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ExameSDresolvido11-07-08.pdf ExameSDresolvido30-01-13.pdf FreqSDresolvido(rascunho).pdf New Microsoft Word Document.docx 5 V 5 V 5 V 5 V D C A B Sistemas Digitais e Microprocessadores - Roteiro Prático.pdf UNIVERSIDADE DO ALGARVE Ano Lectivo: 2013/2014 ROTEIRO PRÁTICO Documento adaptado das disciplinas de Algebra II, Microprocessadores e Sistemas Digitais da licenciatura em Engenharia Eléctrica e Electrónica LICENCIATURA EM ENG. ELÉTRICA E ELETRÓNICA E CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA EM TELECOMUNICAÇÕES E REDES INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA IVO M. MARTINS D.E.E. – I.S.E. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia i Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes ÍNDICE ÍNDICE ........................................................................................................................ I PARTE I – SISTEMAS DIGITAIS ............................................................................... 1 1. Álgebra de Boole ............................................................................................................................................... 1 2. Simplificação de Funções Booleanas ............................................................................................................... 3 3. Elementos de Tecnologia .................................................................................................................................. 6 4. Circuitos Combinatórios Básicos ..................................................................................................................... 8 5. Circuitos Sequenciais Básicos ........................................................................................................................ 13 PARTE II – MICROPROCESSADORES .................................................................. 18 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 1 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes PARTE I – SISTEMAS DIGITAIS 1. ÁLGEBRA DE BOOLE 1. Seja , ,B uma álgebra de Boole. Prove que: a) ( )( ̅ )( ) ( )( ̅ ); b) , , :x y z B x y x z y z x y x z" Î + + = + ; c) ( )( ) ( )( ), , :x y z B x y x y z x y x z" Î + + + = + + . 2. Simplifique as seguintes funções booleanas utilizando as leis da álgebra de Boole: a) { ̅( ̅)}̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ; b) 0z ABC B BC BC AC= + + + × + ; c) ( )z A B A C= + + ; d) ( )z B D A B C C= + + + . 3. Construa um circuito para: a) ( )A BC C B D A+ + ; b) ( )( )A B C B C+ + + . 4. Sejam y ABC AC AB= + + e z A BC A BC ABC= + + : a) Construa um circuito para y e para z; b) Construa um circuito de diagramas lógicos para y e z; c) Simplifique as funções y e z, utilizando as leis de Boole e construa os circuitos simplificados. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 2 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 5. Represente as seguintes funções com diagramas lógicos: a) y AB C D A C A= + + ; b) ( )( )y A B A C B= + + ; c) ( )( ) ( )y A BC B D ABC= + + + . 6. Escreva a função booleana correspondente ao circuito: SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 3 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES BOOLEANAS 1. Escreva as seguintes funções booleanas, na 1ª forma canónica e na 2ª forma canónica: a) ( ) ( )( ), ,f x y z x y z x z= + + ; b) ( ), ,f x y z y x z= + ; c) ( ) ( )( ), ,f x y z x y z x y= + + + ; d) ( ), ,f x y z x z y z x y z= + + ; e) ( ) ( )( ), , ,f x y z t x z t z x y= + + ; f) Escreva as funções das alíneas anteriores utilizando só portas NAND e só portas NOR. 2. Simplifique as seguintes funções booleanas utilizando mapas de Karnaugh: a) ( ),f x y x y x y x y= + + ; b) ( ), ,f x y z x y z x z= + + ; c) ( ) ( ), ,f x y z x y z x z x y z x y z= + + + + ; d) ( ), , ,f x y z t x y z x y z x y x y z t= + + + . 3. Simplifique as seguintes funções booleanas: a) 0 0 1 1 x 0 1 1 0 y 0 1 1 1 1 1 1 1 z SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 4 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes b) 0 0 1 1 x 0 1 1 0 y 0 0 0 0 1 0 0 0 z c) 0 0 1 1 x 0 1 1 0 y 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 z t d) 0 0 1 1 x 0 1 1 0 y 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 z t 4. Simplifique as seguintes funções booleanas utilizando mapas de Karnaugh: a) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ), , ,f a b c d a b c d a b c d a b c d a b c d= + + + × + + + × + + + × + + + × ( ) ( ) ( ) ( )a b c d a b c d a b c d a b c d× + + + × + + + × + + + × + + + × ( ) ( ) ( ) ( )a b c d a b c d a b c d a b c d× + + + × + + + × + + + × + + + ; SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 5 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes b) ( ), , ,f a b c d a b c d a bc d ab c d a bc d abc d a bcd abcd= + + + + + + + a b cd abcd ab cd+ + + ; c) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ), , ,f a b c d a b c d a b c d a b c d a b c d= + + + × + + + × + + + × + + + × ( ) ( ) ( ) ( )a b c d a b c d a b c d a b c d× + + + × + + + × + + + × + + + × ( ) ( ) ( ) ( )a b c d a b c d a b c d a b c d× + + + × + + + × + + + × + + + ; d) ( ), , , ,f a b c d e a bc d e ab c d e abc d e a b c d e a bc d e a b c d e= + + + + + + ab c d e ab cd e abcd e abc d e ab c d e abc d e+ + + + + + . SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 6 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3. ELEMENTOS DE TECNOLOGIA 1. Projecte e implemente um Conversor de Código BCD8421 de 0 a 19 em Binário Natural. 2. a) Projecte e implemente um Transcodificador Binário Natural de 4 bits para BCD; b) Implemente o circuito anterior utilizando apenas o integrado 7400; c) Calcule a margem de ruído nos níveis alto e baixo da família 7400, para Vcc=4,75V e uma temperatura ambiente de 25ºC; d) Calcule o FAN-OUT das suas saídas quando ligado a portas do mesmo tipo; e) Calcule a frequência máxima de funcionamento. 3. Projecte e implemente um circuito que calcule o quadrado de um número de 3 bits. 4. Projecte e implemente um circuito que receba uma palavra BCD8421 X em paralelo (identificados através das letras x3,x2,x1,x0) e que calcule Z=9-X. Por exemplo se a palavra de entrada X for ‘0101’ (5 em decimal) a saída deve indicar 4 (em binário). Simplifique ao máximo a expressão e o circuito e indique claramente os grupos nos mapas de Karnaugh. 5. Projecte e implemente um circuito livre de hazards que gere a seguinte função lógica: F A B C D m( , , , ) ( , , , , , , , , , ) 0 2 4 5 6 7 8 10 1115 . SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 7 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 6. a) Projecte e implemente (utilizando lógica discreta) um circuito conversor de código BCD para entradas de um display de sete segmentos (saídas a, b, c, d, e, f, g). Considere as saídas activas quando alto. Por exemplo: se as entradas em BCD indicarem 1 devem activar- se as saídas ‘b’ e ‘c’; b) Reformule a alínea anterior para que o circuito fique livre de glitches. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 8 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 4. CIRCUITOS COMBINATÓRIOS BÁSICOS 1. A partir do gerador de bit de paridade par representado na figura seguinte, projecte e implemente um circuito (gerador de bit de paridade universal) que mediante uma entrada de controlo ( P I/ ) gere o bit de paridade par quando P I/ 0 e o bit de paridade impar quando P I/ 1 . D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 Bpp O circuito pretendido tem a seguinte tabela de verdade: ( ... )b b0 7 Bpp P I/ Bp PAR 0 0 0 0 1 1 IMPAR 1 0 1 1 1 0 2. A partir do detector de erro de paridade par representado na figura seguinte, projecte e implemente um circuito (detector de erro de paridade universal) que mediante uma entrada de controlo ( P I/ ) detecte o erro de paridade par quando P I/ 0 e o erro de paridade impar quando P I/ 1 . D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 Epp Bp SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 9 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3. Usando o CI 74180 implemente um gerador de paridade impar e um detector de erro de paridade impar, para palavras de 8 bits. 4. Usando o CI 74180 implemente um gerador de paridade par e um detector de erro de paridade par, para palavras de 16 bits. 5. Projecte e implemente um somador de magnitude 5 usando um meio somador e quatro somadores completos. 6. Projecte e implemente um somador completo de magnitude 4 usando quatro somadores completos. 7. Projecte e implemente um somador completo a partir de dois meios somadores. 8. Projecte e implemente um somador completo de magnitude 8 a partir de dois somadores completos de magnitude 4. 9. Projecte e implemente um meio subtrator. 10. Projecte e implemente um subtrator completo. 11. Projecte e implemente um subtrator completo de magnitude 4. 12. Projecte e implemente um circuito que converta um número de 5 bits representado em S+M para o código complemento para 2. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 10 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 13. Usando um somador completo de magnitude 4 e a lógica adicional necessária, projecte e implemente um circuito que realize a soma e subtracção de 2 números positivos X e Y (com X>Y) de 4 bits cada, mediante uma entrada de controlo (Adição/Subtração). 14. Usando o circuito somador completo de magnitude 4 e a lógica adicional necessária: a) Projecte e implemente um circuito que recebe 2 números, X e Y com 4 bits cada, sinalizados em S+M, e que realize a sua soma algébrica, apresentado o resultado em S+M; b) Uma vez que o resultado não é válido se ocorrer overflow, projecte um circuito que detecte a ocorrência de overflow. 15. Usando um circuito comparador completo implemente: a) Um comparador de magnitude 4; b) Um comparador completo de magnitude 4. 16. Usando o comparador completo de magnitude 4, implemente um comparador de magnitude 12. 17. Usando o CI 74151 implemente um MUX de 4 para 1, um MUX de 2 para 1 e um MUX de 4x2 para 1x2. 18. Projecte e implemente um MUX de 16 para 1 usando 2 CI 74151. 19. Projecte e implemente um MUX de 8 para 1 usando um CI 74153. 20. Implemente um detector dos números 3,4 e 7 usando o CI 74151 e usando o CI 74153 (apenas um módulo). SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 11 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 21. Recorrendo a um multiplexador de 4 para 1 projecte e implemente um circuito que detecte todos os números primos de 3 bits. 22. Projecte e implemente um DMUX de 1 para 8 usando: a) Dois DMUX de 1 para 4; b) Três DMUXs de 1 para 4; c) Compare as vantagens e desvantagens dos projectos (a) e (b). 23. Ligue o CI 74155 de forma a funcionar como DMUX de 1 para 8 e faça a respectiva tabela de verdade. 24. Use o CI 74155 para projectar e implementar um DMUX de 1 bus de 4 linhas (1x4) para 4 buses de 4 linhas (4x4). 25. Projecte e implemente um DMUX de 1 para 16 usando o CI 74155. 26. Projecte e implemente um codificador binário de 8 linhas para 3 com prioridade ao mais significativo a partir de dois codificadores binário de 4 linhas para 2 com prioridade ao mais significativo, use a lógica adicional necessária. 27. Projecte e implemente um codificador binário de 16 para 4 com prioridade ao mais significativo, com entradas de dados activas quando baixo, linhas de controlo activas quando baixo e com saídas activas quando alto, a partir de dois codificadores binário 74148, use a lógica adicional necessária. 28. Projecte e implemente um descodificador 2:4 com saídas activas quando baixo e duas entradas de Enable, uma activa quando baixo e outra activa quando alto. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 12 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 29. A partir do descodificador de 2:4 da alínea anterior, implemente um descodificador de 3:8. 30. Recorrendo a um descodificador de 3:8 implemente um detector de números entre 2 e 6. 31. Projecte e implemente um circuito que multiplique dois números de dois bits: a) Utilizando lógica discreta; b) Utilizando MUX’s 8:1 (74151); c) Utilizando um descodificador / desmultiplexador (74154). 32. Considere a seguinte tabela de verdade em que x2, x1 e x0 são entradas de um circuito que se pretende implementar e z1 e z0 são saídas desse mesmo circuito. x2 x1 x0 z1 z0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 a) Implemente o circuito da tabela de verdade usando o DMUX/DECODER CI 74155. Utilize a lógica adicional necessária; b) Implemente o circuito da tabela de verdade usando um Multiplexador de 4 bus de 2 linhas para um bus de 2 linhas (MUX 4x2:1x2). Utilize a lógica adicional necessária. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 13 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 5. CIRCUITOS SEQUENCIAIS BÁSICOS 1. Considere o seguinte Flip-Flop SR Master Slave. Complete o diagrama temporal respectivo. S R Q Q En S R Q Q EnCLK S R Q Q Master Slave CLK Sm Rm Qm=Ss Qm=Rs Q CLK 2. Escreva a Tabela de Excitação, Tabela de Transição, Equação Característica e o Diagrama de Estados do Flip-Flop tipo D. 3. Escreva a Tabela de Excitação, Tabela de Transição, Equação Característica e o Diagrama de Estados do Flip-Flop JK. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 14 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 4. Considere o seguinte Flip-Flop JK com entradas assíncronas. Complete o diagrama temporal respectivo. 5. Projecte e implemente um contador binário de módulo 4. 6. Projecte e implemente um contador binário de módulo 4, com opção de contagem crescente e decrescente. O circuito deve contemplar uma entrada de controlo, tal que: S=1 Contagem crescente S=0 Contagem decrescente 7. Projecte e implemente um circuito que receba uma trama de bits e que detecte nessa trama a sequência “101” (sequências não entrelaçadas). 8. Projecte e implemente o detector de sequências da alínea anterior (“101”) mas para sequências entrelaçadas. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 15 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 9. Projecte e implemente um circuito detector de sequências entrelaçadas, para detectar as sequências “001” e “000”. 10. Projecte e implemente, utilizando flip-flops JK, um sequenciador cíclico de quatro leds (L1, L2, L3 e L4) com uma entrada de controlo de sequência (S). Após a inicialização do circuito, o led L1 deve ser aceso e por cada flanco ascendente do sinal de clock, de acordo com o estado da entrada de controlo, deve acender o led seguinte, tal que: S=1 Sequência L1, L2, L3, L4 S=0 Sequência L4, L3, L2, L1 11. Considere um controlo remoto associado a um carro telecomandado. O controlo tem 3 botões: Botão Acção A Avançar R Retroceder P Parar Implemente um circuito sequencial síncrono que actue no carro quando apenas uma das teclas do comando é pressionada. Considere para tal o seguinte diagrama de entradas e saídas do circuito: A R P Z0 Z1 CLK SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 16 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes As saídas Z0 e Z1 realizam as seguintes acções: Z1 Z0 Acção 0 0 Parar 0 1 Avançar 1 0 Retroceder 1 1 - 12. Para aplicação numa linha de transmissão digital a longa distância, pretende- se implementar um repetidor com eliminação de ruído, ou seja, um circuito que reproduz na sua saída S o sinal que lhe é fornecido na entrada E, mas eliminando o ruído que exista no sinal de entrada. Admitindo-se que o ruído só pode surgir sob a forma de impulsos de duração inferior a três períodos de relógio (impulsos a 1 quando a linha está a 0, e impulsos a 0 quando a linha está a 1), o funcionamento do repetidor deve ser tal que a saída S deve seguir a entrada E, com um certo atraso, mas não reagir a impulsos de duração inferior a três períodos de relógio (ruído) que surjam no sinal de entrada E. Assim, para conseguir a função desejada de eliminação de ruído, a saída S só deve mudar de valor se surgirem na entrada impulsos de duração igual ou superior a três períodos de relógio. a) Desenhe o diagrama de estados de Moore para o sistema de controlo especificado. b) Projecte e implemente o sistema de controlo utilizando Flip-Flops do tipo D. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 17 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 13. Pretende-se implementar um sistema de controlo de uma porta de garagem motorizada, obedecendo esse sistema a um comando de rádio frequência. O comando tem apenas um botão, que ao ser pressionado pelo utilizador gera as seguintes ordens: Se a porta estava em movimento, pára. Se a porta estava parada, põe-se em movimento na direcção contrária à do seu último movimento. O sistema é também composto por dois sensores de fim de curso que detectam as posições de “abertura completa” e “fecho completo”, que permitem cessar os movimentos da porta, quando os mesmos são atingidos. Assumindo que o sinal T corresponde a um toque no botão do comando (sinal com a duração de um período de clock) e o sinal D corresponde à detecção das posições de “abertura completa” e “fecho completo”, o sistema pode ser representado pelo seguinte diagrama de entradas e saídas: a) Desenhe o diagrama de estados de Moore e de Mealy para o sistema de controlo especificado. b) Projecte e implemente o sistema de controlo especificado a partir de um dos diagramas de estados da alínea anterior. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE II Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 18 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes PARTE II – MICROPROCESSADORES Sistemas Digitais e Microprocessadores - Roteiro Teórico (2).pdf 3333 UNIVERSIDADE DO ALGARVE INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA Ano Lectivo: 2013/2014 Documento adaptado das disciplinas de Algebra II, Microprocessadores e Sistemas Digitais da licenciatura em Engenharia Eléctrica e Electrónica ROTEIRO TEÓRICO LICENCIATURA EM ENG. ELÉTRICA E ELETRÓNICA E CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA EM TELECOMUNICAÇÕES E REDES ANTÓNIO SILVA IVO M. MARTINS D.E.E. – I.S.E. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia i Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes ÍNDICE ÍNDICE ........................................................................................................................ I PARTE I – SISTEMAS DIGITAIS ............................................................................... 1 1. Álgebra de Boole ............................................................................................................................................... 1 1.1. Definição e Propriedades ............................................................................................................................. 1 1.2. Álgebra de Boole a Dois Valores ................................................................................................................ 3 1.3. Representação de Funções Booleanas ......................................................................................................... 4 1.3.1. Representação de Funções Booleanas Elementares ............................................................................. 6 1.3.2. Representação de Outras Funções Booleanas ...................................................................................... 7 2. Simplificação de Funções Booleanas ............................................................................................................... 8 2.1. Introdução ................................................................................................................................................... 8 2.2. Termos Mínimos (Mintermos) e Termos Máximos (Maxtermos) ............................................................... 8 2.3. Teorema Fundamental da Álgebra de Boole - Formas Canónicas ............................................................ 10 2.4. Portas NAND e Portas NOR ..................................................................................................................... 12 2.5. Métodos de Simplificação ......................................................................................................................... 13 2.5.1. Implicantes Primos ............................................................................................................................ 13 2.5.2. Mapas de Karnaugh ........................................................................................................................... 14 2.5.2.1. Método de Preenchimento dos Mapas de Karnaugh .................................................................. 15 2.5.2.2. Método de Simplificação de Funções ........................................................................................ 16 3. Elementos de Tecnologia ................................................................................................................................ 17 3.1. Lógica Positiva e Lógica Negativa ............................................................................................................ 17 3.2. Características Eléctricas dos Circuitos Digitais ....................................................................................... 18 3.2.1. Tempo de Propagação e Potência Consumida ................................................................................... 18 3.2.2. Níveis de Tensão e Margem de Ruído ............................................................................................... 20 3.2.3. Intensidade de Corrente nas Portas Lógicas e Fan-Out ..................................................................... 22 3.2.4. Tempo de Subida e Tempo de Descida ............................................................................................. 23 3.3. Tecnologias Digitais de Circuitos Integrados ............................................................................................ 24 3.4. Eliminação de Glitches em Mapas de Karnaugh ....................................................................................... 27 3.5. Noções Básicas de Comunicação Digital de Dados .................................................................................. 29 3.5.1. Comunicação em Paralelo ................................................................................................................. 29 3.5.2. Comunicação em Série ...................................................................................................................... 30 3.5.3. Códigos Detectores de Erros ............................................................................................................. 31 3.5.4. Código de Paridade para a Detecção de Erros ................................................................................... 33 4. Circuitos Combinatórios SSI e MSI .............................................................................................................. 35 4.1. Circuitos Conversores de Códigos ............................................................................................................ 