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Jully Gabriela - Turma L Fisiologia da Suprarrenal (Adrenal) Fisiologia do Estresse O terceiro hormônio que a suprarrenal libera (1º cortisol; 2º aldosterona), é a adrenalina - por isso a glândula também é chamada de Adrenal. ● Anatomia e Histologia ○ As glândulas suprarrenais estão repousadas em cima de cada rim (esquerdo e direito), logo, temos duas glândulas suprarrenais. Quando há lesão em uma das glândulas, a outra consegue suprir a atividade da outra por um bom tempo. ○ No centro da glândula temos a medula da suprarrenal, na parte periférica, eu tenho o córtex da glândula da suprarrenal. ○ A glândula suprarrenal secreta diversos hormônios e cada região secreta um tipo de hormônio. Por exemplo, em casos de lesões da glândula, o paciente perde a função apenas da região lesada. Porque cada região é específica. ○ Medula da Suprarrenal: Secreta adrenalina (catecolaminas). 1 ○ Córtex da Suprarrenal: Secreta os hormônios esteróides - cortisol e aldosterona. ○ Hormônios Esteróides: São aqueles derivados do colesterol - ou seja, tanto aldosterona como o cortisol vieram do colesterol. ● A parte mais externa da glândula é a cápsula, que consiste num tecido conjuntivo que envolve a glândula e não secreta nenhum hormônio. ● Zona glomerulosa: é a parte mais externa do córtex, responsável por secretar aldosterona - mineralocorticóide. ○ mineralo - porque aumenta absorção de sódio - íon Na+ (mineral) ○ corticóide - porque veio do colesterol ● Zona fasciculada: secreta os glicocorticóides - cortisol. ○ glico - aumenta a glicemia durante o estresse ○ corticóide - porque veio do colesterol ● Zona reticular - produz os hormônios sexuais - andrógenos, a testosterona. Na mulher, uma reserva importante do hormônio testosterona (pois não possuem testículo), é a suprarrenal. A testosterona é importante para o líbido. 2 ● FISIOLOGIA DO CONTROLE DA PA - ALDOSTERONA ○ O corpo sempre precisa manter a perfusão dos seus tecidos - manter/oferecer os combustíveis da vida (O2, glicose, íons, hormônios) através do sangue para os tecidos. ○ A pressão arterial é uma maneira direta de medir a perfusão. ○ O que mantém a perfusão do nosso corpo é a volemia, ou seja, a quantidade de sangue circulando no corpo. Em casos de hemorragia, que há pouca quantidade de sangue disponível, significa que a perfusão está ruim. ○ O nosso corpo é constituído principalmente de água - 80%, logo, quando eu penso em volemia, penso diretamente em água. ○ Devemos possuir controles altamente eficientes para manter essa volemia em valores fisiológicos. ○ Em uma queda de volemia causada por exemplo, por um corte, faz com que a aldosterona entre em ação. A aldosterona age resgatando essa volemia, porque ela aumenta a reabsorção de sódio renal e manda para o seu sangue. O sódio vai atrair água - aumento de volemia. Quando eu penso em queda de volemia não é só no paciente do pronto socorro, você agora se não beber muita água vai começar a desidratar e a aldosterona vai agir! 3 ○ Mecanismo de ação da aldosterona ● Tudo começa com a queda da pressão arterial/volemia - por exemplo, uma pessoa na praia que está ingerindo água e exposta ao sol, começa a perder água do sangue - desidratar - isso gera a causa da pressão arterial, o mesmo acontece numa hemorragia ou queimadura. Essa queda da PA desencadeia o sistema renina - angiotensina - aldosterona. ● Queda de PA = queda em todo seu território arterial. Se a pressão arterial está baixa, a artéria renal está com pressão baixa, e logo é importante não perder essa água para a urina. ● A artéria renal vai se ramificar formando diversas arteríolas aferentes que vai chegar até a parte funcional do rim, o néfron. Posteriormente, essa arteríola forma o glomérulo, onde o sangue vindo do coração é filtrado e entra nos ductos do néfron - túbulo contorcido proximal, alça de Henle ascendente/descendente, túbulo contorcido distal, ducto coletor, uretra e etc. ● RENINA: As células justaglomerulares estão localizadas nas arteríolas aferentes, essas