo implica aceitar que ele transita entre essas duas línguas e, mais do que isso, que ele se constitui e se forma a partir delas. (PEIXOTO, 2006, p.206)
Observar a necessidade de inserir esse meio de comunicação desde a infância, seria promover uma adequação social mais humana e concreta, pois se identifica dentro das Instituições noções desta deficiência que não são reais aos quadros da deficiência. Desmistificar os preconceitos que são agregados ao deficiente visual nesta perspectiva de colocar que a Língua de Sinais é mais um meio de comunicação de nossa língua materna, teria como possibilidades ver que este indivíduo não tem limitações de acompanhar os conteúdos do processo educativo, mas sim, falta a comunicação para obter e acompanhar as aulas. 
A sala de aula como movimento inclusivo deve ser observada como um espaço cheio de valores humanos agregados por vários grupos ideológicos dos quais estamos inseridos, contudo a promoção de agregação de novos valores sociais, étnicos, familiares, econômicos, políticos, entre outros, devem sempre estar sendo renovados por atividades que façam parte da rotina sócio interacionista da prática pedagógica. A Língua de Sinais, sozinha não significa a efetivação da aprendizagem e da sociabilização, contudo os novos estímulos educacionais que estão sendo inseridos por educadores que estão em constante reconstrução do seu fazer pedagógico estão mediando situações sócio educativas que permitem os alunos estarem compartilhando suas formas de expressar seus interesses e fazer desse momento um recurso pedagógico.
No contexto dessa Educação Inclusiva a nova perspectiva de se olhar para a Língua de Sinais como uma das variações linguísticas da nossa língua faz com que os educadores tenham novas análises do cenário sócio educativo. Essa realidade está se desenvolvendo nas salas de aula, a partir de, movimentos de autorias particularmente conferidas a educadores que estão fazendo a sua parte como mediadores sociais e educacionais. Mas fica o questionamento, como as políticas públicas podem ser efetivadas para contribuir com esses trabalhos que estão revolucionando o olhar pedagógico.
4. CONCLUSÃO
	Os movimentos inclusivos de práticas pedagógicas que estão sendo inseridas no cotidiano escolar são de fato um diferencial que ganha proporções imediatas e de grande valor acadêmico, mas se evidencia ainda a imaturidade desse fazer/tentar sócio pedagógico. 
Inserir na realidade da educação infantil o ensino de Libras é de fato uma das atitudes que podem modificar a imagem de que os alunos surdos são educandos que necessitam de cuidados educacionais, como já foi visto neste texto, a comunidade surda reivindica o reconhecimento da Língua de Sinais como uma primeira língua pátria para eles e que devem ser inseridas no contexto educacional da Língua Portuguesa. 
É evidente dentro da Educação Inclusiva para surdos a necessidade do educador a estar sempre na busca de novos conhecimentos e ser aberta a novas possibilidades profissionais. A qualificação continua e a auto avaliação do fazer pedagógico são necessários à todos que se permitem reconhecer que somos seres que estamos sempre em reconstrução sócio emocional. 
Concluímos então que está pesquisa mostra as necessidades da comunidade surda, onde são evidenciadas dentro da legislação o querer político de se fazer uma Educação para todos, porém os obstáculos sócio políticos são muitos, como também as várias interpretações que burocratizam e impedem de se praticar as ideias já conquistadas durante o processo sócio histórico.
Os investimentos na qualificação profissionais deveriam ser mais priorizados e os educadores mais valorizados para promover um bom trabalho que pede deste profissional a criatividade de mediar o conhecimento para todos, sem distinção ou exclusão.
E, por fim, desenvolver mais estudos que apreciem o fazer pedagógico dentro da perspectiva do deficiente auditivo, observando-os e desenvolvendo a pratica da linguagem de sinais no cotidiano escolar. 
5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Adaptações Curriculares Estratégias para a Educação de alunos com necessidades educacionais especiais. – Brasília: MEC/SEF/SEES, 1998.62 p. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acessado em: 12/08/2017.
______. Diretrizes Nacionais de Educação Especial para a Educação básica. Brasília. Setembro, 2001. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acessado em: 16/08/2017.
______. LEI Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. 
Disponível em: < http://www.camara.gov.br/sileg/integras/821803.pdf>. Acesso em: 22/10/2017.
BISOL, C.; SPERT,T. M. Discursos sobre a Surdez: Deficiência, Diferença, Singularidade e Construção de Sentido. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2010, Vol. 26 n. 1, pp. 7-13
CRISTÓVAM, José Sérgio da Silva. Breves considerações sobre o conceito de políticas públicas e seu controle jurisdicional, 2005. Disponível em: < http://conteudojuridico.com.br/index.php?artigos&ver=2.588771>. Acesso em: 22/10/2017.
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