35 4.1.1. Circuitos Geradores de Bit de Paridade ............................................................................................. 35 4.1.2. Circuito Detector de Erro de Paridade ............................................................................................... 37 4.2. Circuitos Aritméticos ................................................................................................................................ 40 4.2.1. Circuitos Somadores .......................................................................................................................... 41 4.2.2. Circuitos Comparadores .................................................................................................................... 44 4.3. Multiplexadores e Desmultiplexadores ..................................................................................................... 46 4.3.1. Multiplexador Digital ........................................................................................................................ 47 4.3.2. Desmultiplexador Digital .................................................................................................................. 52 4.4. Codificadores e Descodificadores ............................................................................................................. 55 4.4.1. Codificador Digital ............................................................................................................................ 55 4.4.2. Descodificador Digital ....................................................................................................................... 61 5. Circuitos Sequenciais ...................................................................................................................................... 63 5.1. Circuitos Combinatórios vs Circuitos Sequenciais .................................................................................... 63 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia ii Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 5.1.1. Modelo Para Circuitos Lógicos Combinatórios ................................................................................. 64 5.1.2. Modelo Para Circuitos Lógicos Sequenciais ..................................................................................... 65 5.2. Dispositivos de Memória Biestáveis ......................................................................................................... 66 5.2.1. Latch SR (Set-Reset) ......................................................................................................................... 67 5.2.1.1. Ferramentas de Análise dos CS ................................................................................................. 68 5.2.1.2. Flip-Flop SR Síncrono ............................................................................................................... 70 5.2.1.3. Flip-Flop SR Master Slave......................................................................................................... 71 5.2.1.4. Nomenclaturas ........................................................................................................................... 72 5.2.2. Flip-Flop D ........................................................................................................................................ 73 5.2.2.1. Flip-Flop D Com Entradas Assíncronas .................................................................................... 75 5.2.3. Flip-Flop T......................................................................................................................................... 75 5.2.4. Flip-Flop JK....................................................................................................................................... 77 5.2.5. Especificações dos Flip-Flops ........................................................................................................... 78 5.3. Projecto de Circuitos Sequenciais ............................................................................................................. 79 5.3.1. Máquinas de Mealy e de Moore ........................................................................................................ 80 5.3.2. Descrição de Circuitos Sequenciais ................................................................................................... 82 5.3.2.1. Diagramas de Estado ................................................................................................................. 83 5.3.2.2. Tabela de Transição ................................................................................................................... 87 5.3.3. Síntese de Circuitos Sequenciais ....................................................................................................... 88 5.4. Registadores .............................................................................................................................................. 95 5.5. Registos de Deslocamento ......................................................................................................................... 96 5.6. Contadores ................................................................................................................................................. 98 5.6.1. Tipos de Contadores ........................................................................................................................ 100 PARTE II – MICROPROCESSADORES ................................................................ 104 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 1 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes PARTE I – SISTEMAS DIGITAIS 1. ÁLGEBRA DE BOOLE 1.1. DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES Definição: Álgebra de Boole é uma estrutura matemática ,,B , em que B é um conjunto diferente do conjunto vazio, +, •, são duas operações binárias que verificam as seguintes leis: ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO Fecho A1. ByxByx :, M1. ByxByx :, Comutatividade A2. xyyxByx :, M2. xyyxByx :, Associatividade A3. zyxzyxBzyx :,, M3. zyxzyxBzyx :,, Distributividade (relativamente à multiplicação) (relativamente à adição) A4. zxyxzyxBzyx :,, M4. zxyxzyxBzyx :,, Existência de elemento neutro A5. xxBxB 0:,0 M5. xxBxB 1:,1 Complementaridade A6. 1:, 1 xxBxBx M6. 0:, 1 xxBxBx Obs: Usualmente designam-se as operações: por soma lógica (ou reunião) • por multiplicação lógica (ou intersecção) SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 2 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Princípio da dualidade: Todo o teorema relativo a uma álgebra de Boole, enunciado em termos de adições e/ou multiplicações, dá origem a um novo teorema, que se obtém trocando entre si estas operações e os elementos neutros e mantendo a operação de complementação. Propriedades: Bzyx ,, tem-se: P1. Unicidade do elemento neutro O elemento neutro, (0 para “+” e 1 para “•”), é único. P2. Idempotência xxx xxx P3. Leis da absorção i) 11x 00 x ii) xxyx xxyx P4. Dupla negação xx P5. Leis de De Morgan yxyx yxyx Obs: Podem generalizar-se as leis de De Morgan, i.e., zyxzyx zyxzyx SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 3 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 1.2. ÁLGEBRA DE BOOLE A DOIS VALORES VARIÁVEIS BOOLEANAS Definição: Uma variável booleana toma os valores 0 e 1, valores estes que designam quantidades booleanas. FUNÇÕES BOOLEANAS Definição: Diz-se que uma variável booleana y é função de uma variável booleana x, se a cada valor de x corresponder um determinado valor de y. As funções booleanas