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Análise do ENADE na formação da enfermagem

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ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
1 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
2 
REITOR 
João Natel Pollonio Machado 
VICE-REITOR 
Griseldes Fredel Boos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDITORA DA FURB 
CONSELHO EDITORIAL 
Edson Luiz Borges 
Elsa Cristine Bevian 
João Francisco Noll 
Jorge Gustavo Barbosa de Oliveira 
Roberto Heinzle 
Marcia de Freitas Oliveira 
Maria José Ribeiro 
 
EDITOR EXECUTIVO 
Maicon Tenfen 
CAPA 
Criação: Lindamir Aparecida Rosa Junge 
 Foto: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva 
 
Diagramação: Lindamir Aparecida Rosa Junge 
Revisão: Odair José Albino 
DISTRIBUIÇÃO 
Edifurb 
 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
3 
DOCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE 
BLUMENAU – FURB, RESPONSÁVEIS PELA ANÁLISE DAS QUESTÕES: 
 
Profª. Me. Andréa da Silva – Enfermeira 
Profª. Me. Carmen Liliam Brum Marques Baptista – Enfermeira 
Profª. Me. Claudia Almeida Coelho de Albuquerque – Bióloga 
 
Profª. Dra. Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – Enfermeira 
Profª. Me. Geysa Georg Sommerfeld – Enfermeira 
Profª. Dra. Gisele Cristina Manfrini Fernandes – Enfermeira 
Prof. Dr. Hercilio Higino da Silva Filho – Farmacêutico 
Prof. Me. Jarbas Galvão – Enfermeiro 
Prof. Me Jerry Schmitz – Enfermeiro 
Profª. Dra. Judite Hennemann Bertoncini – Enfermeira 
Profª. Dra. Keila Zaniboni Siqueira Batista – Bióloga 
Profª. Dra. Mara Sandra Giacomini Pivesso – Biomédica 
Profª. Me. Margot Friedmann Zetzsche – Enfermeira 
Profª. Me. Marisa Schwabe Franz – Enfermeira 
Profª. Me. Nádia Lisieski –Enfermeira 
Profª. Me. Raquel Garcia Tiemann – Enfermeira 
Profª. Me. Rosana Martineli – Enfermeira 
Profª. Me. Sara Cristiane Barauna – Fisioterapeuta 
Profª. Me. Silvana Scheidemantel Schroeder – Enfermeira 
 
 
 
 
 
 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
4 
© Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade, Marcus Vinicius Marques de Moraes 
 
 
 
Editora da FURB 
Rua Antônio da Veiga, 140 
89012-900 Blumenau SC BRASIL 
Fones: (047) 3321-0329 
 3321-0330 
 3321-0592 
Correio eletrônico: editora@furb.br 
Internet: www.furb.br/editora 
Distribuição: Editora da FURB 
 
 
 
 
Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10994, de 14 de dezembro de 2004. 
“Impresso no Brasil / Printed in Brazil” 
 
 
 
 
Elaborada pela Biblioteca Central da FURB 
 
A532a Analysis : o ENADE na formação da enfermagem : análise da prova de 2010 / 
organizadores: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade, Marcus 
Vinicius Marques de Moraes. – Blumenau : Edifurb, 2013. 
91 p. : il. 
ISBN 978-85-7114-176-6 
Bibliografia: p. 91. 
 
1. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. 2. Ensino superior - Avaliação. 3. 
Enfermagem - Exames, questões, etc. I. Schroeder, Silvana Scheidemantel. II. Andrade, Marcia 
Regina Selpa de. III. Moraes, Marcus Vinicius Marques de. 
 
 CDD 378.01 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
5 
 
SUMÁRIO 
DOCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB, 
RESPONSÁVEIS PELA ANÁLISE DAS QUESTÕES: .................................................................................... 3 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E UNIVERSIDADE: ENTRE O PRAGMATISMO QUANTITATIVO E A PRÁTICA 
ENERGIZADORA ..................................................................................................................................... 7 
O Enade na Avaliação da Educação Superior ...................................................................................... 10 
Heidi Dittrich Zimmermann, ............................................................................................................ 10 
O processo de análise das questões do ENADE .................................................................................. 17 
Silvana Scheidemantel Schroeder ................................................................................................... 17 
Marcia R. Selpa de Andrade ............................................................................................................ 17 
Marcus Vinicius Marques de Moraes .............................................................................................. 17 
Análise das Questões da Prova de 2010 ............................................................................................. 19 
3.1 Bases Biológicas e Sociais da Enfermagem ................................................................................... 19 
QUESTÃO 13 - Autores: Hercilio Higino da Silva Filho, Keila Zaniboni Siqueira Batista – docente 
FURB ................................................................................................................................................ 20 
QUESTÃO 14 - Autores: Hercilio Higino da Silva Filho, Keila Zaniboni Siqueira Batista - docente 
FURB ................................................................................................................................................ 22 
QUESTÃO 15 - Autoras: Claudia Almeida Coelho de Albuquerque , Mara Sandra Giacomini Pivesso 
e Sara Cristiane Barauna – docentes FURB ..................................................................................... 24 
3.2 Fundamentos de Enfermagem ...................................................................................................... 28 
QUESTÃO 12 - Autores: Silvana Scheidemantel Schroeder e Jarbas Galvão – docentes FURB ...... 28 
QUESTÃO 17 - Autora: Margot Friedmann Zetzsche – docente FURB ............................................ 30 
QUESTÃO 18: ANULADA - Autora: Silvana Scheidemantel Schroeder – docente FURB ................. 31 
QUESTÃO 20 - Autora: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – docente FURB ............................... 33 
QUESTÃO 25: ANULADA - Autora: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – docente FURB ............. 34 
QUESTÃO 27 - Autora: Gisele Cristina Manfrini Fernandes – docente FURB ................................. 36 
QUESTÃO 28 - Autora: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – docente FURB............................... 38 
QUESTÃO 33 - ANULADA - Autora: Margot Friedmann Zetzsche – docente FURB ........................ 40 
QUESTÃO 34 - Autora: Marisa Schwabe Franz – docente FURB ..................................................... 42 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
6 
QUESTÃO 36 - Autora: Marisa Schwabe Franz – docente FURB ..................................................... 45 
QUESTÃO 38 - Autora: Judite Hennemann Bertoncini – docente FURB ......................................... 48 
QUESTÃO39 - Autora: Judite Hennemann Bertoncini – docente FURB ......................................... 50 
Assistência de Enfermagem ................................................................................................................ 54 
QUESTÃO 11 - Autora: Geysa Georg Sommerfeld – docente FURB ................................................ 55 
QUESTÃO 16 - Autores: Geysa Georg Sommerfeld, Jarbas Galvão e Jerry Schmitz - docentes 
FURB ................................................................................................................................................ 58 
3.4 Administração em Enfermagem .................................................................................................... 75 
3.5 Educação em Enfermagem ............................................................................................................ 86 
QUESTÃO 40 - Autora: Silvana Scheidemantel Schroeder – docente FURB ................................... 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
7 
 
PREFÁCIO 
 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E UNIVERSIDADE: ENTRE O PRAGMATISMO 
QUANTITATIVO E A PRÁTICA ENERGIZADORA 
 
