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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ / CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA
DANIELE SOUZA E SILVA
GLEICE BRANDÃO DE ANDRADE
PÂMELA CRISTINA DE OLIVEIRA GONÇALVES
A CONTRIBUIÇÃO DAS TÉCNICAS PSICODRAMÁTICAS NO GRUPO DE ATENDIMENTO A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Goiânia – GO
2019
DANIELE SOUZA E SILVA
GLEICE BRANDÃO DE ANDRADE
PÂMELA CRISTINA DE OLIVEIRA GONÇALVES
A CONTRIBUIÇÃO DAS TÉCNICAS PSICODRAMÁTICAS NO GRUPO DE ATENDIMENTO A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Artigo apresentado ao Curso de Psicologia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás como requisito parcial para obtenção do grau de Psicólogo. 
Orientador: Dra. Elisa Alves da Silva 
Orientador: Me. Henrique Batista Almeida 
Goiânia – GO
2019
1 INTRODUÇÃO
O abuso sexual infanto-juvenil tem sido considerado um problema de saúde pública, com alta incidência, que tem gerado graves prejuízos no desenvolvimento psicológico e social na vida das vítimas e dos familiares (BÉRGAMO; BERNARDES, 2015). Tal fato traz à tona diversas reflexões principalmente relacionadas ao fato de que a maior parte das violências ocorrem dentro do seio familiar por pessoas muito próximas, parentes e amigos e que devido a essa proximidade os danos são intensificados, visto que o (a) responsável pela proteção e carinho se torna sinônimo de pavor. Pensar em todos esses fatores foi o que estimulou e originou esse trabalho. O iInteresse também foi despertado por meio da experiência de estágio em psicologia em um Centro de Referência Especializado em Assistência Social, já que a prática proporcionou contato direto com crianças e adolescentes em situação de abuso sexual, o que instigou uma busca sobre quais seriam as contribuições das técnicas do Psicodrama nesses casos.	Comment by Aluno: Agrupar as justificativas 	Comment by Aluno: 
O abuso sexual infantil é um evento vasto, que se define pelo envolvimento de crianças em práticas para estimulação ou satisfação sexual de pessoas mais velhas e engloba desde palavras de cunho sexual até a conjunção carnal, considerado a violação completa. Pode ser classificado como intrafamiliar, quando existe laço familiar, biológico ou não, entre o autor da violência e a vítima; e extrafamiliar, quando o autor da violência não possui laços familiares, podendo ser uma pessoa conhecida ou desconhecida (HABIGZANG et al, 2008).
A violência sexual contra crianças e adolescentes é considerada uma violação aos direitos humanos e no art. 5º do Estatuto da Criança e do adolescente – Lei 8069/90, está descrito que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão; todavia, os procedimentos e desafios para a garantia desses direitos são diversos e imensos. A ausência de marcas físicas da violência, ocasionadas pela denúncia tardia ou por abusos sem a ocorrência de penetração acabam por não gerar provas clínicas e como o abusador raramente confessa o abuso, se torna mais complexo o diagnóstico da ocorrência e consecutivamente a punição de quem comete tais atos (HABIGZANG et al, 2008). 	Comment by Aluno: Inserir que o não diagnostico impossibilita que a intervenção seja feita na vítima 
Sabe-se que a violência sexual é um crime subnotificado, ou seja, existem mais casos acontecendo do que são notificados. Dessa forma, as denúncias que chegam aos órgãos judiciários são muito menores do que realmente acontecem, dificultando assim que as garantias legais sejam tomadas. Ademais, o silêncio das vítimas é motivado por medo do agressor, que utiliza de ameaças com o fim de dominá-las, medo de ter problemas, de ser desacreditada, das consequências na família e também por não ter conhecimento de que a situação vivida é inadequada (PELISOLI et al, 2010).
As técnicas psicodramáticas têm muito a contribuir por meio dos fundamentos teóricos e metodológicos no atendimento a infantes vítimas de abuso sexual. Segundo Gonçalves (1988), o Psicodrama auxilia as crianças de maneira que, por meio da dramatização, possam superar os obstáculos encontrados diante o desenvolvimento emocional.
