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CURS O DE PRÁTI CA PROCES S UAL CI VI L AXI OMA JURÍ DI CO MARÇO DE 2 0 1 1 P ROFES S OR LÚ CI O FLÁVI O S I QU EI RA D E P AI VA Advogado em Goiânia. Especialista em Direito Empresarial pela FGV/RJ e Processo Civil pela PUC/GO Mestre em Direito, Rel. Internacionais e Desenvolvimento pela PUC/GO Professor Efetivo da Cadeira de Processo Civil e Prática Cível da PUC/GO Professor de Processo Civil da Escola Superior da Magistratura do Estado de Goiás. Professor de Processo Civil Escola Superior da Advocacia de Goiás. Professor do Axioma Jurídico. AP RES EN TAÇÃO LÚ CI O FLÁVI O S I QU EI R A D E P AI VA O que ora se oferece nasceu de um pleito - constante, diga-se de passagem - dos alunos, quanto à necessidade de um curso que abordasse aspectos práticos do direito processual civil, notadamente quanto às principais peças exigidas diariamente no foro. De fato, os cursos de graduação notabilizam-se por um perfil marcadamente teórico, ressentindo-se os alunos de um contato maior com a prática do processo civil. Outrossim, as provas de segunda fase do Exame da OAB e de concursos públicos cobram a execução de peças práticas, pelo que, mesmo aqueles que não pretendem exercer a advocacia privada necessit de conhecimentos práticos para que, com êxito, possam se submeter a referidos certames. No tentaremos abordar justamente esse viés prático do processo, com ênfase, sobretudo, nas técnic das principais petições e recursos. É certo, reconheça-se, que estilo não se ensina e advocacia, se tem um tanto de ciência, tem também outro tanto de arte. Não menos certo, entretanto, é afirmar que todos podem desenvolver seu ilo a partir de uma sólida base técnica e é exatamente isso que procuraremos passar aos alunos. Posto que árduo, ao trabalho! Goiânia, março de 2011. Cu rso de Prá t ica Cu rs o d e Prá t ica 0 1 - AS TÉCN I CAS DA PETI ÇÃO I N I CI AL EXCELEN TÍ S S I MO S EN HOR D OU TOR JU I Z D E D I REI TO D A . . . . . . VARA CÍ VEL D A COMARCA D E GOI ÂN I A, GOI ÁS . EXCELEN TÍ S S I MO S EN HOR D OU TOR JU I Z FED ERAL D A . . . . . . VARA D A S EÇÃO JU D I CI ÁRI A D E GOI ÂN I A, GOI ÁS . AÇÃO D E CON HECI MEN TO 1 OU, EM CASOS DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL FULANO ( ), vem à digna presença de Vossa Excelência, por interm de seus procuradores, propor a presente (ver nota de rodapé sobre ) seguindo o procedimento comum, rito ordinário, em face de BELTRANO ( ), o que faz pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: É comum, na prática diária, depararmo-nos com ações (cobrança, indenização, declaratória, anulatória etc). Trata-se de prática comum e que não pode ser considerada errada. A nosso ver, entretanto, ações não têm nome, na exata medida em que filiamo-nos à quanto à natureza jurídica do direito de ação. Daí preferirmos nos limitarmos à utilização do nome da ação em relação ao tipo de processo: ação de conhecimento, ação de execução e ação cautelar. Nas ações submetidas a procedimentos especiais (depósito, consignação, monitória etc) utilizamos nominar a ação enas com o objetivo de designar o procedimento adequado, isso, entretanto, nã altera a sua natureza jurídica – por exemplo, as ações de procedimento especial são verdadeiras ações cognitivas, que em razão de dados específicos (direito discutido, partes) submetem-se a ritos processuais específicos. N o m e co m p le to, n a cio n a lida de , e s ta d o c iv il, p ro fis sã o, d o cs . p e s so a is , e n d e re ço n o m e d a a ção No m e co m p le to, n a cio n alid a de , e s ta d o civ il, p ro fis sã o , d o cs . p e s s oa is , e n de re ço n o m ina d a s t e o ria a bs t ra ta e a u tô n o m a 1 A distribuição em regra deve ser livre, mas há casos em que se dá por dependência em razão dos fenômenos da conexão e continência, que são, como se sabe, ver CPC, art. 253.causas modificadoras da competência relativa - D OS FATOS E FU N D AMEN TOS JU RÍ D I COS A petição inicial é o instrumento da demanda, ou seja, a sua forma. Como acontece em diversos atos jurídicos, a lei impõe formas para seu exercício. Assim, a petição inicial, com os requisitos do art. 282 do CPC, é o instrumento formal da demanda2. O raciocínio jurídico parte de um esquema essencial: d lei, que prevê abstratamente determinados fatos e preceitos que devem ser aplicados; de outro, o fato concreto, que uma vez tendo ocorrido, faz incidir aquele dispositivo legal e, por conseguinte, seu respectivo preceito. Vejamos o exemplo do art. 937 do Código Civil: FATO PREVISTO: danos causados por ruína de edifício construção. PRECEITO: o dono do prédio ou construção tem o dever de indenizar aquele sofrer danos em razão dessa ruína. FATO CONCRETO: alguém que venha realmente a sofrer danos em razão da ruína de um prédio. BEM DA VIDA: ser indenizado pelo dono do prédio ou construção. Fica, pois , claro que o autor deve, nessa parte da petição inicial, expor em juízo os fatos que geram, para ele, o direito de obter o bem da vida pretendido, bem como indicar qual a norma, no ordenamento jurídico, que lhe confere aquele direito. Conforme ensina DINAMARCO (in , Ed. Malheiros, pag. 137), Costuma-se dizer que o autor deve narrar na petição inicial os , que são aqueles que dão vida a uma vontade Ver, por todos, FREDIE DIDIER JUNIOR, , Ed JusPodivm, 6ª Ed., pag. 353 e seguintes. Art . 9 37 . O d on o d o e difício ou cons t rução re s p ond e p e n os qu e re s ult arem d e s u a ruín a, se e s t a p rovie r d e falt a d e rep aros , cu ja n e ce ss id ade fos s e m an ifes t a. In s t it u içõ e s de Dire ito Pro ce s s u a l Civ il I I Narrar fat os s ig nifica d e scre v ê -los com o faz um h is t oriad or. De s cre ve m - s e os acon t e cim e nt os em si m esm o, e m s u a au t oria e e m circu n n cias d e m od o, lug ar e t e m p o. Fat os d es crit os s ão s e gm en t os d a hist ória, ou e v en t os d a vid a, aos q u ais o d e m and an t e at ribu i a e ficácia d e lh e confe rir o dire it o aleg ad o e a n ece s sid ad e d a t u t ela ju risd icion al p os tu lad a. fa to s co n s t it u t iv o s d e s e u d ire it o Cu rs o de Dire ito Pro ce s s u a l Civ il I 2 concreta da lei e à expectativa de um bem por parte de alguém, conforme ensina MARINONI. Por deve-se entender a demonstração de que os fatos narrados se enquadram em determinada situação jurídica, apta a gerar o efeito (bem da vida) pretendido pelo Autor. Destaque-se que não se faz necessário a indicação do dispositivo de lei (o que seria a fundamentação legal), mas sim o enquadramento do fato em uma determinada situação jurídica. Por exemplo, vejamos uma narrativa de fatos e fundamentos jurídicos, no exemplo antes citado do art. 937 do Código Civil: Note-se que no exemplo citado, em nenhum momento indicou-se qualquer artigo de lei; entretanto, não deixou de se fazer a fundamentação jurídica que o Código de Processo Civil exige. fu n d a m e n to s ju ríd ico s DOS FATOS 0 1 . Cam inh av a o Aut or, n o d ia 0 4 d e ab ril d e 2 00 9 , p e la calçad a d a Ru a Mare ch al Flore s , n a alt u ra d o n ? 4 33 , n e st a cid ad e , qu and o foi at in gid o p or d e z en as d e t e lh as q u e d e sp e ncaram d o p ré dio d e p rop ried ad e d o ora Réu . 0 2 . Re fe rid as t e lh as – ce rca d e d u as d e z en as d e las – ating iram a cab e ça d o ora De m an d an t e e acab aram p or lançá-lo ao ch ão, q uand o en t ão v e io a s e r at in gid o p or ou t ras t ant as q u e ig u alm en t e d e s ab aram . 0 3 . Os d an os p rov ocad os p od em s e r v e rificad os p ela p rov a ane x a, s end o q u e au t or s e s u bm et e u a in t e rn ação d e 5 m e s e s em h osp it al p art ic m com o s ubm e t eu - s e a ciru rg ias d e re cu p e ração d as áre as afe t ad as , conform e , ig u alm en t e , com p rov am os lau d os m éd icos ora ju nt ad os . 0 4 . De sp icien d o m en cion ar, p ois qu e n ot ório, qu e os p re juíz os m at e riais e m orais foram d e alt a m on t a, d e v en d o o Aut or s e r d e v id am e nt e re s s arcid o. 0 5 . Es t e s os fat os . Há q u e s e ap licar o d ire it o. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 0 6 . É lição conh e cid a em d ireit o q ue aq u ele q u e com e t e at o ilícit o e cau s a d an o a ou t re m , t em d e v e r d e in d en iz ar. 0 7 . No cas o p re s e nt e , é o q u e s e t em . O Ré u , ao n ão p rov id e nciar a d e vid a m anu t en ção d e s eu p ré dio, in correu e m cond ut a om is s iv a in aceit áve l e ileg al, at raind o p ara s i o d e v e r d e in d en iz ar aq u ele q u e ve n h a a s ofre r d an os d e corre nt e s d e su a cond ut a ( ou d a au s ên cia d ela) . ( . . . ) OB S ERVAÇÕES FI N AI S : c u m u la ç ã o o b je t iv a d e c a u s a d e p e d ir a) A fundamentação jurídica da petição inicial, conquanto requisito indispensável desta, não vincula o juiz, que se encontra livre para, desde que com base nos mesmos fatos e atendendo ao mesmo pedido, julgar a demanda procedente por fundamento jurídico outro. Trata-se da adoção, no sistema processual civil brasileiro, da teoria da substanciação; b) Não é requisito previsto na lei a citação de doutrina jurisprudência. Contudo, mostram-se úteis a corroborar o acerto da tese jurídica exposta na petição; c) Técnica que se mostra útil na redação da petição inicial é a da , conforme mostra o esquema abaixo: CUMULAÇÃO OBJETIVA DOS FUNDAMENTOS HIPÓTESE 01: HIPÓTESE 02: Narram-se vários fatos, todos conducentes a ensejar a procedência do mesmo pedido EXEMPLO: Pedido de anulação de contrato por coação, em que são vários fatos que conduzem à caracterização dessa coação: o juiz pode acolher todos os fatos ou apenas um deles e ainda assim julgará procedente o pedido. Narram-se vários fatos, um a ensejar a procedência do pedido por uma razão; o outro, a ensejar a procedência do mesmo pedido, mas por outra razão EXEMPLO: Pedido de anulação de contrato por erro e/ou coação: narra-se um fato que denota o erro e outro fato que denota a coação: o juiz poderá anular o contrato ou por erro, ou por coação, ou por ambos. Não raro, a parte que vai a juízo encontra-se em situação de urgência tal, que não suportará o devido tramitar do feito até ver reconhecido seu direito. Eis o campo fértil para a concessão das famos liminares, que nada mais são do que medidas jurisdicionais de urgência tendentes a garantir ou a eficácia do processo (natureza jurídica cautelar), ou antecipar total ou parcialmente o próprio pedido formulado pela parte (natureza jurídica de antecipação de tutela). Vale ressaltar que a simples designação de uma medida não indica mais do que o momento em que ela é concedid no início do processo e normalmente antes da citação do réu. Pode, entretanto, a liminar concedida revestir-se da natureza jurídica de uma medida cautelar (quando não satisfativa) ou de uma antecipação de tutela (quando satisfativa). Na petição inicial, quando necessário se mostrar a concessão de liminar, deve o Autor destacar item específico para tr do tema na petição, explorando e demonstrando a presença dos requisitos autorizadores: quando cautelar, e ; quando tutela antecipada, (i) verossimilhança da alegação, (ii) prova inequívoca e (iii) perigo de dano de difícil ou incerta reparação (equivalente ao . A parte final da petição inicial é dedicada ao capítulo mais importante: os pedidos. Por isso, deve o advogado adot a maior cautela e atenção para formular essa parte da petição. O pedido deve seguir a seguinte ordem: a) requerimento de concessão de liminar (quando houver pedido nesse sentido); b) citação do réu (atenção ao artigo 222 do CPC, que trata das modalidades de citação); c) procedência do(s) pedido(s); d) condenação do réu nos da sucumbência; e) intimação do Ministério Público, nos casos em que ao órgão ministerial incumbir intervir como ; f) requerimento e especificação de provas a serem lim in a r fu m u s b o n i iu re s pe ricu lu m in m o ra pe ricu lu m in m o ra cu s to s le g is produzidas; g) valor da causa; h) fecho (com pedido de deferimento, data, local e assinatura do advogado). Vejamos um exemplo de pedidos e requerimentos finais, extraído de uma petição inicial de caso concreto: Ao exposto, requer a Autora que Vossa Excelência e requer também: a) a concessão das tutelas de urgência pleiteadas, nos termos das alíneas e do item anterior; b) a citação, por Carta com Aviso de Recebimento, dos us e seu marido, , e , para, caso queiram, ofereçam RESPOSTA aos termos da presente demanda; c) a citação do litisdenunciado , também por Carta com Aviso de Recebimento, para que venha integrar a presente relação processual; e) no mérito, a procedência do pedido para: e.1) reconhecer a ineficácia da sentença proferida na anulatória n? 200200574013; e.2) declarar operada, contra os réus, a , e / ou e.3) reconhecer a propriedade aparente da autora, confirmando-se a legalidade de seu registro e propriedade; e.4) tudo para determinar, uma vez mais, a retificação do registro do imóvel mencionado, de modo a tornar sem efeito o CANCELAMENTO (R-5) determinado pela sentença prolatada na ação anulatória n? 200200574013, e declarar a validade (repristinar) do registro R-4, consolidando a propriedade e respectivo registro em nome de ; f) , caso seja a Autora sucumbente, que este Juízo, na mesma sentença, declare a responsabilidade do litis unciado , condenando-o ao a ressarcir os danos morais e materiais experimentados pela litisdenunciante, danos materiais que deverão ser certificados DEFI RA A AS S I STÊNCI A JUDI CI ÁRI A TEREZI NHA LI RA AFONS ECA ARMÊNI O RODRI GUES AFONS ECA PEDRO ONOLAS CO LI RA JURANDI R S ANCHES DE MELO d ) a in t im a ç ã o d o Min is t é rio Púb lico , p o s t o t ra t a r- s e a d e m a nd a d e re t ific a ç ã o / c a n c e lam e n to d e re g is t ro p úb lic o , o q u e im põ e , s o b p e n a d e n u lid a d e a b s o lu t a , a s u a p a rtic ip aç ã o d o fe ito ; d e c a d ê nc ia do dire ito d e p ro m o v e r a a n u la ç ã o d a t ra n s fe rê n c ia d a p ro p rie d a d e d o lo t e 0 5 , q u a d ra 6 6 , Vila Bra s ília , e m Ap a re c id a d e Go iâ n ia , Go iá s , p a ra FERNANDO AUGUS TO FERREI RA LEI TE DENI ZE GONÇALVES DE MORAES CARVALHO e m cu m u la ç ão e v e nt u a l JURANDI R S ANCHES DE MELO in au dit a alt e ra p ars a, b c em posterior liquidação e danos morais a serem arbitrados, desde já, por este juízo. Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), que é o valor estimado do imóvel objeto da demanda. Confia-se no deferimento. Assim como a técnica de cumulação objetiva da , já explicada anteriormente, também é possível utilizar-se de técnicas de cumulação de pedidos, desde que observado o artigo 292 do CPC3. São as seguintes as técnicas de cumulação: a) Cumulação simples: verdadeira cumulação de demandasque poderiam ser propostas em separado. O juiz pode deferir ambos os pedidos, ou indeferir ambos, ou deferir apenas um deles; b) Cumulação alternativa: ligada às obrigações alternativas, o juiz concederá ou um ou outro pedido; c) Cumulação eventual (denominada pelo CPC de sucessiva): o juiz conhecerá do segundo pedido, caso tenha indeferido o primeiro; d) Cumulação sucessiva: o juiz só conhecerá do segundo pedido se, antes, houver julgado procedente o primeiro. A toda causa deverá ser atribuído um valor, mesmo que se trate de demanda que não expresse conteúdo econômico imediato, nos termos do art. 258 do CPC. Nos casos em que houver conteúdo econômico aferível, o valor da É permitida a cumulação, num único processo, contra o mo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão: §1?. São requisitos de admissibilidade da cumulação: I – que os pedidos sejam compatíveis entre si; II – que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III – que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento; §2?. Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento comum ordinário. LÚCIO FLÁVIO SI QUEI RA DE PAI VA OAB / GO n? 2 0 .5 1 7 N OTAS ES P ECÍ FI CAS S OB RE O VALOR D A CAU S A: Art . 2 9 2 . ca u sa d e p e dir 3 causa deve, em regra, corresponder ao benefício que o pretende obter, caso venha a ser vencedor da demanda. Assim, se a demanda versa sobre a propriedade de uma fazenda, o valor da causa deverá corresponder ao valor da fazenda; tratando-se de anulação de um contrato, o valor desse contrato. Outrossim, o valor da causa tem regras especiais, notadamente aquelas elencadas no art. 259 do CPC: Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será: I – na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação; II – havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma s valores de todos eles; III – sendo alternativos os pedidos, o de maior valor; IV – se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal; V – quando o litígio tiver por objeto a existência, a validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato; VI – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais, pedidas pelo valor; VII – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto. 0 2 – A RES POS TA DO RÉU 0 1 . AP RES EN TAÇÃO D O TEMA Por intermédio do ato de comunicação processual denominado , o Réu toma conhecimento de que uma demanda lhe foi proposta e a partir daí ingressa na relação jurídica processual, ocupando pólo passivo. Em se tratando de demanda que segue o procedimento comum, rito ordinário – que é a regra geral -, será dado a esse réu oferecer RESPOSTA. RESPOSTA é gênero que se divide em 03 espécies: (i) contestação, (ii) reconvenção e (iii) exceções – de impedimento e suspeição do juiz, e incompetência relativa do juízo. Qualquer uma dessas respostas ou mesmo as três em conjunto, podem ser apresentadas pelo Demandado no razo de 15 (quinze) dias que lhe assiste após a citação e juntada do respectivo AR ou mandado citatório cumprido aos autos. Oportuno destacar que, nesse mesmo prazo, poderá o Réu adotar ainda outras atitudes, as quais, entretanto, não devem, tecnicamente, se considerar espécies de Resposta; melhor é qualificá-las como , sendo: (i) impugnação ao valor da causa; (ii) ação declaratória incidental; (iii) denunciação da lide; (iv) chamamento ao processo; (v) nomeação à autoria. No capítulo presente, apresentaremos as técnicas aplicáveis às 3 (três) espécies de Resposta, com especial destaque à C ão e às Exceções; a Reconvenção, como se verá, é autêntica demanda que o R maneja em face do Autor , razão pela qual à Reconvenção aplicam-se as técnicas da petição inicial, abordadas em exposição anterior. cita ção a t it u d e s