 
As práticas discursivas em educação que circulam a partir dos anos 90, no Brasil, situam-se 
numa perspectiva em que a avaliação começa a ampliar seus espaços e torna-se aquilo que o 
Ministério da Educação chama de “inteligência avaliativa”. A emergência do Estado avaliador 
produziu uma demanda por conhecimento de várias áreas e setores da sociedade como apoio para 
tomada de decisão e transparência dos resultados. Afinadas a esses discursos e afetadas pela 
ideologia neoliberal, as práticas avaliativas com base em elementos quantitativos prometem 
melhorar a qualidade da educação e garantir efetividade, eficiência, eficácia, relevância e 
produtividade nas Universidades. Estes discursos desencadearam uma série de ações ampliando a 
avaliação e transformando-a em instrumento de regulação do Ensino Superior e estendendo-se 
para a Educação Básica. 
A Lei 10.861, de 14 de abril de 2004 instituiu o Sistema de Avaliação da Educação Superior 
(SINAES), como parte de uma política de Estado responsável pela educação nacional, que abrange 
todas as instituições de educação superior. Esta política está ancorada em uma concepção de 
avaliação comprometida com a melhoria da qualidade e da relevância das atividades das 
instituições e é mensurada por meio de diversos instrumentos. 
Esses instrumentos e mensurações passaram a orientar grande parte da política educacional e, por 
esse meio, também parte significativa da prática educacional - aquelas ações e fazeres no qual 
estão imersos professores e estudantes. Neste cenário, um dos principais problemas é que muitas 
vezes valorizamos o que é medido, ao invés de nos envolvermos com a avaliação e mensuração do 
que valorizamos. 
A avaliação como processo não pode ter um fim em si, mas precisa ser um dos instrumentos 
que a Universidade pode dispor para dimensionar a qualidade do ensino. Os resultados obtidos na 
avaliação permitem análises e leituras sobre os cursos e podem ser usados para diferentes tipos de 
intervenções, aqui definidas como tomada de decisão nos processos de ensino-aprendizagem. 
Aproveitamos as provocações de Dias Sobrinho (2002) que em seu trabalho mostra que a 
avaliação não é apenas desejável, mas possível, não é apenas somativa, mas pedagógica, não 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
8 
apenas um instrumento de utilidade gerencial, mas uma estratégia de autoconhecimento e de 
melhoria da formação profissional e cidadã. Mas, para isso a avaliação não pode se limitar a um 
papel controlador: ela tem sempre um caráter político e ético que deve estar a serviço da 
autonomia. 
Corroborando com esta visão, Hadji (1994) aponta que a avaliação tem três funções 
fundamentais: diagnosticar, prognosticar e energizar. A função de diagnosticar compreende os 
processos de: identificar deficiências e superá-las; possibilitar a regulação de um determinado 
programa; promover ajustes necessários à concretização da aprendizagem; certificar 
aprendizagens; regular os processos e atividades. A função de prognosticar compreende: planejar 
novos dispositivos didáticos e estimar o desempenho futuro. A função de energizar repercute em: 
viabilizar o acesso aos diferentes níveis de escolaridade; permitir a promoção em uma sequência 
educacional; estimular a ação e a autoestima. 
Com base nesta visão sobre o processo avaliativo educacional a Pró-Reitoria de Ensino de 
Graduação (PROEN) da Universidade Regional de Blumenau (FURB) desencadeou diferentes 
iniciativas e realizou diversas ações para criar uma cultura permanente e propositiva de avaliação 
na Universidade. Permeando estas iniciativas e ações foi feito um trabalho permanente de 
divulgação para estudantes e professores da importância de tratar a avaliação não como um 
elemento punitivo, mas como orientador e balizador dos processos de ensino. Também se buscou 
de forma permanente a conscientização sobre a importância de que a instituição tivesse um bom 
desempenho nos processos avaliativos realizados pelos órgãos reguladores. Por outro lado, cientes 
de que o papel da Universidade é de crítica acredita-se que mais do que responder as questões do 
ENADE faz-se necessário conhecê-las, estudá-las e com elas aprender como qualificar os 
instrumentos de avaliação como também reconhecer as potencialidades e fragilidades de qualquer 
instrumento de avaliação. 
Entre as principais ações realizadas pela PROEN destacam-se: capacitação de docentes 
quanto ao uso de instrumentos e critérios de avaliação em sua prática pedagógica; revisão do 
processo e estímulo para participação dos estudantes nos instrumentos internos de avaliação do 
ensino; uso dos resultados das avaliações internas e externas dos cursos na construção e 
(re)elaboração dos projetos pedagógicos; campanhas de conscientização de estudantes e 
professores sobre o ENADE; análise matemática e estatística das informações sobre os processos 
avaliativos e discussão com coordenadores de cursos e docentes; grupos de estudos permanentes 
sobre avaliação educacional; produção de material didático de apoio aos estudantes; e-book com 
as questões comentadas; entre outras. 
Uma das importantes ações da PROEN está materializada neste livro eletrônico que 
apresenta, discute e comenta as questões do ENADE. A produção deste material tem objetivos 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
9 
diversos: fazer a análise crítica das questões; identificar conteúdos e referenciais teóricos 
fundamentais para a área de conhecimento; familiarizar professores e estudantes acerca da 
linguagem e dos elementos essenciais dos processos avaliativos externos; qualificar os projetos e 
processos pedagógicos dos cursos. Também tem o objetivo de fazer com que a Universidade 
cumpra seu papel de crítica, uma vez que o livro é o resultado de um processo intenso entre 
pedagogos, docentes e estudantes de estudo, avaliação e análise crítica sobre o conteúdo das 
provas. Esperamos que ele possa, de fato, cumprir o objetivo de diagnosticar, prognosticar e 
energizar os processos de ensino de nossa Instituição e que acima de tudo ele seja umespaço de 
crítica e de construção de outras e diferentes formas de fazer Universidade. 
 
 
Prof. Dr. Maurício Capobianco Lopes 
Profa. Dra. Gicele Maria Cervi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
10 
O Enade na Avaliação da Educação Superior 
 
Heidi Dittrich Zimmermann, 
Pesquisadora Institucional – PI da FURB 
 
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) foi instituído pela Lei Nº 
10.861, de 14 de abril de 2004, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação superior e 
orientar a expansão da oferta; identificar mérito e valor das instituições, áreas, cursos e programas, 
nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; e promover a responsabilidade 
social das IES, respeitando a identidade institucional e a autonomia. 
Com a sua implantação assegurou-se o processo nacional de avaliação da educação 
superior no País, o que foi consolidado pela Portaria Normativa Nº 40/2007, republicada em 29 de 
dezembro de 2010. 
Os processos avaliativos são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (CONAES) e a sua operacionalização é de responsabilidade do 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). 
Para avaliar todos os aspectos que giram em torno dos objetivos citados, o INEP utiliza 
vários instrumentos complementares e de informação para obter resultados que possibilitem 
traçar o panorama de qualidade dos cursos e das instituições, provendo, desta forma, a avaliação 
de Instituições, Estudantes e Cursos. 
São instrumentos complementares a autoavaliação (conduzida pela Comissão Própria de 
Avaliação – CPA, da Instituição de Educação superior – IES), a avaliação institucional externa, o 
Enade e a avaliação dos cursos de graduação (avaliação in loco). Os instrumentos de informação 
são os dados do cadastro (sistema e-MEC) e as informações censitárias do Censo da Educação 
Superior (CESUP), fornecidas pelas IES. 
Além disso, análises e revisões críticas dos instrumentos, das metodologias e dos critérios 
utilizados também são realizadas pela CONAES com o objetivo de aprimorar esses instrumentos e 
os procedimentos de avaliação, produzir indicadores de qualidade, divulgar os resultados e realizar 
estudos para a melhoria da qualidade da educação superior no País. 
O ciclo avaliativo do SINAES1 compreende a realização periódica de avaliação de 
instituições e cursos superiores, com referência nas avaliações trienais de desempenho dos 
 
1
 Portaria Normativa MEC 40/2007, art. 33. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
11 
estudantes, as quais subsidiam, respectivamente, os atos de recredenciamento e de renovação de 
reconhecimento. As avaliações são orientadas por indicadores de qualidade e geram conceitos de 
avaliação de cursos superiores e de instituições, expedidos periodicamente pelo INEP, em 
cumprimento à Lei nº 10.861/2004, e na forma da Portaria Normativa Nº 40/2007. 
São considerados como indicadores de qualidade o desempenho de estudantes: o 
conceito obtido a partir dos resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE; 
de cursos superiores; o Conceito Preliminar de Curso – CPC; e de Instituições de educação superior, 
bem como e o Índice Geral de Cursos avaliados – IGC. 
Os conceitos são expressos numa escala de cinco níveis (de 1 a 5), em que os níveis iguais 
ou superiores a 3 (três) indicam qualidade satisfatória2. Os indicadores de qualidade também serão 
expressos numa escala de cinco níveis, em que os níveis iguais ou superiores a 3 (três) indicam 
qualidade satisfatória e, no caso de instituições, também são apresentados em escala contínua. 
Os resultados das avaliações da educação superior se tornam públicos e são utilizados 
pelos seguintes segmentos: 
 pela sociedade em geral (estudantes, pais de alunos, instituições acadêmicas e 
público em geral) como fonte de informações para orientar suas decisões quanto 
à realidade dos cursos e das Instituições; 
 pelos órgãos governamentais (Estado) para orientar as políticas públicas; e 
 pelas Instituições de Educação Superior para orientação da sua eficácia 
institucional (desenvolvimento de seu PDI, revisão de sua missão, planos, 
métodos e trajetória) e efetividade acadêmica e social. 
 
