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TECNOLOGIA 
ASSISTIVA 
PROFESSOR (A): COORDENADOR PEDAGÓGICO 
 
TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 PÓS-GRADUAÇÃO – INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO 
 Rua Silva Jardim, 296 Floresta – Belo Horizonte - MG 
 www.institutoibe.com.br | facebook.com/institutoibe 
 
2 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
LINGUAGEM E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ........................................................... 6 
HISTÓRIAS, CONCEITOS E DEFINIÇÕES ESSENCIAIS ......................................... 6 
Aplicação das Tecnologias Assistivas ...................................................................... 7 
Objetivos da Tecnologia Assistiva:........................................................................... 8 
OS VÁRIOS TIPOS E CATEGORIAS DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: ................. 9 
A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ............................................. 12 
DAS AJUDAS TÉCNICAS À TECNOLOGIA ASSISTIVA: DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO
 15 
Objetivos ................................................................................................................ 19 
O processo de desenvolvimento das ajudas técnicas............................................ 20 
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA ............................. 22 
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA – EQUIPE 
MULTI/TRANSDISCIPLINAR .................................................................................... 24 
Atuação da Tecnologia Assistiva ........................................................................... 27 
A funcionalidade .................................................................................................... 27 
MODELOS CONCEITUAIS PARA INCAPACIDADE ................................................ 30 
Modelo Médico: ...................................................................................................... 30 
Modelo Social: ....................................................................................................... 30 
Abordagem Biopsicossocial: .................................................................................. 30 
TECNOLOGIA ASSISTIVA: MODALIDADES, CATEGORIAS OU CLASSIFICAÇÃO
 .................................................................................................................................. 31 
Auxílio para a vida diária ........................................................................................ 32 
CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa ..................................................... 33 
Prancha de comunicação, vocalizador com varredura e vocalizador portátil. ........ 33 
Recursos de acessibilidade ao computador ........................................................... 34 
Sistemas de controle de ambiente ......................................................................... 35 
Projetos arquitetônicos para acessibilidade ........................................................... 35 
Órteses e próteses ................................................................................................. 36 
Adequação postural ............................................................................................... 37 
Auxílios de mobilidade ........................................................................................... 38 
Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal .................................. 39 
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Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo .................................... 40 
Adaptações em veículos ........................................................................................ 40 
A LINGUAGEM E A LEITURA RECOMBINATIVA GENERALIZADA ....................... 41 
AS REPRESENTAÇÕES E OS SÍMBOLOS DA TA ................................................. 46 
Tipos de símbolos .................................................................................................. 47 
TÉCNICAS DE SELEÇÃO DOS SÍMBOLOS ......................................................... 50 
A INFORMÁTICA, A INCLUSÃO ESCOLAR E A TECNOLOGIA ASSISTIVA .......... 51 
LEIS BRASILEIRAS SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.................................. 62 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Documentos internacionais e nacionais têm procurado definir a tecnologia 
assistiva e garantir políticas públicas que favoreçam o seu uso. Na literatura 
internacional as definições de tecnologia assistiva enfatizaram o uso de recursos, 
estratégias e serviços aplicados para atenuar os problemas funcionais encontrados 
pelos indivíduos com deficiências e proporcionar ou ampliar suas habilidades e, 
consequentemente, promover independência, qualidade de vida e inclusão. (KING, 
1999; LAHM; SIZEMORE, 2002; JOHNSTON; EVANS, 2005; JUDGE; FLOYD; 
JEFFS, 2008). 
No Brasil a tecnologia assistiva é uma área de conhecimento relativamente 
nova e o termo “ajudas técnicas” aparece como sinônimo de tecnologia assistiva. O 
Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), em ata da reunião VII DE dezembro de 2007, 
aprovou a adoção da seguinte conceito de Tecnologia Assistiva: 
 
área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que 
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas 
e serviços que objetivam promover a funcionalidade, 
relacionada à atividade e participação de pessoas com 
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social 
(CAT, 2007). 
 
As pesquisas enfatizaram a necessidade do envolvimento de profissionais 
especializados, em diferentes áreas do conhecimento, para o trabalho com pessoas 
com deficiência, objetivando atender as diferentes etapas dos serviços da tecnologia 
assistiva: 
✓ avaliação e identificação das habilidades e necessidades; 
✓ prescrição e confecção dos recursos; 
✓ acompanhamento, bem como perceber necessidades de modificações destes 
recursos durante a sua utilização. 
Para que essas etapas de serviços se efetivem é necessário desenvolver 
estratégias de intervenção a fim de mediar o uso dos recursos de tecnologia 
assistiva nos diferentes contextos (MANZINI; SANTOS 2002; PELOSI, 2009). 
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A tecnologia assistiva vem conquistando um espaço importante na educação 
especial no Brasil e, nos últimos anos, pode-se observar o aumento significativo de 
estudos sobre esta temática. Estes estudos enfatizaram o uso de tecnologia 
assistiva na educação especial por meio de recursos, serviços e estratégias que 
colaboram com a acessibilidade, com o processo de aprendizagem e com o 
desenvolvimento das habilidades de alunos com deficiências (BARNES; TURNER, 
2001; MANZINI; SANTOS, 2002; BERSCH, 2006; COPLEY; ZIVIANI, 2004; JUDGE, 
2006; OKOLO; BOUCK, 2007; JUDGE; FLOYD; JEFFS, 2008; PELOSI 2008, 2009; 
GALVÃO FILHO,2009). 
Os documentos nacionais que regem a educação no Brasil, também 
enfatizaram que, na proposta da educação especial, a tecnologia assistiva tem a 
função de atender às especificidades dos alunos com necessidades educacionais 
especiais e os habilitar, funcionalmente, nas atividades escolares. Em relação à 
educação inclusiva a tecnologia assistiva está inserida com o objetivo de conduzir à 
promoção da inclusão de todos os alunos na escola. Portanto, o espaço escolar 
deve ser estruturado como aquele que oferece os recursos, serviços e estratégias 
de tecnologia assistiva (BRASIL, 2006, 2007). 
Também preocupados com a sistematização do uso da tecnologia assistiva 
com alunos com deficiência no contexto escolar, Manzini e Santos (2002), 
descreveram as etapas para implementar a tecnologia assistiva na escola: entender 
a situação, gerar ideias, escolher alternativas, representar a ideia, construir o objeto, 
avaliar e posteriormente acompanhar o uso do recurso de tecnologia assistiva. 
Os mesmos autores ainda alertaram que durante a implementação da 
tecnologia assistiva é necessário conhecer o usuário destes recursos, sua história, 
suas necessidades e desejos, bem como, identificar quais são as necessidades 
reais considerando todo o seu contexto social e as possíveis barreiras que limitem a 
sua independência (PARETTE; BROTHERSON, 2004). 
Manzini e Santos (2002) descreveram que a primeira etapa para a 
implementação do recurso de tecnologia assistiva na escola deve permitir, ao 
profissional, entender a situação que envolve o estudante, para isto é necessário 
escutar seus desejos, identificar as características físicas, psicomotoras e 
comunicativas, observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar, reconhecer o 
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contexto social e também as necessidades da professora para ampliar a 
participação do aluno no processo de ensino e aprendizagem. 
O uso da tecnologia assistiva na escola demanda não somente o recurso, 
mas também um serviço que ofereça estratégias para o seu uso. As estratégias 
devem ter inicio anteriormente à prescrição ou construção do recurso, ou seja, é 
necessário observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar e reconhecer 
suas necessidades. Por meio das informações do aluno, dos profissionais da escola 
e do ambiente é possível estabelecer critérios para elaborar recursos, com 
perspectivas funcionais, que atendam às necessidades especificas do aluno com 
deficiência e, consequentemente, diminua as taxas de abandono dos recursos de 
tecnologia assistiva. 
 
