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EXPEDIENTE Governador de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara Vice-Governadora de Pernambuco Luciana Barbosa de Oliveira Santos Secretário de Educação e Esportes Frederico da Costa Amancio Secretário Executivo de Esportes Diego Porto Perez Secretário Executivo de Planejamento e Coordenação Severino José de Andrade Júnior Secretária Executiva de Educação Profissional Maria de Araújo Medeiros Souza Secretário Executivo de Administração e Finanças Ednaldo Alves de Moura Júnior Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação Ana Coelho Vieira Selva Secretário Executivo de Gest ão da Rede João Carlos Cintra Charamba Coordenação George Bento Catunda Renata Marques de Otero Pâmela Mirela do Nascimento Alves Jimenez Danilo Ferreira Lopes Design Educacional Annara Mariane Perboire da Silva Hugo Carlos Cavalcanti Revisão de Língua Portuguesa Álvaro Vinicius Duarte Diagramação Deisiane Gomes Bazante Izabela Pereira Cavalcanti Autoras Elisabeth Pontes Nathália Farias Janeiro, 2019 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB P813m Pontes, Elisabeth. Módulo de Gestão Pública: PROGEPE [Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco] / Elisabeth Pontes, Nathália Farias. – 2.ed. – Recife: Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, 2019. 32 p.: i l . Inclui referências bibliográficas. Material didático produzido para o Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco (PROGEPE) ano 2019. 1. Gestão Pública. 2. Excelência. 3. Inovação. 4. Administração Pública. I. Pontes, Elisabeth. II. Farias, Nathália. III. Título. III. PROGEPE. CDU – 35 Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129 Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 4 1. Introdução à Gestão Pública............................................................................................................... 6 1.1 Conceitos Básicos ............................................................................................................................ 6 1.2 Breve histórico da gestão pública no Brasil ........................................................................................ 7 1.3. As políticas públicas na gestão governamental ............................................................................... 12 2. Modelo Todos por Pernambuco....................................................................................................... 18 2.1 O que é um Modelo de Gestão ....................................................................................................... 18 2.2 Pilares de construção do Modelo Integrado de Gestão Todos Por Pernambuco ................................. 20 2.3. As fases do ciclo de gestão de políticas públicas no Modelo Todos por Pernambuco ......................... 22 2.4. O Modelo de Gestão Todos por Pernambuco em fases.................................................................... 27 2.5 Ideias-força do Modelo Integrado de Gestão Todos Por Pernambuco ............................................... 30 Referências ........................................................................................................................................... 31 4 Introdução Olá, professor(a), seja bem-vindo(a)! Esse módulo tem como objetivo aprimorar a formação e a atuação profissional de vocês no que tange às diretrizes que estruturam e orientam a gestão pública. Ele almeja analisar de que forma as estruturas da administração pública se modificaram e seus reflexos na gestão pública, assim como esclarecer como as políticas públicas se incorporam à gestão. Para tanto, começaremos estudando os principais conceitos que fazem parte do arcabouço teórico ligado ao estudo da gestão pública. Em seguida, apresentaremos o Modelo de Gestão “Todos por Pernambuco”, que inseriu na cultura de funcionamento do Governo do Estado, a partir de 2007, novos conceitos e práticas. O Modelo possibilitou o alinhamento entre planejamento, orçamento e a execução, o monitoramento e a avaliação desta execução e o impacto das ações governamentais nas diversas políticas públicas de responsabilidade do Estado e de suas Secretarias. Antes de iniciar os estudos, vamos às apresentações da nossa equipe de trabalho! Tópico Introdução à Gestão Pública Conteudista: Nathália Farias, mestre em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especialista em Planejamento e Gestão Pública pela Universidade de Pernambuco (UPE), bacharel em Administração pela UFPE. Atua profissionalmente como Gestora Governamental na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco (SEPLAG - PE), como instrutora no Programa de Formação Continuada da mesma secretaria e como professora formadora e tutora a distância na Especialização em Gestão Pública do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (IFPE). 5 Tópico Modelo de Gestão Todos por Pernambuco Conteudista: Elisabeth Pontes, graduada em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especialista em Administração Pública e Gerência de Cidades (UNINTER). Com 9 anos de experiência no mercado privado, atua nas áreas de Planejamento, Gestão de Processos e Qualidade. Há dois anos como Gestora Governamental de Planejamento, Orçamento e Gestão. Atualmente, exerce as atribuições de Supervisora de Planejamento Estratégico na Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco. Palestrante e instrutora nos temas relativos a Planejamento, Processos e Qualidade. 6 1. Introdução à Gestão Pública 1.1 Conceitos Básicos Antes de falar sobre gestão pública, é preciso saber o que se entende sobre esse conceito. Ao procurarmos apenas o significado da palavra “gestão”, veremos que ela denota ato ou efeito de gerir. Além disso, ela também está relacionada à administração. Sabe-se que a administração é uma ciência que estuda as organizações, como elas se comportam e se organizam, a fim de procurar novas teorias ou ferramentas que as ajudem a atingir seus objetivos. Tanto o setor público quanto o privado são compostos por organizações. O que as diferenciam são os distintos padrões de funcionamento. Pode-se citar como o exemplo o setor contábil. Embora utilizem técnicas e práticas parecidas, a contabilidade pública é diferente da contabilidade empresarial. Assim, consequentemente, a administração pública é o estudo da administração aplicado às organizações públicas. A administração pública envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos capazes de melhorar a qualidade de vida em geral (CHIAVENATO, 2008). Voltando ao significado da palavra “gestão”, concluímos que ela integra a administração em seu sentido prático. No caso, a gestão pública vai atuar no gerenciamento das instituições do governo, utilizando conhecimentos e técnicas de gestão. Ela abrange áreas como Recursos Humanos, Finanças Públicas e Políticas Públicas, entre outras. Agestão pública independe do tipo de organização. Uma organização pode ser privada e ter “gestão pública”, como é o caso das Organizações não Governamentais (ONGs), que são, juridicamente, entidades privadas, mas muitas vezes objetivam o bem público ao cuidarem de crianças, do meio ambiente, estimularem atividades esportivas. É importante também diferenciar a administração pública das políticas públicas. Enquanto a administração pública, como já vimos, está mais ligada à aplicação da administração geral nas Introdução à Gestão Pública 7 organizações públicas, as “Políticas públicas”, como subárea da ciência política, estão mais preocupadas em tentar explicar como se dá a construção e a implementação de ações do Estado, para alterar ou manter uma determinada realidade. Veremos mais à frente como os conceitos se associam. Ao final da nossa disciplina será possível entender de que forma as estruturas da administração pública se modificaram e seus reflexos na gestão pública e como as políticas públicas se incorporam à gestão. 