O ciclo avaliativo do SINAES inicia-se com o Exame Nacional de Desempenho de 
Estudantes - ENADE e é aplicado aos estudantes das áreas definidas anualmente, por Portaria 
específica do INEP, atendendo a um calendário trienal de áreas e eixos tecnológicos, observadas as 
seguintes referências: 
Ano I – cursos de graduação das áreas da saúde, ciências agrárias e áreas afins e cursos 
superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em ambiente e saúde, produção 
alimentícia, recursos naturais, militar e segurança; 
Ano II – cursos de graduação das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins e, 
cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em controle e processos 
industriais, informação e comunicação, infraestrutura, produção industrial; 
 
2
 Portaria Normativa MEC, art. 33-A, §1º e §2º. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
12 
Ano III – cursos de graduação das áreas de ciências sociais aplicadas, ciências humanas e 
áreas afins e, cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em gestão e 
negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design. 
 
O ENADE é realizado todos os anos, aplicando-se trienalmente a cada curso, de modo a 
abranger com a maior amplitude possível as formações objeto das Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCNs), da legislação de regulamentação do exercício profissional e do Catálogo de Cursos 
Superiores de Tecnologia3. 
 
Tem por finalidade: avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos 
programáticos; contribuir para a avaliação dos cursos de graduação por meio da verificação das 
competências, habilidades e conhecimentos desenvolvidos pelos estudantes; aferir o desempenho 
dos estudantes no que se refere ao uso, síntese e integração de conhecimentos adquiridos ao longo 
do curso; possibilitar aos cursos o acompanhamento dos resultados de suas ações pedagógicas e 
avaliar comparativamente a formação oferecida pela IES aos estudantes das respectivas áreas 
avaliadas. Assim sendo, o ENADE passa a ser um dos instrumentos de avaliação da formação dos 
estudantes e seus resultados oferecem elementos/insumos para a construção de indicadores de 
qualidade dos cursos e servirão de referência para os processos posteriores de avaliação in loco. 
O Conceito Enade considera exclusivamente o desempenho dos estudantes concluintes nas 
provas de formação geral e do componente específico. 
 
Com base nos resultados (insumos) do Enade, é calculado o Conceito Preliminar de Curso 
(CPC), no ano seguinte à realização do Exame de cada área. O cálculo do CPC combina diversas 
medidas relativas à qualidade do curso, a saber: o desempenho dos estudantes concluintes no 
Enade; o corpo docente com a titulação e o regime de trabalho; as informações sobre 
infraestrutura obtidas a partirdo questionário do estudante; os recursos didático-pedagógicos 
obtidos pelo questionário do estudante e os resultados do Indicador de Diferença entre os 
Desempenhos Observado e Esperado (IDD) que são os insumos oriundos do desempenho dos 
estudantes nas provas do Enade e Enem, a partir de seus respectivos questionários. As notas 
técnicas específicas descrevem possíveis alterações no cálculo do CPC e ficam disponíveis na página 
eletrônica do INEP (www.portalinep.gov.br/notastecnicas). 
 
 
3
 Portaria Normativa MEC 40/2007, art. 33-E. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
13 
No quadro a seguir, consta a composição do CPC: 
 
 Fonte: GRIBOSKI, C., INEP, 2011. 
 
O CPC se constitui elemento de referência nos processos de avaliação in loco para subsidiar 
a renovação de reconhecimento dos cursos de graduação. 
Outro indicador de qualidade, instituído em 2008 para as Instituições, é o Índice Geral de 
Cursos (IGC), que é publicado anualmente pelo INEP e é calculado considerando os seguintes 
aspectos: 
 a média ponderada dos últimos CPCs disponíveis dos cursos avaliados na instituição 
no ano do cálculo e nos dois anteriores, ponderada pelo número de matrículas 
(matriculados + formados, obtidos nos Censos) em cada um dos cursos 
computados; 
 a média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu 
atribuídos pela CAPES na última avaliação trienal disponível, convertida para 
escala compatível e ponderada pelo número de matrículas (matriculados + 
titulados – ano do cálculo) em cada um dos programas de pós-graduação 
correspondentes; e 
 a distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino (graduação, 
mestrado e doutorado). 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
14 
 
O quadro a seguir ilustra essa forma de cálculo para o IGC: 
 
 Fonte: GRIBOSKI, C., INEP, 2011. 
 
Para regulamentar o processo de divulgação dos resultados, o INEP publica anualmente 
Portaria específica4 estabelecendo os procedimentos de divulgação dos indicadores de qualidade e 
informando sobre os insumos que sustentam o cálculo desses indicadores. Uma vez publicado o 
resultado final pelo INEP, esses indicadores se constituem referência nos processos de avaliação in 
loco para os cursos e às Instituições. 
A Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), vinculado ao sistema estadual de 
ensino, segue as normas para o funcionamento da Educação Superior no sistema Estadual de Santa 
Catarina, conforme determina a Resolução Nº 100, de 22 de novembro de 2011, do Conselho 
Estadual de Educação – CEE/SC. No entanto, considerando o que determina a legislação federal que 
instituiu o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações 
relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior, foi estabelecido 
um regime de cooperação entre o sistema estadual e o sistema nacional de avaliação. A 
cooperação foi formalizada mediante acordo entre o CEE/SC e a CONAES e, para a execução dos 
processos referentes à avaliação, são utilizados os instrumentos e critérios do SINAES, constituídos 
nas seguintes modalidades: 
 
 
4
 Portaria Normativa 386, de 17 de outubro de 2012. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
15 
 Avaliação institucional (autoavaliação e avaliação externa in loco); 
 Avaliação de cursos; 
 Avaliação do desempenho dos estudantes. 
Os resultados considerados insatisfatórios (Conceito 1 ou 2 no IGC) incorrerão em 
diligências à Instituição, com determinações de ações e metas a serem cumpridas em prazo 
determinado para a superação dos fatores que conduziram aos resultados negativos. O 
descumprimento da diligência poderá resultar na suspensão temporária da abertura de processo 
seletivo de cursos e cassação do credenciamento da instituição. 
Para os resultados insatisfatórios nos cursos (1 ou 2 no CPC) deverá ser solicitada nova 
avaliação in loco, instruída com um plano de melhorias, ou seja, relato das providências a serem 
adotadas pelo curso para a superação das fragilidades expressas no CPC. Se após nova avaliação in 
loco o curso continuar com conceito inferior a 3, serão sustadas as ofertas de vagas no curso 
avaliado. 
A partir de 2004, com a nova formatação do SINAES, a FURB continuou participando do 
Exame, considerando a sua importância para definição de metas e ações nos cursos e na instituição. 
Neste sentido, ações específicas e institucionais vêm sendo implementadas, dentre as quais 
citamos algumas já consolidadas: 
 palestra informativa para Professores dos cursos avaliados; 
 palestra informativa sobre o Enade (reforçando o Enade como parte integrante e 
importante da avaliação da educação superior) aos estudantes dos cursos avaliados; 
 formação específica sobre o Enade aos Coordenadores de Curso no Programa de 
Formação Institucional da Universidade; 
 campanha interna do Enade: 
 cartaz personalizado para as salas de aula do curso; 
 e-mail marketing com mensagens aos estudantes inscritos; 
 página do Enade na FURB, desde 2008, em http://www.furb.br/enade; 
 testeira institucional para os locais de prova; 
 quiosque institucional e recepção aos estudantes. Instalação de um quiosque em 
cada um dos locais de prova para servir de apoio aos estudantes no dia da prova 
(recepção); 
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ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
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 após a publicação dos resultados: análise dos indicadores de qualidade, seus 
insumos e análise do Relatório do Curso expedido pelo INEP; 
 análise crítica das provas do Componente Específico pelos docentes da área, com 
o objetivo de produzir material de apoio aos docentes e discentes. 
Estabelecer uma política interna de avaliação e de acompanhamento nos cursos de 
graduação com base nos referenciais de qualidade do SINAES, é uma possibilidade de qualificar os 
espaços de ensino-aprendizagem, planejamento e execução de ações. Nesse sentido, a FURB 
desenvolve ações institucionais e específicas de curto, médio e longo prazo para a melhoria da 
qualidade do ensino. Essas ações envolvem diretamente a coordenação do curso, assessoria 
pedagógica, professores e equipe de apoio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação. Buscar a 
participação dos estudantes nesse processo para aproximá-los da instituição, é um desafio para 
concretizar a mudança e consolidar internamente uma cultura de avaliação que permita, como 
escreve HADJI (2001), ir para além de diagnosticar, ou seja, é preciso prognosticar e energizar esse 
processo voltado às exigências e ciclo avaliativo do SINAES. A análise dos resultados focadas em 
ações tem proporcionado discussões para revisão dos projetos pedagógicos, numa definição de 
estratégias de ensino, busca por investimentos para a manutenção e melhoria da infraestrutura,qualidade do corpo docente (contratação e capacitação dos mesmos) e comprometimento com a 
qualidade do ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
17 
O processo de análise das questões do ENADE 
 