q ue o Ré u p o d e a d o ta r n o p ra z o d a re s p o s ta in s im u lta n e u s p ro ce s s u s in t o tu m 2 .1 . – AS TÉCN I CAS DA CON TES TAÇÃO 0 1 . N OTAS TEÓRI CAS S OB RE A CON TES TAÇÃO A CONTESTAÇÃO é a mais célebre peça manejada pelo Réu. É através dela que o Demandado efetivamente resiste à pretensão formulada pelo Autor, expondo, para tanto, as razões de fato e de direito com que impugna o pedido formulado na petição inicial. Não oferecida tempestivamente a CONTESTAÇÃO, o Réu será considerado revel, acarretando os efeitos que normalmente4 da revelia decorrem: (i) presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor na petição inicial; (ii) desnecessidade de intimação do Réu revel dos atos seguintes do processo (salvo se tiver advogado constituído nos autos); (iii) julgamento antecipado da lide. Trata-se de peça extremamente técnica e que exige do advogado cuidado em sua confecção, notadamente por força do ; caso deixe o réu de impugnar um fato, esse será considerado incontroverso (ou seja, em linguagem processual é que, por não controvertido, não se transformou em ) e não demandará dilação probatória acerca do mesmo. Divide-se a CONTESTAÇÃO em: (i) DEFESA PROCESSUAL OU PRELIMINAR, onde são argüidas questões de índole puramente processual, como a falta de pressupostos processuais ou de condições da ação. A DEFESA PROCESSUAL divide-se, por sua vez, em DILATÓRIA e PEREMPTÓRIA; (ii) DEFESA DE MÉRITO, onde são impugnados os fatos alegados pelo Autor e neg as conseqüências jurídicas pretendidas pelo demandante, ao que se dá o de DEFESA DE MÉRITO DIRETA. É possível, ainda, ao réu, mesmo não impugnando os fatos narrados pelo Autor, opor-lhe outros, , ao que se dá o nome de DEFESA MÉRITO INDIRETA. Nesse último caso, o Réu atrai para si o ônus da prova, nos termos do art. do Código de Processo Civil. Veja o esquema: Diz-se porque e são situações distintas. Assim, nem sempre que ficar o réu revel, os efeitos da revelia ocorrerão. Por exemplo, havendo litisconsórcio passivo ou versando a ausa sobre direitos indisponíveis, não se verifica o efeito material da revelia que consiste na presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor na inicial. ô n u s d a im p u g n a çã o e s p e cifica da d o s fa to s n a rrad o s p e lo a u to r n a in ic ia l p o n to q ue s tã o im p e dit iv o s , m o d ifica t iv o s o u e x t in t iv o s d o d ire it o n o rm a lm e n te re ve lia e fe it o s da re v e lia 4 Defesa de Mérito Indireta: Defesa de Mérito Direta: DEFESA DE MÉRITO DEFESA PRELIMINAR OU DEFESA PROCESSUAL O Réu não necessariamente impugna o fato constitutivo do direito do autor, mas opõe-lhe outro: impeditivo, modificativo ou extintivo. Exemplo: prescrição e decadência (extintivo); exceção de contrato não cumprido (impeditivo). Trata-se da arguição de QUESTÃO PREJUDICIAL. O Réu ou impugna o fato constitutivo do direito do Autor, ou nega aos fatos narrados a consequência jurídica pretendida pelo Demandante. Pelo princípio da eventualidade, toda a matéria de defesa deve ser alegada, ainda que incompatíveis entre si. Nesse item da Contestação, o Réu fará a sua defesa propriamente dita. Deve alegar tudo que possa ensejar a improcedência do pedido autoral, mesmo que as teses sejam incompatíveis entre si (princípio da eventualidade). Divide-se em DEFESA DE MÉRITO DIRETA e DEFESA DE MÉRITO INDIRETA. Nesse item da contestação devem ser alegadas as matériasde índole processual, elencadas no art. 301 do CPC. Classifica-se em PRELIMINAR DILATÓRIA e PRELIMINAR PEREMPTÓRIA DILATÓRIA é a preliminar que, caso acolhida, atrasa o julgamento do mérito, sem contudo extinguir o processo. EXEMPLO: Incompetência Absoluta. PEREMPTÓRIA é a preliminar que, caso acolhida, importará na extinção do processo sem a resolução do mérito. EXEMPLO: falta de condição da ação. EXCELEN TÍ S S I MO S EN HOR D OU TOR JU I Z D E D I REI TO D A 1 0 ª VARA CÍ VEL D A COMARCA D E GOI ÂN I A, GOI ÁS . CON TES TAÇÃO O b s : a p e ça de Co n te s ta çã o de v e s e r e n d e re ça da a o m e s m o ju íz o pe ra n te o q u al se d e s e n v o lve a d e m a n da . a çã o de co n he cim e n to BELTRANO, já qualificado, vem à digna presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores, oferecer RESPOSTA em forma de aos termos da em seu desfavor proposta por FULANO, o que faz pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: Deve o réu fazer uma pequena síntese da demanda, tal qual narrada pelo Autor. Algo parecido com um relatório. A depender do caso, pode se mostrar interessante já rebater cada um desses fatos, esclarecendo ao juízo a versão dos fatos de acordo com o Réu. Um subtítulo DA VERDADE DOS FATOS ou DA REALIDADE DOS mostra-se bastante interessante. O QU E É U MA P RELI MI N AR? Como se sabe, o processo, enquanto instrumento através do qual o Estado presta jurisdição, só se mostra hábil a solucionar adequadamente as controvérsias quando ele, processo, externa todos os r de ordem formal indispensável à sua existência e validade. Essa a categoria dos pressupostos processuais. Outrossim, devem restar satisfeitas as chamadas , a saber: legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido. Ao juiz somente é dado ingressar no mérito da demanda julgá-lo se, antes, o exame desses requisitos formais tiver sido positivo. Ao Réu, portanto, interessa chamar a atenção do magistrado para a eventual ausência de quaisquer desses requisitos formais, fazendo-o através da argüição de preliminares que deve ser deduzidas no bojo da contestação. Tais matérias encontram-se basicamente elencadas no art. 301 do Código de Processo Civil. Superadas as questões de índole puramente processual, ao Réu discutir o mérito da demanda. Entretanto, em determinados casos mostra- se adequado levar ao juízo o conhecimento de determinadas questões que devem ser enfrentadas pelo juiz antes da análise do mérito propriamente dito. Tais questões recebem o nome técnico de . São típicos exemplos dessas questões a argüição de prescrição e decadência: acolhidas pelo juiz, este sequer analisará o pedido formulado pelo Autor. Trata-se, destaque-se, de sentença de improcedência e, portanto, o processo será extinto com a resolução do mérito, com base no art. 269, IV, do CPC. co n diçõe s d a a çã o p re ju d ic iais Argüidas, quando for o caso, as questões preliminares prejudiciais, deve o Réu partir para a defesa propriamente dita. Nesse tópico, duas devem ser as maiores preocupações: imeiro, impugnar todos os fatos alegados pelo Autor na inicial lembrando que é vedada a contestação por negativa geral. Igualmente, deve o Réu formular TODAS AS DEFESAS viáveis (princípio da concentração ou princípio da eventualidade), ainda que essas defesas sejam incompatíveis entre si. Por exemplo, em demanda renovatória de locação, o Réu (locador) deve em sua defesa demonstrar que não se mostram presentes os requisitos autorizadores da renovação compulsória. Todavia, deve também, para o caso de entender o juiz assistir direito ao locatário quanto à renovação, discutir o do novo aluguel, sob pena de perder a oportunidade de cutir esse tema caso não o traga à baila na defesa. É, igualmente, o caso em ações indenizatórias: defende- se a inexistência da responsabilidade civil, mas em cumulação eventual de defesas, impugna-se também o pleiteado a titulo de indenização. Ao final, deve o Réu formular os seguintes pleitos: a) acolhimento da preliminar, se houver; b) acolhimento da prejudicia se houver, com a conseqüente improcedência do pedido; c) no mérito, a improcedência do pedido; d) a condenação do Autor nos ônus da sucumbência; e) as provas com que pretende provas a alegado (lembrando que em se tratando de procedimento comum rito sumário, as testemunhas já devem desde logo arroladas, bem como formulados os quesitos da perícia). q ua n tu m q u a n tu m 2 .2 . – A EXCEÇÃO DE I N COMPETÊN CI A RELATI VA ( N o ç õ e s e Mo d e lo ) É sabido que a competência do juízo é um dos pressupostos de desenvolvimento válido do processo, pelo que as regras que regem a competência devem ser estritamente observadas pelas partes, notadamente pelo Autor, que é o responsável primeiro pelo endereçamento do feito a um juízo. Não se pode perder de vista, todavia, que as regras de competência são erigidas pela legislação em homenagem proteção ora do interesse público, ora do interesse e comodidade das partes. Na primeira hipótese, tem-se regra cogente que tutela interesse público à qual se dá o nome de ; na segunda, tem-se regra dispositiva que tutela interesse privado à qual se dá o nome de . São absolutas as competências em razão da matéria, função (hierarquia) e pessoa; relativas são as competências territoriais e em razão valor da causa5. Tal distinção, em matéria de Resposta do Réu, mostra-se crucial, na medida em que somente se argúi por meio de exceção a , pois que a é argüível em preliminar de contestação, na qualidade de defesa processual dilatória, conforme antes abordado. Na técnica da exceção de incompetência relativa, aquel que a argúi é denominado , sendo que aquele contra quem se argúi é chamado . Trata-se de espécie de resposta que suspende o processo (art. 265, III, do CPC) e que deve ser autuada em apartado. Por não veicular uma demanda – ao contrário, veicula