1.2 Breve histórico da gestão pública no Brasil A linha do tempo da administração pública brasileira é marcada por momentos de mudanças estruturais e institucionais do aparelho do Estado, entendidos como reformas. Nesse ínterim, podem ser identificados inicialmente três modelos de administração: o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Tais modelos constroem uma cadeia evolutiva no pensar e reformar a gestão pública a fim de aprimorar e tornar os processos administrativos cada vez mais aprop riados a um país democrático, onde se possa garantir aos gestores e à população condições de oferecer e obter, respectivamente, serviços adequadamente garantidores do bem-estar social da nação. Tais modelos, embora inseridos em determinados períodos históricos, não se iniciam e nem se encerram em si mesmos. Cada um deles preserva resquícios uns dos outros no decorrer da evolução das reformas administrativas da gestão pública brasileira. O modelo mais antigo é o patrimonialista, adotado por D. João VI, no Governo Imperial. Esse modelo é caracterizado pela confusão entre os bens públicos e os particulares daqueles que detinham o poder e, devido a isso, é mais propício ao nepotismo e à corrupção (GOMES e OLIVEIRA. 2010). Silva et all (2009) corroboram com esse entendimento ao apontar como faces do estado patrimonialista: o direcionamento das ações do estado ao atendimento de interesses privados; as relações clientelistas; o serventilismo; além da corrupção e do nepotismo já citados. Nesse modelo, onde o papel do Estado estava pautado no poder soberano e seus servidores possuem status de nobreza real (KLERING et all, 2010), “patrimônio público e o patrimônio privado eram confundi dos” (GOMES e OLIVEIRA, 2010, p. 106). O poder do dirigente torna privado o que deve ria ser público e Introdução à Gestão Pública 8 impessoal, o que gera grandes distorções, numa administração que não tem como propósito o interesse público e sim o de um grupo privilegiado e onde os cargos públicos são dignos da nobreza e, nos reflexos observados na atualidade, utilizados para benefícios pessoais. Ainda na perspectiva do gestor público, confundem-se o político e o administrador. No caso brasileiro, o patrimonialismo predominou até 1889, tendo a primeira grande reforma da administração pública brasileira ocorrida quarenta e sete anos mais tarde, em 1936, na era Vargas. De acordo com Bresser Pereira (1998, p. 243), “os princípios da administração burocrática foram introduzidos no país através da criação Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp)”. Ainda de acordo como Bresser (1998), o modelo patrimonialista não era condizente ao estado industrial do século XIX e acabou cedendo espaço ao estado burocrático weberiano . Conforme Gomes e Oliveira (2010), o modelo burocrático é, por sua vez, caracterizado pela formalidade, impessoalidade e profissionalismo. Tais características eram um contraponto à corrupção, ao nepotismo e ao serventilismo, presentes no modelo anterior. A formalidade tornou-se uma das características mais marcantes do modelo burocrático. Nele, o foco é a forma e não a essência, isto é, impõem-se a rigidez e a padronização aos procedimentos administrativos com foco no controle e fiscalização. Com a impessoalidade, os ônus ou os bônus de uma ação estatal são atribuídos à organização e não à pessoa responsável por sua execução, dessa forma busca-se evitar que indivíduos tirassem vantagem política das atividades estatais. Outro aspecto do modelo burocrático é o profissionalismo atrelado à meritocracia, no qual se objetivava o combate a aspectos neg ativos do modelo anterior: o nepotismo e o clientelismo. “Nesse modelo de administração pública, o Estado concentra esforços para manter a ordem e administrar a justiça, e garantir os contratos e a propriedade” (KLERING et all, 2010, p. 6). Esse modelo teve como pano de fundo o liberalismo econômico, que pregava que o Estado deveria se restringir a suas funções típicas (defesa nacional, aplicação da justiça, elaboração de leis, diplomacia, etc.). Surge a necessidade de se administrar o interesse público com eficiência, historicamente evidenciado pela criação do Dasp. Nesse plano, a administração pública é marcada pela criação de carreiras e surge a ideia do ingresso através de concurso público. Introdução à Gestão Pública Introdução à Gestão Pública 9 Nesse modelo, fica evidenciada a necessidade de separação entre o político e o administrador público, quando os princípios buscados são os da racionalidade, legalidade e modernização da administração. O gestor público assume agora um papel mais técnico e profissionalizado, tendo funções limitadas e restritas, estruturadas em cargos hierarquicamente organizados, o que segundo Silva et all (2009, p. 3), compromete a iniciativa, a inovação e a criatividade. As qualidades do gestor burocrático se expressariam por meio do ideário típico de dominação, o qual tinha como fonte de poder o exercício da autoridade racional-legal (baseada em normas legais racionalmente definidas e impostas a todos), traduzindo-se dessa maneira numa das formas de poder, e também de controle, através das normas e das instituições formais. Atrelavam-se à figura do gestor os traços de formalismo, impessoalidade e profissionalismo no trato com os pares, com os subordinados e com a organização em geral. Em um ciclo permeado de deveres, responsabilidades, hierarquia administrativa e de competências, formalidades, divisão racional de tarefas, separação entre propriedade pública e privada, o que fica evidente mais uma vez é a questão do controle. Com foco no controle e não nos resultados, a rigidez procedimental tornou a administração burocrática “lenta, cara, auto-referida, pouco ou nada orientada para o atendimento das demandas dos cidadãos” (BRESSER-PEREIRA, 1998, p.241). Foi nesse contexto que surgiu a ideia da administração pública gerencial, ligada diretamente aos resultados. Eis que advém a reforma gerencial. Ela teve início na Inglaterra, na década de 70, em meio a uma crise fiscal e com o aumento da demanda dos cidadãos por mais e melhores serviços, o estado viu-se forçado a melhorar seu desempenho, realizando mais com menos. Nesse ponto, Bresser Pereira (1998) afirma que o pequeno estado liberal dá lugar ao grande estado social. Perrow afirmava que o tipo ideal de Weber nunca é alcançado, porque as organizações são essencialmente sistemas sociais, feitos de pessoas, e as pessoas não existem apenas para as organizações. Essas têm interesses independentese levam para dentro das organizações em que trabalham toda a sua vida externa. Além disso, a organização burocrática que