Me. Silvana Scheidemantel Schroeder 
Coordenadora do Curso de Enfermagem - FURB 
Dra. Marcia R. Selpa de Andrade 
Assessora Pedagógica- CCS/PROEN- FURB 
Dr. Marcus Vinicius Marques de Moraes 
Apoio docente ao ENADE/ PROEN- FURB 
 
Este livro é uma iniciativa do Curso de Enfermagem e da Assessoria Pedagógica do Centro 
de Ciências da Saúde apoiada pela Divisão de Políticas Educacionais da Pró-Reitoria de Ensino da 
Universidade Regional de Blumenau. Em sua primeira edição, traz na sua essência o processo de 
análise das questões específicas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), parte 
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), que avalia as instituições, os 
cursos e o desempenho dos estudantes. 
O curso de Enfermagem que prestou a prova no ano de 2010 será o primeiro dos cursos a 
fazer parte desta iniciativa que tem como propósito subsidiar e preparar os acadêmicos formandos 
para os próximos ENADEs. Este estudo visa, também, contribuir para a formação dos “professores- 
enfermeiros” visto que estes fizeram uma profunda análise dos enunciados das questões das áreas 
específicas dessa profissão. 
Compreendemos que elaborar questões de uma prova não é uma tarefa tranquila para os 
docentes, pois, há aspectos técnicos e pedagógicos que necessitam ser considerados durante as 
etapas de elaboração, execução e avaliação de uma prova. Foi um grande desafio para um grupo de 
professores do Curso de Enfermagem da Universidade Regional de Blumenau – FURB. 
Essa inquietação iniciou quando após a realização da prova, em 2010, os professores do 
curso, ficaram curiosos e ansiosos em saber, afinal, o que “caiu” na prova! Com a divulgação das 
provas e gabaritos, cada professor procurou saber o que foi abordado em sua área, procurando 
relacionar com a proposta curricular do curso. 
A partir de então, com o intuito de familiarizar os acadêmicos com o tipo de questão e 
linguagem da prova, e buscando sempre a excelência no curso, procuramos, ao longo deste tempo, 
propor provas com questões integradas de estilo semelhante à do ENADE. Isto, porém, não nos 
bastou, e em 2012 a partir das oficinas pedagógicas, com a colaboração da Assessoria Pedagógica, 
Apoio Docente - DPE/ PROEN e Coordenação do Colegiado do Curso de Enfermagem, iniciamos o 
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processo de análise das questões da prova - ENADE, observando-a de forma integrada e 
pedagógica, dentro das grandes áreas apresentadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do 
Curso de Enfermagem (Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001). 
Foram estabelecidos vários encontros presenciais, que fizeram parte da formação docente, 
bem como interlocuções individuais para que tornasse possível a construção deste material. 
Deixamos claro que a organização das questões a seguir apresentadas, foi realizada de 
acordo com o entendimento e vivência docente no Curso de Enfermagem da Universidade Regional 
de Blumenau. Embora tenhamos dividido as questões em grandes áreas (previstas pelas Diretrizes 
na Portaria Inep nº 217 de 13 de julho de 2010) percebemos que muitas questões poderiam estar 
categorizadas em mais de uma grande área, o que mostra a integração do conhecimento entre elas 
e a impossibilidade de segmentar o cuidado ao ser humano, bem como os estudos. 
Segundo esta análise, foi observada uma desproporção em relação à distribuição das 
questões dentro das grandes áreas. Os enunciados, no geral, estavam bem elaborados, mas dando 
a impressão de terem sido tiradas de um banco de questões e desconexas entre si, abordando, por 
vezes duplamente, o mesmo assunto em detrimento de outros. Observamos a característica da 
regionalidade em algumas questões, o que prejudica o entendimento dos acadêmicos no geral. 
Também nos chamou atenção o alto índice de questões anuladas – 20% das questões específicas. 
Obviamente, a cada ano as questões serão novas, e, certamente, mais qualificadas, visto 
que o Banco Nacional de Itens (BNI) é uma estratégia que vem se consolidando desde 2010. Os 
temas abordados também serão outros, o que, a exemplo de um vestibular, faz com que seu 
conteúdo seja uma surpresa, em decorrência de temas que poderão ser incluídos. Mas entendemos 
que o cerne da avaliação nacional deva ser de conhecimento geral, ou seja, a partir de uma 
formação profissional generalista, procurando abrangem temas que possam ser pertinentes à todo 
o país e não somente a uma determinada região. 
Esperamos com este estudo contribuir para o enriquecimento de nossa profissão, 
qualificando o processo ensino aprendizagem, e por sua vez na formação dos futuros profissionais, 
não somente de nossa Universidade, mas de todo o Brasil. 
Agradecemos a colaboração dos docentes, discentes do Curso de Enfermagem, e equipe da 
DPE/PROEN da Universidade Regional de Blumenau que envolveram -se nesse processo. 
 
 
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Análise das Questões da Prova de 2010 
 
3.1 Bases Biológicas e Sociais da Enfermagem 
 
Ao ingressar em uma universidade, todo acadêmico espera encontrar disciplinas 
imediatamente relacionadas à sua futura profissão, como ingressar nas clínicas, usar jalecos e ter 
contato com pacientes. Porém, o universitário logo se depara com as Disciplinas Básicas, as quais 
são, muitas vezes, analisadas como dispensáveis e irrelevantes para sua formação. 
As disciplinas básicas, tais como anatomia humana, biologia celular, histologia e embriologia, 
fisiologia, genética, bioquímica, microbiologia, parasitologia, dentre outras, são consideradas o 
alicerce de todas as disciplinas clínicas. São, portanto, disciplinas instrumentais e indispensáveis, pois 
significam tudo aquilo que será usado, um instrumento, uma ferramenta, uma atividade intelectual 
eficaz. Logo, conhecê-las bem é uma necessidade. 
Temos inicialmente no curso de Enfermagem as Ciências Morfológicas, que incluem a 
Anatomia, a Histologia e a Embriologia, afeitas originalmente ao estudo macroscópico e microscópico 
da estrutura dos seres vivos, particularmente do homem e de sua evolução embriológica. 
Atualmente, importante área que tem se sobressaído nestas ciências é a Biologia Celular, que trata 
do estudo da estrutura e função dos componentes celulares e subcelulares in vivo. 
Tomemos como exemplo as disciplinas da área morfológica como anatomia, histologia, 
embriologia e biologia celular, uma das colunas fundamentais que dão sustento às ciências da saúde, 
e vamos mostrar que seu entendimento é necessário para um bom proceder profissional. A estrutura 
das aulas da área morfológica apresenta dois momentos distintos: a parte teórica, na qual são 
apresentados os conceitos e definições dos sistemas e órgãos do corpo humano; e a parte prática, 
que, utilizando-se de peças anatômicas naturais ou lâminas ou ainda eletromicrografias, em um 
laboratório, fazendo-se o estudo das características gerais e de suas interrelações. Não é apenas a 
visualização de estruturas, mas a aplicação nodia a dia dos alunos. Acreditamos na importância do 
uso do cadáver nas aulas práticas para a formação da personalidade e da ética profissional, já que o 
cadáver poderia ser considerado como o primeiro paciente do acadêmico na área de saúde, assim 
como as lâminas histológicas o primeiro material para a realização de uma série de diagnósticos a 
serem utilizados na patologia. 
Além da aquisição do conhecimento científico, as aulas práticas de disciplinas da área 
morfológica, principalmente a anatomia humana podem ser consideradas como ponto de partida 
para o progresso de conscientização do processo de vida e morte. Quando o acadêmico está em 
prática de estágio, ele se conscientiza da importância do que foi aprendido pela experiência das aulas 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
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de anatomia, pois compreende com maior clareza a dimensão da vida e da morte, no mundo do 
cuidar hospitalar. 
No curso temos ainda, um conjunto de disciplinas que aborda os processos de interação 
entre parasitas e hospedeiros, principalmente por parte de microrganismos patogênicos, objeto de 
estudo da Microbiologia, além de Parasitologia, que estuda a infecção por parte de protozoários (por 
exemplo, amebas) e helmintos (entre outros, vermes). Ainda são estudados os mecanismos de 
proteção dos organismos vivos contra essas infecções, que incluem a análise de processos químicos e 
celulares de defesa. 
Este ensino envolve significativa parcela de exercícios práticos que necessitam de forte 
infraestrutura laboratorial e fornecimento de suprimentos especializados para que possa fornecer 
dados que colaborem com a melhora do aproveitamento das disciplinas profissionalizantes. 
Nesse sentido, o ensino nas ciências da saúde está cada vez mais interligado através da 
interdisciplinaridade, na necessidade de se buscar um modelo educacional que reúna uma sólida 
formação científica, ética e humanista às responsabilidades profissionais, porque o mercado de 
trabalho apresenta um dinamismo constante entre as necessidades deste trabalho e a atuação 
profissional. 
Assim, a educação deve instrumentalizar o homem como um ser capaz de agir sobre o 
mundo e, ao mesmo tempo compreender a ação exercida. 
 