É possível observar que a psicologia tem investido em crianças como público de atendimento, trabalhando tanto na prevenção quanto no efeito curativo de diversas demandas. A psicoterapia infantil de base psicodramática busca “propiciar condições para o surgimento de novos papéis e fortalecer os papéis pouco desenvolvidos ou mal estruturados” (KAUFMAN, GONÇALVES, 1988, p.65). O psicodrama oferece autonomia e liberdade tanto para a criança quanto para o psicoterapeuta, portanto são vastas as contribuições dessa abordagem. A escolha do tema justifica-se pelo interesse no caráter preventivo de situações de abuso à medida que empodera os sujeitos com informações de natureza pedagógica, oferecendo assistência psicossocial. Além da natureza preventiva, o acolhimento integral a pessoas em situação de abuso, ressignificando essas experiências de sofrimento psíquico.	Comment by Aluno: Agrupar justificativa
Se faz necessário que a sociedade tome conhecimento dessa realidade, pois o abuso sexual pode ocorrer em qualquer comunidade, sendo com crianças ou adolescentes, de qualquer classe social. Diante disso, é de suma importância que os professores, familiares, cuidadores e a sociedade em geral tenham conhecimento desse assunto para notar as mudanças de comportamentos nas crianças que sofrem tal tipo de violência. Por se tratar de um tema atual e pelas consequências que pode trazer a criança e a família em que esse tipo de violência se insere, é importante enfatizar trabalhos que pautem experiências de atendimento psicoterápico com o grupo, para que sejam elaboradas estratégias que amenizam as consequências no desenvolvimento do sujeito e do grupo familiar (MEDEIROS, 2013).
Portanto, os objetivos desse estudo foram verificar quais são as contribuições das técnicas psicodramáticas no grupo de atendimento a crianças e adolescentes em situação de abuso sexual; relatar as técnicas psicodramáticas utilizadas e mudanças ocorridas durante a realização do grupo terapêutico com as crianças e adolescentes; e observar os comportamentos manifestados no decorrer do grupo terapêutico.
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 ABUSO SEXUAL INFANTO-JUVENIL
A multiplicação da violência e as diferentes formas de manifestação tem se tornado uma questão crucial para a sociedade brasileira. O crescimento da violência possui diversas causas, entre eles as imensas desigualdades econômicas, sociais e culturais, a disseminação das drogas, o desemprego, ou mesmo os efeitos perversos da chamada cultura de massa. Dentre os diversos tipos de violência, encontra-se o abuso sexual infanto-juvenil que se trata de uma forma de violência que envolve poder, coação e/ou sedução (ARAÚJO, 2002). 
O abuso sexual infanto-juvenil é muitas vezes praticado sem o uso da força física e não deixa marcas visíveis, o que torna mais difícil a sua comprovação, principalmente em casos de crianças pequenas. Pode variar desde atos que envolvem contato sexual com ou sem penetração a atos em que não há contato sexual, como o voyeurismo e o exibicionismo (ARAÚJO, 2002). Ou seja, é qualquer interação, contato ou envolvimento da criança ou adolescente em atividades sexuais que ela não compreende ou não consente, violando assim as regras sociais e legais da sociedade (BRINO; WILLIAMS, 2003)
Sabe-se que diversos estudos foram realizados em todo o mundo sobre a ocorrência e os números de casos de abuso, mas esses dados não são confiáveis, analisando-se que grande parte dos abusos não são notificados e nem denunciados. Isso ocorre em virtude de as vítimas serem motivadas pelo medo em relação ao agressor, medo de ter problemas - muitas sofrem ameaças-, de que alguém não confie no que elas dizem, dos efeitos que o abuso causaria sobre a família, dos efeitos sobre o perpetrador e pela razão de não entender que o abuso é uma situação inadequada(PELISOLI, 2010). Além disso, A omissão também se deve ao fato de que esse tipo de violência é acompanhado de culpa e vergonha, por essa razão permanece em silêncio (BRINO; WILLIAMS, 2003).