elementares são: A complementação lógica (NOT): xxf A soma lógica (OR): yxyxf , A multiplicação lógica (AND): yxyxf , Todas as outras funções booleanas são efectuadas por composição de funções booleanas elementares. Função NAND 21 xxy Função NOR 21 xxy Função XOR (“ou” exclusivo) 212121 xxxxxxy Função XNOR (equivalência) 212121 xxxxxxy SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 4 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 1.3. REPRESENTAÇÃO DE FUNÇÕES BOOLEANAS Algébrica: A função é representada pela sua expressão algébrica, utilizando os símbolos das operações lógicas. Números designativos: Baseia-se na representação binária. Tabelas de Verdade (TV) TV de duas variáveis TV de quatro variáveis x1 x0 f(x1,x0) x3 x2 x1 x0 f(x3,x2,x1,x0) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 TV de três variáveis 0 1 0 1 x2 x1 x0 f(x2,x1,x0) 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 5 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Diagramas ou mapas Mapa de Karnaugh f 1x 2x 00 01 11 10 3x 0 1 Diagrama de Veitch 2x 2x 1x 1x 3x 3x 3x Diagramas lógicos ou logigramas: Atribui-se a cada função lógica elementar um símbolo gráfico. NEGAÇÃO PRODUTO LÓGICO SOMA LÓGICA NAND NOR XOR 21 xxy 1x 2x nxxxy 21 1x 2x nx nxxxy 21 1x 2x nx nxxxy 21 1x 2x nx 1x 2x nx nxxxy 21 1xy 1x SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 6 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 1.3.1. REPRESENTAÇÃO DE FUNÇÕES BOOLEANAS ELEMENTARES NOT AND OR Representação Algébrica x yx yx Tabela de verdade x x 0 1 1 0 x y yx 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 x y yx 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 Mapa de Karnaugh yx 0 1 y 0 0 0 1 0 1 x yx 0 1 y 0 0 1 1 1 1 x Logigrama x x x y yx x y yx Representação Lógica x~ yx yx Algebra de Conjuntos XS \ YX YX Diagrama de Venn S X X S Y X Y S Linguagem de Circuitos x x x y yx x y yx SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 7 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 1.3.2. REPRESENTAÇÃO DE OUTRAS FUNÇÕES BOOLEANAS NAND NOR XOR XNOR Repres. Algébrica yx yx yx yx Tabela de verdade x y yx 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 x y yx 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 x y yx 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 x y yx 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 Mapa de Karnaugh yx 0 1 y 0 1 1 1 1 0 x yx 0 1 y 0 1 0 1 0 0 x yx 0 1 y 0 0 1 1 1 0 x yx 0 1 y 0 1 0 1 0 1 x Logigrama x y yx x y yx x y yx x y yx Repres. Lógica yx ~ yx~ yx yx Algebra de Conjuntos YXS \ YXS \ YX YX \ YX YXS \ Diagrama de Venn S YX X S Y S X Y S X Y SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 8 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES BOOLEANAS 2.1. INTRODUÇÃO A expressão mais simples de uma função é aquela que possuir um menor número de termos com mais de uma variável. Em caso de igualdade no número de termos considera-se a que possuir menor número de variáveis. 2.2. TERMOS MÍNIMOS (MINTERMOS) E TERMOS MÁXIMOS (MAXTERMOS) Seja nxxxX ,,, 21 uma variável booleana. A cada configuração iX da variável booleana X, pode fazer-se corresponder: MINTERMO Um produto lógico de nxxx ,,, 21 em que cada ix aparece uma e uma só vez, com o seu próprio valor se tomar o valor 1 em iX , ou complementado se tomar o valor 0 em iX . A cada um destes produtos chama-se termo mínimo ou mintermo. MAXTERMO Um soma lógica de nxxx ,,, 21 em que cada ix aparece uma e uma só vez, com o seu próprio valor se tomar o valor 0 em iX , ou complementado se tomar o valor 1 em iX . A cada uma destas somas chama-se termo máximo ou maxtermo. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 9 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes A tabela de verdade seguinte apresenta os mintermos (termos mínimos ou termos com um mínimo de 1’s): x2 x1 x0 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 012 .. xxx 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 A tabela de verdade seguinte apresenta os maxtermos (termos máximos ou termos com um máximo de 1’s): x2 x1 x0 012 xxx 012 xxx 012 xxx 012 xxx 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 Tabela resumo de mintermos e maxtermos x2 x1 x0 mintermos Maxtermos 0 0 0 m0 = 012 .. xxx M0 = 012 xxx 0 0 1 m1 = 012 .. xxx M1 = 012 xxx 0 1 0 m2 = 012 .. xxx M2 = 012 xxx 0 1 1 m3 = 012 .. xxx M3 = 012 xxx 1 0 0 m4 = 012 .. xxx M4 = 012 xxx 1 0 1 m5 = 012 .. xxx M5 = 012 xxx 1 1 0 m6 = 012 .. xxx M6 = 012 xxx 1 1 1 m7 = 012 .. xxx M7 = 012 xxx SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 10 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.3. TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA DE BOOLE - FORMAS CANÓNICAS Teorema: Dada uma função booleana nxxxfXfY ,,, 21 , ela pode exprimir-se como: 12 0 n i iimfXfY 1ª forma canónica, ou soma de mintermos ou 12 0 n i i iMfXfY 2ª forma canónica, ou produto de maxtermos em que if representa o 0 ou 1 na posição i do número designativo de Y. Este teorema permite escrever qualquer função booleana como uma soma (ou produto) de termos mínimos (ou de termos máximos). Vejamos como exemplo a função representada na Tabela de Verdade: Nº da linha x2 x1 x0 f(x2,x1,x0) Esta função tem os seguintes mintermos e maxtermos 0 0 0 0 1 m0 1 0 0 1 0 M1 2 0 1 0 1 m2 3 0 1 1 1 m3 4 1 0 0 0 M4 5 1 0 1 0 M5 6 1 1 0 1 m6 7 1 1 1 0 M7 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 11 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Podemos exprimir f(x2,x1,x0) como: Soma de Mintermos f(x2,x1,x0)= m0+m2+m3+m6 Produtos de Maxtermos f(x2,x1,x0)= M1.M4.M5.M7 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 12 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.4. PORTAS NAND E PORTAS NOR Representar funções booleanas elementares só com portas NAND ou só com portas NOR: Função Representação Portas NAND Portas NOR Algebrica Logigrama Algebrica Logigrama NOT xxx x x xxx x x AND yxyx y x yx yxyx x y yx OR yxyx x y yx yxyx y x yx Método para obter funções elementares dependentes unicamente de portas NAND ou portas NOR: NAND NOR 1º Simplificar a função dada 2º Exprimir a função como uma soma de produtos Exprimir a função como um produto de somas 3º Complementar duplamente a expressão obtida SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 13 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.5. MÉTODOS DE SIMPLIFICAÇÃO 2.5.1. IMPLICANTES PRIMOS Seja: nxxxfy ,,, 21 então: 12 0 n i iimfy e sejam: nkki xxxxxm 121 e nkkj xxxxxm 121 então: 1 2 1 1 i j k k k nm m x x x x x x nk xxxx 121 Termo reduzido Conclusão: Se numa soma existirem dois termos mínimos im e jm que diferem apenas numa variável booleana, pode através da soma ji mm reduzir-se essa variável booleana, ficando as restantes 1n variáveis booleanas comuns. Definição: Implicantes primos de uma função booleana dizem-se os termos mínimos da sua 1ª forma canónica, que não podem ser reduzidos, e os termos reduzidos que não podem ser associados de forma a obter outros com menor número de variáveis booleanas. Obs: Resulta então que, uma função booleana pode ser dada pela soma dos seus implicantes primos, mas em geral nem todos são necessários. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 14 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.5.2. MAPAS DE KARNAUGH Definição: Um mapa de Karnaugh é uma representação bidimensional da tabela de verdade de uma função booleana. 