QUESTÃO 13 - Autores: Hercilio Higino da Silva Filho, Keila Zaniboni Siqueira Batista – 
docente FURB 
 
Avalie as asserções a seguir: 
As parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmitos são infestações que 
podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente 
na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças. 
 
PORQUE 
 
A disseminação das parasitoses também pode ocorrer por meio do contato interpessoal 
com pessoas infectadas que habitam a mesma residência, principalmente em moradias menores 
que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população 
materno-infantil. 
 
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta 
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21 
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da 
primeira. 
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da 
primeira. 
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
E) As duas asserções são proposições falsas. 
 
Gabarito: alternativa B 
COMENTÁRIO: 
 
 
Nessa questão, devemos analisar as asserções separadamente como frases corretas ou 
incorretas e, posteriormente, verificar a dependência entre elas, isto é, se uma justifica a outra. 
Na primeira frase do enunciado temos um trecho correto. As doenças parasitárias causadas 
por helmintos e protozoários são uma das manifestações mais comuns em pediatria e responsáveis 
por um significativo número de internações. No Brasil, 66% das crianças em idade escolar são 
parasitadas, sendo comum o multiparasitismo e a associação entre desnutrição e anemia. Esse 
dado traduz uma piora da saúde, bem como do rendimento escolar e do desenvolvimento físico da 
criança. 
Indivíduos que vivem em condições precárias de saneamento básico, de abastecimento de 
água e de habitação, e sem hábitos de higiene pessoal e coletiva são os mais propensos à aquisição 
de enteroparasitoses. A prevalência de parasitoses é alta em locais onde as condições de vida e de 
saneamento básico são insatisfatórias ou inexistentes. O desconhecimento de princípios de higiene 
pessoal e de cuidados na preparação dos alimentos facilita a infecção e predispõe a reinfecção em 
áreas endêmicas. 
Diante do exposto, conclui-se que ambas as frases estão corretas, porém uma não justifica 
corretamente a outra. 
 
REFERÊNCIAS: 
ANDRADE, E. C.; LEITE, I. C. G.; RODRIGUES, V. O. et al. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre 
seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 
231-240, abr./jun. 2010. 
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22 
MANFROI, A.; STEIN, A.T.; CASTRO FILHO, E.D. Projeto Diretrizes: Abordagem das Parasitoses 
Intestinais mais Prevalentes na Infância. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e 
Comunidade, 2009. 
 
NEVES, D.P. et al. Parasitologia Humana. 12a edição, Ed. Atheneu, 2012. 
 
QUESTÃO 14 - Autora: Hercilio Higino da Silva Filho, Keila Zaniboni Siqueira Batista - 
docente FURB 
 
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral, de evolução benigna na forma 
clássica e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. É uma importante arbovirose (doença 
transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui um sério problema de saúde pública, 
especialmente nos países tropicais, inclusive no Brasil. O principal vetor da dengue é o mosquito 
Aedes aegypti. 
No que tange à suscetibilidade e imunidade à dengue, assinale a opção incorreta. 
A) A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. 
B) A imunidade não é permanente para um mesmo sorotipo. 
C) A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título 
de anticorpos se eleva lentamente. 
D) A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram 
infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente em níveis altos. 
E) A suscetibilidade à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida. 
 
 
Gabarito: alternativa B 
COMENTÁRIO: 
A alternativa incorreta é a “B”, uma vez que os diferentes sorotipos do vírus da dengue, 
entre outros vírus, carregam antígenos de superfície ou moléculas antigenicamente distintas em 
sua superfície viral, as quais desencadeiam respostas imunológicas específicas. Dessa forma, um 
sorotipo viral gera a produção de anticorpos específicos a ele, além de células de memória que, por 
sua vez, são ativadas rapidamente numa segunda exposição ao mesmo sorotipo (resposta 
secundária). Nesse estágio secundário, a resposta imune humoral tem ampla magnitude e é 
rapidamente montada, fazendo com que o sorotipo em questão seja neutralizado antes da 
manifestação dos sintomas da doença, ou até mesmo antes da infecçãodas células-alvo. 
Concluindo, a imunidade desenvolvida é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga), 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
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23 
existindo, contudo, imunidade cruzada (heteróloga) temporária para os demais sorotipos. A 
infecção produz imunidade apenas contra os tipos 1, 2, 3 ou 4, que causaram a doença. Em outras 
palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causada pelos vírus 
dos tipos 1, 3 ou 4. 
 
Na alternativa “A”, temos uma afirmação verdadeira. A suscetibilidade ao vírus da dengue 
não sofre nenhuma influência da idade, do sexo, da raça ou de outro parâmetro. O único ponto que 
sofre influência é a sua epidemiologia, dependendo da localização geográfica dos países e do grau 
de ocorrência dos artrópodes relacionados à transmissão do vírus. A doença se alastrou por vários 
países, disseminando-se devido à existência de condições favoráveis, como as ambientais, 
relacionadas ao vetor ou à população. Pode-se resumir sua distribuição geográfica como 
pantropical. Segundo a agência da ONU, a cada ano, de 50 a 100 milhões de pessoas são afetadas 
pelo vírus. Os casos são mais frequentes em áreas urbanizadas e com grande movimento de 
pessoas. As zonas de risco estão nas regiões tropicais e subtropicais. As áreas mais atingidas pelo 
mosquito da dengue são a América Latina, o Sudeste da Ásia e o Pacífico. 
 
 Nas alternativas “C” e “D”, temos afirmações verdadeiras que podem ser argumentadas da 
mesma forma. A fisiopatogenia da resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser 
primária ou secundária. A resposta imunológica à infecção aguda é primária em pessoas não 
expostas previamente ao vírus da dengue, ou secundária em pessoas que tiveram infecção prévia. 
 
Na alternativa “E”, temos uma afirmativa verdadeira. A suscetibilidade à dengue 
hemorrágica não está totalmente esclarecida. As hipóteses que procuram explicar sua ocorrência 
relacionam o aparecimento da dengue hemorrágica à virulência da cepa infectante (Teoria de 
Rosen), à ocorrência de infecções sequenciais por diferentes sorotipos num período de três meses 
a cinco anos (Teoria de Halstead) e a fatores de risco relacionados ao hospedeiro, como idade, 
sexo, estado imunitário e outros (Teoria da Multicausalidade). Na Teoria de Rosen, existe uma 
relação entre o aparecimento da dengue hemorrágica e a virulência da cepa infectante, de modo 
que as formas mais graves são resultantes de cepas extremamente virulentas. Por outro lado, a 
Teoria de Halstead afirma que a resposta imunológica, na segunda infecção, é exacerbada, o que 
resulta numa forma mais grave da doença. Por fim, a Teoria Integral de Multicausalidade, que tem 
sido proposta por autores cubanos, relata que se aliam vários fatores de risco às teorias de 
Halstead e da virulência da cepa. 
 