matéria estritamente processual – é redigida à moda de uma simples petição interlocutória, que não segue, portanto, os requisitos do art. 282 do CPC, aplicáveis apenas às petições iniciais. A propósito, cabe aqui uma crítica: a despeito da claríssima natureza de mero incidente proc al, o sistema de informática do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás confere à tratamento de autêntica petição inicial, sendo que autuação recebe novo número de protocolo, bem como exigindo, o protocolo do fórum, que o Excipiente decline o “valor da causa”, sob pena de não ser sequer protocolada a exceção. Trata-se de atecnia absurda, que deve ser prontamente corrigida. Há exceções a essas regras: a competência territorial art. 95 do CPC e do art. 2? da lei de ação civil pública são absolutas; a alçada de 60 salários mínimos para o JEF, na seção judiciária em que esteja instalada vara juizado, é absoluta. A regra geral, porém, é que são relativas as competências territoriais e em razão do valor da causa. co m p e tê n cia a b so lu ta co m p e tê n cia re la t iv a in co m p e tê n cia re la t iv a in co m p e tê n cia a b so lu ta e x cip ie n t e e x ce p to e x ce p t io fo ri 5 EXCELENTÍS SI MO( A) S ENHOR( A) DOUTOR( A) JUI Z( A) DE DI REITO DA 2 ª VARA DE FAMÍ LI A DA COMARCA DE GOI ÂNIA, ESTADO DE GOIÁS . REFERÊNCI AS : XXXX XXXX XXXX x x x x x x XXXX XXXX XXXX EXCEÇÃO DE I NCOMPETÊNCI A RELATI VA DO JUÍ ZO 0 1 . BREVE RELATÓRI O DOS FATOS XXXX Protocolo n? Natureza: Revisional de Alimentos Autor: XXXX Réu: XXXX, brasileiro, estudante, menor impúbere,residente na xxxx, Lago Sul, em Brasília, Distrito Federal, neste ato representado sua genitora, XXXX, brasileira, casada, do lar, portadora de CPF n? 826.159.931-00 e CI n? 3275033 de emissão da SSP/DF, também residente na xxxx, Lago Sul, em Brasília, Distrito Federal, por intermédio de seu procurador assinado, vem à digna presença de Vossa Excelência, nos autos da AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS que l move XXXX, oferecer, nos termos dos artigos 307 a 311 do Código de Processo Civil, o que faz segundo os fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 01. Trata-se de na qual o Autor, ora Excepto, pleiteia a do devido a título de pensão alimentícia a seu filho, XXXX, ora Excipiente. in fin e ação d e conh e cim e n t o re vis ão q u ant um 02. Recebida e processada a petição inicial, foi determinada a citação do Réu, na pessoa da Representante Legal, sua genitora, XXXX. 03. Com o objetivo de cumprir tal desiderato, foi expedida para a cidade de Brasília, pois que, , o Réu e sua Representante Legal residem, atualmente, na Capital da República. 04. Estes os fatos que interessam à presente exceção. Passa-se, pois, à análise do direito. 05. Conforme dispõe o artigo 100, II, do CPC, é competente para conhecer das ações que versem sobre alimentos o foro do domícilio do alimentando. Trata-se, a norma em comento, de regra de competência relativa, porquanto territorial, que visa claramente proteger e facilitar a defesa do alimentando, parte presumidamente hipossuficiente em demandas de tal jaez. 06. Pois bem, no caso presente o que se tem é a clara perante o qual tramita a demanda cognitiva, visto que, quando do protocolo da ação o Réu, bem como sua Representante Legal, já havia fixado residênc cidade de Brasília, DF. 07. . De todo modo, junta o Réu comprovantes – conjunto probatório n? 01 – que demonstram residir, juntamente com sua mãe, já há is de dois anos, na Capital Federal. 08. A teor do artigo 112 do Código de Processo Civil, a incompetência relativa deve ser argüida por meio de exceção, no prazo que o réu dispõe para responder, sob pena de prorrogação da competência, nos termos do artigo 114 do mesmo diploma gal. 09. Assim, considerando que o Réu não reside na comarca de Goiânia, mas sim em Brasília, maneja-se a presente exceção para provocar o reconhecimento, pelo juízo, sua incompetência, remetendo-se os autos para a comarca em que tem o Excipiente moradia. 10. Vale lembrar, por oportuno, que a regra de competência descrita no artigo 100, II, do CPC, em nada se altera pelo fato de ter a ação de separação do casal, no da qual restou XXXX co m o e x p o s t o p e lo Aut o r n a q u a lific a ç ão la n ç a d a n a p e t iç ão in icia l 0 2 . DA I NCOMPETÊNCI A RELATI VA DO JUÍZO in co m p e t ê n c ia re la tiv a do ju íz o Ta l fa t o d is p e ns a m e s m o c o m p ro v a ç ão , po is q u e re co n h e c id o e d e clin a do p e lo p ró p rio Aut o r e m s u a p e tiç ã o in ic ia l cart a p recat ória acordado o valor dos alimentos, tramitado em Goiânia. Esta – a ação de separação –, por ser ação finda, não gera prevenção, conexão ou continência6, em relação à ação revisional, que é nova demanda. Sobre o tema, é firme a jurisprudência do Superior Tribunal ustiça. Confira-se: 11. É, também, o entendimento do Egrégio Tribunal de Justi Estado de Goiás: Ao exposto requer o Excipiente: a) seja a presente exceção recebida e processada, com a conseqüente – artigo 265, III, do CPC -, Aliás, as regras de conexão e continência existem para evitar que demandas similares recebam julgamento confliante. Por isso, apenas se aplicam às mandas ainda pendentes. Acaso uma delas já tenha sido julgada, inexiste conexão. Por todos, ALEXA E FREITAS CÂMARA, Ed. LumenJures. Com p e t ên cia. Alim e n t os . Re vis ão. Re vis ão d os fix ad os p ara os filh os em p roce dim e nt o d e s e p aração cons e ns u al. Não in cid e , n a e sp é cie , o d is p os t o n o art . 1 0 8 d o CPC, fix and o-s e a com p e t ên cia em fu n ção d a res id ê ncia ou d o d om icílio d o alim e nt and o ( CPC, 10 0 , II) (S TJ – 2 aS e ção: RS TJ 2 / 3 06 , v .u .) ORIGEM: 1 ª CAMARA CÍVEL FONTE: DJ 1 43 98 d e 1 2/ 07 / 20 04 ACÓRDÃO: 1 8/ 05 / 20 04 LIVRO: 1 25 9 PROCES S O: 20 0 30 17 9 91 77 COMARCA: GOIÂNIA RELATOR: DES . NEY TELES DE PAULA RECURS O: 3 47 1 3- 1/ 18 0 – AGRAVO DE INS TRUMENTO Exce ção d e in com p et ê ncia, re v is ion al d e alim en t os . Na ação d e re v is ão d e alim e nt os , o foro com p et e nt e é o d om icílio d o alim e nt and o, con form e disp õe o art . 1 0 0 , in cis o II, d o códig o d e p roce s s o civ il, n ão s e aplicand o ao cas o a re g ra ins it a n o art . 1 08 d o m es m o d ip lom a le g al. Ag rav o d e in st rum e nt o conh e cid o e im p rov id o. in Liçõe s Prelim in are s d e Dire it o Proce s su al Civil, EMENTA. 0 3 . DOS PEDI DOS s u s p e n s ão d o p ro c e s s o in clu s iv e d a Au d iê nc ia d e Co n c ilia ç ã o d e s ig n ad a p a ra o d ia 0 2 d e a g o s to d e 2 0 0 7 ; 6 b) seja determinada a oitiva do excepto no prazo de 10 (dez) dias, conforme dispõe o artigo 308 do CPC; b) com ou sem manifestação, seja a exceção acolhida e, de acordo com o artigo 311, remetidos os autos para Brasília, Distrito Federal; c) Requer, finalmente, seja o Autor condenado nas custas do presente incidente. Confia-se no deferimento. Goiânia, 30 de julho de 2007. LÚCIO FLÁVIO SI QUEI RA DE PAI VA OAB / GO N? 2 0 .5 1 7 0 3 – A TÉCN I CA DOS RECURS OS 0 1 . N OTAS TEÓRI CAS S OB RE OS RECU RS OS CÍ VEI S 0 2 . O JU ÍZO D E AD MI S S I B I LI D AD E E O JU Í ZO D E MÉRI TO Recurso é um remédio processual que a lei coloca à disposição da parte (e também do MP quando atua como fiscal da lei e de terceiros prejudicados) para a impugnação de uma decisão judicial, com o objetivo de obter, normalmente perante um grau de jurisdição superior, a reforma, a invalidação, a integração ou esclarecimento da decisão recorrida. Outrossim, o manejo tempestivo do recurso impede que a decisão se torne preclusa ou transite em julgado. Na seara processual civil, dentre os quatro objetivos antes mencionados, dois deles são peculiares ao recurso de embargos de declaração, quais sejam, a integração (para os casos de omissão na decisão) e o esclarecimento (para os casos de obscuridade ou contradição). Os demais recursos da grade processual (elencados no art. 496 do CPC) objetivam obter ou a reforma da decisão, ou a sua invalidação. Essa constatação mostra-se bastante útil na prática dos recursos, na exata medida em que revela inexistir grande mistério quanto aos pedidos a serem formulados em um recurso: uma vez conhecido, ou se pede a invalid o ou a reforma da decisão; eventualmente, faz-se a cumulação de ambos os pedidos. De todo modo, certo é que inexiste um terceiro tipo de pedido a ser formulado. Outro aspecto que merece relevo e que tem profundas implicações na prática recursal é o entendimento das duas fases que envolvem o julgamento de um recurso: o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito. Nesse passo, o primeiro momento de julgamento do recurso é o juízo de admissibilidade, etapa em que o juízo e o juízo , analisarão os aspectos formais do recurso. Regra geral, são 07 (sete) os requisitos processuais que devem se mostrar presentes, a saber: (I) cabimento tempestividade, (III) preparo, (IV) regularidade formal, (V) legitimidade, (VI) interesse e (VII) inexistênciade fato impeditivo ou extintivo do direit orrer. Positiva que seja a análise desses requisitos, o tribunal dirá se do recurso; caso contrário, dele não conhecerá e o julgamento do mesmo aí se encerra. a q u o a d q u e m co n h e ce O segundo momento de julgamento do recurso será a anális de seu mérito, quando então o tribunal poderá: (I) dar pr (II) dar parcial provimento ou (III) negar provimento. Ressalte-se que o mérito somente será objeto de análise se, antes, o recurso for admitido, vale dizer, conhecido. Destaque-se, finalmente, que o provimento (total ou parcial) do recurso importará na reforma ou invalidação da decisão impugnada; o improvimento, como é curial, acarretará a confirmação da decisão recorrida. A doutrina aponta uma diversidade de efeitos nos recursos: devolutivo, suspensivo, translativo, expansivo, substitutivo. Dentre todos, sem dúvida que o efeito devolutivo é o que se revela mais ante, notadamente na prática recursal. Mas o que é esse efeito devolutivo? É o efeito que o recurso tem de levar (devolver) ao juízo o conhecimento das matérias impugnadas no recurso, conforme explicita o art. 515 do CPC. Simplificando: será devolvida a matéria discutida no recurso; ao contrário, mas não impugnada é matéria não devolvida, sendo defeso ao tribunal analisá-la. Com efeito, incumbe ao recorrente, na redação de suas es recursais, expressamente discutir e debater as matérias constantes da decisão impugnada, certificando-se de impugnar todos os pontos que pretende levar ao tribunal. Portanto, na prática é sempre importante lembrar: matéria não impugnada é matéria não devolvida! 