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Slides - Responsabilidade civil - semana 2,3, 4, 5 e 6

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Responsabilidade civil
Prof. Felipe Assis @prof_felipe
Apresentação geral
u Horário da aula
u Plataforma de aulas síncronas
u Verificação de presença
u Bibliografia básica e complementar
u Textos de apoio
u Julgados de apoio
u Provas e trabalhos
u Formulário de perfil acadêmico: 
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdpGv9OMfXYA2wiPaX8DPJEvSOqgK8KNs
bxjD169XiwYVH7kA/viewform
Questões iniciais
u Qual o objeto de estudo da Responsabilidade Civil? 
u O que se entende por Responsabilidade Civil?
u É necessária relação anterior entre as partes para que haja responsabilidade 
civil?
u Quais os pressupostos da responsabilidade civil?
u Quais os efeitos jurídicos e econômicos da responsabilização civil?
u Quais os efeitos sociais da responsabilidade civil?
u Em quais situações do seu cotidiano você percebe a responsabilidade civil?
Curso de Responsabilidade Civil
u O curso será dividido em duas partes: parte geral e parte especial.
u Na primeira parte, estudaremos questões fundamentais da responsabilidade civil, para que
se possa formar uma visão ampla do assunto. Para isso retomaremos alguns assuntos de
direito das obrigações e aprenderemos a instrumentalizá-los no campo da responsabilidade
civil. Será imprescindível o acompanhamento do Código Civil em sua versão mais
atualizada. É possível acessá-la no site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm
u Na segunda parte, analisaremos especificamente os desdobramentos da responsabilidade
civil, de modo a dialogar com outras áreas do direito, como o direito penal, direito do
consumidor, direito ambiental, direito administrativo, direito digital, direito de família,
direitos da personalidade, direito contratual etc.
u Assim, apesar de o assunto estar situado dentro do programa de Direito Civil, ele terá
reflexos em várias outras áreas do Direito. É uma matéria interdisciplinar, comportando,
ainda, estudos sociológicos e econômicos acerca de suas premissas.
u Além disso, trata-se de assunto com importante presença no cotidiano de nossa sociedade,
e que está em constante inovação. Por isso, o curso será pautado pelas referências
doutrinárias e jurisprudenciais.
Curso de Responsabilidade Civil
u O Código Civil busca distribuir os riscos de eventos danosos que podem
advir de situações decorrentes das relações sociais: uma batida de carro,
uma invasão hacker, ligações insistentes de telemarketing, um escorregão
em um degrau mau sinalizado, um pneu furado por conta de via esburacada,
uma cirurgia plástica mal feita, uma janela quebrada por crianças brincando
na rua, uma briga entre torcedores no estádio, o rompimento de uma
barragem de mineradora. Os exemplos são inúmeros, por isso o Código
Civil estabelece apenas uma regra geral de responsabilidade civil e a
jurisprudência acaba dando os contornos específicos diante de casos
concretos. A ideia geral do Código Civil é determinar quem deve arcar com
o prejuízo, evitando, assim, conflitos sociais.
Curso de Responsabilidade Civil
u Os efeitos da responsabilização civil são relevantes, pois podem interferir no
patrimônio da pessoa natural ou jurídica, causando sérios desequilíbrios
financeiros.
u Um bom sistema de responsabilidade civil consegue reparar os danos
sofridos pela vítima de um ato ilícito e desencorajar o autor desse ato ilícito
a repetir o fato. Incentiva uma postura de ”cuidado” com o outro.
u Por conta disso, é, talvez, a matéria mais importante a ser estudada no
contexto em que vivemos, pois impõe limitações aos riscos a que estamos
expostos. Essas limitações podem ocorrer de variadas maneiras e variados
graus. Por outro lado, o uso desmedido e enviesado da responsabilidade
civil, pode retirar a liberdade negocial e criativa. Ex: a famigerada ”indústria
do dano moral”.
u A matéria acaba atuando como uma baliza da liberdade (pressuposto
inerente ao Direito Privado). E é uma área com grande potencial de
aplicação prática e teórica.
