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INTRODUÇÃO À RESPONSABILIDADE C.

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INTRODUÇÃO À RESPONSABILIDADE CIVIL 
Direito Civil
DEVER JURÍDICO PRIMÁRIO E SUCESSIVO
De acordo com o art. 1º do Código Civil, toda pessoa é titular de direitos e deveres na ordem jurídica brasileira. É possível afirmar que existe um dever jurídico primário de não causar dano a outrem (não lesar) – neminem laedere (a ninguém se deve lesar). Violado este dever primário, surge outro: o dever jurídico sucessivo de reparar o dano, afinal de contas aquele que causar dano a outrem fica obriga a repará-lo (art. 927, do CC).
DEVER JURÍDICO PRIMÁRIO E SUCESSIVO
Na perspectiva constitucional, a própria ideia da proteção à dignidade humana – a valorar a pessoa como centro em torno do qual os institutos jurídicos devem ser compreendidos –, a solidariedade social e o princípio da igualdade são fundamentos nobres que devem ser efetivados (Teoria da Irradiação e Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais) na responsabilidade civil, erigida sobre os pilares da eticidade, operalidade e socialidade.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Para RUI STOCO, responsabilidade civil quer dizer responder a alguma coisa, ou seja, a necessidade que existe de responsabilizar alguém por seus atos danosos.
Para M.H.D., a responsabilidade civil consiste na aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar o dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou de animal sob sua guarda, ou ainda, de simples imposição legal.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Para ÁLVARO VILLAÇA AZEVEDO, a responsabilidade civil nada mais é do que o dever de indenizar o dano que surge sempre quando alguém deixa de cumprir um preceito estabelecido num contrato ou quando deixa de observar o sistema normativo que rege a vida do cidadão.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil deriva da transgressão de uma norma jurídica pré-existente, com a consequente imposição ao causador do dano do dever de indenizar. Consiste em atribuir a alguém, violador de um dever jurídico primário, as consequências danosas de seu comportamento, impondo a obrigação de indenizar. Este descumprimento vai gerar dever de recomposição ao status quo ante. 
RESPONSABILIDADE CIVIL
A recomposição que acabamos de nos referir, deve ser integral, sendo norteada no Brasil pelo princípio da restitutio in integrum, chamado por alguns de princípio do imperador ou da reparação integral.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Vejamos o que positiva nossa Carta Magna de 1988, sobre a ideia de responsabilidade civil:
	Art. 5º [...]
	[...]
V –  é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
[...]
	X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
RESPONSABILIDADE CIVIL
Resta indubitável que há fundamento de direito constitucional justificador do dever de reparar, inclusive diante da lesão possível aos direitos da personalidade que, seriam aqueles que “constituem as raízes sobre as quais desabrocha a grande árvore da vida” (Pedro Caldas).
Os danos devem ser reparados. Caso isto não aconteça, reinará a insegurança e o conflito social.
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIZAR nos remete ao verbo latino respondere, da raiz spondeo, que quer dizer, “sombra da obrigação”.
Mais uma vez, nos permite entender que existe um dever jurídico primário e, quando desrespeitado, enseja a incidência deste instituto (o da responsabilidade), do qual deriva.
Logo, não se pode deixar a pessoa humana irressarcida. A responsabilidade civil é uma obrigação derivada, portanto, do descumprimento do dever jurídico primário.

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