LINGUAGEM E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 
 
HISTÓRIAS, CONCEITOS E DEFINIÇÕES ESSENCIAIS 
 
O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva 
(TA), foi criado, oficialmente, em 1988, sendo definindo como: toda e qualquer 
ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior 
independência e autonomia à pessoa com deficiência. Seria a tecnologia destinada 
a fornecer um suporte (mecânico, elétrico, eletrônico, computadorizado, etc.) às 
pessoas com deficiência física (visual, auditiva, motora ou múltipla). 
As pesquisas que usam o paradigma de equivalência de estímulos, em 
geral, trabalham com procedimentos informatizados e têm produzido uma tecnologia 
de ensino voltada para a instalação de repertórios comportamentais complexos com 
diferentes populações. 
Stromer, Mackay e Stoddard (1992) usaram o termo tecnologia de ensino 
para definir esse conjunto de instrumentos e estratégias que promovem 
desempenhos mais eficientes e inúmeros estudos disponibilizaram essa tecnologia. 
Entretanto, há poucos registros do uso dessa tecnologia de ensino em pessoas com 
Paralisia Cerebral (PC), principalmente, utilizando essa tecnologia aliada à 
Tecnologia Assistiva (TA). 
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No estudo relatado por Rossit e Zuliani (2003), é descrito o ensino de 
habilidades acadêmicas de leitura, escrita e matemática com o uso de 
procedimentos informatizados e programas educativos através do programa 
Mestre® (GOYOS, ALMEIDA, 1994) 
Outros autores como Santos et all (1997) utilizaram um programa 
informatizado de controle e registro de dados comportamentais para formação de 
classes numéricas e sintáticas. No entanto, os principais estudos, no Brasil, que têm 
sido desenvolvidos com o uso de tecnologia em crianças com PC enfocando o 
processo de aprendizagem são providos de estratégias e recursos da TA, 
associados à Tecnologia de Ensino, porém, não há uma descrição correlacionada 
com o paradigma de equivalência de estímulos. 
 
 
Aplicação das Tecnologias Assistivas 
A Tecnologia Assistiva engloba as áreas de comunicação alternativa e 
ampliada (CAA), como: 
✓ adaptações de acesso ao computador; 
✓ equipamentos de auxílio para visão e audição; 
✓ controle do meio ambiente, adaptação de jogos e brincadeiras; 
✓ adaptações da postura sentada; mobilidade alternativa; 
✓ próteses e a integração dessa tecnologia nos diferentes ambientes como 
a casa, a escola, a comunidade e o local de trabalho (KINQ, 1999 apud 
PELOSI, 2005). 
 
Muitos profissionais podem estar envolvidos no trabalho da tecnologia 
Assistiva como engenheiros, educadores, terapeutas ocupacionais, protéticos, 
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, oftalmologistas, enfermeiras, assistentes sociais e 
especialistas em audição. 
 
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Objetivos da Tecnologia Assistiva: 
Conforme Dias de Sá (2003) a TA visa proporcionar à pessoa portadora de 
deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da 
ampliação da comunicação, mobilidade, controle do seu ambiente, habilidades de 
seu aprendizado, competição, trabalho e integração com a família, amigos e 
sociedade. 
A TA é uma expressão utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e 
serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de 
pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida independente e 
inclusão. 
Ainda, de acordo com Dias de Sá (2003), a tecnologia Assistiva deve ser 
compreendida como resolução de problemas funcionais, em uma perspectiva de 
desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização de desejos, habilidades, 
expectativas positivas e da qualidade de vida, as quais incluem recursos de 
comunicação alternativa, de acessibilidade ao computador, de atividades de vida 
diárias, de orientação e mobilidade, de adequação postural, de adaptação de 
veículos, órteses e próteses, entre outros. 
O serviço de tecnologia Assistiva na escola é aquele que buscará resolver 
os problemas funcionais do aluno, no espaço da escola, encontrando alternativas 
para que ele participe e atue positivamente nas várias atividades neste contexto 
(BRASIL, 2006). 
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Fazer uso da Tecnologia Assistiva na escola é buscar, com criatividade, uma 
alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa. É encontrar umaestratégia para que ele possa fazer de outro jeito. É valorizar o seu jeito de fazer e 
aumentar suas capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades. É 
conhecer e criar novas alternativas para a comunicação, escrita, mobilidade, leitura, 
brincadeiras, artes, utilização de materiais escolares e pedagógicos, exploração e 
produção de temas através do computador, etc. É envolver o aluno ativamente, 
desafiando-se a experimentar e conhecer, permitindo que construa individual e 
coletivamente novos conhecimentos. É retirar do aluno o papel de espectador e 
atribuir-lhe a função de ator (BRASIL, 2007). 
 
OS VÁRIOS TIPOS E CATEGORIAS DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: 
 
I. Auxílios para a vida diária e vida prática - Materiais e produtos que 
favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou 
facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas 
atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar 
necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para 
utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, 
abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc. 
 
II. CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa - Destinada a atender 
pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua 
necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos 
como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica 
(BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário 
da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. 
A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o 
computador com softwares específicos, garantem grande eficiência à função 
comunicativa. 
 
III. Recursos de acessibilidade ao computador - Conjunto de hardware e 
software especialmente idealizado para tornar o computador acessível, no 
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sentido de que possa ser utilizado por pessoas com privações sensoriais e 
motoras. São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, 
os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, 
softwares de reconhecimento de voz, ponteiras de cabeça por luz, entre 
outros. Como equipamentos de saída podemos citar a síntese de voz, 
monitores especiais, os softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile 
e linha braile. 
 
IV. Sistemas de controle de ambiente - Através de um controle remoto, as 
pessoas com limitações motoras, podem ligar, desligar e ajustar aparelhos 
eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a 
abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas 
telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu 
quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser 
acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é 
disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja 
ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) 
que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por 
comando de voz etc. 
 
V. Projetos arquitetônicos para acessibilidade - Projetos de edificação e 
urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobilidade a todas as 
pessoas, independente de sua condição física e sensorial. Adaptações 
estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, 
elevadores, adaptações em banheiros, mobiliário, entre outras, que retiram ou 
reduzem as barreiras físicas. 
 