Weber idealizou parece servir melhor para lidar com tarefas estáveis e rotinizadas, não tratando as organizações dinâmicas, para as quais a mudança é constante, mas somente as organizações mecanicistas, orientadas basicamente para as atividades padronizadas e repetitivas. Introdução à Gestão Pública 10 A ideia de um estado mínimo burocrático com o mercado autorregulando-se perdeu força. De acordo com Silva et all (2009), o estado gerencial caracteriza-se por uma administração profissional com menos níveis hierárquicos, focada na alocação adequada dos recursos disponíveis e na avaliação dos resultados obtidos tanto pelas organizações quanto pelos indivíduos. Ainda segundo os autores citados anteriormente, nesse modelo, os servidores são valorizados e possuem maior poder discricionário com o controle voltado para os resultados. O modelo de gestão idealizado por Bresser Pereira tinha como proposta o estabelecimento de um espaço público não estatal (ABRUCIO, 2007). Aqui o Estado assume o papel de administrar os serviços essenciais à sociedade e atribuir às entidades externas a execução de outros tipos de serviços que estejam sob o seu controle. Estão em questão novos conceitos de administração por resultados e atendimento às necessidades de interesse social, com eficiência e efetividade no serviço público. O controle aqui muda o foco. O fato é principalmente observado na linguagem prescritiva de Osborne e Gaebler (1992 apud SECCHI, 2009, p.356) quanto aos 10 mandamentos do Governo Empreendedor. No 5º mandamento, lê-se claramente que “os governos devem substituir o foco no controle de inputs para o controle de outputs e impactos de suas ações”. Em que pese à orientação para a eficiência, o alvo se torna o resultado das ações de governo (SECCHI, 2009). O Estado deixa de assumir diretamente a responsabilidade pelo desenvolvimento econômico e social para fortalecer sua função de promotor e regulador (KLERING et all, 2010). O papel do gestor público, nesse modelo, torna-se mais flexibilizado diante da descentralização do poder de decisão, redução da hierarquização, o que lhe confere mais autonomia e lhe abre espaço para o gerenciamento na administração. Ao passo que o servidor público passa a ter maior valorização, fazendo parte desse modelo de gestão a avaliação periódica de seu desempenho na instituição e a promoção de sua qualificação profissional. Bresser Pereira (1998) atribui ao primeiro governo de Fernando Henrique a tentativa de uma reforma gerencial da administração pública brasileira voltada para o atendimento dos cidadãos e o ajuste fiscal. Ainda segundo Bresser, embora a reforma gerencial tenha atingido algumas metas – Introdução à Gestão Pública 11 como com a EC nº19/98, por meio do princípio da eficiência na gestão pública; a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), buscando o equilíbrio fiscal e a coalizão em torno do PPA e da ideia de planejamento, por meio da adoção de indicadores – ela não foi implementada em sua plenitude no Brasil. Considerando as limitações da Administração Pública Gerencial, novos conceitos vêm tendo destaque. Surge, com o intuito de agregar valor às conquistas obtidas e permitir maior participação cidadã na formulação de políticas públicas, o monitoramento dos projetos e o controle dos recursos financeiros. Nesse contexto, tem-se o governo empreendedor e a governança pública. Como empreendedor, o governo “compartilha as ideias de produtividade, orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, uso de mecanismos de mercado e accountability ” (GOMES e OLIVEIRA, 2010, p. 116). Já a função de governança pública, atribui ao governo “um resgate da política dentro da administração pública, diminuindo a importância de critérios técnicos nos processos de decisão e um reforço de mecanismos participativos de deliberação na esfera pública” (SECCHI, 2009, p. 359). A governança se apresenta como um modelo relacional oferecendo um novo olhar na relação entre o sistema governamental e o ambiente que circunda o governo. Ela se configura como um “conjunto adequado de práticas democráticas e de gestão que ajudam os países a melhorarem suas condições de desenvolvimento econômico e social. “Boa governança” é, portanto, a combinação de boas práticas de gestão pública” (SECCHI, 2009, p.358). Dentre os conceitos que a governança traz consigo, o controle é observado numa perspectiva diferente das já citadas: o controle socia l. A concretização dele, por este aspecto, dá-se por meio de mecanismos colaborativos nos quais atores públicos e privados atuam em conjunto no processo de elaboração de políticas públicas. Tem-se, desse modo, como um de seus instrumentos, a accountability democrática, contribuindo para dar mais transparência nas informações e assim fortalecer a comunidade na gestão do patrimônio público. Via de regra, a renovação da agenda reformista passa pela definição de quais são as questões centrais para a modernização do Estado brasileiro. É preciso estabelecer novos caminhos em busca Introdução à Gestão Pública 12 de uma gestão pública eficiente, efetiva, transparente, responsável e, acima de tudo, profissional . “A profissionalização [...] é condição sinequa non para o bom desempenho das políticas públicas” (ABRUCIO, 2007, p. 80). A partir dela, é possível implementar a mudança cultural em prol de uma gestão por resultados, orientada pelo atendimento de metas e indicadores visando à eficiência e à efetividade das políticas públicas. Destarte, aumentando a transparência e a responsabilização do poder público. A seguir, veremos a relação das políticas públicas com a Gestão Pública. 1.3. As políticas públicas na gestão governamental Falar de gestão pública implica conhecer o campo das políticas públicas. Mas antes de discorrer sobre as políticas, vamos pensar em como elas integram à nossa vida. Naturalmente, vivemos em sociedade e viver em sociedade requer conviver com um conjunto indivíduos dotados de interesses e recursos de poder diferenciados, os quais interagem continuamente a fim de satisfazer às suas necessidades (RUA, 2009). Inevitavelmente, essa interação pode envolver uma relação de cooperação, competição ou conflito. Entre as três relações de interação social, destaca-se o conflito. O conflito se diferencia dos outros tipos de interação porque implica choques (físicos ou de ideias) para o acesso e a distribuição de recursos escassos. Assim, para que possamos sobreviver e progredir, o conflito deve estar dentro de limites administráveis. É necessário então que haja alguns consensos em relação às regras e aos limites necessários ao bem-estar coletivo. Os consensos precisam ser construídos. A administração do conflito, por sua vez, pode ser obtida por dois meios: a coerção e a política. De maneira ampla, a política “é a resolução pacífica para os conflitos” (SCHMITTER, 1984, p. 34 apud RUA, 2009, p. 17). A política é também um conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica de conflitos quanto a bens públicos (RUA, 1998). Via de regra, as políticas públicas são diretrizes elaboradas para enfrentar um problema público. Elas possuem dois elementos fundamentais: intencionalidade pública e resposta a um problema público (SECCHI, 2013). Na literatura especializada não há um consenso quanto à definição