Quanto vale - Netflix
O preço da verdade – Amazon Prime
Situações do cotidiano que envolvem a 
Responsabilidade Civil
https://www.migalhas.com.br/quentes/358657/mulher-que-sofreu-
violencia-obstetrica-sera-indenizada-em-r-50-mil
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/02/03/cratera-marginal-tiete-
responsabilidade.htm
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/01/ativista-
britanica-que-namorou-espiao-disfarcado-sera-indenizada-
em-r-17-milhao.shtml
https://cultura.estadao.com.br/noticias/series,netflix-vai-a-tribunal-
por-denuncia-contra-o-gambito-de-rainha,70003965535
https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Aves/noticia/2022/0
1/queda-de-energia-causa-morte-de-120-mil-aves-em-granja-em-goias.html
https://www.uol.com.br/nossa/notic
ias/redacao/2022/02/06/tutor-de-
pandora-processa-gol-e-gru-e-pede-
indenizacao-de-r-320-mil.htm
https://www1.folha.uol.com.
br/colunas/rogeriogentile/20
21/08/panini-e-condenada-a-
indenizar-jogadores-por-
figurinhas-em-album-do-
corinthians.shtml
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/not
icias/2020/setembro/justica-condena-clube-e-
federacao-por-falta-de-seguranca-em-partida-pelo-
campeonato-brasileiro
https://www.conjur.com.br/20
21-abr-20/banco-condenado-
indenizar-cliente-vitima-golpe-
whatsapp
Valor Econômico, 27/07/2021
Valor Econômico, 05/08/2021
https://www.conjur.com.br/2019-
jan-30/rafael-moreira-
responsabilidade-envolvidos-
brumadinho
https://brasil.elpais.com/brasil/20
18/04/16/tecnologia/1523911354_
957278.html
u https://www.theguar
dian.com/education/
2016/dec/04/graduat
e-sues-oxford-
university-1m-failure-
first-faiz-siddiqui
u https://www.bbc.co
m/news/uk-england-
oxfordshire-42974641
https://www.thegu
ardian.com/world/
2016/may/02/frenc
hman-takes-former-
employer-to-
tribunal-over-
tedious-job
Princípios da Responsabilidade Civil 
Extracontratual
u A responsabilização extracontratual (também chamada de aquiliana ou
extranegocial), deriva de uma violação genérica a um direito de outrem. Ela
é guiada por princípios basilares:
u 1) Princípio da reparação integral: recompor a situação prévia da vítima. Pode
ocorrer de forma natural (restituição de bem equivalente ao danificado) ou
em pecúnia (pagamento de valor equivalente);
u 2) Princípio da prevenção: trata-se de incentivo a evitar a ocorrência de um
dano e, consequentemente, da responsabilidade civil. Dever de evitar dano
injusto e de evitar agravamento de dano ocorrido (duty to mitigate the loss).
u 3) Princípio da solidariedade: o sistema de responsabilidade civil privilegia a
tutela do ofendido em vez da sanção ao ofensor. Potencializará, inclusive,
situações de causalidade, ampliando-as para prestigiar a reparação da vítima
(ex: responsabilidade objetiva).
As funções da Responsabilidade Civil
u 1 – Quanto maior a riqueza patrimonial do causador do dano, maior deve ser o 
valor da indenização?
u 2 – Quanto maior o sofrimento da vítima, maior deve ser a reparação?
u 3 – A Responsabilidade Civil deve punir o causador do dano?
u 4 – A Responsabilidade Civil deve desestimular a ocorrência de danos?
u 5 - É possível desestimular e punir sem ser através da Responsabilidade Civil?
u 6 – A responsabilização civil implica, necessariamente, em um crime?
u 7 – E um crime implica, necessariamente, em responsabilidade civil?
u 8 – O medo é suficiente para gerar responsabilidade civil?