A incidência de abuso sexual no círculo familiar é muito maior do que nos casos de abuso extrafamiliar (FLORES, 1998), e nesses casos dependendo do tipo de relação que mantém com o agressor, a criança ou adolescente oscila entre calar ou denunciar tais atos praticados por alguém que, por obrigação, deveria lhe dispensar cuidado e proteção. 
Nos casos em que o autor do abuso sexual infanto-juvenil é o pai biológico, inicia-se uma situação incestuosa, já que o pai abusador, ao dar lugar ao desejo, infringe a lei cultural que proíbe o incesto e trai a confiança da criança/adolescente e se aproveita da sua fragilidade e imaturidade. O abusador garante o silêncio da vítima muitas vezes com promessas, cumplicidade ou mesmo ameaças, e, com frequência, se beneficia da cumplicidade ou negação da mãe e outros membros da família. A criança/adolescente vive uma situação traumática e conflituosa, rodeada de diferentes sentimentos tais como o medo, raiva, prazer, culpa e desamparo. Tem raiva da mãe por não protegê-la e tem medo de contar, com receio de que não acreditem nela ou a considerem culpada (ARAÚJO, 2002).
O abuso sexual infanto-juvenil tem sido considerado um problema de saúde pública, com alta incidência, prejudicial tanto na vida da criança/adolescente, como também na vida dos familiares (BÉRGAMO, BERNARDES, 2015). Dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação do Ministério da Saúde revelam que 26.418 atendimentos de violência contra crianças foram realizados em 2012, em todo o Brasil. Desse total, 28,4%, ou seja, aproximadamente 7.502 atendimentos foram relacionados a atendimentos de violência sexual (Sistema de Informação de Agravos e Notificação do Ministério da Saúde, 2014).Além disso, estudos realizados em diferentes partes do mundo sugerem uma prevalência do abuso sexual infanto-juvenil de 7% a 36% entre as meninas, e de 3% a 29% entre os meninos (Organização Mundial da Saúde, 2003). De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRABIA, 2002), estima-se que, no Brasil, 165 crianças sofram abuso sexual por dia ou 7 a cada hora.
 É considerado um evento altamente traumático e pode ser um fator de risco para o desenvolvimento, devido às severas sequelas emocionais, comportamentais, sociais e cognitivas associadas à sua ocorrência. Estudos apontam a presença de uma diversidade de sintomas clínicos associados ao abuso sexual infanto-juvenil, tais como: comportamento sexual inadequado, baixa autoestima, sentimentos de desamparo, ódio e medo, relações interpessoais frequentemente interrompidas, tendências ao suicídio, isolamento, fugas de casa, desconfiança no outro e dificuldade em estabelecer relações interpessoais, têm sido descritos como as principais consequências (BORGES, DELLAGLIO, 2008).
Os efeitos psicológicos causados pelo abuso sexual podem ser assoladores, e as adversidades provenientes do abuso persistem na vida adulta dessas crianças e adolescentes. Sobreviventes do abuso sexual em muitos casos repetem o ciclo de vitimização, perpetrando o abuso sexual intergeracional com os próprios filhos (PFEIFFER; SALVAGNI, 2005).
Dessa forma, percebe-se que, existe o uso de poder e domínio, as situações de violência sexual, disseminam-se a partir da utilização irresponsável de condições como as diferenças físicas e de idade, do grau de maturidade psicológica, da capacidade social e das razões que motivam a agressão em termos interpessoais. Por essas idiossincrasias, a violência sexual abrange o campo da moral e da proteção aos direitos humanos e sexuais, que causa danos ao crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, acarretando sequelas e uma matriz reprodutora que insere futuros agressores no círculo da violência (RIBEIRO; FERRIANI; REIS, 2004).