do que seja política, por conta de algunsnós conceituais. Introdução à Gestão Pública 13 O primeiro deles se dá em torno do protagonismo no estabelecimento da política. As políticas públicas são elaboradas exclusivamente por atores estatais? Ou também por atores não estatais? Existem basicamente duas abordagens para responder a essas questões. A abordagem estatista, que defende que atores não estatais até tenham influência no processo de elaboração e implementação de políticas públicas, mas não confere a eles o privilégio de estabelecer (decidir) e liderar um processo de política pública (HECLO, 1972; DYE, 1972; MENY E THOENIG, 1991; BUCCI, 2002; HOWLETT, RAMESH E PEARL, 2013). E a abordagem multicêntrica ou policêntrica, que considera as organizações privadas, ONGs, organismos multilaterais, redes de políticas e os atores estatais como protagonistas no estabelecimento das políticas públicas (DROR, 1971; KOOIMAN, 1993; RHODES, 1997; REGONINI, 2001; HAJER, 2003). Quando uma ONG de proteção à natureza lança uma campanha nacional para o replantio de árvores nativas, a entidade tem o intuito de enfrentar um problema de relevância coletiva. No entanto, é uma orientação dada por um ator não estatal. Para a abordagem estatista, essa não é considerada uma política pública. Por outro lado, autores da abordagem multicêntrica a consideram política pública, pois o problema que se tem em mãos é público. Contudo, embora o Estado se destaque em relação a outros atores no estabelecimento de políticas públicas, do ponto de vista analítico ele não é o único a protagonizar a elaboração desse tipo de políticas. Dessa forma, chamamos de políticas governamentais aquelas elaboradas e estabelecidas por atores governamentais. Elas são o subgrupo mais importante das políticas públicas. Assim, uma política pública pode ser elaborada pelo Estado ou por instituições privadas, desde que se refiram a “coisa pública”. Devido a essa característica, as políticas públicas vão além das políticas governamentais, se considerarmos que o governo não é a única instituição a promover políticas públicas e, nesse caso, o que define esse tipo de ação é o “problema público”. Importante considerar que, embora as políticas públicas possam incidir sobre a esfera pri vada, elas não são privadas. Mesmo que entidades privadas participem de sua formulação, ou compartilhem sua implementação, as decisões precisam ser tomadas por agentes governamentais. O segundo nó conceitual está relacionado à omissão ou à negligência governamental. A partir da concepção de política como diretriz, é bastante difícil aceitar a omissão como forma de política pública (SECCHI, 2013). Situações de omissão ou negligência governamental não devem ser Introdução à Gestão Pública 14 consideradas políticas públicas, mas apenas falta de inserção do problema na agenda formal. Esse posicionamento não se confunde com a inação derivada da política pública. Por fim, apenas diretrizes estruturantes (de nível estratégico) são políticas públicas? Ou as diretrizes mais operacionais também podem ser consideradas políticas públicas? Para Secchi (2013), as políticas públicas são tanto as diretrizes estruturantes (macrodiretrizes estratégicas ou programas) como as diretrizes de nível intermediário e operacional. A fim de se entender os detalhes e os contornos da política, podemos fazer uso de tipologias de políticas públicas. O uso de tipologias ajuda a ter clareza sobre os elementos essenciais da política e é útil como elemento de comparação. A tipologia mais utilizada é a instituída por Theodore J. Lowi (1964). Tal tipologia baseia-se no critério de “impacto esperado na sociedade”. Segundo esse critério, há quatro tipos de políticas públicas, a saber: Políticas constitutivas: são regras sobre os poderes e regras sobre as regras, ou seja, aquelas políticas que definem as competências, jurisdições, regras da disputa política e da elaboração de políticas públicas. Por exemplo: regras do sistema eleitoral, a distribuição de competências entre poderes e esferas, etc. São também conhecidas como meta-policies, porque se encontram acima dos outros três tipos de políticas e comumente moldam a dinâmica política nessas outras arenas. Políticas regulatórias: estabelecem padrões de comportamento, serviço ou produto para atores públicos e privados. Por exemplo: regras para a segurança alimentar, para o mercado financeiro, códigos de trânsito, proibição de fumo em locais fechados, entre outras. Desenvolvem-se predominantemente dentro de uma dinâmica pluralista. Políticas distributivas: geram benefícios concentrados para alguns grupos de atores e custos difusos para toda a coletividade/contribuintes. Por exemplo: subsídios, incentivos ou renúncias fiscais, etc. Desenvolvem-se numa arena menos conflituosa, considerando que quem paga o “preço” é a coletividade. Introdução à Gestão Pública 15 Políticas redistributivas: concedem benefícios concentrados a algumas categorias de atores e implicam custos concentrados sobre outra categoria. Por exemplo: cotas raciais para universidades, políticas de benefícios sociais ao trabalhador e os programas de reforma agrária. É um tipo de política que provoca muitos conflitos. A dinâmica predominante é o elitismo. É importante lembrar que as fronteiras que separam esses quatro tipos de políticas não são facilmente visualizáveis. As políticas públicas geralmente agregam características de dois ou mais tipos de políticas, por exemplo, as políticas de contratação e as relações trabalhistas, que possuem elementos regulatórios e redistributivos. Vamos entender agora o processo de elaboração de políticas públicas, também conhecido como ciclo de políticas públicas. O ciclo é um esquema de visualização e interpretação que organiza a vida de uma política pública em fases sequenciais e interdependentes. Apesar de várias versões já desenvolvidas para a visualização do ciclo de políticas públicas, o Modelo de Gestão adotado em Pernambuco reflete as quatro fases principais: Formulação, Implementação, Monitoramento e Avaliação. Apesar de sua utilidade, o ciclo de políticas públicas raramente reflete a real dinâmica ou vida de uma política pública. As fases geralmente se apresentam misturadas, as sequências se alternam. Antecedendo a formulação da política, há de se destacar um conjunto de decisões e etapas a serem percorridas, que vão desde a identificação do problema à inclusão deste problema na agenda do governo. A partir dessa inclusão, a formulação da política passa pelo estabelecimento de objetivos e estratégias que englobam um rol de alternativas para solução dos problemas elencados. A tomada de decisão representa o momento em que os interesses dos atores são equacionados e as intenções de enfrentamento de um problema público são explicitadas. Após a definição do problema a ser enfrentado, a implementação é a fase em que as regras, rotinas e processos são convertidos em ações. A implementação consiste em fazer uma política sair do papel e funcionar efetivamente. Neste momento da implementação, as funções administrativas como liderança e coordenação de ações são colocadas à prova, uma vez que envolve um conjunto Introdução à Gestão Pública 16 de decisões e ações realizadas por grupos ou indivíduos, de natureza pública ou privada, as quais