0 3 . B REVES CON S I D ERAÇÕES S OB RE O EFEI TO D EVOLU TI VO D O RECU RS O a d q u e m 3 .1 – A TÉCN I CA DO RECURS O DE APELAÇÃO EXCELEN TÍ S S I MO S EN HOR D OU TOR JU I Z D E D I REI TO D A 1 0 ª VARA CÍ VEL D A COMARCA D E GOI ÂN I A, GOI ÁS . RECU RS O D E A P ELAÇÃO LÚ CI O FLÁVI O S I QU EI R A D E P AI VA OAB / GO N ? 2 0 . 5 1 7 O b s : a Ape laçã o é e n d e re ça d a a o ju ízo p ro la tor d a s e n t e n ça re co rrid a ( art . 5 1 4 d o CPC) a ção d e in d e n iza ção O b s : n a prá t ica fo re n s e , e s sa pe t ição é cha m a d a d e ; a q ue s e g u e , . FULANO, já qualificado, vem à digna presença de Vossa ência, por intermédio de seus procuradores, irresignado com a Sentença de fl que julgou improcedentes os pedidos que formulou na que move em face de BELTRANO, interpor que requer seja recebido em ambos os efeitos e, após adotadas as cautelas legais, seja remetido ao conhecimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, juntamente com as razões anexas. Pede deferimento. Goiânia, 21 de maio de 2009. p e ç a d e in t e rp o s iç ã o ra z õ e s d e a p e la ç ã o EGRÉGI O TR I B U N AL D E JU S TI ÇA D O ES TAD O D E GOI ÁS COLEN D A CÂMARA CÍ VEL EMI N EN TE D ES EMB ARGA D OR RELATOR FU LAN O RAZÕES D E AP ELAÇÃO , já sobejamente qualificado, comparece perante este Respeitável Areópago para oferecer suas o que faz segundo os fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: Nesse primeiro tópico da Apelação deve o recorrente fazer um breve resumo da demanda, destacando os pontos principais da (i) ão inicial, (ii) contestação e (iii) sentença. Não se mostra necessário relatar, aos mínimos detalhes, os fatos e teses de inicial e contestação, mas sim os principais argumentos e pedidos de parte a parte. O encerramento desse tópico deve dar ênfase à sentença recorrida e ao modo como julgou o feito. Mostra-se interessante, mas não obrigatório, transcrever o dispositivo da sentença. A seguir, um exemplo de parte final da narração dos fatos em um recurso de apelação. Confira-se: 10. O dispositivo do decisório mencionado é assim vertido, :in v e rb is “Ao t e or d o e xp os t o, os p ed id os cont id os n a e x ord ial p ara con d en ar as re qu e rid as , e m s olid aried ad e , a p ag arem ao aut or, a t ítu lo d e d an os m at e riais a q u ant ia d e R$ 21 .17 8 ,61 ( v in t e e um m il, ce n t o e s e t e nt a e oit o re ais e s e s s en t a e um ce nt av os) , e m d e corrên cia d as av arias tid as n o JULGO PARCI ALMENTE PROCEDENTES v e ículo, além d e R$ 5 00 ,0 0 (q uinh e n t os re ais ) p e los g as t os com os fun e rais , d e v e nd o am b os os v alore s s e rem acres cid os d e ju ros d e d e 1 % ao m ê s e corre ção m on e t ária d e sd e a d at a d o e fe t iv o re em b ols o. form a d e p re st açõe s m e ns ais , a q u an tia e q uiv alen t e a 2 / 3 ( d ois t e rços) d e 0 1 (um ) s alário-m ín im o, a p art ir d a m ort e d a filh a (0 9 .0 1 .20 00 ) , at é a d at a e m q ue a m es m a com ple t aria 2 5 ( v int e e cin co) an os , e o m on t an t e d e 2 / 3 s ob re a rem u d e R$ 8 1 6 ,0 0 ( oit ocen t os e d e ze s s eis re ais ) , p e lo fale cim en t o d a e s d e vid o d e sd e o óbit o ( 0 9 .0 1 .20 00 ) at é a d at a e m q u e a côn ju ge com ple t aria 6 5 ( s e ss e nt a e cin co) an os d e id ad e , in clu in d o n o v alor d as pe n s ões o p ag am e nt o d o d écim o t e rce iro s alário. As p arce las já v en cid as d e v e rão se r p ag as d e um a ú nica v e z , ob s e rv an d o- s e a d e v id a at u aliz ação m on e t ária p elo INPC, além d e ju ros d e 1 % ao m ê s , am b os a p art ir d o v e n cim e n t o d e cad a p arcela. Cond e n o as re qu e rid as , ain d a, a in d en iz arem o au t or a t ítu lo de d an os m orais n a qu ant ia d e R$ 40 .0 0 (q u are nt a m il re ais ) , p e los fale cim e nt os d as d u as v ít im as , acre s cid as de ju ros d e m ora d e 1 % ao m ê s , d e sd e o e v en t o d an os o (0 9 .0 1 .20 00 ) , n os t e rm os d a sú m u la 5 4 d o S TJ, e corre ção m on et ária p e lo INPC, a p artir d a p ub licação d e st a (s úm ula 36 2 d o S TJ) . Lad o ou t ro, ju lg o im p roce d en t e o p ed id o a títu lo d e lu cros ce s s an t es . As ré s d e v e rão con st itu ir capit al p ara g arant ir o p ag a t o d as in d en iz açõe s at rav é s d e d e p ós it o em dinh e iro em con t a vin cu lad a a e s t e ju íz o ou ind icação d e b e m im óv el, liv re e d es e m b araçad o, p ara o q u e d e v e rá s e r e xp e did o o d e vid o m and ad o d e av e rb ação. Corolário d a p re s e nt e d e cis ão, e e m face d a s ucum bê n cia m ín im a d o p os tu lan t e , con d en o as re qu e rid as ao p ag am en t o d as cus t as e d e sp e s as e h on orários d e s u cu m b ê ncia, os qu ais , n os t e rm os d o artig o 20 , § 3 ?, d o Cód ig o d e Proce ss o Civil, fix o em 12 % (d oz e p or cen t o) s ob re o v alor d a cond e n ação, s e nd o q u e n o cas o d a p e n s ão m en s al d e v e rá s e r ob s e rv ad o o m on t ant e d as p arce las v e n cid as at é a d at a d o p res e n te , m ais as v in cen d as n o p e ríod o d e d oz e m es e s . It au çu , 1 7 d e d e z em b ro d e 2 00 8 . Fe rn and o d e Cast ro Me sq uit a Ju iz em S u bs t it uição” d at a v e nia e rror in p roce d end o e rror in jud icand o e rro r in p ro ce de n d o e rro r in ju d ica n d o . e x t ra pe t it a e rro re s in p ro ce de n d o decisum 10. É contra esse decisório, parcialmente transcrito, que insurgem as Recorrentes na presente Apelação, visto que, , eivado de e , conforme se demonstrará no item seguinte. 11. Sendo esses, pois, os fatos, há que se aplicar o direito. Essa a parte mais relevante do recurso de apelação e d qualquer outro recurso. Aqui, orecorrente deverá demonstrar os vícios da sentença, a imporem a sua invalidação ou reforma. Assim, convém questionar: quais vícios podem contaminar uma decisão judicial? Resposta: basicamente dois, (i) o e o (ii) O primeiro, também conhecido como vício de procedimento, refere-se a erros formais que o juiz venha a cometer. Tais erros formais podem contaminar decisão judicial em si (como o caso de uma entença ), quando são denominados intrínsecos, ou podem estar “fora” P.R.I . da decisão recorrida (como um indevido julgamento antecipado da lide), quando são denominados extrínsecos. Tanto num como noutro caso, o acolhimento da tese de erro de procedimento conduzirá à anulação total ou parcial do , normalmente com o retorno dos autos ao juiz sentenciante para que nova decisão, agora escoimada do vício, seja prolatada. Justamente por isso, caso existente, o deve ser alegado em primeiro lugar, antes do , pois que é prejudicial a este. Vale lembrar: nem sempre a sentença padecerá de erros formais. Nesses casos, não há que se falar em tese de erro de procedimento. Noutro giro, tem-se o ; este sim sempre presente. Trata-se, como antes afirmado, e vício meritório, decorrente da má aplicação do direito ao caso concreto, da equivocada interpretação dos fatos, das provas dos autos etc. É vício de fundo, material, que á o tribunal a reformar a sentença, caso acolha a alegação da parte r ente. Nesses termos, um recurso de apelação tecnicamente correto deve separar as duas qualidades de vício, alegando, em primeiro lugar, o erro de procedimento, e depois, o erro de julgamento. Considerando que o expresso debate, pelo tribunal de apelação, acerca das matérias federais e constitucionais eventualmente objeto de recurso especial e extraordinário é requisito específico de admissibilidade desses apelos extremos, mostra-se imprescindível que o Apelante destaque item específico em suas razões de apelação para pôr em destaque, quais os dispositivos legais e constitucionais que reputa vulnerados e acerca dos quais pretende ver a manifestação expressa do tribunal. Caso o tribunal seja omisso nessa manifestação, o recorrente terá