O abuso sexual afeta o desenvolvimento de crianças e adolescentes de formas distintas. Em alguns casos, a criança ou o adolescente pode apresentar efeitos leves ou aparentemente inexistentes, já em outros, podem ocorrer sérios problemas emocionais, sociais e/ou até psiquiátricos (SAYWITZ et al, 2000, apud HABIGZANG et al, 2005). Segundo Furniss (1993, apud HABIGZANG et al, 2005), existem alguns fatores influenciadores do impacto da violência sexual como a idade de início do abuso, a duração do abuso, o grau de violência ou da coação de violência, as diferenças de idade entre o abusador e a criança/adolescente que sofreu o abuso, o vínculo que o abusador tem em relação ao abusado e a ausência de características parentais protetoras. Além desses fatores, Habigzang et al.(2008) ressaltam a influência das características pessoais da criança ou do adolescente, da rede de apoio social e dos recursos financeiros.
2.2 PSICODRAMA E O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO INFANTO-JUVENIL
Pereira (2011), com base na teoria moreniana a respeito do desenvolvimento do indivíduo, relata que o homem é compreendido como um ser dotado de fatores inatos, como a espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade. Esses fatores podem ser alterados ou até mesmo prejudicados por meio da ação do ambiente e dos sistemas e regras sociais. O autor pontua ainda que a criatividade é inseparável da espontaneidade, pois esta última permite o aparecimento da primeira, o que faz o homem livre para o ato criador.
Na visão moreniana, o indivíduo, é compreendido por meio das relações com as demais pessoas. Desde os primeiros dias de vida a criança se insere em uma Matriz de Identidade, que segundo ele, constitui-se pela mãe, considerada o primeiro ego auxiliar, também pelo pai, irmãos e demais familiares (GONÇALVES, WOLFF E ALMEIDA, 1988). 
Neste contexto, Carvalho e Limaverde (1994), afirmam que o processo emocional desenvolvido pela criança, atitudes futuras e boa atuação no desempenho de papéis, dependem da relação saudável com a família. Na teoria psicodramática, durante a infância, ainda bebê, o indivíduo inicia o processo de distinção entre objetos materiais e seres humanos, desenvolvendo a capacidade de percepção que vai além das captações feitas através dos órgãos dos sentidos (GONÇALVES, WOLFF E ALMEIDA, 1988).
Moreno (1975), ao esclarecer sobre a matriz de identidade, define os papéis fisiológicos ou psicossomáticos, como aqueles desempenhados pelo indivíduo relacionados a ações fisiológicas como comer, dormir e atividades sexuais, os papéis psicológicos ou psicodramáticos como aqueles que se constituem de fantasias, fadas e papéis de entusiasmo e os papeis sociais relacionados aos de pai, policial, médico, etc. Afirma ainda que, “os primeiros papéis a aparecer são os fisiológicos ou psicossomáticos” (MORENO, 1975, p. 25).
No psicodrama, a formação da matriz de identidade durante a infância ocorre a partir de três fases definidas como: Estágio de Identidade Total – em que a criança não faz diferenciação e que precisa sempre de alguém (ego auxiliar) que faça por ela o que não consegue; Estágio do Reconhecimento do eu – acontecem dois movimentos simultâneos em que se concentra em si mesmo e se esquece do outro e que se concentra no outro e se esquece de si mesmo; e o Estágio do Reconhecimento do outro– primeiramente ocupa-se o papel do outro para que em seguida aconteça a inversão simultânea dos papeis (GONÇALVES, WOLFF E ALMEIDA, 1988). Logo, é na infância que já inicia o processo da construção de vínculos, no qual a criança estabelece relações com as pessoas que estão ao seu redor e, por isso, gradualmente vai construindo o que se chama de átomo social (ROMANO, 2011).
O Psicodrama, por sua vez, através da ludoterapia, facilita o desenvolvimento emocional da criança que através de jogos, brincadeiras e histórias que são criados a partir da imaginação, ou seja, de maneira espontânea, busca lidar com o mundo que lhe é proporcionado. Tal processo psicoterápico é composto por situações em que o terapeuta assiste seu brincaressencial ou que se preciso colabore para que este ocorra (GONÇALVES, 1988). A autora destaca ainda que “mães e pais precisam participar do processo terapêutico de seus filhos. Uma forma de participação que lhes pode ser oferecida é a psicoterapia dos papéis de pai e de mãe, realizada paralelamente” (GONÇALVES, 1988, p.12).