são direcionadas para a consecução de objetivos estabelecidos mediante decisões anteriores sobre uma determinada política pública. Além disso, é preciso avaliar se existe tempo e recurso (material e humano) para colocar as ações em prática. Os estudos sobreimplementação são os mais novos porque, até os anos 70, os estudos estavam voltados para a tomada de decisão. Pela lógica weberiana, o Estado é ocupado por políticos eleitos democraticamente com legitimidade para tomada de decisão. Eles entram na cúpula, tomam decisões e o resto da máquina governamental (composta pelos burocratas/servidores) supostamente apenas executariam aquilo que foi decidido. Se os servidores estivessem decidindo, eles estariam infringindo a lógica da legitimidade democrática de quem toma decisões. Boa parcela dos estudos sobre processo decisório parte do princípio de que os políticos devem estar no topo porque é o topo que tem legitimidade para tomar decisão. Essa ideia acabou fazendo com que a ciência política e a administração pública enxergassem a máquina estatal, literalmente, como uma máquina, uma ideia de que você tem um Estado formado por engrenagens, em que cada burocrata é uma peça dessa engrenagem, que funciona a partir de decisões de quem comanda a máquina, de forma absolutamente automática. A lógica do processo decisório legítimo está entre o povo e os políticos e não com os burocratas. Os burocratas são apenas atores voltados à competência técnica, meritocrática, de regras de ascensão dentro da carreira, etc. Eles não deveriam questionar as regras. Esse era o pressuposto até os anos 70. Estudar processo decisório não fazia muito sentido porque a decisão estava nos reflexos do que os políticos representavam enquanto o povo decidia e os burocratas eram simples executores. Esse é o modelo top down, caracterizado pela separação clara entre o momento de tomada de decisão e o de implementação, em fases consecutivas. É um modelo altamente prescritivo. Com o tempo, passa-se a perceber que o que começa a sair do Estado não é o mesmo reflexo do que se havia escolhido em termo de processo decisório, ou seja, o resultado do que estava sendo decidido na cúpula governamental não era o mesmo. Algo estava acontecendo entre o que foi decidido e o que está sendo executado. Quando essa alteração começa a ser percebida, entram na Introdução à Gestão Pública 17 agenda de discussão os estudos sobre implementação. O sentido de se estudar a implementação deriva da consciência de que o que é feito é diferente daquilo que é decidido. Surge, então, nos anos 80, o modelo bottom-up, caracterizado pela maior liberdade dos burocratas e redes de atores em auto-organizar e modelar a implementação de políticas públicas, significando maior aderência das políticas ao contexto local. Esse modelo “desencana” da legitimidade burocrática e garante legitimidade por outros canais, fortalece os canais de partic ipação e o controle social na ponta. Os implementadores têm maior participação no escrutínio do problema e na prospecção de soluções durante a implementação e, posteriormente, os tomadores de decisão legitimam as práticas já experimentadas. É um modelo realista e descritivo. Nos anos 90, não se avançou muito nos estudos sobre implementação, entrando na agenda a questão da reforma do Estado. No auge da discussão internacional sobre a continuação do Estado, o Brasil vive o período de redemocratização e decide virar um estado de bem estar social (pelo menos constitucionalmente). Surgem novas instituições e arranjos indeterminados que atuam sobre a implementação. Hoje não dá mais para estudar a implementação na lógica dicotômica, não há nada claro, não há regras. Há, por exemplo, atores que tomam decisões e estão fora do Estado. Há forte influência das redes na implementação, interferência dos valores dos indivíduos na execução dos serviços, acconutability, ativismo burocrático. Depois de implementar, é preciso monitorar, ou seja, examinar continuamente os processos, produtos, resultados e impactos das ações realizadas, a fim de otimizar a gestão, com a possibilidade de interferir no curso da implementação (RUA, 2009). Em seguida, é necessário avaliar. Avaliação é a fase do ciclo de políticas públicas em que o processo de implementação e o desempenho das políticas públicas são examinados com o intuito de conhecer melhor o estado da política e o nível de redução do problema que a gerou. A avaliação compreende a definição de critérios, indicadores e padrões. Em resumo, a gestão pública compreende o uso dos instrumentos, técnicas e estratégias utilizadas na busca da eficiência, eficácia e efetividade das políticas públicas em prol de uma mudança na realidade da sociedade. Introdução à Gestão Pública 18 2. Modelo Todos por Pernambuco 2.1 O que é um Modelo de Gestão Para compreender melhor o que é um Modelo de Gestão, é preciso que você entenda a origem das palavras que compõem a expressão. “Modelo” tem sua origem no latim Modulus, que signi fica “molde”, “forma”. O termo já foi utilizado em diversas áreas, mas em geral atrel ado ao conceito de algo que deve ser seguido. Já a palavra “Gestão”, oriunda do verbo Gerir, refere-se à organização de recursos financeiros, materiais e humanos de uma instituição através de técnicas adequadas. Então, podemos afirmar que Modelo de Gestão é um conjunto de técnicas e procedimentos necessários para gerir uma instituição, com base em modelos já existentes ou adaptados para a estratégia e a realidade organizacional. É importante lembrar que o modelo de gestão é um conjunto de escolhas. Escolhas sobre como as atividades são coordenadas pela organização, como são tomadas as decisões, escolhas sobre a natureza dos objetivos que a organização almeja e escolhas sobre como os indivíduos estão motivados para atingir esses objetivos. A verdade é que não existe receita para o sucesso no desenvolvimento de um modelo de gestão, há muitas abordagens válidas e existem no mercado diversos Modelos de Gestão prontos, assim c omo cada organização pode definir os parâmetros de seu próprio modelo, ou seja, quais técnicas e procedimentos deseja utilizar para gerir o seu negócio. O importante é que o modelo escolhido ou concebido seja adequado à cultura e à realidade da organização. É possível afirmar que a organização Estado de Pernambuco é a maior do nosso estado. Alguns dados são relevantes para que você tenha uma noção de sua complexidade: São 67 Órgãos em sua composição (sendo 23 Secretarias); Modelo Todos por Pernambuco 19 Tem orçamento anual de R$ 31 bilhões; Conta com 132.178 colaboradores (22.598 militares, 70.681 estatutários, 24.349 temporários, 2.860 celetistas, 2.631 comissionados, dentre outros), além de 113.712 inativos; Tem o maior portfólio de produtos e serviços do Estado; Abrange a maior carteira de clientes do Estado. Simplesmente, por ser uma organização, o Estado demanda gestão. O que torna tão desafiador o trabalho de gerir essa organização são suas peculiaridades tão relevantes. Podemos dizer que sua gestão tem 4 anos para dar certo, ou seja, a "idade" de um governo, então ao mesmo tempo que ela precisa estabelecer ações perenes e de longo prazo, é imprescindível lembrar que o Estado é uma organização de “tiro curto”. Essas características demandam um grande foco em