As funções da Responsabilidade Civil: 
Função reparatória
u Essa é a função clássica e ainda dominante da responsabilidade civil, trazendo a ideia de
pagamento. A responsabilidade civil se encarrega de distribuir os infortúnios gerados na
convivência social, tratando de delimitar os casos em que o dano será suportado por quem
o sofreu, daqueles em que será posto a cargo de outras pessoas. Portanto, a
responsabilidade, tal e qual a conhecemos hoje, consolida-se ao curso da modernidade
como o “reverso da liberdade”, no sentido do ressarcimento dos danos decorrentes da
circulação de bens e obrigações. A matéria surgiu residualmente às ideias decontrato e
propriedade. Trata de assuntos por eles não discutidos. (ROSENVALD, op.cit., p.68)
u Delimita a liberdade de atuação de um agente e, ao mesmo tempo, serve de proteção a
bens e interesses relevantes. Liberdade de atuação x proteção de bens jurídicos. Ex: limites
à liberdade de expressão.
u O nosso modelo jurídico pauta-se pela ideia de mínima interferência nas relações sociais, de
modo que atuará com grande força em momento posterior à concretização do dano (ex:
risco de censura).
u A responsabilidade civil busca reparar, restabelecer uma situação, um direito, um patrimônio
que foi lesado, danificado. O ressarcimento tem a função de neutralizar as consequências do
dano. Todavia, é importante notar que a reparação não consegue restaurar perfeitamente o
dano sofrido.
As funções da Responsabilidade Civil: Função 
punitiva* (Teoria do valor do desestímulo)
u A responsabilidade civil evoca a ideia de um dano sofrido por qualquer pessoa e
a obrigação de repará-lo a cargo de outra pessoa. A reparação do dano consiste
na sanção que segue ao acertamento da responsabilidade. Portanto, em primeiro
lugar esse instituto possui uma finalidade reparatória, distinguindo--se da penal,
administrativa e disciplinar, no que tange ao perfil das sanções. Ideia central é
reparar e não punir.
u No entanto, hoje, os conflitos sociais ultrapassam a esfera individual para
alcançar grupos e coletividades. Isso implica não apenas alteração dos
pressupostos da responsabilidade civil, como a discussão de seu próprio papel.
Surge então a ideia da função punitiva, como forma de melhor desestimular a
violação de direitos. Fala-se, na jurisprudência, em função pedagógica da
responsabilidade civil (julgados STJ e TJ-SP), especialmente através dos danos
morais.
u Essa função vem sendo mais discutida tanto na doutrina quando na
jurisprudência, ganhando adeptos e remodelando a responsabilidade civil atual.
Influência do common law.
Críticas à função punitiva*
u Violação ao princípio da legalidade;
u Desvirtuamento do Direito Civil;
u Possibilidade de utilização de outras áreas para alcançar o efeito punitivo;
u Enriquecimento sem causa da vítima;
u Discussões subjetivas (culpa e majoração da indenização)
u Distorções ao se transplantar o instituto do common law
u Obs: a utilização do dano moral como válvula de escape às pretensões
punitivas. O efeito pedagógico.
u Conflito entre doutrina e jurisprudência
As funções da Responsabilidade Civil: 
preventiva e precaucional**
u A sociedade atual distribui riscos. Essa mesma sociedade clama por segurança contra os
riscos inerentes às situações da vida (Ex: seguros, planos de saúde etc – diminuição do risco
de insolvência). Nesse contexto, o risco exige uma análise futura e não passada. Quais as
consequências (riscos) que podem se concretizar no futuro caso continuemos a consumir
desenfreadamente, a não respeitar o meio ambiente, a consumir alimentos
hiperindustrializados, por exemplo?
u O direito prevê a proteção a esses riscos através da prevenção (quando o risco de dano for
conhecido – ex: velocidade nas estradas) e da precaução (quando o risco for hipotético).
u A doutrina entende que a prevenção (atuar com cautela diante de riscos já conhecidos) é
pressuposto de todas as outras funções. E a jurisprudência ainda é cautelosa em aplicar as
funções precaucionais.
u Tradicionalmente, como vimos, a responsabilidade civil tem função curativa, restaurativa. No
entanto, atualmente, exige-se que se observe uma função com vistas ao futuro.
u A precaução conduz a efeitos inibitórios, uma vez que o risco da sanção desestimula o
exercício de atividades potencialmente danosas. Pode ocasionar a chamada
responsabilização sem dano. Essa vertente sofre críticas doutrinárias, não sendo bem aceita
no Brasil.