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24 
Sugere-se dar preferência à escolha da alternativa correta, e não da incorreta. Esta última 
formulação é considerada antipedagógica. 
 
REFERÊNCIAS 
CONTROLE DE ENDEMIAS (SUCEN) - Diretoria de Combate a Vetores (DCV). Guia básico de Dengue. 
2002. Acesso em setembro de 2012. Disponível em: 
http://portal.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao/orientacao/guia_basico_de_dengue.pdf 
 
RAMOS JUNIOR. A.N. et al. Dengue. In: Batista et al. Medicina Tropical – Abordagem atual das 
Doenças Infecciosas e Parasitárias. Cultura Médica, 2001, p. 613-620. 
 
VOLTARELLI, J.C. et al.Imunologia Clínica na Prática Médica. São Paulo: Editora Atheneu, 2008. 2ª 
ed. 377 p. il. 
 
 
QUESTÃO 15 - Autoras: Claudia Almeida Coelho de Albuquerque , Mara Sandra Giacomini 
Pivesso e Sara Cristiane Barauna – docentes FURB 
 
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica, que afeta o sistema nervoso central 
provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus 
portadores. Os sintomas caracterizam-se por distúrbios visuais, perda de sensibilidade dos 
membros inferiores, fadiga, disfunções motoras e dor. A patologia é um processo inflamatório que 
causa uma lesão nos axônios neuronais e produz uma esclerose em vários locais do sistema 
nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
25 
 
Disponível me https://esclerosemultipla.wordpress.com/category/esclerose-multipla. Acesso em 10 ago.2010. 
 
Nesse contexto, qual a importância da bainha de mielina na função neurológica? 
A) Proteger as fibras nervosas contra agressões físicas, químicas e biológicas. 
B) Retardar a propagação dos impulsos através dos neurônios cerebrais motores. 
C) Dar consistência a fibra nervosa para que não seja comprimida por músculos. 
D) Isolar a fibra nervosa e permitir a condução saltatória dos potenciais de ação. 
E) Promover o transporte axonal que ocorre em vários pontos do sistema nervoso central. 
 
Gabarito: alternativa D 
COMENTÁRIO: 
 
De acordo com a APEM (Associação Paulista de Esclerose Múltipla), estima-se que, no Brasil, 
a incidência da esclerose múltipla seja de 10 casos para cada 100 mil habitantes. Em um estudo 
realizado no estado de São Paulo, foi demonstrada a incidência de 5/100.000 habitantes (OLIVEIRA 
et al., 1999). 
Como citado no enunciado da questão, essa doença promove uma desmielinização 
progressiva dos axônios dos neurônios do sistema nervoso central, o que acarreta diversos 
problemas que prejudicam a qualidade de vida dos portadores, como a perda da visão, rigidez 
generalizada, visão dupla, fraqueza, dormência, dor, falta de equilíbrio e comprometimento 
intelectual (BRUNNER et al., 2005). 
A bainha de mielina é um sistema de membranas que envolvem os axônios dos neurônios. 
No sistema nervoso central, essa estrutura é formada por prolongamentos que partem dos 
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oligodendrócitos. Essas células possuem a capacidade de formar múltiplos segmentos da bainha de 
mielina em diferentes axônios ou em um mesmo axônio (SOLDAN; PIRKO, 2012). 
A formação da bainha de mielina envolve um processo complexo, dependente de 
diferenciação celular, interação com sinais provenientes do meio e alterações na morfologia da 
célula (GARTNER; HIATT, 2003). Nas doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, qualquer 
um dos fatores acima citados pode sofrer alteração. Devido à sua composição e complexidade 
estrutural, a bainha de mielina torna-se suscetível às respostas inflamatórias autoimunes (SOLDAN; 
PIRKO, 2012). 
A alternativa “A” está incorreta, pois a estrutura da bainha de mielina não está diretamente 
relacionada com a função protetora, embora os prolongamentos dos oligodendrócitos possam 
indiretamente contribuir com o papel de sustentação. Estudos imunohistoquímicos de Simons e 
Trajkovic (2006) revelaram que a mielina de mamíferos conta com aproximadamente 70% do peso 
seco do SNC. Ela é composta por lipídeos (70-75% do peso seco) e proteínas (25-30%). O colesterol 
é encontrado em torno de 25%, os fosfolipídeos em torno de 40-45% e o restante, 25-30%, é de 
galactolipídeo (GalC). 
A alternativa “B” está incorreta, uma vezque a bainha de mielina é uma estrutura única 
formada por uma membrana lipídica rica em glicofosfolipídeos e colesterol que recobre os axônios 
e facilita a rápida comunicação entre os neurônios. 
A bainha de mielina acelera a condução do impulso nervoso, pois funciona como um isolante. 
Sendo assim, os impulsos ocorrem de maneira saltatória ao longo do axônio, através dos nódulos 
de Ranvier, que funcionam como replicadores, e o impulso é fortalecido e enviado em salvas, de 
nódulo em nódulo, onde os íons de sódio invadem o nódulo e em seguida os canais de potássio se 
abrem para propulsionar o impulso até o nódulo seguinte. A influência que a mielina pode causar 
na velocidade de condução ocorre através da regulação do diâmetro do axônio, da espessura da 
bainha de mielina, do número e do espaço de nódulos de Ranvier, da estrutura nodal e da 
composição molecular dos canais de íons nas regiões nodais e paranodais (MENDES et al., 2011). 
A alternativa “C” está incorreta, pois dar consistência ou resistência à fibra nervosa não tem 
relação com a função da mielina, e sim com a função da estrutura do tecido conjuntivo, rico em 
colágeno, que envolve o nervo, no SNP – endoneuro, perineuro e epineuro (GARTNER; HIATT, 
2003). 
A alternativa “D” está correta, porque, para aumentar a velocidade de condução do potencial 
de ação, os axônios são envolvidos por uma camada isolante constituída por lipídeos e algumas 
proteínas: a bainha de mielina. Essa bainha é interrompida de intervalo em intervalo por espaços 
regulares denominados “nós de Ranvier”, os quais têm sido considerados uma estrutura essencial 
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para a condução de impulsos nervosos rápidos, pois é nesses locais não isolados do axônio que o 
potencial de ação se regenera (KANDEL et al., 2003). 
 
A alternativa “E” está incorreta, pois o transporte axonal é dependente de estruturas do 
citoesqueleto celular e/ou neuronal. O citoesqueleto é composto por um conjunto de proteínas 
responsáveis por garantir a forma da célula e a movimentação celular, promover a adesão célula-
célula e, dentre outras funções, permitir o transporte intracelular de organelas e vesículas 
(ALBERTS, 2006). Os microtúbulos são componentes do citoesqueleto localizados no citoplasma das 
células e nos axônios dos neurônios. Essas estruturas permitem o transporte de vesículas axonais 
com o auxílio de proteínas motoras que utilizam a energia proveniente da hidrólise do ATP. As 
dineínas e as cinesinas constituem um grupo de proteínas motoras que transportam as vesículas do 
terminal axonal em direção ao corpo celular e do corpo celular para o terminal axonal, 
respectivamente (ALBERTS, 2006). 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALBERTS, B. Fundamentos da biologia celular.2ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
BRUNNER, L. S.et al. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica.10ed. Rio de Janeiro : Guanabara 
Koogan, 2005. 
 
GARTNER, L.P.; HIATT, J. Tratado de Histologia em Cores. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2003. 
 
KANDEL, E.R.; SCHWARTZ, J.H.; JESSEL, T.M. Princípios da Neurociência. 3 ed. Barueri: Manole, 
2003. 
 
MENDES, P.B.; MELO, S.R.Origem e Desenvolvimento da Mielina no Sistema Nervoso Central – um 
estudo de revisão. Revista Saúde e Pesquisa, 2011; 4:93-99. 
 
OLIVEIRA, E.M.L.; ANNES, M.;OLIVEIRA, A.S.B.; GABBA, A.A. Estudo clínico de 50 pacientes 
acompanhados no ambulatório de neurologia UNIFESP-EPM. ArqNeuro-Psiquiatria 1999; 57(3B): 
775-83. 
 