resultados, para que a transformação da realidade, principal papel do Estado, possa ser alcançada. E, para que tudo isso dê certo, por ser uma organização tão complexa, o Estado demanda uma gestão que garanta unicidade e integração entre todas as suas partes. Então, a organização Estado de Pernambuco precisou estabelecer um Modelo de Gestão que tivesse foco em resultados e que servisse de base para a Formulação de Políticas Públicas e demais etapas do Ciclo de Gestão de PolíticasPúblicas: O Modelo de Gestão Todos por Pernambuco. Implantado e em funcionamento desde março de 2008, o Modelo Todos por Pernambuco trouxe à Gestão Pública no Estado um conjunto de inovações que, tendo sido estabelecidas e internalizadas, vêm sendo rigorosamente implantadas, desde então, por toda a máquina pública, aperfeiçoando continuamente as capacidades institucionais, elevando a eficiência, a eficácia e a efetividade da ação do governo e, consequentemente, trazendo resultados para a Sociedade. O Modelo vem organizando as iniciativas do Governo para estruturar as atividades de suporte e apoio ao processo gerencial em todo o ciclo que vai do diagnóstico às correções de curso. A partir dos resultados alcançados com a sua implantação, podemos afirmar que o Modelo representou, para o Estado, um passo fundamental para ampliar a capacidade de fomentar desenvolvimento com mecanismos de melhor distribuição das riquezas geradas, seja para as regiões menos favorecidas no território estadual, seja para as camadas sociais historicamente excluídas dos benefícios g erados. Modelo Todos por Pernambuco 20 O Modelo Todos Por Pernambuco, a partir de sua implementação, introduziu novos paradigmas para o processo de Planejamento Estratégico do Estado: primeiramente, ao entender que a definição da estratégia precede a ação, selecionou e disseminou intensamente um conjunto de objetivos a ser perseguido ao longo da gestão, orientando, de forma sinérgica, a ação de todo o Governo, invertendo a lógica de planejamento até então vigente na máquina pública, que se baseava em planos estratégicos desenvolvidos isoladamente pelos órgãos e depois agrupados. Em paralelo, reaproximou as atividades de Planejamento e Orçamento, alinhando dinamicamente os instrumentos formais de planejamento (PPA, LDO e LOA), que antes não guardavam sintonia. E também rotinizou, na máquina pública, um conjunto de tarefas e procedimentos para cada uma das etapas do Ciclo de Gestão de Políticas Públicas (Formulação, Implementação, Monitoramento e Avaliação), rotinas essas que são trabalhadas e acompanhadas passo a passo pelo Governo. Tendo havido o cuidado de primeiramente implantar, depurar e consolidar as novas práticas para depois oficializá-las em um arcabouço legal, em setembro de 2009, foi promulgada a Lei Complementar 141, que instituiu oficialmente o Modelo Integrado de Gestão do Poder Executivo no Estado, sendo composto pelos Sistemas de Controle Social (CEDES, Comitês de Articulação Regional, Comitês de Articulação Municipal), de Planejamento e Gestão, de Gestão Administrativa e de Controle Interno, todos funcionando em Rede, além do Núcleo Integrado de Gestão, responsável pela condução do Modelo. 2.2 Pilares de construção do Modelo Integrado de Gestão Todos Por Pernambuco O Modelo Integrado de Gestão do Poder Executivo – Todos por Pernambuco – foi construído considerando algumas premissas que significaram novos paradigmas para o funcionamento da máquina pública: a) PDCA e Ciclo de Gestão de Políticas Públicas Modelo Todos por Pernambuco 21 O Modelo Integrado de Gestão do Poder Executivo do Estado de Pernambuco tem como base conceitual o Ciclo PDCA, idealizado por Shewhart e aplicado por Deming no Japão no pós-guerra. Utilizado como base para a maioria dos sistemas de gestão de organizações públicas e privadas, tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, dividindo-a em quatro principais passos: P – Planejar; D – Executar; C – Checar; e A – Agir. Para cada um desses passos, o Ciclo PDCA recomenda que rotinas específicas sejam estabelecidas e implantadas em sequência pela Organização, visando sua melhoria contínua. O Modelo traduziu os elementos do PDCA em uma notação específica (Ciclo de Gestã o de Políticas Públicas), composto pelas etapas de Formulação (P – Planejar), Implementação (D – Executar), Monitoramento (C – Checar) e Avaliação (A – Agir), e lançou mão de outros referenciais teóricos específicos para desdobrar, nessas etapas, rotinas, ferramentas e instrumentos a serem utilizados pela máquina pública. Assim, para cada fase do ciclo, estão associados insumos, processos e produtos que se articulam sucessivamente, garantindo, por entre os órgãos da administração direta e indireta, alinhamento estratégico, metodologia comum de planejamento e ferramentas compartilhadas de monitoramento e avaliação das ações e políticas públicas. b) Direção “top-down” do processo de planejamento A lógica proposta para o Modelo Integrado de Gestão do Poder Executivo – Todos por Pernambuco – partiu do entendimento, baseado em Kaplan e Norton, de que a estratégia precede a ação e, portanto, deve ser estruturada “de partida” pela Organização. Dessa forma, competiu ao Estado, em seu Núcleo Central, definir e disseminar sua estratégia única de atuação e garantir que essa estratégia fosse desdobrada por todas as Organizações que compõem a máquina pública. c) Reaproximação planejamento e orçamento A criação, ainda em 2007, da SEPLAG – Secretaria de Planejamento e Gestão, reagrupando as funções de planejamento estratégico e orçamentação geral do Estado sob uma mesma Unidade Organizacional, além de encerrar um ciclo de um modelo de “estado regulador”, marcou o início de uma nova fase, de integração entre planejamento e orçamento, tanto em nível central quanto nos Modelo Todos por Pernambuco 22 diversos órgãos da administração direta e indireta. Nessa nova lógica, no Modelo Integrado de Gestão do Poder Executivo – Todos por Pernambuco, não se concebe que o que se planeja não esteja devidamente orçado, e nem que recursos orçamentários escassos sejam alocados em atividades não planejadas. d) Alinhamento dinâmico dos Instrumentos de Planejamento – interdependência Como consequência da falta de interação entre planejamento e orçamento, ao longo dos anos, o processo de confecção do Plano Plurianual e da Lei Orçamentária Anual foi se descaracterizando. A facilidade com que se processavam as alterações orçamentárias ao longo do ano fiscal gerava, ao final de cada exercício, orçamentos executados absolutamente diferentes daqueles que haviam sido originalmente votados, como Lei, pelo Poder Legislativo. Essa prática, infelizmente, foi voz ativa durante muitos anos. Em outra instância, a associação entre os programas de governo e os instrumentos formais de planejamento gerados pelos entes estatais eleitos pela sociedade não era, à época, fiscalizada, “desobrigando” o governo de qualquer compromisso ao que foi prometido. A obrigatoriedade de registro, nos Tribunais Eleitorais, dos Programas de Governo dos candidatos a Prefeito, Governador do Estado e Presidente da República, visando a sua disseminação, o acompanhamento de seu cumprimento pela população, só foi normatizada em 2009, através da lei 12.034. O novo Modelo de Gestão implantado derrubou essa lógica, entendendo e disseminando intensamente o respeito ao alinhamento estratégico entre esses instrumentos formais de planejamento com a estratégia do Estado, servindo como condição básica para o seu funcionamento. 