Questão nuclear
u Hiroshima e Nagasaki (Japão - 1945)
u Tratado de não proliferação de armas nucleares (1970)
u Acidente de Chernobil (Ucrânia – 1986)
u Acidente de Fukushima (Japão – 2011)
u Guerra Rússia - Ucrânia (2022)
u Discussão sobre o uso como fonte segura e eficaz na geração de energia
u No Brasil:
u Lei 6.453/1977
u Usina Nuclear de Angra dos Reis – RJ
u Acidente radiológico em Goiânia (1987)
Obs: A Função comunicativa***
u O caso da “ação declaratória de responsabilidade civil” movido por familiares 
de vítimas de tortura no Brasil. Lei da Anistia.
u Efeito simbólico?
u Intenção de imputar responsabilidade, de acordo com as regras jurídicas, mas 
sem colher os efeitos da reparação/compensação. 
u Os danos sofridos não foram, então, obras do acaso, da natureza ou das 
próprias vítimas. A declaração possui consequências, mesmo que não seguida 
de uma sanção.
Conclusão
u A responsabilidade civil absorve quatro funções fundamentais (sendo as duas 
primeiras pacíficas na doutrina): (a) a função de reagir ao ilícito danoso, com a 
finalidade de reparar o sujeito atingido pela lesão, devolvendo o lesado ao 
status quo ante, ou seja, estado ao qual o lesado se encontrava antes de 
suportar a ofensa; (b) a função de prevenir que o mesmo fato se repita, 
dissuadindo futuras ofensas; (c) a função de reafirmar o poder sancionatório (ou 
punitivo) do Estado; (d) a função de desestímulo para qualquer pessoa que 
pretenda desenvolver atividade capaz de causar efeitos prejudiciais a terceiros.
u Reparação, indenização, compensação, punição, precaução e prevenção. Todas 
essas funções buscam dar segurança à sociedade. Seja segurança individual, seja 
coletiva. Seja segurança atual, seja futura. Evita-se condutas reprováveis e 
minimiza-se riscos de atividades potencialmente lesivas.
u Ter em mente essas funções da responsabilidade civil, equivale a incentivar 
situações que já eram previstas pelos antigos romanos: Viver honestamente, não 
lesar ninguém e dar a cada um o que é seu.
Espécies de Responsabilidade Civil
u 1) Determinada pela relação jurídica preexistente
u Responsabilidade contratual: situação em que há vínculo obrigacional preexistente e voluntário entre 
as partes. A violação da obrigação livremente assumida resulta em inadimplemento
u Responsabilidade extracontratual: situação sem vínculo preexistente, consistente na transgressão de 
um dever jurídico imposto pela lei.
u Em ambas haverá a violação de um dever jurídico – o que as diferenciará será se esse dever se originou 
da relação voluntária das partes ou de uma imposição da lei.
u Em termos práticos, há relevância na distinção para verificar, por exemplo, o prazo prescricional – 3 
anos (extracontratual) e 10 anos (contratual), a contagem do juros de mora – data da lesão 
(extracontratual) e data da citação (contratual). 
u Observação: O CDC superou essa distinção, equiparando ao consumidor todas as vítimas do acidente de 
consumo.
u Há amplos debates doutrinário e jurisprudenciais acerca do enquadramento de situações limítrofes –
ex: situação pré-contratual.
u Rosenvald et. al. defendem a aplicação do regime geral de responsabilidade civil (extracontratual, 
portanto) sempre que o dano extrapole as regras concebidas pelas partes e corresponda 
verdadeiramente a um descumprimento de um dever de cuidado oponível em caráter erga omnes.
u 2) Determinada pela necessidade ou não de se 
procurar culpa do agente
u Responsabilidade subjetiva: leva em conta a conduta do 
sujeito, analisando se agiu ou não com culpa lato sensu
(em sentido amplo). Situação em que o causador do 
dano será responsabilizado apenas se agir com culpa 
(dolo, negligência, imprudência ou imperícia). Ideia 
clássica e dificultosa para a vítima.
u Responsabilidade objetiva: não considera o elemento 
culpa para configurar a responsabilização, sendo 
irrelevante a motivação da conduta do agente. Ideia 
surgida após a Revolução Industrial, uma vez que 
aumentaram-se as situações de risco que as pessoas se 
expunham. Trata-se de uma tentativa de melhor adequar 
a reparação à vítima.
Espécies de 
Responsabilidade 
Civil
Obrigação de indenizar
• Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo.
• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete 
ato ilícito.
• Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela 
boa-fé ou pelos bons costumes.
Responsabilidade subjetiva:
• Art. 927 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem.
Responsabilidade objetiva:
u 1) Responsabilidade subjetiva
u 1.1) Ato ilícito
u 1.1.1) Conduta
u 1.1.2) Imputabilidade
u 1.1.3) Responsabilidade civil dos incapazes
u 1.1.4) Exclusão da ilicitude
u *Obs: Abuso de direito
u 1.2) Culpa (lato sensu)
u 1.2.1) Dolo
u 1.2.2) Culpa (stricto sensu): negligência, imprudência e imperícia
u 1.3) Nexo de causalidade
u 1.3.1 Teorias
u 1.3.2 Concausas
u 1.3.3 Exclusão da causalidade
u 1.4) Dano
u 1.4.1 Dano patrimonial
u 1.4.2 Dano extrapatrimonial
u 1.4.3 Quantificação do dano
u 1.4.4 Outros temas relacionados ao dano
Responsabilidade subjetiva
u Momento em que alguém, mediante conduta culposa, viola direito de 
outrem e causa-lhe dano. Está-se diante de um ato ilícito, e deste ato deflui 
o inexorável dever de indenizar, consoante o art. 927 do CC.
u O seu traço característico é a verificação da conduta do agente e se baseará, 
principalmente, no art. 186 do CC. Portanto, serão necessários 4 elementos 
para a sua configuração: 
u Ato ilícito (violação de um dever jurídico - elemento objetivo)
u Culpa (elemento subjetivo, depende do sujeito)
u Dano (elemento material)
u Nexo de causalidade
Conduta
Ato ilícito – 186 CC
u Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.
u O ato ilícito significa uma conduta ou fato 
praticado (ação) ou que se deixou de praticar 
(omissão) em desconformidade com o Direito. 
Na hipótese do 186 CC é fundamental analisar a 
conduta do agente, isto é, a maneira como a 
pessoa agiu ou deixou de agir e qual a sua 
influência no resultado do dano. Trata-se de 
uma cláusula geral de responsabilidade.
Conduta
u É o comportamento humano voluntário exteriorizado por uma ação ou 
omissão, produzindo consequências jurídicas (CAVALIERI FILHO).
u A ação é um movimento corpóreo comissivo, um comportamento 
positivo, um fazer. É responsabilizado quem age quando não deveria 
agir.
u A omissão se caracteriza pela abstenção de uma conduta devida.
u É responsabilizado por omissão aquele que tiver juridicamente o dever de agir, mas 
não age, ocorrendo, por isso, o dano. Ex: dever de agir imposto pela lei (dever de 
manutenção dos filhos); daquele que está na posição de garantidor (médico, 
enfermeiro); quem cria situação de perigo.
Imputabilidade
Imputabilidade 
u O agente causador do dano deve ter capacidade de entender o que está
fazendo (imputabilidade) e que sua conduta tenha se desviado do
comportamento exigível (culpa).
u Imputar é atribuir responsabilidade a alguém.
u Em regra, é responsável pelo fato quem o praticou (fato próprio). No
entanto, a lei prevê situações de responsabilização por fato de terceiro ,por
fato da coisa ou por fato de animais.*
A responsabilidade civil dos incapazes
u Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes.
u Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não 
terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
u A incapacidade abrange tanto o relativamente incapaz quanto o absolutamente incapaz. O incapaz é 
considerado inimputável. A vítima se volta inicialmente aos seus responsáveis.
u Trata-se de situação de responsabilidade mitigada e subsidiária. Ou seja, o 
[absolutamente/relativamente] incapaz será responsabilizado se o seu responsável não tiver 
obrigação (emancipação legal, p.ex.) ou se não tivere meios para arcar com o dano. Além disso, não 
haverá dever de indenizar quando isso ocasionar extremo sacrifício ao incapaz. Preservação do 
mínimo existencial do incapaz (pessoa vulnerável).
u Enunciado 39 (Jornadas Direito Civil/ CJF)A impossibilidade de privação do necessário à pessoa, 
prevista no art. 928, traduz um dever de indenização eqüitativa, informado pelo princípio 
constitucional da proteção à dignidade da pessoa humana. Como conseqüência, também os pais, 
tutores e curadores serão beneficiados pelo limite humanitário do dever de indenizar, de modo que 
a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do 
responsável, mas se reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua dignidade.