melhores condições de oferecer embargos de declaração e com isso forçar o prequestionamento. Lembrar que apenas questões de direito podem ser objeto de REsp ou RE; caso se pretenda discutir matéria de fato, tais recursos serão inadmissíveis. e rro re s in p ro ce d e n d o e rro r in p roce de n d o e rro r in ju d ica n d o e rro r in ju d ica n d o A redação dos pedidos é simples e obedecerá aos fundamentos do recurso, ou seja, estará diretamente ligado aos apontados nas razões recursais. Com efeito, deve obedecer a ordem seguinte: a) seja o o de apelação conhecido, pois que presentes todos os requisitos de admissibilidade para tanto; b) no mérito, seja integralmente provido para: anular a sentença recorrida, acolhendo-se a tese de ; b.2) ou reformar a sentença recorrida, acolhendo-se a tese de . A seguir, um exemplo de pedidos formulados em um recurso de apelação de caso concreto: 90. Ao exposto, requerem as Apelantes: a) seja o presente recurso conhecido, pois que presentes todos os requisitos de admissibilidade para tanto; b) no mérito, seja integralmente provido para: b.1) ANULAR parcialmente a sentença no tocante à condenação por danos morais, por tratar-se de decorrente julgamento , nos termos do item 2.1 ; b.2) REFORMAR integralmente a sentença no que toca à condenação pelos danos materiais e também morais (caso desacolhido, nes particular, o pedido formulado em “b.1”), reconhecendo-se o decorrente da equivocada apreciação da prova dos autos e da má aplicação do direito ao caso concreto, tudo para declarar a inexistência de e, portanto, do dever de indenizar, nos termos do item 2.2. ; b.3) ACASO NÃO ACOLHIDO o pedido formulado em “b.2”, EM CUMULAÇÃO EVENTUAL, seja parcialmente reformada a sentença, reconhecendo-se a das vítimas, de modo a reduzir pela metade as condenações pecuniárias, sendo: I) redução pela metade do ressarcimento das despesas com os funerais; II) quanto às prestações mensais, seja reduzido de 2/3 para 1/3 do salário mínimo a indenização referente à filha recém nascida, bem como de 2/3 para 1/3 do salário percebido pela esposa quando em vida; III) seja reduzido de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), o valor da indenização a título de danos morais. e rro re s e rro r in p roce de n d o e rror in ju d ica n d o e rror in p roced e nd o e x t ra p e tit a s up ra e rror in ju dican d o n e x o cau s al s up ra culp a con corre nt e 3 .2 – EXEMPLOS PRÁTI COS DE DI VERS OS RECURS OS EXCELENTÍS SI MO S ENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRES I DENTE DO EGRÉGI O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS . 2 0 0 9 0 1 1 4 0 8 9 3 AÇÃO CI VI L PÚBLI CA AGRECON – AGREGADOS E CONSTRUÇÕES LTDA. AGRAVO DE I NSTRUMENTO COM PEDI DO DE EFEITO SUS PENS I VO d e fe riu lim in a r e m a ç ã o c ivil p ú b lic a o b rig at ó ria s e fa c u lt a t iv a s q u e d e ix a a Aut o ra d e ju nt a r c ó p ia d a p ro c u ra ç ã o o u to rg a d a a o ad v o g a d o d a Ag ra v a d a , po is q u e s e t ra t a d Min is t é rio Pú blico do Es t a do d e Go iá s , q u e a g e e m ju ízo ind e p e n d e nt e m e nt e d a ju n t a d a d e in s t ru m e nt o p ro cu ra t ó rio . 1 . DA ADMI SS I BI LI DADE DO RECURS O re s s a lt a nd o - s e a a d e q u aç ã o d e s u a int e rp o s iç ã o p e la v ia d o in s t rum e n to , v is to q u e lim in a r d e fe rid a p e lo ju íz o DETERMI NOU A I MEDI ATA PARALI S AÇÃO DAS ATI VI DADES DE EXTRAÇÃO DE AREI A PRATI CADA PELOS REQUERI DOS NO LEITO DO RI O DOS BOI S , BEM COMO A I NTERDI ÇÃO DAS ES TRADAS E ACES S OS EXI STENTES DENTRO DAS ÁREAS DE PRES ERVAÇÃO PERMANENTE. 2 8 d e a b ril d e 2 0 0 9 0 7 d e m a io d e 2 0 0 9 0 4 d e m a io d e 2 0 0 9 . REFERÊNCIAS: Protocolo de origem n° Juízo de Direito da Comarca de Cromínia Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS Réu: AGRECON e outros , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n? 02.683.768/0001-32, sediada na Rua C-255, n? 270, Sala 407, Setor Nova Suíça, Goiânia, Goiás, por intermédio de seus procuradores regularmente const uídos, com endereço profissional na Rua 22, n? 780, Setor Oeste, comparece perante este Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para, com fundamento nos ar gos 522, e 527, III, ambos do Código de Processo Civil, interpor recurso de contra a Decisão Interlocutória de folha 172/178, proferida pela Excelentíssima Senhora Doutora Juíza de Direito da Comarca de Cromínia, EUGÊNIA BIZERRA DE VEIRA ARAÚJO, que proposta pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Aduz para tanto as razões de fato e de direito a seguir alinhadas. E para formar o instrumento do agravo, junta-se, além das peças , fotocópia do inteiro teor do procedimento que se encontra em primeiro grau de jurisdição (ver CONJUNTO 07), satisfazendo com isso a exigência contida nos incisos I e II do artigo 525 do CPC. Informa, por oportuno, 1. O presente recurso merece ser conhecido, vez que prese s todas condições e pressupostos para tanto. 2. A decisão recorrida, por se enquadrar na definição de cisão interlocutória, desafia recurso de agravo, 3. Com efeito, a empresa Agravante, AGRECON, encontra-se obstada de exercer suas atividades, o que lhe causa prejuízo fina diário, bem como o potencial inadimplemento de seus compromissos contratuais na entrega de areia para construção. Urge, pois, que a decisão recorrida seja prontamente examinada, o queé possível através do processamento do presente agravo pela via instrumental. 4. A Agravante, por sua vez, tem legitimidade, porquanto te no processo, e interesse em recorrer, dado que prejudicada pela decisão recorrida. 5. Outrossim, é tempestivo o recurso, visto que o procura da Agravante deu-se por intimado da decisão em 27.04.2009, quando, conforme certidão anexa (ver CONJUNTO 01, documentos obrigatórios do agravo de instrumento), compareceu à escrivania e foi pessoalmente intimado da decisão ora recorrida. Destarte, sendo o do prazo para interposição deste recurso o dia , tem-se que o para o protocolo da peça recursal será o dia , sendo que o presente recurso foi protocolado no dia capu t t e rm o a qu o d ies ad q u em a q u o 6. Quanto ao preparo, segue em anexo o comprovante de recolhimento das custas processuais, sendo o recurso, no mais, formalmente regular, estando instruído com todas as peças obrigatórias e facultativas exigidas pela lei processual. 7. Trata-se, na origem de movida pelo Ministério Público do Estado de Goiás em face da ora Agravante, AGRECON, e outros, na qual aponta a prática de ilícitos ambientais na atividade principal da Recorren ual seja, a extração de areia no leito do Rio dos Bois. 8. Segundo afirma o na inicial, 9. Acusa ainda o Ministério Público a existência de diversas irregularidades, todas extraídas de um denominado , em que são elencados problemas com as caixas de areia, inadequada disposição de resíduos de dragagem, estradas paralelas ao rio etc. 10. Forte nessas alegações e ressaltando os danos ambienta causados, pleiteou liminar de antecipação dos efeitos da tutela, a fim de serem suspensas as atividades de extração de areia promovidas pela AGRECON, interdição s estradas e acessos existentes dentro das áreas de preservação permanente, reparação dos danos causados e busca e apreensão de dragas e instrumentos utilizados nas atividades extrativas. 11. Em exame inicial dos autos, entendeu por bem a magistrada condutora do feito em conceder a liminar requerida, assentando seu entend nto nas seguintes premissas: 12. É contra essa decisão que a Agravante, AGRECON, insurge-se no presente recurso. Conquanto respeitável, tal liminar parte de premissas equivocadas e que, em absoluto, correspondem à realidade. Conforme será visto, a empresa AGRECON, que atua há mais de 10 (dez) anos na atividade de extração de areia, possui Exerce, pois, atividade licitamente e os impactos eventualmente causados ao meio ambiente (toda atividade humana é impactante, ressalte-se) encontram-se dentro do que a legislação ambiental considera aceitável. A propósito, tal afirmação não é correta, pois que conforme atestam as licenças juntadas (ver CONJUNTO 03), a AGRECON tem autorização ara operar três dragas e não apenas uma, como aduz o MP. 2 . S UMÁRI O DOS FATOS t o d a s a s lic e n ç a s a m b ie n t ais n e c e s s á ria s e e x e rc e s u a s a t iv id a d e s d e n t ro d a s lim it a çõ e s e re c o m e n d a ç õ e s t é cn ic a s e x a ra d a s p e lo s ó rg ã o s a m b ie n t a is c o m p e t e nt e s . ação civ il p ública Parq u et “em s ín t es e : a em p re s a ré AGRECON p os su ía lice nça p ara fun cion am e nt o d e ap en as u d rag a, e nt re t ant o u tiliz and o- se d a m e sm a, in st alou e fe z fu ncion ar m aq uin ário em t rê s ( 0 3 p rop ried ade s d ist in t as , p e rte n cen t es a Cels o Card os o Cam p os , Ju are z Cos t a Cam arg o e Dim as Jos é d e S ou z a”7 . Laud o d e Local d e Deg rad ação Am b ien t al “Em um a an ális e p relim in ar, os d ocu m en t os qu e ins t ru em a in icial t raz e m in dícios d e q u e os re qu e rid os es t ão ex t rain d o are ia d e form a irre g ular, s em o d e v id o licen ciam en t o e EIA/ RIMA. Tam b ém ap ont am d e g rad ação n o le it o e m arge n s d o Rio d os Bois . De acord o com o Lau d o d e Ex am e Pe ricial d e fls . 