2.3.As fases do ciclo de gestão de políticas públicas no Modelo Todos por Pernambuco Para a construção do Modelo de Gestão, tomando-se como base conceitual o Ciclo PDCA, foram utilizados outros marcos metodológicos da ciência da administração para desenvolver as rotinas e os instrumentos a serem aplicados em cada fase do Ciclo de Gestão de Políticas Públicas: Modelo Todos por Pernambuco 23 Para operacionalizara etapa de FORMULAÇÃO, quando são definidos os Objetivos Estratégicos do Governo e estruturados os desdobramentos necessários para a sua operacionalização, quatro insumos são imprescindíveis: as sugestões apresentadas nos Seminários Regionais, o legado do mapa anterior, do Plano de governo e o Plano Estratégico de Longo Prazo (PE 2035, lançado em 2016). Tomando esses elementos como ponto de partida, é que então são escolhidos os Objetivos Estratégicos do Governo para os próximos quatro anos. O “Pernambuco 2035” é uma iniciativa conjunta do Governo do Estado de Pernambuco e do Movimento Brasil Competitivo, para a formulação de um Plano Estratégico de Desenvolvimento de Longo Prazo que prepare Pernambuco para os desafios do futuro, envolvendo a sociedade no projeto de construção de um Estado próspero, inclusivo e sustentável. Pelo horizonte d o plano e pela abrangência dos objetivos, das metas e das ações, “Pernambuco 2035” é um plano da sociedade pernambucana e não apenas do Governo. O “PE 2035” é composto por 81 projetos em 15 áreas de resultados que buscam viabilizar o alcance da visão do plano. Já os Seminários Regionais, conduzidos frente à sociedade, são um diagnóstico da realidade. Somente a partir da análise das sugestões apresentadas, cotejadas com leituras de indicadores, é que são escolhidos os Objetivos Estratégicos do Governo para os próximos quatro anos, tomando-se como principal referencial metodológico para seu desdobramento o Marco Lógico, que você verá mais à frente. Todos esses elementos são traduzidos em um único instrumento, o Mapa da Estratégia, utilizando- se, para tal, o Balanced Scorecard como marco metodológico. O Balanced Scorecard foi inicialmente criado por Kaplan e Norton, em 1992, segundo os próprios autores, como um sistema de avaliação de desempenho – mensuração da performance baseada não apenas na execução do orçamento financeiro e na existência de lucro. Posteriormente (1996), foi “descoberto” como um novo sistema de gestão capaz de orientar a Organização na execução da Estratégia – Perspectivas para o alinhamento sinérgico das Ações que visam ao atingimento de Objetivos pré-definidos. Para tanto, a metodologia sugere o Mapa da Estratégia como instrumento eficaz para tradução da estratégia, sendo ele: a) explicitador (mapeamento claro das relações causa x efeito); b) divulgador (simples e conciso); e c) mobilizador (interligação de pessoas, processos, tecnologias e culturas em torno de Objetivos). Modelo Todos por Pernambuco 24 O Mapa da Estratégia de Governo é composto de dois elementos básicos: as Perspectivas e os Objetivos Estratégicos. O Marco Lógico, ou “Logical Framework” é uma estrutura lógica desenvolvida pelo Departamento de Defesa norte-americano, no final dos anos 60, sendo atualmente adotado e utilizado pela maioria dos organismos multilaterais e bilaterais de Cooperação Internacional. Possui uma lógica vertical que esclarece a razão pela qual um projeto foi concebido e como será executado e uma lógica horizontal, que explica como os resultados do projeto serão expressos de forma clara, realista e verificável. A teoria do Marco Lógico é extremamente útil para lidarmos com uma situação- problema, na qual seja necessário o estabelecimento de um plano para o alcance de uma meta. Seu principal objetivo é explicitar os RESULTADOS a serem alcançados, visando a direcionar os esforços de monitoramento. Modelo Todos por Pernambuco 25 Desdobrados os Objetivos Estratégicos em Metas Prioritárias, estas são priorizadas pelo Núcleo de Governo em processo participativo, envolvendo o Governador e todo o seu Secretariado, em reuniões de pactuação de resultados. Dessa maneira, além do Mapa da Estratégia, cada Objetivo Estratégico tem um mapa que traz todo seu desdobramento até as Metas Prioritárias. Essas Metas pactuadas são então adequadas ao Orçamento do Estado e passam a constar dos Instrumentos Formais de Planejamento – PPA (Plano Pluri Anual) e LOA (Lei Orçamentária Anual). São também definidos indicadores de desempenho representativos a serem acompanhados. Utilizando a metodologia do marco lógico, os objetivos são desdobrados até o seu menor nível operacional: OBJETIVOS são entendidos, no Modelo, como melhorias amplas e sustentáveis na situação encontrada. Estão ligados a áreas de atuação do Governo. São os IMPACTOS da ação governamental na Sociedade. RESULTADOS são expressões diretas do que se espera ao final do período da execução do programa ou do projeto governamental. São os efeitos pretendidos, advindos do cumprimento das metas . PRODUTOS são bens e/ou serviços quantificáveis, necessários para a consecução dos Objetivos, implementados ao final de uma série de atividades. ATIVIDADES são as medidas e/ou tarefas que, uma vez executadas, levam à obtenção de um produto. No Modelo, são conhecidas como METAS PRIORITÁRIAS, sendo, por sua vez, detalhadas em PLANOS OPERATIVOS. Para cada Meta há um orçamento destinado e formalizado nos instrumentos orçamentários pertinentes. Modelo Todos por Pernambuco 26 Já na etapa de IMPLEMENTAÇÃO, as Metas Prioritárias são desdobradas em planos de ação, denominados no Modelo como Planos Operativos Anuais com o uso de outros referenciais metodológicos, como o 5W2H. O 5W2H facilita que sejam definidos, para cada etapa de um processo, o alinhamento estratégico, o responsável, o cronograma de realização e a orçamentação. Na etapa de MONITORAMENTO, são utilizadas técnicas da Gestão por Resultados, tais como os Relatórios de Três Gerações e, como técnica associada, a Gerência de Projetos. O principal instrumento definido pelo Modelo para essa etapa são os Ciclos de Monitoramento. Os ciclos são reuniões semanais, presididas pelo Governador, organizadas em torno de cada Objetivo Modelo Todos por Pernambuco Modelo Todos por Pernambuco 27 Estratégico, nas quais cada Meta Prioritária é acompanhada, na sua realização físi ca e financeira, através de indicadores de processo. Nessas reuniões, foca-se a solução de problemas. Por fim, na etapa de AVALIAÇÃO, utiliza-se como marco conceitual principal a Gestão à Vista. A pertinência das Metas Prioritárias, como efetivos agentes de transformação da realidade, é testada através do acompanhamento de indicadores de resultado e de impacto, e a ação do Governo é demonstrada através de um Relatório Anual de Ação de Governo construído e estruturado em torno da tríade Problema -> Estratégia -> Ação. Já o Relatório de Gestão Social, faz uma avaliação quadrimestral dos resultados da ação do governo em análise qualitativa e quantitativa das áreas de atuação ou objetivos estratégicos descritos no Plano Plurianual. Com foco na melhoria dos indicadores da Educação, Saúde e Segurança, foram criados, respectivamente, o Pacto pela Educação, o Pacto pela Saúde e o Pacto pela Vida, estruturados para assessorar, planejar, supervisionar, controlar e avaliar o modelo de gestão por resultado nessas áreas. A Gestão por Resultados engloba conceitos e ferramentas de gestão adotados para a obtenção de Valor Público, definidos nos instrumentos de planejamento e pactuação governamental. A Gestão por Resultados se dá através da adoção de indicadores que, em sua conjuntura e aplicação, possam comprovar o aumento da eficiência na aplicação dos recursos públicos, a melhoria da qualidade dos serviçosprestados e a geração de bem-estar social. Essa análise da efetividade da ação de governo é base para a retroalimen tação do processo, com a pertinente correção de rumos (caso necessário) e para o reinício do processo, servindo de insumo para a pactuação de novas Metas para o exercício seguinte. 