células estão em contato com o túbulo contorcido distal. Num caso de hemorragia, ocorre queda da pressão arterial na arteríola aferente que também ocasiona uma diminuição do filtrado. Então qualquer queda de PA, resulta em queda de filtrado glomerular. As células justaglomerulares possuem a capacidade sentir a queda do volume de filtrado glomerular no TCD. Assim, quando percebem essa queda de volemia, começam a secretar RENINA. ● ANGIOTENSINOGÊNIO: secretado pelo fígado constantemente, porém está na forma inativa. A RENINA vai clivar o ANGIOTENSINOGÊNIO (inativo), transformando em ANGIOTENSINA I. ● ANGIOTENSINA I irá se transformar em ANGIOTENSINA II, por ação da ECA (enzima conversora de angiotensina). A ECA está mais concentrada no endotélio do pulmão, porém está presente na maioria dos vasos sanguíneos. 4 ● ANGIOTENSINA II, a sua primeira função é a vasoconstrição. Em um segundo momento vai estimular o córtex da suprarrenal a secretar a ALDOSTERONA. ● ALDOSTERONA vai ser secretada pela suprarrenal e cair no rim. No rim, ela vai agir principalmente no ductos coletores, onde eu não tenho fisiologicamente uma reabsorção de água. Na imagem, em amarelo é o túbulo (se continuar vai para ureter), em azul são as células que compõe os ductos e em azul claro no zoom da imagem, o sentido da seta seria o sangue. Por exemplo, se reabsorve nessa direção, volta para o corpo ao invés de ser eliminado pela urina. A aldosterona vai começar a bombear sódio para o sangue, com o influxo de sódio para o sangue, o sódio começa a atrair água que ainda está na urina. Com essa ação da aldosterona, ocorre diminuição da diurese e aumento da volemia (água no sangue). ● O sistema RENINA - ANGIOTENSINA - ALDOSTERONA, culmina em três funções: vasoconstrição pela ANG II, aumento de volume pela ALDOSTERONA e queda de diurese pela ALDOSTERONA. ● O “sistema desliga” quando começa aumentar a PA e as células justaglomerulares não mais percebem a queda de volemia (pois aumentou) e não secreta mais renina. 5OBS - Paciente com insuficiência renal crônica, ele evolui para hipertensão muito intensa, que consequentemente terá falência renal e terá que realizar hemodiálise. Quando avaliamos o sangue de um paciente com insuficiência renal no começo, notamos que ele tem bem mais aldosterona e ANG II que uma pessoa saudável. A insuficiência renal faz com que por outras causas o paciente tenha uma diminuição do filtrado. Logo, qualquer fator que diminua a filtração no glomérulo vai ativar esse sistema. O tratamento desse paciente pode ser o uso por exemplo de um inibidor de ECA, ou uma droga que bloqueia o receptor de aldosterona ou uma droga que bloqueia a ação da renina. ● FISIOLOGIA DO ESTRESSE - CORTISOL ○ O corpo sempre se adapta frente a uma situação aversiva - qualquer situação que ofereça algum risco à vida, exemplo fome, frio, medo, infecção, prova do Rodolfo, Bolsonaro armado - ou seja qualquer situação de risco é uma situação de estresse, então eu tenho o estresse presente. O estresse está presente a todo momento da minha vida - não há como ter vida sem estresse. 6 Na imagem acima mostra a primeira raça humana que controlou o fogo, a 700 anos atrás, nela podemos ver esse controle do estresse. O estresse gerado pelo medo do desconhecido ou pela fome, fez o homem descobrir o fogo. Ou seja, o estresse nos torna melhores. Sempre que temos uma situação de estresse, já que ele faz parte do nosso cotidiano, nosso sistema endócrino consegue em poucos minutos/segundos aumentar no seu sangue quem vai controlar esse estresse, o cortisol. Estresse - Fome: ele fornece glicose para o corpo, ou seja, fornece energia. É em razão disso, que o cortisol também pode ser chamado de glicocorticóide. Esse aumento de glicose no seu corpo vai ser direcionado para duas áreas. A primeira área é o seu cérebro, porque é seu cérebro que pensa num plano contra o estresse - plano de sobrevivência - ex: criar o fogo. A segunda área envolvida no estresse é o músculo que executa. É por isso que esse aumento de glicemia é tão importante. Se estamos aqui hoje é porque sobrevivemos a várias situações de estresse/ aversiva. Cortisol aumenta a glicemia, oferece essa glicemia para o córtex pré-frontal que cria um plano. Estimula também o córtex motor que vai enviar impulso elétrico aos músculos para executar o plano. 