VI. Órteses e próteses - Próteses são peças artificiais que substituem partes 
ausentes do corpo. Órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, 
garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São 
normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, 
de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de 
objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros. 
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VII. Adequação Postural - Ter uma postura estável e confortável é fundamental 
para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização 
de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas 
ou sentindo desconforto. Um projeto de adequação postural diz respeito à 
seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis e com boa 
distribuição do peso corporal. Indivíduos cadeirantes, por passarem grande 
parte do dia numa mesma posição, serão os grandes beneficiados da 
prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em 
consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações músculo-
esqueléticas existentes. Adequação postural diz respeito a recursos que 
promovam adequações em todas as posturas, deitado, sentado e de pé, 
portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre 
outros, também podem fazer parte deste capítulo da TA. 
 
VIII. Auxílios de mobilidade - A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, 
muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, 
scooters e qualquer outro veículo, equipamento ou estratégia utilizada na 
melhoria da mobilidade pessoal. 
 
IX. Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal - 
Equipamentos que visam a independência das pessoas com deficiência visual 
na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar 
a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, 
cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, 
identificar chamadas telefônicas, escrever, ter mobilidade independente, etc. 
Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os softwares leitores 
de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os hardwares como as 
impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile (dispositivo de saída do 
computador com agulhas táteis) e agendas eletrônicas. 
 
X. Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo - Auxílios que 
inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, 
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telefones com teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre 
outros. 
 
XI. Adaptações em veículos - Acessórios e adaptações que possibilitam uma 
pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque 
e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos 
carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, 
serviços de autoescola para pessoas com deficiência (BERSCH, 2008). 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 
 
 
Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas 
mais fáceis. 
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas 
possíveis. 
(RADABAUGH, 1993). 
 
 
Inclusão, adaptação, oportunidades de acesso, direitos sociais, direitos 
humanos, escolha de recursos, efetivação de políticas e programas, são algumas 
das ações/conquistas, não necessariamente nessa ordem, que fazem parteda 
nossa história, da história da educação e da aquisição da cidadania por nós 
brasileiros. É uma luta que começou algumas décadas passadas e só vem se 
fazendo crescer pela união entre governo e sociedade de maneira geral. 
A Constituição Federal (CF), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN); as reuniões dos Comitês Técnicos, decretos como o Decreto nº 
6.949 de 2009 que promulgou a Convenção Internacional (2007) sobre os Direitos 
das pessoas com Deficiência e o Decreto nº 7.612 de 17 de novembro de 2011 que 
instituiu o Plano Nacional dos Direitos da pessoa com deficiência “Viver sem limites” 
são apenas alguns dos documentos oficiais e, digamos, “ordens” do legislativo que 
corroboram com os direitos de acesso das pessoas com alguma deficiência, sem 
esquecermos da Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 que estabeleceu normas 
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gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras 
de deficiência ou com mobilidade reduzida. 
O Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 considera “Ajudas Técnicas” 
como os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais 
motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo e 
permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar 
sua plena inclusão social. 
O art. 61 do Decreto nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 diz que Ajudas 
Técnicas é o termo utilizado na legislação brasileira que engloba, 
 
produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias 
adaptadas ou especialmente projetadas para melhorar a 
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal total ou 
assistida. 
 
 
O termo Tecnologia Assistiva (TA), por sua vez, pode ser entendido como 
um arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar 
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover 
vida independente e inclusão. 
Na verdade, como afirmam Bersch e Pelosi (2006, p. 8), duas das 
pesquisadoras que nortearão nosso trabalho, Ajudas Técnicas e Tecnologia 
Assistiva são expressões sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos 
e disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar suas habilidades 
no desempenho das funções pretendidas. Contudo, o conceito da Tecnologia 
Assistiva é mais abrangente e agrega a organização de serviços destinados ao 
desenvolvimento, indicação e ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho 
na TA busca promover a autonomia e a independência funcional de seu usuário. 
Esperamos que essas breves explicações deixem claro que nosso objetivo 
neste módulo é trabalhar com a Tecnologia Assistiva, passando por conceitos, 
objetivos, sua implementação, os símbolos, as técnicas de seleção, os materiais 
como órteses, próteses e outros e sua classificação, a aplicabilidade prática, os 
benefícios, enfim, todo o universo que permeia a TA. 
O uso da informática tem espaço reservado e não poderíamos nos furtar a 
levantar alguns questionamentos e levá-los a refletir sobre a questão da inclusão 
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escolar que ainda, mesmo que veladamente, é tabu e um tanto rejeitada por uma 
parcela da sociedade. Afinal de contas, inclusão não é somente abrir as portas da 
escola e falar, podem vir! Não mesmo. 
A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica 
o desenvolvimento de ações adaptativas, como a flexibilização do currículo, para 
que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e atender as 
necessidades individuais de todos os alunos. Essas adaptações curriculares 
realizam-se em três níveis: 
a) Adaptações no nível do projeto pedagógico (currículo escolar) que devem 
focalizar, principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio, 
propiciando condições estruturais que possam ocorrer no nível de sala de 
aula e no nível individual. 
b) Adaptações relativas ao currículo da classe, que se referem, 
principalmente, à programação das atividades elaboradas para sala de 
aula. 
c) Adaptações individualizadas do currículo, que focalizam a atuação do 
professor na avaliação e no atendimento a cada aluno. 
 
Uma escola inclusiva é aquela em que todos os alunos recebem 
oportunidades adequadas às suas habilidades e necessidades. O princípio 
orientador da declaração de Salamanca de 1994 é de que todas as escolas devam 
receber todas as crianças independentemente das suas condições físicas, sociais, 
emocionais ou intelectuais (CARVALHO, 1997 apud WALTER, 2010). 
Em anexo, disponibilizamos uma lista com a legislação para pessoas com 
necessidades e sites eletrônicos de empresas que trabalham e vendem produtos 
para ajudas técnicas. 
Alguns podem estar se perguntando porque falar em leis, convenções, se o 
curso é voltado para capacitar o profissional a trabalhar com TA. Simples: vocês 
podem vir a serem gestores, podem participar de comissões técnicas, de grupos de 
trabalho, portanto, nada mais embasador do que conhecer as leis e políticas que 
regem esse universo para ajudarem a construir um futuro melhor. 
No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela Portaria N° 
142, de 16 de novembro de 2006 propõe o seguinte conceito para a tecnologia 
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Assistiva: “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica 
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas 
e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e 
participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, 
visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (ATA VII 
- Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos 
Humanos - Presidência da República). 
 