2.4.O Modelo de Gestão Todos por Pernambuco em fases Fase 1 - Implantação: Triplo E (Eficácia, Eficiência e Efetividade) A fase de Implantação do Modelo de Gestão Todos por Pernambuco, compreendendo o período de 2007 a 2010, teve seu foco no Triplo E (Eficácia, Eficiência e Efetividade) e constituiu as bases Modelo Todos por Pernambuco 28 sólidas para a definição de uma estratégia coerente, focada e legitimada para o estado, tornando-se um direcionador para toda a administração pública estadual. O primeiro Mapa da Estratégia do estado foi elaborado em 2007 e ficou vigente até 2010. Foram vários marcos importantes nesta fase inicial, como o primeiro ciclo dos Seminários Todos por Pernambuco, a criação do Pacto pela Vida e a implantação da sistemática de monitoramento – com destaque para o esforço empenhado na integração entre metas prioritárias e alocação orçamentária. Todas essas ações tiveram o importante papel de fazer com que o Ciclo de Gestão de Políticas Públicas do Estado começasse a se movimentar. É necessário destacar a institucionalização do Modelo de Gestão por meio do arcabouço legal da Lei Complementar nº 141, de 03 de setembro de 2009. A lei também trouxe consigo a criação das três carreiras para suportar o modelo: Gestores Governamentais de Planejamento, Orçamento e Gestão, Gestores Governamentais de Gestão Administrativa e Gestores Governamentais de Controle Interno. Ainda em decorrência da referida lei, o Relatório de Gestão Social foi instituído. Fase 2 - Maturidade: Inovação Já a fase de Maturidade do modelo iniciou em 2011, precedida pelo advento da reeleição legitimada, em 2010, do governo do estado, centrando seus esforços na Inovação. Prezando pela continuidade, o governo realizou mais um ciclo dos Seminários Todos por Pernambuco e definiu suas estratégias através da elaboração de um novo Mapa da Estratégia com vigência até 2014. A partir de então, foi alcançado o alinhamento total entre estratégia e orçamento do estado (Mapa e PPA), quando a figura da subação passa a ser contemplada na execução orçamentária. Nessa fase, foram criados o Pacto pela Educação e o Pacto pela Saúde, assim como ferramentas inovadoras de gestão foram implantadas, facilitando a extração de dados e o monitoramento das metas prioritárias. O período também foi marcado pelo reconhecimento nacional e internacional do Modelo Todos por Pernambuco como referência em gestão para resultados. Em 2013, foi incorporada a perspectiva de longo prazo à agenda estratégica, através da elaboração do “Pernambuco 2035”, com o objetivo de promover a convergência da sociedade e dos futuros Modelo Todos por Pernambuco 29 governos na continuidade e sustentabilidade do ciclo de melhoria do crescimento e melhoria social do estado. Tal passo foi imprescindível para a transformação do projeto de Governo em um verdadeiro projeto de Estado. Fase 3 (atual) - Disseminação: Apoio aos municípios A fase de Disseminação do Modelo de Gestão Todos por Pernambuco foi iniciada em 2015, coincidindo com a retroalimentação do Ciclo de Gestão de Políticas Públicas decorrente da aprovação popular do programa de governo do atual governador Paulo Câmara. A construção do Mapa da Estratégia 2015-2018, além do programa de governo e do legado do mapa anterior, teve como insumos os Seminários Todos por Pernambuco 2015 e o Planejamento Estratégico de Longo Prazo Pernambuco 2035. O Mapa da Estratégia 2015-2018 passa a contemplar o foco na disseminação do modelo através de suas premissas e também de um objetivo estratégico exclusivo pra isso. A disseminação interna, através do desdobramento e do alinhamento setorial, com relação aos órgãos do estado, é fundamental para que os planos estratégicos organizacionais estejam alinhados com a estratégia central do governo e para que, consequentemente, eles também aperfeiçoem sua gestão interna. Modelo Todos por Pernambuco 30 2.5 Ideias-força do Modelo Integrado de Gestão Todos Por Pernambuco Além de trazer novos paradigmas para a atividade de planejamento estatal, o Modelo Todos por Pernambuco representou a adoção de um conjunto de novos conceitos e práticas que consolidaram as bases para o desenvolvimento, a partir de 2008, de uma nova cultura de planejamento na máquina pública: Internalizou-se o conceito de que Planejar / Executar / Avaliar / Replanejar são fases de um mesmo Processo: o Ciclo de Gestão de Políticas Públicas; Consolidou-se a ideia de que a ação estatal distingue iniciativas relacionadas à rotina da gestão e controle social na entrega de bens e serviços à população (ações para manter) e iniciativas relacionadas à transformação da realidade social e econômica do Estado (ações “para melhorar”); Agrupou-se o “para melhorar” como a Estratégia do Governo – ações para o alcance da visão de futuro – consubstanciadas em um Mapa da Estratégia, amplamente divulgado e disseminado; Implantou-se um processo racional de priorização – Metas passaram a ser selecionadas a partir de Diagnóstico da Realidade, Programa de Governo, Consulta à Sociedade e Disponibilidade de Recursos; Instituiu-se uma sistemática de monitoramento intensivo para garantir a consecução das Metas selecionadas; Instituída a Gestão por Resultados, composta de um conjunto de conceitos e ferramentas de gestão adotados para a obtenção de Valor Público. E, complementarmente, metodologias específicas aplicadas em programas multissetoriais, com a finalidade de obter a melhoria em indicadores de qualidade dos serviços públicos, os chamados “Pactos de Resultados”; Reaproximou-se o Planejamento do Orçamento – A Gestão Financeira passou a ser alinhada com a estratégia. Modelo Todos por Pernambuco 31 Referências ABRUCIO, L. F. Trajetória recente da gestão pública bras ileira: um balanço crítico e a renovação da agenda de reformas. Revista da Administração Pública, Rio de Janeiro, Edição Especial Comemorativa, p. 67-86, 1967-2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122007000700005>. Acesso em: 30 abr. 2014. ANDREUZZA, Mário Giussepp. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Paraná, UFPR, 2009. Disponível em <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasgarzel/12.pdf>. Acesso em 22/01/2016. BRESSER-PEREIRA, L. C. Da administração pública burocrática à gerencial. In: BRESSER-PEREIRA, L. C; SPINK, P. (Org.) 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