7 ● HIPOTÁLAMO ○ O hipotálamo consegue identificar o estresse, seja ele originário do frio, fome ou lesão. Logo, é ele quem inicia o sistema que aumenta o cortisol no sangue. ○ O Hipotálamo está localizado no Sistema Límbico, responsável por gerar as emoções. ○ Situação de estresse: Entra na sala o Leatherface (massacre da serra elétrica), então inicia-se o estresse pelo medo. A imagem do sujeito será formada no seu córtex occipital - não gera pensamento. Porém tudo aquilo que entra nas suas áreas de sensações vai para o seu sistema límbico, logo em poucos segundos, você envia essa informação para o sistema límbico. Quando a informação percorre o sistema límbico gera-se uma emoção, e é o hipotálamo responsável por gerar essa experiência emocional - estresse (medo). ○ Hipotálamo começa liberar o hormônio liberador de corticotropina (CRH) ○ OBS: No nosso sistema límbico existe a área de punição e a área de recompensa, que é relativo, depende da genética e das experiências/controle durante a vida. Amígdala, é a emoção do medo. ● HIPÓFISE ○ A ADENO-HIPÓFISE recebe o CRH do hipotálamo através da circulação porta, que vai estimular a liberação do hormônio adrenocorticotrófico ou corticotropina (ACTH). ● GLÂNDULA SUPRARRENAL ○ O ACTH vai chegar até a glândula suprarrenal e estimular a liberação do CORTISOL. ● CORTISOL ○ Funções: ■ Aumento da Glicemia 8 Fígado (1º momento): Vai realizar glicogenólise - queima glicogênio e manda essa glicose para as células. Tecido Adiposo (2º momento): Realiza lipólise (queima principalmente ácido graxo), e manda para o fígado, o qual realizará gliconeogênese, formará um nova glicose. Apenas no fígado existem enzimas capaz de transformar ácido graxos em glicose. Músculo (3º momento): Realiza proteólise, começa a queimar proteínas. Esse aminoácido também vai para o fígado, a diferença aqui é que se trata de uma gliconeogênese proteica. ■ Inibe (suprime) a resposta do Sistema Imunológico Suponhamos que entre uma farpa na sua mão e as bactérias presentes nela começam a ser liberadas. No tecido existem células que reconhecem corpos estranhos, os mastócitos e macrófagos (em azul), que precisam recrutar as células do sangue - neutrófilos. Os mastócitos atraem os neutrófilos secretando substâncias de quimioatração (histamina, prostaglandina etc). Quando os neutrófilos chegam na área 9 lesada, eles destroem as bactérias liberando citocinas. O cortisol é um anti-inflamatório, ele vai agir nos mastócitos diminuindo a síntese de prostaglandina e bradicinina - diminui a oferta de neutrófilos. O cortisol também age nos neutrófilos, diminuindo a síntese de citocinas. Diminui tanto o ataque como o recrutamento. ● Mecanismo de ação de prednisona e o efeito colateral A prednisona é um anti-inflamatório que visa imitar o efeito do cortisol - glicocorticóide. O meu corpo ele secreta uma quantidade de cortisol suficiente, quando eu tomo essa droga eu começo aumentar a quantidade que seria a fisiológica. Assim, a pessoa vai ter o efeito do cortisol - vai diminuir a resposta imunológica. Porém, devido ao cortisol estar em excesso ele começa a imitar os efeitos dos mineralocorticóides (porque ambos vêm do colesterol). Ou seja, toda vez que há excesso de glicocorticóide um pouco dele vai agir como mineralocorticóide e o principal efeito colateral é o edema facial. Eu sei que no néfron existe a aldosterona que aumenta a reabsorção de sódio e atrai a água e aumenta a volemia, esse paciente começa a ter maior reabsorção de sódio, maior volemia - mais volume de sangue. Em alguns pontos do corpo esse sangue vai extravasar mais para o interstícioprovocando o edema, como ocorre na face e no abdome. O paciente apresenta face de lua. 10
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