DAS AJUDAS TÉCNICAS À TECNOLOGIA ASSISTIVA: DEFINIÇÃO E 
EVOLUÇÃO 
 
Podemos pontuar como segunda na metade da década de 1980, o 
surgimento dos movimentos e lutas que almejavam ampliação do acesso e da 
qualidade na educação das pessoas com deficiência. 
Estamos falando de algo em torno de 30 anos e muitas têm sido as 
oportunidades para que os sujeitos com alguma deficiência, principalmente aqueles 
impossibilitados de se expressar de maneira adequada pela fala, de utilizarem 
recursos alternativos para se efetivar a comunicação. 
Walter (2010) sintetiza assim a história da comunicação alternativa: 
✓ início no Brasil, na década de 70, na escola Quero-Quero em São Paulo com 
o uso do método Bliss por estudantes com deficiência motora, porém sem 
alterações cognitivas, possibilitando o uso de um sistema simbólico altamente 
abstrato; 
✓ na década de 80, as escolas especiais começaram a utilizar alguns sistemas 
com fotos e figuras como sistema de comunicação alternativa com alunos não 
oralizados e com deficiência motora e também nas escolas destinadas ao 
atendimento de pessoas com autismo; 
✓ na década de 90, a Comunicação Alternativa começa a ser questionadae 
implementada no campo científico, passando a compor a metodologia 
utilizada por pesquisadores de programas de pós-graduação em educação 
especial, sendo colocados a prova diferentes métodos e recursos destinados 
a compensar a ausência de fala por sujeitos com diferentes deficiências. 
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Nesta última década, temos visto inúmeros trabalhos já publicados e os 
resultados vêm apontando grande vantagem no uso da Comunicação Alternativa e 
Tecnologia Assistiva nos diferentes contextos da vida, pois elas são de extrema 
importância para suprir e compensar os graves distúrbios da comunicação oral de 
pessoas não verbais incluídas no ensino regular e, como dito, em outros contextos 
da vida. 
Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
da Presidência da República – SEDH/PR –, através da portaria nº 142, instituiu o 
Comitê de Ajudas Técnicas – CAT –, que reúne um grupo de especialistas 
brasileiros e representantes de órgãos governamentais, em uma agenda de 
trabalho. O CAT tem como objetivos principais: 
➢ apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a 
sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de tecnologia assistiva; 
➢ estruturar as diretrizes da área de conhecimento; 
➢ realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com 
o tema; 
➢ detectar os centros regionais de referência, objetivando a formação de rede 
nacional integrada; 
➢ estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de 
referência; 
➢ propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem como o 
desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos 
qualificados e propor a elaboração de estudos e pesquisas, relacionados com 
o tema da tecnologia assistiva (BRASIL, 2006). 
 
Segundo nos conta Bersch (2010), para elaboração de um conceito de 
tecnologia assistiva que pudesse subsidiar as políticas públicas brasileiras os 
membros do CAT fizeram uma profunda revisão no referencial teórico internacional, 
pesquisando os termos Tecnologia Assistiva, Tecnologia de Apoio, Ajudas Técnicas, 
Ayudas Tecnicas, Assistive Technology e Adaptive Technology. 
 O conceito português era muito abrangente, extrapolando a concepção de 
produto e agrega outras atribuições ao conceito de ajudas técnicas como: 
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estratégias, serviços e práticas que favorecem o desenvolvimento de habilidades de 
pessoas com deficiência, como se observa, 
 
Entende-se por ajudas técnicas qualquer produto, instrumento, 
estratégia, serviço e prática utilizada por pessoas com 
deficiência e pessoas idosas, especialmente, produzido ou 
geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou 
neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e 
melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos 
(PORTUGAL, 2007 apud BERSCH, 2010). 
 
A legislação americana apresenta a TA como recursos e serviços sendo 
que: 
 
Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, 
produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado 
para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais 
das pessoas com deficiência. Serviços são definidos como 
aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência 
a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos. 
(ADA - American with Disabilities (ACT 1994 apud BERSCH, 
2010). 
 
 
A partir destes e outros referenciais o CAT – aprovou, em 14 de dezembro 
de 2007, o seguinte conceito: 
 
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de 
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, 
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam 
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e 
participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou 
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social. (CORDE – Comitê de 
Ajudas Técnicas – ATA VII, disponível em: 
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/comite_at.asp). 
 
De acordo com Dias de Sá (BRASIL, 2006), a tecnologia assistiva deve ser 
compreendida como resolução de problemas funcionais, em uma perspectiva de 
desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização de desejos, habilidades, 
expectativas positivas e da qualidade de vida, as quais incluem recursos de 
comunicação alternativa, de acessibilidade ao computador, de atividades de vida 
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diárias, de orientação e mobilidade, de adequação postural, de adaptação de 
veículos, órteses e próteses, entre outros. 
Um último conceito importante que compõe essa área que leva as pessoas a 
obterem autonomia, temos o conceito de “Desenho Universal”, definido no Decreto 
nº 5.296 de 2004 como: 
 
concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender 
simultaneamente todas as pessoas, com diferentes 
características antropométricas e sensoriais, de forma 
autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos 
ou soluções que compõem a acessibilidade. 
 
Acreditamos que este importante conceito do desenho universal, que 
contempla a realidade da diversidade humana, deva estar cada vez mais presente 
na formação das nossas engenharias de edificações e de produtos. Desta forma, 
não precisaríamos investir em reformas e adaptações para atender a um grupo 
específico de pessoas, mas novos ambientes e produtos seriam originalmente 
criados buscando atender a todos, independente de sua idade, tamanho, condição 
física ou sensorial. 
Precisamos também ultrapassar o entendimento de que o Desenho 
Universal se destina exclusivamente à concepção e desenvolvimento de espaços e 
artefatos. Ele se aplica devidamente à ação educacional, quando esta é preparada e 
exercida levando-se em conta a diversidade existente na escola e o seu valor, na 
qualificação da educação para todos (BERSCH, 2008). 
Segundo Rose e Meyer, 
 
O Desenho Universal para Aprendizagem (Universal Design for 
Learning - UDL), é um conjunto de princípios baseados na 
pesquisa e constitui um modelo prático para maximizar as 
oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes. Os 
princípios do Desenho Universal se baseiam na pesquisa do 
cérebro e mídia para ajudar educadores a atingir todos os 
estudantes a partir da adoção de objetivos de aprendizagem 
adequados, escolhendo e desenvolvendo materiais e métodos 
eficientes, e desenvolvendo modos justos e acurados para 
avaliar o progresso dos estudantes (ROSE; MEYER, 2002 
apud BERSCH, 2008). 
 
 
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Pois bem, sendo a Tecnologia Assistiva composta e pensando em termos de 
escola, de sala de aula, enfim de educação, temos: 
a) O recurso – é o equipamento utilizado pelo aluno, que lhe permite ou 
favorece o desempenho de uma tarefa. 
b) O serviço de tecnologia assistiva na escola é aquele que buscará resolver 
os problemas funcionais do aluno, no espaço da escola, encontrando 
alternativas para que ele participee atue positivamente nas várias 
atividades neste contexto. 
 
Fazer TA na escola é buscar, com criatividade, uma alternativa para que o 
aluno realize o que deseja ou precisa. É encontrar uma estratégia para que ele 
possa fazer de outro jeito. É valorizar o seu jeito de fazer e aumentar suas 
capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades. É conhecer e criar 
novas alternativas para a comunicação, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras, 
artes, utilização de materiais escolares e pedagógicos, exploração e produção de 
temas através do computador, etc. É envolver o aluno ativamente, desfiando-se a 
experimentar e conhecer, permitindo que construa individual e coletivamente novos 
conhecimentos. É retirar do aluno o papel de espectador e atribuir-lhe a função de 
ator (BERSCH, 2007). 
É importante ressaltar que a legislação brasileira garante ao cidadão 
brasileiro com deficiência ajudas técnicas, portanto o professor especializado, 
sabendo desse direito do aluno, deve ajudá-lo a identificar quais são os recursos 
necessários para a sua educação, a fim de que ele possa recorrer ao poder público 
e obter esse benefício. 
 