A 
responsabilidade 
civil dos 
incapazes
u A emancipação voluntária não gera exoneração de 
responsabilidade dos pais. Mas a emancipação legal tem esse 
efeito. Há precedentes do STJ nesse sentido.
u Importante lembrar que após a Lei 13.146/2015, as pessoas com 
deficiência, em regra, passam a ser tratadas pelo ordenamento 
jurídico como plenamente capazes, não estando abrangidas, 
inicialmente, por essa regra. No entanto, caso estejam sob 
curatela, aplica-se a regra do art. 928.
u Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
u I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua 
autoridade e em sua companhia;
u II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se 
acharem nas mesmas condições;
u Enunciado 450 (Jornadas Direito Civil/ CJF): Considerando 
que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados 
pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, 
ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em 
regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que 
estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso 
de culpa exclusiva de um dos genitores.
Excludentes de 
ilicitude
Situação 
problema
u Hermione está dirigindo seu 
veículo pela estrada quando 
observa que na direção oposta 
vem o carro de Draco, fazendo 
uma ultrapassagem ilegal. 
Buscando desviar dessa invasão 
de pista, Hermione acaba 
colidindo com o carro de Rony, 
que estava adequadamente 
trafegando na via. 
u Quem são os causadores mediato 
e imediato da colisão?
u Hermione cometeu ato ilícito?
u Hermione deverá indenizar Rony?
Exclusão da ilicitude
u São hipóteses previstas em lei que constituem verdadeiros atos justificados , 
ou seja, a ação ou omissão ocorreram em circunstância que seria inexigível 
outro comportamento. 
Exclusão de 
ilicitude – art. 
188 CC
u Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
u I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de 
um direito reconhecido;
u II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a 
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
u Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo 
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo.
u Nem sempre haverá coincidência entre dano e 
ilicitude. Tanto os atos lícitos quanto os ilícitos podem 
dar ensejo à indenização. Há situações em que há ato 
ilícito sem dano – situação em que não há que se falar 
em responsabilização civil. E há situações em que há 
dano sem ato ilícito. Nessas hipóteses há dever de 
indenizar?
Exclusão da ilicitude – indenização por 
ato lícito
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II 
do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à 
indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por 
culpa de terceiro,contra este terá o autor do dano ação regressiva 
para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa 
de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).*
Indenização por ato lícito
u Em suma, o que está em causa é uma questão elementar de justiça 
comutativa, que se resume em saber quem é mais justo que suporte o dano, 
se o titular da coisa sacrificada ou do direito lesado, ou se aquele que se 
encontra em estado de necessidade. A lei optou por este último (Cavalieri 
Filho, p. 58)
(OAB-FGV/2019) Márcia transitava pela via pública, tarde da noite, utilizando uma bicicleta que lhe fora emprestada por sua
amiga Lúcia. Em certo momento, Márcia ouviu gritos oriundos de uma rua transversal e, ao se aproximar, verificou que um
casal discutia violentamente. Ricardo, em estado de fúria e munido de uma faca, desferia uma série de ofensas à sua esposa
Janaína e a ameaçava de agressão física.
De modo a impedir a violência iminente, Márcia colidiu com a bicicleta contra Ricardo, o que foi suficiente para derrubá-lo e
impedir a agressão, sem que ninguém saísse gravemente ferido. A bicicleta, porém, sofreu uma avaria significativa, de tal
modo que o reparo seria mais caro do que adquirir uma nova, de modelo semelhante. De acordo com o caso narrado, assinale a
afirmativa correta.
A) Lúcia não poderá ser indenizada pelo dano material causado à bicicleta.
B) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material causado à bicicleta, mas não terá qualquer direito de 
regresso.
C) Apenas Ricardo poderá ser obrigado a indenizar Lúcia pelo dano material causado à bicicleta.
D) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material causado à bicicleta e terá direito de regresso em face de 
Janaína
Teoria do corpo neutro
u OBS: No caso de engavetamento de veículos, é interessante notar a chamada 
teoria do corpo neutro. Ou seja, hipótese em que um carro é 
involuntariamente (ação neutra) arremessado em direção a outro, causado 
por uma colisão antecedente. Nessa hipótese, por não haver uma conduta 
consciente do aparente causador imediato do dano, ele não será 
responsabilizado pois não há nexo de causalidade.
Exclusão da ilicitude
u Estado de necessidade: situação em que há ameaça à integridade de um
bem jurídico, permitindo-se que outro bem jurídico de igual ou menor
valor seja sacrificado. Ex: destruir uma porta para salvar pessoas numa
casa; carro na contramão.
u Quando o lesado não gerou o perigo: ele deve ser reparado pelo causador
imediato. O causador imediato tem direito de regresso contra o causador
mediato (aquele que, de fato, gerou o perigo).
u Quando o lesado gerou o perigo: situação em que não há dever de indenização.
u Legítima defesa: atitude de repelir injusta agressão contra si ou contra 
outrem. Se feita dentro dos limites, não gera dever de indenização.
u Em favor de terceiro, autor do dano pode se voltar contra o beneficiado pelo 
ato, ou quem se aproveitou do dano,
u Obs: legítima defesa putativa: agente incorre em erro ao agir, não estando 
presentes requisitos da legítima defesa (agressão injusta, agressão inevitável, 
defesa imediata, força não excessiva). Surge o dever de indenizar.
u Também haverá dever de indenizar em situação de legítima defesa que cause 
danos a terceiro inocente
Exclusão da ilicitude
u Exercício regular de um direito: atitude abarcada pela regra jurídica. 
Dificuldade será em verificar se houve regularidade ou irregularidade no 
exercício. Se irregular ensejará reparação de danos. Se regular, não ensejará 
a reparação, ainda que cause danos. Análise do abuso de direito.
u Exemplo: empregador que, sem motivos concretos, demite funcionário de modo vexatório e 
humilhante
u Estrito cumprimento do dever legal: situação em que realiza-se um fato 
típico por força de uma obrigação prevista em lei. A lei não pode punir quem 
cumpre um dever que ela própria impõe.
u Ex: policial que, em perseguição, colide a viatura com particular. Estado tem o 
dever de indenizar o particular mas não terá sucesso em ação regressiva contra o 
policial condutor.
Ato ilícito
u Atenção: do ato ilícito podem decorrer outras situações jurídicas além da
responsabilidade civil. Ex: responsabilidade penal, ambiental, administrativa,
tributária etc.
u Atenção 2: apesar de reduzidas, há situações em que é possível haver
responsabilização civil (obrigação de reparação) sem a presença de ato ilícito.
Há parte da doutrina que critica isso. Por isso, inclusive, hoje é mais
adequado se falar em direito dos danos em vez de responsabilidade civil.
Ex: dano gerado por estado de necessidade.
u Ex: se um motorista, para se livrar de alguém que dirige em contramão de direção, desvia
para o acostamento e derruba um muro ou cerca pertencente a terceiro, haverá o dever de
reparar o dano, com direito regressivo em relação ao causador do perigo, apesar de a
conduta ser reconhecida como lícita.
*Abuso de direito 
– 187 CC*
u Art. 187. Também comete ato ilícito o titular 
de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes.
u Trata-se de situação em que há ilicitude material. Ou seja, a 
finalidade do exercício de um direito é desvirtuada. Impõe 
limites ao exercício de direitos subjetivos.
u Caso Clement-Bayard v. Coquerel (França, 1913)
u Situação em que há o exercício de um direito, mas ele é 
praticado de modo a gerar dano a outrem (ato emulativo) e 
sem gerar proveito econômico/social para seu autor. O ato 
emulativo é uma espécie de abuso de direito.
u Trata-se de ato ilícito mas com aparência de lícito.
u “ O direito cessa onde o abuso começa” .
u Veda-se condutas caprichosas ou arbitrárias da parte que tem 
o direito. Limita-se o direito individual quando 
potencialmente nocivo à coletividade.
u IMPORTANTE: para a doutrina majoritária, no abuso de 
direito, não há verificação da culpa do agente (aplica-se a 
responsabilidade objetiva, portanto). Verifica-se a boa-fé 
objetiva na conduta do agente.

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