13 8/ 1 6 e lab orad o p e lo In st it u t o d e Crim in alís tica Le on ard o Rod rigu e s em 2 7 d e ju n h o d e 2 0 08 , foram v is t oriad as as p rop rie d ad e s d e Dim as Jos é de S ou z a e Ju arez Cost a Cam arg o, ond e , n o t re ch o d o Rio d os Bois , es t av a s e n d o e x e cut ad a e x t ração d e areia p ela em p res a AGRECON. Con form e relat o con st ant e d o Laud o, foram e n con t rad as p rop ried ad e s caix as d e are ia s it u ad as n a faix a de p re s e rv ação p e rm an e nt e , m en os d e 5 0 m e t ros d o rio, in ad eq u ad a d is p osição d e re s ídu os d e d rag ag em , p re s en ça d e e ros ão, p re se n ça d e t rad as s itu ad as em m en os d e 3 0 m et ros d o Rio d os Bois , im p ed i t os à re g e n e ração n atu ral em áre a d e p re s e rv ação p e rm an en t e , au s ên cia d e m e did as d e recup e ração em áre as n ão m ais u tiliz ad as p ara o d e p ósit o d e m at e rial lav rad o, além d e ou t ras irreg u lar d e s . ( . . . ) As sim , diant e d as e vid ên cias con st an t es d os au t os , s e n e ce ss ário o d e fe rim e nt o d a m ed id a lim in ar req u e rid a p e lo Min is t é rio Pú b lico, a fim d e de t e rm in ar a im e diat a p aralis ação d a at ivid ad e s d e e x t ração de are ia, d ian t e d e ris co irrep aráv e l”. 7 13. Antes, porém, de adentrar na seara do mérito do presen agravo, impõe-se expor a este Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás questões preliminares e de ordem processual, as quais, uma vez acolhidas, prejudicam por completo quaisquer outros debates. 14. , como se sabe, é a tríplice identidade entre duas ou mais ações, ou seja, a perfeita coincidência entre partes, causa de pedir e pedido. Essa a exata definição trazida pelo Código de Processo Civil, : 15. Trata-se de e, uma vez manifestada a sua existência, impõe a extinção do feito sem a resolução do mérito, nos termos do art. 267, V, do mesmo Código de Processo Civil. 16. Pois bem. No caso presente é manifesta a figura da litispendência. Conforme comprovam documentos anexos, desde o ano de 2001 tramita no juízo de Trindade, sob o protocolo n? 200101752568, também manejada pelo Ministério Público do Estado de Goiás, que tem como ré, dentre outras, a ora Agravante, AGRECON, e cujo objeto é exatamente a existência de danos ambientais causados no leito do Rio dos Bois por atividades de extração de areia (ver CONJUNTO 02 anexo, especialmente certidão narrativa atualizada expedida pelo Cartório das Fazendas Públicas e 2 Cível da Comarca de Trindade, Estado de Goiás). Em palavras outras, já existe demanda anterior a esta que envolve as mesmas partes, a mesma cau pedir e o mesmo pedido. Eis a litispendência. 17. Na noticiada que tramita em Trindade houve, assim como na presente, deferimento de medida liminar suspendendo toda e qualquer atividade extrativa de areia ao longo do leito do Rio dos Bois. Isso entre de mbro de 2001 e janeiro de 2002. Naquela oportunidade, foram atingidos pela liminar todos que exploravam a atividade extrativa ao longo do Rio dos Bois, inclusive diversos que o faziam ilegalmente, na completa clandestinidade. Assim como na presente demanda, a AGRECON foi atingida pela liminar teve o pesado ônus de ver suspensas, por dias, as suas atividades. Entretanto, lá provou – como, acaso necessário, aqui também o fará – que atuava dentro da mais absoluta legalidade; juntou todas as suas licenças ambientais e planos de manejo; laudos da agência ambiental afirmando a legali e de suas atividades; tudo isso redundou na revogação da liminar com relação à AGRECON (ver CONJUNTO 02 anexo). 18. A ação civil pública de Trindade continuaem plena tra tação, sendo que, para se ter uma idéia da postura transparente e correta da empresa ora Agravante, a AGRECON foi, até o presente momento, o único réu que ofereceu CONTESTAÇÃO, onde pôde afirmar, com mais precisão ainda, que suas atividades são lícitas, encontram-se amparadas por todas as licenças devidas e não causam ao meio ambiente senão os impactos suportáv aceitos pela legislação ambiental. 19. Infelizmente, vê agora a AGRECON toda a novela se repetir. Confundida com uma empresa clandestina, tratada como se operasse à margem da lei (o que não é verdadeiro, a despeito de isso querer faze crer a inic do MP), novamente é atingida a empresa por liminar suspensiva de suas atividades, pelos exatos mesmos motivos que o próprio Poder Judiciário, antes, já afirmou inexistirem. 20. A questão ora levantada é grave. , não poderia o Ministério Público (que é único e indivisível) simplesmente reprisar ação que ele mesmo, Ministério Público, já havia proposto em outra comarca do Estado de Goiás. Trata-se, no mínimo, de desatenção reprovável e que está a expor a ora Agravante, AGRECON, ao constrangimento de se ver demanda por fato idêntico e já submetido ao Poder Judiciário. 0 2 . PRELI MI NARMENTE: DA EXI STÊNCI A DE LITI S PENDÊNCI A E DA NECES S ÁRI A EXTI NÇÃO DO PROCES S O SEM RES OLUÇÃO DO MÉRI TO Lit isp e nd ên cia in v e rb is Art . 30 1 . ( . . . ) § 1 ?. Ve rifica-s e a litisp e nd ê ncia ou a cois a ju lg ad a, qu and o s e re p rod uz ação an t e riorm e nt e aju iz ad a. § 2 ?. Um a ação é idê n tica à out ra q u an t o t em as m e sm as p art e s , a m e sm a cau s a d e p e dir e o m e sm o p e did o. § 3 ?. Há lit is p en d ên cia, qu and o s e rep e t e ação, qu e e st á em cu rs o; p re s su p ost o p roce s su al n eg at iv o ação civil p úb lica ação civil pú blica Dat a v e nia 21. HERMES ZANETI JR e FREDIE DIDIER JR.8, em excelente (e única) obra dedicada à sistematização da tutela processual coletiva de direitos, muito bem abordam a questão da litispendência em demandas coletivas, advertindo: (sem grifos no original) 22. , é o que se tem: abuso de direito processual por parte do Ministério Público do Estado de Goiás (aqui, uma vez mais, pedem-se todas as necessárias para se fazer essa contundente afirmação) e exposição demas (e ilegal) da AGRECON a sucessivas ações civis públicas idênticas. 23. Com efeito, ante a claríssima e inegável presença da litispendência entre as ações civis públicas de Trindade e Cromínia, e sendo certo que a primeira demanda, à luz do art. 219 do CPC, induz a litispendência, requer-se que esse pressuposto processual negativo seja conhecido e acolhido, com a conseqüente extinção do processo sem a resolução do mérito, forte no art. 267, V, do Código de Processo Civil. 24. A preliminar de litispendência levantada no item anter parece, por sua objetividade e clareza, intransponível. Contudo, ainda que este TJGO entenda por bem afastá-la, os fatos ali narrados conduzirão à 25. De fato, dispõe o art. 2? da Lei 7.347/85: 26. A despeito de a lei falar em , é pacífico em doutrina9 e jurisprudência tratar-se de competência absoluta, pois que em verdade atribui a lei competência funcional ao juízo do local do dano para a ação civil ública. E o diploma legal vai além: tratando-se de dano que se expanda por mais de uma comarca (como é o caso presente) o juízo perante o qual houve a propositura da primeira ação fica com sua competência (absoluta, ressalte-se) preventa para todas as demais. 27. Com efeito, considerando que no juízo de Trindade, sob o protocolo n? 200101752568, tramita que tem o mesmo objeto e a mesma causa de pedir da presente demanda, é de se reconhecer, à luz do disposto no art. 2? e parágrafo único da lei 7.347/85, que o juízo da Comarca de Trindade é prevento e absolu nte competente para julgar toda e qualquer demanda coletiva que verse sobre extração de areia no ito do Rio dos Bois. Assim, tem-se que o reverso dessa moeda é o reconhecimento que o juízo da marca de Cromínia é absolutamente incompetente para processar e julgar o presente feito. 28. Por conseguinte, deve ter incidência imediata a regra inserida no §2? do art. 113 do Código de Processo Civil, : FREDIE DIDIER JR e HERMES Z. JR, , Ed. JusPodium, pag. 159. Ver, por todos, RODOLFO DE CAMARGO MANCUSO, , Ed. RT, 8ª edição. “O p rob lem a d a lit isp e nd ên cia as sum e e sp e cial re le v o e m açõe s cole tiv as . .” In casu v en ias Art . 2 ?. As açõe s p rev ist as ne s t a Lei s e rão p rop os t as n o foro d o local on d e ocorre r o d an o, cu jo ju íz o t e rá com p e t ên cia fu n cion al p ara p roce s s ar e julg ar a caus a. Parág rafo ú n ico. A p rop os it u ra d a ação p re v en irá a ju r d ição d o ju íz o p ara t od as as açõe s p ost e riorm e nt e in t en t ad as q u e p os s u am a m e sm a cau s a d e p e dir ou o m e sm o p ed id o. local d o d an o ação civil p ública in ve rb is A incom p e t ên cia ab s olut a d e ve s e r d eclarad a d e ofício p od e s e r ale g ad a, em qu alq u e r t em p o e g rau d e ju risd ição, in de p en d en t em en t e d e e xce ção. ( . . ) Cu rs o de Dire ito Pro ce s s u a l Civ il – Pro ce s so Co le t iv o in Açã o Civ il Pú b lica S e rv e c o m o v e rd a d e iro filt ro int e rm e d iá rio p a ra le g it im a r a p re s t a ç ã o j u ris d ic io n a l, u m a v e z q u e s e d e s v e la g a ra n t ia d ire c io n a d a ao ré u e o Es t a d o e m d e t rim e nt o d o a b u s o d e d ire it o q u e p o d e o co rre r c o m a e x p o s iç ã o d e m a s ia d a , d o p rim e iro , e d o in t e re s s e p ú b lico n a co rre t a c o m p o s iç ã o d o lit íg io p a ra a p a c ific a ç ã o o u e s t a b iliz a ç ã o s o c ia l, d o s e g u nd o Art . 