2 VARIÁVEIS F 0 1 y 0 x y yx 1 yx xy X 3 VARIÁVEIS F x y 00 01 11 10 z 0 zyx zyx zyx zyx 1 zyx zyx zyx zyx 4 VARIÁVEIS F z t 00 01 11 10 x y 0 0 tzyx tzyx tzyx tzyx 0 1 tzyx tzyx tzyx tzyx 1 1 tzyx tzyx tzyx tzyx 1 0 tzyx tzyx tzyx tzyx SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 15 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.5.2.1. Método de Preenchimento dos Mapas de Karnaugh 1º) Elaborar a tabela de verdade da função, obter os seus valores de saída (i.e. o seu número designativo) e representá-los no mapa. 2º) Escrever a função na 1ª forma canónica, colocando 1’s nas quadrículas que representam os termos mínimos correspondentes e 0’s nas restantes quadrículas. 3º) Escrever a função na 2ª forma canónica, colocando 0’s nas quadrículas correspondentes ao complementar de cada termo máximo e 1’s nas restantes quadrículas. 4º) Escrever a função como soma de produtos, ou produto de somas, se necessário, e preencher o mapa directamente. Nos mapas de Karnaugh diz-se que: 2 quadrados são adjacentes quando têm um lado comum ou quando são os extremos de uma mesma fila; 2 filas paralelas são adjacentes quando os quadrados que as formam são adjacentes. Propriedade: 2 (2 2 , 2 3, …) símbolos “1” em quadrados adjacentes indicam que a soma dos termos da função que lhes correspondem é equivalente a um termo com menos 1 (2, 3, …) variáveis booleanas. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 16 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 2.5.2.2. Método de Simplificação de Funções 1º) Considerar todos os símbolos “1” (ou “0”) pelo menos uma vez. 2º) Considerar agrupamentos (quadrados adjacentes) de “1” (ou “0”) com a maior potência de dois possível (2, 4, 8, …). 3º) Utilizar o menor número possível de agrupamentos. Função simplificada na forma de soma de produtos: Em cada agrupamento de “1’s” lê-se o implicante primo correspondente, f é a soma destes. Função simplificada na forma de produto de somas: Basta proceder com os “0’s” da mesma forma que se fez com os “1’s”, tendo em conta que em vez dos implicantes primos se consideram os complementares destes e f é o produto deles. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 17 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3. ELEMENTOS DE TECNOLOGIA Esta seção é informativa e contem elementos que serão usados mais tarde em diversos exemplos de aplicação de sistemas digitais. Deve ser lida pelos alunos e será retomada pelo professor sempre que necessário. 3.1. LÓGICA POSITIVA E LÓGICA NEGATIVA Os circuitos lógicos reais utilizam níveis de tensão para representar os valores lógicos de um circuito. Existem duas convenções que estabelecem a relação entre os níveis de tensão alto (H high) e baixo (L low) em que H > L e os valores lógicos ‘1’ (V) e ‘0’ (F): Lógica Positiva O nível H representa o valor lógico ‘1’ O nível L representa o valor lógico ‘0’ Lógica Negativa O nível H representa o valor lógico ‘0’ O nível L representa o valor lógico ‘1’ Obs: Na tecnologia TTL, H corresponde a 5 voltes e L corresponde a 0 voltes. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 18 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3.2. CARACTERÍSTICAS ELÉCTRICAS DOS CIRCUITOS DIGITAIS 3.2.1. TEMPO DE PROPAGAÇÃO E POTÊNCIA CONSUMIDA Para escolher a tecnologia a usar num determinado projecto ou comparar o desempenho de diferentes tecnologias três características são fundamentais: Potência consumida em regime estático (quando o nível lógico da saída se mantém estável). Potência consumida em regime dinâmico (quando o nível lógico da saída comuta com uma determinada frequência). v i p = v * i Tempo de propagação (tempo que a saída demora a reagir a uma alteração da entrada). tp A Z A Z tpHL tpLH A Z tpHL tpLH SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 19 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes O tempo de atraso de propagação condiciona a frequência com que o valor lógico de entrada da porta pode variar (frequência máxima de funcionamento da porta lógica), pois se a entrada da porta varia mais rápido do que o tempo de propagação cria-se na saída uma região em que o valor lógico é indefinido e a alteração da entrada não se manifesta correctamente na saída. A frequência máxima de funcionamento de uma porta lógica é dado por: f t tpHL pLH max max( , ) 1 Frequência máxima de funcionamento de um circuito lógico: A B C F t t tpporta pHLporta pLHporta max( , ) tpAND tpOR tpNOT tpAND tpXNOR Neste circuito lógico temos 3 (5) caminhos possíveis das entradas até à saída, para calcular a sua frequência máxima de funcionamento temos de calcular primeiro qual dos caminhos tem um maior tempo de propagação: pXNORpORp pXNORpORpANDp pXNORpANDpNOTp ttt tttt tttt 3 2 1 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 20 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Depois usando o maior deles calculamos a frequência máxima de funcionamento do circuito combinatório: ),,max( 1 321 max ppp ttt f 3.2.2. NÍVEIS DE TENSÃO E MARGEM DE RUÍDO Como já dissemos anteriormente num circuito lógico (real) os valores lógicos são representados por sinais de tensão, mas estes sinais podem deteriorar-se ao longo das linhas que os transmitem da saída de uma porta para a entrada de outra (por exemplo devido ao ruído electromagnético). Para evitar problemas de deterioração dos valores lógicos os fabricantes de circuitos integrados (CI) digitais garantem que: Na saída de uma porta: O nível alto, H (‘1’ em lógica positiva), é representado por uma tensão entre Vcc e VoH(min). O nível baixo, L (‘0’ em lógica positiva), é representado por uma tensão entre 0 volts e VoL(max). Na entrada de uma porta: O nível alto, H (‘1’ em lógica positiva), é representado por uma tensão entre Vcc e ViH(min). O nível baixo, L (‘0’ em lógica positiva), é representado por uma tensão entre 0 volts e ViL(max). SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 21 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes ViVo Vcc Vcc Vcc 00 VoH(min) VoL(max) ViH(min) ViL(max) '1' '1' '0' '0' VNH VNL ZP Niveis de Tensão de Saída Niveis de Tensão de Entrada Estes níveis de tensão, garantidos pelo fabricante, fazem com que os circuitos funcionem bem mesmo na presença de algum ruído (ambiente); e permitem-nos facilmente calcular as margens de ruído (VN) admitida por um circuito lógico: V V V V V V V V V NH oH iH NL iL oL N NL NH (min) (min) (max) (max) min( , ) Os níveis de tensão garantidos pelos fabricantes de CI permite-nos também verificar a compatibilidade e projectar circuitos de interface entre diferentes tecnologias. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 22 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3.2.3. INTENSIDADE DE CORRENTE NAS PORTAS LÓGICAS E FAN-OUT Quando ligamos duas ou mais portas lógicas existem inevitavelmente trocas de correntes entre elas, os valores destas correntes limites (para que as portas lógicas funcionem correctamente) são fornecidos pelos fabricantes. Convencionou-se que as correntes entram sempre nas portas (sentido positivo), pelo que quando as correntes são negativas o seu sentido real é contrário ao convencionado (saindo das portas). Por exemplo na tecnologia TTL standard temos que: I mA I A I mA I mA oH iH oL iL 12 40 48 16 . . IoH IoL IiL IiH N portas Aplicando a lei dos Nós ao circuito anterior, temos que: | | .| | | | | | I N I N I I Fan OutoH iH oH iH H 30 30 | | .