SOLDÁN, M.M.P.; PIRKO, I. Biogenesis and Significance of Central Nervous Systema Myelin. 
SeminNeurol. 2012; 32:9-14. 
 
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3.2 Fundamentos de Enfermagem 
 
Na formação do enfermeiro generalista observa-se cada vez mais a necessidade de se 
utilizar uma abordagem integral no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, 
objetivando de que o estudante possa incorporar em sua prática os aspectos sociais, legais, 
políticos e éticos que envolvem a sua profissão e a sociedade como um todo. 
Dentro desta grande área são abordados conteúdos referentes aos seguintes temas: 
cidadania e saúde, englobando as políticas públicas de saúde, as disciplinas saúde coletiva e 
epidemiologia; exercício profissional que envolve, além da legislação, os aspectos éticos da 
profissão e a bioética; o processo de investigação em saúde/ enfermagem e a biossegurança. 
O tipo de agrupamento de grandes áreas e áreas apresentado é peculiar ao Exame Nacional 
de Desempenho dos Estudantes, o que, muitas vezes, difere das organizações curriculares dos 
cursos de Enfermagem do país, visto que para a maioria dos cursos o Fundamento de Enfermagem 
inclui também disciplinas de cunho profissionalizante, tais como práticas de enfermagem e 
disciplinas das áreas básicas, como anatomia, fisiologia, histologia, entre outras. Isto fica claro na 
apresentação das questões específicas da prova. Observa-se a prevalência de questões 
relacionadas à área de saúde coletiva, em especial o tema de políticas públicas, sendo que os 
demais temas desta grande área não foram inclusos. 
Consideram-se os temas inclusos nesta grande área de relevância para a formação do 
profissional enfermeiro, como também do cidadão brasileiro, pois estes são fundamentais 
na produção de uma prática profissional coerente política e socialmente. 
A nosso ver porém, as áreas deveriam ser contempladas de forma mais equânime, pois 
foram distribuídas de forma desigual, abordando mais alguma áreas específicas em detrimento de 
outras. 
 
QUESTÃO 12 - Autores: Silvana Scheidemantel Schroeder e Jarbas Galvão – docentes 
FURB 
 
Um paciente internado na clínica médica há 12 dias, com história de fratura de fêmur 
esquerdo, faz uso de anticoagulante. Estão prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 horas. No 
posto da unidade de internação, há um frasco de heparina de 5 ml, contendo 5 000 UI/mL. Quantos 
mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada horário? 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
29 
a) 1,8 
b) 2,0 
c) 2,2 
d) 2,4 
e) 3,5 
_____________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa D. 
COMENTÁRIO: 
 
A heparina é um anticoagulante cuja via de administração é subcutânea ou endovenosa. 
Sua apresentação é em Unidades Internacionais e pode ser em frasco-ampola de 5.000UI/ml 
(25.000UI/5ml), em ampolas (5.000UI/0,25ml) e nas seringas já preparadas (de acordo com o 
fabricante). Sua dosagem é calculada com base nas provas de coagulação e no diagnóstico do 
paciente. O enfermeiro deve estar atento aos locais de aplicação e realizar o rodízio (abdome, 
coxas, braço), buscando sinais de hematomas. Deve-se evitar, se possível, durante o tratamento 
com a heparina, a administração de medicamentos via intramuscular. A dosagem é calculada com 
base numa regra de três, de acordo com a apresentação disponível na instituição. 
Neste caso a conta ficaria assim: 
5.000 UI -------- 1 ml 
12.000 UI -------- X 
 
X= 12.000 UI x 1 ml 
 5.000UI 
 
X= 2,4 ml 
 
REFERÊNCIAS 
 
DICIONÁRIO DE ESPECIALIDADES FARMACÊUTICAS: DEF 2011-12 – 40 ed. Rio de Janeiro: 
Publicações Científicas, 2011. 
 ANALYSIS – O ENADE NAFORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
30 
LIMA, Ana Beatriz Destruti de. Cálculos e conceitos em farmacologia. 14 ed. São Paulo: Ed. Senac. 
2007. 
TIMBY, Barbara Kuhn. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 8 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 
QUESTÃO 17 - Autora: Margot Friedmann Zetzsche – docente FURB 
 
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) vislumbra a transformação do modelo assistencial 
em curso no país. A Política de Saúde Mental também objetiva a transformação do modelo, e uma 
de suas estratégias constitui-se nos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS). Os CAPS e as ESF são 
processo simultâneos, porém ainda pouco articulados. As práticas de ESF e Saúde Mental 
assemelham-se quanto 
A) Adotam a abordagem individual. 
B) Dão ênfase aos deveres dos usuários. 
C) Reconhecem as pessoas por seus quadros patológicos. 
D) Elegem o território como lócus de coprodução de saúde. 
E) Visam aumentar a autonomia do profissional frente às condições de trabalho. 
_____________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa D. 
COMENTÁRIO: 
 
Os serviços de saúde mental inserem-se em todos os níveis de complexidade do SUS e 
compõem a rede de atenção à saúde e a rede de atenção psicossocial. Considerando-se a lógica de 
construção do SUS, que privilegia os cuidados comunitários, a integralidade da atenção e a inserção 
do indivíduo em seu território, o cuidado em saúde mental deverá conceitualmente ser um cuidado 
compartilhado pelas equipes. As equipes de atenção básica e de atenção psicossocial deverão, 
necessariamente, passar por momentos de encontro e discussão com o olhar etnográfico, 
privilegiando os aspectos comunitários e a inserção do indivíduo em seu território, família e 
comunidade, além de suas crenças e sua história de vida. 
A alternativa “A” está incorreta, pois a abordagem é, por princípio, familiar e comunitária. 
 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
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A alternativa “B” está incorreta, pois toda discussão sobre saúde deve contemplar 
igualmente direitos e deveres. 
 
A alternativa “C” está incorreta. A abordagem é sempre pelo princípio da integralidade, 
vendo o indivíduo como biopsicossocial; nunca é centrada na doença. 
 
A alternativa “D” está correta, pois o território é o locus privilegiado de produção de saúde 
(CAMPOS, 2006). 
 
A alternativa “E” está incorreta. A autonomia do profissional se dá pelo conhecimento e 
inserção em sua prática profissional, e não pela aproximação ou não de ambas as práticas. A 
aproximação entre os serviços decorre da lógica de compreensão do cuidado, podendo, inclusive, 
possibilitar maior autonomia e criatividade para os profissionais (FREIRE, 1996). 
 
 
REFERÊNCIAS 
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza Campos et al. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006. 871p. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1996. 
MENDES, E. V. Distrito Sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema 
Único de Saúde. São Paulo/Rio de Janeiro: HUCITEC-ABRASCO, 1995. 
 
QUESTÃO 18: ANULADA - Autora: Silvana Scheidemantel Schroeder – docente FURB 
 
O paciente M. K. , de 34 anos de idade, do sexo masculino, alérgico à dipirona e penicilina, 
encontra-se em primeiro pós-operatório de septoplastia, com tampão nasal limpo e seco e com 
queixa de cefaléia intensa durante o período da noite. Em sua prescrição médica, encontra-se 
receitada dipirona 1g – EV S/N. O enfermeiro responsável pelo cuidado desse paciente, após 
avaliação da queixa, consultou o prontuário e, diante da prescrição, administrou a medicação, 
conforme indicação do cirurgião. Nesse caso, considera-se que a segurança do paciente está em 
risco por erro de= 
A) Administração de medicamento não autorizado. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
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B) Administração pela via errada. 
C) Prescrição. 
D) Preparo. 
E) Dose. 
_______________________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa C. 
COMENTÁRIO: 
 
O metamizol sódico, ou dipirona sódica, é usado como analgésico e antitérmico. Pode ser 
administrado por via oral ou parenteral. Seu metabolismo é através do fígado e é excretado pelos 
rins. A dipirona tem como reações adversas: ardor, edema, prurido, rubor e urticária. Porém sua 
maior reação adversa é a agranulocitose, ou trombocitopenia. Esse tipo de reação fez com que a 
dipirona fosse banida de praticamente toda a União Europeia e dos Estados Unidos. No Brasil ela é 
largamente comercializada. A prescrição de um medicamento é de responsabilidade do médico. 
Sabendo antecipadamente que o paciente era alérgico à dipirona, o profissional não deveria tê-la 
prescrito. Para tanto, uma anamnese completa pré-operatória deveria ter sido realizada. Essa 
anamnese faz – ou deveria fazer – parte da rotina pré-operatória. O médico deveria tê-la observado 
antes de prescrever o medicamento, pois a indicação de medicamentos é de sua responsabilidade. 
O enfermeiro não feriu a regra dos 5 certos: medicamento certo, dose certa, paciente certo, 
horário certo e via certa, porém seguiu a prescrição, que estava errada, colocando em risco a 
segurança e a vida do paciente. 
A alternativa “A” está incorreta, pois a medicação estava prescrita. A alternativa “B” está 
incorreta por não haver erro de via. As alternativas “D” e “E” estão incorretas, pois não houve erro 
de preparo ou dose. A alternativa certa é a “C”, pois a falha estava na prescrição. 
A questão foi anula provavelmente porque há uma falha ética grave ao envolver outro 
profissional. Não é uma questão que acrescenta conhecimento para o acadêmico de enfermagem. 
 