1 1 3 . . 0 3 . AI NDA PRELI MI NARMENTE: DA I NCOMPETÊNCI A ABS OLUTA DO JUÍ ZO DE DI REI TO DA COMARCA DE CROMÍ NI A inc o m p e t ê n cia a b s o lut a d o ju ízo d e d ire it o d a Co m a rc a Cro m ín ia p a ra ju lg a r a d e m a nd a p ro p o s t a p e lo Min is t é rio Pú b lic o d o Es t a do d e Go iá s . 8 9 § 2 ?. De c la ra d a a in c o m p e t ê n cia a b s o lu t a , s o m e n t e o s a t o s d e c is ó rio s s e rã o n ulo s , re m e t e n d o - s e o s a ut o s ao j u iz c o m p e t e n t e . FUMUS BONI I URES 29. Impõe-se, assim, o reconhecimento da incompetência absoluta juízo da comarca de Cromínia, com a anulação (cassação) da liminar deferida e remessa dos autos ao juízo de direito da Comarca de Trindade, prevento e absolutamente competente para processar e julgar o presente feito. 30. Acaso as preliminares expostas nos itens anteriores restem superadas, no mérito, a liminar concedida está a merecer pronta reforma, porquanto resultado de . 31. De fato, a leitura da decisão recorrida indica que o juízo entendeu presentes os requisitos e autorizadores da tutela liminar. Entretanto, os fatos e documentos que ora se traz ao tribunal mostram que nenhum dos dois requisitos se encontra satisfeito, conforme a seguir se demonstra. 32. Elenca o juízo como elementos que demonstram a presença da fumaça do bom direito: a) (decisão recorrida, fls. 175 dos autos) 33. Não é correta essa primeira afirmação. A AGRECON, ora nte, ; ao contrário, está devidamente licenciada por todos os órgãos competentes, exercendo atividade dentro da mais absolu egalidade. 34. De fato, como comprovam os documentos (ver CONJUNTO 03, licenças ambientais) ora juntados, desde o ano 2000 at a presente data, a AGRECON tem obtido odevido licenciamento de seu empreendimento; nesses quase dez anos, não ficou à margem da lei em nem sequer um momento. Veja-se em resumo, o que atestam as licenças juntadas: - CONJUNTO 03, PRIMEIRA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 08 de novembro de 2000; - CONJUNTO 03, SEGUNDA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 08 de novembro de 2000; - CONJUNTO 03, TERCEIRA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 25 de novembro de 2002; - CONJUNTO 03, QUARTA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 29 de agosto de 2005; - CONJUNTO 03, QUINTA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 13 de fevereiro de 2007; - CONJUNTO 03, SEXTA LICENÇA: do empreendimento, expedida pela Agência Ambiental de Goiás (atual SEMARH) em 29 de abril de 2009. - CONJUNTO 03, última folha: de exploração, expedida pelo DNPM, em 13 de outubro de 2005. 35. Ora, uma empresa que tem sido, há quase dez anos, fiscalizada, monitorada e reiteradamente licenciada em suas ativida não pode ser tida como empreendedora ilícita. Os atos administrativos consistentes nas lice externam os atributos da veracidade e legitimidade, conduzindo à conclusão de que 36. E não é só isso. Afirma o juízo , com supedâneo nas afirmações do órgão ministerial autor da ação, que a ora Agravante estaria exercendo atividade mineraria sem 0 4 . DO MÉRI TO: DAS RAZÕES QUE IMPÕEM A REFORMA DA DECI S ÃO I NTERLOCUTÓRI A RECORRI DA 4 .1 . DA AUS ÊNCI A DO RAZÃO N? 0 1 EXPOSTA NA DECI S ÃO RECORRI DA n ã o e x t ra i a re ia d e fo rm a irre g u la r lic e n ç a d e ins t a la ç ão lic e n ç a d e fun c io n a m e n to lic e n ç a d e fu nc io n a m e n to lic e n ç a d e fu n cio n am e n to lic e nç a d e fu n c io n a m e nt o lic e n ç a d e fu n cio n am e n to Au to riz a ç ã o d e Re g is t ro d e Lic e n ç a a s a t iv id a d e s e x t ra tiv a s re a liz a d a s p e la AGRECON e n c o n t ra m - s e d e n t ro do s p a râ m e t ro s im po s t o s p e la le g is laç ã o a m b ie nt a l. e rror in ju dican d o a q u o fum u s b oni iu res p e ricu lum in m ora a q u o “Em um a an ális e p re lim in ar, os d ocum en t os q u e in st ru em a in icial t raz em ind ícios d e qu e os re qu e rid os es t ão e xt rain d o areia d e form a irreg ular, s em o d e v id o licen ciam en t o e EIA/ RIMA. Tam b ém ap ont am d e g rad ação n o leit o e m arg en s d o Rio d os Bois”. a q u o EIA/RIMA. , nada mais incorreto. Primeiramente, jamais o órgão a iental competente (no caso a SEMARH), expediria qualquer licença sem o devido estudo ambiental; em segundo lugar, especificamente no caso de extração de areia, por força da RESOLUÇÃO CONAMA N? 369, de 28 de março de 2006, o EIA/RIMA pode, a critério do Órgão Am ntal competente, ser substituído por outros estudos ambientais, pois que a extração de areia, segundo a própria resolução, é atividade minerária não potencialmente causadora de significativos impacto bientais. Eis o normativo, : 37. É exatamente o caso da AGRECON. Por força de decisão exarada pelo Órgão Ambiental Estadual, quando ainda era FEMAGO, para atividades de extração de areia restou substituído o EIA/RIMA pelo RCA-PCA, OU SEJA, Relatório de Controle Ambiental e Plano Controle Ambiental. 38. No caso da Agravante, o RCA-PCA foi protocolado junto à antiga FEMAGO ainda no ano de 1999 (ver CONJUNTO 06), quando da primeira outorga de licença de instalação e funcionamento do empreendimento. Portanto, ao contrário do que afirma o MP na peça vestibular e mesmo o juízo em sua decisão, os estudos pertinentes existem e foram sim apresentados e aprovados pelos órgãos ambientais competentes. Tal estudo, todavia, apenas não tem o nome de EIA/RIMA e sim RCA-PCA, dada a peculiaridade de baixo impacto ambiental da atividade de extração de areia. 39. Com efeito, a RAZÃO N? 01 elencada na decisão não se sustenta, motivo pelo qual não pode ela servir como fundamento de presença do . 40. A decisão recorrida elenca, ainda mais uma razão como upedâneo para a concessão da liminar, : Dat a v en ia in v e rbis S EÇÃO II DAS ATIVIDADES DE PES QUIS A E EXTRAÇÃO DE S UBS TÂNCIAS MINERAIS Art . 7 . A in t e rv en ção ou s up re ss ão de v eg e t ação e m APP p ara a e x t ração d e su bs t âncias m in e rais , ob s e rv ad o o disp os t o n a S e ção I d e s t a Re s olu ção, fica su jeit a à ap re s en t ação d e Es t ad u Pré vio d e Im p act o Am bie nt al- EIA e re s p ectiv o Re lat ório de Im p act o s ob re o Maio Am bie nt e – RIMA n o p roces s o d e lice nciam e nt o am b ie n t al, be m com o a out ras e xigê n cias , d e nt re as q u ais : ( . . . ) a q u o fum u s b on i iu re s in v e rbis “De acord o com o Laud o d e Ex am e Pe ricial de fls . 1 3 8/ 1 b orad o p e lo In st it u t o d e Crim in alís tica Le on ard o Rod rigu e s em 2 7 d e ju n h o d e 2 0 08 , foram v is t oriad as as p rop rie d ad e s d e Dim as Jos é de S ou z a e Ju arez Cost a Cam arg o, ond e , n o t re ch o d o Rio d os Bois , es t av a s e n d o e x e cut ad a e x t ração d e areia p ela em p res a AGRECON. Con form e relat o con st an te d o laud o, foram en cont rad as n as p rop ried ad e s caix as d e are ia s it u ad as n a faix a de p re s e rv ação p e rm an e nt e , m en os d e 5 0 m e t ros d o rio, in ad eq u ad a d is p osição d e re s ídu os d e d rag ag em , p re s en ça d e e ros ão, p re se n ça d e t rad as s itu ad as a m en os de 3 0 m et ros d o Rio d os Bois , im p ed im en t os à re g e n e ração n atu ral d a áre a d e p re s e rv ação p e rm ane n te , au s ên cia d e m e did as d e recup e ração em áre as n ão m ais u tiliz ad as p ara d e p ós it o d o m at e rial lav rad o, além d e out ras irreg ularid ad es . Tam b ém cons t a Te rm o Circun s t an ciad o d e Ocorrê ncia às fls . 4 9/ 5 8 , on d e é re lat ad a a e x t ração irreg u lar d e are ia n a p rop ried ad e de Ce ls o Card os o Carlos Cam p os , Faz en d a Can t ão d o Rio d os Bois , on d e at u av am com o d rag ue iros os re qu e rid os Nils on e Díls on . De acord o com o re lat o d o re qu e rid o Ce ls o, a d rag a e xis te n t e em s u a p rop ried ad e s e ria d a em p res a AGRECON e re ceb e ria p e rce nt u al d o re cu rs o m in e ral com e rcializ ad o, se nd o ain d a re sp on s áv e p e lo g e re n ciam e nt o d o m aq u in ário. As sim , diant e d as e vid ên cias con st an t es d os au t os , s e n e ce ss ário o d e fe rim e nt o d a m ed id a lim in ar req u e rid a p e lo Min is t é rio § 1 ?. No c a s o d e in t e rv e n ç ão o u s up re s s ã o d e v e g e t a ç ão e m APP p a ra a a t iv id a d e d e e x t ra ç ã o d e s ub s t â n cia s m in e ra is q u e n ã o s e j a p o t e n c ia lm e n t e c a u s a d o ra d e s ig n ific a t iv o im p a ct o a m b ie n t a l, o ó rg ã o a m b ie n t a l co m p e t e n t e p o d e rá , m e d ia n t e d e c is ã o m o t iv a d a , s u b s t it u ir a e x ig ê n c ia d e a p re s e n t a ç ã o d e EI A/ RI MA p e la a p re s e n t a ç ã o d e o ut ro s e s t ud o s a m b ie n t a is p re v is t o s e m le g is la ç ã o . RAZÃO N?0 2 EXPOSTA NA DECI S ÃO RECORRI DA Pú b lico, a fim d e de t e rm in ar a im e diat a p aralis ação d a at ivid ad e s d e e x t ração de are ia, d ian t e d e ris co d e d an o irrep aráv e l. ( . . . ) ” d at a v en ia Parqu e t in loco “O m at
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