| | | | | | I N I N I I Fan OutoL iL oL iL L 30 30 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 23 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes O Fan-Out calculado para os níveis baixo e alto representa o número (inteiro) de portas que se podem ligar à saída de uma porta. Nem sempre o Fan-OutH é igual ao Fan-OutL pelo que o Fan-Out de uma porta lógica é dado por: Fan Out Fan Out Fan OutH L min( ; ) 3.2.4. TEMPO DE SUBIDA E TEMPO DE DESCIDA Anteriormente (nos diagramas temporais) representámos os sinais digitais como degraus perfeitos. Apesar de ser uma boa aproximação (principalmente quando trabalhamos a baixa frequência) isso não corresponde à realidade. A Z A A (ideal) Z (real) 50% 50% 90% 10% tf tr tpHL tpLH T tH tL tempo (real) Na figura podemos observar que a onda A real que sai do gerador de onda quadrada não passa instantaneamente do nível baixo de tensão (L) para o nível alto (H) nem do nível H para o nível L. Entre as características temporais dos sinais digitais (periódicos), têm particular importância o seu período (T), o SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 24 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes tempo que está no nível lógico alto (tH ou tw no caso de pulsos isolados) e o tempo que está no nível lógico baixo (tL). Estas características numa onda real são medidas a 50% do seu valor máximo (ver A(ideal) e A(real)). Na forma de onda de saída da porta (Z(real)), representamos as quantidades tempo de descida (tf – fall time) e tempo de subida (tr – rise time), que podem ser usadas para verificar a qualidade de uma porta (quanto menores melhor é a porta). Elas são medidas entre 10% e 90% do valor máximo da onda. Os tempos de propagação (HL e LH) quando medidos em ondas reais são medidos entre 50% da onda da onda de entrada da porta e 50% da onda de saída da porta. 3.3. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE CIRCUITOS INTEGRADOS A implementação de circuitos lógicos pode ser feita com portas lógicas de diferentes tecnologias. Estas tecnologias têm diferentes características eléctricas que se adaptam melhor a um ou a outro tipo de projecto. A primeira característica que distingue as tecnologias é a tensão de alimentação e os níveis de tensão usados para representar os valores lógicos. Na tecnologia Transistor Transistor Logic (TTL) standard esta tensões são: Tensão de alimentação Vcc=5V Nível lógico ‘1’ é representado por valores entre [Vcc, 2.4V] Nível lógico ‘0’ é representado por valores entre [0V, 0.8V] SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 25 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes SUB-FAMILIAS TTL 7408 Standard TTL 74L08 Low power TTL 74H08 High speed TTL 74S08 Schottky TTL 74LS08 Low power Schottky TTL 74AS08 Advanced Schottky TTL 74SLS08 Advanced low power Schottky TTL 74F08 Fast TTL Na tecnologia Complementary Metal Oxide semiconductor (CMOS) standard esta tensões são: Tensão de alimentação Vcc pode estar entre [2V, 15V] Nível lógico ‘1’ é representado por valores entre [Vcc, Vcc-30%Vcc] Nível lógico ‘0’ é representado por valores entre [0V, 30%Vcc] SUB-FAMILIAS CMOS 29FCTxx Fast CMOS-TTL compatible 74C08 CMOS using TTL numbering system 74HC08 High speed CMOS using TTL numbering system 74HCT08 High speed CMOS-TTL compatible 74FCT08 Fast CMOS TTL compatible logic Na tecnologia Emitter Couple Logic (ECL) standard esta tensões são: Tensão de alimentação Vcc=-5.2V Nível lógico ‘1’ é representado por valores entre [-0.81V, -0.96V] Nível lógico ‘0’ é representado por valores entre [-1.65V, -1.85V] SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 26 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Quanto pretendemos usar um determinado Circuito Integrado (CI) para fazer uma montagem é sempre conveniente consultar o Data Book do fabricante para conhecermos melhor as características do CI. No entanto parte das características do CI vêm na sua designação, por exemplo para a tecnologia TTL: SN 74 LS 32 N Código do fabricante 47 = Comercial 54 = Militar Subfamília TTL Número que identifica a função Tipo de Encapsulamento Outra forma de implementar circuitos digitais é recorrendo a Dispositivos de Lógica Programável (PLD). Estes dispositivos têm num único CI um grande número de portas lógicas cujas ligações podem ser programadas externamente. Apresentam como vantagens a redução do número de circuitos integrados numa montagem e a facilidade de alterações no projecto. Os circuitos integrados digitais podem dividir-se pelo número de portas lógicas que contêm: De 1 a 12 portas Small Scale Integration (SSI) De 12 a 100 portas Medium Scale Integration (MSI) De 100 a 1000 portas Large Scale Integration (LSI) Mais de 1000 portas Very Large Scale Integration (VLSI) SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 27 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3.4. ELIMINAÇÃO DE GLITCHES EM MAPAS DE KARNAUGH Devido aos tempos de propagação das portas, por vezes, os circuitos lógicos ‘reais’ não funcionam como seria de esperar idealmente pois podem aparecer perturbações que são conhecidas por glitches ou hazards. Este fenómeno é mais perturbador a altas frequências podendo a frequências baixas ser ignorado. Os hazards ocorrem quando as entradas de um circuito lógico se alteram. Devido ao tempo de propagação das portas a saída não fica instantaneamente no valor lógico esperado (idealmente) mas pode passar por valores lógicos indesejados (erros momentâneos) até estabilizar. Existem 4 tipos de hazards: Hazard estático a ‘1’: Ocorre quando a saída está a ‘1’ e uma ou mais entradas se alteram para outra combinação que mantém a saída a ‘1’ mas momentaneamente a saída vai a ‘0’. Hazard estático a ‘0’. Hazard dinâmico de ‘1’ para ‘0’: Ocorre quando a saída está a ‘1’ e uma ou mais entradas se alteram para outra combinação que passa a saída a ‘0’ mas momentaneamente a saída oscila até estabilizar em ‘0’. Hazard dinâmico de ‘0’ para ‘1’. 1 0 hazard estático a 1 1 0 hazard estático a 0 1 0 hazard dinamico de 1 para 0 1 0 hazard dinamico de 0 para 1 Exemplo de um circuito com hazards: SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 28 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes A B C F A AC B C BC F (1) (1) (1) Diagrama temporal ideal A AC B C BC F (1) (1) 0 Diagrama temporal real tpAND tpNOT+tpAND 0 tpOR=0 Eliminação de hazards (glitches) no circuito anterior: A B C 0 1 00 01 11 10 m0 m2 m3 m2 m4 m5 m6m7 0 0 0 1 0 1 1 1 BC AC F AC BC Este grupo une 1's adjacentes que não estão no mesmo grupo e serve para eliminar Glitches AB F AC BC AB SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 29 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3.5. NOÇÕES BÁSICAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL DE DADOS Nesta secção vamos introduzir algumas noções básicas de comunicações digitais (em banda base) que nos servirão mais tarde para usar em exemplos de aplicação de circuitos digitais. Um sistema de comunicações básico é composto por um Emissor um Receptor e um canal. A informação transmitida através do canal divide-se normalmente em pacotes, tramas ou palavras com um tamanho (número de bits) bem definido. Emissor Receptor Canal de Transmissão Um sistema de comunicação entre dois dispositivos pode ser full-duplex quando a transmissão de informação se processa simultaneamente nos dois sentidos (com uma canal para cada sentido), half-duplex quando a transmissão de informação se processa nos dois sentidos mas apenas um de cada vez (tem apenas um canal para os 2 sentidos) ou simplex quando a transmissão ocorre apenas num sentido (tem apenas um canal). 3.5.1. COMUNICAÇÃO EM PARALELO A comunicação em paralelo é caracterizada por ter uma linha dedicada a cada bit de informação, assim se pretendermos transmitir palavras de 8 bits o canal terá de ter pelo menos 8 linhas. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 30 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Emissor Paralelo Receptor Paralelo BUS 8 8 b0 b0 b7 b7 Referência (massa) Linha de sincronismo (pode ou não existir, pois há outros tipos de sincronismo mais económicos) Características da comunicação em paralelo: Para Transmitir palavras com N bits usamos um BUS de N linhas; Se cada bit tem a duração de T seg. cada palavra tem a duração de T seg.; A transmissão de M palavras dura M*T seg. (em alguns casos pode existir um certo tempo de separação entre as palavras). 