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C.Fonteles ANESTÉSICOS LOCAIS Profa. Dra. CRISTIANE FONTELES MECANISMO DE AÇÃO • Bloqueio reversível da geração ou condução do potencial de ação nos neurônios. • Alvo molecular: canais de sódio. • Conseqüência: sensação dolorosa é eliminada. • Especificidade: não são específicos a um só tipo de célula nervosa. EFEITOS FARMACOLÓGICOS • Como restringir sua ação? • Qual é a maior vantagem desses agentes? • Qual a importância dos vasoconstrictores? CONSIDERAÇÕES • Estrutura química • pKa • Concentração no sítio de ação • Potência • Metabolismo • Grau de vascularidade no sítio de ação ESTRUTURA QUÍMICA • Estrutura química • Grupo aromático (lipofilia) • Cadeia intermediária (classificação) • Grupamento amina terciária (hidrofilia) • Bases fracas com pKa entre 7,5 e 9,5 • Injeções • Forma de sais (ácido hidroclórico) • Maior estabilidade e solubilidade em água AMINOÉSTERES E AMINOAMIDAS FARMACOCINÉTICA • Após injeção • Neutralização por fluidos teciduais • Forma catiônica base não-ionizada • ↑ pKa, ↓ início de ação • Grau de acidez tecidual • Baixo pH gera aprisionamento iônico • Alcalinização da solução RESISTÊNCIA AO BLOQUEIO DE CONDUÇÃO • DOR – FRIO – CALOR – TOQUE – PRESSÃO CRESCENTE ABSORÇÃO • Dose e perfil farmacológico da droga • Perfil vasodilatador da lidocaína e procaína ↑ absorção. Requerem ↑ quantidade de vasoconstrictor. • Presença do vasoconstrictor • Natureza do sítio de administração • Cuidado com as formulações de uso tópico • Considerar géis ao invés de soluções aquosas (spray) DISTRIBUIÇÃO • 5-95% ligados às proteínas plasmáticas (⍺-1- glicoproteína ácida, albumina e hemácias) • Atravessam as barreiras HE e placentária (podem induzir depressão cardíaca no feto) • Tecidos periféricos METABOLISMO E EXCREÇÃO • Anestésicos do tipo Éster • Hidrólise plasmática pela pseudocolinesterase em ácido paraminobenzóico (PABA) e outros derivados • Metabolização hepática dos derivados • Pequena parte eliminada inalterada • ½ vida de hidrólise da procaína é <1 min • Excreção urinária (<2% de procaína excretada inalterada) METABOLISMO E EXCREÇÃO • Anestésicos do tipo Amida • Metabolização hepática pelas CYP3A4 e CYP1A2 • N-desalquilação do terminal amina terciária • Amina secundária resultante é susceptível à hidrólise por amidase hepática • Índice metabólico depende do fluxo sanguíneo e função hepática • ½ vida de eliminação: 1,5-3,5 horas • 1-20% excreção urinária de forma inalterada METABOLISMO E EXCREÇÃO • Anestésicos do tipo Amida • Metabolização atípica • Prilocaína – amina secundária - grande parte da metabolização é extra-hepática • Articaína – inativada no sangue (radical lateral éster) • ½ vida plasmática de aproximadamente 25 minutos • Rápida biotransformação da articaína em ácido articaínico (farmacologicamente inativo) + extensiva distribuição tecidual - ↓ toxicidade após doses repetidas METABOLISMO E EXCREÇÃO • Anestésicos do tipo Amida • Metabolização atípica • Lidocaína – produz metabólitos que detem ação sedativa (monoetilglicinexilidida e glicinexilidida) PRECAUÇÕES 1. Administrar a menor dose efetiva 2. Empregar técnicas de injeção apropriadas, com aspiração 3. Fazer uso de uma solução anestésica contendo vasoconstrictor Preparações e Dosagens Tubetes de 1,8 mL Veículo • Água destilada sem pirogenio • Cloreto de sódio (equilíbrio osmótico) • pH = 3,0-6,0 (maior acidez na presença do vasoconstrictor) • Ácido cítrico + metabisulfito de sódio (antioxidante) • Metilparabeno (antimicrobiano em frascos para múltiplas doses) Espessura – 23-30 G 32 mm 20-25 mm 10 mm Bi se l Co rp o Ba seAd ap tad or Po nt a d e In se rç ão no Tu be te Seringa para aspiração com arpão ou gancho Malamed SF. Handbook of Local Anesthesia. 