Dentro da prática psicodramática encontra-se ainda a inversão de papéis, que é utilizada na terapia sempre com o intuito de auxiliar a criança a compreender e lidar com os contra papéis. Trata-se de um método facilitador, pois o jogar papéis ocorre de maneira fácil e é divertido para as crianças (FILIPINI, 2014).
De acordo com o processo histórico, o psicodrama com crianças foi tornando-se uma prática psicoterápica possível, ainda que sob influência da psicanálise ou baseada nos princípios da teoria socionômica constituída por Moreno, a partir da década de 1980 (FILIPINI, 2014).Cabe salientar também a prática do psicodrama no atendimento a adolescentes. Gonçalves e Gomes (2013) relatam que a realização deste trabalho traz muitos desafios, mas que ao mesmo tempo contribui de maneira enriquecedora. Afirmam ainda que, a partir das experiências, observa-se que é de grande importância para o adolescente a vivência com grupos, pois através destas há uma contribuição significante para o desenvolvimento da identidade e para execução de papéis.
Nesta etapa do desenvolvimento é importante destacar que “dentro de uma matriz saudável em que possa sentir-se valorizado em todos os aspectos, não só nas perdas, o jovem estrutura sua subjetividade, valorizando os aspectos criativos e espontâneos” (CUNHA E BERTUSSI, 2010, p. 163). Na fase juvenil, o indivíduo coloca-se diante do outro em uma condição social recém adquirida, no qual deixa de ser uma criança e precisa construir uma nova identidade. Consequentemente, desempenha os novos papéis adquiridos diante dos adultos e passa a realizar uma autoavaliação de si em relação ao enfrentamento do mundo e das pessoas, compreendendo tal capacidade a partir do próprio amadurecimento (GONÇALVES E GOMES, 2013).
2.3 GRUPO INFANTO-JUVENIL E TÉCNICAS PSICODRAMÁTICAS
Moreno tem uma história pessoal e profissional impulsionada ao grupo e as relações interpessoais. As crianças tiveram suma importância na vida de Moreno, pois por meio delas que foi delineado sua compreensão do homem e criado os conceitos básicos de sua teoria, tais como espontaneidade, criatividade e sensibilidade (MORENO, 1975).
Sabe-se que a identidade infantil se forma ou fica disfuncional em um processo ao longo da Matriz de Identidade, que se constituí na relação com a família. Sendo assim, a possibilidade de ressignificar os conteúdos que dão forma aos papéis, constituintes da identidade, é a arte da psicoterapia (WECHSLER, 1998).
Para investigar as relações interpessoais Moreno criou a Socionomia, que significa a ciência que se ocupa das leis que regem o comportamento social e grupal (MORENO, 1992). A Socionomia se divide em três eixos: Sociodinâmica, que estuda o funcionamento e dinâmica das relações interpessoais; Sociometria, que mede as relações entre as pessoas; e Sociatria, que constitui a terapêutica das relações interpessoais. A sociodinâmica tem como método o role playing, que permite o indivíduo jogar dramaticamente diversos papeis, possibilitando o resgate de um papel mais espontâneo e criativo (MORENO,1983).
A metodologia socionômica abre possibilidades de trabalho e leituras grupais, incentivando o foco para a criação coletiva e não somente para os papéis privados, o que pode facilitar as transformações das posições sociométricas dos sujeitos nos grupos (WECHSLER et al, 2014).
Assim, o role playing pode ser utilizado em trabalhos terapêuticos com crianças, tanto pequenas, as pré-escolares, quanto para as maiores. O jogar papéis flui com facilidade e é prazeroso para crianças, e essa técnica tem sido utilizada no atendimento de crianças que apresentam disfunções ou dificuldades de ordem afetiva (GONÇALVES, 1988).