Objetivos 
 
Concordamos plenamente com Bersch (2008) quando afirma que num 
sentido amplo, a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais 
fácil. Sem nos apercebermos, utilizamos constantemente ferramentas que foram 
especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, 
como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones 
celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados 
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à nossa rotina e, num senso geral, são instrumentos que facilitam nosso 
desempenho em funções pretendidas. 
Se decorrente desse sentido, TA deve ser então entendida como um auxílio 
que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a 
realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de 
deficiência ou pelo envelhecimento, podemos então dizer que o seu maior objetivo é 
proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e 
inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de 
seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho. Enfim, o objetivo da TA é 
promover a qualidade de vida e inclusão social de seus usuários. 
 
O processo de desenvolvimento das ajudas técnicas 
 
Consta no Manual do Ministério da Educação intitulado “Portal de Ajudas 
Técnicas para Educação” (MANZINI; DELIBERATO, 2006), o processo que serve de 
orientação para os profissionais da educação no sentido de encontrarem soluções 
por meio da utilização de objetos que auxiliem o aprendizado de pessoas com 
necessidades educacionais especiais. 
Cada necessidade é única e, portanto, cada caso deve ser estudado com 
muita atenção. A experimentação deve ser realizada muitas vezes, pois permite 
observar como a ajuda técnica desenvolvida está contemplando as necessidades 
percebidas. 
A seguir temos o fluxograma para o desenvolvimento de ajudas técnicas e 
suas respectivas explicações: 
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Fonte: Manzini e Deliberato (2006, p. 8). 
 
 
1. Entender a situação que envolve o estudante: 
➢ escutar seus desejos; 
➢ identificar características físicas/psicomotoras; 
➢ observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar; 
➢ reconhecer o contexto social. 
 
2. Gerar ideias: 
➢ conversar com usuários (estudante/família/colegas); 
➢ buscar soluções existentes (família/catálogo); 
➢ pesquisar materiais que podem ser utilizados; 
➢ pesquisar alternativas para confecção do objeto. 
 
3. Escolher a alternativa viável: 
➢ considerar as necessidades a serem atendidas (questões do 
educador/aluno); 
➢ considerar a disponibilidade de recursos materiais para a construção 
do objeto – materiais, processo para confecção, custos. 
 
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4. Representar a ideia: (por meio de desenhos, modelos, ilustrações) 
➢ definir materiais; 
➢ definir as dimensões do objeto – formas, medidas, peso, textura cor, 
etc. 
 
5. Construir o objeto para experimentação: 
➢ experimentar na situação real do uso. 
 
6. Avaliar o uso do objeto: 
➢ considerar se atendeu o desejo da pessoa no contexto determinado; 
➢ verificar se o objeto facilitou a ação do aluno e do educador. 
 
7. Acompanhar o uso: 
➢ Verificar se as condições mudam com o passar do tempo e se há 
necessidade de fazer alguma adaptação no objeto (MANZINI; 
DELIBERATO, 2006). 
 
 
 
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 
 
Um protocolo de avaliação para implementação da TA, conhecido como 
Processo Básico de Avaliação, foi apresentado pelo ATACP – Assistive Technology 
Application Certificate Program – do Center on Disabilities da California State 
University de Northridge, EUA, para auxiliar a organização dos passos necessários 
ao conhecimento do aluno, a implementação e o seguimento da utilização da TA. 
Segundo Bersch e Pelosi (2006), neste protocolo de avaliação para implementação 
da TA foram propostas dez fases: 
 
1ª) Coleta de informações do usuário: 
Compreende o conhecimento do aluno, sua história, necessidades e 
intenções com o uso da TA. 
 
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2ª) Identificação de necessidades: 
Identificação das necessidades do contexto escolar, incluindo as 
necessidades do professor, dos colegas, os desafios curriculares, as tarefas 
exigidas no âmbito coletivo da sala de aula e as possíveis barreiras encontradas que 
impeçam o acesso do aluno aos espaços da escola, às relações interpessoais e/ou 
ao conhecimento. 
 
3ª) Identificação de resultados desejados: 
A partir do conhecimento e da identificação das necessidades do aluno, são 
estabelecidas metas e definidos os objetivos que a equipe pretende alcançar. Para 
tal consideram-se as expectativas do aluno e do contexto escolar. 
 
4ª) Mecanismos de fortalecimento da equipe: 
Em um serviço de TA, a ação interdisciplinar deve ser acompanhada da 
participação da família e do aluno para que se obtenha um bom resultado. Durante 
todo o processo de avaliação e implementação da TA deve-se buscar a valorização 
e organização do serviço implementado, o gerenciamento de tarefas, a escolha de 
lideranças para cada caso, trocas efetivas de experiências entre os membros da 
equipe, objetividade das ações implementadas e a participação igualitária de todos 
os membros do grupo. 
5ª) Avaliação das habilidades: 
O principal objetivo da avaliação do aluno é pesquisar suas habilidades. Em 
TA aproveita-se o que o aluno consegue fazer e amplia-se esta ação por meio da 
introdução de um recurso. 
 
6ª) Seleção/confecção e teste de recursos: 
Conhecendo as necessidades e habilidades do aluno e, determinando 
claramente os objetivos a atingir, faz-se apesquisa sobre os recursos disponíveis 
para aquisição ou desenvolve-se um projeto para confecção de um recurso 
personalizado, que corresponda aos objetivos traçados. 
 
7ª) Revisão dos resultados esperados: 
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O aluno poderá necessitar de algum tempo para experimentar, aprender e 
avaliar se o resultado obtido com o auxílio do recurso corresponde as suas 
expectativas e necessidades. A avaliação da eficácia do recurso é fundamental 
antes da aquisição do material, principalmente, quando estiver relacionado a um 
recurso de alta tecnologia e alto custo. 
 
8ª) Compra do recurso: 
Confirmada a eficácia do recurso proposto, este deve ser fornecido ao aluno 
na escola ou sua família deverá ser orientada para a aquisição. 
 
9ª) Implementação da TA: 
Todo o projeto de TA encontra sentido se o aluno termina o processo de 
avaliação e leva consigo o recurso que lhe garante maior habilidade. O recurso de 
Tecnologia Assistiva pertence ao usuário e não pode ficar restrito ao espaço do 
atendimento especializado. A implementação da TA se dá, de fato, quando o recurso 
fica a serviço do aluno em todos os espaços. A equipe de TA deverá conhecer 
fontes de financiamento e propor à escola a aquisição dos recursos que venham 
atender às necessidades de sua clientela. 
 