6th ed., St. Louis, Mo: Mosby; 2013. Seringa carpule com refluxo (autoaspirante) AMINOÉSTERES E AMINOAMIDAS LIDOCAÍNA NOVOCOL, XYLOCAÍNA • Derivado aminoetilamida da xilidina • Mais potente e tóxica que a procaína • Melhor anestesia que a procaína • 2% + 1:100.000 Epi – anestesia pulpar de 60 mins • Com ou sem vasoconstrictor • FDA categoria B MEPIVACAÍNA CARBOCAÍNA • Derivado da xilidina e do ácido N-metilpipecólico • Semelhante à lidocaína em eficácia • Fraca propriedade vasodiladora – boa escolha quando é contraindicado o uso de vasoconstrictores (Mepi 3%) • Reação alérgica cruzada é rara • Risco de hipóxia fetal PRILOCAÍNA CITANEST, CITOCAÍNA • Amina secundária derivada da toluidina • Menos potente que a lidocaína • Metade da toxicidade da lidocaína • Rápido início de efeito • Metehemoglobinemia – metabolizada em orto- toluidina • cianose, fadiga, fraqueza, problemas respiratórios, taquicardia, cefaléia e tontura • Maior incidência de dano nervoso • FDA categoria B BUPIVACAÍNA NEOCAÍNA, MARCAÍNA • Homólogo da mepivacaína • Alta lipossolubilidade • 4x mais potente e mais tóxico • Início de ação mais lento • Cardiotoxicidade • Analgesia pós-operatória • FDA categ.C ROPIVACAÍNA NAROPIN • Derivado da mepivacaína • Equipotente à bupivacaína • Menor cardiotoxicidade • Maior índice terapêutico • Seletividade por fibras sensitivas • Vasoconstrictor em baixas doses • Mais neuro que cardiotóxica ARTICAÍNA SEPTANEST • Baseado no anel tiopentênico • Possui um grupo éster • Perfil clínico semelhante à Lido, Mepi e Prilocaína • Menor ½ vida e menor potencial tóxico • Parestesia após bloqueios • Alta penetração tecidual VASOCONSTRICTORES • Adrenalina • Noradrenalina • Fenilefrina • Levonordefrina • Felipressina VASOCONSTRICTORES Vasoconstrictores % Seletividade β1 % Seletividade β2 % Potência Relativa α Adrenalina 50 50 100 Noradrenalina 85 15 25 Levonordefrina 75 25 15 Fenilefrina 95 5 5 VASOCONSTRICTORES Felipressina • Análogo da vasopressina • Vasopressina fenilalanina-lisina • Menos eficaz que adrenalina • Não produz hemostasia • Menos tóxico • Efeitos: vasoconstricção periférica, efeitos cardíacos são indiretos, altera circulação coronária, altera tônus vagal e simpático EFEITOS ADVERSOS • Toxicidade Sistêmica • Resposta Local • Idiossincrasias • Reações Alérgicas • Gravidez • Situações Clínicas TOXICIDADE SISTÊMICA • Concentrações excessivas da droga • Inicialmente (excitação): tontura, distúrbios auditórios e visuais, apreensão, desorientação e atividade muscular involuntária localizada • Depressão: dificuldade na fala, sonolência, inconsciência (lidocaína) • Fasciculações musculares e tremores • Convulsões , Depressão respiratória, Colapso cardiovascular TERAPIA DE EMERGÊNCIA POSIÇÃO SUPINA ABRIR VIAS AÉREAS ADMINISTRAR O2 TOXICIDADE LEVE RESPOSTA A