O critério para formação de grupo de crianças, no foco psicoterápico, é pelas faixas etárias, respeitando as possibilidades sócio afetivas-cognitivas da criança: entre 4 e 5 anos (1ª infância); de 6/7 e 10 anos (2ª infância); de 11/12 a 14 anos (púberes); entre 15 e 17 anos (adolescentes). Trabalhar em grupo psicoterápico é focar as inter-relações, intersubjetividades, em que os conteúdos que dão forma aos papéis, veiculados pelos personagens vividos em cena, podem ser recriados a serviço da saúde ou a serviço da repetição da doença/sintomas (REBOUÇAS, 2014).
Na psicoterapia psicodramática individual, o grupo é formado pela criança e o psicoterapeuta. A medida que entram na sala de atendimento e o trabalho vai se efetivando, o contexto grupal se estabelece. Quando os cuidadores da criança participam de uma sessão psicoterápica, o grupo é constituído por esses membros também (FILIPINI, 2014).
O contexto grupal é composto pelo próprio grupo ao elaborar regras de funcionamento. Esse contexto ocorre dentro do tempo e espaço delimitado, possui uma dinâmica específica que permeia as relações entre seus componentes (MORENO, 1975, GONÇALVES, 1988). A imaginação junto a jogos, brincadeiras, histórias e espontaneidade compõem a base do atendimento psicodramático de crianças. É através desses recursos que a criança entra em contato com seus papeis, queixas, perdas, potencialidades, isto é, com seu mundo e com aquilo que é oferecido por meio do processo psicoterapêutico. O teatro de faz de conta cria o espaço do “como se” no qual a criança “expressa o que atinge sua sensibilidade, o que lhe dá prazer ou desprazer e vontade ou medo de aprender” (GONÇALVES, 1988, p. 11).
Considerando que as crianças ainda estão em formação, por vezes bastante comprometidas em relação ao seu desenvolvimento e ainda dependentemente vinculadas às pessoas de sua Matriz de Identidade, torna-se absolutamente necessário abordá-las terapeuticamente através de um método que contemple profundos conhecimentos da infância e das relações familiares – processos de maturação sócia afetiva e cognitiva, incluindo as capacitações para vinculação, aprendizagem, linguagem e comunicação (WECHSLER et al, 2014).
A técnica do duplo é a mais importante das terapias para pessoas isoladas, por conta disso, é de suma importância para crianças rejeitadas e solitárias. Pois a criança sozinha pode ser incapaz de inverter papéis, mas aceitará um duplo. Essa técnica é utilizada no atendimento de crianças pré-escolares, pelo fato de ainda não terem a capacidade de abstração que lhes permite perceber o outro a ponto de poderem inverter papéis (GONÇALVES, 1988).
A técnica do espelho propicia ao protagonista condições de melhorar a auto percepção, na qual segundo Moreno, consistia em transformar o cliente em espectador de si mesmo, fazendo-o permanecer na plateia e assistindo cenas em que um ego-auxiliar o representava, procurando reproduzir seu modo de se movimentar, comportar e de se comunicar com os personagens de seu mundo interno, cujos papéis eram representados por outros egos-auxiliares (MONTEIRO, 1998).
No livro Fundamentos do psicodrama (1983), publicado originalmente em 1959, Moreno apresenta conclusões sobre inversão de papeis que são relevantes para compreender alguns processos da psicoterapia com crianças. “A inversão de papel aumenta a força e a estabilidade do ego da criança”, sendo assim, facilitando a autonomia e a dependência dos pais tende a diminuir. Quanto mais a criança tem a possibilidade de lidar com suas relações invertendo papéis, melhor sua capacidade relacional (MORENO,1983).
Na psicoterapia com crianças os pais ou outros cuidadores tem a oportunidade de inverter papéis com a criança por meio de sessões orientadas. Entrar no papel da criança permite compreende-la melhor, sensibilizar-se, percebe-la e, consequentemente, investir na relação tornando-a mais favorável (FILIPINI, 2014).