10ª) Seguimento e acompanhamento constante: 
A equipe de TA deverá seguir o aluno e acompanhar o seu desenvolvimento 
no uso da tecnologia. Modificações poderão ser necessárias, novos desafios 
funcionais poderão surgir e as necessidades do dia-a-dia trarão novos objetivos de 
intervenção para estes profissionais (BERSCH; PELOSI, 2006). 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA – EQUIPE 
MULTI/TRANSDISCIPLINAR 
 
 
Os serviços de TA são geralmente de característica multidisciplinar ou 
transdisciplinar e devem envolver profundamente o usuário da tecnologia e sua 
família, bem como os profissionais de várias áreas, já envolvidos no atendimento 
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deste aluno. Outros profissionais como os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, 
fisioterapeutas e psicólogos poderão auxiliar os professores na busca da resolução 
de dificuldades do aluno com deficiência. Convênios com secretaria da saúde e 
integração das equipes sempre serão bem-vindos (BERSCH, 2007). 
Outra alternativa interessante será o estabelecimento de contatos do 
professor especializado com os profissionais que já atendem seu aluno em 
instituições de reabilitação. 
Esses profissionais, que já conhecem o aluno, poderão compor com a 
escola a equipe de TA. É importante, também, que o professor especializado saiba 
que a reabilitação é um direito garantido por lei (Decreto nº 5.296/04) a todo 
brasileiro com deficiência e, se seu aluno não está recebendo acompanhamento 
nesta área, poderá também solicitar ao Estado. 
No âmbito da educação, o serviço de TA vai além do simplesmente auxiliar o 
aluno a fazer tarefas pretendidas. As palavras de Mantoan (s.d.) sobre o encontro 
entre a tecnologia e a educação fala muito bem do papel do educador e sua função 
primordial junto ao aluno com deficiência: 
 
 
O desenvolvimento de projetos e estudos que resultam em 
aplicações de natureza reabilitacional são, no geral, centrados 
em situações locais e tratam de incapacidades específicas. 
Servem para compensar dificuldades de adaptação, cobrindo 
déficits de visão, audição, mobilidade, compreensão. 
Assim sendo, tais aplicações, na maioria das vezes, 
conseguem reduzir as incapacidades, atenuar os déficits: 
Fazem falar, andar, ouvir, ver, aprender. Mas tudo isso só não 
basta. 
O que é o falar sem o ensejo e o desejo de nos comunicarmos 
uns com os outros? 
O que é o andar se não podemos traçar nossos próprios 
caminhos, para buscar o que desejamos, para explorar o 
mundo que nos cerca? 
O que é o aprender sem uma visão crítica, sem viver a 
aventura fantástica da construção do conhecimento? 
E criar, aplicar o que sabemos, sem as amarras dos treinos e 
dos condicionamentos? 
Daí a necessidade de um encontro da tecnologia com a 
educação, entre duas áreas que se propõem a integrar seus 
propósitos e conhecimentos, buscando complementos uma na 
outra. 
 
 
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Sartoretto e Bersch (2013) elencam as seguintes áreas de atuação: 
➢ Fisioterapia; 
➢ Terapia ocupacional; 
➢ Fonoaudiologia; 
➢ Educação; 
➢ Psicologia; 
➢ Enfermagem; 
➢ Medicina; 
➢ Engenharia; 
➢ Arquitetura; 
➢ Design; 
➢ Técnicos de muitas outras especialidades. 
 
 
Lembrem que a TA deve ser entendida como o “recurso do usuário” e não 
como “recurso do profissional” ou de alguma área específica de atuação. Isto se 
justifica pelo fato de que ela serve à pessoa com deficiência que necessita 
desempenhar funções do cotidiano de forma independente. Por exemplo, uma 
bengala é de uma pessoa cega ou que precisa apoio para a locomoção, a cadeira 
de rodas é de quem possui uma deficiência física, a lente servirá a quem tem baixa 
visão. Esta característica diferencia a TA de outras tecnologias como a médica 
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(desenvolvida para avaliação e terapêutica da saúde) ou a tecnologia educacional 
(projetada para favorecer o ensino e aprendizagem) (BERSCH, 2008). 
O serviço de TA tem, então, como objetivo, a avaliação, prescrição e ensino 
da utilização de um recurso apropriado. Todo este processo deverá envolver 
diretamente o usuário e terá como base o conhecimento de seu contexto, a 
valorização de suas intenções e necessidades funcionais pessoais, bem como suas 
habilidades atuais. A equipe de profissionais contribuirá com o conhecimento sobre 
os recursos de TA disponíveis e indicados para cada caso, ou desenvolverá um 
novo projeto que possa atender uma necessidade particular do usuário em questão. 
 
Atuação da Tecnologia Assistiva 
Para que os recursos e a resolução de problemas sejam efetivos, a 
Tecnologia Assistiva precisa ser funcional, como veremos adiante. Aqui também se 
faz necessário conhecer alguns modelos conceituais que explicam a incapacidade 
para, mais uma vez, se tornar efetivo o uso da TA. 
 
A funcionalidade 
De acordo com os objetivos propostos para a Tecnologia Assistiva, podemos 
inferir que ela visa melhorar a funcionalidade de pessoas com deficiência. O termo 
funcionalidade deve ser entendido num sentido maior do que habilidade em realizar 
tarefa de interesse. 
Segundo Sá (2003), o sucesso de alunos com deficiência pode ficar 
comprometido pela falta de recursos e soluções que os auxiliem na superação de 
dificuldades funcionais no ambiente da sala de aula e fora dele. É o que se observa 
nas escolas, a partir das situações e necessidades específicas destes alunos, cujo 
aprendizado e a realização de atividades próprias da rotina escolar, junto com toda a 
turma, são desafiadores para eles, seus familiares, colegas e professores. Os 
recursos e as alternativas disponíveis são considerados algocaro e pouco 
acessíveis para todos. Por isso, torna-se necessário disseminar esse conhecimento 
e fomentar a produção de tecnologias assistivas e torná-las funcionais, é claro! 
A professora que busca a resolução de problemas funcionais, no dia a dia da 
escola, mesmo sem o saber, produz tecnologia Assistiva. Por exemplo, ao engrossar 
o lápis para facilitar a preensão e a escrita ou ao fixar a folha de papel com uma fita 
adesiva para possibilitar que não deslize com a movimentação involuntária do aluno, 
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ou ainda, ao projetar um assento e um encosto de cadeira que garanta estabilidade 
postural e favoreça o uso funcional das mãos. Ao fazer isso, a professora cria 
soluções e estratégias, a partir do reconhecimento de um universo particular. Assim, 
mais uma vez afirmamos que a tecnologia assistiva deve ser compreendida como 
resolução de problemas funcionais, em uma perspectiva de desenvolvimento das 
potencialidades humanas, valorização de desejos, habilidades, expectativas 
positivas e da qualidade de vida. 
Segundo a CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade –, o modelo 
de intervenção para a funcionalidade deve ser biopsicossocial e diz respeito à 
avaliação e intervenção em: 
 
1) Funções e estruturas do corpo – deficiência. 
2) Atividades e participação – limitações de atividades e de 
participação. 
3) Fatores Contextuais Ambientais e Pessoais. 
 
Vejamos cada uma delas: 
 
1. Funções e Estruturas do Corpo e Deficiências 
Definições: 
✓ funções do Corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos 
(incluindo as funções psicológicas); 
✓ estruturas do Corpo são as partes anatômicas do corpo, tais como, 
órgãos, membros e seus componentes; 
✓ deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo, 
como um desvio importante ou uma perda. 
 