EPI SÍNCOPE TERAPIA DE EMERGÊNCIA PROTEÇÃO DO PACIENTE AUXILIAR VENTILAÇÃO INTERVENÇÃO FARMACOLÓGICA Diazepam I.V. (5-10 mg / dose) ou (10 mg i.m.) CONVULSÕES: EVITAR HIPÓXIA TERAPIA DE EMERGÊNCIA TRATAMENTO SINTOMÁTICO REVERTER PROCESSO ADRENALINA (0,2 - 0,5 mg sc.) TOXICIDADE SEVERA RESPOSTAS LOCAIS • Formulações farmacêuticas • Contaminantes • Injeção intraneural • Vasoconstritores (epinefrina e norepinefrina) • Hiperalgia pós-anestésica IDIOSSINCRASIAS • Reações Inesperadas • Comumente relacionadas a ansiedade • Resultado de injeção intravascular • Paciente susceptível ao agente anestésico • Hiperpirexia Maligna • Usar anestésicos do tipo amida FENÔMENO ALÉRGICO • Anestésicos Locais • Ésteres e Amidas • Metilparabeno • Conservante • Sulfitos,bisulfitos e metabisulfitos • Antioxidantes e estabilizadores TRATAMENTO DO FENÔMENO ALÉRGICO DESLORATADINA (5-10 mg, 1x/dia) HIDROXIZINA (25-100 mg, 4x/dia) URTICÁRIA ERUPÇÕES ERITEMATOSAS OUTRAS RESPOSTAS ANAFILAXIA Reação imunológica rápida e generalizada. Aumento da perm.vasc., contração de musc. lisa, vasodil. Apresentação Clínica: Pele, SGI, SR, SCV Eritema, prurido, taquicardia, dor-de-cabeca, erupções cutâneas, angioedema, broncoespasmo, náusea, vômito, tontura, irritabilidade, hipotensão, colapso cardiovascular. TRATAMENTO ANTI - H1 ANTI - H2 BRONDILATADORES CORTICOSTERÓIDES EPI im/sc - 0,2 a 0,5 mg da base (200-500 mcg), dose inicial. Repetir a cada 10-15 mins. Dose max = 1 mg. GRAVIDEZ • Segurança • Classificação do FDA • Categoria B: lidocaína, prilocaína, etidocaína • Categoria C: mepivacaína, articaína e bupivacaína • Possíveis efeitos tóxicos no feto • Bradicardia • Depressão respiratória • Período de maior risco: 1º e 3º trimestre GRAVIDEZ CONSIDERAÇÕES • Alterações na sensibilidade nervosa • Rápido início de ação em animais • Velocidade de condução nervosa reduzida • AL atravessam barreira placentária livremente • Risco de toxicidade fetal • Níveis reduzidos de glicoproteína - α1 • Maior concentração plasmática • Risco de toxicidade GRAVIDEZ MANEJO •Revisar história médica e cirúrgica •Evitar posição supina • Risco de “síndrome de hipotensão supina” • Posição da coluna gera redução do débito cardíaco e resultante hipotenção, síncope e perfusão útero placentária reduzida • Risco de redução na tensão de O2 • Risco de refluxo • Risco de trombose venosa profunda GRAVIDEZ MANEJO • Anestésicos FDA – B, sem vaso • Evitar Prilocaína • Vasoconstricção útero-placentária • Contração uterina SITUAÇÕES CLÍNICAS • Diabetes • Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) • Angina Pectoris • Anemia • Hipertireoidismo • Pacientes pediátricos INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Anestésicos Locais • Álcool, depressores do SNC, opióides, antidepressivos, antipsicóticos, antihipertensivos de ação central, antihistamínicos, drogas antiarrítmicas, anticolinesterases • Amidas • Amiodarona, β -bloqueadores (prazosin), cimetidina INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Ésteres • Anticolinesterases, sulfonamidas • Vasoconstrictores adrenérgicos • Metildopa (antihip.), antidep.tricíclicos (amitriptalina), β-bloq. (prazosin), bloq. neurônios adren.(reserpina), antipsicóticos (clorpromazina)
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