Cada momento histórico, novos conhecimentos e novas aquisições influenciam as concepções infanto-juvenis,determinando a forma que se compreende e se relaciona com esse público. Na adolescência a circunstância de estar em grupo representa um papel importante no desenvolvimento psicológico e social, fundamental à formação da identidade e ao desempenho de papéis (GONÇALVES; GOMES 2013).
Cabe ao profissional oferecer um espaço de escuta em que o adolescente tenha a liberdade de expressar sentimentos, dúvidas e reflexões pode contribuir para a promoção do cuidado em saúde, como também é "uma oportunidade de melhorar o desempenho profissional e pessoal" (NEVES FILHO, 2007, p. 139).
3. MÉTODO
Esse estudo consiste em um relato de experiência realizado em um Centro de Referência Especializado em Assistência Social – CREAS, com um grupo composto por uma média de oito meninas de onze a quatorze anos de idade que vivenciaram situações de abuso sexual tanto na infância quanto na adolescência e foram acompanhadas pela equipe multiprofissional de atendimento do órgão citado. Trata-se de uma experiência realizada por meio do estágio supervisionado obrigatório em Psicologia que teve o início em outubro de 2018. Sendo o período de coleta de dados de março a junho de 2019, onde foram realizados oito encontros. O grupo foi conduzido pela psicóloga e a estagiária de psicologia.
No decorrer da pesquisa foram observadas as questões éticas descritas na resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, como também a resolução nº 510, de 07 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde e a garantia de sigilo e confidencialidade.
A análise dos dados foi realizada a partir das transcrições realizadas no roteiro. Durante as sessões de grupo foram aplicadas, além da, escuta ativa, técnicas do psicodrama com o intuito de verificar a contribuição das mesmas, com a finalidade de observar os comportamentos e mudanças ocorridas no grupo. Foi utilizado um roteiro de observação de campo contendo as informações citadas: data, número de participantes, técnicas utilizadas, intervenções psicodramáticas apresentadas e mudanças no grupo, conforme consta abaixo:
	ROTEIRO Nº 
	RELATO DE EXPERIÊNCIA
	DATA: / / 
	Nº DE PARTICIPANTES:
	1 TÉCNICAS UTILIZADAS E INTERVENÇÕES PSICODRAMÁTICAS OBSERVADAS:
	
	
	
	
	
	
	2 COMPORTAMENTOS MANIFESTOS DURANTE O GRUPO:
	
	
	
	
	
	
	3 MUDANÇAS OBSERVADAS NO GRUPO:
	
	
	
	
	
Para a análise dos dados foi realizada a correlação do levantamento transcrito nos roteiros com a teoria psicodramática.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No sétimo encontro participaram nove meninas, sendo quatro crianças e cinco adolescentes As novatas no grupo chegaram inseguras, tímidas, com baixa autoestima, e apresentando muito medo, conforme citado por Day et al (2003)em casos de abuso infanto juvenil algumas manifestações psicológicas podem ocorrer a curto ou longo prazo, tais como, medo tanto do agressor, como de pessoas do sexo do agressor; isolamento social, sentimento de rejeição, humilhação, vergonha, medo, insegurança, entre outros. As outras em compensação demonstravam superação, otimismo e autoestima satisfatória. 
Após o acolhimento foi realizado o aquecimento, todas foram convidadas a se movimentar pela sala ao som de uma música com ritmo dançante, essa técnica proporcionou a elas um maior relaxamento, além de um momento de diversão e descontração. 
No momento seguinte foi feita a técnica Jogo de Apresentação por Desenho, já que haviam duas meninas novas no grupo, nesse jogo todas as meninas ganharam duas folhas, em uma faziam um desenho delas e na outra deveriam escrever seus sonhos e o que as impede de realizá-los, após esse momento todas deram voz ao desenho se apresentaram como se fossem o desenho falando de seus anseios e temores. As meninas novatas se comportaram com bastante timidez e tiveram dificuldades para se apresentarem, no momento de falar sobre o que as impediam de realizar seus sonhos algumas choraram e trouxeram o sentimento de que se sentem impotentes, desmotivadas com a vida, uma relatou que não tem mais expectativas, que se sente envergonhada e que muitas vezes sente culpa, de acordo com Furniss apud Florentino (2015) são constantes os sentimentos de culpa entre crianças e adolescentes que vivenciaram a situação do abuso sexual. Outras disseram que nada pode impedi-las de realizar seus sonhos. 