REFERÊNCIAS 
Dicionário de Especialidades farmacêuticas: DEF 2011-12 – 40 ed. Rio de Janeiro: Publicações 
Científicas, 2011. 
POTTER, Patrícia Ann; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2009. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
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TIMBY, Barbara Kuhn. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 8 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 
QUESTÃO 20 - Autora: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – docente FURB 
 
O gráfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de 
saúde no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. Considerando que 
os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença, para tentar interromper sua 
cadeia de transmissão, é fundamental a 
A) Realização de prova tuberculínica cutânea em todas as pessoas com casos suspeitos e em 
seus comunicantes. 
B) Percepção de que existem pessoas expostas aos bacilos que não desenvolvem a doença, 
mas a transmitem por meio de materiais de uso comum. 
C) Busca ativa de sintomático respiratório, isto é, de indivíduos com tosse por tempo igual ou 
superior a seis semanas. 
D) Compreensão de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no mesmo 
ambiente domiciliar com o caso índice no momento do diagnósticoda tuberculose. 
E) Descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomático respiratório na 
população com tosse há mais de três semanas. 
_________________________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa E. 
COMENTÁRIO: 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
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A alternativa “A” está incorreta porque a prova tuberculínica cutânea não é a maneira mais 
eficaz de interromper a cadeia de transmissão da tuberculose. A melhor forma é através da busca 
ativa. 
A alternativa “B” está incorreta porque a transmissão da tuberculose ocorre por meio de 
gotículas contendo bacilos expelidos por um doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar 
ou falar, e não por meiro de materiais de uso comum (Caderno de Atenção Básica nº 21 do 
Ministério da Saúde, 2010). 
A alternativa “C” está incorreta porque a busca ativa do sintomático respiratório deve ser 
realizada para pessoas sintomáticas respiratórias com expectoração há pelo menos três semanas. O 
que pega nesta questão é o fato de ela afirmar “com tosse por tempo igual a seis semanas”. 
A alternativa “D” está incorreta porque afirma que o contato abrange familiares que 
convivem no momento do diagnóstico, mas pode tratar-se de pessoas que são parentes ou que não 
coabitam com um paciente com tuberculose. Não precisa ser somente familiares. 
A alternativa “E” está correta porque explica corretamente o que é busca ativa. De acordo 
com o Caderno de Atenção Básica nº 21, o sintomático respiratório é a pessoa que está com tosse 
há mais de três semanas. 
Nesta questão, o gráfico pode confundir o aluno e só foi utilizado para ilustrar, não tendo 
relação com o enunciado. Foi, inclusive, pouco pedagógico, pois a questão não solicita a sua 
análise. 
REFERÊNCIA 
BRASIL. Caderno de Atenção Básica nº 21 do Ministério da Saúde, Brasília, 2010. 
 
QUESTÃO 25: ANULADA - Autora: Cláudia Regina Lima Duarte da Silva – docente FURB 
 
O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na implantação do Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF), elementos 
essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de um 
conjunto de questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se tem denominado 
atenção básica à saúde no Brasil, e de suas relações com os demais níveis do sistema. Essa 
discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade e da equidade, em um contexto 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
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de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS, 
consignados na legislação constitucional e infraconstitucional. 
Considerando o texto como referência inicial, assinale a opção correta acerca da atenção 
básica em saúde. 
A) O Programa Saúde da Família é a estratégia prioritária para a reorganização da atenção 
básica, por ser um atendimento prestado por equipes especialistas que se responsabilizam 
pela sfamílias cadastradas em sua área. 
B) A equipe mínima para a ESF é composta por um médico da família, um enfermeiro, um 
auxiliar de enfermagem, um dentista, agentes comunitários de saúde, um auxiliar e um 
técnico em higiene dental. 
C) A atenção básica é considerada a porta de entrada para o SUS por cuidar apenas da 
promoção da saúde e da prevenção primária. 
D) Cada equipe da ESF é responsável pelo acompanhamento de 3 mil pessoas ou 500 famílias 
de determinada área. 
E) O PACS substitui a ESF em municípios com menos de 50 mil habitantes. 
_________________________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa E. 
COMENTÁRIO: 
 
A alternativa “A” está incorreta porque afirma que “O Programa Saúde da Família presta 
atendimento por equipes especialistas” e, ao utilizar esse termo – especialistas, se refere a um 
atendimento de referência, como a Policlínica, com profissionais especialistas. 
A alternativa “B” está incorreta porque a “equipe mínima” para a ESF é composta por 
médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e ACS, conforme a PORTARIA Nº 2.488, que aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica. Existem 2 modalidades de equipes de saúde da família: a 
modalidade 1 é a equipe mínima e a 2 engloba a odontologia. 
A alternativa “C” está incorreta porque afirma que a atenção básica cuida “apenas” da 
promoção e prevenção: falta a recuperação da saúde. Todas as questões que possuem palavras 
excludentes, como “apenas”, “somente” etc., devem ser lidas com mais cuidado e reavaliadas (são, 
inclusive, antipedagógicas, portanto nem deveriam ser utilizadas no ENADE). 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
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A alternativa “D” está incorreta porque afirma que 500 famílias são 3 mil pessoas, e não dá 
para determinar a quantidade de membros de cada família. O critério estabelecido na Portaria nº 
648 é o número de famílias, e não de pessoas. 
A alternativa “E” está correta porque em municípios com menos de 50 mil habitantes o 
PACS substitui a ESF. 
A situação não corresponde à realidade de Blumenau e região, pois os municípios de Santa 
Catarina implantam a ESF, independentemente do número de habitantes. Para acertar esta 
questão, seria preciso proceder por eliminatória. 
Observa-se que as questões de saúde coletiva do ENADE levam muito em consideração a 
realidade das regiões mais carentes do Brasil. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011. Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a 
organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS). 
 
QUESTÃO 27 - Autora: Gisele Cristina Manfrini Fernandes – docente FURB 
 
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSC) é uma diretriz para 
orientar o empresariado no estabelecimento de um plano de saúde ocupacional para o 
trabalhador. 
Em muitas atividades, há risco aumentado de aquisição e de transmissão de doenças 
infecciosas no ambiente de trabalho. É importante a educação em relação ao emprego correto das 
técnicas de proteção individual, assim como a indicação correta da vacinação adequada, 
preferencialmente ao ingresso do profissional em sua atividade. 
BALLALAI, I; MIGOWSKI, E. Imunização e Prevenção nas empresas: um guia de orientação para a saúde dos negócios e do trabalhador. 
Rio de Janeiro, 2006. 
 
São vacinas recomendadas para todos os profissionais de saúde pelo calendário de 
vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações: 
 
A) Pneumocócica, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
B) Tríplice viral, hepatite A e B e cólera (oral) 
C) Febre amarela, meningocócica C conjugada e difteria, coqueluche e tétano. 
D) Hepatite A e B, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
 ANALYSIS – O ENADE NA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Análise da prova de 2010 
ORGANIZADORES: Silvana Scheidemantel Schroeder, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes 
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E) Raiva, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
_____________________________________________________________________ 
Gabarito: alternativa D. 
COMENTÁRIO:

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