2. Atividades e Participações/Limitações de Atividades e Restrições de 
Participação 
 
Definições: 
 
✓ atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo; 
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✓ participação é o envolvimento numa situação da vida; 
✓ limitações de Atividades são dificuldades que um indivíduo pode 
encontrar na execução de atividades. 
✓ restrições de Participação são problemas que um indivíduo pode 
experimentar no envolvimento em situações reais da vida. 
 
3. Fatores Contextuais: 
Representam o histórico completo da vida e do estilo de vida de um 
indivíduo. Eles incluem dois fatores – Ambientais e Pessoais – que podem ter efeito 
num indivíduo com uma determinada condição de saúde e sobre a Saúde e os 
estados relacionados com a saúde do indivíduo. 
 
a) Fatores Ambientais: 
Constituem o ambiente físico, social e atitudinal, no qual as pessoas vivem e 
conduzem sua vida. Esses fatores são externos aos indivíduos e podem ter uma 
influência positiva ou negativa sobre o seu desempenho, enquanto membros da 
sociedade, sobre a capacidade do indivíduo para executar ações ou tarefas, ou 
sobre a função ou estrutura do corpo do indivíduo. 
 
b) Fatores Pessoais: 
Fazem parte do contexto pessoal, o histórico particular da vida e do estilo de 
vida de um indivíduo e englobam as características do indivíduo que não são parte 
de uma condição de saúde ou de um estado de saúde. Esses fatores podem incluir 
o sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida, hábitos, 
educação recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas, antecedentes 
sociais, nível de instrução, profissão, experiência passada e presente (eventos na 
vida passada e na atual), padrão geral de comportamento, caráter, características 
psicológicas individuais e outras características, todas ou algumas das quais podem 
desempenhar um papel na incapacidade em qualquer nível. 
 
 
 
 
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MODELOS CONCEITUAIS PARA INCAPACIDADE 
 
Para compreender e explicar a incapacidade e a funcionalidade, foram 
propostos vários modelos conceituais, dentre eles citamos: 
 
Modelo Médico: 
Considera a incapacidade como um problema da pessoa, causado 
diretamente pela doença, trauma ou outro problema de saúde, que requer 
assistência médica sob a forma de tratamento individual por profissionais. Os 
cuidados em relação à incapacidade têm por objetivo a cura ou a adaptação do 
indivíduo e mudança de comportamento. A assistência médica é considerada como 
a questão principal e, a nível político, a principal resposta é a modificação ou 
reforma da política de saúde. 
 
Modelo Social: 
O modelo social de incapacidade, por sua vez, considera a questão 
principalmente como um problema criado pela sociedade e, basicamente, como uma 
questão de integração plena do indivíduo na sociedade. A incapacidade não é um 
atributo de um indivíduo, mas sim um conjunto complexo de condições, muitas das 
quais criadas pelo ambiente social. Assim, a solução do problema requer uma ação 
social e é da responsabilidade coletiva da sociedade fazer as modificações 
ambientais necessárias para a participação plena das pessoas com incapacidades 
em todas as áreas da vida social. Portanto, é uma questão atitudinal ou ideológica 
que requer mudanças sociais que, a nível político, se transformam numa questão de 
direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade é uma questão 
política. 
 
Abordagem Biopsicossocial: 
A CIF baseia-se numa integração desses dois modelos opostos. Para se 
obter a integração das várias perspectivas de funcionalidade é utilizada uma 
abordagem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça 
uma visão coerente das diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e 
social (SARTORETTO; BERSCH, 2013). 
 
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TECNOLOGIA ASSISTIVA: MODALIDADES, CATEGORIAS OU CLASSIFICAÇÃO 
 
A TA se organiza em modalidades ou especialidades e essa forma de 
classificação varia conforme diferentes autores ou instituições que trabalham com a 
TA. A organização por modalidades contribui para o desenvolvimento de pesquisas, 
recursos, especializações profissionais e organização de serviços (SÁ; 2003; 
BERSCH, 2007). 
Igualmente afirmam Sartoretto e Bersch (2013) que a importância das 
classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela promoção da 
organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa, 
desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços, 
catalogação e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais 
apropriados ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final. 
Bersch (2008) explica que os recursos de tecnologia assistiva são 
organizados ou classificados de acordo com objetivos funcionais a que se destinam. 
Os profissionais que trabalham com a Tecnologia Assistiva são responsáveis 
pela avaliação do usuário e seleção do recurso apropriado; o desenvolvimento de 
novas tecnologias; o ensino sobre a utilização do equipamentoe a implementação 
nos diferentes ambientes como a casa, a escola, a comunidade e o local de 
trabalho. Relembrando que a equipe de TA é de característica multidisciplinar e 
envolve professores, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, 
engenheiros, entre outras áreas (BERSCH; PELOSI, 2006). 
Várias classificações de TA foram desenvolvidas para finalidades distintas e 
ela cita a ISO 9999/2002 como uma importante classificação internacional de 
recursos, aplicada em vários países. 
O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA, dos 
Estados Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição ordenada 
dos recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA. 
A classificação HEART, é apresentada de forma adaptada no documento 
EUSTAT – Empowering Users Through Assistive Technology –, que foi elaborado 
por um grupo de pesquisadores de vários países da União Europeia e é considerada 
por eles, como sendo a mais apropriada para a formação dos usuários finais de TA, 
bem como para formação de recursos humanos nesta área. 
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Como Sá (2003), Bersch (2008) justifica que ao apresentar uma 
classificação de TA, seguida de redefinições por categorias, destaca-se que a sua 
importância está no fato de organizar a utilização, prescrição, estudo e pesquisa de 
recursos e serviços em TA, além de oferecer ao mercado focos específicos de 
trabalho e especialização. 
A classificação abaixo foi construída com base nas diretrizes da ADA, 
tomamos também contribuições de Bersch (2008); Manzini (2006), Sá (2003) porém, 
não é definitiva e pode variar segundo alguns autores. 
 
Auxílio para a vida diária 
Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente 
em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência 
de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e 
executar necessidades pessoais. 
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, 
roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos 
para transferência, barras de apoio, etc. 
 
Alimentação 
 
 
Vestuário 
 
 
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Materiais escolares que favorecem recorte, escrita e leitura 
 
 
 
CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa 
Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem 
entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. 
Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica 
(BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da 
CAA (na próxima unidade falaremos dos símbolos destinados ao CAA) para 
expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia 
dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares 
específicos, garantem grande eficiência à função comunicativa. 
 
Prancha de comunicação, vocalizador com varredura e vocalizador portátil. 
 
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Recursos de acessibilidade ao computador 
Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o 
computador acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com 
privações sensoriais e motoras. 
São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os 
teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares 
de reconhecimento de voz, ponteiras de cabeça por luz, entre outros. 
Como equipamentos de saída podemos citar a síntese de voz, monitores 
especiais, os softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e linha braile. 
 
Teclado Intellikeys, acionadores com mouse adaptado, mouse por movimento 
da cabeça, monitor com tela de toque e órtese para digitação 
 
 
Fonte: Bersch (2008, p. 7). 
 