Depois foi realizada a técnica Jogo do desafio, a atividade consistiu em ver quem se disponibilizava para abrir a caixa e realizar o desafio proposto dentro da caixa, ninguém sabia, mas dentro da caixa haviam chocolates, no jogo do desafio, percebeu-se que a maioria das meninas tinham medo de abrir a caixa e vergonha de realizar o desafio que tinha na caixa, por isso não aceitavam abrir a caixa, quando uma decidiu abri-la e viu que o desafio eram chocolates as que não quiseram abrir ficaram arrependidas, foi realizado uma roda de conversa e elas falaram sobre como se comportam diante dos desafios que aparece em suas vidas, sobre quantas coisas boas elas já perderam na vida por medo de desafios, elas relataram que já perderam muitas coisas, percebeu-se por meio da fala e da expressão corporal muita frustração em algumas. 
Por último foram colados pedaços de papéis nas costas de cada integrante e entregue uma caneta hidrográfica para cada uma, andando elas deveriam escrever um elogio para a dona do papel, percebeu-se por meio da fala e das manifestações corporais das participantes durante o compartilhar dessa técnica que algumas ficaram surpresas e felizes com os elogios, porém algumas não acreditavam no que havia sido dito a elas, pois achavam que foram mais elogiadas do que mereciam, percebe-se que as diversas manifestações de violência contra as crianças e adolescentes, tendem a afetar a saúde mental, analisando-se que estão em fase de desenvolvimento psicossocial e que as mesmas produzem efeitos extremamente danosos, no desempenho escolar, desenvolvimento social, dificuldades sexuais, transtornos do pânico, além de desestruturar a autoestima (ROMARO; CAPITÃO, 2007 apud FLORENTINO, 2015).
No oitavo e último encontro participaram oito meninas, sendo 3 crianças e 5 adolescentes. O grupo teve início com o acolhimento, após o mesmo foi realizado um aquecimento, nesse momento todas andaram pela sala e fizeram movimentos com o pescoço, pernas e braços, após esse momento elas assistiram o vídeo “ Quem é você? ” do Palestrante Janderson Santos, o qual se falava sobre a essência do ser, sonhos, identidade, sobre viver o que se quer, e viver o que os outros querem, nesse momento algumas falaram um pouco sobre o que entenderam do vídeo, expuseram algumas frustrações referentes ao abuso sofrido e também em relação a outras coisas da vida.
Após o vídeo foi realizada a técnica do espelho, onde as participantes eram convidadas a se olharam dentro de uma caixa que continha um espelho, foi observado durante a técnica que a maioria das meninas estavam mais preocupadas com a aparência do que com suas essências, algumas ao se verem no espelho dentro da caixa sorriram, outras se espantaram, e algumas sentiram alegria, no compartilhar, algumas disseram que não gostam de espelho por que se acham feias, outras falaram que se acham lindas e por isso amam se olhar, mas nenhuma delas falaram de seu verdadeiro eu, por essa razão foi questionado sobre o valor da aparência e do verdadeiro ser, foi falado sobre o significado de cada marca que se tem, que cada cicatriz conta uma história de superação, após esse momento elas entenderam o sentido da técnica e começaram a falar sobre suas cicatrizes e superações. 
Por último foi dado um balão colorido, um pedaço de papel e uma caneta a cada uma, elas deveriam escrever uma frase de motivação no papel e colocá-lo dentro do balão e depois encher o balão e amarrá-lo, após todos encherem seus balões ao som de uma música todos jogaram os balões para o alto e bateram nos mesmos, até pegar um balão de cor diferente, depois estouraram os balões e leram as frases que estavam dentrodele Na atividade com o balão pode-se perceber que elas ficaram felizes com as frases que ganharam, todas leram as frases e compartilharam umas com a outras.
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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