3.5.2. COMUNICAÇÃO EM SÉRIE A comunicação em série é caracterizada por ter uma única linha dedicada à transmissão de informação. Assim, se pretendermos transmitir palavras de 8 bits o canal só terá uma linha. Emissor Série Receptor Série Referência (massa) Linha de sincronismo (pode ou não existir, pois há outros tipos de sincronismo mais económicos) b6b7 b5 b4 b3 b2 b1 b0 11 SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 31 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Características da comunicação em série: Para Transmitir palavras com N bits usamos um BUS de 1 linha; Se cada bit tem a duração de T seg. cada palavra tem a duração de N*T seg.; A transmissão de M palavras dura M*N*T seg. (em alguns casos pode existir um certo tempo de separação entre as palavras). Da comparação entre os dois sistemas de comunicação digital podemos concluir que: A comunicação em série é mais económica em termos de suporte físico; A comunicação em paralelo é mais económica em termos de tempo. 3.5.3. CÓDIGOS DETECTORES DE ERROS Durante a transmissão dos dados através do canal podem ocorrer perturbações, como por exemplo ruído electromagnético, interferência intersimbólica, etc. Estas perturbações provocam alterações na mensagem enviada fazendo com que a mensagem que chega ao receptor seja diferente da emitida. Emissor Receptor Canal de Transmissão Para detectar a ocorrência destes erros é necessário utilizar códigos detectores de erros ou códigos correctores de erros (que não serão por nós abordados). SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 32 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Os códigos detectores de erros fazem a detecção à custa de um aumento do número de bits da trama de bits a ser transmitida. Existem dois tipos de códigos correctores de erros: Os códigos que usam apenas uma parte das combinações possíveis com o número de bits que possuem. Neste caso a detecção de erros faz-se à custa do aparecimento de combinações não usadas pelo código, quando a trama de bits chega ao receptor. Por exemplo para o BCD 2 em 5: DEC 2 em 5 0 00011 1 00101 2 00110 … … 9 11000 E R 1 0 0 1 0 011 10 O receptor detecta que a palavra está errada porque tem 3 '1s' E R 1 0 0 1 0 010 10 Apesar de a palavra estár errada o receptor não consegue detectar, porque ficou com 2 '1s' Outro método é acrescentar à trama ‘original’ um ou mais bits com informação sobre uma determinada propriedade da trama enviada. Neste caso os erros serão detectados se houver alteração dessa propriedade durante a transmissão. Exemplos deste método são o Código de Paridade ou o Check Sum. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 33 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 3.5.4. CÓDIGO DE PARIDADE PARA A DETECÇÃO DE ERROS Na comunicação em série o protocolo de paridade consiste em acrescentar ‘à esquerda’ (no fim da trama) um bit (bit de paridade) à trama ‘original’, para que a paridade (número de ‘1s’) da trama enviada seja, garantidamente, par ou impar, consoante estejamos a usar o Protocolo de Paridade Par ou o Protocolo de Paridade Impar. Na comunicação em paralelo o protocolo de paridade consiste em acrescentar ao bus ‘original’ uma linha que transporta o bit de paridade. Exemplo do Protocolo de Paridade Par numa comunicação série: Na Emissão devemos ter um circuito que acrescente à trama de bits ‘original’ (dados) o bit de paridade da seguinte forma: b 6 b 7 b 5 b 4 b 3 b 2 b 1 b 0 Palávra 'original' 0 0 1 0 T 001 Nº de '1s' impar Trama enviada 1 0 0 1 0 T 001 Nº de '1s' par 1 b 6 b 7 b 5 b 4 b 3 b 2 b 1 b 0 bp b 6 b 7 b 5 b 4 b 3 b 2 b 1 b 0 Palávra 'original' 0 0 0 1 0 T 001 Nº de '1s' par Trama enviada 0 0 0 1 0 T 001 Nº de '1s' par 0 b 6 b 7 b 5 b 4 b 3 b 2 b 1 b 0 bp 1 Regra: O número de ‘1s’da trama enviada no protocolo de paridade par deve ser par”. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 34 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Na recepção a detecção de erros ocorridos durante a transmissão deve funcionar da seguinte forma: Trama enviada Bits alterados no canal Trama recebida Há erro? 110010010 Paridade par 11X010010 111010010 Paridade impar SIM 011100010 Paridade par 011100010 011100010 Paridade par NÃO 000110000 Paridade par 000X10X00 000010100 Paridade par SIM, mas não é detectado Regra: Uma trama enviada com paridade par (número de ‘1s’ = par) deve chegar ao receptor com paridade par, se assim não for há erro. Obs: Quando o número de bits que foi alterado pelas perturbações do canal é par o protocolo de paridade não reconhece o erro.. O protocolo de paridade impar é em tudo análogo ao protocolo de paridade par, com a diferença de que o número de ‘1s’ na trama enviada e recebida deve ser impar. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 35 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes 4. CIRCUITOS COMBINATÓRIOS SSI E MSI Os Circuitos de Lógica Combinatória são caracterizados por as suas saídas num determinado instante dependerem das entradas nesse mesmo instante (a menos do tempo de atraso de propagação), ou seja a saída depende da combinação que se encontra nesse instante na entrada. Isto contrasta com os Circuitos de Lógica Sequencial cujas saídas dependem da entrada aplicada nesse instante e da sequência de entradas que foram aplicadas no passado (têm memória). Neste capítulo vamos dedicar-nos ao estudo de circuitos de lógica combinatória SSI (Small Scale Integration) e MSI (Medium Scale Integration). 4.1. CIRCUITOS CONVERSORES DE CÓDIGOS Os Circuitos Conversores de Código são circuitos que convertem um código binário (conjunto de entradas) para outro código binário (conjunto de saídas). Alguns exemplos de circuitos desta família são: CI Função 74184 BCD Binário natural 74185 Binário natural BCD 74180 Gerador/detector de paridade 4.1.1. CIRCUITOS GERADORES DE BIT DE PARIDADE Os Circuitos Geradores de Bit de Paridade são também conversores de código uma vez que convertem um determinado código de entrada no código detector de erro de paridade. SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 36 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes Quando funcionam num sistema de comunicações o código detector de erro acompanha o código ‘original’ que lhe deu origem na transmissão do emissor até ao receptor. Circuito Gerador de Bit de Paridade para o Protocolo de Paridade Par (Gerador de Bit de Paridade Par): Regra: O número de ‘1s’ da trama enviada (bit de paridade + palavra) deve ser par. Tabela de verdade para bit de paridade par (Bpp) e bit de paridade impar (Bpi), a partir de uma palavra de 3 bits: C B A Bpp Bpi 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0 Equações lógicas para bit de paridade par: ABCBpp ABCBpp ABCABCBpp ABABCABABCBpp ABCABCABCABCBpp )( )()( )..()..( ........ SISTEMAS DIGITAIS E MICROPROCESSADORES PARTE I Universidade do Algarve – Instituto Superior de Engenharia 37 Curso de Especialização Tecnológica em Telecomunicações e Redes O resultado anterior pode ser facilmente generalizado para uma palavra de 8 bits, sendo o bit de paridade (par) dado por: )}(){()}(){( 01234567 01234567 DDDDDDDDBpp DDDDDDDDBpp Se utilizarmos portas XOR de 2 entradas para implementar o circuito a segunda forma é mais rápida pois o tempo de propagação é menor devido à paralelização do cálculo: D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 Bpp '1' se na entrada houver um nº impar de '1s' '0' se na entrada houver um nº par de '1s' Obs: A partir do Gerador de Bit de Paridade Par é muito fácil fazer
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