Dispositivo de saída linha Braille e software para controle do computador com 
síntese de voz 
 
Fonte: Bersch (2008, p. 7). 
 
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Sistemas de controle de ambiente 
Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem 
ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, 
ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer 
chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em 
seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado 
de forma direta ou indireta e, neste caso, um sistema de varredura é disparado e a 
seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por 
acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de 
tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz, etc. 
 
Representação de controle de ambiente 
 
 
Projetos arquitetônicos para acessibilidade 
Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e 
mobilidade a todas as pessoas, independente de sua condição física e sensorial. 
Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de 
rampas, elevadores, adaptações em banheiros, mobiliário, entre outros, que retiram 
ou reduzem as barreiras físicas. 
 
 
 
 
 
 
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Rampa de acesso 
 
Projeto de acessibilidade arquitetônica em elevadores, calçadas e banheiros 
 
 
Órteses e próteses 
 
Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. 
Órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, garantindo-lhe um 
melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente 
confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais 
(escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), 
correção postural, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prótese de membro inferior e órtese de mão 
 
Fonte: Bersch (2008, p. 8). 
 
Adequação postural 
Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga 
um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando 
se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto. Um 
projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam 
posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal. 
Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma 
posição, serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de 
assentos e encostos quelevem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade 
ou alterações músculo-esqueléticas existentes. 
Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em 
todas as posturas, deitado, sentado e de pé, portanto, as almofadas no leito ou os 
estabilizadores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste recurso 
da TA. 
 
 
 
 
 
 
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Desenho representativo da adequação postural 
 
 
Carrinho para transporte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Auxílios de mobilidade 
A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, 
carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo, 
equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
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Cadeira de rodas motorizada e cadeira de rodas de alta-propulsão 
 
 
Cadeira de rodas especial para praia e andador com freio 
 
 
 
Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal 
Equipamentos que visam a independência das pessoas com deficiência 
visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a 
temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, 
identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas 
telefônicas, escrever, ter mobilidade independente, etc. Inclui também auxílios 
ópticos, lentes, lupas e telelupas; os softwares leitores de tela, leitores de texto, 
ampliadores de tela; os hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, 
linha braile (dispositivo de saída do computador com agulhas táteis) e agendas 
eletrônicas. 
 
 
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Termômetro falado e teclado falado 
 
 
 
 
Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo 
Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para 
surdez, telefones com teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre 
outros. 
 
Adaptações em veículos 
Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física 
dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores 
para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), 
rampas para cadeiras de rodas, serviços de autoescola para pessoas com 
deficiência. 
 
Elevador para cadeira de rodas 
 
 
 
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É importante que, a partir do entendimento conceitual, o professor que 
trabalha: 
➢ com alunos cegos saiba que o livro em braile, o material pedagógico 
confeccionado em relevo, os programas de computador que fazem o 
retorno auditivo, também são TA; 
➢ para o aluno surdo, o material especificamente produzido com referencial 
gráfico visual e que procura traduzir o que é comumente escutado, ou a 
campainha que é substituída por sinalização visual etc., também é TA; 
➢ para o aluno com dificuldades de aprender a ler e a escrever, podemos 
construir ou disponibilizar recursos e materiais especiais com apoio de 
símbolos gráficos junto à escrita. Para esse aluno, o computador, com 
software de retorno auditivo, auxiliará a explorar mais facilmente os 
conteúdos de textos e tudo isso é TA (BERSCH, 2007). 
 
 
A LINGUAGEM E A LEITURA RECOMBINATIVA GENERALIZADA 
 
 
No Brasil, vários estudos têm apresentado diferentes procedimentos de 
ensino com objetivo de ensinar habilidades básicas de leitura em crianças com 
dificuldades de aprendizagem (ARAÚJO, 2007), com desenvolvimento atípico 
(CRUZ, 2005; ALVES; KATO; ASSIS; MARANHÃO, 2007; ALVES; ASSIS; KATO; 
BRINO, 2011) ou ainda, pré-escolares (HÜBNER; GOMES; MCILVANE, 2009). 
Esses estudos priorizam o desenvolvimento de leitura recombinativa generalizada, 
que consiste no responder adequadamente a diferentes combinações das unidades 
linguísticas que compõem os estímulos verbais mais complexos, como a palavra 
(MUELLER; OLMI; SAUNDERS, 2000). 
A leitura recombinativa generalizada, isto é, a leitura de novas palavras 
constituídas por recombinações de letras e sílabas de palavras já aprendidas, pode 
ocorrer em função de uma série de variáveis, sendo que o o desenvolvimento de 
controle de estímulos por unidades textuais mínimas (SKINNER, 1992), parece ser 
um pré-requisito imprescindível. Diferente de Skinner, que sugere um 
desenvolvimento "natural" dessa habilidade, para Sidman (1994), o controle de 
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estímulos pelas unidades básicas deve ser estabelecido diretamente, garantindo que 
o comportamento não fique sob controle concorrente de variáveis não identificadas. 
Pesquisas conduzidas a partir do paradigma de equivalência de estímulos 
(SIDMAN, TAILBY, 1982; SIDMAN, 1994) descrevem a leitura como um conjunto de 
operantes discriminados que compõem uma rede de relações entre estímulos e 
entre estímulos e respostas, cujos elementos são inter-relacionados e interativos. 
Diferentes operantes verbais (SKINNER, 1992) passam a fazer parte da rede de 
relações durante a aquisição de leitura (SIDMAN, TAILBY, 1982; MACKAY, 1985; 
SEREJO et al. 2007). 
Em um estudo pioneiro conduzido por Sidman (1971) com um rapaz de 17 
anos, com necessidades educacionais especiais, o participante aprendeu a 
relacionar corretamente 20 palavras ditadas (A) às respectivas figuras (B), a nomear 
corretamente essas 20 figuras (relação BD) e emparelhar palavra escrita com 
palavra escrita (relação CC). Nos primeiros testes, ele não apresentou leitura 
auditivo-receptiva (relação AC) e nem os emparelhamentos de figuras (estímulo 
modelo) e palavras impressas (estímulos de escolha), e vice-versa (relações BC e 
CB). Foi ensinada, então, a relação AC (escolher as palavras escritas 
correspondentes àquelas ditadas pelo experimentador). Nesse treino, o número de 
palavras ensinadas era gradualmente aumentado e, antes de cada aumento, as 
relações CB, BC e CD (nomeação oral da palavra pelo participante) eram testadas. 
Após o ensino das 20 palavras, o participante apresentou 100% de acertos em todas 
as relações. Com base nos resultados, o autor concluiu que emparelhamentos de 
palavras ditadas como modelo, com figuras correspondentes como escolha (relação 
AB) e o ensino de palavras ditadas como modelo, com palavras escritas como 
escolhas (AC), eram pré-requisitos suficientes para a emergência de dois tipos de 
relações, sem necessidade de treino adicional: as relações entre palavras escritas e 
figuras e a nomeação oral de palavras (leitura oral). 
Portanto, relações de equivalência são definidas por apresentarem as 
propriedades relacionais de reflexividade, simetria e transitividade (SIDMAN, 1994). 
A reflexividade consiste na relação de um elemento

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